Incontrolável

Escrito por Ing Olivi | Editado por Angel

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Prólogo

  O perfume de colônia francesa exalou no quarto quando o borrifou em seu pescoço, a garota se olhou no espelho, vestia um lindo vestido longo de veludo na cor vinho, que combinava perfeitamente com seus cabelos negros, o traje tinha uma enorme fenda, deixando uma grande parte de sua perna direita a mostra, o cabelo delicadamente penteado para trás, a maquiagem em tons vinho para combinar com o vestido, olhou-se no espelho outra vez apenas para olhar se seu batom não havia borrado. Estava linda, ela tinha convicção disso, seria uma longa e torturante noite na casa dos 's.   Os 's eram uma família de muita influência na pequena Granville, uma cidadezinha do Sul dos Estados Unidos, Petter e Shanon eram grandes investidores da economia da cidade, a mulher, uma senhora loira, alta e elegante também era advogada, famosa no lugar por colecionar causas ganhas na vara da família, seus filhos eram Eve e , ambos andavam pela cidade com um ar de superioridade, estavam sempre com roupas da moda e joias caras, talvez fosse natural, pelo menos era o que pensava;
  Ela mudou o pensamento em relação ao garoto quando se aproximaram, estavam no primeiro ano do ensino médio, ela com 14, ele com 15 anos, formaram uma dupla para um trabalho de química e se tornaram amigos, confidentes, foi pra que contou sobre seu primeiro beijo, foi pra que contou quando atingiu o mesmo feitos, apenas alguns meses depois e foi só depois disso que a garota percebeu que já não via mais o garoto com um amigo, mesmo tão nova sentia um sentimento que uma mulher sentia por um homem, sua mãe já havia lhe falado sobre aquilo uma vez, ela estava totalmente atraída por ele e ele percebeu, foi ai que os joguinhos começaram. As vezes fugiam para o pátio escuro da escola, outras vez se beijaram e se tocaram dentro do quarto de enquanto fingiam estar resolvendo exercícios de matemática, aos 17 descobriram os prazeres da carne, quando a própria sugeriu ao garoto que fizessem sexo nos fundos de sua casa, enquanto os tios davam uma festa para sua prima , e então ambos, ao mesmo tempo se perderam, ou melhor, se encontraram, se amaram, por longos minutos mas por alguma questão nenhum dos dois jamais foram capazes de admitir o quanto gostavam um do outro, não tinham coragem de assumir que aquilo não era só um joguinho de adolescentes, uma amizade colorida, era mais que isso, só admitiu isso pra si própria quando sua prima chegou empolgada em seu quarto lhe contando que estava namorando com . Devia ser ela, fora seu único pensamento aquela noite.

Capítulo 1

  - ? – Ouviu a mãe chamar do outro lado da porta, estava distraída, perdida em seus pensamentos. – Você está arrumada? O noivado de sua prima começa em uns minutos.
  - Estou indo, mãe – encarou-se outra vez no espelho, o batom de cor vermelho dava cor ao rosto pálido da garota, vestiu um scarpin preto que catou do fundo de seu armário, pegou uma pequena bolsa de cima da cama e desceu, ao encontro dos pais.
  - Oh, você está pronta – disse o pai aliviado ao vê-la parada na escada, encarando-os, revirou os olhos, nem havia demorado tanto assim.
  - Você não tinha um vestido mais decente para ir ao noivado de sua prima? – disse a mãe, descendo o olhar para a enorme fenda do vestido da garota, ela revirou os olhos outra vez, a mãe era muito conservadora.
  - Não temos tempo para troca de vestidos Jay, daqui a uma hora minha sobrinha estará noiva do maior herdeiro de Granville – disse Thomas, orgulhoso, sua sobrinha, filha de seu irmão mais velho se casaria com , aquilo era um enorme motivo para se orgulhar.
  - Uau, grandes coisas – sussurrou e respirou aliviada pelos pais não a terem ouvido, para os pais e toda família era um grande feito uma família de classe média casar-se com o herdeiro da maior fortuna daquela pequena cidade. Infelizmente, a noiva não era ela, pensou.

  
***

  A enorme casa do ’s não ficava muito longe dali, porém o suficiente para que durante o caminho se arrependesse de ter ido, embora no fundo soubesse: não tinha escolha. não podia ter feito aquilo, não com sua própria prima, não depois de tudo que viveram juntos. Todos aqueles anos em que haviam se relacionado em segredo, não tinham significado nada? Sentiu o estômago embrulhar quando seu pai parou o geep em frente aquela enorme mansão, respirou fundo, precisaria forçar o sorriso por pelos menos umas duas horas, não estava disposta aquilo.
  - , você não pode mudar esta cara? Nem parece estar feliz por sua prima – resmungou a mae, deu de ombros, não estava mesmo.
  - Não estou! – respondeu de imediato, encarando em seguida o olhar sério da mãe – É precipitado demais, pode se decepcionar – a mãe continuou a encara-la perplexa, como se a garota houvesse dito a pior besteira do mundo.
  - Como podes dizer isto, ? é o melhor partido desta cidade – disse ela, andando atrás de – Vamos, mude esta cara – ordenou a mãe, lhe deu um sorriso forçado, o suficiente para ao menos convencer a mais velha a deixa-la em paz.   Sentiu o estômago embrulhar outra vez ao adentrar aquela casa, fazia alguns meses que não ia ali, desde que havia assumido o namoro com sua prima , desde então também não falou com o garoto, se ele estava bem com sua prima então não havia espaço para ela em sua vida, presumiu, portanto, o que fizera fora manter distância mesmo com insistindo e por diversas vezes tentado fazer algum tipo de contato. Ela ignorou todos, assim como pretendia ignora-lo aquela noite, mas a figura de parado perto da escada da enorme sala for ao suficiente para fazer suas pernas bambearem e logo surgir nela uma súbita vontade de ir até ele. Respirou fundo, tentando encontrar outro foco, tentando ignorar a imagem do garoto parado a metros de distância, vestindo um terno vinho, como se houvessem combinado a cor da roupa. Um garçom passou a sua frente, pegou algo que parecia ser champanhe e caminhou para longe dali, para algum canto em que não pudesse enxerga-lo.
  - Ei, , uau você está linda – a voz fina de Eve surgiu junto com a imagem da garota, impecável e elegante como sempre, os cabelos louros soltos em longos cachos, usava um vestido rosa chiclete, que combinava perfeitamente com seu tom de pele.
  - Obrigada Eve, você também está um arraso – sorriu, tentando parecer educada, nunca haviam sido grandes amigas mas costumavam conversar sobre moda em ocasiões em que se encontravam, em alguma festa ou algum evento das cidades.
  - Você está sumida, tem sentido muito a sua falta – a loura disse, com um ar de inocência, tentou conter o riso.
   falava dela, então?
  - Ah, jura? Achei que ele estava ocupado demais com os preparos de seu noivado com – outra pessoa teria percebido a ironia em sua fala, Eve não.
  - Meu irmão parece pouco entusiasmado, sabe? Acho que é coisa de homem mesmo, não se interessam muito por essas coisas, você sabe, conhece mais que ninguém.
  - Sim, claro – deu um gole em seu champanhe, passou a observar o lugar, tinham poucas pessoas ali, os mais íntimos de ambas as famílias, ainda não havia chegado, e para ser sincera, estava pouco entusiasmada para ver a figura exuberante da prima passando pela porta, esbanjando uma felicidade que devia ser dela.
   e sempre se deram bem, embora o apego de pela prima fosse bem menor do que seus pais gostariam que ela tivesse, sendo dois anos mais velha eles tinham em suas cabeças que teria que cuidar da mais nova, mas ela não via em si essa obrigação. Talvez por isso não tinha compartilhado com a prima que tinha sentimentos por . No fundo, talvez tenha sido melhor, pensou, não sabia como reagiria aquilo. não estava errado, estava.
  Todos os olhares se voltaram para a porta quando surgiu, usando um vestido de cumprimento midi na cor nude, os sapatos da mesma cor que o traje, a maquiagem neutra. sempre fora mais discreta que em relação a vestimentas e maquiagens.
   continuou ali, observando, precisava captar o exato momento em os olhos de encontrasse os de , precisava ter certeza que o que ele sentia pela prima não era tão forte quanto o que mostrara ter sentido por ela nos últimos anos, mas o garoto continuou conversando com Luke, se quer notou que sua futura esposa havia chegado. O que no mínimo era estranho e instigava a sua curiosidade.
  Caminhou discretamente pela sala, passando por e todos que a paparicavam incluindo os pais, Eve e Sr e Sra . Enquanto caminhava na direção do garoto pensava em quais perguntas faria e até mesmo se devia faze-las, talvez não fosse o momento exato para isso. Sempre fora tão decidida e corajosa, mas agora estava com medo. Devia desviar, devia, mas já estava perto demais, ele já havia percebido sua presença, assim como Luke que sussurrou algo no ouvido do amigo e passou por , cumprimentando-a com um sorriso fraco. Luke era o único que sabia do relacionamento escondido de e .
  - Você não parece muito contente, querido – disse , apoiando-se no corrimão dourado da escada, nunca deixava alguém perceber sua insegurança.
  - , por favor, precisamos conversar. Você tem me evitado por meses – ela tremeu, não ouvia aquela voz a meses.
  - Devia ter conversado comigo antes de resolver namorar a MINHA PRIMA – foi ríspida ao dizer as últimas palavras – Por quanto tempo ficaram juntos enquanto transava escondido comigo? No meu quarto, no seu, atrás das nossas casas... – um longo silêncio se instalou ali, ambos se encarando, talvez procurando certas para dizer um ao outro – Eu aguentava , ouvir você dizer que prefere a ela do que a mim – deu as costas para ele, mas sentiu a mão pesada de a segurando pelo braço, estremeceu, sentindo de imediato um calor percorrer por seu corpo.
  - Isso não é verdade! – disse , com a voz firme.
  - Parabéns pelo noivado , lhe desejo muitas felicidades – sorriu fraco, puxando seu braço e soltando-o da mão dele, o toque que por tanto tempo lhe encheram de prazer, agora lhe causava dor.
   passou pela prima, indo em direção ao noivo, olhou para atrás a tempo de ver a boca de grudar na de , em um selinho demorado, sentiu nojo.
  Caminhou para longe dali, para um lugar mais calmo, um lugar onde não pudesse sentir inveja da felicidade alheia.

Capítulo 2

   não estava certo sobre o que estava prestes a fazer, para ser sincero, nunca esteve, não consegui ao menos pensar em um motivo para explicar seu envolvimento com . Testar os sentimentos de por eles? Causar ciúmes? Talvez.
  Por anos nutriram aquele desejo sexual e aquela vontade fodida de estarem um com o outro e aquilo crescia a cada vez que ficavam juntos, mas partiu de a decisão de não tornar o relacionamento público. concordava com a analogia do “Proibido é mais gostoso”, mas não era mais um adolescente, estava com 23 anos agora, havia se tornado adulto suficiente para assumi-la, mas continuava insegura quanto aquilo, foi tentando convencê-la que cometeu a burrice de se envolver com .
   cresceu no mesmo lugar que as duas meninas, as viu crescerem e se tornarem lindas mulheres mas fora com com quem desenvolveu um sentimento verdadeiro de amizade, entre tantos outros e de longe sempre enxergou a inveja que a prima mais nova sentia, Eve dizia que gostava dele mas nunca se quer considerou a possibilidade, mas foi depois de uma briga com que as coisas entre ele e aconteceram, encontrou-a na rua e por uns instantes viu nela a oportunidade de fazer mudar de ideia. Se ela o visse com a prima talvez mudasse de ideia. Pensou.   Engano dele, não pareceu se importar com a amizade repentina com a prima, pensou então que o que sentia por não era recíproco, foi ai que cometeu o maior erro de todos, sem saber do poder de persuasão que tinha, a beijou uma vez, depois outra, mais uma vez e então ela começou a fantasiar um namoro que não existia, passou a frequentar a casa dos ’s e conversar com Sra Shanon sobre o relacionamento deles, nunca fizera aquilo. Logo Shanon começou a achar interessante a ideia de juntar o filho com uma , assim se tornaram namorado.   Os ’s nem de longe tinham uma fortuna em ascensão como a dos ’s, Thomas e Will eram os maiores comerciantes de Granville, tinha uma fortuna considerável, Will, o mais velho e pai de também era advogado, assim como Shanon, talvez isso tenha lhe feito achar interessante aquele namoro. O noivado? Surgiu de outra fantasia de , junto com a aprovação da mãe e o interesse do pai em firmar negócios com o pai da garota. Ele não foi obrigado, sabia disso, mas de alguma forma se viu sem escolha.

  
***

  - Vamos , faça o pedido – Eve disse e logo todos a volta da mesa começaram a incentivar o garoto, visivelmente nervoso, sentiu o estômago embrulhar e o suor escorrer pela testa quando viu passar pela porta e juntar-se aos outros convidados na mesa.
  Aquele vestido que ela usava havia sido escolhido para o foder o psicológico dele, pensou .
  - Espera, antes quero dizer algo – Will , seu futuro sogro interrompeu o falatório, respirou aliviado, tinha mais uns segundos para pensar - Eu quero dizer que... – Will começou o discurso – me dá muito gosto ver minha única filha se casar com um jovem tão especial como você, cuida bem dela garoto – Will deu um tapinha no ombro de que lhe sorriu fraco.
  Era uma péssima hora para sair correndo dali e se esconder?
  - , você aceita se casar comigo? – engoliu a seco as próprias palavras, levando o olhar a , ela estava do outro lado da mesa, o olhar vago, encarando o nada.
  - , o anel – Shanon cutucou o filho, ele não lembrava de ter comprado o anel mas de alguma forma o anel tinha parado no bolso do seu terno. Ele não ficaria de joelho. Jamais faria isso.
  Tirou de dentro da caixinha um anel com uma pedra enorme de brilhantes e o pôs no dedo de , que o puxou para um abraço e o beijou.
  Não era como beijar , nada se comparava a ela.
  A janta fora servida depois de oficializarem o pedido de casamento, todos os convidados acomodaram-se em seus lugares e passaram a conversar entre si, tentava prestar atenção no que as pessoas diziam ou no que a noiva cochichava em seu ouvido a cada segundo, mas sua atenção estava presa ao outro lado da mesa. continuava ali, calada, seu prato de comida não havia sido tocado. Ela sussurrou algo no ouvido da mãe e levantou-se da mesa, seguindo em direção ao corredor.
  - Com licença, eu já volto – sussurrou no ouvido de , que agora estava empolgada em uma conversa com Eve.

Capítulo 3

  Um misto de sentimentos passava pela cabeça de quando ela se retirou da mesa, ela desejava ter interrompido aquele pedido e ter confessado ali, na frente de todos que amava , faltou-lhe coragem. queria ao menos sentir-se feliz pela prima, mas era impossível, sentia nojo, desprezo, não de , nem de , sentia nojo daquela situação.
  Correu em direção ao corredor, tentando afastar-se o mais rápido, precisava tirar da cabeça o som e a imagem de pedindo outra em casamento; Já estava próxima ao banheiro quando sentiu uma mão segurar forte seu braço, no segundo seguinte suas bocas já estavam grudadas, um beijo com fúria.
  Ele não podia fazer aquilo, pensou.
  Tentou empurra-lo, mas era mais forte que ela, a vontade de tê-lo outra vez também era mais forte. Sentiu seu corpo ser empurrado para dentro do banheiro e atrás dela a porta ser trancada. ainda a beijava, e suas mãos passeavam pela fenda do vestido vinho da garota.
  - Você é louco – disse ofegante, entre o beijo.
  - Sempre fui, por você – mordeu os lábios dela e a empurrou contra a parede, fazendo-a gemer quando o corpo encostou na maçaneta gelada, as mãos de agora percorriam sua intimidade, provocando-a.
  Deviam parar, deviam parar, mas ela não queria.
  - Vão sentir nossa falta , por fav... – tentou outra vez pará-lo, sem sucesso.
   começou a descer os beijos, enquanto lentamente as alças do vestido de caiam pelos seus ombros, revelando os seios nus que já eram tão conhecidos pelo garoto e que agora recebiam beijos, mordidas, chupões. Nem se quisesse conseguiria pará-lo. Ela passou a beijar o pescoço dele, tentando com dificuldade abrir o botão de sua blusa. O empurrou para que aquilo fosse feito com mais facilidade, desabotoou as pressas os botões da camisa e também o da calça. O olhar de vai até o de , numa fúria louca, prensou-a outra vez na parede, dessa vez com mais força. Sua calça fora puxada para baixo pela garota, revelando o membro que a alguns meses não sentia. Como ela havia conseguido ficar tanto tempo sem ele? Pensou;   Deslizou as unhas grandes pelo peitoral e barriga dele, sabendo que aquilo deixaria marcas, gemeu, amava provoca-lo. Passou a língua gelada por toda a extensão de seu membro e logo o engoliu, ele entrelaçou os dedos nos cabelos dela, incentivando-as no movimento. se contorcia a cada vez que passava a língua devagar. Ambos agradeceram a Deus por ter naquela casa um banheiro grande o suficiente para que sobrasse espaço para se deitarem no chão, ficando em uma posição mais favoráveis para eles. deitou-se no chão, por cima dele, encaixavam-se perfeitamente. Ela movimentou-se devagar em cima do garoto, torturando-o, mas logo os movimentos ficaram mais intensos e seus corpos passaram a dançar juntos de uma maneira única, voltou a beijar o pescoço dele, enquanto as bocas dele tentavam de uma forma desesperada beijar os seios da garota, as mãos dele devidamente posicionadas na bunda dela, acompanhando o movimento vaivém que o corpo dela fazia. Gemiam baixo, ninguém podia ouvi-los e não demorou muito até que uma corrente elétrica percorresse pelo corpo suado de , fazendo-a cair por cima do corpo de , que em seguida chegou ao seu ápice, as respirações ainda ofegantes e a vontade de repetir aquilo tudo de novo.
  - Precisamos voltar! – levantou-se as pressas e em desespero, procurando suas peças de roupa.
  - , espera, ainda temos um tempo – falou calmo.
  - Que tempo ? – gritou, irritada – Que desculpa deu a ? E se desconfiarem que você veio atrás de mim. Isso foi loucura, é o seu noivado com a minha prima, com a minha prima .
  - Eu não a amo, ela nunca vai ser como você .
  - Você a escolheu. – respondeu de imediato.
  - Você não me deu escolha – retrucou.
  - Então a culpa é minha? Você vai voltar a mesa, se sentar ao lado dela e eu ficarei de longe observando uma felicidade que deveria ser minha, DEVERIA SER MINHA AAROM, QUE MERDA. – ela sabia que não era o momento exato para cuspir tudo aquilo mas precisava – Eu odeio você – sua voz agora saiu falhada – O que vai acontecer agora?   Por longos e perturbados segundos o silêncio se instalou ali, havia muito para ser dito mas pouca coragem e tempo para falar, abaixou a cabeça, vestiu suas peças de roupa, olhou-se no espelho, tentando dar um jeito na maquiagem borrada e no cabelo bagunçado, foi em direção a porta.
  Respirou fundo, com a mão na maçaneta, no momento em que passasse por aquela porta tudo entre eles estaria acabado.
  - Eu fui um frouxo, deveria ter adiado esse noivado e ter dito a todos que eu amo você – abraçou-a por traz, deitando a cabeça em seu ombro, sua voz estava fraca.
  - Quando passarmos por essa porta, nada mais irá acontecer entre nós dois.
  - Nós podemos dar um jeito , eu não sei como mas...
  - Eu não serei sua amante, é minha prima – interrompeu-o.
  - Nós podemos arrumar um outro jeito – insistiu.
  - – virou-se para ele – eu nunca amei e provavelmente nunca vou amar alguém como você, nunca tive outro em minha vida, mas quis o destino que a nossa vida se cruzasse por um longo período de tempo, mas não infinito. Toda felicidade do mundo para você junto com minha prima, você irá aprender amá-la – tentou conter as lágrimas, sem sucesso, elas agora escorriam devagar pelo seu rosto, borrando o resto de maquiagem que lhe sobrara – Seja feliz, prometo que um dia encontrarei a felicidade também. Obrigada por todos esses anos – O abraçou forte e selou os seus lábios, mais uma vez, a última vez e em seguida passou pela porta do banheiro, abandonando lá dentro toda sua felicidade.
   voltou para a mesa sobre o olhar sério de sua mãe, tudo estava na mais perfeita ordem, deu de ombros, não queria falar naquele momento e nem podia, sentou-se a mesa e abaixou a cabeça, queria ir embora, trancar-se no quarto, chorar.
   voltou a mesa 5 minutos depois, ajeitando o terno, encarou-a mais uma vez antes de sentar-se à mesa ao lado de que o encarou séria, mas logo a cara de brava sumiu, dando lugar a um sorriso seguido por um selinho na boca do garoto.
  - Estou me sentindo mal, posso esperar no carro? – resmungou para mãe, que a olhou séria.
  - O que você tem? – o pai a olhou preocupado – Coma, deve está com fome.
  - Só quero ir embora, pai – insistiu.
  - Você se quer falou com – a mãe repreendeu.
  - Amanhã lhe envio uma mensagem dando parabéns, se for preciso – ironizou, sabia que estava devendo parabéns a prima, mas não queria dizer da boca para fora.
  - Espere no carro, vamos nos despedir e explicar que se sentiu mal.
  - Obrigado papai! – lhe sorriu fraco e levantou da mesa as pressas, caminhou rápido até o carro e bateu forte a porta quando entrou. levou as mãos ao rosto, deixando as lágrimas escorrerem, sentiu mais uma vez os pelos se arrepiarem ao lembrar da forma como a havia tocado aquela noite, havia fúria, desejo, amor e no fim das contas havia saudade, não conseguia suportar que aquilo tinha sido uma despedida.
  Não demorou muito para os pais chegarem ao carro, a mulher resmungando por está indo embora tão cedo, o homem calado, como se entendesse o que estava acontecendo com a filha, eles não faziam ideia. Jamais saberiam.

  
***

  Os meses haviam voado, sentia a sensação de que havia piscado e BUM, 4 meses se passaram desde o noivado de e , ela não havia falado com o garoto desde então;
  Faltavam agora apenas duas semanas para o grande dia, o dia em que os ’s e os ’s se uniriam, no matrimônio de uns de seus herdeiros. A foi dada a missão de dama de honra, ajudar nos preparativos. Cada detalhe daquilo era uma tortura.
  - Você acha que o me ama? – disse , enquanto caminhava pelo corredor de uma loja de artigos de decorações, em busca de umas rosas artificiais que a garota tanto insistiu por ter em sua cerimônia.
  - Vocês irão se casar, acredito que sim! – respondeu seca, dando um passo a frente, a fim de evitar o assunto.
  - É que sei lá, é estranho, sabe? Ele nunca diz que me ama. – continuou a resmungar.
  - Coisas da sua cabeça , vamos, está ficando sem tempo para achar essas rosas.
  - Talvez seja – deu de ombros – Acho que ele ainda não superou o tal do amor da adolescência.
  - Amor da adolescência? – parou, encarando a prima, não desconfiava de algo. Desconfiava?
  - É, não sei muito bem sobre ou quem é ela. Eve diz que ele foi apaixonado por uma garota por muito tempo, mas ninguém sabe quem é. Você sabe? Eram melhores amigos, .
  - Não sei. Olha, não são aquelas as rosas? – respirou aliviada, apontando para as flores no final do corredor.
  - Uau, não acredito! Você as encontrou, é a melhor prima do mundo – gritou empolgada correndo em direção as rosas, havia insistido que toda a decoração fosse em tons pastéis, o que de fato combinava com a personalidade sem graça da menina.

Capítulo 4

  As duas semanas que antecederam o casamento se arrastaram, tinha a sensação de um dia tinha muito mais que 24 horas. estava errada, ele não aprenderia a amar , e faltando 3 dias para o casamento tudo que ele queria era correr, fugir. Não se sentiria culpado por magoar , sua culpa era por , por não estar ao lado dela, por vê-la sendo obrigada a participar dos preparativos de um casamento que ela não queria que acontecesse. Nem ele.
   catou a chave do carro de cima da escrivaninha do quarto e saiu, disposto a ir atrás de , precisava conversar, talvez achassem uma solução, mas a imagem de parada na sala de sua casa o impediu.
  - AMOR – a garota gritou, indo em direção ao noivo e lhe dando um abraço que durou menos que 5 segundos, afastou-se – Vim acertar os últimos detalhes da cerimônia, você ia sair? – disse, olhando as chaves na mão dele.
  - Sim, ia encontrar com o Luke – mentiu.
  - Bom, isso fica para depois querido, sua noiva está ansiosa para sábado – Shanon disse.
  - sugeriu uma música linda para tocar na nossa saída da igreja – a olhou espantada, não por a noiva está sugerindo mudar a música faltando 3 dias para o casamento, mas sim por ouvir o nome de – Você quer ouvir?
  - Não, eu confio no gosto musical da – respondeu seco.
  - Ok, as rosas, você prefere que fiquem na saída ou próximo ao altar?
  - Tanto faz! Luke está esperando, minha mãe pode te ajudar com isso – respondeu seco e saiu, sobre o olhar piedoso da noiva e a mãe o encarando, deu de ombros, não se importava com a merda da música ou em que lugar as flores ficariam. Estava pouco se fodendo para aquela merda.

  
***

   não sabia a quantos minutos estava parado em frente ao espelho enquanto sua mãe arrumava pela milésima vez seu terno e o cabelo, achava tudo aquilo desnecessário, não pretendia ir ao casamento, mas isso ainda era um segredo, sua mãe reclamava das olheiras, havia voltado tarde para casa na noite anterior, não se importava com isso também, muitas coisas passavam pela sua cabeça, sentia-se errado pelas decisões que havia tomado nos últimos dias, errado apenas porque sabia que aquilo magoaria sua família e , com a garota não se importava tanto, havia criado uma raiva por ela, sabia que não tinha culpa mas toda aquela besteira de casamento o fizera criar aquele sentimento pela noiva. Por um outro lado, sentia-se feliz pelo rumo que sua vida tomaria naquela tarde, era a primeira vez que se sentia tão animado assim nos últimos meses, era uma pena não poder compartilhar com alguém, nem mesmo com Luke, seu amigo o chamaria de louco.
  - Agora sim, está lindo, meu filho – Shanon disse, analisando o filho de cima abaixo e depositando um beijo em sua testa, sorriu fraco, carregava consigo um sentimento de culpa adiantado, sua mãe estava orgulhosa em ver seu menininho pronto para de casar, havia criado os filhos com muito amor, sonhava em ver Eve e casando-se e fazendo suas vidas, com suas respectivas famílias.
  - Sem exageros, mãe – disse, ao ver lágrimas surgirem nos olhos da mãe, odiava ver qualquer pessoa chorar.
  - Tudo bem, está pronto? – perguntou a mãe, animada, Eve agora estava no quarto, analisando a figura do irmão, sem dizer nada, o abraçou – Vamos? – Shanon falou, secando as lágrimas, não queria borrar a maquiagem.
  - Vai indo na frente, mãe! – o garoto respondeu, sentindo um nó se formar na garganta, a mãe o olhou confusa, mas respeitou a decisão do filho, depois de um longo abraço saiu do quarto, deixando sozinho.
  Na residência dos Afflecks o clima era parecido com o que se via na residência dos ’s, o sentimento de orgulho pairava no ar, era o casamento dos sonhos. Quem não queria casar-se com o maior herdeiro da pequena Granville? Era assim que era visto por muitos, como o “Herdeiro da pequena Granville”, mas não o via dessa maneira, muito pelo contrário, sentia-se até culpada por tê-lo visto dessa forma quando ambos ainda eram crianças, portanto, sentia nojo quando via qualquer pessoa de sua família se referir a ele daquela maneira. era muito mais que aquilo, ela sabia, talvez ninguém soubesse daquilo tanto quanto ela. Ela também tinha certeza sabia disso!
  Usava naquela tarde um vestido na cor rosa pastel, escolhido por , o vestido longo e estilo sereia, mesmo sem graça deixava a garota extremamente sexy, no fundo aquilo não importava. Observava a prima de longe, esperando o momento que o arrependimento de suas últimas atitudes tomasse conta de si, isso não aconteceu. Nunca esteve tão certa de algo como estava agora.

  
***

  Dentro da igreja todos aguardavam ansiosos e talvez um pouco impacientes a chegada dos noivos, era sim normal a noiva ainda não estar ali mas a ausência no noivo já começava incomodar alguns convidados, Shanon principalmente, tinha sentido estranho quando se despediram, coisa de mãe, e agora sua demora parecia estranhamente querer lhe dizer algo. Estava nervosa!
  Nada houvera sido planejado, afinal, apareceria na igreja? Ele sabia como terminaria aquilo, caminhar até o fim e seu final feliz era o problema.
  Aarou olhou-se uma ultima vez no espelho, não para garantir que estava bonito ou pelo menos apresentável, e sim para constatar que não havia em seu rosto um pingo de arrependimento, talvez remorso. estava tão confiante quanto ele?
  Catou as chaves do carro de cima da escrivaninha e desceu as escadas de sua casa, observou cada canto, depois daquele dia tudo mudaria em sua vida. A casa vazia não lhe trazia solidão ou algo assim, sentia-se em paz.
  O caminho até a igreja não fora longo, Grandville era uma cidade pequena, tudo ficava próximo. Respirou fundo quando dobrou a esquina e enxergou no final da rua a igreja enorme. Estacionou frente a dela, decidido, não tinha volta, nem queria que tivesse. Respirou fundo outra vez e desceu do carro, catando um envelope que estava no banco de carona, entrou pelos fundos, não queria chamar atenção, embora isso fosse inevitável.
  Shanon estava em uma pequena sala, junto a Eve, Petter e o padre, ambos impacientes, respiraram aliviados quando o viram.
  - Óh, graças a Deus, que demora foi esta? – disse Shanon, o tom bravo em sua voz.
  - Perdão, eu... estava criando coragem para vir, preciso conversar com vocês – disse de uma vez, não havia porque e tão pouco queria adiar aquilo, sentia o coração acelerado, por medo da reação de seus pais.
  - Não há tempos para conversa , sua noiva está para chegar. – Petter disse grosso, sempre tivera pouca paciência para os problemas ou mimimis dos filhos, como costumava dizer.
  - Eu não vou me casar com ! – cuspiu, o silêncio em seguida o fez pensar que havia dito aquilo tão baixo que só ele houver escutado, se enganou, a cara de espanto da mãe, ainda em silêncio, o trouxe para a realidade.
  - Do que você está falando? Óh meu Deus, , você bebeu? – disse Eve, aproximando-se do irmão para examina-lo, ele não podia está em condições normais, pensou ela.
  - Vamos, você precisa esperar sua noiva no altar – insistiu o pai, Shanon continuava calada.
  - Você não escutou pai, eu não vou me casar com – disse em tom calmo.   - QUE PORRA DE PALHAÇADA É ESTA, ? VAMOS – Petter o segurou pelo braço, mas o puxou, afastando-se do pai que lhe olhava furioso.
  - , meu filho, o que você está dizendo? Todos estão ai fora, sentimos muito gosto com esse casamentos, você e se amam – o tom da voz de Shanon era calma, embora a senhora tivesse uma cara de espanto, o padre apenas os observava.
  - EU NÃO AMO A MÃE – gritou, colocando para fora todo o sentimento que houvera sentido nos últimos meses – eu não a amo, eu não quis pedi-la em casamento, eu se quer quis pedi-la em namoro e estou dizendo que NÃO VOU ME CASAR COM A , PORQUE EU JÁ ESTOU CASADO – disse em alto bom som, pegando todos na sala de surpresa, ninguém havia notado a presença de e seus pais na sala, estava logo atrás deles, sentiu o corpo estremecer. Tarde demais para sair correndo? O olhar de encontrou o dela, ainda não sabiam como aquilo terminaria.
  - DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? – a figura de pôs-se diante de , usando um vestido sereia, o cabelo preso em um coque que segurava o longo véu – REPETE , VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE NÃO VAI SE CASAR COMIGO? – todos os olhos da sala voltaram-se para o garoto, um pouco assustado.
  - VAMOS RAPAZ, QUE PALHAÇADA É ESSA? – Will gritou, visivelmente irritado, havia acompanhado a filha em cada detalhe daquele casamento, que asneira podia está dizendo agora? O garoto não teria a petulância de abandonar sua filha no altar. Teria?
  - Eu sinto muito, não queria que as coisas fossem assim, mas não podemos nos casar – disse, olhando fundo nos olhos de , sentia-se culpado de verdade por esta magoando-a daquela maneira, mas do que imaginou que se sentiria, ela o olhou, os olhos cheios de lágrimas, estava triste, com ódio, ele não sabia ao certo.
  - Isso é impossível – disse por fim – Você não pode estar casado – sua voz um pouco fraca – COM QUEM VOCÊ CASOU ? VOCÊ NÃO PODE TER FEITO ISSO – agora a voz de ecoava pela sala, enquanto ela sacudia , lhe dando tapas, sim, era ódio que ela sentia – ME RESPONDE SEU IDIOTA, COM QUEM VOCÊ ESTÁ CASADO, QUEM É A FILHA DA PU...
  - Sou eu! – a voz de surgiu, do fundo da sala, ela não estava mas escondida atrás de seus pais como quando chegou, encarou os olhos confusos deles após sua confissão.
  - do que você...
  - Desculpe mãe, eu... – parou ao lado de – eu realmente não queria que as coisas fossem assim. estamos casados.
  - ISSO É IMPOSSÍVEL – Will gritou – VOCÊ É MINHA SOBRINHA, NÃO PODES TER SE CASADO COM O NOIVO DE SUA PRIMA – também tinha ódio na voz de Will , como a sobrinha tivera a ousadia de fazer aquilo?
  - Quando isso aconteceu? – disse Jay, em um tom calmo, embora não escondesse a decepção pelo que a filha acabara de confessar. Desgosto? Talvez fosse a palavra exata.

     Três dias atrás...

   não esperava a visita de alguém aquela noite, muito menos de , portanto fora difícil esconder a cara de espanto ao vê-lo parado frente a porta de seu quarto, havia se esquecido de quão boa era a sensação de ser surpreendida pelo garoto. Ele costumava subir de surpresa. Sentiu-se feliz, mas não devia, ela sabia disso.
  - O que você está fazendo aqui, ? – perguntou confusa, tentando se fazer indiferente, mas dentro de si seu coração pulsava 20 vezes mais rápido, no mínimo.
  - Vim te ver, eu estou com saudade – em um impulso aproximou-se da garota, entrelaçando suas mãos entre os cabelos dela, e grudando deus lábios, numa fúria louca.
  - VOCÊ TÁ LOUCO? – ela o empurrou, correndo em direção a porta do quarto e trancando-a em seguida – Se minha mãe aparece, você é louco .
  - Eu não aguentava mais – puxou-a para mais perto de si, beijando-a outra vez, um beijo mais demorado dessa vez. havia prometido que a noite no banheiro seria a última em que os dois ficaram tão próximos.
  - A gente não deve fazer isso... – ela sussurrou, já com a respiração ofegante, sabia que não resistiria a ele por muito tempo e sentia-se péssima por isso.
  - Como nos velhos tempos, – ele mordeu os lábios da garota, que já sentia a excitação tomar conta de si, sempre tivera muito controle sobre si, exceto quanto se tratava de .
  - Você e se casam daqui a três dias – insistiu.
  - Eu estou pouco me fodendo para ela, eu amo você, – ele pousou as mãos grandes em seu rosto, ela fechou os olhos e mais uma vez os lábios de encontraram os dela que se rendeu.
   agarrou as pernas de , tirando-as do chão, ela entrelaçou as pernas em volta de seu tronco e com um pouco de dificuldade caminharam até a cama, sem partir os beijos, as mãos de passeavam por baixo da blusa preta que ele usava, fincando forte as unhas em seu abdômen definido, ela amava deixar marcas. O beijo fora partido apenas para que a blusa roxa de passasse por seu pescoço, revelando os mamilos eretos, agradeceu por não estar usando sutiã. Logo a boca dele de uma maneira desesperada encontrou os seios da garota, sugando-os, mordendo-os, gemia baixinho, sabia que outro homem jamais a tocaria como ele. Ela mordeu seu pescoço e o encarou.
  - Estamos com pouco tempo hoje, querido – e dito isso voltou a beija-la, com mais fúria agora, enquanto suas mãos deslizavam até as pernas dela, tirando com dificuldade o short e a calcinha preta da garota. Ele partiu o beijo apenas para olha-la, com um sorriso safado e que lhe fora retribuído no momento em que ele a penetrou, com força, arrancando gemidos abafados dos dois. Não podiam gemer alto e isso era extremamente difícil dada as circunstâncias. grudou os lábios nos dela outra vez, alternando seus movimentos, hora rápido, hora devagar, ela gemia entre os beijos, estava enlouquecida, ele a deixava assim. Arranhou as costas dele, que gemeu, de dor e de prazer.
  - , mais rápido – disse, ofegante, sabia que estava perto de chegar ao seu máximo e o mesmo podia-se dizer de , ele aumentou a velocidade e a força dos movimentos. inverteu as posições, ficando por cima de que pousou as mãos em sua bunda, auxiliando-a nos movimentos, segurou firme os travesseiros atrás do garoto e mordeu os lábios, movimentando-se devagar, fechou os olhos e apenas deixou o prazer tomar conta de si. admirava a visão da mulher em cima dele, era perfeita, ele a amava mais que tudo. passou a rebolar rápido em cima dele, que segurava sua cintura, gemendo baixo. Não demorou muito até ela chegar em seu máximo, apertou o travesseiro com mais força e sentiu um calar frio tomar conta de seu corpo. Fechou os olhos com mais forças e sentiu seus músculos se contraírem, relaxou o corpo sobre o de que inverteu a posição outra vez, continuando o movimento, não demorando também a chegar no ápice. Se jogou ao lado dela, ambos com a respiração ofegante, se encararam por alguns segundos em silêncio, mas logo caíram no riso. Ele puxou-a para mais perto e ela deitou a cabeça em seu ombro, encaixavam-se perfeitamente.
  - E agora? – perguntou, aquilo havia sido ótimo, mas ele ainda era o noivo de sua prima, não conseguiria afastar aquele pensamento.
  - Vamos nos casar – ele riu – eu e você – ele sugeriu, arrancando uma gargalhada da garota – Estou falando sério, , a gente procura um cartório, sei lá.
  - Seu casamento com será em três dias, – disse desanimada.
  - E daí? Eu não a amo, não vou me casar por capricho da minha família e da sua.   - Isso é loucura, , impossível!
  - Você confia em mim? – encarou-a.
  - Sim – ela respondeu.
  - Me encontra amanhã, no cartório da rua B – agora estava de pé, vestindo a calça jeans, enrolada no lençol o encarava confusa – As 6h, ok? Não precisa vestid branco – ele riu, enquanto vestia a blusa preta.
   - O que vamos fazer, ?
  - Confia em mim! – ele deu um selinho demorado na garota – Nos encontramos amanhã – beijou a testa dela agora e saiu, sorrindo, deixando-a ali, nua e confusa. O que aprontaria?
  “Confia em mim” – foi tudo que ela conseguiu pensar por todo o fim daquela noite.

     Ela estava lá no dia seguinte, às 6h como prometido, usando uma calça jeans e um moletom preto, não havia se quer passado uma maquiagem no rosto, acordou, trocou de roupa e saiu. Ainda duvidava de , ele não estava falando sério que se casariam, não é? E se tivesse? Ela faria aquilo? O que a família deles diriam? Era loucura.
  - Uau, você é a primeira noiva que vejo usando jeans e moletom – a voz e o perfume masculino surgiram atrás dela, ela virou e correu para abraça-lo, estava nervosa, ansiosa e com medo.
  - Noiva? ... disse, dando um tapinha no ombro dele, ainda não estava levando a sério.
  - Nós vamos nos casar , você não quer? – perguntou, já pegando a garota pelo braço em direção as escadas do cartório, que estava aberto aquele horário só para eles.
  - Casar não é fácil assim , tem que ter testemunhas, não tem? – disse confusa, seguindo-o.
  - Eu sou o Herdeiro da pequena Grandville, você esqueceu? – riu, ironizando seu próprio apelido e conseguindo arrancar um sorriso da garota.
  - Você é louco! – ela já havia repetido aquilo varias vezes para ele.
  - Por você, agora vamos, não temos tempo! – puxou-a pela mão, terminando de subir as escadas e adentrando o pequeno cartório que tinha um ar de lugar de época, como tudo em Grandville.
  Lá dentro Richard Bennet os esperavam, ele era um velho senhor conhecido pelos ’s, no entanto, não tão amigos, concluiu isso quando percebeu a facilidade de convencer Richard realizar o casamento em troca de alguns trocados.   - Estamos aqui, Richard – disse , ao entrar em uma das salas pequenas que tinha ali, o senhor já de cabelo branco os encarou assustado, conhecia também e sabia que era prima da noiva do outro.
  - Estão certos disso? – perguntou, embora nem se importasse tanto com a resposta, os jovens assentiram que sim – Então, vamos lá.
  Não houve troca de alianças, não tiveram tempo para maiores planejamentos, mas aquilo não importava para ambos, não era nada perto da sensação de dizerem sim um para o outro. no entanto, insistiu em fazer os votos.
  - Eu, , aceito você como minha legítima esposa, prometo amar-te e respeitar-te por todos os dias de minha vida – ela riu, de certa forma era engraçado vê-lo dizendo tudo aquilo a ela, nunca foram um casal comum.
  - Eu, – foi a vez dela – aceito você como meu legítimo esposo – agora os dois riam – prometo amar-te e respeitar-te por todos os dias de minha vida.
  - Então – Richard suspirou – pelo pode concedido a mim, vos declaro marido e mulher – os dois jovens se beijaram, deixando toda a alegria tomar conta deles.
  - O que faremos agora, você ainda é o noivo da minha prima – disse, os dois agora caminhavam pelas ruas de Grandville, era estranho, mas tudo ali só costumava funcionar depois de 8h, antes disso nunca tinha pessoas pelas ruas.
  - Primeiramente, sou seu marido e vamos pensar nisso depois, por favor.
  - É impossível, seu casamento é daqui a dois dias, .
  - Meu casamento foi hoje, – falou, parando na frente da garota e segurando seu queixo – sábado daremos um jeito nisso.
  - Isso parece errado! – resmungou.
  - Eu não vou me casar com , agora sou um homem casado, -falou com humor, fazendo sua mulher rir.
  - Eu amo você – ela sorriu, abraçando-o discretamente.
  - Eu amo você muito mais, – abraçou-a forte, tirando seus pés do chão, para pouco importava se os vissem juntos, seria como libertar-se de uma prisão a qual esteve por anos.

  
***

  - COMO VOCÊ TEVE CORAGEM? – avançou em direção a , após a garota contar como havia se casado com seu noivo, sem muitos detalhes – VOCÊ É MINHA PRIMA, SUA VADIA...
  - EU SEMPRE O AMEI , ELE JÁ ERA MEU MUITO ANTES DE ESTAR CONTIGO – respondeu na defensiva, embora acreditasse que no fundo fosse melhor deixar a prima descontar a raiva em cima dela, todos os olhavam perplexos agora – Mãe, desculpa eu... – aproximou-se da mãe que deu um passo para trás.
  - POR QUE VOCÊ NÃO NOS POUPOU ANTES? – foi a vez de Shanon gritar, pela primeira vez no dia a mulher exaltara sua voz, deixando para trás o tom calmo de antes – OLHA A VERGONHA QUE VOCÊ E ESSA GAROTA NOS FIZERAM PASSAR – apontou para .
  - Eu tentei conversar com você mãe mas não me deu espaço, nem mesmo para perceber que eu seria infeliz ao lado da , eu não a amo, por favor mãe, entenda.
  - VOCÊ FOI LONGE DEMAIS GAROTO – Will avançou na direção de , sendo parado por Thomas que observava tudo calado, não estava do lado de , no entanto entendia a filha, diferente de todos, além do mais Will dava dois de – ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM, EU VOU ACABAR CONTIGO, SEU PIRRALHO – as palavras de Will foram ditas tão altas que provavelmente quem estava do outro lado dentro da igreja as ouviram, também estranhavam toda aquela demora, estava mais que óbvio agora, não haveria casamento.
  - Tia, desculpa – disse em tom baixo, a tia também se manterá calada ate ali mas o olhar de desprezo dizia muita coisa, não queria que aquilo tivesse acontecido dessa maneira.
  - Não quero voltar a ver você, pelo bem de todos espero que suma desta cidade e nunca mais apareça, sua pirralha, vadia, você é o pior tipo de pessoa que já vi nesta cidade. Imundos! – disse a tia, em tom calmo, porém severo, puxando a filha pelo braço em seguida e tirando-a dali Will respirou fundo, não mais calmo porém convencido a ir atrás de sua esposa e filha, resolveria tudo aquilo depois.
  - Mãe? – encarou Jay, tinha lágrimas nos olhos da garota.
  - Eu não esperava isso de você , passe em casa para pegar tuas coisas. Eu não sei se vou conseguir perdoa-la por isso – as palavras atingiram como um golpe na barriga, conseguiria suportar o desprezo de qualquer um mas de seus pais não, eles não poderiam simplesmente entende-la? Jay deixou a sala, seguida de Thomas, sem olhar para a filha, deixando-a apenas com os ’s.
  - Procure outra forma para manter-se, não tens mais a mim como pai ou herança alguma para receber. Quero os dois longe de Grandville ainda hoje. – foi a vez de Petter dizer, não que ele tivesse autoridade para expulsar alguém da cidade mas tinha de fato influência suficiente para aquilo.

     
***

     A vista do apartamento que eles estavam em Nova York era magnifica, pensou , na verdade ela dizia aquilo para todos os dias quando acordavam, ele ria da garota e da forma inocente com que ela falava. Estavam ali a pouco mais de 2 meses, não era um apartamento grande, mas o que as reservas de conseguiam pagar, ele havia guardado em uma conta o dinheiro que o pai lhe dava por mês e era com esse que estavam vivendo, pelo menos até então. Os pais de ambos não os procuraram, nem ao menos para saber se estavam vivos, no fundo, era melhor, eles precisavam de um tempo, os jovens entendiam que haviam cometido um erro gravíssimo ao passar por cima de suas famílias, no entanto, o erro mais lindo da vida deles. Não se arrependiam.
   suspirou fundo quando ouviu a porta ser aberta, pôs o livro que lia e a caneca com café em cima da mesinha da sala e foi ao encontro do marido, estava ansiosa para vê-lo, sempre estava, mas naquela manhã tinha um motivo especial.
  - ? – ele disse, a voz animada não escondendo a alegria que sentia, tinha saído pela manhã em busca de um estágio como advogado, talvez até um emprego como garçom, precisavam de dinheiro para se manterem em Nova York
   – Amor – disse contente ao encontra-la, abraçou-a e a girou no ar, ela gargalhou. apenas pensou no quão gostosa era aquela gargalhada – Tenho uma novidade – disse, colocando-a no chão.
  - Eu também. Quem fala primeiro? – ela disse, empolgada, ansiosa, será que ele gostaria?
  - Fala você – respondeu.
  - Tem certeza? – perguntou, estava mais nervosa agora, havia esperado a manhã toda para contar aquela notícia, mas e se não gostasse? Afinal, eles haviam sido expulsos da casa dos pais, estavam casados e morando em um pequeno apartamento. Era mesmo a hora certa? Dane-se, nunca houve hora certa para eles dois, ela pensou.
  - Tudo bem, ok, então, me dê sua mão – olhou confuso, mas fez o que a esposa pediu, segurou sua mão e a posicionou em cima de sua barriga. Sim, tinha percebido que a mulher tinha ganho uns quilinhos nas últimas semanas, mas era possível aquilo? – Está sentindo? – disse, a voz já um pouco fraca, queria chorar.
  - , o que você quer dizer com isso? – tinha lágrimas nos olhos dele, não podia acreditar, aquilo era mesmo possível? Merda, ele ia ser pai?
  - Pelas minhas contas – ela parou, fazendo uma conta mentalmente – bom, vai demorar um pouco, mas daqui a uns 6 meses...
  - Você está esperando um bebê? Um bebê meu e seu? , isso é verdade ou apenas uma brincadeira sua? – perguntou, menos confuso que antes, mas nervoso, feliz, ansioso, tantos sentimentos que ele se quer sabia descrever.
  - Eu não costumo brincar com coisas sérias, , você vai ser pai – a esposa falou alegre, ainda segurando a mão dele em sua barriga, pelas contas de , haviam concedido o bebê na noite anterior a que se casaram. Aquilo era mágico – E a sua notícia, qual é?
  - Espera – ajoelhou, encostando o ouvido na barriga de , ainda não conseguia acreditar – Você está mesmo grávida? – ela fez que sim com a cabeça e no segundo estava sendo girada no ar outra vez, em uma empolgação que ela nunca havia visto antes, suspirou aliviada, a notícia o havia deixado feliz.
  - Você disse que tinha uma novidade, me conta, amor – ela insistiu.
  - Eu consegui um emprego, em um escritório de advocacia. É o momento perfeito, amor – abraçou-a outra vez, e mais uma, e outra vez, tudo acontecera rápido, porém no momento certo.
  - Devemos contar aos nossos pais? – a esposa perguntou, desde a tarde do casamento não tinha contato com os pais, apenas conversava com a irmã Eve vez outra, ela tinha planos de visitar Nova York.
  - Depois, nós vamos comemorar agora – disse, puxando-a pelo braço em direção do quarto, depositou um beijo lento e quente no pescoço da esposa, fariam amor aquela tarde, depois sairiam, talvez fosse ao shopping, a uma loja de roupas para criança, era esse o plano de para aquela a tarde. A tarde perfeita, nunca se sentira tão feliz como naquele dia. Ele seria pai, de um filho de . O destino de ambos estava cruzado desde muito cedo, concluiu ele.

FIM



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