I Thing I Wanna Marry You
Escrito por Mary Lira | Revisado por Mariana
Mais uma manhã em que acordei sozinho, mais uma manhã em que meu coração pedia por ela. Espreguicei-me e me pus de pé, eu estava um caco. Olheiras fundas tingiam-me os olhos de roxo, o cansaço me abatia a cada noite que eu passava em claro.
Ao fitar meu reflexo no espelho eu sabia que precisava fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Terminei minha higiene matinal e desci para o andar inferior; na cozinha procurei algo simples para comer, e como não estava com paciência para nada elaborado me contentei com um copo de leite. Caminhei até a sala e estava pronto para me atirar no sofá e mofar o resto do fim de semana quando o telefone tocou.
Atendi rapidamente apenas para me deparar com a voz de .
- Fala, bundão, como tá? – ele parecia animado. Bom pra ele.
- Um caco. O que manda? – perguntei tentando encurtar a conversa.
- Nossa você parece um gay dizendo isso. Mas estou ligando para perguntar se você não quer vir pra cá hoje, vai fazer uma festa na piscina. – propôs ele. , ou , era a noiva de meu melhor amigo, os dois estavam juntos desde a época do berçário.
- Não, eu passo. Mas valeu – achei que ele ia desligar, quando de repente a voz de preencheu a linha.
- Alô, ?
- Oi .
- Se arrume e venha para cá, precisamos dar um jeito na sua situação – ela parecia afobada. Assustei-me com seu comentário.
- Que situação? – questionei, confuso. Ela bufou.
- Com a , vocês precisam se acertar! – exasperou-se, e eu tive que afastar o fone do ouvido.
- E o que pretende, gênio? – perguntei.
- Venha para cá, e acho bom comprar algo para ela. Esta noite vocês vão se resolver de uma vez por todas ou eu não me chamo ! – e depois disso ela desligou na minha cara. Amigos melhores? Jamais arrumaria. Levantei-me do sofá e fui para o quarto, olhei para o relógio e notei que havia dormido mais do que de costume, já passava do meio dia. Peguei uma roupa qualquer e fui tomar banho, queria ver o que iria aprontar.
-.-
Uma hora e trinta e cinco minutos rodando por aquele maldito shopping e não encontrara sequer um presente descente para . Liguei para cada uma das minhas amigas, para minhas tias e para minha mãe, mas nenhuma delas tinha uma ideia que realmente valesse a pena. Minha última esperança estava se esvaindo quando me virei no corredor de loja de sapatos e joias e a vi. Aquilo era a resposta que eu precisava.
Depois de comprar o tão esperado presente, eu finalmente saí do shopping. Adentrei o Mustang preto e o guiei para fora do estacionamento. Assim que alcancei a rua principal me deparei com um caos. O trânsito estava parado. Pois é, parece que eu só chegaria na casa de na hora da surpresa.
’s POV
Bati pela segunda vez na porta de enquanto me perguntava o que porcaria estava fazendo ali? Eu estava cansada, triste e sem paciência, definitivamente não era uma boa companhia. A porta se abriu e revelou um muito sorridente, mal tive tempo de dizer oi e ele me puxou para dentro de casa com um abraço. Logo em seguida apareceu com um copo de Caipirinha na mão.
- Oi amiga! – ela estava pra lá de feliz. Depois de cumprimentá-los, fui guiada até o jardim, onde a festa estava rolando. Como não estava no clima para comemorações não vim com as vestimentas corretas para uma festa na piscina. - Você está com uma cara péssima – comentou ela depois de nos sentarmos em uma mesa mais isolada.
- Obrigada pela parte que me toca – resmunguei, ela riu.
- Achei que viesse mais cedo – comentou ela, mudando de assunto. Olhei no relógio e faltava apenas cinco minutos para as seis na noite.
- Estava deitada...
- ...Pensando na merda que fez ao deixar o por ser cabeça dura, eu sei – ela interrompeu minha frase, eu a olhei cética. Ela riu. – Ah, fala sério, , você o ama desde os doze anos, passou a vida querendo ficar com o cara, e agora que conseguiu desiste assim? – ela parecia revoltada.
Suspirei. Eu entendia o ponto de vista dela, que provavelmente era o de todos os nossos amigos, mas o que ele não sabiam era que eu tinha receio. Mais do que isso, eu tinha medo de me machucar. era o cara mais galinha de toda a escola, e depois que entrou na empresa de Marketing da família isso não mudou. Quando estávamos juntos eu sabia que ele me respeitava, e eu o amava mais por isso; mas quando ele me disse que queria assumir algo mais sério eu não pude. O medo falou mais alto, eu não queria me decepcionar. Isso soava tão ridículo que não tive coragem de contar a ninguém. Nesse meio tempo em que estamos separados, eu esperei que ele já tivesse arrumado alguém, e mesmo que em meu íntimo isso me doesse mais do que eu saberia dizer, talvez fosse o melhor para nós.
- , não quero falar sobre isso – respondi desanimada, ela assentiu, mesmo contrariada.
Ouvi a voz de sair exaltada, como se estivesse comemorando algo e no instante seguinte saiu de perto de mim com a desculpa de buscar mais uma bebida. Eu me mantive quieta, apenas obervando nossos outros amigos que estavam entretidos demais para virem falar com a “deprimida”.
Tudo estava aparentemente bem, até que uma música com uma letra um tanto insinuadora começou a tocar pelas caixinhas de som espalhadas pelas paredes.
It's a beautiful night
We're looking for something dumb to do
Hey baby
I think I wanna marry you
Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, voltou acompanhada de mais duas pessoas. vinha a frente acompanhado de .
Is it the look in your eyes
Or is it this dancing juice?
Who cares, baby
I think I wanna marry you
- O que você está fazendo aqui? – perguntei incrédula. Ele parecia divido entre se divertido e assustado.
- Foi a única maneira que arrumei de falar com você. – respondeu simplesmente. – , acho que está na hora de amadurecermos. Você me disse uma vez que eu teria que ser mais do que o cara perfeito, eu teria que ser o cara perfeito nas minhas imperfeições para que eu pudesse ficar com você. – Ele parou para tomar o fôlego que me era roubado – Naquele momento eu não entendi o que aquilo significava, mas hoje eu sei. Eu tinha uma fama nada favorável e admito que não sou a pessoa mais fácil de lidar, mas o que eu posso fazer se estou apaixonado pela mulher mais complicada do mundo? – meus olhos começavam a marejar na mesma intensidade que meu coração acelerava. – Eu te disse uma vez que havia achado a mulher da minha vida, e torno a repetir. Você é esta mulher, ... Então, vim lhe dizer que estou dispostos a enfrentar os desafios e estive pensando em me casar com você. Aceita? - Eu não sabia o que dizer, as palavras fugiram da minha mente e se perderam meu coração, não havia frase espertinha nem resposta formulada. Pela primeira vez eu estava sem palavras. Nem em três anos de namoro, entre nossas idas e vindas, conseguira me surpreender tão fortemente quanto agora.
Senti me cutucar e quando encontrei seu sorriso eu percebi o que deveria fazer. Antes que minha mente me recriminasse, corri em sua direção e pulei em seus braços; seus lábios pressionaram os meus com a mesma intensidade de sempre, perfeito. Me deixei levar pelo coração e esperava não me arrepender.
Quando por fim nos separamos, seus olhos brilhavam... mas dessa vez, de satisfação. retirou um caixinha do bolso e meu coração quase saiu pela boca, era o anel mais bonito que eu já vira.
- Sim, eu aceito. – essas três palavras mudariam a minha vida para sempre, eu tinha certeza. O abracei mais uma vez.
Depois deste momento... Inesperado, saímos da casa de e fomos para o meu apartamento, onde a noite de comemoração foi mais do que longa, foi excepcional.
Is it the look in your eyes
Or is it this dancing juice?
Who cares baby
I think I wanna marry you
FIM
Nota da Autora: Oi pessoal, vim apenas dizer obrigadas a todos os que leram, a minha beta e a minha amiga que me incentivou a continuar. É isso, espero que tenham gostado.
PS: o look e a aliança de vocês.
Beijos.