Just a Stranger in Bar
Escrito por Mariana | Revisado por Bella
Parte do Projeto Sorteio Surpresa - 1ª Temporada // Tema: Serenata
Passei o dia me perguntando porque de eu resolver vir trabalhar em um bar ao invés de qualquer outro lugar. Qualquer outro seria menos exaustivo do que esse. Passei metade da tarde limpando mesas e servindo pessoas, e isso estava começando a me encher o saco. Eu fazia tudo isso, e não recebia nem um simples obrigado das pessoas. Algumas se limitavam a sorrir, outras fingiam que eu não existia. Dá vontade de perguntar onde foi parar a educação, ou mostrar o quanto eu tenho uma. Mas ai eu seria demitida e... até que essa não seria uma má ideia.
Mentira, eu ainda preciso do dinheiro. E trabalhar até que é legal, passa o tempo, e por ser um bar, você acaba escutando diversas histórias. Das mais mirabolantes até as mais normais.
Nunca vou esquecer do dia em que um cliente bêbado que contou que já esqueceu a namorada no carro, e só foi se tocar um tempo depois, quando estava falando sozinho.
Supernormal mesmo.
Hoje a noite estava uma correria, pois vai ter um show de uma banda que eu sei lá o nome direito. E na verdade nem me importo. Eu nem iria ao show mesmo. Se eu não sei o nome, significa que eu não gosto da banda. Se eu não gosto da banda, eu não vou gastar dinheiro para ir em shows. Fim. E essa ideia até que funciona bem. É mais fácil de economizar dinheiro.
Vi quando um cara entrou correndo e logo fechou a porta. Não tive tempo de achar estranho isso, pois fui atender a mesa de um casal, enquanto Kat foi atender o cara. Deve ter ido dar mole pra ele, certeza. (acho que já deu pra perceber que eu não gosto dela. Não tenho um motivo certo pra isso, só que só o fato dela respirar perto de mim me dá vontade de bater nela. Opa, na verdade eu tenho sim. Se você passar 2 minutos observando-a, vai perceber que ela dá mole até para um pedaço de papel. Ela troca de namorado umas 5 vezes por mês, e sempre diz que os ama. Até eles perceberem que ela trai ele com alguma outra vadia. Ela fica mal por 3 horas e depois já tá em outro. E não. Isso não é inveja não. É só raiva mesmo)
Em fim, ela foi atender ele, enquanto eu caminhei até onde estavam as bebidas e fui preparar a da outra mesa. Fui recebida por um furacão chamado Katherina
- , , , – ela gritou sacudindo-me
- O que foi dessa vez?
- Você não sabe quem tá aqui – disse animadamente
- Não sei e nem quero saber – falei com uma voz de tédio. Eu to pra dar um soco na cara dessa menina se ela continuar me atrapalhando
- Nossa, como você é mal-humorada. Em fim, foda-se, quem tá aqui é o
- Parabéns, como se eu me importasse
- Acho que você poderia ser um pouco mais simpática, né? AI EM FIM ele toca em uma banda
- Que bom pra banda dele, legal.
- E ai, não vai me perguntar qual é?
- Não – falei seca, esperando ansiosamente até a hora em que ela vai se tocar que eu não quero papo
- É . Não conhece?
- Não - Mentira, conhecia sim, mas queria acabar logo com essa conversa de uma vez
- Em qual mundo você vive? Ah foda-se, não me importo. Só sei que ele é gatinho e acho que ele tá a fim de mim.
- Você acha que qualquer coisa que tenha penis dá mole pra você
- Mas ele é diferente
- Você diz isso pra todos
- Você não tá me ajudando sabia?
- Que pena – falei falsamente
- Foda-se, vou lá me arrumar e vou ficar com ele essa noite. E você vai ficar ai trabalhando. Sozinha. Como sempre
- Como se eu me importasse, né. - Ela jogou beijos pro ar e correu pro banheiro. Seria uma pena se o senhor Loners ficasse sabendo disso depois. Muita pena mesmo.
Mandei o foda-se pra ela e continuei meu trabalho, de preparar bebidas e levar nas mesas. Ouvi uma voz que veio do nada, que veio falar comigo
- Ei – disse a voz desconhecida, ergui os olhos para ver quem era. E era o cara que a Kate tava falando há alguns minutos. Senti uma imensa vontade de ser grossa e perguntar o que ele queria. Mas ai lembrei que trabalho aqui. E que ele parecia estar desesperado
- Sim?
- Você pode me ajudar? Por favor. Eu tinha pedido ajuda para uma outra moça ruiva, mas ela sumiu e eu estou realmente desesperado
— O que aconteceu? Tá tudo bem?
- Bom, é que eu toco em uma banda e tenho um show daqui a exatos 10 minutos, e não sei o que fazer pra sair daqui. Tem fãs em todo o lugar, e se eu me atrasar a culpa vai ser toda minha e a gente vai perder o show
- Vai ser difícil te tirar daqui, mas eu penso em alguma coisa.
- Obrigada. E sinta-se à vontade para ir, por favor.
- Ah, valeu pelo convite mas eu tenho que trabalhar – ficamos um pouco em silêncio- JÁ SEI – falei meio alto e ele se assustou um pouco – desculpe
- Não precisa se desculpar – ele sorriu – eu tava distraído mesmo – ele olhou no relógio- CARALHO eu tenho 10 minutos pra chegar lá
- 10???? calma. Faz assim, eu vou ligar pra um taxi enquanto você pede pros outros caras da banda enrolarem mais um pouco, ai você sai pelos fundos e ninguém te ve saindo. A rua é pouco movimentada e eu acho que vai dar tudo certo. Ou qualquer coisa você pega meu carro. A gente dá um jeito.
- Mas tem que ser rápido
- Vai ser, vou chamar um amigo meu. Espera ai – falei rápido e peguei meu celular
Início da ligação
- Alô?
- Rob? É a .
- Oi gata, tudo bem?
- Tudo, er... eu preciso de um favor, ce tá livre?
- Pra você sempre – disse e rimos – mas manda aí
- É o seguinte: tô com um cara aqui que é de uma banda, aquela lá, e ai um deles tá atrasado pro show, e eu não tenho como...
- Tô passando ai – ele nem me deixou terminar a frase- Pede pra ele me esperar nos fundos
- Ok, obrigada. Sério mesmo
- Por nada, gata – rimos e ele desligou.
Fim da ligação
- E ai?
- Ele vai passar aqui em 2 minutos
- Nossa não sei nem como te agradecer – ele suspirou aliviado
- Você pode me agradecer indo lá pros fundos rápido antes que a Kate te veja aqui – o empurrei – rápido. Chegando lá, o Rob já estava esperando, pra sorte dele
- Sinta-se a vontade pra ir ao show, de verdade
- Obrigada pelo convite, de verdade, mas eu tenho que trabalhar.
- Bom... é isso
- Entra logo, se não quem vai se atrasar é você
- Tá, er... tchau
- Tchau – ele me deu um abraço rápido e foi pro carro do Rob. Sorri e fui pro trabalho, continuar fazer as coisas que eu teria que fazer.
- Cade ele? - A kathe me disse irritada
- Ele quem?
- O .
- E eu vou saber?
- Vai sim, eu vi vocês dois juntos. E indo pra porta dos fundos
- Não viu nada. Ce tá louca menina.
- Posso estar louca, mas eu sei o que eu vi
- E eu sei que você é retardada
- Olha como você fala comigo
- Eu falo com você do jeito que eu quiser. Nem todos os homens do mundo querem te pegar, entenda isso. E entenda também que você não ama todos os homens que você pegou. E eles te traem justamente porque você é uma vagabunda. - Falei tudo que estava entalado na garganta e deixei-a lá e sai de perto, me sentindo muito mais leve, como não me sentia a tempos.
Continuei em minha rotina habtual de trabalho, servindo clientes e preparando bebidas, limpando mesas, e desejando estar em qualquer outro lugar que não seja aqui.
- – ouvi a voz grossa e familiar do meu chefe me chamando
- Sim, Sr. Loners?
- Você será a responsável de fechar o bar hoje. Tenho uma viajem para fazer agora de noite e só volto amanhã
- Mas...
- Mas nada. Eu estou te pedindo esse favor pois confio em você, então por favor, faça.
- Sim senhor – falei educadamente, mas mandando ele pro inferno mentalmente. Ele sorriu e saiu
- Nossa, que ótimo – pensei alto. Eu não tinha nada a fazer pra mudar isso, então continuei trabalhando pelo que me pareceu incontáveis horas, mas foram só 4, o pub esvaziou. A Kate tentou falar comigo, mas não deixei. Se ela chegasse perto de mim de novo falando alguma coisa sobre eu iria bater nela. De verdade.
Estava a maior chuva lá fora e eu estava quase acabando de limpar as mesas, quando eu olho pra porta e vejo um vulto. Levei um susto, achando que era um ladrão, principalmente quando o mesmo começou a bater à porta e forçar a entrar. Mas esse ''ladrão'' tinha uma voz conhecida, e quando tirou a touca eu pude ver quem era e meu coração acelerou, espero que de susto. Era . Corri pra abrir, pois estava o maior temporal lá fora
[Deixe essa musica para carregar e dê play quando for pedido]
- Achei que nunca fosse abrir – sorriu
- Eu achei que você era um ladrão, eu tava quase chamando a polícia
- Sério?
- Aham – rimos- Mas e ai como foi o show?
- Ah foi legal, cheguei a tempo e dessa vez não levei bronca de ninguém – ele sorriu vitorioso e eu ri – ah, mas faltou você
- Não tenho culpa se eu tenho que trabalhar
- Mas pra compensar isso, eu tenho uma surpresa pra você
- Que surpresa?
- Você já vai descobrir – ele disse olhando em volta, e achou um violão velho que Jeff usava em suas apresentações. - Agora desliga as luzes e só deixa essa acesa
- Que raios você vai fazer? Nem meu nome você sabe
- Claro que sei
- Ah é?
- Seu nome é , você odeia aquela mulher que falou comigo, como é emsmo o nome dela? Katarina? Kat...
- Katherina – completei
- Isso mesmo, eu quase acertei. Em fim, você odeia sapos, é vegetariana, adora verde e azul, tem um gosto incomum pra bandas e gos...
- Como você sabe de tudo isso?
- Digamos que eu tenho as minhas fontes
- Digamos que eu quero saber as suas fontes
- Digamos que você vai continuar nem saber delas.
- Idiota.
- Vai deixar eu fazer a surpresa ou não?
- Vou
- Então fica quieta
- Tá
[coloque a musica para tocar]
Ele pegou o violão e sentou de frente pra mim e começou a cantar:
If I told you I was perfect I'd by lying
(Se eu disse que era perfeito, eu estaria mentindo)
If there's somethin I'm not doing, girl I'm trying
(Se há algo que não estou fazendo, menina, estou tentando)
I know I'm no angel
(Sei que não sou um anjo)
But I'm not so bad
(Mas não sou tão ruim)
Ele me deu um sorrisão.
If you see me at the party conversating
(Se você me ver em uma festa conversando)
That does not mean telephone numbers are exchanging
(Isso não significa que o número de telefone está sendo trocando)
I know I'm no angel
(Sei que não sou um anjo)
But I'm not so bad
(Mas não sou tão ruim)
You should know there's beautiful girls all over the world
(Você deve conhecer essas meninas bonitas, em todo o mundo)
I could be chasing, but my time would be wasted
(Eu poderia perseguir, mas meu tempo seria desperdiçado)
They got nothin' on you, baby
(Elas não se comparam a você, querida0
Nothin' on you baby
Cantou ele mais uma vez, frizando a ultima parte. Eu estava completamente sem reação.
They might say 'hi' and I might say 'hey'
(Elas podem dizer 'oi' e eu posso dizer 'hey')
But you shouldn't worry about what they say
(Mas você não deve se preocupar com o que dizem)
Cause they got nothin' on you, baby
(Porque eles não sabem nada sobre você, querida)
Nothin' on you, baby
(Nada comparado a você, querida)
I've been to London, I've been to Paris
(Eu fui para Londres, fui para Paris)
Even way out there in tokyo
(Mesmo caminho lá fora, em Tóquio)
Back home down in georgia, to new orleans
(De volta para casa para baixo na Geórgia, para nova Orleans)
But you always steal the show
(Mas você sempre rouba a cena)
And just like that girl, you got me froze
(E, assim como aquela garota, você me congelou)
Like a Nintendo 64
(Como um Nintendo 64)
If you never knew, well, now you know, know, know
(Se você nunca soube, bem, agora você sabe, sabe, sabe)
Beautiful girls all over the world, I could be chasing
(Lindas garotas em todo o mundo, eu poderia perseguir)
But my time would be wasted, they got nothing on you, baby
(Mas o meu tempo seria desperdiçado, elas não se comparam a você, querida)
Nothing on you, baby
(Não se comparam a você, querida)
They might say 'hi', and I might say 'hey'
(Elas podem dizer 'oi', e eu poderia dizer 'olá')
But you shouldn't worry, about what they say
Mas você não deve se preocupar, com o que dizem
Cuz they got nothing on you, baby (yeah)
(Porque elas não se comparam a você, querida (sim))
Nothing on you, baby (n-n-n-nothing on you, baby, n-nothing on you)
(Não se comparam a você, querida (n-n-n-não se comparam a você, querida, n-não se compara a você)
- Nothing on you, babe – disse no pé do meu ouvido e saiu.
Fim