I Wish You Were Here

Escrito por Adriana Vieira | Revisado por Mah

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Capítulo 1 - I Wish

  - , você vai morar comigo, ok? – Ele disse, ou melhor, reclamou autoritariamente.
  - Zayn, eu já te disse que não vou morar em uma casa cheia de garotos! – Eu indaguei. Não que eles não fossem legais, muito pelo contrário. Eu apenas tinha medo e vergonha, e ele sabia bem disso.
  - E eu já te disse que vou sempre te proteger, então vai pegar as suas malas. – Ele disse sorrindo e me abraçou.
  - Malas? – Parei pra pensar – Que malas?
  - As que estão no seu quarto, com as suas coisas prontas para serem levadas para a nossa casa. – Ele falou, dando ênfase na penúltima palavra. Já estava acostumada à sua desobediência.
  Olhei para ele e bufei, então o mesmo deu um sorriso irônico. Fui até ao meu quarto e as malas realmente estavam ali, e o quarto, é claro, vazio.
  Enfim, peguei em duas e desci. Ele sorria igual a um bobo.
  - Ai, eu não acredito que a minha pequena vai morar comigo. – Ele disse, e me abraçou – Eu pego o resto?
  - Ok, melhor amigo. – Disse, tentando o provocar.
  Ele mandou um beijo pelo ar e foi ao quarto buscar as malas. Eu sinceramente ainda não acreditava no que ele fez. Eu realmente tinha o melhor amigo que qualquer garota sonha ter.
  Eu sempre gostei da ideia de morar com eles. Mas, como eu disse, tinha medo. Medo de me apaixonar, ou sem me gabar, de alguém se apaixonar por mim.
  - Pronto, Madame. – Zayn falou, deixando as malas no chão – Agora vamos para casa.
  - Já?
  - Sim, quanto mais cedo , melhor – Ele sorriu, abriu a porta e pegou as malas, levando-as logo para o carro. Peguei minha bolsa e vesti o casaco. Logo a seguir, peguei a última mala e saí. O Zayn foi fechar a casa, já que ele tinha uma cópia da chave – e foi com isso que ele conseguiu fazer as minhas malas sem eu saber.

  Era uma casa bonita, organizada e bem espaçosa.
  Zayn parou o carro e foi buscar as malas. Eu peguei a minha bolsa e desci do carro para ajuda-lo.
  - Você sabe que eu moro com quatro retardados, então não se assuste - Ele disse, e rimos. Ele fechou o porta-bagagem e entramos em casa.
  Sem querer ser chata, a casa estava de pernas para o ar… Zayn também ficou assustado com a situação, e logo os quatro apareceram.
  - O que aconteceu aqui? – Ele perguntou, e os quatro olharam para um labrador bege que estava passando para a cozinha – E por que tem um cachorro na nossa casa?
  - Foi o Harry – O Louis falou, virando as costas.
  - Harry… - Zayn disse, já se preparando para uma desculpa esfarrapada.
  - É que… - Ele pausou – Lembra da Cher? Então, ela me ligou e pediu para eu ficar com o Scooby essa manhã. E digamos que eu, provavelmente sem querer, disse sim… Sabe como é, né?
  - Não, Harry. Infelizmente ninguém sabe o que passa sobre a sua cabeça. – O Liam, lindo demais, disse, colocando a mão no ombro do amigo.
  Era uma cena engraçada, porque o Zayn parecia o pai do Harry.
  - Enfim, onde fica o meu quarto? – Eu disse, pois não queria ficar ali assistindo aquilo… Poderia acabar rindo.
  - Eu te levo lá – Niall veio até mim e me deu a mão, me levando para o andar de cima. – Você vai acabar se acostumando a esses momentos tensos aqui em casa – Ele me disse, abrindo uma porta prateada com purpurinas. Entramos naquele lugar e era realmente bonito, com todas as decorações prateadas e fofas. Eu amei. – O Zayn nos contou que você gosta de brilhante… Então todos nós ajudamos na decoração, deixando do seu jeito para se sentir mais à vontade. – Ele parou – Não precisa ter vergonha de nós, ok? – Rimos – Você quer ajuda em alguma coisa?
  - Ah… Pode ser. Se não te incomodar, eu queria só que pedisse pro Zayn para trazer as minhas outras malas, por favor. – Disse, carinhosamente, e depois cruzei os braços. Ele sorriu e assentiu, se retirando logo a seguir.
  O Niall era muito fofo com todos… Eu achava o jeito dele único e especial. E parecia um bebê.
  Enfim… comecei a desfazer as malas e colocar as roupas dentro do closet, que por acaso era gigante. Resolvi ir logo tomar banho e, no dia seguinte, terminaria de arrumar as minhas coisas.
  Entrei no banheiro – do meu próprio quarto -, e fui para o meu banho relaxante. Pensei em todos os amigos que tinha e o modo com que viveria daqui pra frente. Eu já sofri muito nesse curto tempo em que a banda começou a fazer sucesso, apenas por ser a melhor amiga do Zayn Malik. Então, não posso MESMO me envolver com ninguém… Muito menos um deles.
  A minha vida tem andado de pernas para o ar… E, pelo visto, iria ficar assim por algum tempo.
  Saí do meu banho, que alguns chamariam de sauna, e me enrolei na toalha. Fui para o quarto e olhei para a minha cama. A mesma onde o Sr. Zayn estava sentado com um sorriso perverso olhando pra mim. Dei um grito, que deve ter assustado qualquer um naquela casa.
  - O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! – Berrei, e ele riu, vindo até mim e me abraçando.
  - Calma, pequena. Não vou fazer nada, ok? – Ele sussurrou em meu ouvido, o que me deixou arrepiada, e acho que ele percebeu. – Hey, relaxa baixinha. Só vim ficar um pouco contigo e te avisar que hoje à noite vamos à roda gigante e depois jantar em algum lugar legal. E adivinha? Você vai escolher hoje! – Ele disse-me, com um lindo sorriso.
  - Zayn, eu… tenho que me vestir…
  - Ok – Ele disse sentando-se na minha cama novamente – Pode se vestir então – Olhei indignada para aquele lindo garoto moreno, sentado me esperando.
  - Tudo bem então – Disse, indo até ao closet, e me tranquei lá dentro. Vesti uma calça e uma blusa regata, com uma rendada por cima. Coloquei um All Star e sai.
  Quando abri a porta, levei um dos maiores sustos da minha vida. Dei de cara com o Zayn, que estava bem encostado à porta. Apenas olhei para ele e dei um sorriso de lado, enquanto ele sorria tipo um idiota. Passei por ele e abri a porta, mas antes de sair olhei para ele.
  - Vem? – Perguntei-lhe, ainda séria.
  - Ah pequena, vem aqui agora. – Ele falou, apontando para perto dele. Fui até lá.
  - O que foi? – Disse, brincando com a blusa dele. É, eu estava chateada.
  - Eu tava brincando, ok? – Ele disse, brincando com o meu cabelo e, logo em seguida, pegando em meu rosto, deixando-o bem próximo dele. – Eu nem tava olhando. Só fui para lá quando notei que você ia sair, pra te assustar… Desculpa tá, princesa? – Ele me encantava, mesmo ficando sério, fofo, triste, feliz, chateado ou irritado. Ele era lindo de todos os jeitos, era o meu melhor amigo.
  - Tá… Você sabe que foi chato, né? – Eu disse, olhando nos olhos dele.
  - Sei sim, mas me desculpa. – Ele disse, pensando que eu não o iria desculpar por isso.
  - Eu desculpo sim, bebê. É obvio. Mas não faz isso de novo, ok? – Eu falei e o abracei.
  - Não me deixe… Nunca. – Ele disse, me abraçando forte, como se nunca mais fosse soltar.
  - Nunca vou te deixar, eu prometo. – Parei de abraça-lo e beijei seu rosto – Eu te amo – Sussurrei em seu ouvido.
  - Eu também, baixinha. – Ele me abraçou novamente.
  Percebi a presença de alguém enquanto nos abraçávamos.
  - AI GENTE! Que cena linda! – Ouvi a voz do Louis e paramos de nos abraçar, olhando para ele rapidamente.
  - Louis… Como… Mas… - Ele me interrompeu.
  - Digamos que alguém se esqueceu de usar uma coisa chamada chave ou até mesmo a mão para apenas fechar a porta.
  - Ah, é né, Sr. Zayn! – Olhei para ele, afinal, se ele não me chamasse, a porta não ficaria aberta e os meninos não pensariam besteira.
  - Enfim, só vim avisar que eu vou me vestir agora, então… É melhor se arrumarem logo também. Os outros três já estão quase prontos. – Ele disse, saindo do quarto.
  - Vai se vestir. – Eu ordenei.
  - Ah… Mas eu quero ficar aqui com você… - Ele disse, fingindo uma cara triste.
  - Vai agora, porque eu também vou me arrumar.
  - Mas você acabou d…
  - Zayn, nós vamos sair, então eu tenho que trocar de roupa. – Ele apenas bufou e saiu, será que ele ficou chateado?
  Eu vou explicar melhor. Nós nos chateamos com coisas simples, mesmo. Se um faz alguma coisa chatinha, o outro fica chateado.
  É realmente complicado.
  Fui novamente até ao closet e peguei colans e vesti por baixo da calça. Peguei uma blusa de frio e vesti por cima daquelas. Arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem muito simples, pois como o Zayn sempre diz, eu fico melhor sem maquiagem.
  Desci e estava apenas o Liam sentado no sofá. Sentei-me no outro sofá e peguei o iPhone. Entrei no Twitter e tinha muitos replys.
  - Oi, pequena do Zayn. – Ele disse e sorriu. Ele era lindo… Eu confesso que sempre senti algo pelo Liam, tipo uma “queda”. Ele era fofo e perfeito.
  - Oi, Liam. – Disse, sorrindo.
  - Já está pronta?
  - Prontíssima. Eles vão demorar muito?
  - Não. O Louis e o Niall, pelo menos, já estavam terminando.
  - Ah, ok. O Harry e o Zayn costumam demorar?
  - Ahn… Depende. Acho que o Harry vai demorar um pouquinho mais. – Ele falou e nós rimos. – Então, . Como não temos nada pra falar, qual é o seu nome? – Olhei para ele com cara de “você está brincando né?” e rimos. – Não! Tipo, o nome todo. – Ele riu mais ainda.
  - Ah, ok – Ri – .
  - Bonito nome. – Ele disse.
  - Obrigada… - Fui interrompida por algum ser desconhecido descendo as escadas, mas era apenas o Niall.
  - Hey, gente bonita... E Liam. – Sem brincadeira… Depois que ele falou aquilo e o Liam olhou para ele com aquela cara engraçada, eu ri demais. Juro que quase passei mal.
  - , você tá bem? – Louis disse, quando viu o meu estado depois de descer as escadas. Ele apenas riu depois de saber o que aconteceu.
  - Cara… Calma! – O Liam disse, rindo também.
  - Ok – Respirei fundo e dei uma risadinha, mas me contive para não rir mais. – Estou de volta.
  - Temos que fazer uma festa por causa disso… - Louis disse vitoriosamente, e rimos.
  - Primeiro, temos que esperar as donzelas desce… - Fui interrompida novamente por alguém descendo, mas dessa vez eram os dois.
  - O que estava falando? – O Harry me olhou desafiadoramente, e eu sorri.
  - Eu disse: Temos que esperar as donzelas descerem. – Eu repeti, retribuindo o olhar. Ele apenas me encarou e sorriu de lado.
  - Tem certeza que disse isso, né?
  - Tenho sim.
  - Então, a gente pode subir lá no quarto e te mostrar a donzela.
  - Ah, gente… Que fofo – Eu parei e eles me olharam tipo: “ah?” – Ele vai me mostrar os vestidos e saltos dele. – Eu fiz uma cara meiga e todos riram.
  - Não, sério. Quer ir lá em cima, então? – Ele disse, sério.
  - Não, obrigada. – Eu ri.
  - Ah, tá com medo, né.
  - Na verdade, sim. Ninguém sabe o que você iria fazer. – fiz uma cara tensa e twittei.
  - Eu sei e você também. – Ele disse, fazendo um de tarado.
  - Vai se fuder. – Disse, mostrando o lindo dedo.
  - Você vem junto. – Ele riu, na verdade, todos estavam tensos, mas rindo.
  - Não, o Louis vai junto. – O Zayn disse, rindo, e o Louis parou de rir e foi até o Harry. Ele o olhou, não entendendo nada.
  - Você me pega no colo agora, e me leva pro quarto. – O Lou falou e todos riram.
  - Gente, agora é sério. Vamos logo antes que fique muito tarde. – O Niall falou, já mais sério, ou pelo menos tentando. Levantamo-nos e saímos de casa, eu fui diretamente para o carro.
  O Zayn ia entrar no carro.
  – Hey, posso dirigir? – Eu perguntei-lhe, quando ele ia fechar a porta. Eu sabia dirigir e eu já tinha dirigido o carro dele, e ele confiava.
  - Ok. – Ele me deu a chave e saiu. Eu apenas troquei de banco e liguei o carro. O Zayn entrou no carona e eu andei com o carro. Eles me diziam para onde ir, e eu ia… Eram como GPS para mim. Enfim, chegamos e saímos do carro. Devolvi a chave ao Zayn e o mesmo me deu um beijo na bochecha. Suspirei, apenas.
  - Eu te amo, pequena. – Ele disse, e pegou na minha mão.
  - Também te amo, Best. – Eu disse, e fomos andando junto com os outros.
  - Hey, não vão ficar de melação, né? A gente também quer curtir a , Zayn! – O Louis disse, brincando. Até parece que somos namorados.
  - Ok, gente. Calma, né! Eu vou ficar com vocês, mas eu não tenho culpa de o Zayn ser o meu melhor amigo – Eu reclamei e ri.
  - Parecem mais casados. – Harry bufou.
  - Chega! Ela vai ficar com todos nós, ok? – O Niall falou, já farto.
  Quando chegamos perto da London Eye – a roda gigante –, eu fiquei impressionada porque, para quem não sabe, eu nunca vim a Londres. Então, para mim aquilo era fantástico. Fomos até ao senhor da bilheteria.
  - 6 entradas, por favor. – O Louis disse, entregando o dinheiro.
  - Vocês sabem que só entram cinco em cada carriage. – O senhor disse-nos.
  - Mas não tem como irmos os 6? – O Niall perguntou, quase irritado.
  - Me desculpem, mas isso não é comigo. Eu só vendo os bilhetes. Falem com o senhor que os atender no embarque.
  - Ok, obrigada. – Eu disse, antes que alguém falasse alguma merda e os puxei. – Vamos, meninos.
  - Eles vão ter que nos deixar entrar, os seis. – O Niall falou, indignado.
  - Calma Ni, é claro que eles vão deixar e qualquer coisa eu vou na próxima. – Eu disse para tentar acalmá-lo, mas não funcionou.
  - Não. Nós viemos juntos, então vamos ficar juntos. E mesmo assim, não seria você a ir na próxima! – O Harry reclamou.
  - Tá gente. Se acalmem, por favor. – Eu ri.
  Eles ficaram calados e continuamos andando até ao “embarque”. Quando lá chegamos, um rapaz muito bonito pegou nos bilhetes. O Niall já ia começar a falar e eu botei a mão na boca dele.
  - Olá, senhor. Nós temos um pequeno problema… Disseram-nos que só podem entrar 5 em cada carriage, mas nós viemos juntos e queremos muito continuar assim. – Eu falei, calma, delicada e carinhosamente.
  - Ah, claro que podem. Com uma moça bonita como você… - Ele disse, sorrindo, e envergonhado nos devolvendo os bilhetes. Eu sorri.
  - Obrigada. – Eu disse e peguei na mão do Zayn e do Niall. – Da próxima vez cala a boca, Niall. – Eu sussurrei no ouvido dele.
  - Ok…
  - O que foi aquilo, ? – O Liam disse, rindo.
  - Ah… Sabem como é, né? – Eu falei e rimos.
  - Mas sério. Aposto que se o Niall tivesse feito isso, nem ia funcionar. – O Zayn riu.
  - É verdade… A não ser que fosse uma mulher, mas mesmo assim… - O Harry jogou a piada, deixando o Niall envergonhado. Tadinho, porque eles faziam isso com o bebê?
  - Gente! Parem com isso. Coitado do Bebê Horan. – Eu falei, enquanto o abraçava de lado.
  - Viram? – O Niall disse, fazendo uma careta do tipo “me inveje”. O que me fez rir. Larguei-o e entramos… Aquilo era bem espaçoso, então por que não podiam ir mais de 5? Que loucura… Mas era ali que começava a nossa viagem por Londres. Fecharam as portas e começamos a andar, para os outros entrarem na carriage de trás. Eles notaram que eu estava maravilhada.
  Todos eles conversavam nos bancos, e eu estava em pé perto do vidro olhando a paisagem, quando senti alguém se pondo atrás de mim, me envolvendo com os braços.
  - Está gostando? – Ouvi a voz do Zayn no meu ouvido… Aquilo sempre me arrepiava.   - Sim… muito. – Disse, virando-me para trás, ficando de frente pra ele. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e ele sorriu. Eu podia jurar que todos estavam nos olhando, mas não tinha importância.
  - Já decidiu aonde quer ir? – Ele riu.
  - Eu tive uma pequena ideia, mas não sei se vocês vão concordar.
  - Diga.
  - Podíamos ir ao Zuma Restaurant… Tem comida chinesa. – Eu disse, sorrindo. Eu AMAVA comida chinesa.
  - Nossa… Deu até água na boca agora… - Ele disse e rimos. Ele chegou mais perto de mim, olhando em meus olhos, e eu sorri de lado. Qualquer um diria que iríamos nos beijar, mas isso nunca aconteceria. Ele beijou minha bochecha, apenas.
  - Eu te amo. – Ele sussurrou. Por que ele continuava fazendo isso? Ele sabia que me arrepiava sempre.
  - Eu também te amo... – Falei e o abracei.
  - Hey, pessoas… A gente combinou que ela ficaria com a gente também, né Zayn. – O Harry falou e riu.
  - É tá, ok. – Ele se endireitou e nos sentamos perto deles.
  - , eu não sei se você vai querer. Mas amanhã nós podemos ir ao Big Ben… - O Liam deu a possibilidade.
  - Ah, claro que quero. – Falei a coisa mais óbvia do mundo.
  - Está bem, então. Amanhã de manhã todos acordando cedo, ok? – O Niall riu. Todos assentiram e estávamos quase chegando a terra.
  - Terra à vista. – O Louis falou.
  - Lou… Tem terra à vista desde que saímos de lá… - Eu supus, e todos riram e concordaram.
  - Tá, você tem razão. Mas você entendeu o sentido né, senhorita. – Ele disse, sarcasticamente.
  Depois de alguns minutos, descemos e fomos andando calmamente e conversando sobre várias coisas, até chegarmos ao restaurante.
  Era muito bonito por dentro, na verdade, encantador. E eu estava louca pra comer, estava morrendo de fome.
  - Poxa gente… Eu estou com fome. – O Niall, reclamou.
  - Niall, me diz uma vez que você não estava com fome. – O Liam disse, sério, e o Niall pensou.
  Sentamos à mesa e ele ainda estava pensando.
  - Ah teve aquela vez em que eu tinha acabado de comer um McTudo… - Ele disse e rimos. O McTudo foi uma edição de um hambúrguer do McDonalds. Na época de lançamento era bom, mas depois pararam de fazer porque deu alguns efeitos colaterais em algumas pessoas. Até hoje ninguém sabe por quê.
  O garçom veio até nós e fizemos os pedidos. Ele saiu e continuamos conversando, na verdade eu só estava conversando com o Harry. Ele era muito idiota, mas legal.
  - Mas… Onde você morava mesmo? – Ele me perguntou, confuso.
  - Em Liverpool. Eu sei, é longe mesmo. E é por isso que nunca vim à Londres… - Eu falei.
  - Ah, lá é bem bonito. Fui lá umas vezes e sabe o que mais gostei?
  - Não, o que foi?
  - A exposição da história dos Beatles. Achei incrível. – Ele falou e rimos.
  - Eu também gosto de lá. Na verdade, lá tem muitas coisas incríveis, mas aposto que, como eu, vocês moram em Londres, mas nunca visitam tudo isso.
  - É, e você tá certa. A gente já se acostumou.
  - Viu? É o mesmo. Eu vivia em Liverpool, mas não apreciava nada.
  - E os seus pais?
  - Ah… eles morreram em um acidente de carro. – Eu falei, meio tensa. Não tinha problema nenhum se alguém me perguntasse aquilo, já me acostumei.
  - Nossa… Desculpa, eu… Eu não sabia. – Ele disse, pensando que eu estivesse mal.
  - Calma, não tem problema. Já foi há muito tempo. – Eu disse, o acalmando.
  - Ah, ok. Você vai se habituar em me ouvir falar merda toda hora. – Nós rimos e a comida chegou.
  O Niall comia com tanto desejo que até me deixava alegre. Era engraçado até.

Capítulo 2 - Oops, they did it again

  Acordei com um ser sentado na minha cama. Esfreguei os olhos para enxerga-lo e era o Zayn.
  - Até que enfim, hein! – Ele disse, me dando um beijo na testa.
  - Bom dia pra você também! – Eu ri.
  - Dormiu bem?
  - Sim, obrigada. E você?
  - Também. Agora, levanta logo e se arruma pra irmos conhecer o resto de Londres. – Me levantei e fiquei de frente pra ele. Dei um beijo em sua bochecha e ele retribuiu. Fui até ao closet e peguei uma calça jeans, uma blusa de frio e roupa íntima. Fui tomar banho e depois me arrumei. Penteei o cabelo e fiz tudo o que uma mulher faz antes de sair.
  Desci e todos estavam lá sentamos, menos o Liam. Cumprimentei todos e fui pra cozinha tomar o café da manhã. O Liam estava lá, sentado e comendo.
  - Bom dia, Liam! – Eu disse, sorridente.
  - Bom dia, . – Ele se levantou e deu um beijo em minha bochecha.
  Fui até a geladeira e peguei o leite e os cereais. Coloquei tudo em uma tigela e me sentei pra comer.
  - Como foi sua primeira noite na nova casa? – Ele falou e sorrimos.
  - Foi muito boa e tranquila, obrigada. – Disse, de uma forma simpática.
  Eu e ele conversamos muito… Eu confesso que ele é lindo e perfeito. Quando terminamos de comer, fomos para a sala.
  - Hey, pessoas. Vamos? – O Liam disse quando chegou.
  Todos concordaram e fomos para o carro. Dessa vez o Zayn dirigiu, eu tava com muito sono para isso. Eu fui atrás com o Harry e o Louis… Já viram no que deu né?
  Imaginem eu rindo toda hora e os dois fazendo palhaçadas… Sem comentários.
  - Gente, chega! Vocês querem me matar? A minha barriga já está doendo… - Eu disse, ainda rindo. Acho que nunca ri tanto na minha vida… Eles me deixavam sempre feliz, inclusive o tonto do Louis.
  - Ok, paramos. – O Harry disse, e me deu um beijo na bochecha. Eu fiquei um pouco hipnotizada com o cheiro do perfume dele… Era incrível. E o beijo foi tão delicado… Eu sei que devem estar pensando que sou doida, mas é verdade!
  - HEY! ! Acorda minha filha! – O Niall disse depois de algum tempo.
  - Ãh? – Eu perguntei, e aposto que eu estava com cara de lesada naquele momento, tanto é que o Niall e o Zayn estavam rindo.
  - Já chegamos, pequena! – O Zayn disse, dando uma leve risada.
  - Ah tá. – Percebi que os outros três não estavam mais no carro, então saí e logo a seguir senti uma pessoa me abraçar por trás. Tinha certeza que era o Zayn.
  - Hey… O que aconteceu? Tava sonhando acordada? – Ele disse, rindo.
  - Talvez.
  - Como assim? Depois que o Harry te deu aquele be… PERAÍ! – Ele disse, e começou a rir outra vez.
  - O que foi garoto? Tá ficando louco? – Eu olhei para ele estranhamente.
  - Não é o que eu estou pensando, né?
  - E eu agora leio mentes? – Fiz uma careta.
  - Tá bom, você entendeu, baixinha. Deixa pra lá. – Ele disse e deu um beijo na minha testa. – Olha, esse aqui que a gente vai entrar agora é o Palácio de Westminster. É aqui que tem o Big Ben e tal. E depois vamos à Abadia de Westminster e à Igreja de Santa Margarida… Eu acho que você vai gostar. – Ele disse, sorrindo e me puxando para perto dos outros quatro.
  Eles estavam pegando os bilhetes e então eu dei o dinheiro do meu para o Harry, que estava pagando. Ele pegou e pagou o meu bilhete, me dando o mesmo.
  Aquilo era mesmo assim, cada um pagava o seu bilhete. Era o que combinamos para não dar confusão nem prejuízo. Quando todos tinham já os seus bilhetes, fomos primeiro para o Palácio. Era maravilhoso, eles me explicavam cada coisa e liam os folhetos. Sempre foi muito bom passear com eles… Tínhamos sempre algo para nos divertirmos, inclusive, tínhamos o Louis, né!
  Depois de uma bela olhada por lá, fomos para a Abadia, que também era linda. Eu gostei muito da igreja… Embora o Zayn não ter ido né. Ele sempre respeitou as outras religiões e isso é bom. Nós quase nunca falamos disso, porque isso não se discute. Afinal, cada um tem sua crença, mas tem algumas pessoas que se esquecem do respeito no cordão umbilical.
  Agora na véspera desse Natal, algumas garotas foram até a casa dele e empurraram a Tia Patrícia… Além de terem insultado eles, né. O Zayn ficou muito mal naquela época, mas superou. Foi bem difícil ter que ver ele daquele jeito… Era chato.
  Enfim, fomos almoçar em algum lugar, e depois demos um passeio por Londres. Foi divertido, mas uma coisa me incomodava… Os olhares estranhos do Harry pra mim. Será que havia algum problema ou ele cismava comigo?

  Já fazia uma semana que eu morava aqui e me dava super bem com todos eles. Mas ainda havia um problema… Os estranhos olhares do Harry.
  - Harry, posso falar contigo? – Disse, entrando em seu quarto.
  - Claro, senta aí. – Ele disse, fechando o armário.
  - Então… Quer me contar alguma coisa? - Decidi ir logo ao assunto.
  - Ahn… Como a-assim? – Ele gaguejou, nervoso.
  - É que você tem me olhado de um jeito estranho, e isso tá me incomodando.
  - Ah… - Ele parou – Só não fica brava comigo, ok?
  - Ok, não vou ficar.
  - Então… É que eu tô meio que… Afim de você. – O QUE? Meu Deus… Não pode. Caralho, que problema esses garotos tem? Eu sou feia, chata e às vezes arrogante… Eu, naquele momento, não sabia o que falar. – Eu sei que você não deve estar afim de mim, mas não tem problema, ok? Não precisa nem falar nada, só continue sendo minha amiga… - Ele tentou me ajudar.
  - Ah… desculpa Harry… Você é muito legal, bonito e perfeito, mas… - Eu suspirei.
  - Não tem problema – Ele disse, sorrindo. – Eu já disse.
  - OK… Se você não se importa, eu tenho que ir encontrar uma pessoa agora… - Eu disse e dei um beijo na sua bochecha, como sempre fazia. Na verdade, eu fiz uma pequena mentirinha… Eu ia apenas encontrar o Zayn, ele me daria bons conselhos, com certeza. Eu, sinceramente, não sabia mesmo o que fazer… Aquilo era demais para mim. O que eu mais temia estava acontecendo, e isso não é nada bom. E não quero, de jeito nem maneira alguma, magoar o Harry, porque ele é uma pessoa perfeita… Eu não gosto que me magoem, então não magoo os outros. É um simples ato que faz muita diferença… Quando resolvo minha vida, aparecem sempre problemas. É incrível.
  Fui correndo para o quarto do Zayn, abri a porta e tranquei. Ele me olhou assustado.
  - Zayn, socorro.

Capítulo 3 - Come on and make this harder, baby

  – O que aconteceu, ? Você tá pálida! – Ele me disse, assustado.
  - Estou com problemas. – Eu disse, já chorando e o abraçando. Algumas pessoas podem pensar que aquilo foi dramático demais, mas sempre existiu o nosso drama com isso… Eu sempre morri de medo de me apaixonar por um deles, como já disse algumas vezes, e deles se apaixonarem. Eu não queria que isso acontecesse pelo mesmo motivo de não querer me apaixonar… Alguém podia acabar se magoando, e eu não gosto nada disso.
  - Oh, me fala! Você está me deixando preocupado, pequena! – Ele disse, me abraçando mais forte.
  - O Harry está afim de mim, ele me contou agora há pouco tempo… O que eu vou fazer Zayn? Me diz… - Eu disse, tentando me acalmar, mas foi um pouco difícil, vendo que o Zayn também ficou um pouco estranho com a notícia.
  - … Eu não sei, pequena… Eu sinto muito mesmo, mas… Você sabe que não podemos fazer nada, né? – Ele parou e eu assenti – Se acalma, por favor. A única coisa que você tem que fazer é não se apaixonar, ou então, se apaixonar pelo cara certo, pelo menos… Me promete uma coisa?
  - Fala.
  - Promete que não vai se magoar? – Ele disse, levantando meu queixo e olhando em meus olhos.
  - Prometo – Eu tentei sorrir, embora as lágrimas não me deixassem.
  Eu passei ali à tarde com ele, conversando e assistindo TV. Esse era o bom de ter um melhor amigo como ele, se você estiver na pior, ele faz qualquer coisa pra te deixar bem… E isso é bom, pelo menos pra mim. Eu queria que o tempo passasse rápido, mas ao mesmo tempo não… Eu queria fazer alguma coisa.

  – Gente, vamos fazer alguma coisa? – Eu disse, enquanto me sentava ao lado de Zayn e Liam.
  - Podíamos ir a um pub… - O Niall, amante de pubs, falou sorridente.
  - Até que não é uma má ideia… - Eu falei, pensando.
  - Então, vamos pro pub. – O Louis disse, se levantando e indo em direção à escada. Todos foram se arrumar e eu, inclusivamente.
  Coloquei um vestido preto brilhante, com um salto simples. Passei uma maquiagem e fiz um penteado legal e normal ao mesmo tempo. Peguei a minha bolsa e abri a porta.
  Quando saí, dei de cara com o Louis.
  – Hey, garotinha. – Ele disse, acenando e sorrindo de um jeito engraçado.
  - Oi garoto que ama cenouras. – Eu falei, sorrindo.
  - Eles já foram, e eu fiquei aqui pra te esperar – MAS O QUE… Eu demorei tanto assim?
  - Ah… quanto tempo eu demorei?
  - Ah, só uma hora ou mais.
  - Sério? – Eu disse, impressionada.
  - Sim, então vamos logo antes de perdermos algo. Porque sempre que eu falto ou me atraso, acontece algo legal… eles podem estar dando cenouras, quem sabe. – Ele disse, me puxando pra baixo.
  Fomos para o carro dele, e ele fez questão de abrir a porta pra mim – o que eu achei muito estranho, mas fofo.
  - Onde fica o pub daqui? – Eu perguntei-lhe, afinal, nunca estive em Londres.
  - Ah, fica há uns 15 minutos daqui.
  - Posso ligar a rádio? – Ele assentiu, sorrindo, e a liguei. Por incrível que pareça, estava começando a tocar One Thing… Eu achei aquilo fantástico, né.
  - Caramba… - Ele disse, todo sorridente. Era legal ver a musica deles fazer sucesso, foi o que sempre sonharam.
  Fomos conversando pelo caminho. Na verdade, brisando, pois não falávamos nada com nada. E quando chegamos, eu não sei por que, mas fiquei com ódio… O Harry estava do lado de fora, beijando uma garota que estava encostada à parede. Eu sei que não deveria sentir nada ao ver aquilo, mas infelizmente eu senti. E isso não é nada bom.
  O Louis veio abrir a porta para mim e eu saí. Esperei-o e demos as mãos.
  Não era estranho, pois nessa semana eu e todos eles nos tornamos bons amigos.
  - ! Você está linda! – O Zayn veio até mim, e pude notar que ele já estava um pouco bêbado… Ele me abraçou e pegou na minha bunda, me deixando incrédula. Como ele pôde fazer isso? Tudo bem que ele estava bêbado, mas não está inconsciente - eu achava.
  - ZAYN! – Eu gritei em seu ouvido, e ele me olhou assustado. – O que foi isso? O que te deu?
  - O que, o que? – Ele falou, rindo.
  - Louis, vê se tem alguém que não esteja bem pra me levar pra casa com o Zayn, por favor.
  - Se você quiser eu levo vocês, ué. – Ele falou.
  - Não, você acabou de chegar, é garoto e tem que se divertir um pouco também. Só faz esse favor.
  - Ok, já volto. – Ele me disse, dando um beijo na bochecha. Eu não sabia o que fazer com o Zayn… Eu não fui feita pra lidar com bêbados, admito. Tentei deixá-lo quieto por um tempo até ao Louis voltar, mas quem veio foi o Liam.
  - O que aconteceu, ? – Ele me perguntou, preocupado, pois quando viu o Zayn rindo feito um idiota retardado, e eu com cara de “OH GOD”, se assustou.
  - Ele está bêbado.
  - Eu levo vocês, vem. – Ele disse, e depois me ajudou a convencer o Zayn a ir pro carro. Quando chegamos lá, o Harry estava de pegação ainda. Mas dessa vez era com outra garota. Pelo amor de Deus, ele disse que tava afim de mim, mas afinal está afim de todas. Só tenho uma palavra acerca disso: galinha.
  - Finalmente! – O Liam disse, entrando no carro, pois conseguiu colocar o Zayn lá. Fomos até a casa em silêncio, afinal, não tínhamos o que falar. O Liam sempre tem sido muito legal e atencioso comigo, e eu estava começando a sentir algo bom por ele… Não algo como o que sentia pelo Harry, pois era apenas atração. Com o Liam era diferente… Não sei por que, mas era. Eu queria dizer isso a ele, mas não podia. Eu sabia que ele não sentia nada por mim, porque ele estava ficando com a Dani.
  Quando chegamos, eu levei o Zayn para o quarto dele, ajudei-o a tirar a roupa, ficando apenas de cueca – sem besteiras, mas ele era sexy… -, e o coloquei debaixo do chuveiro com água fria. Ele reclamou um pouco, mas acabou se acostumando.
  O problema é que ele me puxou, e me molhou toda. Isso me deixou com raiva. Ele parecia estar bem melhor, já se lembrava de algumas coisas e já brincava normalmente. O que era bom sinal.
  Ficamos fazendo guerra de água, mas depois saímos. Ele disse que eu já podia ir fazer o que tinha pra fazer, porque ele conseguia se cuidar. Então saí e fui para a sala onde o Liam estava sentado, me sentei ao seu lado e ele sorriu quando me viu.
  - Então? Ele tá melhor? – Ele perguntou-me.
  - Está sim, aparentemente. – Eu ri e ele também.
  Começamos a conversar sobre um monte de coisas e ele me contou que a Dani tinha traído ele, mas ele não ficou tão mal porque só estava com ela por ela ser uma boa pessoa para ele. E nisso eu concordava, porque ela realmente era uma boa pessoa.
  – E você, ? Está “in Love” – Ele disse, rindo, e eu sorri.
  - Talvez… - Eu falei, abaixando a cabeça e sorrindo como uma boba.
  - Posso saber?
  - Talvez… - Nós rimos e ele levantou o meu rosto com a mão, chegando mais perto e olhando em meus olhos. Eu realmente me perdi naqueles olhos castanhos perfeitos, ainda mais com aquele sorriso lindo… Alguém me ajude.

Capítulo 4 - Who owns my heart?

  Eu estava em transe, não conseguia me mexer nem por um segundo… Não sabia o que fazer nem o que falar. Ele estava chegando cada vez mais perto, mas eu não podia! Eu tinha que fazer algo para impedir que aquilo acontecesse, mas eu queria…
  - Ahn… Liam… Eu acho melhor não… - Eu disse, o empurrando levemente.
  - Hm… Me desculpa, eu me deixei levar… Sério, desculpa. – Ele disse, envergonhado.
  - Não tem problema. – Eu disse, sorrindo pra ele. – Bom, eu vou ver se está tudo bem lá em cima, ok?
  - Quer que vá com você?
  - Não precisa, obrigada. – falei e sorri, logo indo subir as escadas. Percebi que ele foi pra cozinha, mas enfim.
  Quando cheguei lá em cima, fui diretamente para o quarto do Zayn. Eu tinha que cuidar dele agora, mesmo ele estando melhor, eu sabia que no dia seguinte ele ficaria com dores de cabeça terríveis.
  Quando entrei, ele não estava no quarto e a porta do banheiro estava aberta com a luz acesa, então, provavelmente, ele estaria lá.
  - Zayn! O que aconteceu? – Eu fui correndo até ele, que estava ajoelhado em frente ao vaso, vomitando.
  - Não sei… Acho que bebi demais… - Ele disse, com um pouco de dificuldade. Eu me abaixei ao seu lado e depois de algum tempo ele conseguiu parar.
  - Você está bem? – Perguntei, preocupada.
  - Estou bem melhor, não se preocupe, ok? – Ele disse e foi escovar os dentes. Enquanto isso fui arrumar a cama dele, para ele se deitar depois. - , os outros já chegaram? – Ele perguntou-me, saindo do quarto e sentando-se ao meu lado.
  - Que eu saiba, ainda não… Mas devem voltar mais tarde. – Eu disse e sorri – Mas o senhor tem que dormir, ok?
  - Aaaaah… Já? – Ele falou, com uma carinha… Que meu Deus!
  - É… Já… - Eu falei devagar – Ah, vai logo dormir, menino! – Eu disse me levantando. Ele riu e me puxou, fazendo-me sentar em seu colo.
  - Então hoje você dorme comigo, ok? – Ele disse, me seduzindo. Eu ainda não entendia por que ele fazia isso. E se eu não resistisse?
  - Não Zayn, eu acho melhor não. – Eu disse, olhando para ele.
  - Por quê? – Ele falou, com uma cara tristinha.
  - Porque… Porque… Ai Zayn, não sei. – Eu reclamei.
  - Ah, vai dormir sim e pronto. – Ele disse, fazendo-me cócegas. Eu morria de rir e ele se divertia com isso, mas depois ele parou porque eu já não estava aguentando.
  Nos deitamos e ficamos conversando sobre besteiras até dar o sono… Eu confesso que tava dormindo bem, mas praticamente me obriguei a acordar pra ir para o meu quarto. Levantei, e antes de ir dormir, decidi ir beber água, pois minha boca estava igual ao Egito.
  Entrei, peguei a água e bebi. Quando me virei, o Niall estava indo abrir a geladeira, como de costume.
  - Niall, o que estava fazendo aqui a esta hora? – Perguntei-lhe, depois do susto.
  - Ah, só estou com fome. – Ele disse, passando a mão na barriga.
  - Me diz quando não está… - Falei saindo, e ele riu. Subi as escadas e o Zayn estava no corredor, quando notou minha presença virou-se pra mim.
  - Onde foi? Está fugindo de mim, é? – Ele disse, brincando.
  - Fui beber água e ia pro meu quarto…
  - Não, você vai dormir comigo! – Ele disse, e me puxou pra perto dele, fazendo nossos corpos ficarem juntos. Eu fiquei meio constrangida por aquilo…
  - Ahn… então vamos logo. – Eu disse baixinho, olhando pra baixo. Empurrei-o um pouquinho para ele andar e fomos para o quarto. Ele se deitou e eu me deitei depois, apenas.

  Eu tentava dormir, mas não conseguia. Alguma coisa me incomodava naquele momento… Eu sentia que precisava de uma amiga, mas pra falar a verdade, todas as minhas amigas moravam super longe de mim e nunca podiam me visitar. Era chato, porque tem certas coisas que eu não podia conversar com o Zayn. Se ele soubesse tudo o que eu sentia, ele iria ficar confuso… Porque meus sentimentos eram misturados e estranhos demais para a funcionalidade cerebral de qualquer outra pessoa, mas até mais para garotos.
  Eu não sabia o que sentia nem o que era exatamente. Só sabia que… Eu sentia algo por cada um deles, e vamos combinar que isso era muito doido.
  Eu, pode se dizer que, amava o Liam. Mas ao mesmo tempo, sentia algo inexplicável pelo Zayn. E também uma forte atração e ciúmes do Harry. Um grande afeto e amizade pelo Louis, e uma espécie de “coisa” pelo Niall. Eu disse, muito doido.
  Tentei dormir, mas a minha consciência deixou o meu sono um pouco excluído de mim… O que é chato.

  - Heeeeeeey! Acorda, ! – Ouvi uma pessoa gritar e pular em cima de mim logo a seguir. Dei um grito muito alto, e esfreguei logo os olhos para ver quem era. E adivinha? Ah, claro né. Só podia ser o palhaço do Louis. Ele estava rindo e percebi que os outros também estavam à porta rindo… Mas por quê?
  - Porra gente! Que isto? – Eu reclamei, furiosa.
  - , já são 3 da tarde! – O Harry disse, rindo. Mas como assim, 3 da tarde? Eu dormi tanto assim, meu Deus?
  - Ah, e é por isso que tem que fazer essa festa toda? – Eu bufei.
  - Não, é porque a gente não sabe o que você está fazendo no quarto do Zayn – O Liam falou, um pouco sério. Ai está o motivo da risada, o único que não estava lá era o próprio Zayn...
  - Oh, parou a palhaçada, ok? – Eu levantei-me e passei por eles irritada, indo para o meu quarto.
  Eu sei, posso ter sido grossa de mais e tal, mas eu fico muito estressada quando me acordam e eu não dormi quase nada. Se eu estiver com sono, acabou o teu dia, querido.
  Fui para o banheiro fazer o que tinha pra fazer e depois vesti uma calça e um blusão do Queen. Ah, ainda não falei sobre a minha paixão pelo Queen, né? Então, agora já sabem. Eu tenho uma coleção inteira com CD’s, DVD’s, fotos autografadas, pôsteres, entrevistas, gravações… É a vida de fã, né.
  Alguém estava batendo na porta igual uma gata no cio.
  - Quem é? – Gritei, pois estava na cômoda penteando o cabelo.
  - Sou eu, o Liam. Acho que precisamos conversar – Precisamos é? Nem sabia.
  - Tá, entra aí. – Eu berrei novamente. Percebi que ele entrou e fechou a porta. Mas a pergunta que não saia da minha cabeça era: “O que ele queria conversar?”
  - Então, . Eu só quero saber uma única coisa, pelo menos. – Ele disse, depois de se sentar na cama.
  - Diga. – Eu falei, despreocupada, e me sentei ao seu lado.
  - É… O que você estava fazendo no quarto do Zayn? – Ele disse, um pouco baixo, mas foi compatível com o meu nível de entendimento.
  - Bom… Ontem à noite ele pediu pra eu dormir com ele, e como você sabe ele é muito cabeça dura, e eu tive que dormir. Mas nada de mais, ok? – Eu disse, e percebi que ele ficou um pouco desconfiado – Por que a pergunta?
  - Um dia talvez você saiba… - Ele disse e aquilo deu um toque de mistério para a frase. Ele se levantou sem dizer nada e saiu do quarto cabisbaixo. Eu não sou boba, espero que ele não esteja apaixonado ou algo do tipo.
  Saí do quarto e desci, não tinha absolutamente ninguém ali. Parecia até um daqueles filmes do faroeste, porque só faltava a bola de feno passar por ali e ouvir-se “Bang- Bang”. Estava tudo muito silencioso. Acho que nem espíritos tinha ali, o que era muito estranho. Olhei para a mesinha central da sala e vi um bilhete, então como toda a pessoa, peguei o bilhete.
  “Vá para o quintal de trás e procure a segunda pista”
  Ok. Aquilo era estranho demais. Já é muita doideira para um dia só… Enfim, fui para o quintal e procurei o papel. Vasculhei todos os lugares e depois o achei atrás de uma roseira vermelha.
  “Procure o seu paraíso nos lugares mais evidentes”
  O meu paraíso? Lugares evidentes? Peraí, isso tá parecendo um daqueles filmezinhos estranhos já.
  Se eu fosse uma pessoa idiota e retardada… Peraí, mas eu sou.
  Enfim, como eu sou, onde seria o meu pa… Ah, claro. Óbvio, como não pensei antes? Todos eles sabiam daquele lugar. Pra mim era mágico, o meu ponto de paz e harmonia. Íamos para lá quase todos os dias.
  Passei um arbusto e segui uma pequena trilha que eu e o Liam fizemos. Foi difícil, eu confesso, mas valeu a pena.
  Quando passei, cheguei ao “meu paraíso”. Era uma espécie de jardim selvagem que tinha ali. Não imaginem uma coisa com plantas estranhas e grama escura. Aquilo era mesmo um paraíso. Com grama perfeitamente verde, flores sempre vivas e cores alegres por todo o campo e um pequeno lago azul. Procurei o próximo bilhete e, quando achei, li-o rapidamente.
  “Se você fosse um coelho, onde esconderia uma cenoura?”
  Ok, será que foi o Louis que escreveu isso? Ah não, que ideia idiota né! (Ironia é demais)
  Obviamente ele esconderia em uma toca. E nós conhecíamos uma toca de coelhos, mais pra longe.
  Corri até à roda de arvores onde havia mais um cartão em cima de um buraco. Peguei- o e abri.
  “Vá até ao final do arco Iris e encontre a chave do seu coração”
  Arco Iris? Chave do meu coração? Nem eu sabia disso. Olhei ao meu redor à procura do tal arco Iris e apenas vi o desenho da tentativa de um. Comecei a rir, porque aquilo era bizarro.
  Segui a sequencia daquelas árvores pintadas e cheguei à outra trilha. Prossegui até ao final do arco Iris e comecei a procurar a chave. Vi algumas folhas em uma espécie de montinho e destruí o mesmo. Lá estava a chave.
  Procurei algum lugar onde encaixar a chave e encontrei um coração, que comprei uma vez onde se colocava cartas. O abri e peguei o bilhete, lá dizia:
  “Eu te amo, acredite. Apenas olhe para trás”
  Quando olhei para trás, me surpreendi, pois já havia pensado na possibilidade de ser ele.

Capítulo 5 - So you love me and I love you?

  Eu estava confusa… Ele me amava?
  Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas eu gostei de saber disso. Eu estava sem reação e ele sorriu. Eu fui até ele e o mesmo sorriu, pegando em minha mão.
  - Ficou surpresa, né? – Ele disse, meio estranho.
  - Obvio… Não é todo dia que acontece isso, né. – Eu falei e rimos.
  - Mas… Quem achou que era?
  - Bom. Eu sabia que era um de vocês, mas desconfiava de todos.
  - É porque todos ajudaram. – Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.
  - Então… Pra que foi tudo isso? – Eu falei sorrindo, e olhei pra ele. Ele me olhava nos olhos e aquilo me encantava.
  - Vem. Eu te explico. – Ele disse, pegando novamente em minha mão e me puxando levemente.
  Fomos caminhando um pouco mais e chegamos a um lugar onde tinha uma mesa toda decorada, duas cadeiras e uma árvore gigantesca e muito linda em cima. Eu sabia o que ele pretendia com tudo aquilo. E ele conseguiu. Eu estava totalmente encantada com tantas fofuras. Ele puxou a cadeira e eu me sentei, ele se sentou logo a seguir.
  Ficamos conversando por muito tempo. Eu sempre me dava bem com ele, nossas conversas tinham sentido às vezes, mas… Na maioria das vezes nunca tem.
  - Então, . Eu vou ser breve, porque nunca fui bom nessas coisas. – Aquilo me deixou confusa – Desde que você chegou, minha vida mudou completamente. Tudo me lembrava você e eu sempre tinha a necessidade de ver você, saber se você está bem e falar com você… Eu não sei mesmo se você sente alguma coisa por mim, mas mesmo assim… Eu te amo. – Ele disse todo fofo e calmo. Ok, morri em 3,2…
  - Ahn, Liam… Oh meu Deus… Eu não sei o que falar – Eu disse, sorrindo, mas ao mesmo tempo muito envergonhada. Ele riu – Olha, presta bem atenção ok? – Ele assentiu. – Eu sinto alguma coisa por você sim. Eu não tenho bem certeza, mas é algo muito estranho e confuso. Você me deixa louca, sem sentidos, às vezes até esqueço como se respira, como se anda e quando eu estou com você eu fico com medo.
  - Medo?
  - É, medo. Medo de estar apaixonada, medo de perder o assunto, medo de esquecer do que você está falando, medo de falar algo errado, ou medo de esquecer como se fala. – Eu falei e rimos. Depois eu cheguei mais pra frente – Eu te amo, ok? – Eu disse, sorrindo, e ainda envergonhada. Eu não acreditava ainda no que estava acontecendo. Era surreal… Eu nunca imaginei alguma coisa assim, porque com certeza foi a coisa mais fofa e linda que alguém já fez pra mim. Eu queria chorar, mas ao mesmo tempo queria o beijar e abraçar. Falar tudo o que sinto. Tudo mesmo. Porque o que eu falei, foi só uma pequena parte desse sentimento estranho.
  - Você não sabe como eu estou feliz em saber disso. – Ele disse sorrindo e se levantou. Chegou perto de mim e me puxou pra dançar. É. Dançar sem música.
  Ele era fofo e divertido. Embora aquilo fosse uma coisa de loucos, era muito perfeito. O ruim é que começou a chover, mas acho que deixou um clima legal. Ele pegou-me no colo e me girou. Nós já estávamos encharcados, mas nada mais importava naquele momento. Eu só o queria ali comigo. Enquanto ele estivesse, estava tudo bem. Quando de repente paramos de dançar ele chegou mais perto sorrindo, e dessa vez eu não podia negar aquilo, porque eu queria muito. Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e eu sorri. Passou a mão em meu rosto e me deu um delicado beijo, como se eu fosse um pequeno e frágil cristal. Eu gostava do jeito lindo e carinhoso dele. Acho que era uma das melhores qualidades dele, sem falar na responsabilidade. Ele estava com um braço em volta da minha cintura e o outro segurando meu queixo. Minhas duas mãos estavam em seu peito, e eu sentia o seu coração pulsar aceleradamente. Aquilo era perfeito… Amar e ser correspondido não tem preço. Eu queria que aquele momento durasse pra sempre. Eu tinha muito medo de que aquilo fosse apenas um sonho, e eu acordasse a qualquer momento.
  Ele parou o beijo com alguns selinhos e sorrimos. Já disse que ele era perfeito? Obviamente já, né…
  - Eu te amo, linda. – Ele disse carinhosamente, o que me deixou doida.
  - Eu também te amo, fofo. – Eu falei e sorrimos… Aquele momento estava perfeito.
  Ele de repente pegou na minha mão, me fazendo girar e rir ao mesmo tempo. Voltamos a dançar.
  Imaginem dois retardados como nós dançando de noite, com chuva forte, em um jardim. Lindo, né? Acho que é o sonho de qualquer garota com coração.
  Se eu pudesse descrever aquele momento, seria apenas com poucas palavras. Simplesmente perfeito.
  - Hey, onde os meninos estão? – Eu perguntei, curiosa, quando já estávamos de volta na mesa comendo.
  - Ah, eu pedi pra eles irem dar uma volta ou arrumar a casa. – Ele disse e ri.
  - Eu acho que eles vão dar uma volta, porque eles vão ficar longe de arrumar a casa… - Eu falei e rimos, pois era verdade né.
  - Então, … Nós vamos dormir aqui, ok? – Ele disse-me, sorrindo. Eu fiquei confusa, íamos dormir no chão?
  - Vamos? Onde? – Eu perguntei, curiosa.
  - Ali. Vem comigo. – Ele falou, me puxando. De repente chegamos a um lugar que eu nunca havia visto… Era perfeito. – Vamos conhecer, vem.
  Subimos a escada e entramos… Era simplesmente perfeito. Tinha aquele contraste que eu amava, com flores. Não canso de dizer que era perfeito!
  Ele se sentou na cama, e bateu no espaço ao seu lado para eu me sentar. Sentei- me e ele envolveu minha cintura com seu braço esquerdo. Já falei que ele era perfeito? Já né…
  - Quer fazer o que? – Ele perguntou, com aquele sorriso perfeito.
  - Não sei. O que tem pra fazer?
  - Hum… Eu estou um pouco cansado, mas se tiver alguma ideia do que fazer, podemos fazer.
  - Ok. Vamos dormir então. E se não conseguirmos, ficamos conversando, pode ser? – Ele assentiu e me puxou para um beijo. Era intenso e calmo… Era maravilhoso. Na verdade, tudo com ele era maravilhoso. Eu me sentia além da vida… Em um perfeito lugar onde não existem problemas, nada além de nós dois.
  Naquele momento, eu percebi que eu precisava dele daqui pra frente. Não conseguiria mais viver sem ele… Ele era agora o motivo de tudo.
  Conversávamos sobre coisas idiotas, falávamos sobre amor e amizades… Era tudo maravilhoso.

Capítulo 6 - Oh my God. Help me?

  O sol refletiu em meus olhos, o que me fez acordar imediatamente. Eu percebi que o Liam já estava acordado e olhando pra mim. Será que ele estava assim há muito tempo?
  - Bom dia, princesa. – Ele disse todo carinhoso, vindo até mim e me dando um beijo.
  - Bom dia, perfeição. – Eu retribui o beijo e sorri.
  - Dormiu bem? – Ele perguntou-me, afagando meu rosto.
  - Muito bem, e você? – Sorri.
  - Melhor é impossível… Hey, vamos levantar e voltar pra casa, porque aqui não tem café da manhã! – Ele falou e rimos. Levantei-me e fui até ao banheiro. Lavei o rosto e me ajeitei, pra ficar um pouco apresentável né.
  Quando saí, o Liam já estava pronto e veio até mim, me impedindo de falar qualquer coisa… Dando-me um beijo. Não era um beijo comum, ele tinha algo diferente de qualquer outro. Era apaixonante, envolvente e bom. Era o melhor do mundo em uma simples união… Mas, pra mim, era tudo o que eu precisava para me sentir bem.
  - Liam, eu tô com fome. – Eu reclamei o empurrando, e sorrimos.
  - Ok, desculpa. Não resisti. Vamos então. – Ele disse, pegando na minha mão e abrindo a porta.
  Descemos as escadas e pegamos aquele trajeto todo novamente, até que enfim chegamos no quintal! Fomos pra dentro de casa e apenas o Louis estava na sala.
  - Até que enfim os pombinhos voltaram. O que andaram fazendo a noite toda, hein? Mal começaram e já tá de safadeza, Liam? Eu já te disse que isso é feio! – Ele falou, como se fosse a mãe dele, e eu não aguentei e comecei a rir igual uma louca. Já notaram que tenho problemas com riso, né? Ainda mais quando são as palhaçadas do Louis… Ai fudeu.
  Eu fui diretamente para o meu quarto e tomei um belo banho quente. Estava muito frio lá fora, que nem imaginam!
  Pode-se dizer que o dia anterior foi um dos melhores dias da minha vida… Eu parecia uma boba apaixonada, eu sei. Mas é que era um sentimento tão bom e estupendo que me deixava sem sentidos.
  Quando terminei o banho, vesti uma roupa qualquer pra andar em casa e saí. Os meninos estavam todos na sala. Sentei- me ao lado do Liam e ele me deu um beijo na testa.
  Ficamos conversando sobre o que iríamos fazer no resto do dia, já que não tínhamos absolutamente nada planejado. Eu percebi que Harry e Zayn estavam um pouco estranhos. Quase não falavam nem davam palpite… Eu ainda não tinha falado com o Zayn sobre o que aconteceu no dia anterior. Mas também, ele nem falou comigo. Não deu nem um bom dia sequer.
  Eu me levantei e fui pro quarto dele e rapidamente mandei uma mensagem para o mesmo.
  “Vem no seu quarto agora, a gente precisa conversar”
  E ele, em questão de segundos, mandou um sms.
  “Conversar sobre o que? O seu namorico novo com o Liam? Não, obrigado.”
  Eu não entendia o que estava acontecendo com ele. Mas eu precisava saber e era agora ou nunca.
  “Eu estou mandando você vir aqui, então me obedeça, ok?”
  Depois de uns 5 minutos, não ouvi mais nada. Nenhum sms, nada mesmo. Fiquei pensando nas hipóteses de ele estar chateado com alguma coisa que eu fiz. Mas eu não fiz nada.
  A porta se abriu, interrompendo meus pensamentos. Finalmente, era ele. Com a mesma cara de seriedade e tédio.
  - O que está acontecendo? Posso saber? Eu fiz alguma coisa? Porque se eu fiz, é melhor você falar agora. – Eu falei, de uma maneira rápida e impaciente.
  - Ok, você quer mesmo saber o que está acontecendo? Eu não gosto do seu namoro ou ficada com o Liam! É isso! – Ele cuspiu as palavras, mas eu não entendia o por quê daquilo tudo.
  - E por quê? Por que você não gosta? – Eu disse, reclamando. – Quem tem que gostar sou eu. E, a propósito, eu e ele não estamos namorando, ok? Ficar até pode-se dizer que sim, mas nós só dissemos o que sentíamos e acho que você deveria me apoiar, porque é o meu melhor amigo, Zayn! – Eu falei, e meus olhos já marejavam. Eu estava incrédula, afinal, ele é meu melhor amigo e deveria me apoiar em qualquer decisão que eu tomasse.
  - Eu só não te conto a verdade, porque corro risco de perder sua amizade pra sempre. Então vamos fingir que nada aconteceu, ok? – Ele falou e saiu do quarto, batendo a porta com um pouco de força. Eu já disse, não sabia o que estava acontecendo com ele. Nunca o vi assim, dessa forma tão agressiva e odiosa. Eu não tinha feito nada, e muito menos o Liam. Eles são amigos, melhores amigos. Por que ele teria alguma coisa contra o namoro? Eu sempre quis ver o Zayn feliz, então fiz sempre tudo do jeito que ele achava melhor. Mas dessa vez era diferente. Eram meus sentimentos que estavam em jogo. A minha vida, meus sonhos e tudo mais.
  Eu queria muito saber a verdade, porque isso foi uma coisa que nunca escondemos um do outro. Eu queria saber o que estava acontecendo com ele…
  Corri até ao meu quarto e chamei um táxi. Peguei uma bolsa e comecei a colocar um monte de coisas dentro. Meu iPhone, carteira, habilitação, óculos e uma muda de roupa (apenas pra me prevenir). Fui logo me vestir e desci.
  Todos me viram arrumada e decidida a abrir a porta, apenas estranharam.
  - Aonde vai, amor? – Liam perguntou-me cuidadosa e calmamente.
  - Resolver a vida. – Foram minhas últimas palavras antes de sair.
  O taxi já estava ali me esperando, apenas entrei e cumprimentei a senhora que dirigia.
  - Pode me deixar na concessionária da Ford? – Eu indaguei calmamente. Estava mais decida do que nunca, iria comprar meu próprio carro naquele momento. Ou era naquele dia, ou nunca.
  Eu sei o que estão pensando. Deveria ter chamado alguém pra vir comigo, afinal meninos sabem mais sobre carros… Mas acho que isso eu deveria decidir sozinha. A pessoa que eu mais precisava e me importava a opinião, não estava muito a fim de conversar comigo.
  Eu queria um carro bom e bonito. Não me importava o preço, afinal sempre poupei muito dinheiro para o meu carro e não compraria um carro que custasse mais de 1.000.000 de libras né!
  Quando chegamos, a mulher disse que iria esperar um pouco, caso precisasse de alguma coisa. Ela era bem simpática, viemos a viagem toda conversando. Entrei decididamente na concessionária, e fui logo abordada por uma mulher que me parecia muito gentil.
  - Bom dia. Posso ajuda-la? – Ela disse, com um largo sorriso no rosto.
  - Claro. Eu gostaria de comprar um carro bom e bonito, qual você me indicaria? – Perguntei calma e atenciosamente, ela apenas sorriu.
  - Venha – Ela disse-me e apenas fui ao seu lado – Nós temos o novo Fiesta Hatch. Em minha opinião, é muito bom. O preço é estável e simpático. Acho que vai gostar. – Ela riu.
  Chegamos a um andar onde tinham apenas carros novos. Continuei seguindo ela e quando ela parou, vimos um carro perfeito pra mim. Eu simplesmente adorei!
  - É este. – Ela abriu a porta do motorista e pediu para que eu entrasse. Eu entrei e era muito confortável e bom. O volante era macio e a embreagem era forte. Eu gostei.
  - Eu compro. – Eu disse rapidamente, e ela sorriu.
  Ela me mostrou o resto do carro, e era realmente muito bom. Fomos até ao balcão e resolvemos tudo. Paguei, mostrei a carteira de motorista, os documentos. Era muito simples.
  Sei que ninguém imaginava que iria comprar um carro assim, do nada. Mas eu precisava ir aos lugares que queria sem depender de ninguém! E, além do mais, sempre sonhei em ter meu próprio carro, acreditem ou não.
  Eu estava muito feliz. A – atendente – me levou até lá fora e rapidamente apareceu o meu carro. O homem estacionou a nossa frente e saiu do carro me entregando as chaves. Eu e a acabamos virando amigas. Trocamos telefone e tudo.
  - Boa sorte, e se precisar de alguma coisa é só ligar, ok ? – Ela disse sorrindo, e nos despedimos.
  - Obrigada, ! Qualquer dia me liga pra marcarmos alguma coisa. – Eu disse, e entrei no carro. Eu ainda não acreditava… ERA O MEU PRÓPRIO CARRO!
  Liguei-o e fui pra casa. Ah, esqueci-me de falar que ganhei um GPS. Paguei apenas dez libras a mais pra ganhá-lo. Era uma promoção boa que a Ford estava fazendo.
  Foi fácil e rápido voltar pra casa, embora eu não quisesse sair ainda do meu lindo carrinho…
  Entrei em casa e todos me olhavam curiosos.
  - Resolveu a vida? – O Niall perguntou-me.
  - Sim, mais que resolvida! – Eu disse alegremente.
  - O que te deixou tão feliz? – O Harry perguntou, rindo.
  - Vocês nem vão acreditar! – Eu disse, ainda feliz, e deixei minha bolsa em cima da mesa, logo me sentando ao lado do Zayn. – Ok, se preparem… Eu comprei o meu carro! – Aquilo foi tipo uma bomba pra eles. Sinceramente, eles não esperavam que eu fosse comprar isso agora.
  - Mas… Por que comprou um carro do nada? – O Zayn disse, não entendendo ainda.
  - Eu preciso sair às vezes, e não quero depender de ninguém pra isso. E, além do mais, a vontade de comprar falou bem mais alto que qualquer coisa… - Eu falei, me levantando logo e dando pulinhos de alegria. – Vocês querem ir ver? Ele é lindo demais! – Eu disse, puxando o Louis e o Zayn, e logo todos se levantaram. Abri a porta ainda espalhando a felicidade por todo lado. Quando saímos, eles elogiaram o carro. Nem preciso falar que o Louis quis dar uma volta com o carro, porque era um dos sonhos de consumo dele. Eu deixei, é claro. Mas pedi pra que ele não fosse muito longe com o meu bebezinho.
  - Hey, Zayn. Preciso falar com você, e dessa vez você vai me explicar tudo, ok? – Eu falei seriamente, o empurrando pra dentro do meu quarto. – Comece.
  - Com o quê? – Ele falou, com a “cara amarrada” de antes. Apenas olhei profundamente pra ele e ele suspirou. – Você tem certeza? – Eu assenti e sentei ao seu lado. – Ok… Eu não gostei nada do seu namoro com o Liam porque… Acho que você nunca percebeu, mas nesse tempo todo em que nos conhecemos, que é muito, eu sempre senti algo além de amizade por você. Só nunca te disse isso, pois tinha medo de te perder pra sempre. Não queria perder a sua amizade ou coisa do tipo. Te ter ao meu lado sempre foi a coisa mais importante na minha vida. Eu não quero que você fique chateada por isso ou algo do tipo… Eu sei que deveria apoiar seu amor pelo Liam, mas é difícil pra mim te ver com ele. Com o meu melhor amigo. – Ele falou isso com algumas lágrimas no os olhos, que logo percorriam sua bela face. Eu não gostava nada disso. Eu não podia fazê-lo chorar, nunca.

Capítulo 7 - Have I a sign written “Break me”?

  O que eu faria? Deveria dizer alguma coisa, disso eu sabia. Só não sabia o que dizer… A minha vida estava se complicando cada vez mais…
  - Zayn, eu não sei mesmo o que falar… - Eu disse, gaguejando um pouco, e tomei uma decisão. Peguei em seu rosto com as duas mãos o virando para mim. – Não chora, por favor, ok? Você nunca vai perder a minha amizade, Zayn! Eu te amo de qualquer jeito e… Não quero te fazer chorar nunca mais. – Eu disse, limpando algumas lágrimas que insistiam em cair sobre seu rosto perfeito. Eu o abracei e ficamos assim algum tempo.
  Eu sinceramente, não sabia o que fazer da minha vida. Eu estava completamente dividida entre ele e o Liam, mas… Eu sinto algo muito forte pelos dois.
  O que não sai de minha mente é um pensamento muito estranho e certo.
  Se eu ficasse com o Zayn, eu tinha certeza que teria uma vida perfeita, eu conheço ele. Agora… Se eu ficasse com o Liam, não tinha mais tanta certeza. Eu conheço ele e tal, mas não como eu conheço o Zayn. Foram tantas coisas que passei com ele naqueles anos todos, eu sabia tudo sobre ele… E podia ter certeza absoluta que levaria a melhor vida com ele. Eu estava muito confusa.
  - Zayn… Você é o meu melhor amigo e sempre foi, ok? – Eu comecei – Olha, eu prefiro que por enquanto continuemos assim. Apenas na melhor amizade do mundo, ok?
  - Ah, e eu vou ter que continuar te vendo com o Liam, né? – Ele disse, abaixando a cabeça.
  - Não, eu também só vou continuar na amizade com ele… Zayn, você sabe que é difícil pra mim. Você sabe sobre meus sentimentos e meus medos… Você me entende. Então, por favor, não fica chateado. Promete? – Eu disse, levantando novamente seu rosto. Ele tentou sorrir.
  - Vou tentar. – Ele falou e me abraçou – Eu te amo, pequena. – Ele sussurrou em meu ouvido.
  - Eu também te amo, bebê. – Eu falei e parei o abraço. – Eu vou falar com o Liam, ok?
  - Fala com cuidado, tá? – Ele disse e sorriu. Ele se preocupava com os sentimentos do amigo também, é obvio. Dei um beijo em seu rosto e saí.
  Fui até a sala, mas não tinha ninguém lá. Subi as escadas e fui até ao seu quarto, bati na porta e ele disse pra entrar. Abri-a e entrei, ele estava deitado na cama mexendo no celular. Sorriu ao me ver.
  - , o que te trás aqui? – Ele disse, se levantando e indo me dar um beijo, mas me afastei. Ele achou estranho e ficou um pouco sério – O que houve?
  - Liam, a gente precisa conversar muito sério. – Ao dizer isso, percebi que ele já estava preocupado. – Olha, só quero que você me ouça. – Respirei fundo e me preparei pra continuar – Liam… Eu te amo muito e você sabe disso. Mas tem tantos problemas, que impedem que fiquemos juntos.
  - Que tipo de problemas? – Ele perguntou sério, e meus olhos já marejavam.
  - O Zayn. Eu nunca soube disso, mas ele me ama. E você também me ama, então eu fico dividida e eu acho que é melhor dar um tempo… Sermos só amigos por enquanto. Eu não quero magoar ninguém… - Eu falei o mais calma possível, mas acabei chorando. Era chato não poder controlar os sentimentos.
  - Hey, não chora. Eu entendo perfeitamente, ok? E acho que deve ser a melhor decisão mesmo! Não precisa ficar triste, pra mim seria uma honra já te ter como amiga… É claro que eu quero mais que isso né, mas… - Ele falou sentando-se ao meu lado e enxugando algumas lágrimas que ainda escapavam. – Eu te amo, ok? – Ele disse, e foi chegando mais perto. Dando tempo para que eu negasse ou não o beijo. Eu deixei, é claro. Eu senti que ele estava um pouco triste, e eu não gostava disso. – Não fique triste, ok? Imagine bebês nascendo com bigodes! – Ele falou, já rindo, o que me fez rir também. – Eu não me importo que sejamos apenas amigos, … Se você se sente bem assim, eu também vou ficar bem. Não precisa se preocupar. – Ele me abraçou. Ele sabia me fazer sorrir.
  - Eu te amo. - Falei sorrindo – Que tal irmos todos a algum lugar?
  - É, vamos descer e falar com eles. – Ele se levantou e me puxou. Descemos juntos e todos já estavam lá embaixo.
  - Gente, vamos ao shopping? – Eu sugeri. Precisava comprar algumas coisas.
  - Eu quero ir! – O Louis disse, se levantando.
  - Shopping? Ah… - O Harry e o Zayn fizeram cara feia.
  - Não querem ir a outro lugar? – O Liam perguntou, também com careta.
  - Ah gente, eu preciso comprar algumas coisas também. – O Louis reclamou.
  - Eu não quero ir… - O Niall disse, se levantando e indo até à cozinha.
  - Olhem, eu tenho uma ideia. Eu e o Louis vamos ao Shopping e quando terminarmos lá, nos encontramos todos no Nando’s e de lá vemos para onde vamos… Pode ser? – Eu sugeri novamente. Eles não iriam recusar.
  Depois de insistir um pouco, eles acabaram concordando. Eu e o Louis fomos pro carro e dessa vez eu deixei-o dirigir até ao Shopping.
  Fomos rindo a viagem toda, o Louis não parava de falar besteiras. Ele estacionou e saímos do carro e ele me deu a chave. Entramos no Shopping e estava vazio.
  - Nossa… Que estranho. – Ele falou e me deu a mão.
  - É, e olha que é época de férias… Imagina quando não for. – Falei, e de longe avistei a Forever 21. Puxei-o pelo braço e ele assustou-se.
  - O que foi? – Ele disse, enquanto íamos até lá. Entramos na loja e começamos a escolher roupas para experimentar. Tínhamos 5 horas pra fazer compras, então não precisávamos nos preocupar com nada.
  Depois de pegar umas 124 peças de roupa, fui experimentá-las. Louis foi comigo para dar opinião.
  Experimentei todas e acabei gostando só de algumas. O Louis tinha ido buscar roupas bizarras e acabei experimentando. Ele também ia levar algumas roupas, mas a maioria eram blusas com listras, né…
  Fomos pagar e depois fomos diretamente para a H&M. Lá não tinha muitas coisas legais, então fomos tomar um sorvete e depois veríamos o que iríamos fazer.
  - Bom… Temos ainda 3 horas pra fazer alguma coisa. Quer ir aonde? – Ele disse, e eu olhei para o lado. Eu podia jurar que tinha alguém perseguindo a gente… - ?
  - Oi. Ah, podemos ir até ao jardim do shopping. – Eu falei, ainda procurando o homem que nos seguia.
  - , o que foi? Algum problema? – Ele perguntou-me, olhando para onde eu olhava.
  - Não, nenhum. Vamos. – Eu me levantei e ele foi logo a seguir. Fomos andando calmamente até ao jardim, mas aquilo ainda me incomodava. Fomos caminhando lentamente e conversando, quando percebemos que tinha alguns paparazzi atrás de nós. Eu não gostava daquilo, nem um pouco. Mas tinha que me habituar agora.
  - Age normalmente, ok? – Ele disse disfarçadamente. Apenas fiquei calada e fiz o que ele disse. Continuamos conversando, pelo menos normalmente até uma mulher vir até nós.
  - Podem nos dizer se estão namorando? – Ela disse, com um microfone na mão e ao seu lado tinha um senhor com uma câmera. Fiquei calada, deixei por conta do Louis.
  - Não, somos apenas amigos. – Ele falou delicadamente, e sorrimos. A mulher fez mais uma pergunta e depois se foram embora. – Porra, esses caras brotam do chão, só pode. – Ele reclamou e rimos.
  - É melhor irmos logo, não tem nada pra fazer aqui. – Eu falei e ele concordou. Entramos no carro e dessa vez eu ia dirigir. Fomos conversando até chegarmos ao Nando’s. Os garotos já estavam lá e o Niall, é claro, já estava se deliciando com um frango. Não sei como ele não cansava de comer aquilo.
  Cumprimentei todos eles e me sentei ao lado de Zayn e Niall. Dava tanta alegria ver o Niall comendo… Nem imaginam como era bom. Ele perguntou se eu queria um pouco, mas eu estava sem fome.
  - Eu te amo, princesa. – Zayn sussurrou no meu ouvido, e mordeu minha orelha. Nem preciso dizer que aquilo me deixou arrepiada né.
  - Para, Zayn. – Eu disse, rindo. Todos conversavam (menos o Niall) e nem prestavam atenção em nós.
  - Quantas peças você comprou? – Ele perguntou, pois sabia que eu gostava de fazer muitas compras.
  - Relaxa, só comprei 15 peças. Ia comprar 100, mas desisti. – Fiz uma careta e rimos. Ele estava com um braço em volta da minha cintura e às vezes dava-lhe para me fazer cócegas. – Hey gente, aonde vamos agora? – Perguntei, e eles se entreolharam. Não vinha coisa boa…
  - Nós queríamos ir na PUB mas acho que essa noite é só pra homens… - O Harry disse, e fizeram uma careta.
  - Tá, já entendi… Eu posso ir para… Ahn… Para casa mesmo. – Eu falei e ri. Não tinha outro lugar pra ir.
  - Eu posso ficar com você, se quiser. – O Zayn sugeriu.
  - Não, você tem que se divertir. Gente, é sério, não se preocupem. Eu vou ficar extraordinariamente bem, ok? – Falei e rimos. Já eram oito horas, então resolvi ir logo pra casa. – Eu vou indo, ok? Não se percam. Liam, não beba nada alcoólico. Harry, cuidado para o Louis não beber de mais e querer te levar pra cama. Zayn, cuida do Niall e Niall cuida do Zayn, ok?
  - Ok, mamãe. – Todos disseram, em uníssono.
  - Louis, quer que eu deixe suas coisas aonde? – Perguntei, afinal, as compras dele estavam comigo.
  - Pode deixar em cima da minha cama mesmo. Depois eu arrumo.
  - Vou indo, se cuidem. – Eu disse e entrei no carro. Liguei o GPS e fui para casa. Quando cheguei lá, abri a porta e deixei as sacolas em cima da mesa. Teria todo o tempo do mundo pra arrumar aquilo. Comecei a arrumar a casa, de baixo pra cima… Mas eu acho que fiz isso tudo tão rápido que já não tinha nada pra fazer. Acho que já que eles iam se divertir, porque eu não podia também? Tem tanto tempo que não vou a alguma balada ou festa… Mas não estava muito animada naquele dia e esse era o maior problema. Naquele momento, o que eu mais queria era estar com o Zayn… Com certeza não ficaria entediada ou algo do tipo… Mas só que ele não ia a algum lugar desses há mais tempo que eu – o que é muito difícil também – e eu queria que ele se divertisse um pouco. É claro que eu não gostava da ideia de essa noite ser só para os homens né, mas ok. Não podia reclamar nem dar palpite sobre isso. Não sou dona deles, então não posso fazer nada a respeito disso – infelizmente.
  O telefone de casa tocou e era um número restrito. Malditas as pessoas que não deixam se identificar.
  - Alô?
  - Oi, . – A voz de uma garota, aparentemente adolescente, soou pelo outro lado da linha.
  - Ahn… Com quem falo? – Eu disse, um pouco confusa.
  - Não interessa. A questão agora é: Ou você fica longe do Zayn ou sofrerá as consequências… Você não, mas alguém que você ama muito talvez. – A garota disse, aquilo era macabro.
  - Olha aqui, eu não sei quem tá falando. Eu te respeitaria se você não fizesse ameaças, mas eu não vou dar moral pra pirralhas que encontraram o meu número de telefone. Você sabe que eu posso chamar a policia, né? Então fica atenta.
  - Isso é uma ameaça? – Ela disse, em deboche.
  - Considere apenas um aviso. E se me voltarem a ligar pra falar mais besteira, eu juro que desligo essa merda de telefone e denuncio alguém por me incomodar com ameaças estupidamente ridículas. – Cuspi novamente as palavras.
  - Já foi avisada, o resto fica por sua conta, queridinha. – Ela disse, e eu rapidamente peguei o telefone de casa e liguei pro Zayn. Ele tinha que atender.
  - Olha só, eu aposto que você deve ser uma fã. Mas se fosse fã, não faria ameaças à melhor amiga do ídolo. Então, não me incomode novamente ok, poser? – Eu falei e desliguei o telefone. Já disse quantas vezes isso já aconteceu só esse ano que mal começou? Foram muitas e eu já estou sem paciência pra isso. Peguei o telefone e ainda estava chamando, acabou dando caixa postal. Eu precisava, necessitava falar com ele. Tentei novamente, pra ver se dava certo.
  - Alô? – Uma voz feminina atendeu o telefone. Não preciso dizer que me deu uma pontada de ódio né.
  - Oi, o Zayn está ai? – Perguntei, afinal, O TELEFONE É DELE.
  - Ahn… Ele está… Está… Érr… Dormindo. – E não preciso dizer que aquilo não me convenceu.
  - Olha só, eu não estou com paciência agora, então passa essa porra de telefone para o Zayn, caralho. – Falei, já no limite diário de tolerância para mentiras e idiotices.
  - Mas ele está dormindo, já disse!
  - Ah é? Então por que essa pessoa não está dormindo em casa, tanto é que foi pra um PUB ainda há pouco. Caralho menina, eu não te conheço bem. Na verdade, não sei nem quem é você. Então me faça o favor de passar o telefone pra ele antes que eu descubra onde estão e vá praí quebrar a sua cara. Você quer isso? Não né, então vai logo. – Não, eu não peguei pesado, ok?
  - Tá, calma. – Ela disse, se rendendo. – Oi… - Ouvi a voz do Zayn.
  - Mas que merda, hein! Até que enfim! Eu aqui sofrendo por causa das suas fanzinhas e você aí com uma mulher na cama. Que porra meu… Quando eu te ver eu juro que te mato!v   - Fanzinhas? Olha só, você não tem o direito de chamar elas assim, ok?
  - Não, não está ok. Zayn, elas em ameaçam e fazem todas as porras que querem e eu não posso as chamar de uma coisinha que não ofende ninguém. Primeiro que se elas fossem fãs de verdade, te respeitariam e a mim também!
  - Mesmo assim, elas me respeitam. Se não te respeitam eu não sei, mas ainda são minhas fãs e não quero perde-las por sua culpa. – Me digam, por favor, que eu não ouvi isso, pelo amor de Deus.
  - Olha só, você não sabe o que aconteceu nem como é difícil ser ameaçada todo o santo dia, dizendo que vão te matar ou que vão matar alguém que você ama. Você gostaria que te dissessem isso? Hein? – Eu disse, chorando. Eu ainda não acreditava que tinha ouvido isso do meu melhor amigo. O Zayn… Era como se tudo estivesse desmoronando sobre mim e tudo se tornasse um inferno agora. Eu não sabia se ele estava bêbado ou não, mas mesmo assim. Ele estava bêbado, mas ainda tinha cérebro e sabia o que fazia! Apenas desliguei o telefone e tentei ligar para o Liam, que não atendia. Depois Niall, também não. Nem Louis e tive a brilhante ideia de ligar para o Harry.
  - Alô? – Ouvi uma voz rouca que é reconhecível de qualquer lugar.
  - Harry – Eu disse, chorando – Onde você tá?
  - Eu tô num café aqui do lado da PUB com o Louis. Por que? O que aconteceu? Você tá chorando?
  - Vem pra casa? Aí eu te explico.
  - Tá, nós dois estamos indo logo. O Liam, o Niall e o Zayn estão na PUB ainda.
  - Ai é que você se engana… O Zayn não... está... Na, PUB – Eu disse, gaguejando e soluçando.
  - Como assim? A gente não viu ele saindo… Enfim, estamos a caminho, ok? Beijos e se cuida até chegarmos. – Ele disse, e desliguei o telefone. Subi as escadas e fui até o banheiro lavar a cara. Meus olhos estavam vermelhos… Eu não sabia mais o que fazer. Talvez tivesse sido melhor se não tivesse ligado para o Zayn… Ele não está sendo a mesma pessoa. Primeiro que ele está na cama com uma garota que ele nem deve conhecer, e ainda diz que me ama. Segundo que eu é que fico errada, sendo que levei ameaças de morte e tal. Terceiro que ele não está nem aí pra mim agora. Eu não acreditava ainda, como ele podia ter feito isso? Logo ele…
  A campainha tocou e desci, abri a porta e abracei o Harry. Nunca tinha precisado tanto de um abraço de um deles quanto agora.
  - Minha linda, o que aconteceu com você? – O Louis disse ao me ver naquele estado critico.
  Contei tudo o que havia acontecido, nos mínimos detalhes, e eles acharam aquilo horrível e estupidamente estúpido. Qualquer um teria o mesmo pensamento. E quando digo qualquer um, só não inclui o Zayn. Eles tentaram me dar uma força, mas não tava adiantando em nada. Nem as piadas dos dois me faziam rir.
  - Olha, eu tive uma ideia. Vamos nos divertir com alguma coisa, pode ser? – O Harry disse. O Louis o olhou com cara de safado e ele retribuiu e começamos a rir. Foi a única coisa que me fez rir naquele momento. – Vamos jogar vídeo game?
  - Não. – Eu falei, aquilo era óbvio. Eu não gosto dos jogos que eles jogam no vídeo game.
  - Então… O que quer fazer? – O Louis questionou.
  - Não sei… Podíamos… Ah, sei lá. Não tem nada pra fazer aqui e eu não estou nem um pouco a fim de sair agora. – Eu disse, com uma cara de tédio dos deuses.
  - Assistir um filme? Você pode escolher. – O Harry sugeriu.
  - É, não é uma má ideia. Vamos. – Subimos a escada e fomos até ao meu quarto, porque tinha televisão e DVD, então assistiríamos lá. Fui até à caixa de DVDs e peguei “Uma comedia nada romântica”. Eu tinha esse filme, mas nunca o havia assistido. Parecia legal.
  Coloquei e assistimos todo o filme, mas e agora? O que faríamos?
  - Então… O que fazemos agora? – O Louis disse, entediado também. Todos estavam com uma cara de tédio que só Deus, mesmo.
  - Sei lá gente… Que saco. – EU disse e eles começaram a contar piadas. Só que não tinham muita graça. – JÁ SEI! – Eu disse, os assustando – Vamos contar segredos. – Eu disse igual a uma garota histérica. Eles riram.
  - Não é má ideia. Nos conhecemos melhor, é uma oportunidade. – O Harry disse.
  - Ok, eu começo. Eu tenho um segredo… Tenho que confessar que quando a chegou eu senti uma forte atração por ela… - O Louis disse e rimos. Eu, é claro, fiquei com vergonha, né.
  - Agora eu. Quando eu estou usando boné, é porque eu dormi com alguém na noite anterior. – O Harry disse e sorrimos, pois ele havia andado de boné muitas vezes essa semana…
  - Agora eu né… O meu segredo é que… - Eu parei, afinal não sabia se podia falar sobre aquilo com eles… Aquilo sempre me deixava um pouco triste, mas talvez eles pudessem me ajudar.

Capítulo 8 - Forever and ever

  - Bom… Eu não conheço meus pais. Supostamente, sou órfã. – Eu disse e eles se assustaram. Acho que nunca tinha passado isso pela cabeça deles. Eu sempre morei, a minha vida toda, com a minha tia… E segundo ela, eles morreram em um acidente de carro. O problema é que cada um tinha uma historia diferente sobre a morte deles, então nunca soube da verdade. Era chato né, mas levei a minha vida assim. Por que mudaria agora?
  - Como assim? O que aconteceu? – O Louis perguntou-me. Os dois com uma expressão preocupada.
  - É que… - Contei tudo o que havia acontecido e então eles me apoiaram. Confesso que não gostava muito de falar sobre aquilo. Zayn evitava tocar no assunto… Af. Zayn. Por que é tão difícil esquecê- lo por algumas horas, pelo menos?
  - Olha, se você precisar de ajuda em alguma coisa, caso queira saber toda a verdade… Nós estamos aqui para o que precisar, ok? – Harry falou e me abraçou. Eu já chorava um pouco, mas não era nada grave. Eu estava bem, podia garantir para mim mesma.
  Passamos o resto da noite conversando até a porta se abrir. Eram apenas Liam e Niall.
  - O que aconteceu, lindinha? – O Niall falou todo fofinho e me abraçou.
  - Nada de mais, Nini. – Eu disse e retribuí o abraço.
  - Isso não me convenceu, mas tudo bem, depois eu pergunto para o Louis. – Ele disse e rimos. O Liam veio me cumprimentar, me dando um abraço forte e um beijo no canto da boca. O abraço dele era tão aconchegante, parecia me proteger de tudo e todos.

  Liguei o chuveiro e coloquei na água quente, estava um pouco frio, mas disseram que o tempo mudaria no dia seguinte. Achei bom, até.
  Quando saí, me sequei e fui trocar de roupa. Vesti o meu pijama e enquanto colocava o iPhone pra carregar, alguém bateu à porta.
  - Entra. – Eu disse e olhei pra porta. Aquela perfeição apareceu na porta entreaberta com um maravilhoso sorriso no rosto. – Oi… - Eu disse, um tanto sem jeito.
  - Você não está bem, né? – Ele disse e veio até mim, me abraçando. Ele sabia que nada estava bem, porque de alguma forma ele também sabia o que havia acontecido. Eu simplesmente não aguentei e comecei a chorar. Eu já estava segurando o choro há um tempo, então tinha que libertar as lágrimas agora, porque eu sabia que enquanto estivesse com ele, eu receberia algum carinho ou um tipo de ajuda. – Calma, meu amor. Tudo vai ficar bem, ok? – Ele disse, ainda me abraçando e afagando meu cabelo. Eu estava com a cabeça sobre o seu peito e chorava como uma criança.
  - Eu te amo… - Eu tentei dizer entre lágrimas e soluços. Ele ergueu o meu rosto e me deu um beijo. Eu confesso que senti falta daquilo, era bom demais. Aquilo me fortalecia e me fazia ter certeza de que com ele eu estava bem, e protegida.
  - Eu também te amo, meu anjo. – Ele disse, depois de parar o beijo e afagar meu rosto. – Você não vai querer comer alguma coisa? – Ele disse, com uma expressão preocupada, afinal, não comia nada há algumas horas.
  - Pode ser, estou com um pouco de fome mesmo… - Eu disse, passando a mão na barriga – Mas antes eu vou me recompor. – Fui até ao banheiro e lavei meu rosto. Confesso que passei uma maquiagem para disfarçar. Será que o Zayn já havia chegado?
  - Liam… O Zayn? Onde está? – Eu perguntei, saindo do banheiro, e ele ficou um pouco estranho.
  - Ele… Ele está no quarto dele. – Eu estava saindo pra ir até ao quarto dele, estava óbvio na minha cara. – Mas eu acho melhor você não ir l… - Tarde demais, já havia aberto a porta do seu quarto e me deparei com a pior cena já imaginável. Eu não podia acreditar naquilo. Não aguentei segurar as lágrimas naquele momento, não conseguia. Elas simplesmente desmoronaram sobre meu rosto, não podia acreditar no que via. Zayn me olhou com uma cara de arrependimento, como se quisesse se explicar. Eu apenas fechei a porta e desci correndo, obviamente não parando de chorar. Louis me olhou assustado, afinal, não entendia o que havia acontecido. Harry e Niall estavam voltando da cozinha e me olharam do mesmo jeito que o Louis havia olhado. Saí correndo até ao quintal e segui pela trilha até a casa da árvore.
  Me sentei e continuei chorando. Eu estava ensopada e tremendo, pelo fato de estar muito frio e chovendo, e eu de pijama curto.
  Por que ele faz isso comigo? Por que aquela garota? Podia ser qualquer uma, menos a Geneva de novo. Mesmo depois do que ela fez com ele, eles voltam? Se ele me ama tanto, por que não me quer ver feliz? Felicidade é o que menos tenho tido hoje.
  Ouvi passos de alguém. Era o Liam, com chaves na mão e um guarda chuva na outra. Ele veio até mim e me abraçou forte. Chorei ainda mais e ele apenas disse que tudo ficaria bem outra vez. Ele era o meu ponto de paz… Tudo ficava perfeito, apenas com a sua presença.
  Ele entregou-me o guarda chuva e abriu a porta, entramos e ele foi rapidamente até ao banheiro.
  Pousei o guarda chuva no chão, encostando-o na parede e logo ele voltou com uma toalha grande e me cobriu.
  - Eu acho melhor você ir tomar um banho quente de novo, pode ficar doente. – ele disse em um tom de preocupação, e apenas o abracei.
  - Eu te amo, obrigada. – Eu disse e olhei-o nos olhos. Ele apenas sorriu e nossos rostos se aproximaram, iniciando um delicado beijo intenso. Eu decidi não me importar nem me prender ao Zayn pelo fato de ele sentir, supostamente, algo. Eu não me importava mais.
  Fui com ele até ao banheiro e ele já estava enchendo a banheira. A água estava aparentemente quente, pelo vapor que saía.
  Ficamos esperando e conversando enquanto isso.
  - Ontem eu v… - Ele disse, mas o beijei antes que continuasse a contar. Eu precisava daquilo, não estava aguentando aquela dor consumista. Eu tinha necessidade de tê-lo, eu tinha vontade de estar com ele sempre e sempre.
  - Eu te amo – eu disse, sorrindo.
  - Eu também te amo – ele falou e colocou a mão em meus cabelos delicadamente, entrelaçando os dedos entre os fios – Forever and ever – ele disse, de uma maneira fofa, e me beijou intensamente. Eu queria apenas ele naquele momento. Senti algo molhar o meu pijama então olhei apressadamente para trás. A água já estava transbordando e começamos a rir. Desligamos a torneira e eu entrei de pijama mesmo, não tinha problema. O Liam colocou o produto que fazia espuma, porque eu amava, e pegou um sabonete no armário. Logo a seguir ele ia sair, mas eu o puxei o fazendo voltar e cair na banheira. Comecei a rir e ele ficou indignado comigo, mas depois acabou até gostando. Começamos a fazer guerra de espuma e água, era divertido estar com ele. Rolaram alguns beijos, é claro, mas depois saímos e nos secamos. Ele pegou uma blusa dele que tinha no pequeno armário pra mim e pegou um short pra ele. Vestimo-nos (eu no banheiro e ele no quarto) e deitamos na cama. Ele ligou a televisão, mas não estava pegando sinal. Ótimo, não tínhamos nada pra fazer e eu não voltaria pra casa tão cedo, já avisei.
  - O que quer fazer? – Ele me perguntou, acariciando meus cabelos e dando um beijinho na ponta do meu nariz.
  - Não sei, quais são as opções? – Eu disse, e logo ele fez uma careta.
  - Não tem, mas podemos fazer ter alguma coisa pra fazer… Bom, tem uma cozinha aqui, a gente pode fazer algo e comer. – Ele disse sorrindo, e realmente eu estava morrendo de fome já.
  - Ok, pode ser. O que faremos? – Eu perguntei, abrindo o pequeno frigobar ao lado do fogão. Peguei ovos, manteiga e uma frigideira. Fiz duas omeletes, barrei fatias de pão com ketchup e queijo e coloquei-as no sanduíche. Entreguei a ele o dele e estavam deliciosos, ele fez um doce muito bom também!
  - Eu estou com sono, amor. – Eu disse, bocejando, e ele me abraçou. O beijei e nos deitamos. Eu tentei ligar a TV até adormecer e, enfim, pegou sinal. Coloquei no Disney Channel e estava passando So Random!. Eu amava, e ficava rindo igual uma boba.
  Eu e Liam ficamos conversando, era praticamente uma conversa jogada fora na verdade. De repente ficou um silêncio incômodo e ele me olhava nos olhos.
  - Ahn… , eu queria te pedir uma coisa… - Eu o olhei de uma maneira que dava a entender que era pra ele prosseguir – Eu te amo, você sabe disso. Já há algum tempo queria te pedir, mas fiquei com medo de que fosse cedo demais pra alguma coisa séria e… Eu não sou muito bom com isso, o que você também sabe, então eu vou direto ao assunto. Você aceita namorar comigo? – Ele disse, e tirou uma caixinha da gaveta. Era uma caixinha toda detalhada em rosa e vermelho e abriu- a, tinha dois anéis simplesmente perfeitos. Tinham delicadas pedrinhas brilhantes e o símbolo do infinito gravado em cada um.
  - Eu… Eu… - Eu não sabia o que dizer – É claro que eu aceito, meu amor. – Eu disse e ele me abraçou. Sentia que aquele abraço era o que eu iria precisar para o resto da minha vida. Aquele que iria me confortar e alegrar meu dia. Precisava de sua companhia, seu abraço, seu beijo, seu carinho e sua presença na minha vida. Ele mudou-a completamente, mas pra melhor. Eu queria estar com ele a todos os momentos. Eu precisava radicalmente de seu amor. E principalmente, precisava dele.
  Queria ter essa vida pra sempre, e que o pra sempre nunca acabasse.

Capítulo 9 - Let's live

  Uma vida nova agora começava. Levantei-me cuidadosamente para não acordar aquele perfeito e fui ao banheiro. Tomei um banho rápido e vesti o meu pijama, que já estava seco. Fui para a cozinha e fiz panquecas. Mesmo sendo uma cozinha pequena, havia muitas coisas lá. Ainda mais os ingredientes de panqueca que são poucos e óbvios, né. Depois de feitas, coloquei-as na mesa, coloquei pratos e talheres. Peguei sorvete de chocolate (em homenagem à chatinha) e alguns outros recheios.
  Liam ainda dormia como um anjinho sem asas. Pensei em acordá-lo, mas tinha pena, embora já fossem quase onze horas. Sentei-me ao seu lado e ele acordou, era essa a intenção. Ele sorriu ao me ver e eu dei- lhe um beijo de bom dia, que acabou virando beijo de manhã inteira, né. Ele se levantou com o cabelo bagunçado e carinha de sono, era tão lindo e fofo. Dava vontade de pular em cima dele e apertar suas bochechas. Sentamo-nos e começamos a comer, ele disse que estava muito bom, e eu gostei de ouvir isso.
  - Hey, eu tenho uma proposta pra você – Ele disse, sorrindo e colocando mais um pedaço de panqueca na boca.
  - Diga. – Eu falei e sorri.
  - Bom, aqui não é grande coisa pra ficar o tempo que você quer, então eu acho que seria melhor irmos pra casa de campo. Vai ser legal, todos nós poderíamos ir. Menos o Zayn e a Geneva, é claro. Pelo menos não dessa vez. – Ele falou, acho que era uma boa ideia.
  - Por mim, tudo bem. Vai ser bom. – Eu disse, sem demonstrar algum tipo de incômodo.
  - Então, eu vou passar em casa e ver se o Zayn está lá ou não. Se ele não estiver, eu te mando um mensagem. – Ele falou e beijou minha testa, abrindo a porta e saindo.
  - Ok. – Eu falei e me sentei na cama bufando. Não tinha nada pra fazer.
  Liguei a televisão e fiquei passando os canais. De repente eu vejo a Geneva na televisão, dando uma entrevista. Eu fiquei com cara de “What the fuck is this?”. Afinal, em baixo estava escrito “Geneva fala-nos um pouco sobre sua relação com Zayn, e sobre
  Eu não preciso dizer que estava inacreditavelmente incrédula, né. Ela não sabe nada sobre mim, como pode tentar falar algo? Eu juro que se ela começar a me difamar ou algo do tipo, eu vou tirar o meu papel de boazinha e ir pra cima dela.
  - Geneva, conte-nos um pouco sobre a melhor amiga do seu namorado. – A jornalista paparazzi idiota perguntou e esticou o microfone em direção à outrazinha.
  - Ah, a . Bom, ela é muito estranha. Ela odeia as fãs do One Direction, e nunca quer ver algum deles bem. Muito menos o Zayn, ela é contra o nosso namoro! Onde já se viu, era pra ela apoia-lo apesar de tudo, né! – Ela disse, com aquela vozinha irritante de patricinha estúpida e com cara de sínica.
  - Nossa, que babado! – A jornalista disse incrédula, assim como eu. Eu sinceramente não sabia que eu odiava as fãs e queria ver eles mal. Sério, isso é novidade pra mim.
  O Liam abriu a porta, e ele estava com o Louis também. O Louis veio até mim e me abraçou forte.
  - Você está bem, ? – Ele disse, preocupado, e olhou rapidamente pra televisão – Ah, obviamente você já viu né… - Ele falou, se referindo à entrevista.
  - Já… Infelizmente. – Falei e respirei fundo, fechando os olhos e pensando no que fazer. Eu não fazia a mínima ideia do que podia fazer, na verdade.
  - Agora a situação ficou mais séria do que pensei que poderia ficar… - O Liam disse, com uma expressão desagradável – Você sabe o que vai acontecer depois disso, né Louis?
  - Muito bem… - Ele falou, o que me deixou nervosa. O que poderia acontecer, afinal?
  - Como assim? – Eu perguntei desnorteada. Liam se sentou ao meu lado.
  - Depois disso que a Geneva disse, sobre você odiar as fãs, elas vão se revoltar contra você e aquelas antigas ameaças não vão ser poucas, então é melhor que esteja preparada e que reze para o Zayn desmentir isso – Liam disse e beijou a minha cabeça.
  - E quanto a essa parte do Zayn, não se preocupe. É óbvio que ele vai desmentir, ele não é tão idiota. Mesmo que ele pareça, isso poderia prejudicar até a banda. – O Louis disse, e me abraçou. Ele era como um irmão mais velho, sempre cuidava de mim.
  - E se ele for idiota como da última vez? – Eu me referia ao lance da ligação.
  - Não, ele não vai ser… Tenho certeza. Poderia quebrar a cara dele se ele fizesse isso – O Louis disse e rimos. É obvio que Louis contra Zayn não tem chance, até porque eles não brigariam desse jeito. – Enfim, não tem ninguém em casa. O Niall e o Harry levaram o Zayn pra passear. – Ele disse como se o Zayn fosse um animal de estimação, o que foi bem idiota, mas engraçado.
  - Então quer dizer que eu posso ir pra casa e fazer minhas malas logo? – Perguntei, afinal, no dia seguinte iríamos pra casa de campo.
  - Exatamente, e vai poder comer chocolate também. – O Louis disse, como se naquela casa não tivesse chocolate e eu nem tivesse comido. Imagina.
  Rimos um pouco das piadas sem graça do Louis e fomos andando. No caminho eu e o Liam éramos uma melação total, o que deixou o Louis um pouco nervoso. Afinal, ninguém gosta de segurar vela pra alguém.
  - Hey, desgruuuuuuuuda – O Louis falou, nos separando com os dois braços. Resultou, eu acho.
  - Só porque ainda não arranjou uma namorada vai ficar atormentando a minha vida, é? – O Liam disse, e deu um tapa leve no braço do Louis. O mesmo o olhou com cara de lerdo e sorriu.
  - É isso aí – Ele disse assentindo, eu não preciso nem dizer que morria de rir com as cenas, né.
  Finalmente chegamos em casa, e eu fui correndo pro meu quarto. Peguei minha malinha linda e perfeita, e comecei a jogar uma pilha de roupas dentro dela. Quando terminei, peguei minha bolsa e coloquei meu iPhone, meu Macbook, e um monte de tralhas e besteiras. Arrumei minha nécessaire e chamei os dois pra me ajudarem. Levamos tudo lá pra baixo e colocamos no meu carro.
  - É o seguinte, é pra levantarmos às 3 horas da manhã de hoje pra irmos pro aeroporto. As passagens já estão compradas. Vai eu, o Louis, você, o Harry e o Niall. Nós já temos tudo pronto, só falta eles chegarem pra arrumarem as coisas deles. – O Liam falou, sentando-se ao nosso lado.
  - Olha, queremos saber se podemos ir todos no seu carro, porque o único que tá com carro agora é o Zayn… - O Louis falou, uma pergunta óbvia.
  - Claro que podemos, não precisava nem perguntar. Tudo o que é meu é de vocês também – Eu disse e sorrimos.
  - AAAAAAAAH! – O Louis deu um grito histérico, o que nos assustou – Então quer dizer que eu posso usar suas maquiagens? – Ele disse e eu coloquei a mão na cara, rindo descontroladamente. Liam também achou aquilo idiota demais e acabou rindo.
  - É isso ai Louis… - Eu disse, tentando me recompor. Meu celular tocou e atendi rapidamente.
  - Alô? – Eu falei.
  - É o seguinte, afaste- se deles e tudo ficará bem – Escutei uma voz fanhosa do outro lado da linha.
  - Olhe, não quero ficar ouvindo ameaças, ok? Então me faz um favor, não encha minha paciência. – Eu falei e desliguei o celular. Eles me olharam preocupados.
  - O que aconteceu? – O Louis perguntou.
  - Quem era? – O Liam também perguntou, e veio até mim, me dando um beijo. O que me acalmou.
  - Fãs, ameaças. – Apenas disse isso e o abracei. Algumas lágrimas escaparam de meus olhos, aquilo já estava me incomodando e previa que incomodaria muito mais.
  - Calma, você sabe que elas não podem fazer nada, meu amor. E, além disso, nós vamos pra bem longe daqui, ninguém vai te atormentar durante pelo menos 2 semanas, ok? Se você quiser, podemos ir trocar o seu número de telefone. – O Liam disse, me abraçando ainda mais e depositando um beijo em meu rosto.
  Ficamos conversando mais um pouco e decidimos dormir ali mesmo, eu encararia o Zayn na boa.
  Fui até meu quarto e abri as janelas, estava um pouco abafado lá. Celina, a empregada, obviamente havia limpado meu quarto hoje, mas o manteve fechado o dia inteiro pelo que vi.
  Tomei um banho, vesti uma roupa qualquer e desci. Harry, Niall, Liam e Louis estavam sentados no sofá. Ah, o Zayn também.
  Ele me olhava estranho e parecia incomodado. Me sentei ao lado do Liam e apoiei minha cabeça em seu ombro, mexendo no celular. Ele me envolveu com o braço esquerdo e beijou minha cabeça.
  Zayn se levantou ao ver aquilo, o que também era bom. Fingi não ligar praquilo e enviei uma mensagem para a , aquela garota da concessionária. Marquei de encontrar-me com ela daqui a pouco, em uma pizzaria. Apenas nós mesmo.
  Zayn saiu de casa, com as chaves do carro e de casa na mão. Talvez fosse encontrar a Geneva…
  Fui trocar de roupa, peguei minha bolsa e saí. É claro que antes avisei aos meninos e fui. Encontrei ela lá, e nos sentamos em uma mesa. O mais desagradável apareceu.

Capítulo 10 - Use Somebody

  Aquilo estava parecendo uma perseguição. Ele entrou na pizzaria com aquela víbora e se sentou a algumas mesas a nossa frente. Não aguentaria ficar ali por muito tempo, mas ficaria pelo menos pra conversar com a e comer a pizza.
  Eu sei, não deveria deixar de fazer o que gosto por sua causa, mas… Eu não conseguia ver eles dois juntos e ainda mais depois do que aquelazinha fez. Dava-me muito ódio.
   conversava alegremente sobre um garoto que conhecera.
  - ? Você está bem? Parece até que viu um fantasma! – Ela disse, ao perceber que eu estava pálida e perdida em pensamentos.
  - Ah, desculpa. Lembra-se do que te falei ainda há pouco? Então, ele está ali com ela… - Eu disse e ela entendeu rapidamente o motivo, havia lhe falado o que aconteceu. Nós viramos praticamente melhores amigas.
  - Olha, se você quiser pegar a pizza e comer em casa. não tem problema… - Ela falou, mas a interrompi.
  - Não, está tudo bem. Não vamos sair daqui, não estamos incomodadas. – Eu falei, afinal, os incomodados que se mudem, né.
  - Ok, mas qualquer coisa vamos, tá? – Ela falou e eu assenti. A pizza chegou e o senhor nos serviu. Percebi que o Zayn havia me visto naquele momento. Eu estremeci, devia estar mais pálida do que antes. Ele me olhava estranhamente, com ódio, mas ao mesmo tempo culpa e arrependimento. Eu queria estar ao seu lado, conversando alegremente com ele, mas ao mesmo tempo queria pegar a pizza e jogar na cara dos dois. Ou seja, eu queria estar com ele, mas ao mesmo tempo matá-lo.
  Serviram-nos a pizza e começamos a comer. Estava ótima, mas perdi um pouco o apetite quando Zayn e Geneva começaram e a se agarrar. Aquilo foi horrível.
  Levantei-me e fui até ao banheiro. Não tinha ninguém lá, e isso era um bom sinal. Poderia chorar à vontade por pelo menos alguns minutinhos.
  Eu ainda queria saber por que ele fazia aquilo comigo. Por que usando ela? Eu juro que podia ser qualquer outra pessoa, mas não a filha de uma mulher que ganha dinheiro à base de relações sexuais (lê- se Filha da Puta mesmo) da Geneva. Ele sabia que eu a odiava mais que qualquer coisa, e sabia disso muito bem. Ele estaria fazendo de propósito? Talvez. Mas por quê? Por que eu simplesmente amo o Liam de verdade e ele não acredita no que eu digo? Mantenho minha resposta: talvez. Minha leve maquiagem já estava toda borrada, meus olhos estavam inchados, minha boca estava vermelha de tanto morder de ódio e meu nariz já estava entupindo. Eu precisava me recompor para poder ir embora… Ele não podia me ver assim. Se ele achava que eu ia me sentir incomodada com o seu namorico ridículo, ele estava muito enganado. Eu não iria me “render” tão fácil assim.
  Lavei o rosto e rezei pra ter alguma base na minha bolsa. Felizmente havia. Passei e disfarçou o suficiente. Peguei o lápis de olho e passei. Agora sim conseguiria sair sem ninguém notar que estive “pensando na vida”. Abri a porta e percebi um olhar nada discreto de Zayn, que por sua vez estava sozinho na mesa. Talvez a víbora tenha ido reclamar (e isso também lê- se pegar desconhecidos) e deixou-o sozinho. Coitadinho.
  Apenas ignorei e me sentei onde permanecia, com uma expressão preocupada.
  - O que aconteceu? – Ela disse, logo que me viu.
  - Nada de mais, fui apenas ao banheiro. – Eu menti, afinal, não tinha ido ao banheiro naquele sentido.
  - Seus olhos estão inchados, sua voz está rouca e seu nariz entupido. O que aconteceu? – Ela não estava nada convencida, deu pra notar.
  - Estava apenas refletindo um pouco sobre a vida… - Sim, eu estava refletindo, mas não sobre a vida e sim sobre amizades de anos que acabam em horas.
  - Ok, depois você me conta. – Ela disse e logo continuou me contando sobre o garçom que a “azarou” há alguns minutos.
  Recebi uma mensagem e resolvi lê-la, era um número restrito.
  “O que aconteceu? - Zayn”
  Por que ele queria saber? Resolveu bancar o melhor amigo agora? Olhei pra ele e ele me olhava preocupado. Estava tão na cara assim?
  “Nada que tenha te interessado ultimamente. -
  Apenas a verdade.
  “Nós precisamos conversar sobre isso... - Zayn”
  Eu estive esse tempo todo aberta para conversas, mas ele não fez nada. E aí?
  “Tivemos tempo demais pra isso. E você desperdiçou. Posso saber o que quer falar? -
  “Eu vou te levar pra casa e não aceito um não como resposta. – Zayn”
  “E a sua namoradinha? -

  Afinal, meu carro não seria um problema. poderia leva-lo pra mim.
  “Ela já foi embora, e te explicarei sobre ela também. Mesmo que não queira saber. –Zayn”
  Tudo bem, então. Comi mais uma fatia de pizza e conversei sobre ela levar o carro e tudo mais. Ela aceitou na boa e disse que se precisasse de ajuda ela estaria bem no carro de trás.
  Zayn chegou mais perto da mesa e pude sentir o doce aroma de seu perfume.
  - Vamos, por favor? – Ele falou, pegando em minha mão, me fazendo levantar. Apenas a soltei e virei-me indo para fora. Esperei-o e entramos no carro.
  - Pode começar a se explicar. – Eu falei, logo que ele ligou o carro. Ele me olhou um pouco nervoso e respirou fundo. Começou a andar um pouco com o carro e parou no sinal.
  - Faça suas perguntas. – Ele disse-me, e eu fiquei pensando. Eram tantas e escolher a primeira era um pouco difícil.
  - Com quem estava naquela noite? Quem era a garota que atendeu o telefone? – Eu tentei ser coerente.
  - Com a… Geneva. – Ele demorou um pouco pra responder. Confesso que aquilo me incomodou…
  - E por que falou comigo daquele jeito? – Era a pergunta principal com a resposta que eu mais temia.
  - Eu estava bêbado, não sei nem por que eu fui pra cama com a Geneva. – Ele disse, um pouco irritado, poderia ser verdade.
  - Você se embebedou por que motivo?
  - Não sei, mas não fui eu. A Geneva chegou com uma bebida colorida e eu bebi. – Ele disse, como se fosse algo natural.
  - Tá explicado… - Era óbvio que ela colocou algo na bebida… - E por que não tentou me contar antes? Por que continua com ela? – Eu olhava pela janela as iluminadas ruas londrinas. As pessoas voltando do trabalho, os casais se abraçando embaixo de um guarda chuva.
  - Primeiramente, você não me deixou falar com você, não tive oportunidade… E não estou mais com ela… - Ele disse, e percebi que ele desviou o caminho.
  - Não? – Perguntei, um pouco surpresa.
  - Não, terminamos ainda há pouco. Na verdade, nós nunca namoramos nesse tempo, ela é que inventou tudo isso. Você a conhece e sabe como ela gosta de ter um escândalo na mídia. – Ele disse, e eu apenas fiquei quieta. Estava pensando em todas as coisas que ela disse sobre mim.
  - Você viu o que ela falou sobre mim? – Eu perguntei, um pouco fria e arrogante. Eu estava chorando um pouco. Não dava pra segurar – Você viu todas as coisas horríveis e mentirosas que ela disse nas entrevistas? Sabe o que vai acontecer agora? Suas fãs vão querer me matar, mais do que nunca! – Eu disse, com o ódio explicito no olhar. Ele não olhou pra mim. Simplesmente continuou a dirigir, com uma expressão irritada. – Zayn, toda a minha vida eu rezei pra que isso não viesse a acontecer… E você sabe disso. – Ele ficou sem entender sobre o que eu falava agora. – Você sabe que eu sempre tive medo que um dia nos desentendêssemos… E que um dia eu me apaixonasse, de verdade. – Eu falei, um pouco mais calma e ele parou o carro, desligando-o logo. Ele se virou pra mim e me fitou.
  - Você e o Liam… Estão namorando, não é? – Ele disse, ainda com a expressão fria e irritada de antes.
  - Sim… - Eu falei de cabeça baixa. Eu sabia que ele não ia gostar da notícia, nem um pouco. Eu não queria magoá-lo.
  Ele deu partida no carro, e dessa vez estávamos voltando pra casa. Eu percebi que algumas lágrimas percorriam sua face. Aquilo partia meu coração.
  O clima ficou um pouco tenso depois daquilo. Quando chegamos, saí rapidamente do carro e entrei em casa. Liam estava sentado no sofá e sua expressão mudou de preocupado para “eu quero explicações”.
  - Onde estava? Você estava com o Zayn, não é? O que foram fazer? Ele fez alguma coisa? – Ele me fazia um interrogatório, e já era pressão demais sobre mim. Apenas o ignorei e subi para o meu quarto.
  Ótimo, ! Criou um clima tenso entre você e o Zayn, e também entre você e o Liam. Só faz coisa boa, hein!
  Tomei um banho e vesti o pijama. Decidi fazer tudo o que tinha que fazer antes de tirar um cochilo. Separei uma roupa pra usar na viagem, a maquiagem, o perfume e arrumei a bolsa. Coloquei o despertador para duas horas, já eram nove.
  Deitei-me e fiquei pensando um pouco em tudo o que aconteceu essa noite. Eu precisava falar com o Liam, eu sabia. Mas… Será que ele entenderia? Ou acreditaria em mim?
  Eu simplesmente adormeci com tantos pensamentos. Apenas acordei quando alguém me chamou. Esfreguei os olhos e percebi que era o Niall, com aquela carinha de bebê sorrindo. Awn.
  - Que horas são? – Eu perguntei, um pouco sonolenta.
  - Duas horas e 20. – Ele disse, e eu me levantei rapidamente, correndo para o banheiro.
  - O meu despertador não tocou? – Eu gritei do banheiro.
  - Tocou, e muito. Não sei como você não acordou, mas ok. – Ele disse rindo. Lavei o rosto e peguei a roupa. Ele saiu do quarto e me vesti. Depois fui até à cômoda e comecei a arrumar o cabelo. Depois me maquiei e calcei os sapatos. Passei o perfume e fiz os pequenos detalhes, como brincos, pulseira e etc.
  Desci e todos estavam sentados na sala, menos Zayn. Havia uma garota ao lado do Harry. Ela era alta, magra e tinha cabelos médios castanhos escuros.
  Liam me olhava um pouco estranho. Ele parecia estar mal, e eu precisava falar com ele.
  - Ah, , essa é a . – o Harry falou, e a garota veio me cumprimentar. Ela parecia ser metida, mas nem liguei. Tinha mais com que me preocupar agora.
  - Todo mundo pronto? – O Louis disse, e todos se levantaram. Peguei as chaves do carro e a bolsa e saímos.
  - Quem vai dirigir? – Eu perguntei, e Liam logo me tirou as chaves da mão. É, ele ia dirigir.
  - Você vai comigo na frente. – Ele sussurrou, enquanto passava por mim. Ele me deixava simplesmente louca. Entrei no carro e me ajeitei, e logo depois o Liam entrou. Todos estavam lá fora resolvendo as coisas.
  - O que aconteceu? – Ele disse, se sentando virado pra mim e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu apenas olhei pra baixo. Ele ergueu meu queixo me fazendo olhar pra ele.
  - Eu e o Zayn estávamos começando a nos entender e… desentendemo-nos novamente. – Eu disse, com um pouco de dificuldade, e ele me abraçou.
  - Eu já te disse que tudo vai ficar bem, ok? Vamos fazer essa viagem pra você tentar esquecer um pouco os problemas. Não se preocupe com nada, só curta, ok? – Ele disse sorrindo, e me deu um beijo daqueles que eu amava.
  - Obrigada Liam, e desculpa ter te tratado daquele jeito quando cheguei… - Eu falei, e ele sorriu.
  - Não tem problema, eu entendo. – Ele disse e logo beijou minha testa. Os outros entraram e ele deu partida no carro.
  - Ainda bem que entramos agora, se não os dois iam ficar de pegação no carro. – O Louis disse e rimos.
  - Larga de ser bobo, menino – Eu disse rindo. – Vai arranjar uma namorada, vai.
  - Ninguém me quer – Ele disse, fazendo uma carinha triste.
  - Mentiroso… Tem tantas meninas te querendo por aí. Você que não corre atrás. – Ouvi a dizer com certa arrogância.
  - Tá, calma aí estressadinha. Controla sua garota aí, Harry. – O Louis disse, e ela fez uma careta, revirando os olhos.
  Quando chegamos ao aeroporto, colocamos as malas nos carrinhos e cada um levou um. Liam se dispôs a levar a minha, que não ia em um carrinho. Mas recusei, conseguia fazer isso.
  Fomos até ao check-in e despachamos as malas. Ficamos esperando algum tempo até abrirem os portões de embarque. E quando chamaram, havia uma fila imensa, mas tínhamos muito tempo. Entramos na fila e fomos revezando um pouco cada vez.
  Fiquei conversando com o Liam, ele era tão fofo… Cada vez o amava mais.
  Infelizmente chegou a nossa vez… Infelizmente porque eu tinha medo de avião… Fomos até lá, apresentamos os passaportes e bilhetes e entramos. Passamos os corredores e entramos no avião. Era da Ibéria, então teríamos que passar em Madri primeiro. As escalas estúpidas da One World. Af.
  Eu não sabia onde cada um sentava, na verdade ninguém sabia. Fui até ao meu lugar, era o 11A. Peguei meu iPhone e coloquei em modo de voo. De repente o Harry brota ao meu lado.
  - Oi ! – Ele disse, surpreso. Aparentemente, aquele era o lugar dele.
  - Hey, Harry. – Eu disse e sorrimos.
  - Bom, depois de levantarmos voo o Liam vai trocar de lugar comigo. Achamos que vocês queiram ir juntos… - Ele disse, e realmente era verdade.
  - É… Obrigada. – Eu disse e começamos a conversar. Ele e o Louis já sabiam do meu medo de avião. Eu estava nervosa, qualquer um percebia.
  Começaram a fazer a demonstração de segurança durante o voo, e quando acabou anunciaram a decolagem. Eu gelei quando disseram isso.
  - Calma, . – O Harry disse, rindo. Louis se virou pra trás e começou a rir. É. Ele e o Niall estavam na nossa frente.
  Percebi que o pior já havia passado. Já estávamos no ar, não tinha mais preocupação. Harry trocou de lugar com o meu amor e ficamos conversando. Louis, como sempre, ficava enchendo a paciência, mas enfim.

Capítulo 11 - Stand up

  - Hey, meu amorzinho – Liam disse, afagando meu rosto para que eu acordasse.
  - Ahn… Já chegamos? – Eu falei, com um pouco de dificuldade, afinal, eu ainda nem estava totalmente acordada né!
  - Já vamos pousar. Então achei melhor te acordar pra você se ajeitar e tal. – Ele disse todo fofo e me deu um beijinho.
  - Ok, sem problemas. – Eu disse e sorri. Olhei pela janela e já se via a cidade, era bem bonito aparentemente.
  “Senhoras e Senhores, solicitamos que afivelem os cintos de segurança. A partir deste momento, é proibida a utilização que qualquer equipamento eletrônico. Dentro de instantes pousaremos no Aeroporto de Birmingham. Mantenha o encosto de suas poltronas na posição vertical, sua mesada fechada e travada. Obrigada por voar conosco e boa viagem.”
  Ouvi a comissária dizer e todos se ajeitaram em seus lugares. Liam olhou pra mim e sorriu, pegando em minha mão e dando um beijo. Ele era tão perfeito… Meu Deus.
  Ele chegou ao pé de meu ouvido e aquilo me arrepiou, assim, muito.
  - Eu te amo. – Ele falou apenas. Aquelas poucas palavras eram suficientes para alegrar um dia.
  - Eu também te amo, muito. – Eu disse, sorrindo igual a uma boba.
  Percebi então que o avião já estava descendo e a paisagem era linda. Ainda mais com aquele nascer do sol lindo, né.
  Estávamos quase com as rodas no chão, e quando chegamos definitivamente à terra firme, todos começaram a bater palmas. Essa era a melhor parte da viagem.
  “Bem vindos a Birmingham. São oito horas. Permaneçam sentados até que os sinais de afivelar os cintos sejam apagados. Verifiquem se estão com posse de seus pertences antes do desembarque que será efetuado pela porta dianteira. Para outras informações, dirijam- se aos nossos funcionários de recepção em terra. Informamos que é proibido fumar e utilizar telefone celular até a chegada ao saguão do Aeroporto.”
  “O comandante e toda a equipe agradecem sua escolha pela British Airways e desejam a todos um bom dia.”

  A comissária falou novamente, com sua voz leve e simpática.
  As luzes do cinto apagaram então nos levantamos e pegamos nossas coisas, que eram poucas. Como estávamos bem na segunda fila, não era tão difícil sair dali. Só tínhamos de esperar a primeira classe sair e depois estávamos livres.
  Demoraram uns 5 minutos e liberaram a passagem. Despedimo-nos da comissária, que ficava na porta desejando bom dia a todos que ali passavam, e saímos.
  Como todos estavam “espalhados” pelo avião… Eu, Liam, Louis e Niall tivemos de esperar o Harry e a , que estavam presos no “trânsito”.
  Ficamos algum tempo ali até que eles apareceram e fomos buscar as malas. Demoraram um pouco, mas não tínhamos tanta pressa. Depois disso, desembarcamos e fomos lá pra fora. Estava muito frio, mais do que imaginava até.
  - Eu estou com fome – Niall reclamou, uma coisa óbvia.
  - Eu estou com fome e frio – Eu falei o acompanhando, já tremendo. Liam me abraçou na tentativa em vão de fazer o frio passar. Mas não saí de seus braços. Era aconchegante e bom.
  - Hey, eu tenho que ir buscar o carro, quem quer ir? – Louis disse, e eu levantei a mão, afinal, lá tinha aquecedores. Aí tem a vantagem.
  - Eu vou – Disse e Louis saiu andando. Dei um selinho em Liam – Você não quer vir? – Eu perguntei-lhe, ele não iria ficar ali no frio né.
  - Acho melhor eu ficar aqui, eles podem sumir e depois é um caso. – Ele falou e tinha razão, porque era verdade. Harry e Niall sozinhos nunca prestavam. Já conhecia muito bem.
  - Verdade, então vou indo. – Eu falei e dei um beijo rápido nele. Louis já estava indignado me esperando na porta.
  - Calma apressado. – Eu disse, quando cheguei perto dele. Eu ainda estava trêmula, então ele me puxou pra dentro do aeroporto. Lá estava quentinho, tão bom. – Hey, vamos passar ali no Starbucks, rapidinho? – Eu pedi, apontando para a loja do aeroporto.
  - Ok, mas depressa. – Ele disse, como se fosse o meu pai.
  - YUPIIII – Eu falei, saltitando, e puxei-o para lá. – Eu vou querer um Frappuccino. – Eu falei e Louis pediu o mesmo. Ele pagou e pegou no meu braço, indo em direção às rent-a-car’s.
  - Oh meu Deus, estou na dúvida… Qual empresa você acha melhor pra alugar? – Louis falou, um pouco indeciso, e olhou pra mim.
  - Bom, eu sempre aluguei na Avis. Ainda mais quando se viaja pela companhia da One World, eles dão até descontos. – eu falei, afinal, a British era da One World.
  - Ok, vamos lá ver. – Ele disse e me puxou, indo para o balcão. – Bom dia, nós queríamos alugar um carro de cinco lugares… Quais estão disponíveis? – Louis disse, em uma voz suave e simpática, o que me deu vontade de rir.
  - Olá. Bom, nós temos a classe F, que é de stations. Não sei se lhe interessaria. – A moça graciosa disse, e colocou um papel com alguns carros e fotos deles em cima do balcão. Louis apontou para uma imagem e olhou pra mim.
  - O que acha desse? – Ele perguntou-me.
  - Parece bom, quanto está a diária? – Eu perguntei rapidamente para a atendente.
  - Vinte libras. – Ela disse, e logo nos assustamos. Estava muito barato, iríamos levar, com certeza.
  - O levamos. – Louis disse, e logo preencheram tudo e o carro já estava alugado. Devolveríamos no dia de volta. A mulher entregou-lhe a chave e disse que havia um senhor nos esperando no estacionamento dos carros de empresas. Fomos até ao fim do corredor e abrimos uma porta que dava para o estacionamento. Agora era lado de fora, então o frio voltou, mas a sorte é que ainda tínhamos nossos cafés lindos e maravilhosos. Depois de passar aquela jornada de frio, entramos no elevador e fomos para o piso da Avis. Um senhor de aparentemente 46 anos estava ao lado de uma Peugeot Crossover. Era a que havíamos escolhido. Fomos até ele e entregamos o papel de aluguel, ele nos explicou algumas coisas e verificou o carro.
  Entrei logo e liguei o aquecedor. Estava muito frio, só faltava nevar. E acho que isso ia acontecer. Louis entrou no carro e sorriu pra mim, apenas retribuí. Deu partida e saiu do estacionamento. Liguei o rádio, era ótimo. Fora que o carro era bem espaçoso e confortável. Tinha uma ótima tecnologia, silencioso, GPS e o mais importante… Aquecedor potente.
  - Vamos pegá-los lá na frente do aeroporto e depois vamos ao McDonald’s ou KFC… Ainda não sei qual é melhor. – O Louis falou, e eu sinceramente estava com vontade de ir ao KFC. Tava com vontade de comer aquele frango delicioso. Hm…
  - Vamos ao KFC, por favor! – Eu falei, prestes a fazer birra se ele dissesse que não.
  - Por mim tudo bem, e acho que pelos meninos também. O problema é o Niall concordar. Ele é que deu a ideia do McDonald’s.
  - Ah, podemos ir aos dois. Pronto, resolvido. – Eu falei e rimos. Estava uma linda fila de carros para frente do aeroporto, então Louis pediu para que eu dirigisse enquanto ele ia chamar os garotos e facilitar nossa vida. Ele saiu e eu passei para o banco do motorista. Pelo jeito, aquela fila ia permanecer assim por alguns belos minutos, ou até mesmo horas.
  Vinte minutos depois de esperar tanto tempo, eles apareceram e eu continuei dirigindo. Não me importava não conhecer o caminho, tinha um GPS.
  - Então, vamos comer aonde? – Niall perguntou, como sempre, sobre a comida.
  - KFC e McDonald’s – Eu respondi rapidamente. Percebi que ele iria protestar, mas desistiu, afinal iria ao seu amado McDonald’s. Se ele pudesse, iria para o Nando’s, mas como não pode… Tenha paciência.
  A cidade estava muito movimentada, mas mesmo assim Birmingham era linda. Iam todos conversando alegremente sobre o que queriam fazer, os planos dos próximos dias… Eu apenas pensava em minha amizade com o Zayn. O que seria dela dali pra frente? Eu não conseguiria viver sem ele ao meu lado pra me apoiar e dizer o que é certo ou errado. Eu não seria capaz.
  Eu tenho o Liam ao meu lado, mas como namorado e amor para o resto da vida. Eu precisava do meu melhor amigo de volta. Apenas o melhor amigo de sempre.
  Louis, que estava ao meu lado, pareceu perceber que eu estava um pouco triste e pensativa, mas ainda assim prestando atenção no trânsito, é claro. Tentei mudar minha expressão, pra ninguém perceber meu “sofrimento”. Preferia sofrer em silêncio e sozinha.
  O GPS indicava que faltavam apenas vinte quilômetros para chegarmos ao shopping. Já se via de longe os grandes letreiros.
  Entramos no estacionamento e consegui pelo menos achar uma vaga – o que foi difícil. Saímos e Liam envolveu seu braço em meu ombro, fazendo com que eu o abraçasse de lado. Ele beijou minha testa e entramos no shopping.
  Niall conversava alegremente com o Louis, e Harry e estavam conversando e se beijando. Eles eram fofos juntos, embora não conheça muito bem ela, acho que eles vão dar certo como casal.
  Subimos a escada rolante e senti cheiro de comida. Minha barriga roncou de um jeito estranho. É obvio que era fome, né.
  - Gente, estamos perto de comida e cheira a… Frango frito. – Niall disse, como se fosse um especialista em cheiros de comidas. E ele era mesmo…
  - É verdade, vamos logo! – Eu saí correndo e Niall veio logo atrás de mim. Saímos rindo iguais a uns loucos até ao McDonald’s. Eu estava com dinheiro, então compramos logo o do Niall e fomos para o KFC comprar o meu. Sentamos em uma mesa e começamos a comer. Os outros eram lerdos, então não iríamos espera-los para comer. Eles nos encontrariam depois. A comida nunca me soube tão bem quanto naquele momento. A fome era tanta, que eu poderia até comer um pote de frango frito daqueles grandes para família. Niall se deliciava de seu hambúrguer. Pareceu-lhe saber tão bem quanto estava sabendo a mim. Percebi que Louis e Liam estavam vindo até nós, até porque nós não estávamos em uma mesa tão distante do McDonald’s, e não era tão difícil achar um loiro fofo e uma morena com cabelos repicados em uma mesa sozinhos. Eles se sentaram ao nosso lado. Liam havia ido ao Burguer King, e logo depois Louis foi ao KFC também. Harry e apareceram com duas bandejas, uma do Subway e outra do Pizza Hut.
  - Nossa, acho que vou comprar uma pizza pra levarmos… Eu tô com vontade de comer aquela de bolonhesa… Era tão boa. – Eu falei, e Niall concordou comigo, é claro.
  - Mal acabou de comer e já está pensando no que vai comer mais tarde… Muito Niall. – Harry disse e rimos.
  Terminamos de comer e fomos dar uma volta. Já que estávamos ali, não custava nada ver as lojas. Ok, talvez custasse um pouco de dinheiro, porque ninguém resiste em ver as coisas lindas que quer e não comprar, aquilo deu pra entender. Passamos em frente à All Saints, e é claro que não continuei andando. Entrei rapidamente na loja, puxando o Liam, que estava de mãos dadas comigo.
  Havia um vestido lindo, que eu já procurava daquele tipo há algum tempo. Mas acontecia que todas as lojas que eu ia nunca tinham vestidos, porque era Inverno. Liam foi comigo até ao provador, pra ver se ficava bem. Experimentei e me olhei no espelho. Eu gostei, na minha opinião estava bonito. Abri a porta e Liam olhou pra mim. Ele sorriu e me beijou.
  - Ficou ótimo. – Ele disse, sorrindo e olhando para a roupa.
  - Sério? – Eu disse, um pouco insegura.
  - Sim, claro. Ficou lindo. – Ele falou e me beijou novamente. Fui trocar de roupa e quando saí fomos até ao caixa. Deixei o vestido em cima do balcão e procurei minha carteira na bolsa, e quando achei, era tarde demais. O idiota do Liam já tinha pagado e ele sabia que eu não gostava muito quando ele pagava coisas tão caras pra mim. Tudo bem que ele queria me agradar e me dar presentes, mas eu me sentia mal em fazê-lo gastar dinheiro comigo.
  - Ah Liam… Obrigada né, mas eu ia pagar e você sabe que eu não gosto disso! – Eu exclamei, e ele colocou os braços em volta da minha cintura e me beijou.
  - Desculpa, mas vou continuar fazendo isso. – Ele falou, substituindo o que todos dizem “não vou mais fazer isso”. Eu ri e o beijei novamente. Ele me entregou a sacola e saímos da loja. Todos eles nos esperavam e, como estava chegando a semana santa, todos nós fomos para uma loja de presentes comprar um pra cada um.
  Eu não sabia o que comprar, havia tantas coisas legais por ali. Além do mais, eu precisava de uma garota pra me ajudar nas coisas. Chamei para me dar um “help” e fomos procurar tudo.
  Vou explicar porque comprávamos presentes na semana santa. É porque fazíamos um amigo oculto e eu havia pegado o Harry. E pra saber o presente mais engraçado e melhor, eu precisava da ajuda dela e opinião.
  Ela havia pegado o Louis, então a ajudei. Procuramos pela loja inteira algo interessante e depois resolvemos ir à outra loja. Ela era divertida, não era arrogante ou mesquinha como achei.
  Fomos até a loja da Apple, eletrônicos eram sempre a melhor solução. Quem não gosta?
  - Acabei de me lembrar que lançaram o iPad 3… Acho que vou comprar para o Harry. Vi quando ele soube disso, ele ficou louco… - Eu falei, me lembrando perfeitamente da cena. Ele ficou pasmo e queria ir naquele momento para a loja de Nova Iorque.
  - Boa… Acha que devo levar um para o Louis também? Não sei se ele gosta… Nunca falo direito com ele também. – Ela falou e eu assenti. Qualquer um gostaria de ter o iPad 3, né!
  Fomos procurá-los e quando achamos, pegamos quatro. É claro que dois eram pra nós, não íamos deixar desse jeito! Também queríamos aquele iPad então, como tínhamos dinheiro suficiente e ainda de sobra, compramos.
  Era lindo e tinha certeza que eles iriam gostar. O iPad que comprei pra mim era meu e do Liam. Eu não iria usar tanto, então era praticamente pra ele. Ele me compra um monte de coisas, não custa nada comprar uma coisa legal pra ele.
  Pedimos para embrulharem e fomos procurá-los. Primeiro passamos no carro e deixamos as compras na mala. Subimos novamente e fomos à loja onde estavam antes. Apenas o Niall estava lá.
  - Hey Nini, onde estão os outros? – Eu perguntei, e ele se virou pra mim confuso.
  - Eles estavam aqui ainda agora… - Ele disse, confuso.
  - Ok, você não sabe onde eles estão. Já comprou o que tinha que comprar? – Perguntei, afinal, adiantaria a minha vida logo. Ele apenas assentiu então o puxei para irmos procurar os outros. Vi-os saindo de uma loja, cheios de sacolas na mão. Fomos até eles.
  - Hey, vocês duas sumiram! Onde estavam? – Liam perguntou-me, desconfiado.
  - Ah, fomos a uma lojinha legal comprar os presentes. Mas já estamos de volta! Yay. – Eu falei sorrindo e o ajudei com as sacolas.
  - Então, o que comprou? – Ele perguntou-me, mas não ia falar, ia estragar a surpresinha.
  - Não vou falar. – Eu disse e ri. - Em casa vemos, no Domingo.
  - Ah, falando em ir pra casa, podem ir logo para o carro. Eu e o Harry temos que ir a uma loja ainda, então vão na frente. Não demoramos nada. – Liam disse, despreocupado, e me deu um beijinho.
  - Ah eu quero ir com… - Eu ia dizer com eles, mas Harry me interrompeu.
  - Não precisa, é melhor ir com eles… Você tem que ajuda-los com as compras. – Harry disse um pouco estranho, mas enfim. Fui com eles para o estacionamento, abri o porta malas e colocaram lá as sacolas. me puxou para um canto enquanto Louis e Niall arrumavam as sacolas.
  - Só eu que notei que eles dois estavam estranhos? – Ela falou baixinho e, pensando bem, ela não era a única.
  - Não, relaxa. Também notei, mas deixa pra lá. Não deve ser nada. – Eu disse, tentando acalmá-la. Talvez eles quisessem comprar algo pra eles, ou pro amigo secreto talvez.
  Entramos no carro e ligamos o rádio. Estavam dando músicas bem legais. Quando começou a tocar Last Friday Night, não preciso contar que começamos a cantar como loucos. Eu ria mais do que cantava, porque o Louis estava igual a um retardado cantando (lê- se gritando).
  Quando os dois voltaram, dei partida no carro e Louis colocou o caminho para a casa de campo e fomos para lá. Iria demorar duas horas. Passaria rápido. Ainda íamos parar no caminho.

Capítulo 12 - Something about the sunshine

  Eu não sabia sobre o que eles conversavam, não estava prestando atenção. Só sei que estava passando muito devagar, e eu já estava ficando cansada de conduzir.
  - Louis, no próximo posto paramos e você dirige, ok? – Eu pedi-lhe e ele assentiu.
  - Sem problemas, você já deve estar cansada né. – Ele falou e sorriu.
  O posto mais próximo que tinha era há vinte minutos dali. Deu bastante tempo para eu viajar nos pensamentos novamente. Afogar-me nas lembranças boas e ruins, e relembrar como era bom ter o Zayn como melhor amigo. Mas agora não estava tão bom. Mesmo que eu fosse perdoá-lo ou voltar a ser melhor amiga… Eu nunca vou esquecer o que ele me disse. Aquilo me magoou, e é difícil se esquecer de que o seu melhor amigo não te protegeu, não te apoiou e não te deixou feliz quando estava triste. É bastante difícil.
  Por mais que eu tente me esforçar para apagar isso da minha mente, tudo me lembra daquela noite. Aquela ligação e aquela voz fanhosa feminina do outro lado da linha. Aquela voz de fracasso, vingança e desprezível. Eu tinha muita pena. Essas pessoas poderiam ganhar tanta coisa na vida se mudassem seu jeito de fazer as coisas. Poderiam ganhar reconhecimento deles, mas não. Recebem reconhecimento às vezes, mas de um modo ruim.
  Assim como aquela Mariah, que fingiu estar grávida do Justin Bieber. Sim, ela ganhou o reconhecimento dele. Ele soube da existência dela, mas de modo ruim. Ele se lembra dela como alguém que quase acabou com a sua vida amorosa, profissional e familiar. Eu confesso que nunca gostei muito da Selena, mas nós também nunca nos falamos. Não a conheço para julgá-la, e era isso que as pessoas deveriam fazer mais vezes.
  Às vezes juramos que conhecemos a pessoa como a palma da própria mão, mas podemos estar errados. Quantas pessoas que você já falou que amava e que nunca queria perder, e hoje em dia não falam nem um “oi” sequer? Quantas vezes uma pessoa te desiludiu? A mim, muitas. Todas as pessoas me desiludem, de qualquer maneira.
  - Amor, quanto tempo falta? – Liam me perguntou e sorriu.
  - Um minutinho pra pararmos no posto, e depois faltam apenas trinta minutos para chegarmos à casa. – Eu falei, olhando no GPS o tempo estimado.
  - Ok, obrigado. – Ele disse e tentou me dar um beijo na minha bochecha, mas Louis o empurrou.
  - Hey, ela tá conduzindo. Vai com calma, garotão. – Ele falou rindo, e ele tinha razão. Ele iria me distrair e ninguém queria isso.
  Parei no posto e saí. Liam saiu logo depois, quando conseguiu, e me abraçou. Ainda estava um pouco frio, mas não tanto quanto antes. Beijei-o e ele sorriu.
  - Hey, vamos lá dentro. Quero comer alguma coisa. – Eu disse, me referindo à loja do posto.
  - Vamos sim, também estou com um pouco. – Ele falou e me deu a mão. Ele era tão fofo e meigo… Era perfeito. Estávamos andando e de repente ele me abraçou. Talvez ele precisasse e eu tinha certeza que eu mesma precisava daquilo.
  Começamos a rir e entramos na loja. Pegamos um cesto e pegamos batatas fritas, balas, bebidas em lata e alguns salgados. Pagamos e saímos. Fomos diretamente para o carro, onde todos já nos esperavam.
  - Onde estavam, crianças? Não podem sumir assim! Tão achando que isso aqui é clube? Não é não, hein! Tem que andar sempre com a gente, depois eu e o vosso pai ficamos preocupados, e ai? – Louis disse, como se fosse nossa mãe. Mas enfim, coloquei as sacolas no carro e entramos. Sentei-me no banco do carona e Louis dirigia. Dessa vez fui conversando com todo mundo. Era divertido viajar com eles.
  - Nesse voo o Louis não comeu e não quis me dar a comida dele, sendo que eu tava morrendo de fome. – O Niall resmungou, e eu olhei indignada para o Louis.
  - Isso é verdade? – Eu disse, fingindo estar incrédula. – Eu já te disse pra não fazer isso! Não foi assim que eu te eduquei! Sempre te ensinei a dar um pouco da sua comida à esfomeados! – Eu falei e começaram a rir. Mantive-me séria. – Estou desiludida com você. Você não é meu filho! – Eu disse, como nas novelas. Não aguentei e comecei a rir também. Aquilo tinha sido muito estúpido, e Niall já estava vermelho igual a um tomate, quase sem ar de tanto rir. Como sempre.
  - Tá gente, chega. – Eu falei, e liguei o rádio novamente, porque certa pessoa desligou. Estava no final de Paradise, do Coldplay, e percebi que agora tocava o Top 10. Anunciaram a 1ª posição, e começou a tocar What Makes You Beautiful. Eles ficaram felizes, óbvio. E eu também, claro.
  - Hum… , eles são tops. Vão acabar esquecendo-se da gente… - A disse, fingindo estar triste, e depois começamos a rir. Harry a abraçou.
  - Eu não vou esquecer-me de você! – Harry falou e deu um beijo nela. Sorri, era fofo ver eles dois tão juntinhos. Eles eram lindos e meigos.
  - Awn… - Louis disse, com uma carinha fofa – Agora chega – Ele mudou a expressão para sério. Eu ri e peguei meu computador e a internet banda larga. Liguei e fui até ao Twitter. As mentions estavam lotadas de parabéns e elogios, mas também alguns insultos. Mas afinal, parabéns por quê? Eu não faço aniversário… Bom, não que eu saiba né. Fui até aos trending topics saber o que estavam acontecendo, e meu nome estava lá. Não entendi o por quê, eu não era ninguém, praticamente.
  - Gente, por que eu estou nos trending topics? – Eu perguntei, confusa, e eles pegaram seus celulares para ver. Eu cliquei para ver os tweets sobre aquilo e estavam falando sobre a minha relação com o Liam, mas como sabiam? Nós não havíamos contado pra ninguém, a menos que… Não, não pode ser. Ela nem sabia de nós dois… É impossível!
  - Oh não… - Ouvi Liam falar – Parece que a Geneva contou sobre nós dois… - Ele disse, ainda não acreditando. Ela não podia fazer isso. Ela sabia o quanto era melhor esconder isso um pouco, pelo menos agora no início, porque nós ainda nem namoramos oficialmente… Se era guerra que ela queria, era guerra que ela ia ter.
  - Quem é ela pra se achar no direito de falar sobre a minha vida? Ela não é nada de mim e não é nada de ninguém aqui, nem amiga sequer. – Eu falei, super irritada e com raiva. As fãs iriam me matar!
  Os meninos nunca tiveram uma relação muito boa com a Geneva. Mal falavam com ela, só sabiam dos escândalos que ela fazia e envolvia algum deles, na maioria das vezes o Zayn. Eles dois já namoraram, sim. Mas se desentenderam porque ela era muito chata com ele. A verdade é que ela não o amava. Ela só queria aparecer na mídia, ter fama e ser melhor que a Adele – o que é impossível, mas com os escândalos dela, vai acabar virando mais falada do que a própria diva Adele. Eu não a odiava tanto até ela fazer tudo aquilo. Falar mal de mim para todo o mundo, as fãs se revoltarem comigo por causa dela… Eu era mais ameaçada de morte do que o Obama. Mas a diferença é que ele é ameaçado pelo pessoal da outra religião, e eu sou ameaçada por fãs adolescentes com os hormônios à flor da pele.
  O Zayn deveria me entender… Ele deveria tentar, pelo menos, ver o meu lado. Ver o meu ponto de vista. Eu sofro muito com essas coisas, por mais que não pareça. Eu vou acabar ficando louca um dia. Mas, como prometi, pelo menos nessa viagem vou esquecer os problemas e aproveitar.
  Ficamos conversando um pouco sobre aquilo e depois percebi que estávamos chegando. Era bem bonita a entrada, parecia ser aconchegante. Não era nada enorme ou chique. Era simples e diferente, de uma forma boa. Louis parou o carro e saímos. Estava bem frio, senti um choque térmico quando abri a porta. O aquecedor estava ligado e lá fora estava muito frio… Então é muito diferente.
  Abri o porta-bagagem e pegamos as malas e as sacolas. Algumas estavam na frente, então os outros já haviam levado. Peguei as minhas duas malas e a minha sacola de compras, e fui até a porta, onde os meninos estavam ainda procurando a chave. Só me faltava não terem trazido, né...
  - Gente, com quem está a chave? – Louis perguntou, mexendo nos bolsos e tentando procurar a chave.
  - Não está comigo! – Eu falei. Óbvio.
  - Nem comigo. – Niall e Liam falaram em um uníssono perfeito.
  - Eu acho que não está comigo… - Harry disse, um pouco inseguro, e procurou nos bolsos. Puxou o casaco e abriu o bolso, ele parecia ter achado alguma coisa. Talvez as chaves. – Oh olha, o cartão daquele salão de beleza legal… - Ele disse sorrindo e com uma expressão deslumbrada.
  - Porra, Harry. – Louis disse, dando um tapa na cabeça dele. Eu ri e resolvi procurar no carro. Abri o porta-luvas e achei a bendita chave da casa. Saí do carro rodando as chaves na ponta do dedo indicador direito e sorrindo. Louis veio correndo e arrancou as chaves da minha mão.
  - Quanta delicadeza… - Eu disse, e ele simplesmente correu e abriu a porta. Todos entraram e eu fiquei por última, apenas por estar mais atrás e ninguém ter dó de mim por eu estar com frio.
  - Vem, amor. – Liam disse e pegou em minha mão, me fazendo entrar ao mesmo tempo em que ele entrou.
  Liam me puxou para subir e eu fui, é claro. Havia alguns quartos. Obviamente teríamos que dividir com alguém e tal. Eu ficaria com o Liam, apenas. Somos um casal, e merecemos privacidade. Não, não estou falando naquele sentido, porque ainda não aconteceu e não sei se vai acontecer esses dias, mas não tenho pressa.
  Entramos no segundo quarto à esquerda e fomos logo arrumar as roupas no armário. As minhas ficaram em um lado e as dele no outro. Depois eu fui tomar banho. Aproveitei pra pensar no que fazer depois de me arrumar. Tinha que ter algo para fazer… Tudo bem que estávamos no meio do nada em Birmingham, mas não queria dizer que fosse tão nada assim, né. Pensei em fazer um bolo, era uma boa ideia. Saí do banho, fui até o quarto e Liam estava com uma cara de tédio procurando algo prestável na TV. Peguei alguma roupa e me vesti, eu estava de roupa íntima, então não tinha problema me vestir na frente dele. Penteei o cabelo e fiz uma trança bagunçada, passei algum creme na cara e me sentei ao lado daquele anjo.
  - Hey, te amo, ok? – Eu falei e beijei sua bochecha. Ele parecia estar chateado comigo, não sei por quê. – Algum problema? – Perguntei, um pouco incomodada.
  - Não. – Ele disse com sinceridade e olhou pra mim. – Só tédio e sono. – Ele falou, e tentou sorrir. Eu sabia que tinha algo errado ou estranho.
  - Dorme então. – Disse, resolvendo não força-lo a falar algo. Depois resolveria aquilo. Dei um beijo em sua boca e desci. Apenas a estava sentada na sala vendo TV. Percebi que passava um programa de fofoca e de repente apareceu uma foto minha no aeroporto com o Louis, no Starbucks. Aquilo me irritava, já estariam criando algum caso por eu o acompanhar pelo aeroporto. Será que essas pessoas não têm amigos? Ou será que elas pegam os amigos? Af.
  Bufei e passei indignada, indo até a cozinha. Aquilo era estúpido, eles eram estúpidos! Só de pensar que teria que aguentar tudo aquilo pelo resto da minha vida, ou pelo menos boa parte dela, já tinha vontade de me matar. Ou mata-los. Não sabia se esquecer e continuar fazendo o que tenho a fazer era uma boa ideia. Será que eu deveria fazer alguma coisa a respeito disso? Não, era melhor não. Eu poderia acabar com as minhas lindas mãozinhas em volta do pescocinho de algum dos jornalistas idiotas, e por fim apertar com toda a minha força – que não é tanta, mas seria o suficiente para sufocá-lo - , então hipoteticamente, não daria certo.
  Peguei alguns ingredientes e comecei a fazer um bolo. Era um pouco difícil prestar atenção naquilo, manter o foco na preparação do bolo, enquanto sua cabeça é invadida por paparazzis. A minha privacidade era uma coisa que eu nunca iria perder. Nem por causa de um bando de… Tá, não vou falar desse jeito, pois podem ter crianças lendo. Um bando de filhos de uma mulher que ganha a vida à base de relações íntimas sexuais com pessoas estranhas e desconhecidas. Melhor assim, não é? Não podia continuar desse jeito, disso eu tinha certeza. Eu ia acabar enlouquecendo, como já disse antes. Era muita coisa acontecendo em tão pouco tempo, que acabaria me deixando louca. Eu ainda não havia conseguido me acostumar àquela vida corrida e difícil, cheia de gente querendo saber tudo sobre a sua vida. O mundo inteiro sabendo da sua vida.
  Coloquei o bolo no forno. Tinha quase certeza de que estava tudo certo nos ingredientes. Não era difícil de errar. Ia demorar apenas meia hora para assar e depois era só colocar o glacê e o granulado colorido. Estaria pronto logo, logo. E aposto que alguém tiraria o bolo do forno para mim, né Niall…
  Outra coisa que me incomodava era o que acontecera como Liam para ele estar tão… estranho. Será que eu havia feito alguma coisa? Será que ele achou que aconteceu alguma coisa quando eu e o Louis fomos buscar o carro? Porque, se fosse isso, eu juro que ficaria muito chateada com ele. Isso seria sinal de desconfiança, e o que eu menos gostava era quando desconfiam de mim. Mas também podia ter sido alguma fã que falou merda pra ele… Ou então, também podia ter sido algo que não tinha nada a ver comigo… Provavelmente. É a hipótese mais plena que havia.
  Resolvi subir e ler um pouco. já não se encontrava na sala, devia ter subido ou então saído para algum lugar. Subi as escadas e durante o caminho rezei para que Liam não estivesse lá, ainda com a mesma expressão que me incomodava profundamente. Cheguei até a porta do quarto e respirei fundo antes de abri-la. Entrei calmamente, mas antes dei uma espiada para ver se ele ainda estaria daquele mesmo modo. Dei graças a Deus por ele estar no banho. Isso era bom, pelo menos para mim. Eu queria apenas relaxar e esquecer os problemas e, naquele momento, eu sentia que viria algum problema em relação ao estado estranho do Liam.
  Peguei meu livro, Percy Jackson e Os Arquivos do semideus, e me deitei. Comecei a ler, o livro estava intacto, pois não havia tido muito tempo para lê-lo depois que comprei. Fui até à página 23 e parei por ali, apenas porque Liam havia saído do banheiro, ainda com um estranho e incomodo mau-humor estampado na cara. Sentei-me na cama e encarei-o. Ele sequer olhou pra mim por um minuto. Pegou suas roupas e foi se vestir. Saiu novamente e ligou a televisão, deitando-se na cama logo a seguir, e encarou a TV. Continuei o fitando, não pararia até algum de nós ser inteligente o suficiente para falar alguma coisa. Acho que tinha que ser eu a tomar alguma iniciativa.
  - Posso saber o motivo, circunstância ou problema para a sua mudança repentina de humor? – Eu falei, de um modo um pouco formal demais, eu sei. Mas era o suficiente para que ele entendesse. Ele apenas olhou para mim sério e me encarou por alguns irritantes segundos que pareciam horas.
  - Nada que te interesse. – Ele falou seco, e voltou a olhar para a TV. Ele sinceramente não parecia nem um pouco interessado no que passava, mas com certeza devia ser melhor do que conversar com uma chata como eu. Mas o que ele me falara há alguns segundos foi o suficiente para eu querer dar uma bofetada na cara dele.
  - Olha só, se não me interessasse, eu não perguntaria, ok? E outra coisa, como você quer que fique tudo bem e que nós tenhamos uma relação legal e boa, se você não me explica o motivo desse seu mau-humor estúpido? – Eu falei, de um jeito um pouco rude, do mesmo modo como ele falou. Eu não havia feito NADA, então porque ele estava assim? Não poderia ser minha culpa, então ele estava errado em descontar em mim, algo que eu não fiz.
  - Olha, por que você não vai com o seu amiguinho Louis passear por aí? – Ele falou sorrindo cinicamente. É claro. Aí estava o motivo. Ele com certeza viu aquela reportagem idiota feita por pessoas que querem arruinar a vida de todo mundo, só porque não têm nada na vida além de uma câmera e um microfone. Sinceramente? Por que essas pessoas não morrem? Só porque tem uma vidinha de merda, querem transformar a dos outros – que até algum tempo antes estava perfeita – em igual? Isso é desumano e estupidamente irritante.
  - Eu acho que sei porque você diz isso, e obviamente não confia em mim, né? – Eu disse, e me levantei, jogando o livro em cima da cama, com toda a raiva possível – Se quiser acreditar nesses filhos da put* dos paparazzis… - Eu falei e olhei para ele, que me encarava incrédulo, pois nunca me havia visto daquele jeito – ACREDITE. Você é dono da sua vida e seus sentimentos, mas agora só acho… Simplesmente acho que você deveria confiar mais na sua namorada. – Eu falei e saí do quarto, batendo a porta sem me preocupar. Desci correndo e os meninos estavam sentados conversando. Notei a presença de mais alguém. Ele estava de costas, então não dava para ver quem era. Apenas passei rapidamente por eles, indo até a porta e saindo o mais rápido possível. Não importava se estava frio ou não. Não importava se eu poderia morrer congelada, se eu podia deixar as pessoas preocupadas ou até mesmo me perder naquele lugar desconhecido. Naquele momento, nada importava.
  Era eu, minha consciência e eu mesma, naquele lugar já repleto de neve. Vazio e entediante só de olhar. Eu não sabia o que fazer. Chorar era a melhor alternativa, talvez.
  Sentei-me, encostada a uma árvore e me permiti que chorasse. Sei que não é muito bom chorar, mas eu precisava. Segurar as lágrimas é muito pior, e eu sabia que me sentiria melhor depois de liberar toda aquela irritação e dor.
  Por que razão ele não confiava em mim? Eu não havia feito nada, e ninguém tinha provas do contrário. Eu apenas fui com o Louis alugar o carro. Eu estava com frio, se ficasse lá fora eu acabaria congelando. Eu não estava com roupas adequadas para aquele tempo. Ele deveria me entender. Ele deveria me ajudar. Ele deveria confiar em mim.
  Eu estava ficando com muito frio, mas não me importei. Poderia morrer ali mesmo. Ninguém sentiria minha falta. Afinal, quem se importa com uma ninguém?
  Pus as mãos no rosto e fiquei ali pensando por algum tempo. Eu já não sentia minhas pernas. Eu estava apenas com aquelas calças as cobrindo, então tinha motivos para não senti-las muito bem. A blusa que eu vestia era muito fina, e a que estava por cima tinha uma gola que dava para aquecer o rosto. Puxei-a para cima e respirei fundo. Não sabia se ficava ali e esperava morrer, ou se voltava para casa e resolvia os meus problemas de uma vez.
  Confiava na opção de morrer ali, mas não era a melhor.
  Estava perdida em pensamentos. Não conseguia pensar em outra coisa a não ser no Liam, e como ele não confiava em mim. Fui interrompida quando senti que alguém se aproximava. Ouvia passos e alguém gritava o meu nome. Eu conhecia aquela voz… Mas não pude reconhecer, pois meus sentidos não estavam tão apurados. Pensei que minha audição estava congelada. Estremeci quando senti que aquela “coisa” se aproximava. Podia ser qualquer um que sabia meu nome por ali… Podia ser até mesmo o Liam, a pessoa que eu menos queria ver naquele momento. Eu precisava de tempo para mim mesma. Precisava de um momento comigo, para poder pensar na vida. O que aconteceria dali para frente?
  Fechei os olhos e rezei para que não fosse o Liam, eu seria capaz de dar um tapa na sua cara, e eu não queria fazer isso. Senti a pessoa se aproximar cada vez mais e em questão de alguns segundos poderia me ver.
  - ! – O garoto gritou ao me ver, ele parecia espantado pelo tom de voz. Arranjei forças para abrir os olhos, mas quando consegui os abrir, a pessoa me abraçou. Seu perfume era doce e delicado… Um perfume que eu conhecia tão bem quanto me conhecia. Aquele abraço era quente e aconchegante. Parecia me livrar de todas as coisas ruins que ali estavam. Todos os pensamentos estúpidos e dolorosos que tinha.
  Como não sentia minhas pernas, não me aguentava em pé. Quando ele me soltou, eu quase caí, mas ele me segurou. Quando consegui enxergar sua face, não pude acreditar no que via. O que estaria ele fazendo ali?
  Eu estava espantada. Eu não fazia a mínima ideia do que ele estaria fazendo ali. Percebi que viriam muito mais problemas nessa viagem… Mais do que pensei, até.
  - O que está fazendo aqui? – Eu perguntei, um pouco chorosa e com algum esforço.
  - Os meninos me ligaram, e como estava tudo um pouco mais esclarecido, e eu precisava me desculpar com você, eu vim. – Ele disse, e me segurou quando percebeu que eu não conseguia ficar em pé. – Vem. Vamos para casa. Está muito frio aqui fora. Você vai acabar indo para o hospital. – Ele me pegou no colo e me levou até a casa. Eu não sabia o que fazer. Não sabia se conversava com ele, se sorria, se chorava, se o ignorava e tentava ir sozinha pra casa ou então ficava ali. Eu não conseguia nem pensar. Ele abriu rapidamente a porta e entrou comigo me colocando logo no sofá, deitada ao pé da lareira e Louis estava descendo as escadas – igual a um louco – com um cobertor na mão. Niall estava saindo da cozinha com duas fatias de bolo e uma caneca, também desesperado. Eu não sabia onde o Liam estava, mas não me importava em saber. Não queria.
  - Você ficou louca, garota? Vai lá pra fora desse jeito com esse frio? – Louis disse, me dando um sermão, e eu assenti. Eu estava louca, ele tinha razão. Liam me havia deixado assim, e eu queria morrer. Sei que pra algumas pessoas podem ser ciuminhos, mas eu odeio ciúmes. Odeio mais que tudo. Se fosse um pouquinho só, mínima coisa… Até que dava pra suportar! Mas desse jeito… Do jeito do Liam… Eu não aguentei.
  - Toma – Niall disse, me entregando o prato e a caneca – É aquele bolo que você fez e o Louis fez chocolate quente. – Ele falou, puxando um banco e se sentando ao meu lado.
  - Obrigada, Niall – Eu disse, tentando sorrir, mas não consegui. Nenhum sorriso brotaria em minha face naquele dia. Eu não queria, não conseguia e não precisava. Era simples.
  Vi Zayn sussurrar alguma coisa para o Louis e ele e Niall saírem, me deixando sozinha com o Zayn.
  - Então, desabafe. Eu ainda sou seu melhor amigo. – Ele falou, levantando minha cabeça e se sentando, fazendo-me deitar em seu colo.
  - Ok… Eu e o Liam começamos a namorar… Eu estava muito feliz com ele, porque ele é muito fofo, carinhoso, meigo e perfeito. Mas você sabe que eu não aguento ciúmes e… Os dele são excessivos demais. Eu já sabia disso porque uma vez, quando ele e a Danielle namoravam, ela veio desabafar comigo. Ela não aguentava o tanto de ciúmes dele… E foi por isso que eles terminaram. E não pelos outros motivos que dizem por aí… - Eu falei rapidamente, e de repente dei uma pausa e uma lágrima escapou. Eu percebi o quão era bom estar de novo com o Zayn, como melhores amigos, eu sabia disso. Podem me chamar de bipolar e tudo, mas eu sentia que precisava dele naquele momento. Ele estava ali, e eu sabia que era por mim.
  - Olha, fique calma, ok? Vai ficar tudo bem! – Ele falou, e pareceu um pouco pensativo.
  - O que foi? – Eu perguntei, me referindo à expressão dele.
  - Eu sabia que isso ia acontecer… - Ele disse e olhou pra a lareira, mordendo o lábio inferior e assentido, como quem diz “Pois é…”. Sua expressão havia mudado, estava um pouco mais triste que antes. – E ainda mais que… - Ele parou e ficou calado.
  - Que…? – Falei curiosa, o que seria a mais?
  - Ah nada, esquece. Besteira… - Ele falou e tentou sorrir, disfarçando.
  - Zayn, eu te conheço muito bem e posso afirmar que você tá mentindo… - Eu disse, olhando séria pra ele, e ele olhou pras minhas pernas e acariciou-as.
  - Não te consigo ver desse jeito. É difícil pensar que ele pode, talvez, te magoar um dia e… Você querer fazer pior do que fez hoje… - Ele falou e eu fiquei sem palavras. Aquilo que ele disse havia sido realmente lindo, mas complicava cada vez mais a minha vida, minhas escolhas e sentimentos. Eu não conseguia vê-lo assim, ele ia sofrer por causa do meu relacionamento com o Liam, mas… Eu não posso fazer nada por ele. Como eu já disse, a ideia do triângulo amoroso ainda estava de pé – mesmo não sendo a minha melhor ideia.
  - Zayn… Você sabe que é difícil para mim… Eu amo muito vocês dois, mas… - u falei, mas fui interrompida rapidamente.
  - Eu sei, eu sei. Você sente algo diferente pelo Liam e eu sou apenas como um irmão e blá, blá, blá… - Ele disse, ainda triste – Mas não tem problema, eu te ente… - Dessa vez eu o interrompi colocando o dedo indicador em seus lábios. Eu pensei em beijá-lo, mas não podia fazer isso com o Liam.
  - Cala a boca, por favor. Eu amo vocês dois do mesmo jeito. – Eu falei e o abracei, mas ele se soltou rapidamente e me encarou.
  - Eu não queria mesmo te perguntar isso, mas… é insuportável. Porque você o escolheu? – Ele disse, em um tom estranho e mais triste ainda. Algo duvidoso da minha resposta.
  - Zayn, eu não escolhi ninguém… Eu senti algo forte pelo Liam. Não mais forte do que o que eu sinto por você… É na mesma medida. Mas ele… - Parei para pensar nas palavras certas – Ele é fofo e carinhoso… Não que você não seja, mas… Ah, é inexplicável. Ele mexe comigo de um jeito diferente e… estranho. – Eu falei, não queria dizer que ele não mexia comigo, porque mexia… E muito. Eu não tinha palavras para explicar a minha escolha, foi simplesmente o destino. – Ainda mais que… Aquela nossa… discussão colaborou um pouco para a minha escolha… - Eu falei, um tanto tensa ainda. Ele me encarou novamente e tentou sorrir, mas as lágrimas não fizeram aquilo ser convincente. – Não chora, bebê. Por favor… - eu disse e o abracei forte. Eu não conseguia vê-lo assim, doía muito. Eu causei aquilo e eu deveria consertar os estragos que fiz depois que apareci. Eu sinceramente queria não ter ido para aquela casa… Mas, por outro lado, eu gostei. Fiz amigos e morava com o meu melhor amigo e o meu melhor amor. Eu precisava do Zayn, e sabia que ele precisava de mim também. Tudo o que passamos e tudo o que vivemos juntos… Estava tudo tão claro. Todas as cantadas, abraços e beijos… Eram todos verdadeiros, não só da parte dele… Quanto da minha também. Só eu não sabia disso, durante aquele tempo todo. Mas era tudo tão complicado. A vida era tão complicada…
  O Zayn era meu melhor amigo. O que me entendia melhor que ninguém, que sabia tudo sobre mim e me amava de qualquer jeito. Ele já me havia visto de todas as maneiras possíveis. Com roupas feias, bonitas, descabelada, com cara de sono, machucada, sem roupa (pois é) e sem dentes. Não, sem dentes porque estava trocando os de leite, tá? Ele me entendia melhor que qualquer pessoa… Ele sempre me protegeu de todas as coisas ruins na vida. Eu amava isso nele. Amava ele. Mas como nem tudo é um “mar de rosas”, como dizem, né… Eu também amo muito o Liam. Era uma escolha difícil demais. Eu não suportava aquela dor de ver algum dos dois magoados. Era um sentimento mútuo e recíproco… Eu sabia que eles me amavam muito, não podia negar. Mas eles tinham que perceber o quão aquilo era difícil pra mim.
  Abracei o Zayn com todas as minhas forças. Não queria soltá-lo, não naquele momento. Eu precisava daquilo. Eu precisava extremamente dele. De seus beijos, seus abraços, seus carinhos e palavras docemente pronunciadas à mim. Precisava de seu perfume, de sua voz, de seu toque e seu apoio. Precisava de tudo. E ele era tudo naquele momento, para mim.
  - Eu te amo muito, Zayn, mas você sabe que é difícil demais para mim… - Eu falei, com a voz um pouco rouca e falhada, mas o suficiente para ele entender. O amor não tem palavras certas, e nem a pessoa certa.
  - Você sabe que eu também te amo muito mesmo, minha pequena. – Ele disse e me abraçou mais forte. Senti algumas lágrimas em meu ombro, e não tive dúvida de que ele voltara a chorar. Eu não podia deixar ele daquele jeito… Mas não podia fazer nada além de tentar acalmá-lo. Era tudo tão difícil… O Liam já tinha sua vida planejada comigo… Eu tinha a minha vida feliz – até algum tempo atrás – e ia continuar assim se não fossem aqueles paparazzis. Na verdade, acho que a culpa era realmente minha. Eu não deveria ter mudado alguma coisa na minha vida. Não deveria ter ido morar com eles. Eu poderia estar sendo feliz com o meu melhor amigo do meu lado, podia continuar com a minha privacidade, com minhas coisas e meus sentimentos apenas comigo. Eu podia fazer tudo o que gostava e continuar sendo eu mesma. Mas não mais naquela época. Estava tudo estragado e já não tinha volta. Eu não sabia mesmo como consertar aquilo.
  - Zayn… Você e o Liam… Estão bem? – Perguntei, receosa de que eles tivessem brigado.
  - Ahn… - Ele falou, prolongando a palavra e olhou para o chão, enxugando algumas lágrimas. – Sim, e- estamos… - Ele falou, um pouco inseguro. Ninguém perceberia isso, mas infelizmente eu sou ninguém mesmo. Eu perceberia qualquer coisa diferente nele, nem que fosse um mínimo detalhe. Qualquer machucado, espinha, sorriso ou olhar.
  - Fala a verdade, por favor. – Eu disse baixinho, olhando em seus olhos e ele desviou o olhar.
  - Nós discutimos e ainda não voltamos a nos falar… - Ele disse com uma expressão estranha e diferente, e voltou a olhar para mim tentando sorrir.
  - Zayn, me desculpa por isso…
  - Pelo que?
  - Por ter estragado a vida de vocês. Eu só estou complicando cada vez mais as coisas. Depois que você me convenceu a ir para lá, tudo só piorou para vocês… A culpa disso tudo que está acontecendo é minha! – Eu falei, e ele colocou o dedo em meus lábios levemente. Foi como um choque, não sabia o que havia acontecido.
  - Você sabe que não foi sua culpa. Eu é que te levei para lá. Eu é que me apaixonei erradamente, e eu é que tenho que dar um jeito nisso. – ele disse e se levantou, indo até à porta e pegando o casaco que ali estava pendurado.
  - Aonde você vai? – Eu perguntei indo atrás dele, e ele não me deixou passar além da porta.
  - Vou resolver isso, mas você vai ficar aqui. – Ele falou sério, já preparado para sair.
  - Não, nós temos que resolver isso, você não está sozinho nesse problema! – Eu reclamei, mudando um pouco o tom de voz.
  - Eu já disse que você fica aqui, ! – Ele mudou o tom de voz também, o que me irritou. Mas mantive a calma e respirei fundo.
  - Não tem ninguém aqui me impedindo de ir atrás de você… - Eu falei, e ele ergueu uma sobrancelha. De repente, ele me puxou pela cintura e me beijou. Eu tentei reagir, mas não consegui. Era impossível. Eu não sabia o que fazer. Não sabia se correspondia ou o empurrava. Eu disse e repito, não podia fazer aquilo com o Liam, mas o beijo era… maravilhoso. Era o que eu precisava naquela hora.
  - Fica aqui, por favor, … - Ele falou, me olhando nos olhos logo em seguida. Ah, como eu odeio aquele garoto. Ele me controla, ele me deixa louca, me faz esquecer tudo e ainda mais… O que mais odeio nele… Ele me faz amá-lo cada vez mais, a cada milésimo de segundo que passa.

  Eu sabia que havia traído o Liam de certa forma… Eu me odiei por isso. Esse foi um dos motivos pelo qual eu não queria me apaixonar no início de tudo.
  Lucca foi o meu último namorado antes do Liam. Ele me traiu.

  *Flashback*

  Era a noite do baile de final de ano da escola. Zayn e eu combinamos de ir juntos até ao local, então ele passou em minha casa e fomos a pé até lá. Conversávamos alegremente, ele sabia o quanto eu gostava do Lucca, mas sempre se preocupava. Eu havia comprado um vestido lindo branco, e estava de salto alto. Zayn estava lindo como sempre, com seu termo preto e o sapato clássico. Ele tinha o par do baile, a Jess, mas ela estava doente então não pôde ir. Ou seja, ele estava sem par, na verdade. Ele não se abalou por isso, não se importava em não dançar, não era a “praia” dele mesmo.
  Quando chegamos lá, avistei Lucca, então fui até ele e ele me deu um beijinho.
  - Olá meu amor. – Ele falou sorrindo, e olhou para o meu vestido – Que linda que você está! – Ele falou e me abraçou. Ele bebia alguma coisa azul estranha, mas não me importei.
  - Lucca, eu vou ao banheiro e já volto, ok? – Eu falei e fui até ao banheiro. Lá encontrei a Luiza, uma garota chata e arrogante da outra turma. Pra falar a verdade mais simples, a metida da escola. Ela olhou pra mim com desprezo e saiu do banheiro. Lavei as mãos e fiquei me olhando no espelho. Eu não estava me sentindo bem, mas mal havia chegado à festa. Não me importei com aquilo, havia de ser nada. Saí do banheiro e fui procurar o Lucca, que já não estava no mesmo local de antes. Havia muitas pessoas na pista de dança e perto dos bares. Grupinhos reunidos em volta da enorme piscina e gente subindo para o segundo andar mais reservado. Procurei por todos os cantos, menos na pista. Estava muito cheia, mas fui até lá. Esbarrei em algumas pessoas, que reclamaram, é claro, e de repente dei-me com a pior imagem de todas. Lucca e Luiza estavam se beijando, ela com uma perna em volta de sua cintura e ele apertando sua bunda. Aquilo me atingiu fortemente no peito. Não sabia mais o que fazer, aquilo era horrível para mim. Perdi os sentidos, parecia que havia perdido o chão ao ver aquilo. Eu amava o Lucca, até demais, e ele me fazia isso. Uma monstruosidade dessas.
  Lágrimas começaram a escorrer pela minha face, e não paravam. Saí correndo dali à procura de Zayn. Ele estava no jardim, isolado e com uma expressão triste. Sentado na grama verde e bem cuidada, olhando as estrelas visíveis. Sentei-me ao seu lado e rapidamente me deitei em seu colo.
  - Oh meu Deus, o que aconteceu, ? – Ele disse, preocupado e chegando mais perto, secando algumas lágrimas que caiam descontroladamente.
  - O… O… - Voltei a chorar e soluçar. Respirei fundo – O Lucca… Luiza… - Eu tentei falar e ele parecia ter captado a mensagem. Ele era o que melhor me entendia.
  - Ai… Eu sabia que isso ia acontecer. Caramba. Você quer ir para casa? – Ele perguntou, e eu assenti. Não passaria nem mais um minuto naquele inferno. Não havia mais nada para fazer. – Vem – Ele falou, se levantando comigo em seu colo. Me pôs em pé e pegou em meu rosto, secando as lágrimas. Nossos rostos estavam próximos, a alguns centímetros de distância.
  - Não fica assim, ok? Ele é um idiota em fazer isso com a menina mais perfeita do universo. Você não merece isso, pequena. – Ele olhava, e me vi perdida naqueles lindos e brilhantes olhos castanhos. Não sabia reagir, não naquele momento. Ele chegou mais perto lentamente, dando tempo para que se eu quisesse parar. Ele me beijou. Foi um dos melhores beijos da minha vida. Era doce e calmo, cheio de carinho e amor. Meu coração pulsava forte e descontrolado. Parecia que eu ia explodir ali mesmo.

  *Flashback*

  Uma das coisas que aprendi com isso na vida, foi nunca confiar muito em alguém. A não ser que fosse o Zayn ou algum amigo dele.
  Zayn saiu e pegou o carro, indo não sei para onde. Eu não sabia o que iria acontecer, só sabia que não ia dar muito certo. Entrei tranquei a porta e fui até a cozinha. Limpei tudo e resolvi fazer o almoço. Peguei ovos, bacon e macarrão. Misturei tudo em uma panela de pressão e fiz batata cozida também. Não tinha nada pra fazer mais.
  Subi, arrumei os quartos e fui para o meu. O travesseiro do Liam estava todo molhando em um lado e havia algumas coisas no chão. Sua carteira estava aberta em cima da mesinha de cabeceira. Tinha fotos nossas lá e um bilhetinho que mandei para ele uma vez. Uma lágrima caiu.
  - Tudo vai ficar bem, . Calma. – Eu disse para mim mesma.
  Deixei a carteira lá e fui ao banheiro. Tomei um banho, vesti uma roupa quente pra sair e chamei um táxi. Escrevi um bilhete dizendo aonde iria e que horas voltaria, para não se preocuparem.
  Dez minutos depois, o táxi chegou e pedi para que me deixasse no Birmingham Park. Olhava pela janela, todas as coisas passando rapidamente. Acho que mais rápido na minha imaginação. Como se pouco demorasse, já havíamos chegado – o que parecia estranho, pois o parque ficava a uma meia hora de lá.
  Paguei e saí, era tão bom sentir a brisa suave da natureza. Eu acho que conseguiria esquecer a vida, pelo menos por um pouco. Podia estar frio e nevando, mas Birmingham não deixava de ser bonita por isso. Era tudo tão natural e lindo… Sentei-me em um banquinho de madeira que estava ali, quase congelado e sem ninguém por perto. Acho que era para onde os “Forever Losers” iam.
  Haviam tantas pessoas ali. Crianças pequenas brincando felizes, amigas conversando felizes, casais namorando e se abraçando felizes. Será que eu era a única infeliz naquele lugar?
  É estranho, um minuto sua vida estar perfeita e normal, e depois alguém chega de repente na minha vida e tudo fica complicado e doloroso. Era apenas eu e meus pensamentos e sentimentos. Não tinha o porquê me preocupar se tinha certeza que tudo iria se resolver… Ou não.
  Eu tinha que me decidir, isso era evidente e complicado. Mas vamos encarar os fatos: o Zayn me faz feliz cada vez mais e há muito tempo. O Liam pode até me amar e eu amá-lo, mas será que ele realmente me conhece e me compreende? Será que isso iria durar? Eu não podia mais adiar aquela decisão, não poderia prolongar aquele sofrimento. Aquela dor insuportável.
  Eu sei que alguém ia acabar magoado por conta da minha escolha. Por isso eu ainda digo que a culpa daquilo tudo estar acontecendo era minha. Sem dúvida alguma. Eu precisava consertar aquilo, mas eu sou péssima nisso. Eu só crio problemas e nunca há uma maneira de resolver. Por que tinha que ser assim?
  Se eu escolhesse o Liam, poderíamos viver novas coisas e momentos. Eu ia ser feliz, mas até quando isso seria uma realidade? Por outro lado, se eu escolhesse o Zayn, eu teria a vida mais perfeita do mundo, como tinha antes de tudo isso acontecer. Provavelmente já sabe qual era a minha escolha.
  Peguei meu celular e disquei rapidamente o numero do Zayn. Eu precisava impedir que ele fizesse algo que eu mesma devia fazer.
  - Al… - Ouvi aquela voz suave do outro lado da linha.
  - Zayn, onde você está? – Eu perguntei, o interrompendo.
  - Oi, amor. Estou aqui com o Liam na sorve… - Ele falou tranquilo, mas foi novamente interrompido.
  - Qual sorveteria? Onde? Eu preciso falar com vocês, Zayn. Eu decidi! – Eu falei, quase gritando, desesperada.
  - Calma, pequena! É perto do parque, se chama Razzelberries. E… - Ele disse, ainda calmo, e eu já estava me dirigindo para lá. Avistei-os sentados em uma mesa e o Zayn no telefone comigo, obviamente.
  - Ok, já estou aqui. – Falei e desliguei o telefone. Fui até eles correndo praticamente, e dei um beijo na bochecha de cada um. Eu tentei parecer o mais normal possível, agir como se o que eu estava prestes a dizer fosse algo simples e nada doloroso para alguém. – Gente… Eu decidi e quero pedir desculpas a vocês dois por ter feito isso com vocês…
  - Decidiu? O quê? Qual de… nós? – Liam disse, confuso. Eles já deveriam ter conversado e se entendido.
  - Sim… isso mesmo. Exatamente isso… - Eu pausei e respirei fundo. Era agora ou… agora. – Antes de tudo, quero que saibam que isso foi uma decisão difícil e… Eu escolhi alguém que… Já era um pouco… - Olhei para o Liam e depois para o Zayn. Suas expressões não eram nada agradáveis. Percebi o pânico em vosso olhar. – Óbvio.

Capítulo 13 - Till the world ends

  - Zayn… Você sempre foi a melhor pessoa do mundo pra mim, e você sabe bem disso… - Eu disse, de cabeça baixa. – eu te considero muito e nunca quero te perder. Eu te amo… - Eu disse e vi um sorriso de canto nele. Virei-me para Liam e tentei sorrir. Sua expressão era triste e receosa. – Liam, eu gosto muito de você. Desde que a gente se conheceu, minha vida mudou completamente, e eu também te amo, muito. Mas você sabe o que está acontecendo agora… Eu não te quero ver triste, isso dói em mim. Mas, como eu disse, foi uma decisão dolorosa e difícil… - Eu falei, e lágrimas escorriam por sua perfeita face. Eu não queria aquilo, eu não precisava e nunca precisaria ver aquilo. O abracei o mais forte que pude, na tentativa de confortá-lo por algo que eu fiz. Não aguentei e acabei chorando também. Não aguentava vê-lo assim. Isso me matava por dentro.
  - … Eu sei que é difícil e… Eu vou conseguir seguir em frente. Não precisa se preocupar. Eu apoio vocês dois juntos, e só quero te ver feliz. Se for isso que você quer, por mim tudo bem, ok? – Ele disse sorrindo, depois de me soltar do abraço e afagando meu rosto, secando algumas lágrimas que insistiam em cair ainda. – Eu te amo, ok? – Ele falou e me deu um beijo na bochecha.
  - Obrigada… - Eu disse e ele se levantou. O abracei mais uma vez.
  - Eu tenho que ir encontrar o Harry, depois nos falamos. – Ele falou e saiu, sem nem esperar a resposta.
  - … - Zayn falou, olhando para mim com um lindo sorriso no rosto. Olhei para ele e sorri, enxugando as lágrimas. Ele me puxou e me abraçou. – Eu não acredito, meu Deus… - Ele disse e me deu um beijo na bochecha. Eu sabia que ele não me podia beijar ali, na sorveteria com aquele monte de pessoas ao redor. Poderia haver paparazzis por qualquer lugar. Isso causaria muita polêmica, e isso só pode acontecer, quem sabe, quando chegarmos.
  - É… Eu te amo, Zayn. – Eu falei baixinho, perto de seu ouvido.
  - Eu também te amo, pequena… Minha pequena. Só minha… Oh meu Deus. – Ele disse, feliz e em um tom engraçado. Eu dei uma risadinha e um beijo em sua bochecha.
  - Vamos pra casa? Eu preciso conversar com você… - Eu falei e sorri de lado, arqueando uma sobrancelha em um tom “provocante”.
  - Vamos sim. Qual é o assunto? – Ele falou, pegando em minha mão e me levando até ao estacionamento.
  - Nós. – Eu fale,i e quando estávamos quase no estacionamento, vi um banheiro. Como era para homem e mulher, o puxei e entramos. Tranquei a porta e o beijei. Ah, como precisava daquilo. – Agora podemos ir. – Eu disse e saímos do banheiro. Ele estava sem entender. Talvez não estivesse raciocinando naquele momento. Entramos no carro e ele deu partida. Liguei o rádio e deixei no terceiro volume, eu queria conversar com ele e ouvi-lo, se colocasse a música alta atrapalharia.
  - Então, o que te fez tomar essa decisão, mocinha? – Ele perguntou sorrindo, e olhou pra mim por um momento, esperando a resposta.
  - Bom, eu estive pensando e… - Eu falei, mas fui interrompida.
  - OH MEU DEUS, VOCÊ PENSOU? Isso é uma novidade, caramba! – Ele falou, fingindo estar espantado. Dei um tapa em sua cabeça e ele riu.
  - Idiota. Como eu ia dizendo, eu estive pensando e eu não sabia se eu e o Liam iríamos durar muito tempo. Ele é ciumento, e além do mais… Eu não conseguiria te deixar daquele jeito… Você me conhece melhor que ninguém, me ama de qualquer jeito e foi a pessoa que mais me ajudou… Eu te amo. – Eu disse, e ele prestava atenção em cada palavra.
  - Eu também te amo muito. Você sabe disso. – Ele disse, quando parou no sinal e me deu um selinho. Sorrimos e nos encaramos.
  - Promete que vai dar tudo certo? – Eu disse, abraçando as minhas pernas. Ele olhou pra mim e mordeu o lábio inferior.
  - Eu prometo, mas você também tem que me prometer isso! – Ele falou e sorrimos.
  - É claro que eu prometo. – Eu disse, e fui até ele, dando-lhe um beijo rápido. O sinal ficou verde e seguimos até casa conversando.
  Quando chegamos, percebi que não havia ninguém em casa. Louis e Niall tinham saído sabe-se lá pra onde, Harry e Liam estavam fazendo compras e a … É verdade, onde estaria ela? Não via ela desde a hora que fui fazer o bolo, e já haviam passado mais de cinco horas depois disso.
  - Zayn, você viu a ? – Eu perguntei, e ele me olhou confuso.
  - Quem é ? – Ele perguntou, rindo. Ele não devia ter conhecido ela, mas enfim. Entramos e me sentei no sofá.
  - é a coisa lá do Harry.
  - Coisa? Ahn? – Ele perguntou, ainda confuso.
  - É… Um rolo dele aí. Não sei se é namorada ou só peguete. Mas ela é legal. – Eu falei rindo, e ele assentiu tipo “ok, né”.
  - Então, o que quer fazer agora? – Ele perguntou, se sentando ao meu lado e dando um beijo estalado na minha bochecha.
  - Não sei, quais são as opções? – Eu disse, e olhei para ele sorrindo. Ele olhou pra frente e fingiu estar pensando.
  - O que a senhorita quiser fazer, podemos tentar providenciar. – Ele falou e rimos.
  - Ok, então… Vamos assistir a um filme. – falei e ele sorriu, me dando um beijo logo em seguida.
  - Vai lá escolher que eu vou fazer alguma coisa pra comer enquanto isso. – Ele falou, me dando mais um beijo e se levantando em direção à cozinha. Fui até a estante da sala e procurei algum filme legal, até que achei “Ela é demais pra mim”. Era uma comédia romântica, parecia ser bom. Liguei o DVD e coloquei, passei os trailers e o Zayn se sentou ao meu lado. Cliquei no play e assistimos ao filme. Ele tinha trazido pipoca.
  Era bem engraçado o filme, rimos muito. Perdi uma parte – bela parte – do filme, porque o Zayn me beijou, mas não me importei nem um pouco em perder o filme. Ele era melhor. Poderia perder milhões de filmes por isso.
  - Então… E agora? – Eu falei, quando o filme acabou.
  - Eu estava pensando em esperarmos todo mundo e irmos a algum lugar. – Ele disse e me abraçou.
  - Tudo bem. Mas enquanto isso… - Eu falei, chegando mais perto dele e o beijando. Ele retribuiu o beijo e depois olhou em meus olhos. Ah, aqueles olhos brilhantes e lindos. Como pérolas perfeitamente delicadas. Os olhos em que sempre me perdi. Fomos interrompidos por alguns seres, sabem, que entraram fazendo escândalo.
  - OH MEU DEUS. É O QUE EU ESTOU PENSANDO? – Louis disse, incrédulo, quando nos viu juntos. Eu assenti sorrindo, e ele veio correndo e gritando até nós. Nos abraçou e depois gritou novamente. – Que lindos meu Deus, mas e o Liam? – Ele perguntou, quando tava mais calmo.
  - A gente falou sobre isso hoje. Nós três tivemos uma conversa… Acho que vai ficar tudo bem. – eu falei e sorrimos. Niall veio até mim sorrindo e me abraçou.
  - Parabéns casalzinho meloso lindo. – Ele falou rápido, e deu um abraço no Zayn também. Depois voltou até mim e sorriu como quem queria algo –
  - Tem comida na geladeira. – Eu falei e sorrimos.
  - Obrigado. – ele falou e saiu correndo até à cozinha, igual a um louco. Rimos e, de repente, um silêncio irritante e perturbador predominou naquele lugar.
  - Então né, gente bonita… - Eu falei, tentando acabar com o silêncio – Ah, Louis. Cadê a ? Não a vejo desde que vocês estavam dormindo.
  - Ah… Ela e o Harry discutiram, e ela provavelmente deve ter saído pra esfriar a cabeça. – Louis disse e me encarou – Ela não deve ter ido longe, não se preocupe.
  - Ah, a propósito… Vamos sair todos juntos, pra qualquer lugar. Vamos nos arrumar e depois quando o Harry e o Liam chegarem, nós vemos pra onde vamos. Pode ser? – O Zayn disse, e Louis assentiu. Niall chegou à sala curioso, com um prato na mão e comendo – é claro.
  - O quê? – Ele disse, de boca cheia, e eu soltei uma risada.
  - Quando terminar de comer, vai se arrumar pra sairmos. – Eu falei e subi as escadas. Zayn foi logo em seguida. Entrei no quarto e depois de alguns segundos ele entrou também, logo se encostando à porta e suspirando. Ele sorriu e eu mordi o lábio inferior, indo até ele e envolvendo os braços em volta de seu pescoço. O beijei. Ele sorriu e começou a beijar meu pescoço. Eu não gostava disso. Fazia-me arrepiar e me deixava louca. Eu até gostava, mas não era bom fazer isso agora… Porque a gente… Digamos que não podíamos fazer aquilo naquele momento. Não que fosse cedo, nos conhecíamos há muito tempo. Mas tínhamos acabado de começar a namorar. Deveríamos dar uns dois dias de folga pra isso. Empurrei-o e sorri.
  - Paramos por aqui, vou tomar banho. – Eu falei e dei-lhe um selinho rápido, indo pro banheiro logo. Entrei na banheira e liguei o chuveiro, tomaria um banho rápido. Afinal, era o meu terceiro banho em menos de doze horas. Quando acabei, me sequei e enrolei-me novamente na toalha, saindo logo a seguir do banheiro. Zayn estava sentado na minha cama, já havia ido tomar banho. Sorri para ele e fui até ao armário, as roupas do Liam não estavam mais lá. Será que ele já havia ido buscar? Enfim, peguei uma roupa qualquer e fui até o banheiro me vestir. Quando terminei, saí e fui até à cômoda, arrumei o cabelo e não passei maquiagem. Sentei-me ao seu lado e ele olhou pra mim e sorriu. Sentei-me em seu colo e fiquei o encarando por algum tempo, e o beijei. Foi tão bom e sincero.
  Depois de ficarmos ali um tempo, bateram na porta e entraram. Era o Harry, nos chamando para irmos para a sala. Recompomo-nos e descemos. Todos nos fitaram por um momento, do tipo “nós sabemos o que estavam fazendo, seus safados”. Mas não fizemos nada demais…
  - Então, onde querem ir? – Louis perguntou, e levantou a mão.
  - Jardim da cidade – Ela falou e eu levantei a mão.
  - Boliche. – Todos sorriram e eu ri logo em seguida.
  - Mais alguma sugestão? – Louis disse, e ficou um silêncio... – Ok, vamos pro boliche então. Jardim podemos ir amanhã passar a tarde e fazer um piquenique. – Ele disse e todos se levantaram e saíram. Fomos para o carro e entramos. Iria demorar um pouco para chegar até a cidade, então coloquei um filme no pequeno DVD portátil do carro. Encostei a cabeça no ombro de Zayn, que estava ao meu lado, e sem querer adormeci.

Capítulo 14 - I only think that she is a problem

  Acordei com alguns gritos no meu ouvido. Alguns não, muitos. Olhei para o lado com a pior cara possível e encarei o ser – que muitos podem chamar de Louis – que gritava igual uma bicha.
  - É hora de acordar! – Ele gritou mais ainda. Será que eu ainda tinha tímpanos?
  - Você acha que eu ainda estou dormindo? Acha que é possível dormir com uma bichona gritando igual louca no meu ouvido? – Eu falei com raiva, mas é claro, brincando.
  - Ai, nossa. Magoou. – Ele disse, fingindo estar magoado com a mão no peito. – Não fale mais comigo, você fica aí revelando a identidade dos outros… - Ele falou e eu comecei a rir. Uma pessoa abençoada com um cérebro resolveu abrir a porta e eu consegui sair daquele carro, com aquele monte de gente respirando o mesmo ar. Aquilo deveria ser contagioso.
  Senti uma mão pegar na minha, obviamente era o Zayn. Ele me deu um beijo na bochecha e continuamos andando. Entramos no boliche e estava vazio. Talvez pelo fato de serem dez horas da noite de uma segunda-feira. Pegamos os sapatos lindos e fedidos que todo mundo usa e fomos para a pista. Eu não sabia jogar direito, então o que poderia acontecer era eu acertar a bola na outra pista – ou, na pior das hipóteses, na cara de alguém.
  Começou com o Harry, e surpreendentemente ele fez strike. Ele sempre se gabava de seus talentos – que eram poucos perto dos meus {N/A: metida…} – e esfregar na cara de todo mundo, mas por incrível que pareça, ele não fez nada além de sentar-se ao lado da . Estranhei aquilo e disseram que eu era a próxima.
  - Ok, ferrou então. – Falei para mim mesma quando fui tentar pegar a bola. Zayn veio até mim e pegou uma bola vermelha.
  - Essa é mais leve, tenta. – Ele falou baixinho e eu segurei a bola. Realmente, era mais leve mesmo. Ele me pegou na cintura e me guiou até a pista de jogo. – Agora você faz impulso de trás pra frente e quando estiver na frente, você solta a bola, ok? – Ele disse, fazendo os movimentos certos e, não tenho certeza, mas acho que estava com uma cara de boba hipnotizada olhando pra ele. Será que alguém havia percebido? Percebi um sorriso meigo aparecer em sua face quando olhou pra mim. É, ele havia percebido mesmo. – ? – Ele disse, rindo, e eu apenas fechei os olhos e sorri.
  - Desculpa… - Eu falei, um pouco encabulada, e ele me deu um beijinho.
  - Ok, mas agora joga logo porque eles vão reclamar, ok? – Ele disse e eu assenti.
  - Você sabe que vai ter que me ajudar, né? – Eu falei, continuando assentindo. Ele olhou pra mim e rimos.
  - Está bem, mas dessa vez presta atenção. Eu sei que você me ama muito, mas eu não quero que eles te matem porque você tá demorando, ok, meu amor? – Ele disse fofamente, e eu sorri. Ele ficou atrás de mim e pegou no meu braço, o que segurava a bola, e foi me ensinando. Dessa vez eu prestei bastante atenção e, com a ajuda dele, joguei a bola. Ficaram dois pinos em pé. - Não foi tão ruim. Pra quem tá começando, foi perfeito. – ele disse sorrindo e me beijou. Sorri e paramos o beijo. Ele me puxou até ao banco e nos sentamos. Assistimos todos e depois era vez do Zayn. Ele pegou na bola azul e jogou. Deixou um pino em pé, e percebi que Harry o zoou. Ri da situação e não sei por que, algo me fez olhar para a segunda pista. Não podia acreditar. Fui até a e ela me olhou confusa.
  - O que ela está fazendo aqui em Birmingham? – Eu perguntei-lhe e ela olhou para o lado.
  - Oh meu Deus… Isso não vai dar certo. – Ela falou, olhando apavoradamente para Geneva. É isso mesmo, para minha agradável surpresa, ela estava a duas pistas de nós. Zayn veio até mim e puxou minha mão. Olhei pra ele e ele me beijou.
  - O que houve? – Ele disse, ao perceber minha cara nada agradável.
  - Nada… - Eu menti.
  - Tem certeza? Você tá pálida demais para o meu gosto. Eu te conheço. – ele falou, arqueando uma sobrancelha.
  - Não aconteceu nada, não se preocupe. – Menti novamente. Por que eu tinha feito aquilo? Sinceramente, eu não faço a mínima ideia. Simplesmente não deveria querer falar a ele. Talvez ele não tivesse percebido a presença daquela víbora ainda. Zayn me puxou para sentar novamente no banco e antes olhei para a . Fiz uma expressão que só ela entendia do tipo “E agora?”. Ela me olhou como “Não sei, temos que fazer alguma coisa, e rápido!”. Ok, podem dizer que somos loucas e tal, mas esse pouco tempo que passamos juntas nos deixou muito mais retardadas do que já somos. Eu olhei novamente para Zayn e me sentei. Eu estava nervosa, não só por dentro, mas também aparentemente.
  - , vem comigo até ao carro? – Zayn falou, e eu conhecia aquele olhar. Ele queria conversar comigo. Sim, eu precisava pensar em algo, mas isso era o que estava faltando. Levantamo-nos e fomos até lá. Ele abriu a porta pra mim e eu entrei. – Me fala o que tá acontecendo. Você ficou muito estranha de repente… - Ele falou, se virando para mim e pegando em minha mão. Olhei para ele e tentei sorrir.
  - Ok. – Eu disse, suspirando – Não sei se você viu… Mas… A… - Eu falei e calei-me de repente.
  - A…? – Ele disse.
  - A Ge… Geneva. Ela está lá. – Eu por fim falei, e percebi que ele não mudou a expressão para alguma outra tão espantada.
  - Só isso?
  - Ah, então você já tinha percebido? – Perguntei, e olhei para ele apreensiva.
  - Não, mas se você estiver incomodada, podemos chamar um táxi e ir pra casa. Não te quero ver desse jeito outra vez. Eu já falei que o que eu e ela tivemos acabou e foi um erro. Um dos piores erros da minha vida, porque o primeiro foi ter te deixado ir. – Ele falou, um pouco rápido, e depois olhou pra mim. Eu estava sorrindo igual uma idiota, é claro. Em um impulso, fui até ele, segurei seu rosto e o beijei. Eu continuava com aquele sorriso e ele me puxou pra sentar em seu colo. Parei o beijo, antes que algo pudesse começar a acontecer, e ajeitei minha roupa, que agora estava um pouco amassada. – Você quer ir embora ou quer continuar aqui? – Ele perguntou e, obviamente, ele já sabia a resposta, pois saiu do carro rapidamente. Saí também e parei à sua frente.
  - Olha… Eu quero ir pra casa, mas se você quiser continuar aí, tudo bem. Você tem que relaxar um pouco mesmo… - Eu falei e ele colocou o dedo em meus lábios, fazendo com que eu me calasse.
  - Eu prefiro relaxar com você. – Ele disse e me beijou. Aquilo foi fofo, mas podia se ver malícia. Se bem que… Não via problema algum em fazer aquilo essa noite…
  Fomos até lá dentro avisar a eles que íamos embora. Falei com a e o Zayn foi falar com o Harry e o Louis.
  - . Nós dois decidimos ir embora, ok? – Eu falei para ela, e ela fez uma cara triste.
  - Ah, já? Ok né, acho que é melhor para vocês mesmo porque… Aquela víbora poderia querer aprontar mais ainda. – Ela disse e rimos. Abraçamo-nos.
  - Boa sorte com o jogo, e depois me diz quem ganhou. – Eu falei e ela riu sarcasticamente.
  - É obvio que o Harry vai ganhar, né. – Ela disse se gabando do namorado. Olhei para ela duvidosa e ri.
  - Ok, né. Estou indo, até amanhã! – Eu falei me afastando, e me despedi dos outros. Quando cheguei ao Liam, ele sorriu.
  - Já vai embora? – Ele falou, fazendo biquinho.
  - Já… - Fiz biquinho também – E você sabe porque, né… - eu falei e olhei para o lado, suspirando.
  - Ok então, né… Nos vemos amanhã ou hoje ainda? – Ele disse e me abraçou.
  - Em principio, amanhã. – eu falei, quando terminamos de nos abraçar.
  - Hum… Olha lá hein, senhorita. Ainda estamos em horário infantil! – Ele falou, como se fosse meu “pai”. Rimos.
  - Liam! Deixa de ser idiota. – Eu falei rindo, e dei um tapinha em seu braço. Ele fingiu ter doído e riu.
  - Então até amanhã. Durma bem e não se esqueça de jantar! – Ele falou, enquanto eu ia até a porta, onde o Zayn já estava.
  - Ok, pai. – Eu falei rindo e acenei de longe.
  Fui até Zayn e ele me deu um beijo e pegou em minha mão. Fomos calmamente andando por ali.
  - Quer comer alguma coisa antes de irmos? – Ele perguntou, mordendo o lábio. Ah, por que ele continuava fazendo isso?
  - Podemos ir até o… Ai, tô sem ideia. Escolhe você. – Eu reclamei. Eu poderia comer qualquer coisa, pela fome que eu estava não era de se admirar.
  - Ok… Vamos até o Simpsons. O Niall disse que lá é bom. – Ele falou e ri. Então deveria ser bom mesmo.
  - Que tipo de comida tem lá?
  - Se eu não me engano, é culinária francesa. Deve ser bom, né? – Ele disse e eu fiz uma careta.
  - Deve ser aqueles pratos enormes com um pedacinho de comida microscópica. Deve ser bom sim… - Eu falei brincando e rimos. Minha imaginação da comida francesa sempre foi essa, até por causa dos filmes e tal.
  Fomos conversando até o tal restaurante. Entramos e nos sentamos em uma mesa no fundo. Tinha pouca gente lá, mas era a suficiente para reconhecerem o Zayn. Não fizeram muito caso, o que foi bom. Fizemos os pedidos e continuamos conversando.
  - Hey, vai querer ir a mais algum lugar antes? – Ele perguntou, pegando em minha mão.
  - Não, podemos ir para casa logo. – Eu disse e ele sorriu de lado. – Eu te amo. – Falei e sorri, ele retribuiu o sorriso. É, com aquele lindo e perfeito sorriso que me deixa sempre louca.
  - Eu também te amo muit,o pequena. – Ele falou e deu um beijo em minha mão.

Capítulo 15

  A comida chegou e era como eu imaginava. O prato enorme com a comida minúscula.
  - Zayn, você trouxe os óculos? – Eu perguntei séria, depois de encarar a comida.
  - Sim, por quê? – Ele disse confuso, tirando os óculos do bolso.
  - Me empresta. – Eu falei e ele me deu os óculos, voltando a comer. Coloquei os óculos e comecei a olhar pra comida. Eu não estava brincando, a comida era muito pequena. Quase microscópica. Ele olhou pra mim e começou a rir, quase se engasgando.
  - Eu não acredito que você fez isso, ! – Ele disse, ainda rindo – Me dá os óculos e come, vai. – Ele falou, se recompondo, e eu sorri e entreguei os óculos à ele. Comecei a comer, e quando acabei, notei que ainda estava com muita fome.
  - Zayn… Eu acho que vamos ter que comer em casa ainda. – Eu falei e ele riu.
  - Sem problemas. A comida é ótima, mas… - Ele falou e rimos. Obviamente ele também estava com fome ainda. Fomos até o balcão e, enquanto ele pagava, eu fui ao banheiro. Não tinha ninguém. Olhei-me no espelho e ajeitei o cabelo, que estava um pouco bagunçado. Enquanto me encarava, percebi um vulto atrás de mim. Eu não sabia o que era, não queria saber e tinha raiva de quem sabia. Aquilo me assustou. Tudo bem que poderia ser alguém que entrou, mas mesmo assim era estranho alguém entrar tão rápido. Pensei até nas possibilidades de ser algum pássaro ou morcego que entrou ali, mas acho que era melhor sair dali do que pensar. Abri a porta e rapidamente já estava ao lado de Zayn, que me esperava ao pé do balcão.
  - Zayn… Tinha alguma coisa no banheiro. Eu não sei bem o que era, mas parecia um vulto. Muito sinistro aquilo. – Eu falei, e ele me olhou como se eu estivesse brincando.
  - Ah, você está brincando, né? – Ele disse rindo, e depois de perceber que eu não estava brincando, ele me encarou – Peraí… você não está brincando. – Ele arregalou um pouco os olhos. Eu franzi os lábios e assenti.
  - Deve ter sido alguém que entrou lá ou algo do tipo. Mas não vamos falar sobre isso. Vamos? – Falei, tentando mudar de assunto e ele assentiu. Peguei em sua mão e fomos até a porta. Eu estava vendo uma mensagem que recebera no celular, era uma foto. Uma foto que eu jamais havia visto antes, era o Zayn e a Geneva se beijando. Olhei para ele e a roupa que ele usava, era idêntica a da foto. Surpreendentemente igual. Eu não conhecia reconhecer o lugar, mas quando chegássemos em casa, eu conversaria com ele sobre aquilo. Deve ter sido apenas alguma fã que mandou aquilo pra tentar abalar alguma coisa, mas tenho um aviso: Não vai conseguir.
  Chegamos até a porta, era de vidro, então conseguíamos ver tudo lá de fora, e vários flashes disparavam do lado de fora. Eu e o Zayn nos entreolhamos e ele respirou fundo logo em seguida.
  - Zayn, o que você está fazendo? – Eu perguntei, quando ele estava abrindo a porta.
  - Não vamos ficar aqui a noite toda esperando eles irem, ou vamos? – Ele falou sério e continuou andando. Pegou em minha mão e saímos.
  - Vocês estão juntos? – Um paparazzi gritou, com um microfone quase na minha cara. Ignorei, como se não tivesse ouvido.
  - E você e a Geneva? Acabou mesmo? – Outro disse, e Zayn parou na frente dele.
  - Sim, acabou e nunca vai voltar, ok? Agora, com licença. – Ele disse, mais sério ainda, e me puxou. Passamos por aquele mar de gente desocupada, e quando chegamos a um local calmo, liguei para a central de táxis. Chegaria um em cinco minutos, nos esperando em frente ao Boliche. Fomos andando até lá e conversando um pouco. Eu ainda estava um pouco tensa por causa da foto. Ok, eu estava MUITO tensa, e é claro que ele percebeu isso. Quando chegamos lá, o taxi já nos esperava. Entramos cada um em um lado e demos o endereço.
  Eu olhava as coisas passarem pela janela. Era uma cidade tão linda e especial. Por que especial? Porque foi ali que tudo aconteceu. Obviamente você não deve entender direito o “tudo”, deve estar pensando que me refiro apenas ao fato de ter sido lá que eu tomei minha decisão mais importante e minha bela vida recomeçou. Mas não é só isso – mesmo sendo muita coisa pra mim. A minha mãe e a Patrícia – mãe do Zayn, para quem não e lembra – se conheceram ali, em Birmingham. E foi por elas que eu e Zayn viramos amigos, quase irmãos. A última vez que havia estado ali, foi quando eu era pequena, um pouco antes de meus pais morrerem. Eu deveria ter uns dois anos de idade, fui com meus pais e me lembro do dia em que fomos até ao jardim. Tudo parecia tão fascinante… é claro, para uma criança, tudo é simplesmente fantástico e impressionante. Mas foi muito bom. Era um dos poucos momentos que me lembrava de ter tido com eles.
  - Amor? Está tudo bem? – Zayn falou, desviando-me de meus pensamentos. Olhei para ele, e ele parecia preocupado. Só alguns segundos depois é que percebi lágrimas escorrendo pela minha face. Limpei o rosto e sorri pra ele.
  - Está tudo bem sim… Só estava me lembrando de algumas coisas, nada de mais. – Eu falei e suspirei. E ele tentou se convencer e sorriu de lado. Não queria que ele pensasse que era algo com ele, pois eu sabia que era aquilo mesmo que ele estava pensando. – Hey, Zayn. Não se preocupa, ok? – Eu falei, e ele pareceu mais calmo. Olhei novamente pela janela e percebi que já estávamos perto de casa. Já estávamos naquele caminho de terra – agora coberta por neve. Peguei na mão de Zayn e apertei, ele olhou pra mim e sorriu. Retribuí o sorriso e o senhor parou o carro. Dessa vez eu paguei, não podia deixar ele pagar tudo, né. Saímos e fomos rapidamente para dentro de casa. Estava muito mais frio que na cidade, talvez por estarmos em serra. Não estávamos com roupas muito adequadas.
  Enquanto andávamos rápido até a porta, eu procurava a chave e, sem perceber, pisei em algo que estava coberto de gelo e escorreguei. A sorte foi que Zayn me segurou antes que eu caísse, se não seria um tombo bem feio. Ergui-me novamente e olhei pra ele sorrindo.
  - Obrigada. – Eu falei e sorri de lado.
  - É o meu dever cuidar de você, né? – Ele falou e chegou mais perto de mim, colocando uma mecha do meu cabelo para trás. Eu sorri e ele também. Cheguei mais perto e nos beijamos calmamente. O beijo dele era viciante e envolvente. Era algo que eu podia apenas sentir com ele, e com ninguém mais. O beijo entre nós era mais do que amor. Um amor acumulado há tempos, mas nem um pouco frio. Havia algum tipo de conservante naquele sentimento, que não nos deixava livre. Entramos e subimos até o nosso quarto, e ele voltou a me beijar.
  Apesar de estar em seus braços, eu não acreditava naquilo, temia que aquele sonho acabasse novamente, de modo não resolvido, como tinha acontecido da última vez, o que me causava dor e agonia. E o tempo, a duração do beijo, era o fator mais insignificante. O que eu queria era apagar aquela chama que ardia em meu coração só de pensar em perdê-lo.
  O abraçava, implorando seu calor. Suas mãos agarravam minha cintura e eu segurava seu rosto com as duas mãos. Lembrava-me do quanto esperava por aquilo, o quanto sonhava com ocasiões diversas em que isso pudesse acontecer. Tudo o que eu queria naquele momento era ele. Apenas ele.
  Tirei sua blusa e ele tirou a minha logo em seguida. O beijo estava calmo, mas ao mesmo tempo provocante e intenso. Ele tirou meu short e o empurrei levemente para que se sentasse na cama. Sentei-me em seu colo e tirei sua calça. Aquele volume estava ali, visível em sua cueca boxer branca. Ele encostou-se à cabeceira da cama e puxei o cobertor, me cobrindo pelas costas. Ele passou as mãos pela minha cintura e me puxou para mais perto.
  - Eu te amo – Ele sussurrou em meu ouvido e beijou meu pescoço. Ele me deixava louca, em todos os sentidos. Louca por ele, louca de amor, desejo, satisfação, paixão e felicidade. Ele era tudo o que eu precisava, e tudo o que eu queria.
  - Eu também te amo – Respondi baixinho, e mordi sua orelha. Ele puxou-me para mais perto e desabotoou meu sutiã, tirando-o lentamente. Ele olhou pra mim e mordeu o lábio inferior. Sorri de lado, sem mostrar os dentes, e o beijei. O beijo estava cada vez mais ofegante e urgente. Minhas mãos estavam entrelaçadas em seu cabelo, e as dele em minha cintura. Ele beijou meus seios, e aquilo me deixou sem sentidos. Eu queria tê-lo cada vez mais dentro de mim. Ele me deitou na cama, puxando o cobertor consigo e tirou a minha calcinha. Chegou mais perto de mim, nossos corpos estavam já colados e nossa respiração descompassada. Ele parou um pouco e olhou pra minha boca, me olhando nos olhos logo em seguida. Um beijo foi iniciado, era já uma necessidade.
  - Você é perfeita… - Ele sussurrou e me beijou novamente. Minha mão estava em volta de seu pescoço, implorando por aquele beijo.
  - Eu preciso de você – Disse baixinho, o empurrando um pouco e indo em sua direção, me sentando um pouco. Ele acabou ficando deitado, e fiquei em cima dele. Nos beijávamos, já ofegantes. Mordi seu lábio e ele sorriu de lado. Desci um pouco e tirei sua cueca. Digamos que ele estava ereto.
  Ele gemia de prazer, e quando parei, ele me beijou. Estávamos ofegantes, e ele foi até a cômoda e pegou a carteira, de lá tirou um pacotinho – de você sabe o quê – e me deu. Abri e coloquei em seu membro. Ele se sentou na cama como antes e fui até ele. Ele pegou em minha cintura e fez com que eu sentasse “nele”. O ritmo acelerava cada vez mais. Ele era… Tudo de bom. Não tenho as palavras certas, mas sabia que ele era tudo o que eu precisava pra ser feliz e ter a vida perfeita. Eu sabia muito bem disso.
  Percebi que cheguei ao meu ápice, então o beijei calorosamente. Um pouco depois ele também não se conteve e parou. Ficamos nos beijando e trocando carícias durante algum tempo, então depois fomos tomar banho. Enchemos a banheira com água bem quente e colocamos espuma. Estávamos enrolados na toalha. Amarrei o cabelo, pois estava com muito calor. Senti seus braços envolverem minha cintura e um beijo quente em meu pescoço. Era tão bom estar com ele.
  - Eu te amo, minha pequena. – Ele sussurrou no meu ouvido e eu sorri.
  - Eu também te amo, meu amor. – Falei, me virando pra ele e envolvendo meus braços em volta de seu pescoço, dando-lhe um beijo em seguida. Quando a banheira estava cheia, entramos e ficamos conversando um pouco. De repente, um silêncio incomodante predominou ali. Fui até ele e me sentei em seu colo, com uma perna de cada lado. Ele me olhou e sorriu. Coloquei as mãos em volta de seu pescoço e apertei meus lábios contra os seus. Sim, nós estávamos mesmo fazendo aquilo na banheira. Eu gemia, não sei se muito alto, não tinha muita noção disso. Ele fazia o mesmo, mas era como um sussurro. Os movimentos dele eram tão… delirantes e excitantes. Eu sei. Algum tempo antes ele era apenas meu melhor amigo, e olhem só. Agora éramos praticamente namorados e estávamos transando. Hilário, né?
  Eu o beijava, pedindo seu calor, e ele aumentava cada vez mais o ritmo. Meu queixo estava em cima de sua cabeça. Contorcia-me de prazer e ele beijava meu corpo. Quando paramos, fui um pouco mais pra trás e sorri, mordendo o lábio inferior e arqueando uma sobrancelha. Ele suspirou e sorriu.
  - Você me deixa louco, sabia? – Ele falou, com os dentes cerrados e me puxando pela cintura, dando-me um beijo “caliente”, digamos. Tomamos o banho de verdade e saímos. Enrolei-me na toalha e saí do banheiro. Ele veio logo em seguida. Peguei uma blusa do Zayn, vesti uma calcinha e me joguei na cama. Zayn se vestiu e deitou-se ao meu lado. – Você fica linda com as minhas blusas, sabia? – Ele falou e me deu um beijo. Fui para mais perto dele e nos abraçamos. Deitei a cabeça sobre seu peito e ficamos conversando, até que adormeci.

  Acordei e estranhei não ver Zayn ao meu lado. Será que aquilo havia sido apenas um sonho?
  Sentei-me, ainda arranjando forças para levantar, e esfreguei os olhos. A janela estava aberta. Estava nevando novamente, mas estava sol também. Fui até ao banheiro, lavei o rosto e saí. Vesti-me e arrumei o cabelo. Passei uma maquiagem leve e peguei minha bolsa. Devem estar se perguntando para onde eu iria, não é? Bom, simples. Eu e o Zayn íamos ao shopping fazer compras e tomar o café da manhã. Obviamente, ele já havia tomado, mas eu ainda queria mesmo assim.
  Desci e todos me olharam do tipo “aonde você vai?”. Sorri.
  - Bom dia para vocês também. – Disse, sorrindo. Fui até ao Zayn e me sentei ao seu lado, dando-lhe um beijo rápido.
  - Aonde vai toda arrumada, senhorita? Posso saber? – Ele falou, autoritariamente.
  - NÓS vamos ao shopping, meu amor. – Eu disse dando ênfase em “nós”.
  - Vamos, é? – Ele perguntou, fazendo careta.
  - Sim, vamos. E você vai se arrumar logo. – eu falei. Ele me deu um beijo e subiu. Sorri para os outros que me encaravam.
  - Bom… A obviamente me esqueceu… NÉ. – O Louis disse, fingindo-se triste e chorando. Fui até ele e o abracei.
  - Eu não te esqueci não, amiguinho. – Eu falei e larguei-o. Eles riram e fui até a - Preciso falar contigo. – eu disse e puxei-a até a cozinha.
  - , se é sobre a Geneva… Ontem ela arrumou o maior escândalo no boliche. Eu fiquei com medo. Achei que ela ia bater em alguém. – Ela falou-me, com uma cara de assustada, e me encarou.
  - Como assim? – Olhei para ela incrédula e ela olhou para os lados, certificando-se de que ninguém a ouvia. Ela respirou fundo e, por fim, falou…

Capítulo 16 - You try to smile it away

  - Ontem, depois que vocês foram embora, ela veio falar conosco. Ela foi até ao Harry e o beijou à força. E foi aí que tudo começou. – Ela disse, chorando, já com um pouco de dificuldade na fala. – Haviam vários paparazzis por ali, fotografando e fazendo perguntas aos outros. Então… Ela… Veio até mim e… Começou a me xingar de coisas horríveis e… Eu simplesmente não me aguentei e virei a mão na cara dela. Agora eu sei o que você sente… É terrível, é como se te matassem com o pior veneno existente. – Ela falou, e apenas a abracei. Essa história da senhorita Geneva Lane já estava indo longe de mais.
  - Olha… Vamos combinar uma coisa… - Eu falei, mas acabei por ser interrompida pelo Zayn, que apareceu na cozinha já pronto. Tentei sorrir pra ele e ele nos encarava confuso. Ignorei aquilo e olhei novamente para a minha amiga, que estava na minha frente chorando. – Hey, você quer vir com a gente? – Perguntei-lhe, e ela assentiu. – Vem, vai se vestir. – Eu falei, a guiando até a escada. Ela sorriu pra mim enquanto subia, voltei até Zayn.
  - O que aconteceu com ela? – Ele perguntou, mas não sabia se devia falar. Não naquele momento.
  - Nada de mais… Coisas de garota. – Menti. Ele sorriu e me deu um beijo. Voltamos para a sala e conversamos um pouco com o pessoal. Quando a chegou, fomos para o carro e lá ficamos ouvindo um pouco de músicas. Percebi que ela ainda estava um pouco triste, olhava pela janela como se tivesse perdido algo. Talvez o seu coração estivesse na mão do Harry, e isso não é bom. Quer dizer, pode até ser bom, porque nesses 2 anos que conheço o Harry, ele nunca se apaixonou de verdade e… Ele olha de um jeito totalmente diferente para a . Ele a olha como se ela fosse a coisa mais preciosa do universo, como se tivesse medo de perdê-la. Eu sabia que dessa vez era de verdade. Podia ter quase certeza, mas tudo está dando tão errado para todos nós. E tudo culpa de quem? Da problemática da Geneva. É sério! Qual era o problema dela? Já não bastava atrapalhar a minha vida e já queria atrapalhar a dos outros também? Eu não conseguia me conformar em vê-la assim. Daqueles tempos para lá, ela tem se revelado uma ótima amiga. Quantas vezes ela já havia me ajudado? Nos divertimos várias vezes juntas, e sem falar que ela merecia ter a vida perfeita com o Harry. Ela é um doce de pessoa, querida e sabe resolver os problemas. Tem o amor do Harry, isso não é pra qualquer uma, e eu não iria deixar a Geneva – aquela vadia do caralho – acabar com isso. Não deixaria MESMO.
  Zayn estacionou o carro e saímos. Peguei na mão dele e veio ao meu lado. Fomos para o Shopping, e estava muito cheio. Não sabia o que havia ali hoje, mas estava uma loucura. Será que One Direction estava ali? Ah, claro né. Tentamos passar naquela multidão, e acabamos por entrar na Forever 21 de novo. Compraria um vestido ali mesmo, não me importava. Eu precisava de um vestido legal para o dia do amigo oculto. Ah é, não avisei ainda. O amigo oculto seria no dia seguinte. Ia ser muito legal. O Zayn foi até a seção masculina, e eu e a fomos atrás dos vestidos. Ela também compraria um – ou mais. Peguei dois e ela pegou também, fomos até as cabines experimentar. Eu preferi o primeiro, ficou melhor em mim. Acho que as compras animaram um pouco mais a . Eu sabia que ela não se sentia bem em pensar que poderia perder o Harry, e que junto ele levaria seu coração e despedaçá-lo-ia a qualquer momento. Eu também sabia que ele não faria isso com ela.
  Saímos da loja e fomos até a praça da alimentação. Passamos no Starbucks e compramos cafés e donuts. Zayn estava um pouco calado, até estranhei, mas enfim né. Fomos para o carro e eu dirigia dessa vez. Liguei o carro e fomos a caminho de casa.
  - Hey, . Você pode me deixar aqui? Depois eu volto de táxi, eu tenho que resolver umas coisas ainda. – falou, e apenas assenti, parando logo o carro onde ela pedira. Ela saiu e acenou antes de entrar em um prédio. Parecia um hotel, não tinha certeza. Quando ela desapareceu de nossa vista, Zayn olhou para mim e sorriu de lado. Eu percebia que ele estava triste com alguma coisa, mas não fazia nenhuma ideia do que estava acontecendo. Cheguei um pouco mais perto dele e o beijei calma e delicadamente. Ele pegou uma mecha de minha franja e colocou atrás de minha orelha. Olhei para ele e suspirei.
  - O que está acontecendo, hein? – Falei e ele franziu os lábios, deixando uma expressão chateada e triste.
  - Me mandaram uma foto, … - Ele disse, um pouco tenso, olhei para ele curiosamente.
  - Que foto, meu amor? – Disse, e ele pegou o celular dele. Procurou em algumas pastas de mensagens e quando achou, me deu o celular. Aquilo era surreal. Era uma foto minha, beijando o Harry. O Harry, parecia ser no boliche, eu acho. Como eu iria beijar o Harry, por que e com que princípio? Olhei para ele e tentei me manter calma. Eu não sabia se ele achava que aquilo era verdade ou mentira. – O que é isto? E quem te mandou? – Eu disse, e ele olhou para mim um pouco alterado.
  - Então é verdade? – O QUE? Deixe-me rir, pelo amor de Deus.
  - Você confia em mim, certo? – Falei e virei em uma rua mais rápida.
  - Sim, mas… Tá, isso é uma foto que me mandaram, supostamente do dia do boliche. Quem mandou, eu não sei. Só quero saber se é verdade ou não – Ele falou, tentando parecer calmo, mas para mim ele já queria explodir.
  - O que você acha? – Disse, sem olhar pra ele.
  - Que é mentira, mas só você ou o Harry podem me dizer isso. – Ele falou, e eu peguei meu celular. Ainda tinha aquela foto que me mandaram do Zayn e a Geneva.
  - E isso? É verdade ou mentira? – eu falei, jogando o iPhone pra ele, com a mensagem aberta.
  - O que você acha? – Ele disse, provocando. Olhei para ele P. da vida.
  - Eu acho que pode ser verdade, porque vocês namoraram, mas não namoravam mais no dia do boliche. Então pode ser mentira. Mas será que isso não pode ter acontecido quando eu fui no banheiro? – Eu falei e ele me olhou sério, rangendo os dentes. Arqueei uma sobrancelha.
  - E você confia ou não em mim? – Ele disse, e eu olhei para a estrada um pouco irritada.
  - Em você eu confio e sempre confiei, só não confio nela. É totalmente diferente. – Falei e, de repente, freei por causa do quebra molas.
  - E acredita em mim?
  - Sim.
  - Então, acredite: Essa foto é uma mentira. – Ele falou, enquanto eu parava o carro perto de casa, pegando em meu rosto e me dando um selinho.
  - Acredita em mim também. Eu nunca beijaria o Harry, sendo que eu tenho o namorado mais perfeito do mundo e ele tem namorada, que é minha amiga. – Falei uma coisa tão óbvia e ele sorriu.
  - Eu sou o namorado mais perfeito do mundo? – Ele perguntou, ainda com o mesmo sorriso bobo e segurando meu rosto.
  - É… Mais ou menos. Você é muito feio e chato, então não. – Falei brincando, e ele me olhou fingindo estar ofendido.
  - Eu? Feio? Eu sou a pessoa mais linda do mundo, você é que é feia. – Ele falou, todo convencido. Olhei para ele fingindo indignação.
  - Hey. Eu não sou feia. Eu é que sou a pessoa mais linda do mundo, sai pra lá. – Falei e rimos. Era bom estar com ele, como antes. Éramos namorados, mas antes disso, melhores amigos. Saímos do carro e nos beijamos. Ele era tão perfeito, era o que eu sonhava. Ele me respeitava, brincava e me fazia rir, me dava amor, carinho e atenção, comprava presentes para mim, sempre me surpreendia e conseguia me tirar da depressão. Eu o amava tanto…
  Entramos em casa e todos estavam na sala conversando alegremente sobre irem esquiar. Percebi que Harry ficou um pouco para baixo quando viu que não tinha voltado conosco. Será que era melhor eu falar com ele?
  - Harry, podemos conversar? – Eu disse baixinho perto dele, e ele assentiu, se levantando logo a seguir e subindo comigo. Percebi um olhar discreto de Zayn, então apenas balancei a cabeça e sorri pra ele de lado do tipo “Não pense isso”. Entramos no quarto e ele se sentou na cama, ainda cabisbaixo.
  - Diga… - Ele falou baixinho, mas o suficiente para eu entender.
  - Vou direto ao ponto. Você ama a ? – Eu perguntei diretamente. Era uma pergunta clara e fácil de entender e responder.
  - Eu não sei. Eu sinto algo por ela que eu nunca senti antes… E não falo isso porque você é amiga dela… Ela mexeu comigo de um jeito estranho. Quando eu vejo ela com outro garoto… parece que… eu morro aos poucos. Eu não precisava sentir isso, sou jovem e preciso viver a vida, mas acho que… ela… se tornou… isso. – Ele falou aos poucos, bem devagar e sempre de cabeça baixa. Sorri ao ouvir aquilo.
  - PERAI! QUEM É VOCÊ E O QUE FEZ COM O ? – Eu disse, brincando, e rimos. Fui até ele e o abracei, me sentando ao seu lado logo a seguir. – Olha, ela também te ama muito, você não sabe o quanto. Ela faria qualquer coisa por você e só quer te ver feliz. Mas o que aconteceu ontem Harry… o que a Geneva fez… - pausei – Aquilo a deixou muito abalada e triste, então eu acho melhor você tem fazer alguma coisa pra deixar ela segura. Você não pode perder ela, Harry… É a melhor garota que você já teve, e não vai conseguir ter alguém melhor que ela ao seu lado. – Eu falei, e ele olhou pra mim sorrindo de lado.
  - Obrigada, – ele falou e me abraçou. Acho que ele não vai perdê-la, não vai deixa-la ir assim. – Eu já pensei em algo muito importante e bom pra ela se sentir segura do meu amor… E se prepare você vai chorar.
  - Por quê? – Perguntei rindo.
  - Porque vai ser a coisa mais linda que eu já fiz na minha vida.

  Mais um dia, outra manhã normal… Algo estava diferente… Olhei para o meu lado e Zayn não estava ali. Esfreguei os olhos, procurando alguma linha de raciocínio para seguir, e quando consegui, percebi que havia alguém tomando banho.
  Entrei no banheiro e disse bom dia, ele respondeu e escovei os dentes. Lavei o rosto, penteei o cabelo… Tudo o que havia de fazer antes que a banheira estivesse disponível. Saí, separei uma roupa qualquer e quando Zayn saiu do banheiro, eu entrei. Ah, é claro que lhe dei um bom dia mais apropriado.
  Tomei o meu banho e me sequei. Olhei-me no espelho e havia uma espinha gigante perto do meu nariz. Eu não podia ficar com aquilo. Eu tinha horror a espinhas, mas isso já é de longa data…
  A minha tia, que vinha me visitar algumas vezes quando eu era criança, tinha uma enorme espinha perto da boca, e aquilo me aterrorizava. Era tão nojenta e… grande! Mas não é só isso. Essa espinha ficou com uma infecção que foi se transformando em um monte de doenças e… digamos que ela morreu. Então está ai o meu trauma de infância, querido trauma, né…
  Peguei um creme na bolsa e cuidei daquela coisa. Saí do banheiro enrolada na toalha, e Zayn estava jogado na cama vendo Two and a Half Man. Eu adorava aquela série, mas precisava me vestir logo. Estava pensando em ficar em casa naquele dia mesmo, então vesti algo simples e despojado. Deitei-me ao lado de Zayn e o encarei, esperando que ele olhasse para mim. Percebi então que ele tava tentando me ignorar. Subi em cima dele, ficando com meu rosto a centímetros do seu. Ele riu e me abraçou, fazendo com que todo o peso do meu corpo fosse para cima dele. Ri e me deitei ao seu lado novamente.
  - O que vamos fazer hoje, minha pequena? – Ele perguntou, de uma maneira que… ai meu Deus.
  - Não sei. Estava pensando em ficar em casa hoje, ver filmes… não sei. Ainda mais que hoje à noite é o amigo oculto né… - Falei e ele assentiu. – Hey… Quem você tirou? – Perguntei, curiosa.
  - Não vou dizer, né… - Ele riu e eu fingi estar ofendida por ele não me contar.
  - Ok então… Se é assim. – Falei, fazendo biquinho.
  - Não fica assim. – Ele disse e me deu um beijinho. – Olha, vou te dar uma pista… Você gosta muito dessa pessoa. – ele falou me abraçando.
  - Você tirou você mesmo? – Eu brinquei e ele riu, me dando um beijo logo em seguida.
  - Poderia até ser, sabe… Porque você me ama, eu sou lindo e gostoso… Mas não. Não sou eu. – Ele falou, todo convencido, e rimos.
  - Bobo. – Falei e o abracei. – Então. Já tomou o café da manhã?
  - Não, vamos. – Ele disse, se levantando e me puxando junto. Descemos as escadas de mãos dadas. Louis, Harry e outra garota estavam sentados na sala. Olhei para Zayn confusa, afinal, tinha uma estranha em casa. Quer dizer, estranha pra mim né. Eles nos viram e sorriram, Louis parecia bem feliz. Por que, eu não sei. Ele puxou a garota, vindo com ela até nós. Ela estava evidentemente envergonhada.
  - e Zayn, esta é a Lívia. E estes você já sabe quem são. – Louis falou risonho, e sorri para Lívia.
  - Oi, Lívia. – Disse sorrindo e dando um beijo em seu rosto. Zayn fez o mesmo e depois de nos apresentarmos devidamente, fomos para a cozinha. Verifiquei se tinha alguém por perto e olhei para o Zayn. – Será que o nosso Boo Bear tá caidinho por alguém? – Eu disse, me referindo ao brilho nos olhos do Louis quando apresentava-nos a Liv.
  - Eu acho que sim, nunca vi ele desse jeito. – Ele disse, se sentando à mesa. Sentei-me também e fiquei pensando no que comer. Fiz um sanduíche de qualquer coisa e comi. Não estava com muito apetite, então isso estava ótimo. Bebi um pouco de leite e lavei a louça. Zayn me ajudou, é claro. Mas digamos que não foi uma boa ideia… A cozinha ficou muito suja… Porque a gente… fez… guerra de espuma e… sabem no que deu, né?
  Estava do outro lado da mesa, fugindo dele. Ele olhou para mim e sorriu.
  - Vem cá me dar um abraço, você ainda tá seca. – Ele disse abrindo, os braços. Olhei para a minha roupa encharcada e comecei a reclamar. Quando notei, eu e ele estávamos no chão, todos molhados e rindo igual a uns retardados. Percebi que estavam todos na porta da cozinha nos encarando, procurando saber o que aconteceu. Não conseguíamos parar de rir, a menos que… É obvio que fizeram isso. E quem mais poderia ter sido? Louis e Harry, é claro. Pegaram espuma e colocaram na nossa boca. Eu me engasguei, é claro, mas consegui ir atrás deles e me vingar. Tá, no final acabou todo mundo fazendo guerra de espuma e depois limpando a cozinha como condenados. Quando terminamos, todos foram tomar banho.
  Entramos no banheiro e liguei a torneira, que já enchia a banheira com água quente, enquanto Zayn tirava a roupa. Tirei aqueles pedaços de pano encharcados e espremi na pia. Entramos na banheira e ficamos conversando enquanto relaxávamos. Não pensem besteira, só tomamos banho dessa vez.
  Saí e me enrolei na toalha, indo para o quarto logo em seguida e vestindo qualquer coisa. Eu estava com um pouco de frio, tenho que admitir, mas não era nada que um casaquinho não resolvesse. Desci e fiquei conversando com Niall e Louis na sala. Liam e Harry estavam tomando banho ainda, e a Liv já tinha ido embora.
  - Então, Boo Bear, está apaixonadinho, né? – Eu falei, apertando suas bochechas. Ele me encarou fazendo uma careta. – Awwwwwwn. Que lindinho.
  - Nhanhanhaam. – Ele falou, me imitando. Niall riu, como sempre. Conversamos mais um pouco e logo depois estavam todos na sala. Eu não soube da desde o dia anterior.
  - Curly… Cadê a ? – Falei e ele olhou pra baixo, pensando, provavelmente.
  - Realmente… Não faço a mínima ideia. – Ele falou, e pegou o celular, discando rapidamente um número. Pegou o casaco e saiu de casa com a carteira na mão. Eu admito que estava preocupada. Não sabia onde ele havia ido, ela não explicou o que faria naquele prédio. Tantas coisas passaram pela minha cabeça… Estava um silêncio mortal naquela sala, todos estavam tensos, possivelmente pensando no que poderia ter acontecido, talvez.

  Já era fim de tarde e nada deles aparecerem. Decidimos ir nos arrumar logo, e quando eles chegassem, resolver se faríamos o amigo oculto logo, jantando logo em seguida.
  Subi com Zayn e peguei a roupa que havia separado. Comecei a me arrumar e Zayn também. Ele estava com uma calça jeans, uma camisa branca e um all star branco. Simples, mas lindo como sempre. Fui até ao banheiro e Zayn estava na frente do espelho mexendo no cabelo, como sempre. Esperei alguns minutos e ele ainda continuava lá.
  - Zayn, vai demorar muito? – Eu falei, já sem paciência e indo ao seu lado.
  - Talvez, depende desse fio de cabelo… - Ele falou devagar. Perguntei-me qual fio de cabelo, porque todos os que vi estavam pra cima arrumados.
  - Qual é o problema?
  - Esse fio não quer ficar pra cima. – Ele disse, e tentei enxergar o tal fio.
  - Que fio?
  - Esse – Ele apontou pra sua testa, mas mesmo assim não vi nada. Tentativas em vão.
  - Ok, Zayn, ninguém vai reparar nisso, por favor… Eu preciso usar o espelho. – Eu falei, e ele me ignorou. Passei o meu dedo na língua e virei o rosto dele em minha direção novamente. Passei o dedo naquele fio de cabelo e sorri cinicamente.
  - Hey, para com isso! – Ele falou, rindo.
  - Me obrigue. – Disse, o empurrando e ocupando a bancada com o espelho. Ele se apoiou em um braço e ficou olhando para mim enquanto eu me maquiava. – Que foi? – Perguntei, sem parar de olhar no espelho.
  - Você é linda. – Ele falou calmamente. Parei o que estava fazendo e olhei pra ele. O encarei e sorri de lado, beijando-o logo em seguida. Voltei a fazer o que fazia antes e quando terminei, ele, é claro, se apossou do espelho novamente. Estava pronta, esperei apenas alguns minutos pelo Zayn e descemos.
  O pessoal estava no quintal fazendo uma fogueira e ajeitando as cadeiras. Percebi que Harry já havia voltado. Fomos até eles e coloquei a mão no ombro de Harry, ele olhou pra mim e tentou sorrir.
  - Está tudo bem? – Eu falei, ao ver sua expressão.
  - Sim… A disse que queria falar com você… - Ele disse, um pouco cabisbaixo, e olhou novamente pra mim.
  - O que aconteceu? – Perguntei baixinho.
  - Ela… Foi atrás da Geneva e… Acho que elas brigaram de novo. – Ele falou, encarando o chão. – Ela estava com uma mancha vermelha no braço e alguns arranhões. Ela disse que não tinha sido nada de mais. Mas não quis me contar o que aconteceu… Fala com ela, por favor, e vê se tá tudo bem… - Ele disse, um pouco triste, e continuou fazendo o que fazia antes. Decidi ir falar com a logo. Entrei em casa e fui até ao quarto dela. Bati duas vezes e entrei. Ela estava com a cabeça afundada no travesseiro.
  - ? – Disse, ao entrar. Ela olhou pra mim e tentou sorrir. Sua face estava vermelha, seus olhos inchados, e o sorriso que se via quase todos os dias não era mais o mesmo. Aquele sorriso era uma tentativa, apenas. Fui até ela e me sentei ao seu lado. – O que aconteceu? – Perguntei calmamente, ela não se mexeu, apenas olhou para baixo.
  - Eu fui atrás da Geneva… A primeiro momento, fui só pra conversar e tentar esclarecer as coisas… Mas aí ela… começou a me bater, então não tive… alternativa a não ser rebater… Ela ficou inconsciente durante um tempo, então eu fui embora e… Encontrei o Harry na rua, ele tentou me acalmar, mas eu não conseguia pronunciar uma palavra… - Ela falou entre lágrimas e soluços, e me abraçou forte depois. – Eu não queria, … Eu fui lá pra conversar… A culpa não é minha… - Ela disse, se lamentando pelo acontecido. Realmente, ela não tinha culpa. Quem começara tudo aquilo foi a Geneva, e isso foi pouco perto do que ela realmente merecia.
  - Calma… Está tudo bem! Não é sua culpa mesmo, ok? Não precisa se magoar desse jeito. Ela merecia mais do que isso, acredite. – Falei, tentando acalmá-la. Pareceu funcionar. – Agora vai se arrumar, já estão todos prontos, só a sua espera. – disse, e ela se levantou, entrando no banheiro e indo tomar banho. Resolvi separar sua roupa e deixar em cima da cama.
  Saí do quarto e fui até ao meu, sentei-me na cama e suspirei. Quando as coisas melhorariam? Já estava ficando cansada desses problemas e sentimentos estúpidos. Sempre assim. Você está lá, feliz, vivendo sua vida quase perfeita, e aí chega alguém e estraga tudo completamente. Peguei a minha bolsa e procurei algumas coisas, até que achei um envelope. Eu sempre o levava comigo, mesmo não sabendo o que tinha ali dentro. Apenas me lembro de que, antes de minha mãe falecer, ela deu isto à minha tia dizendo que era pra mim. Pra que eu abrisse apenas quando estivesse com problemas. Sempre fui curiosa a saber o que tinha ali dentro, mas como ainda não estava com problemas a ponto disso, resolvi deixar de lado a curiosidade e lembrar a possível importância daquele conteúdo. Guardei-o novamente na bolsa e peguei uma pequena pasta de fotos. Era pequena mesmo. Tinha fotos das melhores coisas da vida. A maioria de meus momentos com o Zayn e os meninos. Tinha uma foto minha com meus pais, a única existente. Ah, claro, tinha fotos do Justin Timberlake… Qual é? Meu ídolo, né, não posso fazer nada. Guardei aquilo novamente e resolvi ver o que tinha no resto da bolsa. Acreditem, nunca se sabe o que se pode encontrar por ali. Vasculhei e encontrei uma foto… Era de quando eu e o Zayn éramos pirralhos. Sempre tive aquela foto comigo. Era especial pra mim… Ele mudou a minha vida, desde sempre. Ele e a família dele sempre foram parte de mim. Cuidaram de mim várias vezes… Por exemplo, sabe aquela conversa tensa que a mãe tem com a filha quando ela vira mocinha? Então, eu tive essa conversa com a Patricia, e ok… O Zayn estava lá, mas isso não vem ao caso. Isso tudo porque a parte da minha família nunca se importou comigo. Quer dizer… Davam-me dinheiro, comida e casa. Mas não davam carinho, atenção e amor. Isso eu recebi da Patricia. Ela era uma boa pessoa, e jamais me esqueceria disso.
  - Amor? – Ouvi a voz que reconheceria a quilômetros e olhei para a porta. Sorri ao ver o Zayn entrando e sentando-se ao meu lado. Nem percebi, mas estava ainda com a foto na mão. Ele pegou nela e sorriu. – Nós éramos bem bonitos. – Falou rindo.
  - Eu sei disso, e ainda somos. – Eu disse e olhei pra ele. Por que tinha que ser tão perfeito? Aquele pequeno brilho em seus olhos era tão… encantador. E o sorriso dele era o mais fantástico e maravilhoso… O jeito como ele fazia as coisas e falava era de tirar o fôlego. Ele era tão… tudo. Quando percebi, ele me olhava sorrindo e eu ainda o encarava, até que por fim acordei e disfarcei. É claro que era tarde demais, porque ele já havia reparado, mas enfim. Senti sua mão puxar meu rosto e um beijo logo em seguida. Ah, aí está outra coisa. O beijo dele… Pensa em tudo de bom que há no mundo… É o beijo dele. Quando perdemos o ar, paramos por fim. Sorri pra ele e peguei em sua mão, olhando pra baixo. Virei-me um pouco para ele e sem levantar o rosto, olhei para ele. Preparei-me pra falar, mas as palavras escaparam. Simplesmente esqueci o assunto. Suspirei e mordi o lábio. Ele me encarou e sorriu. Dei uma leve risadinha e olhei pra ele. Eu nunca havia ficado sem assunto com ele, mas isso vinha a acontecer várias vezes depois que… Descobrimos o que realmente havia entre nós. – Eu acho melhor a gente… descer logo… Devem estar nos esperando e… - Falei, mas ele me interrompeu com outro beijo caloroso. Ai Deus, me segure se não eu morro. O empurrei levemente e ri – É sério. – Disse, sorrindo e me levantando. Ele se levantou a seguir e pegou em minhas duas mãos, me beijando novamente. ZAYN PARE DE SER PERFEITO… VOCÊ QUER ME MATAR?
  Por fim tomamos vergonha na cara e descemos. Juntamo-nos aos outros no quintal e percebi que estava ao lado do Harry, mas eles não estavam abraçados nem nada. Parecia até que não eram nada um do outro, mas também se percebia que alguma coisa havia acontecido. Deixei aquilo um pouco de lado, não poderia ficar resolvendo os problemas dos outros todas as vezes que algo acontecesse. Sentei-me ao lado do Liam, e Zayn se sentou logo ao meu lado.
  - E aí, Manolo? – Falei para o Liam, e ele fez sinal de beleza. Rimos e deitei a cabeça no ombro do Zayn. Niall começou a tocar qualquer coisa no violão, enquanto esperávamos o Louis voltar com marshmallows.
  Agora vou explicar uma coisa pra vocês. Nós sempre fazíamos esse amigo oculto pra semana santa, mas temos motivos… Nada pra fazer. Só isso. É coisa de gente desocupada mesmo, mas é legal.
  Quando Louis voltou, começamos a cantar algumas músicas e, depois da última, Viva La Vida, nós decidimos começar a revelar os amigos ocultos.
  - Bom… O meu amigo oculto é um garoto que eu amo muito mesmo e daria minha vida por ele, porque é um dos meus melhores amigos… - Zayn começou a falar. – Já passamos por muitas coisas juntos, problemas e brigas, mas sempre conseguimos resolver, né… eu não tenho muita coisa o que falar então… - Ele falou, com aquele sorriso encantador, e foi até o Liam. Preciso dizer que foi lindo ver aquilo? Eles se abraçaram e percebi que os dois soltaram algumas lágrimas, mas depois riram.
  - Eu te amo, cara. – Liam falou e deu um beijo no rosto de Zayn, pegando o presente. – Eu só estou com medo de abrir, mas… Lá vamos, né. – Ele falou e começou a abrir a caixa. Quando ele tirou o presente de dentro da caixa, todos começaram a rir. Ele olhou para Zayn, enquanto segurava um pacote de cuecas cor de rosa e fingiu estar perplexo, mas riu. – Ok então, né… Vamos a isso. O meu amigo oculto é um garoto, eu acho… - Todos riram – Ele é muito amigo das pessoas, é um pouco desastrado e acha tudo extraordinário. Ele é irlandês e come muito. Ah, e tem os melhores abraços do mundo. – Ele falou e Niall se levantou e abraçou o Liam. É, com certeza Niam existia mesmo. – Toma cara, espero que goste! – Niall pegou o presente e abriu rapidamente. Era uma carteira da Converse, mas não era só isso. Quando ele abriu, tinham vários tickets de alimentação e dinheiro, é claro. Ele riu e agradeceu.
  - Bom, obrigado pelo presente, Liam, vale muito pra mim. – Ele falou com a mão no peito – O meu amigo oculto, ou melhor, amiga, é muito legal comigo, sempre me ajuda com as coisas e, o melhor de tudo, cozinha sempre pra mim. – Niall falou e olhou sentimentalmente pra mim, eu sorri e o abracei. – Sabe que eu te amo, né? – Ele falou olhando com cara de cachorro abandonado.
  - Niall… O jantar é só mais tarde, ok? – Eu falei e todos riram. Ele sorriu e me deu uma caixinha. – Agora é hora de surpreender-se, eu sei. Vamos lá com isto – Disse e tirei o embrulho. Era uma caixinha de madeira, abri e tinha uma bailarina dançando. Era uma daquelas caixinhas de música lindas e delicadas.
  - Veio da Irlanda. – Ele falou sorrindo, e eu fiz uma carinha meiga e o abracei de novo.
  - Obrigada, é linda. – Falei e sorri. – Então… O meu amigo oculto é a pessoa mais idiota da face da Terra. É metido a besta, tem cachinhos, ama gatos e… Já falei da parte de ser idiota? – Eu disse e rimos. Harry se levantou sorrindo e me abraçou.
  - Obrigado pelo carinho, . Também amo você. – Ele falou rindo e entreguei-lhe o presente.
  - Eu sei que você vai gostar do meu presente porque eu sou muito foda. – Eu falei e ele começou a rasgar o embrulho. Quando ele viu a caixa… ele quase teve um colapso. Sem brincadeira. Ele pulou em cima de mim e gritou um monte de coisas estranhas.
  - Obrigado, ! Ok, agora que eu estou de volta, né… Eu queria ficar por último, mas ok, né… - Ele falou ao se recompor. – Essa pessoa é muito especial pra mim… Eu sei que quando nos conhecemos eu disse que nunca iria me apaixonar, mas… Acho que isso se revelou diferente. Depois que eu conheci essa pessoa, minha vida mudou completamente. O que eu menos esperava que fosse acontecer tão cedo, aconteceu. Eu me apaixonei de uma maneira incrível e estranha. Pode parecer loucura “Harry Styles apaixonado”, mas é a mais pura verdade e… Eu queria muito que essa pessoa soubesse que o que eu sinto é verdade e que eu quero passar o resto da minha vida ao lado dela, pra sempre. Então, … Eu queria saber se… Você aceita ser minha, pra sempre? – Harry disse, de um jeito que jamais ninguém havia visto, e isso deixou todo mundo com a certeza de que Harold Edward – Milward para alguns – Styles estava mesmo apaixonado. estava com as mãos no rosto, chorando. Levantou-se e foi direto aos braços de Harry. Ele também estava chorando. Eles eram tão lindos juntos… Eram fofos e únicos. Ele a soltou e olhou-a nos olhos, sorrindo. Eles e beijaram e ele entregou uma caixa a ela e ela a abriu. Havia duas alianças lá dentro, é claro, de namoro. É… Harry Styles se superou quando disse que ia fazer uma coisa muito linda naquela noite. Todos começaram a aplaudir.
  - Vê se não me esquece, ok? – Louis gritou pra Harry e eles riram. Enquanto Harry ria, o beijou. Foi até uma cena engraçada, porque ele estava distraído, então rimos. Depois de muito blá blá blá, continuamos.
  - Não sei muita coisa sobre meu amigo oculto, mas… Pelo que sei gosta muito de fazer piadas e não tira o olho do meu Harold. – Ela falou e Louis a abraçou, sabendo que era ele mesmo. Rimos e ele pegou o presente. Se surpreendeu ao ver um iPad também. Ficou feliz e tal.
  - Obrigado, é muito lindo. – Ele fingiu estar emocionado – Bom, meu amigo oculto é um cara muito atraente e gostoso… Não, brincadeira. Ele é um ótimo amigo e muito especial para todo mundo, sabe cuidar de nós, mas também sabe se divertir e rir. Ele é o meu preto favorito. ZAAAAAAYN! – Louis disse e rimos da parte do preto. Zayn foi até ele e eles se abraçaram. Louis entregou o presente a ele e ele abriu. Era uma camisinha sabor menta. Zayn olhou sério para o Louis e ele sorriu. – É para vocês dois não fazerem bebês tão cedo. – Ele falou e eu me matava de rir. Zayn olhou para mim e riu, com a camisinha na mão.
  - É… Obrigado cara, pode ser útil esta noite. – Zayn disse brincando, e riu ao ver a reação do Louis.
  - Ok, dispensava seus comentários. Eu não precisava saber disso. – Louis falou e rimos. Zayn veio até mim e me abraçou, dando-me um beijo ao mesmo tempo. Sorri entre o beijo, pois percebi que todos começaram a gritar “awn”. Sentamo-nos novamente, mas dessa vez sentei no colo do Zayn. Eles começaram a tocar algumas musicas enquanto eu e a fomos para dentro fazer o jantar.
  - Então, como se sente agora? – Perguntei, assim que fechei a porta da cozinha e ela começou a pular de felicidade.
  - Eu estou morrendo, como ele pode ser tão fofo, meu Deus? – Ela gritou e me abraçou. – É a melhor sensação do mundo, ! – Ela disse sorridente e feliz.
  - Que bom que está feliz! Então, acho que é melhor a gente fazer logo o jantar, se não o Niall fica infeliz. E ninguém quer isso né. – Falei e rimos. Resolvemos fazer Nhoque [N/A: Homenagem a Yasmin né] com bolonhesa. Enquanto ela cuidava das coisas no fogão, fui colocar a mesa.

  *POV Zayn Malik*

  Quando as meninas entraram pra fazer o jantar, eu olhei rapidamente para o Harry. Ele estava vermelho. Aquilo devia ter sido estranho pra ele, porque afinal, foi estranho pra todo mundo. Nunca vi o meu amigo assim.
  - Então né, Harry… - Louis disse, olhando para o chão e fingindo chorar – Você fica aí me traindo com outra, aposto que vocês já transaram né… - Ele falou e Niall se matava de rir.
  - É… como você sabe? – Harry falou e olhou rapidamente para Louis.
  - Você é previsível. – Liam disse rindo.
  - Tá, enfim… Falando de outra coisa, né… E você e a , hein Zayn? – Harry falou, com um olhar malicioso. Sorri pra ele.
  - O que tem? – Disse e desviei o olhar.
  - Acha que a gente não percebe os olhares e sorrisos que vocês ficam dando um pro outro? – Liam falou brincando e me cutucando com o cotovelo. Ri e olhei para eles novamente.
  - Cara, eu nunca estive tão apaixonado… - Eu falei, suspirando e encarando a cadeira.
  - A gente sabe. – Niall falou e rimos. Eles continuaram falando de algumas besteiras.
  Realmente, eu estava muito apaixonado. Ela mexia comigo de um jeito diferente e bom, eu nunca havia sentido isso. Nunca havia sentido ciúmes, raiva de algum garoto que chega perto, saudade e… amor. Ela era tudo pra mim, e eu sabia que não podia deixá-la ir nunca. Não podia perdê-la. Ela agora era a minha vida, se ela se fosse, a melhor parte de mim iria junto. Olhei para a porta de vidro e ela estava ali, arrumando a mesa. O jeito como ela fazia tudo era encantador e fascinante. Quando ela fica envergonhada, o jeito que ela coloca o cabelo atrás da orelha, como ela morde o lábio quando fica nervosa, o jeito que ela fica quando perde a fala ou então como ela é linda desajeitada. Como ela tem o corpo perfeito, os olhos castanhos mais bonitos, o cabelo mais macio e perfeito, a boca mais provocante e linda… Tudo nela era maravilhoso e perfeito. Tudo nela me deixava louco e com cada vez mais vontade de fazer o pra sempre existir. Eram nesses momentos que eu pensava no quão bom era tê-la só pra mim, e o quanto eu precisa dela a cada segundo que passava. Eu precisava de suas manias, seus alertas, suas broncas, sua voz ecoando em minha mente, sua respiração em meu pescoço e de seus beijos deliciosos e seus abraços aconchegantes. Precisava dela, por inteiro, sem esquecer nenhum detalhe.

  *POV *

  - O jantar está pronto. – Eu falei, me sentando no colo do Zayn. Ele me abraçou e deu um beijo em minha bochecha. Sorri e percebi que Niall já não estava mais ali. Harry e Liam se levantaram e foram para dentro. Louis nos encarou por alguns segundos e saiu. Olhei para o Zayn e ele nos cobriu com o cobertor e riu.
  - Você quer jantar agora ou prefere ir ver uma coisa comigo? – Ele falou no meu ouvido, um pouco baixinho. Sorri de lado.
  - Que tipo de coisa? – Perguntei, arqueando a sobrancelha.
  - Uma coisa bonita na medida do possível. – Ele falou, um pouco misterioso.
  - Como assim “na medida do possível”? – Perguntei curiosa.
  - Você é a linha do possível. Ou seja, não tem nada mais bonito que você, a não ser eu, é claro. Porque eu sou um deus grego perfeito e gostoso. – Ele falou, fazendo uma careta. Olhei pra ele e sorri de lado.
  - Idiota. – Disse, dando uma risadinha e o beijando logo em seguida. Ele riu e pegou em minha cintura. Levantamo-nos. Eu saí do cobertor e ele cobriu suas costas, me abraçando por trás a seguir, me cobrindo também. Ele sussurrava algumas coisas em meu ouvido e eu ria e sorria sempre. Andamos por um tempo até à floresta. Não era tão sombria, mas se eu estivesse ali sozinha, sentiria medo. – Onde vamos? – Falei, observando aquela escuridão.
  - É surpresa. – Ele disse no meu ouvido, e beijou meu pescoço em seguida. Ouvi um barulho de água caindo levemente em pedras, mas achei que era bobagem minha. Andamos um pouco mais e ele cobriu meus olhos com a mão. – Ei, assim não vale! – Eu disse rindo, e ele soltou uma risada. Não falou nada, apenas me guiou até algum lugar. Quando senti que sua mão havia destampado meus olhos, olhei ao redor. Aquela era a paisagem mais perfeita que já vira alguma vez. Rochas enormes e perfeitamente brilhantes por conta das gotas de água cristalina que caiam sobre as mesmas. O barulho da corrente do pequeno lago e da cachoeira. Sorria olhando para toda aquela beleza natural e depois olhei para o Zayn. Ele sorriu pra mim e me abraçou. – Eu precisava te mostrar isso… - Ele disse, olhando em meus olhos. Foi chegando cada vez mais perto até que nossos lábios se tocaram e entraram em perfeita sintonia com o amor e a paixão. Estava no paraíso, com a minha vida. – Promete nunca me deixar? – Ele falou, entre o beijo.
  - Prometo, meu amor. – Eu falei, um pouco ofegante, e ele sorriu entre mais um beijo.
  - Bom, eu também prometo, minha princesa. – Ele falou, me pegando na cintura e me puxando. – Quer entrar? – Ele disse, se referindo à cachoeira. O encarei com o olhar malicioso e ele retribuiu com um sorriso, tirando a camisa logo em seguida. Tirei o meu vestido também e ele me pegou no colo, se atirando no lago da cachoeira em seguida. Querem saber a verdade? A água não estava nada fria, até estranhei. Ele ainda me segurava no colo e rimos. Joguei a cabeça pra trás, molhando o cabelo. É… eu estava apenas de roupas intimas, com o Zayn me segurando sem camisa. Ele me soltou e fiquei em pé à sua frente. Ele puxou-me pela cintura e me beijou intensamente. Meus braços estavam em volta de seu pescoço, retribuindo o beijo. Ele desceu os beijos para o pescoço, dando leves mordidas às vezes. Minhas pernas envolviam sua cintura, e suas mãos estavam em minha bunda. Joguei a cabeça para trás e suspirei de olhos fechados. A água ia até ao peito mais ou menos. Ele tirou o meu sutiã e rapidamente acariciou meus seios. Eu gemia baixo de prazer e ele sorria dando leves chupões em meu pescoço.
  - Nós somos loucos… - Eu falei, afinal, estávamos a ponto de transar em uma cachoeira, à noite e com vagalumes perto de nós. Ele deu uma risadinha e olhou para mim, arqueando uma sobrancelha e mordendo o lábio inferior. Sorri maliciosamente pra ele e ele me beijou. Esse beijo era diferente, sem dúvida alguma. Transmitia desejo, calor e amor. Aquilo já estava sendo praticamente uma necessidade.
  - Loucos um pelo outro… - Ele falou no meu ouvido, e mordeu o lóbulo de minha orelha. Senti-o abaixar minha calcinha, acariciando minha intimidade em seguida. Minha respiração estava ofegante e descompassada. Minhas unhas arranhavam constantemente suas costas e sua barriga. Coloquei a mão em seu pênis, por baixo da cueca, e fiz um movimento de vai e vem lento, ele gemeu baixo e mordeu meu pescoço. – Assim você me enlouquece. – Ele falou, de uma forma sedutora, e tirou a cueca, jogando-a longe, perto do resto das roupas. Ele me virou e agarrou-me pela cintura, penetrando-me em seguida. Os movimentos eram intensos e lentos, gemia o mais baixo possível para que ninguém nos ouvisse, porque né… Eu estava de costas para ele, suas mãos segurando minha cintura e meus seios, nos movimentos já mais rápidos. Ficamos ali até chegarmos ao ápice.
  - Eu te amo… - Ele falou em meu ouvido, com um sorriso evidente, me abraçando, ainda dentro da cachoeira.
  - Eu também… muito. – Eu falei lentamente e suspirei. – Por que você faz isso comigo? – Eu perguntei, olhando em seus olhos.
  - Isso o quê? – Ele perguntou, sério. Não consegui conter o sorrisinho que insistiu em aparecer.
  - Você causa uma coisa estranha em mim… Sua voz… O seu jeito… O brilho dos seus olhos e… Seus abraços e beijos… - Eu falei, olhando pra baixo ainda sorrindo, e percebi que ele também sorria naquele mesmo momento. Ele pegou em meu queixo, me fazendo o olhar. Ele me beijou novamente. Ele era tudo de bom na vida. Era tudo que qualquer garota poderia ter e querer. Quer dizer… Não era qualquer garota que podia ter ele, mas… Eu era qualquer garota, então acho que isso vale.
  - Eu é que deveria perguntar isso pra você. Você me fascina desde quando éramos pirralhos. – Ele falou, com uma sobrancelha arqueada e sorrindo. Ri e o encarei.
  - Por que nunca me contou isso? – eu disse, com um sorriso bobo na cara. Aposto que eu tinha um grande “apaixonada” no meio da testa naquele instante.
  - Eu sempre tive medo que você não sentisse o mesmo… Que… Só me considerasse como um irmão. E se talvez eu te contasse e perdesse a sua amizade… Não sei. Pode parecer bobagem, mas eu sempre preferi não arriscar em perder você. – Ele falou e sorriu de lado, sem mostrar os dentes, apertando os lábios. Sorri e balancei a cabeça, reprovando.
  - Você nunca perderia a minha amizade. Eu posso até ser uma retardada, você sabe, mas não a esse ponto. – Eu falei e rimos. – Eu te amo, menininho. – Eu disse, me lembrando do primeiro apelido que lhe dei quando viramos amigos. Rimos e ele me olhou, ainda sorrindo.
  - Eu também te amo muito, magrelinha. – Magrelinha. Sim, eu era bem magra mesmo. Ele sempre me adorou zoar por isso, mas sempre soube que era apenas brincadeira, então não tinha remorsos.
  - Eu acho melhor a gente voltar, se não eles vêm procurar-nos e… Você sabe né. – Falei e rimos. Ele me abraçou e foi me levando até perto das roupas. Peguei as roupas de baixo e vesti, depois saí e coloquei o vestido. Ele saiu de cueca e fez questão de me abraçar. Meu vestido ficou um pouco molhado, é claro. Ele selou nossos lábios e se vestiu rapidamente. Terminei de me vestir e calçar, ajeitei o cabelo e ele me agarrou pela cintura, chegando mais perto para me beijar. – Malik… A gente tem que ir, amor… - Eu falei, enquanto ele dava um chupão em meu pescoço. Senti ele soltar uma risadinha e selar nossos lábios.

  Entramos no aeroporto, aquele vento gelado no rosto já era um costume, pois quem passa duas semanas aturando aquilo… Acaba virando imune até ao frio do polo norte.
  Resumindo essas últimas semanas: Fiquei doente e passei os dias em casa. O Zayn queria sempre ficar ao meu lado enquanto os outros iam para algum lugar, mas eu não deixava. Ele tinha os direitos dele de se divertir, já que está de férias. Isso foi sobre mim, já pra algumas outras pessoas, a me contou que ela e o Harry… Bom, vocês sabem. E quanto à Geneva, ela esteve no hospital até pelo menos o dia da nossa volta para Londres. A Lívia sempre ia lá em casa quando podia, e a propósito, ela nos contou que ia se mudar para Londres em Abril. Fiquei feliz pelo Louis, ele estava realmente animado com a ideia. Eles viraram bons amigos. O que mais tenho a dizer… Ah, eu e Liam voltamos a nos dar bem, a princípio o Zayn ficou um pouco inseguro, mas depois conversamos sobre isso e tudo ficou bem. Niall comeu demais no dia anterior, e por incrível que pareça, ele passou muito mal por causa da comida…
  Puxei Zayn e fomos até ao Starbucks. Sentamo-nos perto do balcão, naqueles bancos altos, e compramos dois Frapuccinos e donuts.
  - Tem certeza que você tá melhor? – Ele falou, ainda com um pouco de receio, e apenas sorri como resposta. Ele estava muito preocupado, mas fazia muito caso por nada. Era só uma gripezinha. Tá, eu tive febre, enjoo, desmaio e dor na garganta. Mas não foi nada de mais.
  - Ei, essa semana vem comigo a Liverpool? – Eu falei, e dei mais um gole de café.
  - Claro. Acho que não tem problema. – Ele falou e sorriu pra mim. Sorri de lado ,sem mostrar os dentes. – Eu ainda acho que seus tios não gostam de mim, não sei por quê. Acho que um dia eu vou superar isso. – Ele disse, em um tom idiota, e abaixou a cabeça, como se estivesse com algum sentimento profundo de culpa. Soltei um riso bobo e ele olhou pra mim sorrindo. – Até que enfim você deu essa risada linda. – Ele disse, me abraçando. Sorri com o comentário e retribuí o abraço. Ele se soltou e selou nossos lábios. Levantei-me e o ‘arrastei’ até perto dos outros, pois haviam chamado o nosso voo.
  - Vamos gente feia, e Niall? – Eu falei e Niall me abraçou. Ri e acompanhei-os até o portão de embarque.
  Andamos um bocado até chegar lá, apresentamos os passaportes e entramos no corredor. Era bem grande, o avião devia estar longe. Passamos por uns três corredores daqueles e lá estava a porta do avião. A comissária, que usava uma saia com smoking preto e a tradicional gravata listrada, estava à porta com aquele sorriso sínico habitual. Agarrei-me ao Zayn e ele riu. Ele sabia bem do meu medo de aviões.
  Eu tenho meus motivos. Meus pais morreram em um acidente de avião que ia do Panamá para Cali, Colômbia. Isso aconteceu em 1992. Eles foram lá passar a lua de mel, lembro que eles me deixaram na casa da minha avó e eu não queria ficar lá, pois meu primo era muito chato comigo. Lembrando bem, não via esse meu primo, Maison, desde aquela época. Ele era um capeta comigo. Sei que eu tinha apenas dois anos e ele era somente um ano mais velho, mas mesmo assim; ele era um capeta.
  Cumprimentamos a moça e entramos, ela nos indicou o acento. Corredor da direita, eu e o Zayn no 13A e 13B. Coloquei minha bolsa na cabinezinha de bagagens de mão e me sentei. Decidi ficar do lado do corredor, a janela me dava vertigens. Zayn passou por cima de mim e dei um tapa em sua bunda. Não me perguntem o por quê de eu ter feito aquilo, foi automático.
  - Ei, isso é injustiça, levanta! – Ele ordenou. Levantei sem entender o motivo e recebi outro tapa como vingança. Sentei-me rindo e apoiei a cabeça no ombro dele. Suspirei. – O que foi, pequena? – Ele perguntou, afagando meu cabelo. Sorri de lado e olhei para aquele anjo que estava ao meu lado e era só meu – e da mãe dele, mas isso não vem ao caso.
  - Saudades da minha família… - Eu falei e ele me abraçou.
  - Calma, a gente vai visitar eles essa semana, eu prometo, ok? – Ele disse, levantando meu rosto pelo queixo e dando um beijinho na ponta de meu nariz. Dei uma gargalhada e ele sorriu. – Você é tão fofa, linda e perfeita… - Ele falou, olhando em meus olhos, ainda com o sorriso em seu rosto. Corei e ele riu.
  - Eu sei. – Falei, caindo na gargalhada em seguida.
  - Convencida. Fique sabendo que eu sou bem mais, ok? – Ele falou, todo metido. Olhei pra ele com cara de merda e ele sorriu vitorioso.
  - Quem te contou uma mentira dessas? A sua mãe? – Eu disse, revidando.
  - EEEEEEEEEEEEEEI! – Ele falou parecendo ofendido, com a mão no peito. – Como você sabe? – Disse e me encarou triste. Ri da situação e o abracei. Eu amava as nossas brincadeiras, era o que fazia nossa amizade especial… Sempre foi assim.
  Passamos a viagem inteira conversando e desperdiçando palavras. Chegamos, finalmente, à linda e perfeita Londres. Quando fomos liberados, saímos do avião.
  Estava de mãos dadas com Zayn, nossos braços estavam entrelaçados e as mãos vagas seguravam uma mala cada um.
  Coloquei os óculos, pois o sol já batia em meus olhos, impedindo a minha vista. A única coisa que pensei quando desembarcamos foi:
  - Puta merda, fudeu. – Pensei alto demais ao ver aquele monte de fãs loucas gritando “One Direction” e Zayn olhou para mim risonho. Eu não gostava muito quando era abordada por fãs, muitas vezes falavam mal de mim e faziam perguntas horríveis do tipo “sua mãe era vadia?” e essas coisas desagradáveis. É claro, tinham algumas – poucas – muito simpáticas e adoráveis.
  Zayn pegou mais forte em minha mão e me guiou até a saída do aeroporto que, por sorte, tinham fechado quando souberam que eles chegariam ali naquela hora e que teriam fãs gritando e tentando matar um por ali. Entramos no meu carro, que tinha algum motorista à nossa espera. Os meninos colocaram as malas na traseira do carro e entraram em outro, do Zayn, aparentemente. Eu estava no banco de trás esquerdo e Zayn se sentou ao meu lado – no meio.
  - Quando chegarmos em casa, a precisa falar com você. Ela pediu pra te avisar. – Ele falou no meu ouvido. Percebi que Louis entrou no banco da frente do carona e Niall sentou-se ao lado do Zayn. Supostamente, Harry, e Liam iam no outro carro.
  - Ok, obrigada pelo recado. Sabe por acaso do que se trata? – Perguntei, encarando-o.
  - Você e sua curiosidade. Não, não sei. – Ele falou rindo e me contagiando com a risada.
  - Tudo bem… Preciso melhorar essa minha mania. – Falei, me entregando.
  - Eu posso te ajudar… - Disse ele, com um olhar malicioso. Sorri de lado e ergui uma sobrancelha.
  - Quem sabe, sua ajuda é bem-vinda sempre. – Eu disse e virei o rosto em direção à janela. Senti-o morder o lóbulo de minha orelha. Senti um arrepio e, de repente, Louis disse:
  - Ei, sexo no carro não pode. Tudo bem que o carro é seu, , mas tem crianças inocentes aqui e uma pessoa que não é muito inocente, mas que não quer ver os dois transando. – Ele disse, se referindo por último a ele mesmo. Ri de seu comentário direto e mandei um honrado dedo do meio. Ele riu e retribuiu. Voltei a olhar para a janela e senti Zayn se afastar, ajeitando-se em seu lugar. Ele e Niall começaram a conversar sobre o que queriam fazer quando chegassem em casa.
  Uma pergunta que não queria calar: O que queria falar? Tinha que ser muito importante para ela pedir para me avisaram que queria conversar comigo. Geralmente ela espera para dizer algo ou arranja uma maneira de falar logo… Tudo bem. Acho que era melhor eu ter ficado despreocupada com isso, mas o meu maior defeito – além de chata, arrogante e ciumenta – era ser curiosa.
  Depois de alguns minutos, chegamos em casa e entramos.

  Subi até ao meu quarto e fui diretamente tomar um belo e relaxado banho. Coloquei a banheira pra encher e tirei cada peça de roupa com uma lerdeza incrível. Olhei-me no espelho e aquela espinha, que mais parecia um chifre, ainda estava ali.
  - Ótimo, um unicórnio para completar o zoológico. – Disse-me a mim mesma e me encarei mais um pouco.
  Fechei a torneira e entrei no banho. A porta do banheiro estava fechada então aquilo estava bem parecido com aquelas saunas da hora.

  Quando terminei o meu belo – e demorado – banho… [N/A: BANHO? Minha filha, você deve ter acabado com toda a água do mundo. Não é à toa que estamos em crise!] PSHIU, cale-se. Quem manda aqui sou eu. [N/A: Pode creer que não. Você é minha personagem e eu mando em você e nos seus sentimentos. Agora chega e continue o que estava falando] Muito bem, depois você pede desculpas. COMO IA DIZENDO: Quando terminei meu banho, saí enrolada na toalha e me deparei com sentada em minha cama. Quando ela me viu, se levantou e veio até mim eufórica.
  - Se arrume, eu, você e a vamos dar um passeio e nos divertir. Esteja pronta em menos de uma hora, ok? Zayn comprou uma roupa para você, ela está naquela caixa, vista-a e nos encontre lá embaixo, na sala. – Ela disse sem parar um minuto sequer para respirar e no final suspirou. Assenti e ela saiu do quarto. Sentei-me na cama e abri a caixa com cuidado. Havia um lindo vestido branco ali dentro e um par de saltos da mesma cor. Suspirei e pensei no por quê de tudo aquilo. Tantas coisas se passaram por minha mente, nem imaginam.
  Levantei-me e fui até o banheiro. Escovei os dentes, lavei o rosto e prendi o cabelo em um coque. Comecei a me maquiar e quando terminei, voltei para o quarto e encarei a roupa que ainda estava dentro da caixa. Tirei-a de lá e comecei a me vestir. Calcei o sapato e fui até à penteadeira arrumar o cabelo. Passei perfume e me olhei mais uma vez no espelho. Acho que estava bom. Não sabia exatamente aonde iríamos, mas aquele penteado combinava com o vestido.
  Peguei a minha bolsa e saí do quarto. Estava tudo em um silêncio absoluto, apenas se ouvia a e a conversando baixinho e devagar. Desci as escadas e, quando elas me viram, começaram a bater palmas. Talvez eu estivesse bonita – quem sabe.
  - Você está linda, ! – disse e assentiu.
  - Agora vamos, porque estamos atrasadas. – Ela falou me puxando, ia logo atrás.
  - Sim, mas aonde vamos? – Disse, andando rapidamente com alguma dificuldade por conta dos saltos.
  - Vamos a um baile de mascaras. A propósito, , dê-lhe a mascara dela. – disse olhando para ela, que me deu uma mascara branca linda.
  - Coloque-a antes de chegarmos, de preferência. – Ela falou e eu obedeci, ficando com a mÁscara e a bolsa na mão. Entramos no carro, que supostamente era da , e ela conduziu até um lugar bem bonito. Parecia um espaço de festas antigo, havia várias pessoas mascaradas e elegantes entrando lá. Entramos e, quando olhei para o lado, elas duas já não estavam mais lá. Estranhei, mas continuei apreciando o lindo espaço e decorações. Andei um pouco, passando pelos casais que ali dançavam por todo o salão, até avistar novamente a e A andando juntas rapidamente, como se fugissem de alguém. Elas olhavam para os lados, até que alguém passou à minha frente e as perdi de vista. Podia jurar que entraram em uma salinha que ali havia, mas era apenas para empregados. Olhei um pouco mais para a porta e resolvi voltar. Fui até o bar e pedi qualquer bebida. Eu, sinceramente, não sabia o que fazia ali, naquele momento, sem ninguém para conversar ou dançar. Eu me perguntava o por quê de elas me trazerem aqui pra ficar sozinha e ainda por cima a pedido do Zayn… Era chato. De repente uma música lenta começou a tocar. Eu conhecia bem aquela musica… Ele sempre cantava para mim… ‘Jenny’ – The Maine.
  Suspirei, me lembrando de sua voz soando como uma melodia em meu ouvido e ecoando em minha mente. Fechei os olhos e, não sei bem, mas acho que uma lágrima escorreu por minha face. Abri novamente os olhos e bebi mais um gole daquela bebida. Senti alguém cutucar meu braço, olhei para o lado e era um garoto de aparentemente dezesseis anos, ele esticou a mão que segurava uma carta. Peguei-a e ele se retirou dali. Fiquei encarando o nada por um bom tempo. Abri a carta e tinha apenas duas palavras escritas: “Don’t cry”.

Capítulo 17 - You know that I'm always near

  Era a letra que eu bem conhecia. A letra, em minha opinião, mais perfeita do mundo. Encarei um pouco mais aquela folha de papel e me levantei. Andei até o jardim dali e me sentei no banquinho de madeira. Olhei ao meu redor e joguei a cabeça para trás, olhando aquele céu estrelado lindo. Suspirei algumas vezes e uma voz me chamou. Virei minha atenção para a frente, uma garota loira estava parada com outra carta na mão. Peguei-a e ela se retirou, assim como o outro garoto.
  “Pense na sua vida e nas probabilidades do que pode ainda acontecer nesta noite. Será que suas dúvidas são maiores que o meu amor por você?”
  Dei uma risadinha pelo nariz e sorri. Olhei à minha volta procurando por alguém, mas estava tudo deserto. O que eu fazia ali, afinal? Entrei novamente sem saber mais o que fazer. Os casais ainda dançavam a mesma música que me lembrava da vida. Suspirei, já um pouco estressada, e andei até ao bar novamente. Pedi outra bebida igual àquela e levei o copo. Saí andando pelo salão até que esbarrei em alguém que, ao me ver, saiu correndo e tive novamente a mesma impressão de que entrou naquela salinha. , contenha sua curiosidade e imaginação, por favor.
  Um garotinho de cinco anos todo mascarado me entregou uma cartinha. Peguei-a e ele saiu correndo um pouco atrapalhado.
  “Preparada para a vida?”
  Aquilo já estava MUITO estranho, e dava aquela coceira no cérebro. Passei alguns cinco minutos pensando em tudo aquilo e…
  - Senhoras e senhores, peço a vossa atenção por alguns minutos. Isso é realmente muito importante. – Ouvi aquela voz… A que reconheceria a milhas dali. Olhei para trás, direcionada para o palco. Ele estava lá, olhando para mim com um sorriso maroto, de quem estava prestes a aprontar alguma coisa. Sorri para ele e acenei. Eu não sabia que ele estava ali, quer dizer, podia ter me ligado ou… - Primeiro de tudo, eu queria agradecer a uma pessoa muito especial, que mudou a minha vida completamente. A pessoa que está comigo desde antes de eu me conhecer como gente. A pessoa que eu amo e daria tudo por ela. Queria agradecer por estar sempre comigo e me perdoar sempre, por mais que eu faça a pior coisa do mundo, por mais que eu sempre esteja errado e você certa… Eu sei que você sempre vai me ajudar com tudo, que eu posso contar com você. É bom ter alguém assim e saber que você é só minha, . Tudo isso eu tenho feito por você e para você. Temos planos para o futuro, na verdade, sempre tivemos, não é mesmo? – Ele disse e nós dois soltamos uma risadinha. Sorri de lado, eu estava corada. – Eu queria realmente que você soubesse o que eu sinto por você, mas infelizmente essa “coisa” não é compatível com o nível de entendimento de um ser humano. Mas saiba que é muito especial e nunca senti isso antes. Você me conhece, não é mesmo? Você sempre soube quando eu falava a verdade ou estava mentido, quando estava mal, quando consegui alguma coisa ou até mesmo quando estava com saudades ou quando qualquer outro sentimento invadia meu coração. E esse sentimento aqui – Ele colocou a mão em seu peito, do lado do coração – invadiu-me por completo. E você causou isso em mim. Incrível, né? Justo eu, que prometi nunca me apaixonar de verdade e jurei que nunca saberia o que é o amor… Justo eu, o seu melhor amigo, fui me apaixonar por você. Minha melhor amiga e meu melhor amor. Eu quero que você venha aqui até mim agora, por favor. – Ele falou, fazendo um sinal com as mãos. Caminhei até o palco e ele veio até mim, me ajudando a subir. Ele tirou-me a máscara e sorriu. – Eu te amo, pequena. – Ele falou baixinho, para que apenas eu ouvisse, segurando meu rosto e sorrindo, me deu um beijo.
  - Eu também te amo. Muito. – Falei, e retribui o beijo. Suspirei e ele me olhou risonho.
  - Eu queria agora, na presença de todos você, amigos e convidados, e também aqueles que só vieram curtir a festa, fazer um pedido muito especial e… arriscado. Espero que ela não diga não. – Ele falou, e todos do salão, que antes estavam em silencio, riram. Eu não sabia como estava a minha cara naquele momento, mas obviamente, estava surpresa e me sentindo com muita sorte. Suspirei novamente, dessa vez olhando para o lado. – . Minha pequena. Você sabe que eu não sou muito bom nessas coisas e…
  - “… você sabe que estou dando o meu melhor e blábláblá...” – Concluí sua fala.
  - Quando eu falei que ela sabe tudo sobre mim, eu falei bem sério. – Ele disse, e todos riram novamente. – Então, continuando… Ah, obrigado por me interromper, querida.
  - De nada, coisa fofa. – Eu fale,i retribuindo a ironia.
  - Desde que nos conhecemos, desde que tínhamos apenas alguns aninhos de idade, quando éramos simplesmente crianças inocentes e infantis, eu gostava muito de você. Você sempre me atraiu, tanto que eu preferia sair para brincar com você do que com meus outros amigos. Eu brincava de qualquer coisa, até de boneca se fosse preciso, só para ficar com você. Eu sei, é estranho e estúpido, éramos apenas crianças, mas é verdade. Depois nós crescemos e, bom, você deu seu primeiro beijo com dez anos. Eu fiquei me sentindo mal e com raiva por não ter sido comigo e beijei a primeira garota que vi pela frente, a filha da minha vizinha. Depois disso, veio o seu primeiro namorado, Lucca. Você deve se lembrar bem dele, né… Bom, ele era um idiota com você, e eu me sentia muito mal por não poder te proteger, até porque você ficava com raiva, afinal, você tinha um namorado para isso, né? Pra que um melhor amigo naquele momento? Mas eu fiquei feliz em saber que você precisou de mim, e que foi a primeira pessoa que procurou quando ‘aquilo’ aconteceu. – Ele falou e todos riram – Depois de algum tempo, você ficou solteira e eu achei que era a chance de dizer o que eu sentia, mas então você disse que primeiro vinham os sonhos e depois os desejos, não dando chance de eu dizer o que sentia por você. Passou esse tempo todo, realizei meus sonhos mais preciosos – Ele disse e apontou para os meninos – Mas só há algum tempo atrás eu consegui falar o que realmente sentia. E hoje, aqui na frente de todas essas pessoas, eu queria saber se você aceita ser minha namorada. Não só namorada, como minha garota, mulher e, para sempre, apenas minha pequena. – Ele falou me olhando nos olhos, seus belos olhos que já marejavam sem saber minha resposta. Sorri e lágrimas escorreram por minha face. O abracei e escondi a cara em seu peito. Seu cheiro… Seu toque… Era tudo tão fora do comum. Faziam-me arrepiar. – Eu te amo – Ele falou baixinho, entre algumas lágrimas, com aquela voz chorosa e feliz ao mesmo tempo.
  - Eu também te amo, meu anjo, e é claro que eu aceito. – Falei, com aquela mesma voz manhosa e chorosa. Ele parou de me abraçar e me puxou para um beijo, todos começaram a gritar e aplaudir. Começou a tocar ‘I won’t give up’, do Jason Mraz.
  Senti alguém pular em cima de nós, com certeza era um daqueles retardados. Um não, porque havia sete pessoas ali.
  - Ai, a minha coluna. – Eu gemi de dor, e saíram de cima de mim. Eu e Zayn começamos a rir, essa era uma boa desculpa. Ambos sabíamos que eu não tinha problemas nenhum na coluna. Aguentava ele nas minhas costas, até. Todos nos olharam confusos, apenas nos beijamos novamente.
  - Minha pequena. Minha, minha e apenas minha. Meu Deus. – Ele falou, com os olhos brilhando e olhando para mim.
  - Meu anjo, meu menininho e meu amor. – Eu falei e o abracei. Dançamos no ritmo melodioso e calmo da música. Ele sussurrava a letra em meu ouvido.
  - I won’t give up on us. Even If the skies get rough, I’m giving you all my love. I’m still looking up… – Ele falou mais profundamente no final da música e me beijou. Eu poderia estar mais feliz?

  - Zayn, eu tenho que ir, meu amor. Ou eu vou e realizo meu sonho, ou fico aqui contigo e vivendo as suas custas, e eu não quero isso. – Resmunguei, enquanto colocava mais algumas coisas na pequena mala. Ele não queria me deixar ir para Liverpool novamente, pra eu fazer faculdade e tudo mais. Ele me queria por perto, já que estávamos em um relacionamento sério de nove meses. Ele olhou para mim triste, suspirou e me abraçou. – Por favor, amor, não chora tá? Eu prometi que ia estar sempre contigo, e eu vou. Só que eu preciso muito fazer faculdade e conseguir um emprego. Eu prometo que venho aqui pelo menos uma vez em cada… duas semanas. Pode ser? – Disse, ao sentir algumas lágrimas em meu ombro.
  - Promete mesmo? – Soltei uma risadinha e o encarei sorrindo.
  - É claro, seu bobo, não consigo ficar tanto tempo longe de ti. – Falei dando um leve tapinha em sua bochecha e o puxando para um beijo. Era minha última noite ali, em Londres e na casa dos meninos. No dia seguinte, eu ia depois do almoço para minha linda cidade que tanto sentia falta e que já me esperava. Não, eu não corria risco de me perder. Ainda tinha aquele GPS lindo e maravilhoso que minha querida me deu. Ele se sentou em minha cama, que era mais nossa, e me puxou para seu colo.
  - Eu te amo, pequena… - Falou ele em meu ouvido, ao me sentar.
  - Eu também te amo muito, querido. – Olhando em seus olhos, pude perceber algumas lágrimas querendo fugir. – Zayn. A gente só vai ficar nesse por alguns nove meses mais… Eu termino a faculdade e tudo fica como antes, melhor ainda, na verdade. – Falei e suspirei, segurando seu rosto para que ele olhasse para mim. – Eu te amo, e nada vai mudar isso. Nem mesmo a distância. – O encarei mais um pouco e ele sorriu de lado, sem mostrar os dentes e se esforçando para manter as lágrimas apenas nos olhos (o que não deu certo). Não aguentava vê-lo assim, chorei junto à ele. Abraçamo-nos e ele me apertou contra seu peito.
  - Lembre-se sempre que será a minha pequena, ok? – Ele falou, entre lágrimas, e com a voz rouca, chorosa.
  - Eu vou sempre lembrar. Como esquecer, não é? – Tentei parecer forte, mas não conseguia. Era o que menos sabia fazer. Ele olhou para mim, tentando sorrir, ainda chorando. Afagou meu rosto, enxugando minhas lágrimas. Tentei sorrir também. – Não chora mais, está bem? – Falei com uma risada sem graça e olhando para baixo, tentando disfarçar o choro.
  - Vou tentar… - Ele falou e levantou meu rosto, surpreendendo-me com um beijo. Aquele beijo era tão bom, assim como todos os outros, mas parecia que com ele cada beijo, a cada dia e cada hora, ele era mais intenso e amoroso. Com carinho e afeto, paixão e desejo. Era sempre mais diferente, cada vez mais sincero.
  - Eu te amo, Zayn. – Falei, o abraçando depois. Ele retribuiu o abraço e, depois de conversarmos um pouco mais, fomos tomar banho.

  Desci as escadas, de pijama. Liam e Niall estavam conversando e assistindo algum desenho na TV; Harry e Gabriela punham a mesa para o jantar; conversava com Lívia e Louis; Zayn trazia as coisas para a mesa. Perguntam-se quem é a Gabriela? Bom, ela é uma amiga da Lívia, mas apenas a conhecemos porque eu e fomos fazer um curso de alemão e ela era nossa professora – da nossa idade, ok? – e então ela virou nossa amiga. Mesmo ela e não se dando nada bem, por causa do Harry. A Gabi sempre atrapalha os dois, naquele dia até que todos se acalmaram. chegaria daqui a pouco para ficar com a gente. Bom… Pra falar a verdade, ela e o Harry não estavam NADA bem. Parece que a Gabi beijou ele, ela viu e ai ficou super irritada, brigaram e PARECE que o Harry está indeciso. Não sei bem.
  Sobre a … Ela gosta do querido Niall, mas não quer assumir porque é uma idiota. Eu acho que ele está afim dela, mas com a vergonha e timidez dele com garotas, ninguém garante algo. Ela também é outra tímida. Merecem-se.
  Louis e Lívia são uns grudes só, não se largam um minuto sequer, para nada. Quem vê acha que são namorados, mas não são. Quer dizer… Não ainda.
  - Amor, me ajuda aqui. – Zayn gritou da cozinha, fui até lá correndo. Ele estava com uma pilha de pratos nas mãos. Ri de sua desgraça e ele tentou me mandar um dedo do meio, o que não deu muito certo porque os pratos caíram e uns três quebraram.
  - Só faz merda. – Falei, dando uma tapinha em sua cabeça.
  - Faço bebês também, se você quiser. – Ele falou, sorrindo maliciosamente.
  - Ai, que engraçado você. – Falei sínica, com uma risada forçada. Ele riu e me abraçou, andando comigo até me encostar à geladeira. Ele olhou para meus lábios com certo desejo e o empurrei levemente, mordendo o lábio inferior.
  - Qual é? – Reclamou e riu.
  - Estamos na cozinha, não quero perder minha dignidade.
  - Ah é, muito digna e santa você. – Ele falou rindo levemente e dando um tapa em minha bunda.
  - Sou mesmo, tá? Você que não. – Falei e mostrei-lhe a língua, virando para pegar os pratos.
  - Ah, é. Muito santinha, na cama então… Santidade em pessoa. – Ele falou, me ajudando com os pratos.
  - Vai se fuder. – Falei, rindo, e ele deixou os pratos que estavam em suas mãos na pia e me abraçou novamente, sussurrando em meu ouvido:
  - Vem comigo então. – Mordeu minha orelha. Engoli seco e passei a língua nos lábios, que estavam secos. Eu sempre fazia isso quando estava nervosa ou pensando. Ele riu e me puxou pela cintura. – Eu te amo garota. – Sorri e continuei a arrumar aquela bagunça. Levamos as coisas para a mesa e os outros arrumaram.
  Estávamos todos na sala e a campainha tocou. Niall, o desocupado, foi atender. Era a , que ao ver Gabriela, saiu correndo. Niall olhou lá pra fora, sem entender nada. Voltou a entrar e fechou a porta. Ouvi o carro dela sair. Olhei para Harry com cara de raiva, e ele sabia porque. era minha amiga, ele não podia deixa-la assim. Eu não admitia. Poderia ficar chateada com ele para o resto da vida se ele não fosse atrás dela e fizesse algo.
  - Harry, vai lá agora. – Eu disse, séria e encarando-o.
  - Mas ela não vai querer me ouvir… - O interrompi.
  - Eu não vou dizer outra vez, você vai atrás dela agora ou eu quebro a tua carinha linda e a sua vida vai ficar uma merda sem ela. – Falei, aumentando o tom de voz e me levantando. Pra quem está zombando, eu conseguia bater no Harry. Um motivo é ele não poder bater em uma mulher, e outro é que meus tapas e socos doem mais do que qualquer coisa. Ele suspirou para não responder-me e se levantou. Encarou-me um pouco puto da vida e foi pegar o casaco. Ele a queria de volta, mas depois de uma briga deles em que a disse que não queria mais ver ele, ele levou a sério a vontade dela. Ele achava que ela podia querer matar ele, ou nunca mais falar com ele de verdade por ele ir atrás dela. Eu só sabia de uma coisa, ele ia me perdoar por falar assim com ele. Ele sempre agradecia, na verdade. Ele sabia que era um idiota, babaca, então isso lhe dava forças – mesmo que ele ficasse com muita raiva de mim na hora.
  Harry saíra de casa com seu casaco, e foi para a casa dela. Onde supostamente ela estaria.
  Sorri e fiquei normalmente, me sentei e olhei para os outros que me encaravam.
  - Que foi? – Falei, os encarando. Eles desviaram o olhar, menos a Gabriela. Ah, ela sempre fazia isso.
  - Você vai sempre falar assim com ele? – Com um olhar de “nojo” ela falou.
  - Se você ainda não percebeu, ele não tem a mãe dele aqui perto para lhe dar broncas. Todo mundo precisa de uma, e acho que você também, querida. – tirou-me as palavras da boca. Nenhuma de nós, garotas, a suportava. A Gabi era sempre metida e mesquinha com as pessoas. Quer dizer, com a gente. Sempre falava como se tivesse razão e tal. Digamos que ela é uma patricinha. Gabriela bufou e se levantou. – Querem jantar? – disse, ao se levantar e a seguir.
  - Não é melhor esperarmos eles? – Niall disse, com a inocência estampada em seu rosto.
  - Ah, Niall. Você tá mesmo falando sério? – Comecei a rir de Louis por ter dito isso, e Niall me olhou ainda confuso. – Eles não vão voltar tão cedo. Vão fazer aquilo que todo casal faz depois de se reconciliarem. Ou nem vão se reconciliar e vão logo fazer isso. – Ele falou e olhei para ele indignada.
  - Cale a sua boca. Ele ainda é puro de mais para lembrar-se dessas coisas. – Ele riu e deu um tapa leve em meu rosto.
  - Verdade, eu sou inocente, então calem a boca. – Niall falou, se levantando e indo para a mesa.
  - Ih… - Zayn brincou. Olhei para ele sorrindo e colocando os braços em volta de seu pescoço. Mordi o lábio inferior, não parando de sorrir. Ele me olhou estranho.
  - Zayn… - Falei, com a voz mais doce e fofa possível.
  - Eu não tô com muito dinheiro aqui e… - Ele começou e olhei para ele com cara de quem vai mandar ele se fuder em três, dois, um…
  - Vai se fuder. – ATÉ QUE ENFIM, falei.
  - Tá, estou brincando. Fala. O que traz toda essa meiguice aqui? – Ele falou, retribuindo o sorriso também. Inclinei-me para frente sorrindo, fui devagar ao pé de seu ouvido e sussurrei:
  - O que você acha de… Sei lá, quando acabarmos de comer… Irmos lá pra cima conversar? – Falei, ainda meiga, e ele riu me abraçando.
  - Por que não? Eu estou mesmo precisando conversar contigo… - Ele falou e soltou uma risada linda e fofa. Chamem-nos de melosos. – Vem, vamos jantar. Já nos olham torto… - Ele disse, me puxando. Ri e segurei sua mão. Sentamo-nos e comemos, conversando sobre a minha viagem. O jantar era sopa, depois peixe frito com macarronada à La Tomlinson, e de sobremesa – feita por mim –, torta alemã.
  - Gente… Eu não estou com fome… - Niall disse, antes da sobremesa. Todos o olharam assustados, ao mesmo tempo dizendo em perfeito uníssono:
  - O quê? – Gritaram. Ri de sua situação e expressão. Ele se levantou, eu sabia que algo estava errado. Fui até ao Liam depois de acalmarem-se e ele me olhou curioso.
  - Acho melhor você ir falar com ele… Parece mal. – Falei e ele assentiu, se levantando e subindo as escadas. Sorri e voltei para o meu lugar. Zayn encarou-me.
  - Posso saber o que falavam? – Autoritário, falou apoiando o queixo em sua mão.
  - Niall. – Disse indiferente e ele me encarou.
  - O que acha que aconteceu? – Perguntou, interessado.
  - Acho que ele está triste com alguma coisa que deve ter acontecido agora há pouco. Como o Liam é seu melhor amigo, achei uma boa ideia ele ir falar com o Niall. Estou certa? – Disse, e ele assentiu passando a mão pelo rosto.
  - Ei, vocês dois, o que acham de irmos passear por algum lugar? Tipo uma “despedida”. – Louis propôs uma boa ideia.
  - Por mim tudo bem, mas para onde? – Falei intrigada, e eles se entreolharam.
  - Podíamos ir… - Zayn começou, sem conseguir terminar.
  - Ao… Ao… - Louis tentou continuar.
  - Acho que ficar em casa é uma boa ideia. – disse, ao perceber que não tínhamos nada para fazer.

  [n/a: *Ouçam Moments, por favor, repetidamente.]

  Passamos a noite conversando, até ao menos termos certeza de que e Harry não voltariam naquele dia. Bom… De noite, sabem o que aconteceu né. Aquelas despedidas especiais do Zayn… Sem comentários, como disse, sou santa.
  - Amor… Eu não quero que você vá… - Zayn falou, enquanto eu terminava de escovar o cabelo. Olhei-me no espelho mais uma vez, parecia que ia para a nevasca. Estava muito frio, o que era bem estranho, pois no dia anterior o sol radiava a cidade de Londres incrivelmente.
  - Meu lindo, eu tenho que ir… Você sa… - Ele me interrompeu falando:
  - Você sabe que eu preciso e blá, blá, blá… Eu sei disso, mas eu preciso de você. Em dois meses entramos em turnê e então mal vou conseguir te ver. Daqui a três meses fazemos um ano de namoro e, provavelmente, não vou conseguir te ver. Eu queria preparar alguma coisa especial para nós, mas adivinha? Não vou conseguir. Isso é chato. Eu queria que pelo menos… Por enquanto… Você ficasse perto de mim. Mas tudo bem, eu sei e não quero ser egoísta. – Ele falou com algumas pausas. Apenas o encarei, me sentindo um pouco culpada por ele estar assim, mas já havíamos conversado sobre aquilo. Eu precisava ser alguém. O abracei bem forte e ele retribuiu. – Eu te amo, e quero sentir você perto de mim sempre. – Ele disse, entre algumas lágrimas e com a voz falha.
  - Eu também te amo, não sabe o quanto. – Falei e beijei sua bochecha. Meu celular apitou, era hora partir e começar a viagem.
  - Ah, minha pequena, eu vou sentir tanto sua falta. – Ele falou, olhando em meus olhos marejados, assim como os dele. Eu nunca o via chorar, a não ser nesses momentos. Era triste e deprimente saber que era minha culpa.
  - Eu também, mas não quero que fique assim, ok? Eu prometi que tudo ficaria bem, e vai ficar, é só uma questão de tempo. A gente vai conseguir. Tudo bem? – Falei, enxugando suas lágrimas e tentando sorrir. – Vem, vamos descer. Tenho que ir. – Disse, pegando em sua mão. Ele pegou uma mala minha e eu a outra. Descemos e todos já estavam lá, inclusive o Harry e . Pelo visto, dormiram em casa, estavam de pijama e com cara de sono. Harry veio até mim e me abraçou.
  - Sentirei sua falta, doida. – Ele falou depois do abraço. Ri e dei um tapa em sua testa.
  - Obrigada. Também sentirei sua falta, cachinhos. – Falei e abracei a . Ela me abraçou forte.
  - Eu vou sentir tanto a sua falta… Com quem eu vou poder conversar e desabafar? Ah meu deus. Liga-me sempre, ok? – Ela falou, quase chorando.
  - Claro, calma. Vou ligar sim e te pentelhar todas as semanas. – Falei, rindo. Despedi-me do restante.
  - Faça uma boa viagem, . Ligue quando chegar e não tire o casaco, ok? – Liam disse, brincando. Rimos e ele bagunçou o meu cabelo. Fui até o carro devagar e olhei mais uma vez para Zayn. Não aguentei e ele veio até mim abraçar-me. Retribuí e não aguentei segurar as malditas lágrimas por mais tempo.
  - Eu vou sentir a sua falta, tanto. – Falei, com certa dificuldade.
  - Eu também. Nunca se esqueça. – Ele falou e me apertou mais. – Você precisa ir… - Disse, um pouco triste. O olhei, tentando sorrir, e mordi os lábios. Ele sorriu e enxugou suas lágrimas, depois as minhas.

  Levantei- me para mais um dia de faculdade, estava cada vez mais cansada... Vou explicar o porque: há um mês descobri que estava grávida de um mês. E como eu fiquei? Chocada. Já havia contado ao Zayn, ele estava super feliz e queria me ver, mas não podia… Quer dizer, não naquele momento. Tomei um banho e me arrumei. Saí de casa com pressa para não perder a aula, mas quando cheguei à porta, o sinal tocou. Ao menos isso, não bati de testa no portão, como na maioria das vezes. Minha vida em Liverpool estava assim. Meu apartamento era um pouco longe da faculdade, então sempre chegava alguns cinco minutos atrasada, precisava ajustar isso. Eu fazia faculdade de literatura, então era bem puxado. Eu gostava disso, mas às vezes cansava. Já fazia a mesma coisa há um pouco mais de dois meses.
  Ah, claro. Daqui a meio mês seria o meu aniversário de um ano completo com o Zayn. Não faríamos nada, ele tinha um show em Nova Iorque. Bem longe, né? Mas não podia fazer nada…
  Entrei na sala e me sentei ao lado da Celine, minha amiga, e de Ashley, minha velha amiga.
  - Hey, vaca. – Ash falou, me dando um tapão nas costas. Gemi de dor e acenei com um sorriso apertado. Eu não estava muito bem naquele dia, acordei assim. Não tinha vontade de sorrir, na verdade, não conseguia. Nem um sorriso falso podia sair de mim. Sentei-me em minha mesa e coloquei as coisas em cima da mesma. Meu celular tocou. Olhei para os lados e nenhum sinal do professor. Peguei no aparelho e atendi.
  - Alô? – Falei, um pouco baixo e me virando para o outro lado.
  - ? – Ouvi a voz de do outro lado da linha.
  - ! Tudo bem? – Disse, contente pela ligação.
  - Sim, e você? – Ela falou normalmente.
  - Também, então… A que lhe devo a honra da ligação? – Ri e ela respirou fundo, provavelmente já ia começar a falar… Muita coisa.
  - Então, presumo que esteja em aula, serei breve. Eu, , Gabi e Lívia queremos fazer uma surpresa para os meninos no dia em que vocês dois fazem um ano de namoro. Não adianta dizer não, já compramos as passagens e nos encontramos um dia antes na casa dos meninos. – Ela falou calmamente. Nossa aquilo me pegou de surpresa.
  - Ah… Eu te ligo quando chegar em casa, mas respondendo logo: tudo bem. – Disse sorridente e ouvi-as gritando do outro lado da linha – Por que eu sabia que você não estava sozinha aí no telefone? – Disse, sarcasticamente.
  - Sou previsível, eu sei. – Ela falou, ainda rindo – Então, vou desligar. Seu professor já deve estar entrando. – Logo que ela disse isso, o professor entrou.
  - Exatamente… Tchau, meninas, até mais. – Disse e desliguei, sem esperar a resposta. Ash olhou-me curiosa. – Minhas amigas. No intervalo eu te conto. – Falei, matando um pouco de sua mania.
  Assistimos à aula do Michael e fomos liberados para o intervalo. Logo depois de sairmos da sala, Ashley pulou em cima de mim, pedindo informações.
  - Combinamos de fazer uma surpresa para eles… Entrar no camarim do show deles no dia do nosso aniversário de um ano juntos… Achei uma boa ideia. Ele vai gostar. Tem me ligado todos os dias para matar saudades… Ele só não ligou nos últimos dois dias, mas tudo bem. Deve estar um pouco ocupado. – Falei, empolgada, e ela sorriu.
  - Ai, que bom! Vocês vão poder pelo menos matar um pouco de saudades, né! E ele finalmente vai poder ver como sua barriguinha está aparecendo… - ela disse, sendo idiota. Até de mais. Explicando melhor toda essa história e como foi minha reação ao descobrir…

  - Mas eu não sei, Ashley! Devo ter comido algo estragado hoje naquele jantar… - Disse ríspida, mas também um pouco preocupada. Ela me encarou, ainda intrigada e tentando se convencer de que talvez eu estivesse certa. De repente, o enjoo veio outra vez e corri ao banheiro. Vomitei mais uma vez. Respirei fundo e escovei os dentes. Quando me virei, ela me encarava. Puxou meu braço e saiu andando.
  - Vamos para o hospital agora! – Falou, puxando-me porta à fora. Entramos no carro dela e Ash dirigiu calmamente até a clinica. – Vem, a doutora deve estar te esperando. – Disse ela, apenas a encarei, confusa. – Eu já tinha marcado a consulta, agora vamos.
  Entramos na sala da Doutora Anna Lucia e ela sorriu ao nos ver.
  - Até que enfim, achei que não vinham. Sente-se, . – Ela falou atenciosamente. Sorri em retribuição e sentei-me, conforme pedira. – Conte-me, o que tem sentido? – Disse ela, apoiando os braços sobre a mesa à nossa frente.
  - Enjoos constantes, dor de cabeça, tonturas de vez em quando… - Falei calmamente, e ela anotou algo em uma folha.
  - Seu período menstrual está em dia? – Ela falou, com o cenho franzido. Arregalei os olhos e peguei minha bolsa. Procurei meu caderninho e chequei o calendário. Dois meses atrasado. Como não reparei?
  - Dois meses atrasado. – Falei, e levei a mão à boca.
  - Não podemos ter certeza agora, mas a chance de termos um amiguinho aí dentro é bem grande, . – Ela falou, anotando mais algumas coisas na folha e riu. Senti alguém me abraçar. Era a Ashley, que já estava pirando com a notícia.
  Eu sei. Nada ético e nada legal. Mas fiquei feliz em saber que poderia ter um filho… Ainda mais do amor da minha vida.

  Sentamo-nos em uma mesa e comemos qualquer coisa. Na verdade, eu não estava com muita fome. Um pouco enjoada, na verdade. Estava assim todos os dias e apenas tinha vontade de comer coisas estranhas como… trufa de maracujá. Onde já se viu, trufa de maracujá? Expliquem-me isso direito, porque estou confusa já…
  - Gente, já souberam? – Celly falou, ao brotar do meio do nada ao nosso lado. A encarei, pronta para responder a ela com muito sarcasmo, mas ela mandou um dedo do meio antes. – A universidade de Liverpool está fazendo intercâmbios para os melhores alunos, para ano que vem. Eu acho que é a sua chance, porque há boatos de que seu nome está na lista, . – Ela falou, animada. Surpresa. Era como eu estava: completamente surpresa. Abracei-as rapidamente, e quando nos soltamos, encarei Celine.
  - Mas… Intercambio para onde? – Perguntei curiosamente.
  - Los Angeles, eu acho. – Ela falou, ainda animada. Eu sei, qualquer um ficaria feliz com a notícia, mas e eu e o Zayn? Los Angeles é muito longe de Londres… - O que foi, ? – Falou, ao perceber minha mudança de expressão. Tentei sorrir, disfarçando. Apostava que Ash havia entendido meu raciocínio.
  - Calma, você ainda tem tempo para pensar. – Ashley disse-me, em um tom encorajador.
  - Tudo bem, mas… Eu não quero deixá-lo novamente… Eu sinto falta dele, demais. – Falei, com o rosto sobre as mãos, com os cotovelos apoiados na mesa. Celine me abraçou de lado e suspirou.

  “Senhoras e senhores, chamada para o voo com destino a Nova Iorque no portão quatro”
  - Tudo bem, estão chamando o meu voo. – Falei para , e entreguei a passagem e o passaporte à atendente que estava no portão de embarque.
  - Está bem, quando pousar, me liga. – Ela disse, animada. – Beijos e até mais.
  - Ok, beijos. – Disse rapidamente e entrei. Como sempre, meu medo vinha quando entrava no avião. Mas Zayn me ensinou uma coisa bem valiosa…

  - Calma, pequena. Conte até cinco e dê um dedo do meio ao medo. – Ele disse, tentando me animar. Sorri com a idiotice que ele falou, mas contei até cinco calmamente. O medo havia passado, por incrível que parecesse. Era só pensar que tudo ia ficar bem. Abracei-o e ele retribuiu, sem saber o por quê.
  - Obrigada! – Falei e beijei-o.

  Sentei-me em minha poltrona e contei até cinco. Pensei que tudo ficaria bem, e lembrei que veria o amor da minha vida e mataria essas saudades.
  Depois de algum tempo, o avião decolou. Esperei um pouco e desci do avião, mas algo me chamou a atenção. As duas comissárias cochichavam algo olhando para mim.
  “Ok então, né.” Falei para mim mesma e disse adeus à moça que estava na porta. Passei o grande corredor, sorrindo por saber que estava cada vez mais perto dele. Entreguei o passaporte ao segurança do desembarque e passei quando ele me devolveu. Peguei minha mala e saí direto para o centro do aeroporto. Havia muita gente ali, não sabia por quê.
  Peguei em meu celular e liguei para , já que não atendia ao telefone.
  - Alô? - Ouvi-a do outro lado da linha.
  - Cheguei, querida! – Falei, animada.
  - Ok, nós estamos no Starbucks. Estou te vendo! – Ela disse, e olhei para os lados e vi-as acenando. Peguei em minha mala e fui correndo para lá, assim como elas vieram em minha direção. Abraçamo-nos e rimos.
  - Como foi a viagem? – perguntou, sorridente.
  - Foi boa, eu acho que dormi nela toda, mas tudo bem. – Disse rindo, e pegou em minha mala. Começamos a andar na direção da saída. – E vocês? Como foi saber que estão perto deles, mas não podem vê-los? – Falei e elas sorriram de lado.
  - Um pouco ruim, né mas temos que aguentar. – Ela falou e suspiramos todas ao mesmo tempo.
  - E o bebê? Como está? – perguntou-me, passando a mão em minha barriga que já estava um pouco grande.
  - Está ótimo. Só dá um pouco de trabalho, mas acho que vale a pena, né… - Disse e rimos. Ele estava me dando um pouco de trabalho já, ficava cada vez mais cansada – o que é muito estranho para um ser hiperativo como eu.
  Quando chegamos ao estacionamento, onde estava muito frio pelo simples fato de não ser coberto ou coisa alguma, foi pagar a meia hora em que lá estiveram e eu e fomos para o carro. Elas estavam com um Cross Fox preto, muito lindo.
  Ligamos o aquecedor e esperamos por nossa amiga. Quando ela entrou, rapidamente é claro, saímos dali e fomos para o hotel. Estávamos no Hilton. Era bom e aconchegante. Conversamos sobre um pouco de tudo e como estavam as coisas em Liverpool. e Niall já estavam juntos, e o motivo pelo qual o Niall estava triste naquele dia foi porque ele estava com ciúmes de uma ligação do amigo da naquela noite. Ela deixou-o de lado e atendeu, ficando o tempo todo conversando com seu amigo, então ele ficou triste – mesmo não sendo intenção dela.
  Abri a porta e saí. Corri para dentro do hotel, sentindo rapidamente o ar quente esquentar minha face. Sentei-me em uma poltrona e esperei elas entrarem. Peguei um café na entrada e fomos até a recepção pegar a chave do quarto. Subimos o elevador até ao último andar e procuramos a nossa porta no meio de tantas outras. Quando entramos, me joguei em uma das duas camas de casal. Era macia. Tomei um banho e vesti o pijama. Sentei-me na cama e comecei a ler uma revista que comprei no aeroporto de Liverpool. sentou-se ao meu lado e ligou a TV. sentou-se do outro lado e ficou mexendo no iPhone. Depois de algum tempo, desligaram a TV e sentamo-nos em um círculo na cama.
  - Vocês estão preparadas para amanhã? – falou.
  - Sim – respondeu sozinha, e as duas me encararam.
  - Não. – Falei normalmente.
  - Por quê? – Perguntaram ao mesmo tempo, ainda me encarando.
  - Passaram quatro meses. O que eu vou falar? – Disse, um pouco medrosa e receosa.
  - Aja normalmente, querida. – disse, e as duas me abraçaram.

  Estava nervosa e meu coração quase saía pela boca. Peguei na mão de e apertei forte. O segurança abriu a porta, nos deixando entrar. Elas entraram e eu fiquei travada ao vê-lo. Era ele, o amor da minha vida, estava ali, parado à minha frente e sorrindo. Veio em minha direção correndo e me abraçou. Soltamo-nos e ele afagou minha face, uma lágrima escorreu por minha face.
  - Eu senti tanto a sua falta pequena… - Ele falou, sorrindo de lado e enxugando a lágrima. Sorri de volta e o beijei. Encaramo-nos, eu não podia acreditar que já estava ali ao seu lado, depois de quatro meses. – Hora de acordar! – Ele falou, com uma voz estranha e ainda sorrindo, parecia que estava mais fina, não sabia. Encarei-o confusa, e ele continuou com a mesma expressão – Hora de acordar, !
  Abri os olhos lentamente e vi as duas pulando em cima da cama e quase se jogando em cima de mim. Esfreguei os olhos e percebi que tudo foi só um sonho. Levantei-me silenciosamente e fui correndo para o banheiro vomitar. Escovei os dentes e lavei o rosto. Tranquei a porta, tirei a roupa e fui para o meu precioso banho. Eu estava com dor de cabeça, mas nada que um comprimido não resolva. Peguei a toalha e enrolei no cabelo, peguei outra e me enrolei nela. Saí do banheiro e peguei qualquer roupa pra sair. Vesti-me e esperei elas terminarem de se arrumar. Peguei meu iPad e fui no Twitter ver o que estava acontecendo pelo mundo.
  “I Wish You Were Here” Tweetei e depois desliguei o iPad. Coloquei-o na mesinha ao meu lado e levantei-me, pegando minha bolsa assim que elas terminaram. Apenas peguei um café na entrada e saímos. Íamos ao shopping fazer algumas compras e ocupar o tempo. Talvez fôssemos ao cinema e mais algumas coisas que demorassem. Andamos por ali, o lugar que não conhecíamos e não sabíamos nem onde ficava uma loja de souvenires. Paramos em frente ao Barneys… Cara, aquela loja era tudo. Oito andares de uma loja de roupas. Quer melhor que isso?
  Entramos e nos divertimos comprando qualquer coisa que víssemos pela frente. Ficamos ali até às duas da tarde, e então fomos para o primeiro restaurante que vimos para almoçar. Adivinhem qual foi o primeiro? McDonald’s, eu sei. Não é restaurante, mas é bom! Pedimos algumas coisas e nos sentamos em uma mesinha de quatro pessoas.
  - Então, hoje a Lívia e a Gabi chegam a que horas? – Perguntei, enquanto mexia no celular.
  - Às cinco. Só podiam vir a essa hora por causa do trabalho. – disse, jogando a cabeça pra trás e ajeitando a blusa.
  - É verdade que a Gabi e o Liam estão juntos? – Falei, em relação aos boatos que rolavam soltos por aí e sem querer chegaram a mim.
  - Graças a Deus. – falou brincando, e rimos. Uma mulher chegou com nossos pedidos e começamos a comer.
  - Eu tô falando sério, querida! – Falei e riu.
  - Juntíssimos! Não me diga que ficou com ciúme? – Ela disse, brincalhona, como sempre. Encarei-a com cara de quem comeu e não gostou.
  - Claro, óbvio. Até porque eu não tenho namorado e não o amo, né. Idiota – Falei e dei um tapa em sua testa.
  - Ah, gente. Estou tão ansiosa para ver o meu Curls… - falou, olhando para o nada e sorrindo igual uma boba retardada (tá, já parei.).
  - Me conta uma novidade. – Falei, bufando.
  - Você fala isso como se também não estivesse. – Ela disse e revirou os olhos.
  - Eu estou, mas pior que isso, estou com mais medo. – Disse, já sentindo o frio na barriga só de pensar. Eu não sabia por que eu estava assim, mas tudo bem.
  Quando terminamos, saímos e fomos para o cinema ver American Pie. Eu sei, um filme muito besteirol, mas era melhor do que ver Titanic novamente, né… Compramos pipocas e fomos ver o filme.
  - Que chato. Esse filme é sempre a mesma coisa. – Falei, ao sair do cinema.
  - Putaria, putaria e putaria. Nós sabemos. – , a boca suja, disse.
  - Agora vamos busca-las logo no aeroporto. – disse, nos puxando pelo braço até o hotel. Entramos e fomos para o estacionamento pegar o carro. Dessa vez, eu dirigia.
  - Qual aeroporto? O de Nova Iorque ou Jersey? – Perguntei, tirando o carro lá de dentro e entrando no engarrafamento.
  - Jersey. Só conseguiram passagens para lá. – disse, mexendo novamente no celular. Dirigi até lá e passei a ponte, o que demorou muito tempo. Meu celular tocou e atendi rapidamente.
  - Alô? – Falei.
  - Já chegamos, cadê vocês? – Lívia disse do outro lado da linha, e em um tom impaciente.
  - Estamos na ponte ainda, está um trânsito infernal aqui… Em dez minutos estamos aí, ok? – disse, tomando o celular de minha mão, já que a polícia estava perto e eu não podia dirigir ao celular. Ela desligou e colocou novamente em minha bolsa.
  Graças a Deus, a fila começou a andar e chegamos mais rápido do que o previsto. Entramos no aeroporto e, por acaso e por azar, esbarrei em alguém. Só para continuar com a rotina, né? Af.
  - Desculpe! – Falei e olhei para quem esbarrei, arregalando os olhos.
  - ? – Josh disse, confuso.
  - Oi Josh, queridinho do meu coração.
  - O que você tá fazendo aqui? O Zayn tá ficando maluco já de tantas saudades tuas! – Ele falou.
  - Não conta pra ele que eu tô aqui, por tudo o que é mais sagrado, ok? Você vai tocar hoje no show? – Falei rapidamente, e ele parou pra pensar.
  - Ah, hoje não. Eu estou voltando hoje pra Londres, um primo meu teve um acidente e eu tenho que ver ele o quanto antes… Mas se quiser eu… - Interrompi-o.
  - Não, obrigada. Não quero nada, só quero que você fique de bico fechado, ok? Tenho que ir, foi um prazer ver você, amiguinho, até qualquer dia e adeus. – Disse, dando-lhe um abraço rápido e correndo atrás das meninas, que já estavam com a Gabi e a Lívia, voltando. Deixei-o no vácuo, eu sei. Que feio isso.
  - Meu Deus, por que agora? – Gabi falou, ao ver o que tinha acontecido e em quem eu esbarrei.
  - Nem me fale. – Disse e a abracei. – Como foi a viagem? – Disse, abraçando a Lívia.
  - Boa e tranquila. – Lívia disse. Começamos a andar até onde deixamos o carro e entramos. Fomos para o hotel conversando e, quando lá chegamos, fomos logo tomar banho e nos arrumar. Eram seis horas da tarde e o show começava às nove. Tomei meu banho e comecei a me arrumar. Coloquei uma calça jeans de lavagem clara, um varsity e um all star que havia comprado naquele dia. Passei uma maquiagem leve, penteei o cabelo e passei perfume. Nós ainda íamos comer alguma coisa no hotel antes de irmos.
  Eu e já estávamos prontas, apenas esperando as cinderelas terminarem. Nós duas decidimos descer e começar a pedir alguma coisa pra comer.
  - Então, você e a Gabi estão bem? – Perguntei, ao notar que elas falavam normalmente uma com a outra.
  - Sim, digamos que é isso mesmo. – Ela disse, um tanto quanto indiferente à situação.
  - Como isso aconteceu? – Falei, encarando-a espantada.
  - Bom, eu e o Harry nos resolvemos, como você soube. Então eu decidi conversar com a Gabriela sobre o que aconteceu. Ela pediu desculpas e acidentalmente se apaixonou pelo Liam, e tudo ficou bem. – Ela disse, desviando o olhar do menu para mim e, quando terminou, voltou a ler a ementa à sua frente. Encarei o teto por alguns minutos até ela me olhar intrigada. – Você tá bem?
  - Estou só esperando o prédio desabar. – Falei, sem tirar os olhos de onde antes olhava. Ela riu e me deu um peteleco na cara. Ri e parei com a palhaçada.
  Vi as três se aproximarem e sentarem-se.
  - O que pediram? – Lívia perguntou, a esfomeada do caramba.
  - Ainda não pedimos. – Falei normalmente e peguei em meu celular.
  - Eu quero ovos fritos com bacon… - Gabi disse, me cutucando.
  - Tá bom, filha, já tratamos disso, tá? – Falei e rimos.
  - O que é aquilo? – perguntou, apontando para a comida da outra mesa. Encarei-a séria, mas com vontade de rir. Ela realmente fez isso? – Ah, esquece. É chilly.
  Acabamos por pedir qualquer coisa e fomos para o local do show. No caminho cantamos (lê- se gritamos e pulamos dentro de um carro) algumas músicas do CD deles. Saímos do carro quando chegamos ao estacionamento. Era ali, naquele momento, que eu ia ficar nervosa. O segurança, que nos conhecia, deixou-nos entrar assim que aparecemos. Passamos por um corredor e subimos as escadas, dando de cara com uma porta branca e uma estrela, escrito One Direction. Era o que procurávamos e o que eu temia. Ainda não sabia o por quê, mas temia. , que estava na frente, abriu a porta vagarosamente. Eu estava ao seu lado, infelizmente… Quando abrimos e olhamos lá para dentro, eu tive a pior sensação do mundo. Eu desabei em lágrimas no primeiro segundo. Harry, Liam, Louis e Niall estavam sentados e conversando sobre alguma coisa, talvez sobre o show. E o Zayn? Ele estava simplesmente acabando comigo, beijando uma filha da puta chamada Perrie Edwards. Ele parecia feliz. Ela parecia mais puta ainda. Percebi que quando os quatro olharam para mim, vieram correndo me abraçar. Eles sabiam o que estava acontecendo, mas obviamente não me contariam agora. Afinal, eu estava grávida, não é? Dei alguns passos à frente, suficientes para estar bem perto dos dois que já me encaravam incrédulos, se perguntando “o que essa idiota que estávamos enganando faz aqui?”.
  - ? – Ele falou, um pouco depois do silêncio que ali estava. E eu? Como eu estava? Talvez com uma aparência péssima, a maquiagem toda borrada, cabelo muito bagunçado de tantas vezes que passei as mãos nele. Enxuguei o rosto e encarei-o. Ele pareceu surpreso e, ao mesmo tempo, arrependido pelo que fez – ou talvez não.
  - Como você sabe o meu nome? Por acaso eu te conheço de algum lugar? Quer dizer, eu vim aqui procurar o meu namorado e olha o que eu encontrei. Um completo desconhecido se agarrando com uma vadia qualquer. – Eu estava muito nervosa e com muita raiva. Não sabia o que falar ou fazer. Eu simplesmente agia sem pensar naquele momento. Também, depois daquilo, ninguém precisa pensar no que fazer.
  - Olha como você fala de mim, pensa que é quem? – Aquela intrometidazinha disse. Apenas estalei minha mão em seu rosto, onde ficou uma bela e linda mancha vermelha.
  - Eu falo de você como eu quiser, ganhei esse direito quando vi isso. E quem eu sou? Ah, como se você não soubesse. Eu sou apenas aquela que você tem tanto ódio e que vai fazer você ter uma relação nada adorável com o meu punho se você não desaparecer da minha frente. – Ao falar isso, ela saiu dali correndo. E claro, vermelha de raiva.
  Querem que eu descreva a sensação? Imagina um vulcão em erupção e você bem embaixo. Imagine um tsunami acontecendo em você. Imagine agora o mundo desabando, apenas em cima de quem? De você. Imagine o seu coração mais quebrado que as torres gêmeas. Agora imagine tudo isso junto em um só momento.
  - , eu posso explicar! Não é nada do que você está pe… - Ele falou, pegando em meu braço.
  - Não diga isso, eu já passei por essa, já te perdoei e te disse que daria uma chance. Você acabou de perdê-la assim como perdeu o direito de me chamar… - Fui interrompida por eu mesma ao sentir alguma coisa escorrendo por minhas pernas. Olhei para baixo e vi sangue. Muito sangue.

FIM



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