Just A Day

Escrito por Viviane Santos | Revisado por Naty

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  24 de outubro de 2009, 22h56min.

  E foi naquele dia que eu soube que poderia existir alguma felicidade dentro de mim, mesmo que por algum mísero instante, por algum momento onde a vida me propusesse dar um sorriso pequeno, porém, cheio de significados. Ela me mostrou isso. Aquela garota que eu mal conhecia, mas, que tinha um imenso poder sobre mim e, isso pode parecer um pouco insano, pelos meus sentimentos desligados. Porque foi ela, eu sei, foi a menina dos olhos brilhantes que me ensinou que sentir era bom, me deixava mais perto de qualquer vida humana que eu pudesse levar, e, me distanciava do caminho da autodestruição que eu estava seguindo. E apesar dos pesares, eu posso afirmar com clareza, eu amei-a. Mesmo que por um segundo sequer, eu amei-a.

  13 de julho de 1892, 12h27min.

  - Desculpe-me a ousadia, senhorita , mas creio que a senhorita queira saber que o senhor Salvatore não para de admirá-la por um momento sequer. – Jordana, filha da empregada da família , revelou para , que reprimiu um sorriso.
  - Muitíssimo obrigada, querida Jordana. – Sorriu para a amiga e olhou discretamente para Salvatore, que possuía um sorriso não tão bem disfarçado em seus lábios. sentiu-se corar e voltou seu olhar para Jordana rapidamente. – Como acha que estou? Vesti-me bem para vê-lo?
  - Se me permite dizer, a senhorita sempre veste-se perfeitamente. E olhe só para ele, está caído de encantos pela senhorita. – Jordana sorriu e balançou levemente a cabeça. – Mas como a senhorita fará para sair sem ser vista por seu pai?
  - Papai está embebido com os assuntos da cidade, querida Jordana. Quando junta-se com os fundadores então, ele nem sente o dia passar! Papai só nos quer aqui para servir de companhia para as mulheres e filhas de seus companheiros de negócios. – Suspirou e pegou as mãos de Jordana, apertando-as. – Por favor, querida Jordana, peço que lhe comunique que senti um mal estar se perguntar por mim. Sinto que hoje poderei realmente falar com o senhor Salvatore. Não sabe o quanto esperei por isso.
  - Não precisa pedir duas vezes, senhorita. Estou aqui para isso. – Jordana ofereceu-lhe um sorriso pequeno antes de abraçar carinhosamente e ver a garota sair discretamente pela porta, com seus pais entretidos com a pequena reunião que davam em sua mansão.
   segurou firme na saia de seu vestido bufante lilás enquanto corria pelo gramado do jardim de sua mãe. Um sorriso brotou em seus lábios no momento que sentiu a brisa fria tocar seu rosto e bagunçar alguns fios de cabelo soltos de seu coque.
  Parou em frente aos portões da casa e levou a mão ao peito, torcendo que tivesse visto-a sair de casa e cruzasse a porta para vir ao seu encontro.
  Desde a primeira vez que o viu na cidade, encantou-se pelo homem de tal maneira que achara ser impossível. Nunca chegou a ter uma conversa de verdade com o rapaz, eram sempre “Olá, como vai, senhor Salvatore?” ou “Espero que tenha um bom dia”, nada mais além do que isso, quando na verdade, a paixão platônica por se tornava cada vez mais intensa e difícil de aguentar para ela.
  Porém, uma semana antes da reunião de seus pais, chegou aos ouvidos de que ainda nutria sentimentos por uma garota pacata e sem família que acabou por se hospedar na mansão dos Salvatore, na cidade de Mistic Falls, há algumas milhas dali. Desde então, sentia seu coração apertado e a dúvida se conseguiria ou não roubar para si, não deixava sua mente.
  Engoliu em seco e passou a mão por seu pescoço, sentindo uma angustia tomar conta de si só ao pensar em perder aquilo que nunca lhe pertenceu de verdade. Mas que almejava com todo seu coração.
  - O que uma dama tão bonita faz aqui fora e sozinha? – Ouviu uma voz rouca e baixa dizer perto de si e virou-se rapidamente, dando de cara com um par de olhos vibrantes. – Se me permite dizer, senhorita , está estonteante esta manhã. – Ele pegou uma das mãos de e beijou, não tirando os olhos de seu rosto.
  - Não sabe o quão feliz ficou em ouvir tal elogio, senhor Salvatore. – respondeu, grata por sua voz não ter falhado.
  - Sinto que não precisa me tratar com tanta cordialidade, senhorita. Me chame apenas de . – Ele sorriu, fazendo com que os joelhos de tremessem.
  - Temo que possa parecer um pouco atrevida ser fizer isso, senhor Salvatore. – Abaixou um pouco a cabeça e respirou fundo, mas sentiu longos e macios dedos tocando seu queixo novamente, fazendo-a olhar para cima.
  - . Diga.
  - . – Repetiu, sentindo-se ser hipnotizada pelo intenso verde dos olhos do rapaz. – Sente-se melhor assim?
  - Muito melhor, senhorita.
  Depois daquilo, ambos começaram a caminhar pelos arredores da cidade, entretidos em uma conversa interminável e não sentindo a hora passar. Ela sentia que finalmente poderia conhecer e saber mais sobre sua vida, seus gostos, costumes e sonhos, o que a deixava bastante animada.
  Ele via que não era uma garota comum, de alguma forma ela era especial, e estava provando que poderia surpreendê-lo das formas mais simples. Diferente de Katherine.
  - Permita que eu lhe compre um sorvete, senhorita ? – perguntou cordial, um leve sorriso brincava em seus belos lábios, convidativos ao extremo para .
  - Mas é claro, senhor Salvatore. – deu um de seus sorrisos misteriosos, ao passo que pegava em seu vestido e curvava-se na frente de em uma forma de cumprimento.
   observou enquanto dirigia-se a um carrinho de sorvete perto de uma ruela próxima, escolhia dois sorvetes e pagava ao comerciante. Ele sorriu para ela ao cruzar o caminho que os separava e entregou um dos sorvetes para ela.
  - Morango. – sorriu franzindo o cenho. – Como sabia que é meu sabor favorito?
  - Apenas sei das coisas. Você sabe. – ofereceu seu braço para que ela pudesse segurar, enquanto andavam e tomavam seus sorvetes. – Quero saber mais sobre você.
  - Como o quê?
  - Qual é seu maior sonho? – Beijar você, era o que queria responder, mas se conteve e apenas suspirou.
  - Você sabe qual é meu sorvete predileto, mas não sabe meu maior sonho. Curioso, . – Ela sorriu para ele.
   olhou rápido para o rosto de e virou rapidamente, balançando a cabeça. Molhou os lábios e soltou o ar, voltando o olhar para a garota e percebendo o quão linda ela era. Sua beleza chegava a impressionar, como a dela, como Katherine.
  - Quero te mostrar um lugar. – Falou, ainda encarando-a nos olhos.
  - Sinta-se livre para isso, .
   deixou sua boca entre abrir instantaneamente ao ver onde a levara. O lugar era um pouco afastado do centro da cidade, porém, a caminhada compensava ao chegar e deparar-se com um campo cheio de flores de variadas cores e tipos, e no fim, havia um penhasco. Se chegasse muito perto, era possível ver o mar abaixo e sentir uma brisa gelada tocar seu rosto.
  - Aqui é... Meu Deus! É perfeito, ! – sorriu largamente e foi capaz de perceber o quão brilhantes os olhos da menina estavam naquele momento.
  - Fico feliz que tenha gostado, . – Sorriu juntamente com a garota, pois ela era a única que realmente havia gostado daquele lugar, que era seu local de refugio.
  - Chamou-me por meu nome. – O sorriso alargou ainda mais e de repente, foi pego de surpresa pelos braços da menina em seu pescoço. – Agradeço por tudo isto, . Você é realmente um cavalheiro.
  - Não, querida. Estou longe de ser um. – Respondeu com pesar, os lábios encostados no pescoço de .
  - Por que diz isso? – A moça separou-se o suficiente de para que pudesse encarar seus olhos com intensidade. Perdera as contas de quantas vezes desejou vê-los de perto, daquela forma, e ali estava ela. Seus olhares presos um no outro, suas bocas tão perto. Era como em um sonho para ela.
  - Porque um cavalheiro nunca roubaria um beijo de uma dama desta forma. – disse, antes de tomá-la em seus braços de uma forma mais intensa, reivindicando sua boca, explorando seu corpo com as mãos, sentindo cada parte da menina. E de repente, o beijo tornou-se algo mais ousado e selvagem, cheio do desejo latente que emanava daqueles dois corpos e até um pouco de paixão, talvez. Aos poucos, ia perdendo todo seu equilíbrio e deixando-se ser deitada na grama por , que embora estivesse entretido no beijo, tomou certo cuidado ao fazê-lo. Até que os beijos desceram para o pescoço de e ficaram lá por um tempo, explorando o local, para terminar com um selinho em seus lábios. – Você é linda. – disse, encarando o intenso brilho nos olhos da menina. – .
  - Meu nome soa bonito quando falado por você.
  - Ele é bonito de todas as formas, como a dona. – Ele passou o polegar pelos lábios vermelhos de e sorriu minimamente. – Se eu pudesse sentir, diria que estaria feliz neste instante.
  - Você é capaz de sentir, . Todos nós somos.
  - Não sou como vocês, minha querida. Não mais.
  - Não importa. – ergue-se um pouco e segurou o rosto de com as duas mãos, fazendo-o olhar para ela. – Eu não sei muito sobre você, mas não é preciso saber demais para eu ter a certeza que você é uma das melhores pessoas que eu já conheci.
  - Não sou bom, .
  - Ninguém é totalmente bom, querido. Todos nós temos uma parte boa e outra ruim. Um grande filósofo que conheço diria até que temos duas postulações simultâneas, uma a Deus, outra a Satanás. – Riu um pouco. – Só temos que seguir o caminho de uma delas, . E não importa qual, sempre haverá um pedacinho da outra que irá ficar em nós. A mesma coisa digo em relação aos nossos sentimentos.
  - Não acho que seja tão concreto assim...
  - Pois bem, digo-lhe que não é. Mas complicado como parece? Também não, querido . – aproximou seus rostos novamente e depositou um selinho nos lábios do rapaz. – Sentir é bom, . Os sentimentos nos tornam mais próximos da vida humana, eles nos tornam humanos. Somos todos feitos deles. E não importa o quanto doa sentir, chega um momento que toda a dor vale a pena e só o que nos resta é a felicidade e alegria.
  - Você diz belas palavras, minha linda. – soltou o coque preso de e observou enquanto as mechas de cabelo caiam pelos ombros da garota feito uma cascata. – Ficam mais bonitos assim.
  - Você é incrível. – sorriu e jogou a cabeça para trás, fechando os olhos e inspirando o ar profundamente. Era como estar livre. – Estou feliz também. Desejo que eu possa sentir-me assim em meu último dia de vida. Todos deveriam poder sentir isto.
  - É o que deseja, senhorita ? – foi, aos poucos, curvando-se sobre a menina, até que ela estivesse totalmente deitada na grama novamente, e ele estivesse por cima dela, encarando-a nos olhos.
  - É um de meus sonhos, senhor Salvatore.
  - Consegui, então, saber um de seus sonhos, minha cara? – Disse, antes de colar seus lábios mais uma vez, em um beijo mais delicado e pacato, mas que demonstrava sentimentos. A boca de desceu para o pescoço da garota novamente, porém, permaneceu lá desta vez. – Você me fez sentir bem hoje, . – Murmurou contra a pele da moça, que arrepiou-se ao simples toque de seus lábios. – Como está sentindo-se?
  - Creio que meu coração não possa suportar tamanha alegria e paixão. – Sua voz saiu entrecortada.
  - Talvez não aguente. São poucos os que suportam. – deu um último beijo no pescoço da menina e falou, por fim: – O meu foi um dos que não suportaram. – E afundou suas presas no pescoço de , que arregalou os olhos e sugou uma grande quantidade de ar em seus pulmões enquanto segurava com força os ombros do rapaz. sentiu uma sonolência estranha tomar conta de si no momento que seu sangue era sugado pelo rapaz que passou a admirar em tão pouco tempo, sentia um queimar entorpecido, mas, de algum modo agradável e fechou seus olhos, ao passo que seu coração começava a palpitar de maneira lenta e calma até parar de bombear seu sangue. forçou-se a afastar-se da garota e viu quando ela fechou seus olhos, quando os fechou para nunca mais abri-los. – Vai ficar tudo bem, querida. – Sussurrou, por fim, depositando um último beijo nos lábios de .

  24 de outubro de 2009, 23h06min.

  Ela me mostrou umas das formas mais puras da felicidade e eu retribui com desgraça e morte. Mas, hoje eu sei que não havia nenhuma semelhança entre ela e Katherine, eu sei que poderia encontrar a felicidade ao seu lado e deixar toda minha dor para trás. Porque isso só é possível quando amamos um alguém e isto se torna recíproco. E eu amei-a.

Salvatore.

FIM



Comentários da autora
Yaaaay! Primeira fanfic de TVD então me digam o que acharam poooor favor, tá legal? E muito obrigada mesmo a quem leu até aqui, vocês são demais! <3