Leaving You

Escrito por Jubs | Editada por Jubs

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Capítulo Único

  

  Era para ser só mais uma quarta-feira normal, claro se não tivesse chovendo horrores e eu nem conseguia sair de casa com meu carro, já que a rua decidiu se encher de barro e quase alagar. Eu já estava pronta pra faculdade e eu realmente não queria faltar. Liguei para o , meu melhor amigo, para explicar a situação.
  - , será que você poderia passar e me buscar? Essa chuva não deixa nem eu sair de casa.
  - Claro – ouvi risadas ao fundo. – estou passando aí.
  Despedi-me e desliguei. Com quem será que ele estava? Nunca vai acompanhado para a faculdade e ele não me falou sobre nenhuma nova ficante ou coisa do tipo. Enquanto eu o esperava, olhei os quadros que estavam na minha pequena sala de estar. Eu sentia falta de casa, que eram algumas horas de voo daqui. Eu me mudei por causa da faculdade, mas pretendia voltar o quanto antes, não me sentia em casa e a falta dos meus pais realmente me machucava demais. A única amizade verdadeira que eu havia feito era o e me doía ter que deixa-lo.
  Quando o chegou, ele buzinou e eu saí de casa trancando-a. Ao entrar no carro correndo pela porta do passageiro, percebi que tinha outra pessoa no carro. Entrei logo atrás para não me molhar mais ainda na chuva. Assim que me ajeitei, tentei reconhecer quem estava na frente. . Vou explicar rapidamente a história da na vida do e na minha quando eu cheguei aqui. é apaixonado por ela desde o maternal e ela nunca deu bola pra ele, do tipo de nem saber o nome dele direito. E foi assim até esse ano. Quando eu cheguei, e eu ficamos amigos bem rápidos e até rolou uns beijos em algumas festas da faculdade, começou a nota-lo, provavelmente achando que ia perder o cara que sempre corria atrás dela. Mas nunca gostei do desse jeito, só fico incomodada com o que ele faz pela e como ela retribui, mas como amiga, sempre.
  - Oi ! – virou um pouco a cabeça e me cumprimentou. Eu dei um sorriso de lado e beijei a bochecha do .
  - Bom dia! – ele deu um sorriso fofo e voltou a atenção para a rua.
  Eu depois colocaria na parede pra perguntar o porque ele estava dando carona pra sem nem ao menos falar comigo.

[...]

  - Vocês estão o que? - eu joguei minha maçã no lixo, fiquei até sem fome.
  - Nós estamos namorando... – disse na maior naturalidade.
  - Desde quando? Ontem você estava na minha casa e não me disse nada! – Continuei andando até a biblioteca, eu estava realmente muito brava.
  - Nós ficamos em uma festa e começamos a nos falar, ela disse que estava gostando de mim e você sabe que sou apaixonada por ela desde pequeno! Desculpa não te falar nada, eu queria falar quando estivesse tudo certo entre a gente, calhou de assumirmos hoje mesmo e você me pediu carona, nem tive tempo de falar – ele estava com um semblante triste, eu era melhor amiga dele, tinha que apoia-lo em qualquer coisa.
  - Tudo bem, desculpa por esse surto. – eu o abracei – vai em casa hoje com a , tenho uma notícia. – entrei na biblioteca e ele apenas assentiu, indo para o outro lado.
  Eu tinha que avisa-lo que estava indo embora, minhas passagens estavam compradas, minha matricula da faculdade já estava sendo transferida e minhas coisas em casa tudo em caixas. Precisava conversar sério com ele e queria deixar ciente para cuidar bem de , ele era meu bem mais precioso aqui, eu queria deixa-lo em boas mãos. Entrando na minha sala de aula depois do intervalo, estava sentada na frente da minha carteira. Quando sentei, ela já se virou, provavelmente já tinha comentado que eu já sabia.
  - Eu sei que você não gostou muito da ideia – ela mexeu no cabelo, nervosa.
  - Que isso , eu só fiquei um pouco assustada, não era algo que eu estava esperando, mas é meu melhor amigo e eu só quero que ele seja feliz, ainda mais com você que ele gosta há anos. Fica tranquila – peguei em sua mão – ele já disse sobre vocês irem em casa hoje?
  - Ah, muito obrigada! Claro, disse sim, nos vemos a noite – ela sorriu e se virou.
  Aproveitei as aulas para escrever uma carta a , acho que ele merecia mais explicação do que um “Estou voltando para PortLand, vou deixar Newport”. Assim que as aulas acabaram, fui para casa de ônibus, ainda tinha muita coisa para arrumar e preparar o jantar.
  Quando cheguei em casa, coloquei as últimas coisas em algumas caixas, deixei meu quarto e a sala vazia. Apenas com os moveis, já que a casa seria entregue assim. Liguei para os meus pais dizendo que no dia seguinte eu já estava pegando o avião, ela disse que depois mandaria pegar o meu carro, agradeci e desliguei, fui preparar o jantar. Ainda tinha essa madrugada para arrumas as coisas da cozinha. Quando deu 20h, a campainha tocou. Coloquei todo o jantar na mesa da cozinha e fui abrir a porta.
  - ! – entrou e me abraçou, me dando um pequeno pacote. Agradeci com um sorriso e deixei em cima da pequena mesa de centro da sala.
  - Hey pequena – entrou e me abraçou – porque sua sala está totalmente vazia? – Ele estranhou ao olhar a parede que antes eram cheias de fotos nossas.
  - Longa história, eu conto durante o jantar. – ele assentiu e foi com para a sala de jantar.
  Depois de comermos e tomarmos algumas taças de vinho, chegou a hora de eu dar a minha notícia.
  - Bom, chamei vocês dois aqui para eu poder dar uma notícia importante, eu estou indo embora de Newport. – levantou e seus olhos se encheram de lágrimas, ele não ia chorar na minha frente. – vou voltar para Portland.
  - Vamos embora – puxou , que até então não sabia o que dizer. Eu não tentei impedir e os dois saíram pela porta.
  Ao passar pela sala, peguei o pequeno pacote que havia me dado, ao abrir, percebi que era um porta-retratos com uma foto que estavam nós três em uma festa da faculdade, eu devia estar muito bêbada para nem me lembrar disso, mas a foto me fez sorrir. Atrás estava escrito “Espero que sempre que olhar essa foto, abra um sorriso. Agradeço por tudo que fez a . Espero muito que sejamos mais próximas.” Uma lágrima acabou escorrendo. Guardei em uma das caixas e empacotei mais outras coisas.

[...]

  No dia seguinte, terminei de colocar as coisas no caminhão que iria até a casa dos meus pais e fui até o aeroporto. Passei na casa de e deixei a carta com sua mãe. Chegando no aeroporto, passando pelo portão de embarque, ouvi alguém gritando meu nome.

  .

  Eu não poderia deixar a ir embora sem uma explicação digna, não que a carta tenha sido uma.

“Querido ...
Estou indo embora para a minha cidade... Newport nunca foi meu lar, sinto falta da minha família e sinto que seria muito mais feliz lá, passar esse tempo em Portland foi incrível, ainda mais por ter te conhecido e por tudo que passamos juntos. Infelizmente estou tendo que ir, mas pode deixar que em qualquer oportunidade eu volto para te ver e vamos poder conversar muito por Skype. Espero que seu relacionamento com dure muito, você merece toda essa felicidade e se ela te magoar, avise-a que eu volto apenas para dar uns puxões de orelha.
Não ache que estou indo embora por sua culpa. E desculpa por estar indo sem me despedir, tudo ficaria mais difícil se eu tivesse que te olhar nos olhos...
Com amor, .
Sua eterna amiga.

  

  Quando olhei para trás, estava me olhando.
  - O que você está fazendo aqui? – voltei rapidamente.
  - Você não pode ir embora! – Ele pegou em meus braços.
  - Eu preciso , me desculpe – olhei em seus olhos – seja feliz, só isso que tenho a te desejar.
  Voltei e entrei pela porta de embarque. Doía deixar meu melhor amigo... Mas cada um deve procurar onde é sua verdadeira casa.

FIM!