In my life, I’ll love you more
Escrito por Mandy Prado | Revisado por Lelen
Prólogo
Realmente não importa como eles se conheceram, ou como se separaram, na verdade tudo vai começar no fim! Mas será que aquele era realmente o fim, ou era só um começo a ser reescrito?
Capítulo Único
Ele estava sentado na grande sala do apartamento vazio, as latas vazias de cerveja jaziam por todo o chão, encarava o porta retrato empoeirado e o arrependimento tomava conta de seu corpo todo, fazia quase duas semanas que sua namorada Courtney tinha lhe chutado por outro, mas realmente não era por isso que ele estava chateado, os amigos o avisaram que ela não prestava, e alguns até cortaram relações por causa disso, mas o pior de tudo era saber que tinha trocado alguém que lhe dava o devido valor por alguém que simplesmente fez com ele o mesmo que ele havia feito antes, na foto em suas mãos estava um casal, aparentemente feliz, a moça sorria enquanto era abraçada pelo rapaz, fazia menos de três meses que a moça havia partido, e ele sabia que era pra sempre, mas na época não percebeu e realmente não se importava, deixou a foto de lado e fechou os olhos, pronto para deitar, mas algo o impediu, uma espécie de presença.
- Por favor, não se assuste! – a voz ecoou do escuro.
- Quem é você? – ele se levantou num pulo com a voz embargada.
- Caliel, muito prazer! – o outro acendeu a luz ao seu lado revelando seu rosto, era bonito, pele clara, cabelos cor de bronze e olhos castanhos.
- Como entrou aqui? – estava confuso.
- Pela porta – o outro riu zombeteiro.
- O que você quer?
- Se você se sentar e me ouvir, eu posso responder todas as suas perguntas! – Caliel se sentou em uma confortável poltrona a frente do sofá onde se sentou ainda desconfiado.
- Pode começar! – ele bufou.
- Primeiro eu sou Caliel, sou uma espécie de “anjo da guarda” – Caliel se encostou confortavelmente na poltrona já esperando a reação do rapaz.
- Quantas você bebeu? – gargalhou.
- Não zombe de mim ! – ele disse sorrindo – Eu sei mais sobre você do que qualquer um!
se calou instantaneamente, encarando o homem a sua frente.
- Eu vim aqui pra te dar um pequena “aula” – Caliel cruzou os braços no peito.
- Aula pra que? – tomou um gole de sua cerveja que já estava quente
- Bom você definitivamente não é um exemplo para ninguém, e digamos que alguém lá em cima gosta muito de você! – Caliel sorriu.
- Está falando de Deus?! – parecia surpreso.
- Também! – Caliel concordou – Mas uma pessoa bem especial, que eu tive um prazer imenso em conhecer, confesso que quando Deus me deu essa missão estava propenso a recusar!
- Recusar? Mas eu nem sei qual é a sua “missão” – estava quase rindo.
- Recusaria porque não acho que você mereça isso, mas enfim Deus me pediu então cá estou! – Caliel abanou o ar e se levantou.
- Aonde vai?
- Nossa aula já está começando! – ele revirou os olhos – Vou deixar algumas coisas muito claras para você, não fique pensando que eu sou bonzinho, eu só trato as pessoas do jeito que elas merecem!
- Mas eu pensei que você fosse um anjo! – o outro replicou.
- Sim eu sou, mas os anjos não são só o que dizem por ai, somos mais que isso, e se em algum momento eu perceber que você não está pronto para isso, eu vou embora!
- Isso o que? Eu não sei o que você quer! – explodiu.
- Certo não precisa gritar! – Caliel riu – Você vai fazer uma espécie de viagem no tempo!
- Hã?! – estava confuso e sua cabeça latejava um pouco.
- Meu Pai, você é mais lento do que ela disse! – Caliel suspirou.
- Ela quem?
- , sua ex-namorada, sabe aquela que morreu? – Caliel bufou.
- C-como v-você s-sabe d-dela? – empalideceu.
- Depois de te aguentar durante três anos sofrendo calada ela merecia o paraíso! – Caliel riu.
- Quer dizer que a te mandou aqui?
- Sim! – Caliel fez cara de óbvio – Apesar de tudo ela se preocupa com você, ela está sempre cuidando do seu bem estar, mesmo eu achando uma perda de tempo!
- Você não gosta de mim não é mesmo? – riu fraco.
- Nem um pouco! Já tive muitas experiências com caras como você, agora vamos as regras! – Caliel retirou um pequeno pergaminho do bolso da calça caqui.
- Regras?
- Sim – ele desdobrou o papel e olhou o “itinerário” dos dois, guardou novamente o papel e se virou para – Você vai reviver algumas partes marcantes da sua vida, mas será apenas um expectador, você não pode modificar nada, e depois – ele fez uma pausa – Depois é o depois!
- Espera! Isso é tipo um filme? – riu.
- Não brinque comigo! Você não está em posição para isso, você simplesmente vai ver momentos que foram marcantes, e quem sabe algum juízo e consciência aparecem nessa sua cabeça oca! – Caliel revirou os olhos.
- Epa! Calma ai anjinho, você não acha que está muito revoltado para um anjo?
- Por mim eu simplesmente pulava para a parte final de tudo e já seria a hora da sua escolha! – Caliel bufou.
- Minha escolha do que? – se intrigou.
- Venha logo antes que eu me arrependa! – Caliel puxou pelo braço e abriu uma das portas por perto, e logo saíram em um bar lotado e barulhento.
- Onde estamos? – gritou para que Caliel o escutasse.
- Não precisa gritar, eu te escuto perfeitamente! – Caliel revirou os olhos e saiu em direção ao balcão com em seu alcanço, se sentaram e ficaram em silêncio – Respondendo a sua pergunta estamos no Fly’s Pub três anos atrás quando você conheceu a !
abriu a boca e olhou em volta logo viu um grupo de amigos numa mesa, e viu a cena de três anos atrás, ele se aproximando de e engatando um conversa animada com ela, viu uma sombra passando rapidamente perto deles e indo para o outro lado do bar.
- Por que voltamos aqui? – quebrou o silêncio.
- É só para você se recordar, mais para frente você vai entender, agora vamos temos outros lugares para ir! – Caliel se levantou e abriu a mesma porta, voltaram para a casa do rapaz, mas ela estava diferente, a luz da cozinha acesa, e um cheiro bom de comida podia ser sentido, viu passando com o telefone nas mãos.
- ! – ele sorriu e foi tocá-la.
- Ninguém pode ver nem ouvir nós dois! – Caliel alertou, eles foram para a cozinha e sentaram na bancada, vendo discar os números e ligar o viva voz, enquanto mexia em duas panelas.
- Alô?! – reconheceu sua própria voz saindo do aparelho.
- Oi amor! – saudou feliz.
- Oi – ele falou sem nenhum entusiasmo.
- será que você pode passar no mercado comprar vinho pro nosso jantar? – sorriu.
- Olha não vai dar, eu vou sair tarde do escritório, melhor você nem me esperar para o jantar! – ele respondeu seco.
- Então tudo bem, deixa pra outro dia! – ela respondeu baixo.
- É deixa mesmo, tenho que desligar agora estou muito ocupado!
- Claro, beijos eu te amo!
- Tá! – e o click do telefone desligando fez o silêncio na cozinha, virou rapidamente para Caliel que permanecia observando fungar e continuar a preparar o jantar especial do namorado, pigarreou para chamar a atenção de Caliel, já sabendo que só ele podia ouvir.
- Sim! – Caliel encarou o rapaz muito relutante.
- Que porra foi essa?
- Uma das muitas ligações que vocês tiveram de dois anos pra cá! – Caliel disse indiferente.
- Não é possível... – ele parecia estático.
- Não só é possível como era real! – Caliel se levantou – Quer ver onde você estava? – ele mal esperou a resposta e a cozinha desapareceu como mágica e deu lugar a um escritório no centro da cidade, onde alguns barulhos eram ouvidos, mas com tudo escuro era quase impossível de se enxergar algo.
- Isso é...? – mal terminou a pergunta.
- Os sons da traição! – Caliel encostou-se à parede – Já está se lembrando desse dia? – ele perguntou irônico.
- Sim, a Courtney veio me ver no escritório e... – ele foi interrompido.
- Não preciso dos detalhes, eu sei exatamente como aconteceu! – ele bufou e novamente a cena mudou, retornaram ao apartamento, dormia tranquilamente na cama, já passava das 2 da manhã quando entrava se arrastando, retirou a roupa ficando de cueca e indo para o seu lado da cama.
- ?! – acordou e o encarou.
- Dorme ! – ele lhe deu um leve empurrão e se deitou adormecendo logo em seguida, observando tudo novamente e Caliel permaneciam em silêncio.
- Não me olhe com essa cara de indignado, não sou eu deitado ali! – Caliel se sentou.
- Eu realmente fiz isso? – ele encarou Caliel com um ponto de interrogação enorme no rosto.
- Espera tem mais! – Caliel apontou.
se remexeu na cama, se ajeitando melhor para dormir.
- Mas que saco , você não consegue dormir quieta? – se viu levantando com raiva e indo para a sala, permaneceu atônita, pegou o travesseiro e o abraçou forte, abafando o choro, se aproximou da cama, sabia que ela não o via, mas não podia acreditar que ele tinha feito aquilo.
- Venha tenho mais coisas para te mostrar! – Caliel se levantou e foi em direção a porta que seria o banheiro, entraram e foram parar em uma sala diferente, logo reconheceu como sendo a casa de , estavam todos ali, , a namorada dele, e a noiva que também apresentou para , ela também estava lá, parecia um pouco triste, procurou por tudo e não encontrou a si mesmo.
- O que é isso? – ele apontou todos reunidos.
- Isso! – Caliel deu ênfase na palavra – Era o aniversário da , eles prepararam a festa, ta vendo ali, o ta tentando falar com você a mais de 2 horas – Caliel explodiu – E sabe onde você estava?
- Trabalhando, mas eu ia sair! – tentou se defender, se sentia como um garotinho de 8 anos se desculpando com a mãe por fazer algo errado.
- Não minta para mim, você sabe onde estava, eu sei onde estava e era em outro lugar menos naquele escritório! – Caliel falou autoritário e a cena mudou, agora era a casa de e , especificamente a cama dos dois, mas não eram eles que estavam ali, pelo menos a mulher não era , ela não utilizava aquela cama para fazer aquilo há muito tempo.
começou a chorar, estava desesperado.
- Eu quero que você veja, agora vem a minha parte favorita! – Caliel gritou, quando o casal na cama se acalmou e os sons se silenciaram houve um barulho na sala, porta fechando e passos no corredor, se levantou da cama no momento que a porta se abriu.
- ?! – acendeu a luz e viu o que jamais gostaria de ter presenciado.
- ! Olha não é isso que você ta pensando! – ele tentou se justificar.
- Que frase clichê – Caliel murmurou.
- Não é mesmo, é o que eu estou vendo! – respondeu calmamente, ela odiava barracos e a yoga a ajudava a se manter calma e equilibrada, fora o fato de estar cansada de tudo.
- Olha eu posso explicar, me espera na sala! – começou a empurrá-la para fora do quarto.
- Não precisa explicar nada, vocês podem ficar, eu só vou pegar isso! – ela apontou uma pequena mala no canto do quarto – Eu to na casa da , amanhã quando você for trabalhar eu pego o resto das minhas coisas! – ela sorriu fraco com os olhos cheios de lágrimas e saiu, a cena sumiu e deu lugar a sala da casa, vazia, cheia de latas de cerveja espalhadas no chão, onde toda aquela noite começou.
- Bom e depois eu realmente não preciso te dizer o que houve certo? Você não se importou comprou uma aliança para a Courtney, coisa que em três anos você não cogitou em fazer pela , e ela descobriu a doença, e morreu, e agora você está ai, um lixo, largado e sozinho! – Caliel se sentou novamente na poltrona.
ainda chorava, tinha percebido seus erros e finalmente enxergou tudo.
- E qual era a parte da minha escolha? – fungou.
- Estava ansioso para essa parte! – Caliel sorriu e cena mudou mais uma vez, já estava zonzo de tanto que as cenas se mudavam e embaralhavam sua cabeça, voltaram ao mesmo bar.
- Agora eu vou te mostrar o que teria acontecido se você tivesse ficado cinco minutos a mais no escritório e tivesse chegado dez minutos depois nesse bar – Caliel se aproximou de um casal que conversava.
- Oi eu sou o Sean! – o rapaz loiro de olhos verdes sorriu.
- ! – a garota sorriu de volta.
- Quer dançar? – ele convidou, ela concordou e ambos foram para a pista de dança, Caliel se virou para a entrada e se viu entrando no bar, se sentando com os amigos na mesa, mas já não estava mais ali, a cena mudou, eles estavam em outro bar, os mesmos amigos, viu a silhueta de de costas para ele, ficou prestando a atenção ali e viu o mesmo rapaz loiro se aproximar e surpreendendo com um abraço e lhe entregando um copo de suco, ela se virou e sorriu,a barriga de 7 meses de gravidez era aparente embaixo do vestido branco, e na mão esquerda reluzia uma aliança dourada.
- E-ela ...?? – apontou e se virou para Caliel.
- Aquele dia, você se atrasou por culpa de um cliente chato, chegou atrasado e já tinha conhecido Sean, eles se casaram e vão ter gêmeos! – Caliel sorriu.
- Mas e o câncer? – ficou intrigado.
- Sean é médico, ela descobriu logo e fez o tratamento, está curada! – Caliel o encarou.
- E eu? – olhou em volta
- Você conhece os dois, mas só de vista, quando vai a casa de e ela está lá com a ! – Caliel deu de ombros e estalou os dedos, eles retornaram a casa de .
- Então ela está viva? – sorriu.
- Não, aquilo foi uma simulação do que poderia acontecer se você não tivesse chegado na hora aquele dia! – Caliel se sentou.
- Então nada mudou? – murmurou.
- Não! – Caliel concordou, o silêncio reinou ali, mas logo foi interrompido por Caliel que suspirou profundamente – Olha eu poderia muito bem ir embora agora e deixá-lo sozinho, mas não vou e não posso!
- Não pode?! – o encarou.
- Não! – Caliel suspirou – Você agora tem duas escolhas, ou você pode desejar que a simulação aconteça, você vai dormir e acordar amanhã sem ninguém, mas ela vai estar bem com o Sean!
- E qual é a outra? – sorriu.
- A segunda é você se arrepender e fazer tudo diferente dessa vez, você vai acordar amanhã, e tudo vai estar normal, e você juntos e felizes, sem nada para atrapalhar, ou doença, ninguém irá se lembrar de nada, nem mesmo ela, só você vai saber das duas versões dessa história! – Caliel respondeu.
abriu a boca para responder, mas foi interrompido.
- Antes de tudo teremos um trato, se algo se repetir eu tiro tudo de você, por isso pense bem em qual você vai escolher!
suspirou e retomou a fala.
- Eu já me decidi! Vou fazer a coisa certa – ele sorriu fraco para Caliel que assentiu e estalou os dedos.
No dia seguinte os raios de sol invadiam o quarto, respirou fundo e sentiu o cheiro do perfume dela, mas assim que abriu os olhos viu somente o travesseiro ao seu lado, levantou preguiçosamente e foi ao banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes.
- Já acordou? Queria fazer uma surpresa! – apareceu na porta do quarto com uma bandeja de café depositada na cama.
- Só de acordar com você já é uma surpresa! – sorriu e a abraçou forte dando inicio a um beijo quente e carinhoso – Bom dia minha pequena.
- Bom dia meu grandão! – ela sorriu.
- Então Sra. pronta para nosso primeiro dia de casados? – ele a puxou do chão fazendo entrelaçar as pernas em sua cintura.
- Sim Sr.! – ela riu enquanto ele ia em direção à cama para poderem tomar o primeiro café de lua de mel.
- Eu te amo muito! – ele sussurrou sorrindo.
- Eu também te amo muito! – ela lhe deu um selinho.
Epílogo
andava de um lado para o outro na sala branca, os amigos estavam sentados no sofá tão ansiosos quanto ele, fazia mais de sete horas que ela tinha entrado naquela sala e não tinha saído ainda, longos minutos se passaram até que o Dr. Sean Evans se aproximou sério.
- E então Sean?! – estava muito nervoso.
- 45 cm e 2,8km é um lindo garotão! – ele sorriu.
mal se aguentava de felicidade, os amigos pulavam e gritavam mal se importando de estarem em um hospital.
- Quer vê-los? – Sean sorriu.
- Sim! – saiu em disparada pelo corredor e adentrou no quarto 226 com um carrinho azul na porta, entrou devagar e viu , sorrindo um pouco pálida com um embrulhinho azul no colo, ele se aproximou e viu o filho quase dormindo no colo da mãe.
- Oi amor! – ela sorriu.
- Ele é lindo! – ele falou babando.
- Nosso pequeno! – ela riu – Tem o seus olhos! – o pequeno abriu os olhos e encarou os dois.
- Mas o cabelo é seu! – apontou os cabelos do garotinho.
- Só falta um nome! – sorriu, os dois ainda não tinham escolhido o nome, eram tantos que ficava difícil.
- Que tal Caliel ? – sorriu.
- Eu adorei! Bem vindo ao mundo Caliel ! – sorriu – Onde você achou esse nome?
- Ah eu tive um sonho muito bom com esse nome! – sorriu e beijou a esposa – Eu amo vocês.
- Nós também te amamos! – ela sorriu, e ficaram admirando o pequeno filho.
- É, você aprendeu uma lição valiosa! Estou orgulhoso dos dois! – Caliel sorriu ao ver a família feliz e saiu andando, sumindo de vista!
Xoxo da Mandy