It's What You Do To Me
Escrito por Ana Carolina Torrião | Revisado por Lelen
Capítulo 1º - You are older now and you came back
KENNEDY’S POV
Era um dia ensolarado de verão em Tempe, Arizona e eu havia acordado cedo demais para o meu gosto. Oito da manhã e eu já estava de pé, organizando as coisas que ficaram totalmente bagunçadas na noite passada no pub que eu administro.
- Ei! Olha o que eu encontrei! – ouço Garrett falar de um lugar ao longe enquanto limpo o balcão e o vejo levantar um sutiã cor de rosa para que nos vejamos o objeto.
- Tem certeza que isso não é seu Garry? – ouço Max falar e todos nós rimos da piada dele enquanto Garrett avança no amigo fingindo que vai bater nele.
Rio sozinho e balanço a cabeça enquanto pego dois grandes sacos de lixo e os levo para fora do pub. Deixo as grandes sacolas no lugar habitual onde os lixeiros sempre os pegavam e paro um pouco para cumprimentar algumas das pessoas que passam na rua e para aproveitar um pouco os fortes raios de sol antes de voltar para dentro do meu estabelecimento. Fecho os olhos com o rosto voltado para o sol sentindo o calor na face e sorrio sozinho, quando os abro de novo e abaixo a cabeça, vejo um carro parar perto do lugar onde eu estou. De uma das portas de trás dele sai uma garota parecendo confusa. Ela para em pé perto do carro e coça a cabeça enquanto olha para um lado e depois para o outro da rua. A menina entra de novo no veículo e sai com uma bolsa em uma mão e uma garrafa de água na outra. Ela fecha a porta do carro vai pra trás do transporte enquanto um homem robusto retira uma grande mala de viagem de dentro do carro e a entrega. A garota retira algumas notas de dentro da bolsa e entrega ao homem, vindo para a calçada logo em seguida e olha o carro partir. Ela olha de novo pra os dois lados da rua e parece perceber a minha presença, pois vem andando em minha direção enquanto puxa a mala.
- Oi, bom dia – ela fala com uma voz doce e um pouco alta que não me parece estranha – Er.... você sabe onde fica a W 12th street? É que faz um tempão que eu vim aqui e as coisas estão muito diferentes – ela fala enquanto olha novamente confusa para a S Mill Ave onde nós estávamos agora.
- Claro, é a terceira rua à direita se você seguir pela S Mill Ave – ela olha para mim quando eu falo e junta as sobrancelhas. Aquela expressão também não me é estranha, muito menos aqueles olhos castanhos – Fica bem perto da entrada do Birchett Park.
- Ah, verdade! Tinha esquecido completamente do Birchett Park - ela ri sozinha e olha para a direita da rua para onde a maioria dos carros seguia – Acho que é a fome que não tá me deixando pensar – ela ri novamente e dessa vez eu a acompanho e a garota desconhecida olha para mim – Obrigada...er... Qual seu nome mesmo?
- Kennedy, Kennedy Brock – falo estendendo a mão para que ela possa apertar, mas ela não o faz.
- Kennedy? Brock? Kennedy Brock? – ela pergunta com as sobrancelhas levantadas e uma expressão de surpresa nos rosto – Ta falando sério? Ai meu Deus, não posso acreditar!
Ela dá um pulo alto e enquanto me olha, seus olhos brilham. Eu ainda a observo sem entender muito bem.
- Ah, não sabe quem eu sou? – ela fala quando percebe que eu não a reconheci.
- Não, desculpe – respondo.
- . .
Eu olho para ela procurando todos os detalhes que eu lembrava muito bem do rosto da minha antiga namorada de adolescência. E por mais incrível que isso pareça, eu os encontro. Os doces olhos castanhos, que agora brilhavam por me ver, as altas maçãs do rosto e o lindo sorriso de real felicidade.
- Espera. ? – falo ainda sem conseguir acreditar.
Ela balança a cabeça afirmativamente e eu sorrio junto com ela.
- Não acredito! Faz tanto tempo! – eu falo e a abraço sentindo o cheiro conhecido dela que estava presente em tantos dos meus pensamentos.
- Eu sei! – ela fala enquanto se solta do abraço – Você não sabe como eu senti sua falta!
Ela me abraça de novo e agora eu a abraço mais forte do que da última vez.
- Eu também senti muito a sua falta – falo carinhosamente e a levanto do chão levemente enquanto ainda estamos abraçados.
Eu a solto do meu abraço e ela olha pra mim ainda sorrindo. Balanço a cabeça pra ela sorrindo também.
- Então, como que tá a sua vida? Você tá muito diferente! O que aconteceu com aquele cabelinho longo? E essa barbicha e esse bigode? Me explica isso – ela fala e eu dou uma gargalhada leve.
- O cabelo longo foi embora há um tempinho atrás e a barbicha e o bigode? Sei lá, só achei legal deixar crescer – ela ri das minhas explicações e eu continuo – A vida vai bem, na verdade eu sou dono desse pub.
Eu aponto para pub e ela olha.
- Sério? Eu tava dizendo pra motorista que achei o lugar super legal – ela fala animada.
- Que bom que gostou! Quer entrar? Eu tenho comida – falo levantando as sobrancelhas.
- Ah, você tá salvando a minha vida – ela fala enquanto vai pegar a mala.
- Deixa, eu levo isso pra você – falo pegando a mala dela e a conduzindo para dentro do pub.
Enquanto abro a porta escuto a voz de Garrett:
- Cadê o Kennedy? Será que ele foi atropelado pelo caminhão do lixo?
- Não, to bem e vivo. Ah, e encontrei alguém que talvez você conheça – falo enquanto entro no pub, atrás de .
Ele vem em direção à entrada do estabelecimento e olha para com as sobrancelhas juntas.
- GARRY! –ela grita e o abraça pelo pescoço enquanto ele me olha sem entender muito bem.
Eu mecho a boca formando o nome dela e ele se solta do abraço empurrando ela um pouquinho para que possa ver seu rosto.
- Caraca, ! – ele fala enquanto a abraça de novo e ela ri – Onde é que você tava esse tempo todo? Achei que você tinha morrido já!
- Nossa Garry brigada por imaginar minha morte – ela falou com uma falsa indignação na voz.
Garrett revira os olhos e a solta, é quando ele vê os outros caras e vai falar com eles.
Eu vou para trás do balcão e começo a fazer um sanduíche para enquanto ela cumprimenta os amigos de adolescência que não via há oito anos.
Eu e nos conhecemos quando eu tinha dezesseis anos e ela quinze. A primeira vez que nos vimos foi em uma festa na casa de John. Namoramos por sete meses e ela se mudou para Nova York, do outro lado do país, para morar com a tia que a ajudaria nos estudos e a entrar na tão sonhada faculdade de moda. Assim nós paramos de namorar por que ela não poderia vir sempre pra Tempe e eu não podia ir para Nova York.
Sinto Garrett chegar do meu lado e falar baixo para que ninguém escute.
- A mudou, hein – ele fala isso de um jeito que eu entendo o que ele quer dizer. Como ela estava linda.
- Eu sei – falo, cortando o sanduíche ao meio e começando a fazer um suco – Com certeza ela já arrumou outro cara lá em Nova York.
- Acho que não – Garrett fala meio sério – Sabe o que eu acho que ela veio fazer aqui? Veio atrás do antigo namoradinho de adolescência.
Olho pra meu amigo sem realmente acreditar que ele havia acabado de dizer aquilo.
- Cara, cê ta muito gay, é nisso que dá ficar nesse amor todo com o Patrick – falo balançando a cabeça sozinho.
- Ah cala a boca – ele fala e sai de detrás do balcão indo em direção a onde ainda estava conversando com os caras.
Termino o lanche dela, o ponho em cima do balcão e vira a cabeça em direção ao cheiro.
- Frango defumado com queijo mussarela? – ela fala enquanto senta em um banco em frente ao balcão e pega o sanduíche – Como é bom estar de volta a Tempe.
Eu sorrio e ela começa a comer como quem está morrendo de fome.
Ao terminar ela limpa a boca com um guardanapo e devolve o prato agradecendo.
- Não sabia que você sabia cozinhar tão bem, Kenny – ela fala e sorri.
- Aprendi muitas coisas nesses oito anos, – sorrio para ela e me apoio no balcão – Então, como estão as coisas em Nova York?
- Ah, vão bem. Terminei a faculdade no ano passado – ela sorri e eu sorrio de volta enquanto desejo parabéns para ela – Obrigada. Resolvi ficar por lá mesmo pra ajudar minha tia que ficou doente e o filho dela foi morar em Austin com a mulher então tive que ficar lá com ela, não ia a deixar sozinha. – eu balanço a cabeça em concordância encorajando-a a continuar e ela o faz – Fiquei procurando por trabalho, mas só consegui um de personal stylist de uma coroa ricaça que não durou muito. Personal stylist é o que tem de sobra em Nova York, não arranjaria um emprego lá nunca.
- Então foi por isso que voltou? Para arranjar um emprego em Tempe? – falo e ri.
- Não. É que o meu primo voltou pra Nova York por uns tempos e vai ficar com a minha tia, daí resolvi visitar meus pais que não via há um tempão.
- Ah, então veio pelos seus pais? Nossa, achei que tava com saudades de mim – falo com um falso desapontamento na voz.
ri e fala:
- E ver meus amigos também, é claro, se não iria morrer de saudades deles. Principalmente desse barbichinha aqui.
Ela dá a volta no balcão me abraça pela cintura. Eu sorrio sozinho e retribuo o abraço.
- Assim tudo bem, então – ela ri e eu a acompanho.
- Já falei que tava com muitas saudades? – fala depois de um tempo.
- Já – falo e rio quando ela me bate de leve no braço – Também tava com saudades.
- Assim tudo bem, então – ela fala me imitando e nos rimos juntos.
- Preciso ir, mamãe já deve estar enlouquecendo porque eu não cheguei em casa ainda – ela fala se soltando do abraço.
- Tudo bem, a gente se vê – dou um beijo na testa dela.
- Com certeza a gente se vê – ela sorri e fica nas pontas dos pés e eu me abaixo para que ela possa me dar um beijo na testa também como costumava fazer quando éramos adolescentes – Brigada pelo lanche, você salvou minha vida como eu já falei.
Rio de leve e respondo:
- Disponha – sorrio para ela e ela sorri de volta.
- Tchau meninos – ela fala enquanto acena para todos nós e sai do pub puxando sua mala.
Capítulo 2º - It's been forever, lately it's been hard. Like when we took your parents car and drove forever in the dark
Passei o resto do dia no pub, atendendo os clientes que forem de um número excepcionalmente grande naquele dia. Não tive tempo de pensar em nem na volta repentina dela para Tempe até chegar em casa.
Assim que abro a porta escuto John e Jared conversando sobre o jogo de beisebol que estava passando na TV. Minha casa era pública, só nunca entendi como eles arranjaram a chave.
- E aí, escravo – John me saúda assim que entro na sala e passo direto para a cozinha para guardar as cervejas que havia trazido na geladeira e encontro a porta do aparelho aberta e um Patrick Kirch atacando toda a minha comida.
- Oi, Kenny – Pat fala depois de pegar várias fatias de pão, presunto e queijo. Ele os leva para o balcão da cozinha e começa a fazer um sanduíche.
Balanço a cabeça sozinho e guardo as cervejas na geladeira, mas pego uma para minha e mais duas para John e Jared. Vou até a sala de estar e entrego a bebida a eles, me sentando no sofá logo em seguida.
- O Garrett falou que a apareceu hoje lá no pub – John fala a certo ponto.
- Ah, é verdade – falo olhando para a TV e tomando um gole da cerveja direto da garrafa.
- Mas, tipo assim, do nada? – Jared pergunta interessado também.
- É do nada – respondo e vejo os dois se entreolharem - Eu a encontrei quando ela chegou, daí ela veio me perguntar como chegar à rua da casa dela porque ela não tava reconhecendo a cidade, daí eu expliquei e ela perguntou meu nome. Eu falei e ela falou que ela era ... ela e eu a convidei pra entrar porque, pelo que ela disse, estava morrendo de fome. Daí ficamos conversando e depois ela foi pra casa.
- Hm – ele ficou calado por um tempo – Ela falou por que voltou?
- Disse que veio visitar os pais – falo e tomo mais um gole da cerveja e dou a conversa por acabada.
Termino minha cerveja e só tomo mais duas. Não demoro em subir para meu quarto com o objetivo de ir dormir. O dia havia sido cheio e eu realmente precisava descansar.
Tiro minha roupa no quarto mesmo e vou tomar um banho. Assim que sinto a água quente bater em minha cabeça suspiro e relaxo.
Por algum motivo que não sei qual é começo a pensar em e em sua vinda repentina para Tempe. Na verdade eu não queria que ela tivesse voltado, logo agora que as coisas pareciam finalmente estar funcionando bem de verdade na minha vida, ela volta para mexer com os sentimentos que estavam apagados por oito anos. Sem contar fato de que ela voltará pra Nova York alguma hora e eu ficarei aqui, novamente, esperando pelo dia em que ela voltaria de vez.
Repentinamente lembro-me da vez que pensamos em fugir e pegamos o carro do pai dela.
FLASHBACK ON
Era noite e estávamos sentados no sofá na casa de vendo um programa qualquer na TV ao qual não prestávamos atenção. Conversávamos sobre coisas aleatórias sem ligar para o tempo passando como era sempre que estávamos juntos.
- Então quer dizer que se eu te pedisse pra fugir comigo, você não fugiria? – ela fala desafiadora a certo ponto da conversa.
- Hmm... Provavelmente sim – respondo inseguro e ela levanta uma sobrancelha – Mas você realmente iria querer deixar tudo isso pra trás? Seus pais, a escola, os caras...?
- Você é um maricas, Kennedy Brock – ela fala e revira os olhos, se virando para a TV.
- Maricas? Eu? – falo com um tom que indica que me sinto insultado, mas na realidade eu só estava brincando com ela – Não estou falando que eu não fugiria, mas sim que eu pensaria muito antes de o fazer.
- Duvido, você não iria de jeito nenhum – ela fala ainda olhando para a TV sem realmente assistir ao programa.
- Duvida? Não duvide de mim. Eu iria, estou falando – fala com mais convicção agora e ela se vira para mim.
- Iria? – ela fala e eu balanço a cabeça afirmativamente – Então vamos agora?
Ela olha para mim parecendo animada e eu reluto.
- Tá vendo? Falei que você não teria coragem – ela fala voltando a olhar para a TV – M-AR-I-C-A-S.
- Ah é? Então vamos – falo me levantando do sofá repentinamente corajoso – Vamos pegar o carro dos seus pais e ir pra algum lugar bem longe agora.
Ela olha para mim apavorada e com os olhos arregalados.
- O que deu em você? Tomou uma dose de coragem enquanto eu via a TV?
- Você tá duvidando de mim, me chamando de maricas. Quer o que? Que eu fique calado só ouvindo? Quero mostrar agora pra você que eu fugiria, sim senhora.
- Então vamos – ela levanta do sofá também e desliga a TV indo em direção ao lugar onde o pai dela guardava a chave do carro. pego o objeto e vai andando em direção à garagem enquanto eu a sigo. Ela abre a porta do cômodo e quando está preste a entrar no carro do lado do motorista pego a mão dela e roubo a chave a levando até o banco do carona e me sento no lugar aonde ia se sentar.
- Você realmente acha que eu ia deixar você dirigir, mocinha? – falo dando a partida no carro e saindo da garagem.
- Tão careta – ela fala e revira os olhos.
Eu rio e dirijo sem realmente saber para onde estávamos indo.
- Então, para onde a senhorita quer fugir mesmo?
- Sei lá, só dirige – ela fala enquanto se acomoda no banco e liga o rádio de onde começa a tocar La La La do Austin Gibbs (N/A: clique aqui para ouvir e deixa a música rolar hoho), uma de suas músicas preferidas e ela começa a cantarolar.
Continuo dirigindo para lugar nenhum em particular enquanto só continua cantando e olha a paisagem pela janela.
- Você realmente fugiu comigo – ela fala depois, olhando para mim com um sorriso no rosto.
- Eu falei que fugiria, mas você não quis acreditar – falo e dou de ombros.
- Então você não é tão careta e maricas quanto eu achava que era – ela fala, derrotada.
- Ah não? Obrigado por reconhecer – falo e ela ri.
Ficamos em silêncio por um instante e sinto os olhos dela em mim.
- O que foi? – falo e a olho de relance, ela sorri pra mim.
- Eu acho que amo você – fala naturalmente ainda me olhando.
Eu olho para ela por mais tempo agora e me perco naquelas palavras. Tinha sido a primeira vez que ela havia falado que me amava.
- Kennedy o carro! – ela grita e eu acordo do meu transe no momento certo para evitar um acidente.
Dirijo mais um pouco e entro numa rua de barro que é rodeada por árvores.
- O que você tá fazendo? Para onde a gente tá indo? – fala confusa.
Paro o carro e tiro o cinto de segurança me virando no banco de um jeito que eu possa ficar de frente para ela.
- Você realmente disse o que eu acho que te ouvir dizer? – pergunto e ela olha pra mim mais confusa.
- O que? Que você ia matar a gente num acidente? – ela responde e eu percebo que nem a ouvi dizer isso.
- Não, antes. Que você me ama – respondo e continuo olhando para ela. Eu tinha ficado espantado ao ouvir aquilo saindo de sua boca porque eu sabia que não era uma coisa fácil de dizer para ela.
- Hmm... É, acho que eu disse isso sim – ela responde corando e abaixa a cabeça envergonhada.
- Eu já falei que você é a garota mais perfeita que eu já conheci? – eu falo sorrindo e pego a sua mão – Eu também te amo, mas acho que você já sabe disso.
Ela levanta a cabeça procurando por meus olhos e sorri. passa para o meu banco se ajoelha de frente para mim, cada perna de um lado do meu corpo. Sinto o calor das suas mãos quando ela as posiciona no meu peito e olha nos meus olhos. Sem quebrar o contato visual entrelaço uma das minhas mãos em seus cabelos e começo a beijar seu pescoço devagar, vejo ela se arrepiar toda e sorrio sozinho. passa as mãos para os meus cabelos e os puxa devagar e agora é a minha vez de arrepiar. Passo do pescoço a seu ombro e empurro delicadamente a alça da sua blusa pra baixo. Começo a beijar a região e alterno alguns chupões que com certeza iriam deixar algumas marcas. se afasta um pouco e me olha nos olhos com desejo, de um jeito que nunca olhou antes, meio selvagem até, e eu devolvo o olhar. Ela me beija de repente com volúpia, nossas línguas quando se encontram fazem com que uma corrente elétrica passe pelo meu corpo que me faz arrepiar novamente. Eu aperto a sua cintura com uma das minhas mãos e ela brinca com meus cabelos.
Nós paramos de nos beijar por um momento para recuperar o fôlego e aproveito para puxá-la para o banco de trás e a ouço gritar divertidamente.
FLASHBACK OF
De repente lembro que ainda estou embaixo do chuveiro e desligo a torneira rápido. Pego minha toalha e me seco. Sigo logo para meu quarto, visto uma calça de pijama e me deito na cama esperando não ter sonhos sobre uma certa garota que voltou pra sua cidade natal.
Capítulo 3º - If I listen to our song, I'll be up all night
Acordo com o sol no rosto. Viro-me na cama procurando por um relógio. Nove da manhã. Resmungo e me levanto da cama. Não precisava ir para o pub, pois é o dia do Max cuidar das coisas lá.
Desço as escadas e vou até a cozinha procurar algo para comer e encontro duas fatias de pão, ovos, bacon e queijo. Decido fazer uma omelete e torradas.
Estou fazendo as torradas enquanto escuto I Am Fred Astaire da Taking Back Sunday (clique aqui se quiser ouvir) quando a campainha toca. Largo as coisas no balcão, lavo as mãos e vou atender. olha pra mim sorrindo abertamente.
- Bom dia! Não sabia se você acordava cedo agora, mas resolvi testar mesmo assim. – ela ri e entra quando eu saio do caminho – Trouxe donuts, cobertura de chocolate. Ainda é o sue preferido?
- É você me conhece. – falo rindo e a conduzo até a cozinha – Como você chegou aqui?
- Fui até o pub daí o Max falou que você não iria hoje para lá então ele me deu seu endereço. – ela fala enquanto eu pego as sacolas que ela trouxe, voltando a cozinhar e senta em um dos banquinhos que havia perto do balcão da cozinha – Demorei um pouco para encontrar e me perdi umas...hm...seis vezes, mas cheguei aqui até que enfim.
Eu rio um pouco e ela me acompanha. Continuo cozinhando e o cheiro de ovos, bacon e torradas invadem o cômodo.
- Se eu soubesse que você agora cozinhava tão bem eu teria voltado antes. – fala sentindo o cheiro da comida e sorri para mim – Adoro essa música. – ela fala quando Live Forever da Oasis (clique aqui se quiser ouvir) começa a tocar, e canta junto.
Sorrio sozinho ao ouvir aquele som. Não é que ela cante bem, nada bem na verdade, mas eu sentia falta de ouvi-la cantar, uma coisa que ela costumava fazer o tempo todo.
Termino de fazer a comida, coloco em dois pratos e os ponho em cima do balcão indo me sentar no banquinho ao lado dela. Comemos as torradas, a omelete e os donuts que trouxe em silêncio. Ao fim da refeição faço menção de lavar os pratos, mas ela não deixa.
- Eu faço isso. Você vai tomar um banho e vestir uma roupa – ela fala e começa a lavar os pratos. Só agora em percebo que ainda estou com a calça de pijama que usei para dormir.
Sorrio e subo as escadas até o meu quarto. Tomo um banho e visto uma calça skinny e uma camiseta qualquer. Desço as escadas e encontro sentada no sofá com meu violão no colo. Aproximo-me e sento na mesinha de centro, de frente pra ela.
- Então a Melanie ainda está aqui – ela fala olhando para o instrumento.
- É eu não vivo sem ela, você sabe – sorrio e ela sorri de volta. Melanie é o nome que deu para o meu primeiro violão, esse que ela agora segurava. Ganhei Melanie dela quando namorávamos – E outra, ela me lembra você.
sorri para mim e cora um pouco. Eu sorrio e dou um beijo na sua testa.
- Então, o que você quer fazer? Tenho o dia livre – falo me levantando e indo pegar a chave do carro.
- Hm... Que tal irmos comprar roupas novas para você? – ela fala enquanto deixa Melanie no sofá e se levanta também – Por que se você esqueceu, eu sou uma profissional da moda agora e você realmente está precisando de ajuda – ela me olha dos pés a cabeça com uma expressão assustada.
- Só se você não cobrar muito caro pelos seus serviços – falo já saindo de casa e sendo acompanhado por .
- Vou pensar no seu caso – ela fala séria e eu rio.
Entramos no carro e dirijo até o shopping onde teríamos várias lojas para explorar. Passo a manhã todo vestindo a roupas que escolhe para mim. Compro as que nós dois gostamos e ela também compra coisas para si. Vamos almoçar na 8123 quando terminamos as compras.
- Então eu terminei com ele. Não podia namorar com um cara que teria ciúmes até dos manequins que eu usava na faculdade – ela fala terminando a história sobre seu último namorado – Então... Eu já contei tudo que aconteceu comigo nesses oito anos, agora é a sua vez.
- A minha história não é tão empolgante quanto a sua, acredite – falo enquanto como minhas batatas fritas.
- Mas eu quero ouvir! Vai, fala! – ela fala empolgada e parecendo realmente interessada.
Então afasto minhas batatas fritas e começo um breve resumo dos últimos oito anos. Conto sobre os últimos anos na escola, as encrencas em que me meti junto com Garrett e Pat, quando me formei e entrei para a Last Call For Camden seguindo meu sonho de estar em uma banda, sobre quando a banda acabou e tivemos a ideia de formar a nossa própria eu, Pat, Garrett, John e Jared que não aconteceu realmente já que a ideia morreu quando Pat e Garrett foram para a faculdade. Contei também sobre quando abri o pub junto com Max dois anos atrás e também sobre quando sai com uma amiga dela, Stella, e as coisas não foram muito bem.
- Como assim ela não gostou de você? – fala com as sobrancelhas juntas.
- Na verdade eu não prestava atenção quando ela falava. Sinceramente, ela não falava sobre nada interessante, só coisas como – faço uma tentativa de imitar a vozinha fina de Stella nessa última parte – o novo sapato que ela comprou.
Ela ri e eu a acompanho. Depois que eu termino de contar a minha história, terminamos de comer, pago a conta e dirijo até a casa dos pais de para deixa-la lá.
- Eu me diverti muito, Kenny. De verdade, obrigada – ela fala quando eu paro o carro.
- De nada – falo e sorrio para ela – E obrigado pelas dicas de moda, vou ficar mais bonito que o normal agora.
- Sempre convencido – ela fala balançando a cabeça negativamente.
Dou de ombros e ela ri.
dá um meio sorriso lindo, que me faz sorrir também, e beija minha bochecha devagar.
- A gente se vê depois.
Ela abre a porta do carro e sai, entrando em casa logo em seguida. Eu dou a partida e sigo na direção da minha própria residência com a ideia de descansar por todos os dias anteriores que eu havia passado no pub.
-o-
Abro os olhos para a luz de um sol forte de sábado e levanto-me da cama indo logo tomar um banho frio. Eu estava muito bem descansado já que havia ido dormir mais cedo que o normal no dia anterior.
Demoro mais que o planejado em baixo do chuveiro, mas me apresso quando lembro que devia estar no pub em dez minutos. Ao terminar de me aprontar desço as escadas até a cozinha, faço um café forte que tomo rapidamente e a bebida queima minha garganta. Deixo a caneca suja na pia e pego as chaves do carro saindo da casa logo em seguida e dirijo em direção ao pub esperando que Max ainda não tivesse chegado.
- Você ta atrasado – Max fala quando chego enquanto limpa algumas mesas.
- Eu sei, desculpe. Dormi demais – falo me desculpando e parto logo para limpar e organizar o balcão que era sempre de minha responsabilidade.
O dia passa rápido enquanto nós limpamos, jogamos o lixo fora e organizamos tudo no lugar. A noite chega e com ela os cliente, e eu sinto que precisarei de outra tarde de descanso como a do dia anterior. A maioria das pessoas chega, bebe e vai embora rapidamente, mas o movimento não diminui em nenhum momento, nem quando chegamos perto da hora de fechar.
- Então, qual o melhor drink que vocês têm aqui? - ouço uma voz conhecida perto do meu ouvido e levanto a cabeça para encontrar olhando para algumas garrafas de tequila e vodka que estavam em cima do balcão.
- Bem, nós temos várias opções – faço parando de preparar o drink que um cliente havia acabado de pedir e prestando atenção nela.
- Hmm – finge estar escolhendo por um tempo – Surpreenda-me.
Eu sorrio para ela e logo pego uma garrafa de tequila, ao lembrar-me do que ela sempre bebia quando íamos a festas juntos, ponho uma dose em um copo e lhe entrego. Minha ex-namorada fica olhando para o pequeno copo com líquido transparente dentro por um tempo e depois olha para mim com as sobrancelhas levantadas.
- Boa escolha.
- Eu sei – falo e sorrio para ela – Espero que goste.
Ela ri e bebe o conteúdo do pequeno copo em um único gole. fecha os olhos com força e os abre novamente.
- Isso foi muito bom – ela falo rindo.
Sorrio para ela, ponho outra dose no copo, já sabendo que ela pediria, e vou atender os outros clientes.
Depois de pouco mais de meia hora todos os clientes vão embora e chegamos na hora de fechar.
- Eu vou indo, preciso mesmo descansar – Max fala com uma voz arrastada e boceja – Você fecha tudo aqui?
- Fecho sim, pode deixar – falo enquanto guardo algumas garrafas que estavam espalhadas pelo balcão.
- Ok, boa noite. Boa noite, – ele fala enquanto abre a porta.
- Boa noite, Max – ela responde e ele sai do estabelecimento.
- Quantos desse você já tomou? – pergunto quando a vejo virar o copinho na boca de novo.
- Sei lá, não to contando – ela fala enquanto se levanta do banquinho em que estava sentada.
Eu saio de trás do balcão para arrumar algumas cadeiras e tirar o lixo das mesas e encontro de frente para o jukebox que agora tocava Back At You Door da Maroon 5 (clique aqui se quiser escutar), ela gasta alguns minutos procurando pela música que quer escutar e quando finalmente o faz se afasta do aparelho e me olha sorrindo. Eu logo escuto os primeiros acordes de 1234 do The Plain White T’s (clique aqui, deixe carregar e dê play quando eu avisar).
- Você lembra? – ela pergunta enquanto começa a dançar de um lado para o outro no ritmo da música.
- Claro que lembro – respondo e sorrio lembrando-me de quando nos conhecemos em uma festa na casa do John. Essa música tocava nos alto-falantes e eu a chamei para dançar. Depois que começamos a namorar resolvemos que aquela seria a “nossa música”. (Dê play agora!)
1, 2, 1, 2, 3, 4
Give me more love than I've ever had
(Me deu mais amor do que eu já tive)
Make it all better when I'm feeling sad
(Faz tudo ficar melhor quando eu estou me sentindo triste)
Tell me that I'm special even when I know I'm not
(Diz-me que sou especial até mesmo quando eu sei que não sou)
dançava de olhos fechados quando eu chego perto dela e pego sua mão. Ela abre os olhos, põe a outra mão no meu ombro e sorri. Eu ponho minha outra mão na sua cintura e começamos a dançar no ritmo da música.
Make it feel good when I hurt so bad
(Faz-me sentir bem quando estou machucado demais)
Barely gettin' mad
(Mal ficando chateado)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar perto de você)
You make it easy
(Você torna fácil)
As easy as 1, 2... 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2... 1, 2, 3, 4)
There's only 1 thing
(Há apenas uma coisa)
2 do, 3 words 4 you
(a fazer, três palavras para você)
I love you
(Eu te amo)
There's only 1 way
(Há apenas uma maneira)
2 say those 3 words
(De dizer aquelas três palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)
I love you
(eu te amo)
Nós giramos pelo pub e eu escuto a risada dela no meu ouvido quando encosta a cabeça no meu ombro.
Give me more love from the very start
(Me deu mais amor desde o início)
Piece me back together when I fall apart
(Recompõe-me quando eu estou desmoronando)
Tell me things you never even tell your closest friends
(Conta-me coisas que você jamais contou aos seus amigos mais próximos)
Make it feel good when I hurt so bad
(Faz-me sentir bem quando estou machucado demais)
Best that I've had
(O melhor que já tive)
I'm so glad I found you
(Eu estou tão contente que te encontrei)
I love being around you
(Eu amo estar perto de você)
You make it easy
(Você torna fácil)
As easy as 1, 2... 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2... 1, 2, 3, 4)
There's only 1 thing 2 do, 3 words 4 you
(Há apenas uma coisa a fazer, três palavras para você)
I love you
(Eu te amo)
There's only 1 way
(Há apenas uma maneira)
2 say those 3 words
(De dizer aquelas três palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)
I love you
(eu te amo)
move a mão até o meu pescoço e brinca com meus cabelos o que me causa arrepios e não tenho certeza se ela percebe.
You make it easy
(Você torna fácil)
As easy as 1, 2... 1, 2, 3, 4
(Tão fácil quanto 1, 2... 1, 2, 3, 4)
There's only 1 thing 2 do, 3 words 4 you
(Há apenas uma coisa a fazer, três palavras para você)
I love you
(Eu te amo)
There's only 1 way
(Há apenas uma maneira)
2 say those 3 words
(De dizer aquelas três palavras)
That's what I'll do
(É isso que vou fazer)
I love you
(Eu te amo)
A música termina e nós nos separamos. Eu olho em seus olhos e ela devolve o olhar. Ficamos em silêncio por um bom tempo, até que o quebrar.
- Então... Você precisa de ajuda com essas mesas? – ela pergunta olha para os móveis que antes estava limpando.
- Hm... Não, eu faço isso. Até por que você é a minha cliente hoje, não é? – falo, sorrio para ela e volto a fazer meu trabalho.
- Eu não vou conseguir ficar sentada olhando você fazer tudo sozinho, desculpe – ela fala, pega um pano e começa a limpar junto comigo.
Passamos a noite toda limpando o lugar, guardando cadeiras, jogando o lixo fora e organizando tudo. Depois que terminamos pega duas garrafas de cerveja na geladeira as abre e senta-se em um dos banquinhos que ficam em frente ao balcão. Sento-me no banquinho do seu lado e ela me entrega uma das garrafas.
- Não sei como você consegue fazer isso todo dia, é realmente muito cansativo – ela fala e tome um grande gole direto da garrafa. O seu cabelo está preso em um coque frouxo, ela está um pouco suada e com uma expressão cansada no rosto.
- Eu sei, mas tenho que fazer, não é? Não posso deixar tudo sujo – falo tomando da cerveja também.
- Verdade – ela fala concordando comigo, toma mais um pouco de sua bebida e levanta-se seguindo em direção ao pequeno palco onde às vezes aconteciam shows de John e Jared.
- Olha o que eu achei! – ela volta depois de um tempo com um violão na mão.
- É do Jared, ele deve ter deixado aí quando veio tocar aqui com o John na semana passada.
- Hm – ela faz, olha para o instrumento e depois olha para mim – Toca pra mim?
- Ah... Acho melhor não, estou meio enferrujado – falo sem querer tocar, fazia muito tempo que eu o fazia.
- Ah, por favooooooooooor! – ela fala com uma expressão de quem implora no rosto – Por mim? Vai, Kenny! Por favor!
continua olhando para mim com a mesma expressão e empurra o violão para mim. Eu sacudo a cabeça devagar e pego o instrumento, desistindo de resistir. Paro por um momento pensando em que música tocar e decido que era hora de mostrar para ela a música (clique aqui, deixe carregar e dê play quando eu falar) que escrevi quando ela foi embora para Nova York, mas que nunca tive a chance de mostrá-la. Então começo a tocar sem dizer mais nada. (Dê play agora!)
Hey there Delilah
(Olá Delilah)
What's it like in New York City?
(Como são as coisas aí em Nova Iorque?)
I'm a thousand miles away
(Eu estou a mil milhas de distância)
But girl tonight you look so pretty
(Mas menina, esta noite você está tão bonita)
Yes, you do
(Sim, está sim)
Times Square can't shine as bright as you
(Times Square não consegue brilhar tanto quanto você)
I swear it's true
(Eu juro que é verdade)
Hey there Delilah
(Olá Delilah)
Don't you worry about the distance
(Não se preocupe com a distância)
I'm right there if you get lonely
(Eu estou bem aí, se você se sentir sozinha)
Give this song another listen
(Ouça esta canção novamente)
Close your eyes
(Feche seus olhos)
Listen to my voice it's my disguise
(Escute minha voz, ela é o meu disfarce)
I'm by your side
(Eu estou ao seu lado)
Oh it's what you do to me (4x)
(Oh é o que você faz comigo)
Hey there Delilah
(Olá Delilah)
I know times are getting hard
(Eu sei que os tempos estão ficando difíceis)
But just believe me girl
(Mas apenas acredite em mim, menina)
Someday I'll pay the bills with this guitar
(Um dia eu pagarei as contas com este violão)
We'll have it good
(Nós vamos ter tudo de bom)
We'll have the life we knew we would
(Nós vamos ter a vida que sabíamos que teríamos)
My word is good
(Minha palavra é boa)
Hey there Delilah
(Olá Delilah)
I've got so much left to say
(Eu sei que os tempos estão ficando difíceis)
If every simple song I wrote to you
(Se cada simples canção que eu escrevi para você)
Would take your breath away
(Pudesse tirar seu fôlego)
I'd write it all
(Eu ia escrever tudo)
Even more in love with me you'd fall
(Ainda mais apaixonada por mim você ficaria)
We'd have it all
(Nós teríamos tudo)
senta-se no banquinho de frente para mim e me encara sem nenhuma expressão no rosto enquanto eu canto a música.
Oh it's what you do to me (4x)
(Oh é o que você faz comigo)
A thousand miles seems pretty far
(Mil milhas parecem bem longe)
But they've got planes and trains and cars
(Mas eles têm aviões e trens e carros)
I'd walk to you if I had no other way
(Eu andaria até você se não houvesse outra maneira)
Our friends would all make fun of us
(Todos nossos amigos iriam rir de nós)
And we'll just laugh along because we know
(Mas nós vamos rir junto porque nós sabemos)
That none of them have felt this way
(Que nenhum deles já se sentiu assim)
Ela ri um pouco a ouvir os três últimos versos e continua a me encarar.
Delilah I can promise you
(Delilah eu posso te prometer)
That by the time that we get through
(Que pelo tempo que passamos juntos)
The world will never ever be the same
(O mundo nunca mais será o mesmo)
And you're the blame
(E você é a responsável)
Hey there Delilah
(Olá Delilah)
You be good and don't you miss me
(Seja boa e não sinta minha falta)
Two more years and you'll be done with school
(Mais dois anos e você terá terminado a escola)
And I'll be making history like I do
(E eu estarei fazendo história como eu faço)
You know it's all because of you
(Você sabe que tudo isto é por sua causa)
We can do whatever we want to
(Nós podemos fazer o que quisermos)
Hey there Delilah heres to you
(Hey Delilah aqui está pra você)
This one's for you
(Essa é pra você)
Oh it's what you do to me (4x)
(Oh é o que você faz comigo)
What you do to me
(O que você faz comigo)
Um silêncio longo e constrangedor toma conta do recinto depois que eu toco a última nota e olha para mim sem expressão no rosto. De repente ela fica de pé, tira o violão dos meus braços e continua a me olhar sem nada dizer. Eu a observo atentamente e sinto sua mão no meu rosto quando ela a posiciona ali. Minha antiga namorada de adolescência me olha nos olhos e posso sentir sua respiração rápida, devido à proximidade de nossos rostos.
- Quem é Delilah? – ela pergunta ainda me olhando nos olhos e eu sorrio.
Não respondo a pergunta dela. Só ponho uma de minhas mãos no seu rosto e acaricio sua bochecha. Ela instantaneamente relaxa a cabeça na minha mão e fecha os olhos. Pego sua mão com a minha e brinco com seus dedos delicadamente, ela entrelaça-os nos meus e suspira. Acompanho todos os traços do seu rosto com os olhos, os cabelos castanhos ainda presos em um coque frouxo, as pálpebras fechadas que eu sabia que escondiam olhos profundos e cheios de mistérios, a linha do seu nariz e os delicados lábios dos quais até hoje eu poderia sentir o gosto se fechasse os olhos. Deixo-me demorar um pouco mais nesses últimos e acabo com a distância que nos separava. Nossos lábios se tocam delicadamente, mas só esse pequeno toque é o suficiente para disparar uma descarga elétrica no meu corpo. Com parece ter acontecido a mesma coisa. Ela abre os lábios e eu aprofundo o beijo enquanto posiciono minhas mãos na base de suas costas e ela posiciona as suas na minha nuca. Os momentos que se seguem são como voltar para casa. Não havia percebido o quanto eu havia sentido a falta disso até aquele momento. Falta de abraçá-la, de tocar seus lábios, de tê-la perto de mim, de sentir suas mãos me tocarem, de ouvir sua voz. Sentia falta dela e todas as coisas que um dia eu tive por tê-la comigo. Agora eu sentia que podia ter todas essas coisas de volta e eu simplesmente não queria que esse sentimento fosse embora.
Capítulo 4º - You whispered something to me I haven't heard in a while
Estava deitado no sofá de couro preto, que toda noite era ocupado por clientes, e a luz do sol entrava pela janela de algum lugar à minha esquerda. Minha antiga namorada de adolescência dormia tranquilamente deitada sobre meu peito e um dos meus braços a envolvia. O cheiro de seu cabelo me envolvia graças a nossa proximidade e ele me trazia várias lembranças de um tempo em que eu achava que não precisava de mais nada além de meu violão e essa garota que agora se movia inquieta enquanto acordava.
- Bom dia – falo quanto tenho certeza de que ela acordou e vira a cabeça para mim e apoia o queixo no meu peito.
- Bom dia – ela fala e sua voz está um pouco rouca.
A garota sorri para mim e eu devolvo o sorriso. olha em volta e senta-se, assustada.
- O que foi? – pergunto sem realmente entender o porquê de ela estar assustada.
- A gente está no pub.
- Eu sei – respondo sem entender e me pergunto se ela não lembra os acontecimentos da noite passada.
- E se alguém aparecer? – ela fala olhando em volta novamente, assustada.
- Ninguém vai aparecer – falo a tranquilizando – Hoje é domingo, a gente nunca vem aqui no domingo.
Ela olha em volta mais uma vez e deita-se novamente.
- Desculpe por isso – fala enquanto seus dedos seguem o contorno dos arranhões que ela havia feito na minha barriga noite passada.
- Está tudo bem – falo acariciando seus cabelos e o cheiro deles me ataca novamente.
Ficamos assim em completo silêncio por um tempo, só aproveitando a presença um do outro, até que eu ouço um barulho similar ao som de uma barriga roncando.
- Está com fome? – pergunto e rio.
- Um pouco, acho que sim – ela responde rindo e esconde a cabeça na base do meu pescoço, envergonhada.
- Então vamos fazer café da manhã pra você – falo sorrindo, beijo o alto de sua cabeça e ela se levanta pegando logo em seguida minha camisa, que estava no chão em algum lugar por perto, e vestindo-a.
Eu levanto-me, visto minha calça que estava também no chão, pego a mão dela e sigo para trás do balcão para preparar-lhe algo para comer.
- O que a senhorita deseja comer? – pergunto formalmente enquanto ela senta-se em uma dos banquinhos em frente ao balcão.
- Hmmm – ela pensa por um tempo – Que tal panquecas?
- Com calda qu... – falo e ela me interrompe.
- Calda quente de chocolate, sim, por favor – ela fala e sorri.
- Seu desejo é uma ordem – falo e faço uma reverência que arranca risadas longas de .
Viro-me para a bancada e começo a preparar as panquecas. Depois de alguns minutos escuto os acordes de These Days do Foo Fighters (clique aqui se quiser escutar) então aparece do meu lado cantando a música e fingindo fazer um solo de guitarra com as mãos. Eu a olho e agora ela balança a cabeça no ritmo da música ainda tocando o instrumento imaginário. Eu rio e ela levanta a cabeça, arrumando os cabelos no lugar e ri também. Continuo fazendo as panquecas e resolve me ajudar fazendo a calda quente de chocolate. Assim terminamos de preparar a comida rapidamente e então nos sentamos nos banquinhos para comê-la.
- Quer tomar um banho? – a pergunto quando terminamos de comer.
- É, acho que sim – ela fala, cheira seu braço e faz uma cara de nojo.
Eu rio e a leve até o banheiro. Volto para o lugar por trás do balcão e começo a lavar a louça que nós havíamos sujado.
- Kenny! – grita do banheiro.
- Oi? – grito de volta ainda lavando a louça.
- Traz uma toalha para mim?
Deixo os pratos na pia, enxugo as mãos e pego uma toalha no pequeno quartinho dos fundos onde eu e Max sempre guardávamos roupas e várias coisas extras. Vou até o banheiro e lá encontro de costas, embaixo do chuveiro. Pigarreio, ela se vira e sorri. A garota anda até mim, deixando o chuveiro aberto e sem se preocupar em molhar o banheiro, pega a toalha das minhas mãos, a joga no chão e me puxa pelo cós da calça para baixo do chuveiro junto com ela.
-o-
Paro o carro na frente da grande casa branca e fica a olhando pela janela.
- Mamãe deve estar achando que eu fui sequestrada – ela fala e se vira para mim rindo.
Rio junto com ela e não dizemos mais nada por um tempo.
- A noite foi ótima – ela fala com a cabeça baixa, envergonhada.
Sorrio sozinho e não falo nada. Pego a mão dela e fica brincando com seus dedos até que ela me abraça de repente e eu a envolvo em meus braços.
- Eu senti muito a sua falta, Kennedy – ela sussurra no meu ouvido.
- Eu também senti sua falta, você sabe – falo acariciando seus cabelos.
Ela fica em silêncio por um tempo, mas nós não nos soltamos.
- Eu amo você – ela sussurra e essas palavras me fazem arrepiar – Sempre amei, sempre amarei.
- Eu nunca deixei de amar você – respondo e ela me abraça mais forte.
Nós nos soltamos e me beija delicada e lentamente.
- Te vejo mais tarde – ela fala quando nossos lábios se separam e eu sorrio.
A garota sai do carro e entra em casa rapidamente. Eu dirijo em direção a minha casa pensando na pessoa que acabou de sair do veículo.
Cinco semanas depois...
Eu estava no pub, pela manhã, com Max, Garrett e Pat que limpavam as mesas e tiravam o lixo e eu limpava o balcão, como sempre. A cada minuto eu olhava para a porta esperando que certa garota, que estaria aqui há duas horas pelo que ela havia me falado no dia anterior, passasse por ela.
- não falou que ia chegar aqui às nove? – Max fala lendo meus pensamentos.
- Falou sim – respondo com as sobrancelhas juntas. não era de chegar atrasada para nada a não ser que alguma coisa tivesse acontecido – Acho que vou ligar para ela. Talvez alguma coisa tenha acontecido.
Saio de trás do balcão com o celular na mão, já começando a discar o número quando abro a porta e encontro a garota para quem eu estava ligando.
- Oi! Já ia ligar para você para saber o porquê do atraso – falo e roço meus lábios nos seus.
- Desculpa, é que eu tava resolvendo umas coisas e perdi a hora – ela fala dando um sorriso triste – Mas eu posso ajudar a terminar de arrumar tudo agora.
- Nós já terminamos – a tranquilizo e olho bem para a minha namorada. Ela não parecia muito bem. Seus olhos estavam um pouco vermelhos e ela tinha uma expressão cansada no rosto – O que aconteceu?
- Nada – ela fala e sorri tentando disfarçar.
- Eu te conheço, – falo com os olhos semicerrados – Pode me falar.
Ela respira fundo, olha para os lados, pega minha mão e começa a andar pela calçada. Deixo-me levar por ela sem entender muito bem o que estava acontecendo.
Chegamos ao Birchett Park e entra no lugar. Ela me puxa até um banquinho e nós sentamos de frente um para o outro.
Ela respira fundo duas vezes e continua olhando para mim sem nada dizer. Levanto as sobrancelhas e começa a falar:
- A Holy me ligou hoje de manhã – fala e para olhando para mim, que assinto a incentivando a continuar – Ela estudava comigo na faculdade e trabalha na Karma, uma revista de moda que tem a sede em Nova York. Ela falou que houve alguns cortes na equipe e abriram novas vagas. Então ela me indicou para o chefe de departamento dela, ele viu o meu currículo e quer me contratar.
- Mas isso é incrível! – falo animado por ela. sempre sonhou em trabalhar em uma revista de moda. Assim ela iria conseguir realizar o seu sonho.
- Você não entendeu, Kenny – ela fala com uma expressão triste – A sede da revista é em Nova York, eu tenho que voltar para lá em dois dias.
Preciso de um minuto para associar o que ela disse.
- Ah, entendi agora – falo e ela sorri tristemente.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, os dois pensando nos fatos que foram expostos por ela. As cinco semanas passadas foram incríveis, as melhores. E agora eu entendia que não teríamos mais semanas juntos no futuro. Ela tinha que realizar o sonho dela e para que isso acontecesse teríamos que ficar separados, exatamente como havia acontecido oito anos atrás.
- É o seu sonho, – falo pegando a mão dela – Você tem que ir.
- Não. Eu não vou, Kennedy – ela fala como quem já está decidida.
- Vai sim, você não pode perder essa chance – falo olhando em seus olhos.
Ela olha em meus olhos também e tem uma expressão triste no rosto.
- Eu sei. Mas eu vou ter que voltar para lá – ela fala com a voz embargada e uma lágrima rola no seu rosto.
- Você tem que fazer isso, – falo enxugando a lágrima e a abraço – É o que você sempre quis.
Ela nada fala. Só encosta a cabeça no meu ombro e a ouço chorar enquanto eu acaricio seus cabelos. Eu precisava convencê-la de que era a coisa certa a se fazer. Não me entenda mal, por mim ela não iria, não quero ficar sem de novo. Mas esse trabalho era o que ela sempre quis. Ser colunista em uma grande revista de moda. Foi por isso que ela mudou para Nova York da primeira vez. Então era o meu trabalho convencê-la de que ela teria que voltar para lá e assumir essa vaga.
Ela se solta do abraço, mas segura minhas mãos. Minha namorada suspira e olha para minha camiseta.
- Molhei sua camiseta toda – ela fala e ri um pouco.
- Tá tudo bem – falo dando de ombros – Você sabe que você tem que ir, não sabe?
Ela assente um pouco incerta e com uma expressão triste no rosto.
- Não fique triste – falo e aperto suas mãos de leve – Ainda temos dois dias inteirinhos para aproveitar juntos.
Ela sorri um pouco e eu beijo sua testa. Levanto-me a puxando pela mão e andando para fora do parque com o intuito de realmente aproveitar aqueles dois últimos dias.
Capítulo 5º - Growing close and then we'll grow old
Eu estava sentado em uma das cadeiras onde as pessoas sentavam para esperar seus voos no aeroporto. se despedia dos pais dela perto do lugar onde eu estava.
- Mãe, não chora – ela falava, tentando tranquilizá-la – Eu não vou embora para sempre. Eu venho visitar vocês, prometo.
- É que da última vez que você foi, demorou oitos anos para voltar aqui – a Sra fala com a voz embargada e enxugando as lágrimas.
- Eu venho visitar, mãe. Prometo – ela promete de novo e a abraça.
abraça seu pai também e, depois que cada um deles dá um beijo na sua testa, eles vão embora. Minha namorada anda em minha direção e eu me levanto. Pega sua mão e andamos até o portão de embarque, já havíamos despachado as malas. Paro de andar e fico de frente para ela. Não dizemos nada por alguns minutos, só nos olhamos. As palavras que não dizíamos estavam naquele olhar.
- Última chamada para o voo 182 para Dallas, Texas saindo no portão 3 – ouvimos a voz nos alto-falantes anunciando que o voo de escala de sairia em alguns minutos.
Minha namorada me abraça pela cintura e encosta a cabeça no meu peito. Eu a envolvo em meus braços e encosto meu queixo no alto de sua cabeça. Acaricio seus cabelos e sinto as lágrimas dela na minha camisa, exatamente como aconteceu dois dias atrás naquele parque. Ela se solta do abraço, respira fundo enxugando suas lágrimas e me olha.
- Eu venho visitar, prometo.
- E eu vou esperar – falo enxugando uma última lágrima na sua bochecha.
Ela sorri e fica na ponta dos pés para beijar minha testa, como sempre fazia. Logo em seguida eu faço o mesmo e ela olha para mim.
- Eu amo você.
- Eu também amo você – falo e beijo o alto da sua cabeça.
me manda um último sorriso e me beija delicada e lentamente. Quando nossos lábios de separam ela se afasta, vai em direção ao portão e passa por ele depois de mostrar sua passagem para o homem que estava lá. Eu a observo ir com as lembranças de outro momento extremamente parecido com esse, exceto pelo fato de que as pessoas que estavam envolvidas nele eram mais jovens e bobas do que essas de agora.
Dez meses depois...
Acordo com uma campainha nervosa que não parava de tocar e pelo jeito ansioso do som não pararia até que eu fosse atender a porta. Resmungo sozinho e me levanto da cama. Vejo a hora no relógio na sala e descubro que ainda são sete da manhã. Quem viria aqui às sete da manhã? Todo mundo sabe que eu ainda estou dormindo às sete. É bom que tenha um bom motivo.
Abro a porta e a pessoa que antes tocava a campainha entra na minha casa tão rapidamente que não tenho certeza de quem é ainda. Só descubro quando me viro para perguntar o que estava fazendo na minha residência tão cedo e vejo o rosto radiante de uma garota que eu conheço muito bem, se me permite dizer. O que estava fazendo aqui? Ela havia vindo me visitar a dois meses quando teve uma folga do trabalho e eu esperava que fosse demorar mais para voltar.
- O que você ta fazendo aqui? – pergunto sem entender muito bem, mas feliz por vê-la.
- Não está feliz por me ver? – ela pergunta com uma expressão de falsa decepção.
- Claro que estou, mas achei que você fosse demorar mais para vir visitar de novo – falo explicando enquanto ela se aproxima de mim e me abraça.
A abraço de volta e beijo o alto de sua cabeça.
- Quer café? – pergunto e ela balança a cabeça afirmativamente.
A puxo pela mão até a cozinha e ela senta em um dos banquinhos enquanto eu começo a fazer café para nós. Quando termino ponho em duas canecas e entrego uma para e sento-me do lado dela.
- Então, qual a programação para hoje? – pergunto e tomo um gole do meu café. Ela havia dito que a próxima vez que ela viesse, que iria planejar o que nós iríamos fazer já que dois meses atrás eu que havia programado.
- Hmm... Não planejei nada, desculpa – ela fala e faz uma cara triste – É que essa viagem não foi realmente planejada. Foi de última hora.
- Hmm... Sem problemas, a gente a arranja algo para fazer – falo, sorrio para ela e cora um pouco ao entender sobre o que eu estava falando.
- Não vai perguntar por que eu vim pra cá de última hora? – ela pergunta e toma um gole do café olhando para mim por cima da caneca.
- Er... Por que você veio para Tempe de última hora? – pergunto tomando um gole do café também.
Ela ri e fala, colocando a caneca em cima da bancada da cozinha:
- Eu tinha que dá uma notícia para você – minha namorada fala simplesmente e me olha.
- Que é...? – falo esperando que ela continuasse.
- Bem... A Karma vai abrir uma filial no oeste do país e a cidade escolhida foi Phoenix – ela fala e continua a me olhar sem mais nada dizer.
- Ótimo – falo e sorrio.
Ela ri de novo e continua:
- Eles precisavam de alguém para ficar no cargo de diretor da filial daqui, então o meu chefe de departamento falou para a editora chefe que eu já morei em Tempe, assim já conhecia bem o mercado do oeste, e que sou qualificada o suficiente para ganhar uma promoção para diretora – ela fala simplesmente e eu fico calado escutando – Então eu vou trabalhar em Phoenix e vou me mudar de volta para cá.
Não falo nada por um momento, tentando assimilar tudo que ela havia me dito. ia voltar para Tempe. Trabalhar em Phoenix. Ela ia voltar para Tempe de vez agora.
Um sorriso brota lentamente no meu rosto e me imita.
- Tá falando sério? – pergunto e ela balança a cabeça afirmativamente.
Eu rio e sorrio mais ainda. Levanto-me do meu banquinho e a beijo. Suas mãos repousam ternamente no meu rosto e nossos lábios se movem em sincronia.
O destino estava nos dando outra chance de ficar juntos pra valer agora. Iríamos ficar juntos, casar, ter filhos, envelhecer juntos. As coisas pareciam que, a partir de agora, iriam andar no curso certo delas e eu realmente não queria que fosse de outro modo.