Je t'aime

Escrito por Mariana A. | Revisado por Bella

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   encarava o casal brigando no meio do estacionamento. Sabia o que viria depois, estava cansada de dizer ao garoto que deveria deixar a sua namorada e tentar encontrar alguém que o valorizasse, mas ele insistia em dizer que os dois ainda se gostavam demais para se separarem definitivamente. gritou mais uma vez e saiu marchando para longe da loira que estava vermelha de raiva. Os olhos do garoto agora estavam vermelhos, durante a longa briga, chorou algumas vezes de raiva. Chegou ao encontro da amiga e abraçou-a fortemente, enterrando seu rosto na curva do pescoço da garota. suspirou e passou as mãos pelos cabelos loiros do amigo, vendo a loira assistir tudo a distancia. Não seria mentira se dissesse que não gostava de quando os dois brigavam, mas odiava ver naquele estado.
  Quando o camaro prateado passou por eles, segurou os ombros do amigo e olhou com uma feição serena. Enxugou as lágrimas de seu rosto e sorriu levemente.
  — Nós terminamos — ele murmurou com a voz fanha — E acho que dessa vez é definitivo.
  — Até parece — balançou a cabeça e acariciou o rosto do amigo — Você sabe que não é.
  — É sério — ele fungou — Dessa vez foi pra valer. Traição não é algo que eu possa suportar, além do mais, eu não estava mais sentindo o mesmo por ela há um bom tempo.
  — Como assim? , toda vez que nós conversávamos sobre seu namoro você dizia que ainda gostava de Lauren — entortou a boca — Você está com a cabeça quente, nós vamos voltar para casa e vamos fazer uma sessão de filmes de ação.

*

   aconchegou-se ao lado de e deu play no filme. Fariam uma sessão de Velozes e Furiosos depois de espernear muito e ter cedido. Quando estavam no quarto filme, resmungava enquanto via deitada em seu colo dormindo. Ela acariciou seus cabelos e tirou sua cabeça delicadamente de sua perna e a carregou, indo para o andar de cima para deixa-la em sua cama. Sentiu o aroma familiar que exalava, sempre gostou do perfume da garota e agora era um cheiro reconfortante. Colocou sobre a cama e a cobriu, dando um beijo em sua testa em seguida.
  Voltou para o andar debaixo, e viu as mensagens dos garotos, todos estavam preocupados com , mas naquele momento queria ficar sozinho. Olhou as horas, não passavam de oito da noite, e olhou para as chaves do seu carro. Passou as mãos em seu rosto e pegou as chaves, saindo em seguida. Iria para o bar mais próximo.
  Chegou ao Zeta e foi direto para o balcão, pediu um Martini e olhou as garotas em volta. Todas estavam com roupas curtas e assustadoramente brilhantes, mas para naquela noite, nada disso importava. Depois de vários drinks, dividia sua atenção com duas morenas em seu encalço. As mulheres o puxaram para a pista de dança e dançavam sensualmente para . De repente, o garoto viu Oliver Blanks com sua ex-namorada, o motivo do termino do casal. Sentiu o sangue esquentar e quando percebeu, estava de frente para o moreno com os punhos fechados.
  — Pelo o que vejo, a cena que você fez no estacionamento foi tufo fingimento não é Rebecca? — murmurou irritado e Oliver o encarou de cima a baixo.
  — Olhe só para você, , não aguenta nem um pé na bunda e já corre para as prostitutas do Zeta — Oliver debochou — Rebecca não tem culpa de preferir alguém que a satisfaz mais do que você.
  — Seu filho da mãe — avançou para cima de Oliver.
  Ninguém prestava atenção nos dois, esmurrou Oliver diversas vezes antes dos dois caírem no chão. Oliver conseguiu imobilizar e o esmurrou antes de ser levantado por um dos seguranças do Zeta. tentava se libertar, mas os homens que o seguravam eram mais fortes. Oliver e foram levados para fora sob protestos. Rebecca correu ao encontro de Oliver e murmurou sobre o seu rosto estar todo ensanguentado. A loira olhou para com raiva antes de levar Oliver embora. observou o mais novo casal ir embora, sentindo um nó se formando novamente. Não iria chorar, não por Rebecca. Pegou seu celular, não percebera que ficara tanto tempo bebendo. Sua visão estava embraçada, mas digitou o número de e ouviu pacientemente o som da ligação. Depois de alguns toques, ouviu a voz sonolenta e rouca da amiga e suspirou aliviado.
  — ? — a garota murmurou.
  — Oi — ele respondeu com a voz rouca — Preciso que você venha me buscar no Zeta.
  — No Zeta? , você está bêbado? perguntou preocupada.
  — Não, sou forte para bebidas. Talvez um pouco tonto, mas não bêbado — resmungou — É sério, venha me buscar, não quero ficar nesse lugar nem mais um segundo.
  — Chego aí em dez minutos.

*

  No caminho de volta, dirigia lentamente, queria que pudesse ter tempo suficiente para pensar antes de chegar em casa. Sofa Song tocava e cantarolava baixinho, sempre gostara de The Kooks e aquilo era uma distração para não pensar no real motivo de estar com o rosto do jeito que estava. Não queria perguntar o motivo, tinha uma leve impressão de que Rebecca e Oliver tivesse algo haver com isso, mas sabia que se recusaria a falar sobre isso. estacionou o carro na garagem de e os dois saíram do veículo, indo para dentro da casa.
  — Está tarde, acho que eu vou indo — falou para que soltou um muxoxo.
  — Fica, , por favor — segurou a mão da amiga — Eu realmente não quero fazer outra besteira. E preciso de ajuda com alguns curativos.
  — Mas... — olhou para os lados e suspirou em seguida — Tudo bem, vou pegar a caixa de primeiros socorros.
   foi até a cozinha e tirou de uma das prateleiras uma caixinha branca com uma cruz vermelha em cima. estava com os olhos fechados, deitado no sofá inspirando lentamente. sentou-se frente ao garoto e começou a limpa os pequenos cortes na sobrancelha. fazia algumas caretas, mas ficou de olhos fechados o tempo todo. Quando colocou o ultimo Band-Aid, abriu os olhos e sorriu para .
  — O que foi? — riu enquanto guardava as coisas na caixinha branca — Está sentindo o efeito do álcool?
  — Você sempre esteve comigo — olhava fixamente para — Mesmo não gostando de Rebecca, nunca foi grossa ou fez nada para nos prejudicar. Sempre foi a melhor amiga que eu sempre quis, e agora mesmo eu estando uma merda, continua aqui.
  — Você é meu melhor amigo, respondeu como se fosse óbvio — É claro que eu não te deixaria na mão.
   nada respondeu. Aproximou-se de e segurou seu rosto, vendo a garota arregalar os olhos. Primeiro deu um beijo de leve, depois o aprofundou pedindo passagem que logo fora concedida. passou os braços ao redor do pescoço de e colocou suas pernas ao lado das coxas de , sentando-se em seguida. acariciava a nuca de e o mesmo apertava a cintura da garota, não queria que ela saísse dali, mesmo sabendo que isso não aconteceria. levantou-se e segurando seguiu para seu quarto. O garoto fechou a porta atrás de si e prensou ali, fazendo a mesma gemer baixinho. Desceu seus beijos até o pescoço de e passou suas mãos pela pele macia de sua barriga. Não sabia os efeitos que a amiga causava até aquele momento.
   nunca se sentira tão bem e completo quanto naquele momento, nunca imaginara que algo assim poderia acontecer entre os dois, mas estava redondamente enganado. tirou as pernas da cintura de e o empurrou até o colchão, fazendo o mesmo rir enquanto caia sobre a cama. sorriu e tirou a blusa que bloqueava a bela visão para seu abdômen, não era cheio de músculos, mas tinha o corpo bonito e para , aquilo era perfeito. Espalhou beijos molhados por toda aquela região enquanto ouvia suspirar impaciente. Puxou a garota para cima e trocou de posição, desabotoando sua calça e a empurrando para baixo com a ajuda de . Os dois riam enquanto tiravam as últimas peças de roupas.
   parou por um momento e apreciou a visão do corpo de . Quando estivera com Rebecca, nada fora tão cuidadoso. Eles apenas faziam e quando percebiam já havia acabado, mas com ali tudo parecia diferente, parecia melhor. o puxou e o beijou, passava suas mãos por todo o corpo da garota, queria ter detalhes para lembrar desse momento. Tirou uma camisinha da cabeceira e colocou em seu membro, penetrando em seguida. Com cuidado, movimentou-se dentro da garota, fazendo a mesma fechar os olhos. sabia que era virgem, o que tornava tudo duas vezes mais especial. Os primeiros movimentos foram incômodos, mas depois se tornaram prazerosos. gemia e arranhava as costas de , enquanto o garoto segurava na cama em busca de apoio. Os movimentos tornaram-se mais rápidos e os gemidos mais altos, aquela altura, os corpos do casal brilhavam pela fraca luz que vinha da janela. atingiu o ápice junto com e antes de tombar para o lado, beijou a garota com um breve selinho. puxou para si e a mesma aninhou-se em seu peito, respirando fundo.
  — Nunca imaginei que isso aconteceria — foi a primeira a falar.
  — Nem eu — concordou — Mas na volta para casa, percebi que você era a única garota que eu me sacrificaria de verdade. Não é fácil encontrar garotas como você hoje em dia sabia?
  — O que você está tentando dizer, ? — arqueou a sobrancelha.
  — Estou tentando dizer que talvez eu esteja apaixonado pela minha melhor amiga.
   ficou tensa e achou que tinha feito a maior burrada de sua vida. Então começou a rir, e logo depois começou a gargalhar. afastou-se minimente de para ver seu rosto e logo depois começou a rir também. então parou de rir e sentou-se passando as mãos pelos cabelos e logo depois começou a bater em . Estava em uma mistura estranha de emoções; estava feliz por ouvir o que sempre sonhara em ouvir, estava furiosa por ter demorado tanto para perceber que ela era a garota certa e estava tão confusa. Estava com medo de só estar falando aquilo pelo calor do momento.
  — ? — perguntou antes de olha-lo. Ele estava com uma expressão serena apesar dos socos que dera — Você não está falando isso apenas porque nós...
  — Não mesmo — a cortou, sorrindo — Já fazia um tempinho que venho aceitando essa possibilidade, por isso eu e Rebecca estávamos brigando tanto. Ela já devia ter percebido.
  — Uau — cobriu a boca — Quero dizer ‘Uau’ mesmo. Não acredito que você demorou tanto para me contar algo assim.
  — Estava com medo de sua reação — coçou a nuca.
  — Sério ? — bufou — Não acredito que você nunca percebeu que a apaixonada da história era eu. Tipo, até os garotos já tinham notado e você burro como é tinha que continuar namorando aquela loira exibida.
   riu e a puxou para mais um beijo. Nada de pressa, nada de Rebecca ou Oliver, ali era só e . Afinal aquilo era só o começo. O começo para os dois. voltou a aninhar-se em e acariciou seus cabelos. De todas as formas que aquilo poderia acontecer nada chegava perto daquilo. nunca estivera tão feliz, era algo que sempre sonhara e estava acontecendo de verdade. murmurava algo, virou-se para o garoto e riu das caretas que ele fazia.
  — O que foi? — ela perguntou.
  — Estou tentando ser um cara romântico e sei que você adora Paris, mas não sei falar francês muito bem — parecia estar frustrado — Je...
  — O que você está tentando falar? Talvez eu possa te ajudar — ela franziu o cenho, mas negou.
  — Espere um segundo — tateou sua mesinha de cabeceira até achar seu celular. Digitou nele algumas vezes e depois sorriu — Je t’aime¹ — sussurrou para . Ela sorriu boba antes de responder.
  — Je t'aime trop².

  ¹: Eu te amo em francês.
  ²: Eu também te amo.

FIM



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