I'm Not Scared Of Love (Not Anymore)

Escrito por Áurea Almeida | Revisado por Mariana

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  Praia, sol, calor. Poderia ser descrito como farra, diversão, para vários adolescentes com a idade deles. Mas eles eram diferentes. Não faziam questão de estar numa praia famosa, tomando um bronzeado, ou se divertindo com a galera. Eles preferiam ficar ali, naquela praia particular, andando de mãos dadas, chutando a areia e observando o céu com o seu tom de azul mais bonito. Eles poderiam ser facilmente confundidos com um casal apaixonado, que aproveitavam seu sábado de uma forma simples, porém, do jeito que sempre apreciaram. mantinha suas mãos ao redor da barriga de , seus cabelos loiros esvoaçavam-se no vento forte daquela manhã de calor. Ela possuía um sorriso satisfeito nos lábios, como se tudo que estivesse acontecendo lhe fazia bem. Ela encostou sua cabeça no braço do namorado e continuou andando. estava somente de bermuda, estava louco para que o sol ficasse mais forte, para poder entrar naquele mar que parecia gritar para ser utilizado. Quando ele sentiu a sua garota encostar-se em seu braço, ele não desejou mais nada, a não ser viver esse momento para sempre. Poxa, ela parecia tão feliz! Ele a amava. De todas as maneiras possíveis. Amava o jeito dela de ser, amava quando ela ficava nervosa com ele, amava o jeito com que ela se enrolava com as palavras e, mais do que tudo, amava a timidez que ela tinha para falar com alguém desconhecido - ainda mais se esse alguém for um homem. E ali, naquele momento, ela parecia tão mais vulnerável do que já costumava ser, parecia que ele tinha a necessidade de defendê-la para sempre. Mas, ao mesmo tempo, ele se sentia estúpido, estúpido por não ser capaz de fazê-la se sentir confortável ao bastante de lhe dizer que o ama. Mal sabe ele que, todas as noites, ela se tortura pelo mesmo motivo.
  - Você ouviu o que eu disse, ? - A garota perguntou, erguendo o pescoço para poder observar o rosto do rapaz.
  - Desculpe, amor, eu estava distraído. - Ele sorriu, aquele sorriso que deixa qualquer garota hipnotizada. E , por sua vez, não seria diferente.
  - Eu perguntei se a gente poderia se sentar. Minhas pernas já estão doendo.
  - Claro que sim!
   puxou a garota para baixo e ela se sentou, enroscando sua mão na do menino e deitou sua cabeça no ombro dele. Ela estava nervosa, queria estar pronta para dizer aquilo que queria há tanto tempo! Oras, eles namoravam há um ano e ela não fora capaz de dizer as três palavras que qualquer pessoa, hoje em dia, diz. Ela queria mostrá-lo que, não importa se ele fale, ou não, ela vai continuar amando-o. Tantas pessoas dizendo por aí que amam umas às outras, mas da boca pra fora, sem sentir sequer um sentimento por ela. E ela ali, tentando dizer, tentando demonstrar o que sentia, e não conseguindo. Ela queria mostrá-lo que ele a fazia forte, que sem ele, ela não era nada. Sem ele, ela era só mais uma garota afundada na própria solidão. Mas ela não conseguia, ela não conseguia falar aquilo. Talvez por experiências passadas, com certeza, por experiências passadas. Ela tinha medo. Medo de ter seu coração partido mais uma vez. Parecia tão errado dizer um mero "eu te amo" para a pessoa que ela mais se importava naquele mundo? Maldito medo! Maldito receio de não receber um gesto parecido. Às vezes, ela se perguntava, se ele estranhava quando ela falava "eu preciso de você", sem ao menos conseguir pronunciar um "eu te amo". Será que ele acreditava? Ou será que ele pensava que era da boca pra fora? Porque, realmente, ela precisava. Precisava mais do que tudo. Ela era dele, de corpo e alma.
  - ... Hm, eu quero ir pra sua cabana. - pronunciou, se referindo à casa que tinha, no alto da montanha, naquela praia.
  - Mas já? Pensei que ficaríamos para mergulhar um pouco. - fez uma carinha de "por favor, por favor" e não resistiu - Tudo bem, tudo bem. Vamos, vai.
   se levantou, e ajudou o rapaz a fazer o mesmo. Ele a aninhou em seus braços e caminharam até a cabana. Mas, antes de abrir a porta, a beijou apaixonadamente. posicionou suas mãos nos cabelos do garoto, fazendo carinho, enquanto possuía seus lábios nos dele. Ela sabia o que ele queria, e não tinha como adiar mais. Entretanto, ela não sabia como reagir.
   abriu a portinha com o pé, e a pegou no colo, sem separar sua boca da dela. entrelaçou suas pernas ao redor da cintura do namorado e seus braços ao redor do pescoço dele. a deitou delicadamente no colchão que eles mesmos haviam deixado ali mais cedo, e separou a boca da namorada, levando seus lábios, agora, para o pescoço da mesma. Ela usava um vestido tomara-que-caia e aquilo só tornava seu membro ainda mais convidativo. Ele percebeu que ela se sentia meio desconcertada, meio sem saber o que fazer. Mas sabia, também, que ela estava querendo aquilo tanto quanto ele. Há tempos ele esperava por isso, mas estava esperando-a assumir o "eu te amo", mas estava demorando demais, e ele ressentia esperar muito e fazer alguma coisa com que se arrependesse mais tarde.
   estava com o coração na boca. Estava preparada para se entregar a ele, mas também se sentia preparada para dizer o que tanto queria. Mas não sabia se já deveria falar, ou se esperava aquilo tudo acabar. Mas foi quando começou a puxar o vestido dela para baixo, que ela interveio. Ele, de súbito, parou. Pensou em ter ido rápido demais, pensou ter a assustado, pensou em ter a machucado, de alguma maneira. Mas ela sorriu para ele. Aquele sorriso que derrete qualquer cara, até os mais cafajestes. Ela agarrou seu rosto com suas duas mãos, e o puxou para cima, ficando cara-a-cara com ele. Ela suspirou, fechou os olhos, e suspirou mais uma vez. Estava pronta.
  - Bem, eu venho ensaiando isso há muito tempo. Sempre que tento falar, algo sai errado, eu me embaraço, sei lá, você sabe... Eu tenho um pouco de problema com as palavras. - Ela riu, e ele a acompanhou, sentindo seu coração pular dentro de si. Será que ela iria falar aquilo? - Sabe, desde quando nos vemos, naquela festa de formatura, você me conhece... Sabe que todos os namorados que tive que não foram muitos, mas enfim... Todos os namorados que tive me fizeram, de algum jeito, sair machucada do relacionamento. Eu estava em pedaços, totalmente quebrada, desamparada... E você me fez perceber que devemos seguir em frente, me fez perceber que não temos que ter medo de nos apaixonar mais uma vez. Me mostrou que não devemos ter medo do amor. E isso, no começo, foi difícil. Mas eu percebi que poderia amar novamente, e que eu poderia amar você. Mas isso não foi tão difícil quanto está sendo para eu dizer aquelas três palavrinhas, e, não importa se eu sairei mais uma vez com o coração partido, pelo menos, eu terei tentado. Bem, antes de você me ajudar a me transformar em uma mulher, antes de você me ajudar a dar um grande passo em minha vida, eu gostaria de lhe dizer que eu te amo. Eu te amo mais que tudo, e que sem você, eu sou uma pessoa completamente vazia. Eu te amo muito, você é como meu ar. Meu tudo. Você é quem me faz forte, me faz seguir em frente.
   sorriu, sentindo uma lágrima rolar em sua bochecha. Então era isso. Ela era, oficialmente, dele. Ele sorriu mais uma vez, antes de juntar seus lábios com o dela. Quando faltou ar, e os dois se separaram, ele sussurrou:
  - Eu te amo, . Te amo muito mais do que pode imaginar. E, se tem alguém com quem eu possa dizer que eu prefiro morrer do que ficar sem, essa pessoa é você!

FIM



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