I Love You Long After You’re Gone
Escrito por Gabriela Furtado | Revisado por Júlia
Capítulo. 01 - Please don’t freak oh I killed another women back in 1993
As roupas jogadas ao chão indicavam a noite que Danny e haviam tido após ele anunciar a promoção para subgerente da empresa onde trabalhava há sete anos.
Danny abriu os olhos vagarosamente e viu que horas eram no relógio ao lado da cama. 04h21. Suspirou e virou para observar o corpo nu da esposa, deitada ao seu lado. Passou a mão pelo corpo de e beijou-lhe a omoplata, o choque do corpo frio contra seus lábios o surpreendeu. Ao puxar a mão de volta, pode ver um líquido vermelho escorrendo pelos dedos. Prendeu a respiração, virou o corpo da esposa de frente para ele e sentiu a garganta arder, ao gritar com toda sua força.
- ! – ele dizia. – Por favor, não me deixe. , minha ... – as lágrimas começaram a cair rapidamente, enquanto ele vestia as boxers e corria para encontrar o telefone, talvez ainda não fosse tarde demais, talvez ele ainda pudesse ligar para a emergência, talvez ainda pudesse salvá-la.
Danny não acreditava que aquela era a sua esposa, o corpo dilacerado o fazia pensar se era a mesma garota que ele havia conhecido anos atrás. Se não fosse pelo cheiro...
- 911, qual a sua emergência? – ele ouvia a voz da garota do outro lado da linha.
- Minha esposa, ela foi... Ela foi assassinada – Danny não conseguia acreditar nas próprias palavras.
Depois de dar as coordenadas até sua casa, o homem andou até o quarto e observou o corpo da esposa, escutando a ambulância chegando ao longe.
- , não me deixe... – ele falou quase como uma súplica.
O corpo da garota estava cortado nas articulações de todo a sua extensão. Os 4 litros de sangue existentes no corpo de ainda escorriam, formando uma poça embaixo dela. Seus olhos estavam abertos encarando alguma parte do teto. A pele de seus pés e mãos tinham sido raspadas quase completamente deixando-os em carne viva, ainda sangrando e ficando cada vez mais vermelha.
Flashes da noite passada o atingiram. Via-se bebendo doses e doses de whisky, gritos direcionados a sua esposa, um tapa direcionado ao rosto de , lágrimas caindo do rosto dos dois e depois ele a agarrando e beijando-a, ferozmente.
Danny sentiu uma pontada forte na cabeça, só uma pequena lembrança das bebidas na noite anterior. Olhou para as próprias mãos e se perguntou se teria realmente feito aquilo com a esposa. Ele seria capaz disso? Amava como nunca havia amado alguém, mesmo com todos os problemas que apareceram depois do casamento. Porém, por mais que tentasse, não conseguia lembrar-se de nada depois do beijo. Talvez até conseguisse lembrar-se das roupas sendo jogadas ao chão, mas nada depois disso. Seria ele capaz de matar a própria esposa?
- Meu Deus, o que eu fiz? – sussurrou no mesmo momento em que ouviu a sirene em sua porta.
A luz piscava acima da mesa em que Danny se encontrava sentado. A parede de vidro, mais as cadeiras e mesa metálicas deixavam tudo mais real. Jones estava lá para o detetive o interrogar sobre o assassinato de sua esposa. Era o principal suspeito.
- Bom dia, Sr. Jones.
- Bom dia, detetive Westerfeld.
Logan Westerfeld estava cuidando do caso “ Jones” há uma semana e o seu primeiro suspeito tinha sido o marido da vítima.
- Então, vamos começar pelo mais simples – Logan sentou na cadeira do outro lado da mesa, de frente para Danny. – Como conheceu ?
Danny pensou e sorriu. Não estava mais na mesa junto ao detetive. Encontrava-se em uma sala de aula, anos atrás, ao seu lado estava seu melhor amigo, Tom Fletcher que fazia alguma piada junto ao garoto da frente, naquela época não sabia que seu nome era Harry. A professora pedia para todos fazerem silêncio, porque ela tinha algo importante para falar.
- Meninos! – ela falou, olhando para Harry e Tom. – Bem, quero apresentar a aluna nova, .
entrou na sala e sorriu e boa parte dos garotos sorriu de volta, quer dizer, você sorriria se fosse um garoto de 17 anos e entrasse uma garota com aqueles cabelos, olhos e corpo. A tal de , andou e sentou ao lado de Danny, sorrindo para o mesmo.
- Estávamos na página 137 – o menino falou, quando percebeu que a garota parecia perdida.
- Ah, obrigada.
- Sou Danny – ele estendeu a mão.
- Sou , como você deve ter ouvido – ela falou após apertar a mão de Danny e sorrir.
- Jones? – Danny escutou a voz de Westerfeld. – Jones!
- Desculpe-me Westerfeld – Danny falou com um sorriso irônico. – Me perdi em pensamentos.
- Não importa... Então, como conheceu a vítima?
- Nos conhecemos no colégio – falou, sem detalhes.
- Hm... Fale-me sobre .
- Não vejo porque isso seja preciso.
- Só responda Jones!
- Minha esposa era a mulher mais linda que eu já vi – Danny falou com certa tristeza. – Ela era a única parte boa do meu dia e eu contava os segundos para chegar em casa para vê-la.
- Não perguntei como se sentia em relação a ela. Pedi que me falasse algo sobre ela. – Westerfeld mexia nos papéis em cima da mesa.
- ... – Danny falou, com raiva. – Era uma ótima pessoa, ela se importava mais com os outros do que com si mesma, acho que era seu único defeito. O seu céu poderia estar desabando, mas ela o seguraria por você. Quem diz que ninguém é perfeito, não conhecia minha esposa.
- Você parece ter amado ela.
- Eu a amo, sempre amei e sempre amarei – ele falou, deixando uma lágrima tímida escorrer pela bochecha.
- Então por que você a mataria? – o detetive parecia mais frio do que nunca.
- Eu não a matei – Danny sussurrou. – Se eu a tivesse matado, não teria ligado para a emergência.
- Foram encontrados hematomas no corpo de . Os mesmo foram obtidos por agressão.
- ELA FOI ASSASSINADA! – Danny gritou. – O ASSASSINO FEZ O QUE QUERIA COM ELA!
- Claro que fez – Westerfeld estava mais calmo do que nunca. – Alguém lhe falou que foi confirmado o estupro na vítima?
- Não a chame de vítima – ele falou.
- E também foi encontrado um corte na virilha da sua esposa – Westerfeld mostrava fotos, enquanto falava. – Um corte profundo o suficiente para chegar ao osso. Enquanto ela estava viva.
- EU NÃO MATEI A MULHER DA MINHA VIDA!
Capítulo. 02 - You can’t get rid of it cause you remember it all too well
Mais uma semana se passou e a repercussão do caso estava pior do que nunca. O mundo todo havia visto as fotos do corpo dilacerado de , que haviam passado em todos os jornais. Jornalistas acampavam no gramado de Danny, o impedindo de sair (não que ele tenha tentado mais de duas vezes). Era dia 11 de julho, aniversário de cinco anos de casamento de e Danny, mas também o primeiro dia do julgamento do assassinato da tão famosa “ Jones”.
- Danny! – ele ouviu a voz de e por um tempo, pensou ter enlouquecido, mas tinha entrado em uma memória. – Danny!
- O que houve meu amor? – estavam na cozinha do primeiro apartamento de .
- A torneira! – Danny olhou para ela e pôde perceber que a torneira tinha quebrado e a água jorrava para todos os lados. A menina já estava molhada da cabeça aos pés.
Danny a encarou e riu da expressão desesperada da garota. A abraçou por trás, beijando-lhe o pescoço, a fazendo parar a tentativa frustrada de parar a água jorrando, apenas com as mãos.
- Danny... – falou quase em um sussurro. – Você tem que ajeitar a torneira!
- Uhum – Jones falou, sem sair do lugar embora já estivesse todo molhado.
- Danny! Estou falando sério! A casa vai ficar toda molhada – ela falou e se soltou. – Vou tomar um banho quente, para não ficar gripada e você vai consertar a torneira.
- Também posso ficar gripado!
- Então, sugiro que conserte logo a torneira e vá tomar banho.
- Posso tomar um banho com você – ele falou a puxando pelo braço e beijando-lhe o pescoço outra vez.
- Danny! – ela se soltou e sorriu maliciosamente.
- O que foi?
- Conserte a torneira e podemos resolver seu problema mais tarde – com isso, saiu da cozinha e Danny, sorrindo, foi consertar a torneira.
Minutos depois, estava na sala vendo televisão enquanto esperava Danny terminar o conserto.
- ? – ele a chamou.
- Oi, amor – Jones foi até o sofá e a abraçou.
- DANNY SAI! VOCÊ ESTÁ TODO MOLHADO! – ela se levantou e o ficou encarando. – Acabei de tomar banho.
- Então é melhor correr – ele sorriu e saiu correndo pela casa.
Enquanto Danny corria atrás dela com os dois rindo incontrolavelmente, tudo no que ele conseguia pensar era o quanto amava a amava. Ele nem lembrava quando tinha se sentido tão feliz. Por um minuto, o garoto não prestou atenção e tropeçou na ponta do tapete. Ao ir em direção ao chão, se apoiou em que acabou caindo também. Enquanto Danny estava por cima dela, porque foi como ficaram ao cair, ele só conseguia pensar em como aquilo era clichê e no quanto ele amava viver essas coisas clichês junto a ela. Ele sorriu e encarou os olhos da menina.
- Casa comigo – Danny falou, mais baixo que um sussurro.
Jones se obrigou a voltar para a realidade.
- Daniel – ele virou. – Temos que ir.
Danny acompanhou o advogado até o carro, que o levaria para o tribunal, em silêncio, ignorando os repórteres no quintal que gritavam perguntas.
- Danny, antes de você falar qualquer coisa que seja, fale comigo – Wayne, o advogado, falava todas as coisas que eles fariam no tribunal. Embora estivesse balançando a cabeça afirmativamente, já estava longe dali outra vez.
- Eu lhe escrevi uma música – estavam no porão da casa dos pais de .
- Achei que o compositor oficial da McFLY fosse o Tom.
- Tenho certeza que a minha inspiração está melhor do que a do Tom, esses dias – ela riu.
- Então, cante a sua música.
- Não está pronta ainda.
- Dan, canta...
- Como posso eu dizer não para você?
Danny pegou o violão que estava ali perto e criou coragem para tocar os primeiros acordes de Obviously.
Recently I've been
Hopelessly reaching
Out for this girl
Who's out of this world
Believe me
She's got a boyfriend
He drives me round the bend
Cos he's twenty three he's in the marines
He'd kill me
O garoto cantava sem desviar o olhar de . Queria que naquele momento ficasse claro o que estava subentendido nas últimas semanas.
And so many nights now
I find myself thinking about her now
'Cos obviously she's out of my league
But how can I win
She keeps dragging me in
And I know I never will be good enough for her (no, no)
I never will be good enough for her.
- Foi tudo o que eu escrevi até agora... – ele falou, colocando o violão de lado. – Falta boa parte ainda, acho que nem se pode ter uma ideia de como vai ficar nem nada.
- Danny – ela sorriu e o encarou. – Cala a boca.
Depois disso tudo o que o garoto viu foi que estava beijando . Havia esperado tanto por aquele momento. Podia fazer meses, mas ele nunca estaria pronto para aquilo. Danny podia sentir casa célula do seu corpo.
- Sim, você é bom o suficiente para mim – falou, quando os dois pararam para respirar.
- Chegamos Danny.
Os dois saíram do carro e entraram no prédio, onde estava localizado o tribunal, evitando os repórteres outra vez.
- Danny? – ele virou e pôde ver a mãe de . – Você sabe que eu acho ridículo estarem lhe acusando, certo? Você nunca faria aquilo com a . Você a amava mais do que tudo. Era possível ver isso só pelo jeito que você a olhava – a Sra. estava com os olhos embaçados. – Não achava que conseguiríamos viver em um mundo sem ela, mas agora vamos precisar viver – Danny sorriu e abraçou a sogra.
- Eu ainda a amo, . Para sempre – alguém chamou a mulher.
- Tenho certeza que ela ainda o ama também – falou e saiu.
Enquanto caminhava para o centro do tribunal, onde ficaria de frente para o juiz (que já havia chegado), Danny se permitiu lembrar, mais uma vez, da esposa, antes que o acusassem de ser o responsável por sua própria infelicidade.
Estavam deitados na grama do parque da cidade, olhando para as estrelas. Haviam feito todas essas coisas clichês desde o dia no porão de , quando ela o beijou.
- Você quer ser minha namorada? – Danny falou, sentindo-se bobo ao fazê-lo.
- Achei que já estivéssemos namorando.
- Tecnicamente não – ele riu. – Eu nunca havia pedido.
- Ótimo – ela falou, divertida. – Porque já estava me sentindo culpada por ter ficado com o Dougie ontem.
- Como é? – Danny a encarou – ! Você não fez isso, fez?
- Fiz! E ele é mais experiente que você – Danny encarou a “namorada”, perplexo. – Danny! Você realmente acreditou? – ria descontroladamente.
- Você ainda vai me matar, ! – Danny riu.
- Ah, não se preocupe – ela o abraçou. – Se algum dia um de nós matar o outro, tenho certeza que será você, o assassino. E sim, eu aceito ser sua namorada.
Danny levantou a cabeça, obrigando as lágrimas voltarem. O julgamento ocorria há algum tempo, quando o juiz falou que era vez dele de ir para frente. A promotora se levantou e o encarou.
- Jones, por que você a matou? – ela perguntou.
- Eu não a matei – Danny falou, tentando acreditar nas próprias palavras.
- Jones foi estuprada antes da morte – ela agora falava com o júri. – O que aconteceu foi que o Sr. Jones, aqui, chegou bêbado em casa e queria uma noite mais animada. A nossa vítima...
- Não a chame de vítima.
- Não queria – ela o ignorou, outra vez. – Ele foi à cozinha e cortou as articulações do corpo, e lembrando-se de todas as brigas, ele não conseguiu parar e tirou a pele das mãos e dos pés logo após cortar a virilha da vítima.
- NÃO A CHAM DE VÍTIMA! – Danny gritou. – ELA TEM UM NOME, JONES, NÃO VÍTIMA! CHAME-A PELO NOME!
- Você parece realmente se importar com ela – a promotora o encarou mais fria do que nunca. – Sr. Jones, você sabia que estava grávida?
- Grávida?
- Sim, grávida. Dois meses, já – Danny se levantou e saiu correndo do tribunal, sem se importar com as pessoas o chamando.
[coloque para tocar]
Danny sentou no primeiro da escada na entrada do prédio. Pela primeira vez desde a morte de , ele se deixou chorar e realmente sofrer sua perda. E pela quarta vez, naquele dia, Danny se viu longe dali. Faltavam três meses para o seu casamento e ele estava no sofá da sua antiga casa, com .
- Se tivermos uma filha, ela vai ser igual a você – Danny pensou alto.
- Tem certeza que quer outra eu? – sorriu.
- Tenho – ele sorriu junto. – Qual seria o nome dela?
- Eu gosto de .
- é um lindo nome – Danny concordou. – E se fossem duas?
- Você pode escolher esse, já escolhi mesmo – ele riu, sabendo que no fim a menina escolheria.
- Obrigado pela gentileza – riu. – Hm que tal Felícia?
- Não! Felícia e não dá certo.
- Ok! Talvez Heather?
- Heather é um a se considerar – ela brincava com os dedos dele. – Mas o que você acha de ?
- é um bom nome. Eu gostei.
- Mas, Danny, e se for um menino?
- Quem sabe ?
- Eu gostei de ! – sorriu. – Quantos filhos nós teremos, Dan? – sorriu, amava quando a garota o chamava assim.
- Eu quero muitos filhos – ele mexia no cabelo dela.
- Eu quero no mínimo quatro – sorria.
- Vamos ter filhos logo depois que casarmos.
- Sim – ela o olhou. – Eu amo você, Dan.
- Eu amo você, – ele beijou a testa dela. – E amo muito mais os filhos que um dia teremos.
Danny chorava silenciosamente enquanto as memórias tomavam conta de sua mente sem pedir permissão.
- Não se preocupe – Danny a abraçava. – Vamos continuar tentando.
- Já faz três anos, Danny – falou com a voz embargada por causa do choro.
- E vamos tentar mais três anos se preciso for. Não chore , por favor. Podemos sempre adotar.
- Mas eu quero a e o . – falou chorando cada vez mais.
- E nós teremos, . Não fique assim – ele beijou o topo da cabeça de .
Começou a chover, não só deixando Danny totalmente molhado, mas camuflando as lágrimas que não paravam de cair. Ele pôde sentir alguém lhe puxando para dentro do edifício.
- Danny, vamos. Você tem que entrar – ele achou ter enlouquecido, ouvia a voz de . – Vamos, meu filho. Volte para lá, o juiz deu intervalo de 15 minutos quando você saiu – Danny já estava dentro do prédio quando olhou para quem estava lhe segurando.
, a mãe de , olhava carinhosamente para o genro em sua frente. Isso explica o motivo de Danny ter pesando que fosse sua esposa. Sempre ficara abismado por as duas parecerem tanto. Sem pensar, abraçou a mulher em sua frente e chorou compulsivamente.
- Eu sei Danny, eu sei – ela falou enquanto alisava a cabeça dele.
- Ela não vai mais voltar. Eu preciso dela aqui. E era o ou a ali, mas nenhum dos dois vai voltar. Eu devia ter salvado ela, como eu pude não acordar durante o assassinato dela? – ele falava rápido. – Eu não sei o que fazer, continuo vendo o corpo dela cortado e sangrando. Acho que estou enlouquecendo. Eu preciso dela aqui, , eu preciso dela.
- Danny, sente-se aqui. Vou pegar um copo d’água para você – o homem se sentou no banco ali perto e colocou as mãos no rosto, sem parar de chorar.
- Vamos, !
Estavam indo para a casa de Tom, era ensaio da McFLY. Danny corria para tentar escapar da chuva.
- Para que tanta pressa, Dan? – ela andava vagarosamente.
- Porque vai chover. Olhe para cima – o fez e viu as nuvens cada vez maiores.
- Você não vai desmanchar se tomar banho de chuva – ela estendeu a mão. – Vem, eu só quero aproveitar esse momento. Fazer durar para sempre – ele sorriu e voltou para onde ela estava, segurando-lhe a mão. – Podíamos ter 17 para sempre.
- Mas aí nós nunca casaríamos – Danny falou, rindo.
- Nem sabemos se vamos lembrar um do outro daqui alguns anos – ela o olhou.
- Não só lembrarei-me de você, como ainda lhe amarei.
- Como eu conseguiria viver sem você, Dan? – ela falou e o beijou.
A chuva começou a cair, mas não atrapalhou o casal de namorados. Quem passasse e olhasse na direção deles, poderia ver todo o futuro que e Danny teriam juntos. Dois filhos, um menino e uma menina, quem sabe até um cachorro. E era o futuro que os dois queriam, não seriam felizes com qualquer outro no qual não estivessem juntos. Talvez você pense que se eles soubessem o futuro que iam ter, nunca tivessem dito o primeiro “olá”, mas o amor que um sentia pelo outro, conseguiria fazer valer a pena cada pontada de dor. Eles sabiam quão errado seria sacrificar os bons momentos pelos maus.
Capítulo. 03 - When enemies are at your door I'll carry you away from war
Fazia cinco dias que o julgamento de Danny havia terminado. Com ele sendo inocentado, as buscas voltaram ao nada e o detetive Westerfeld não poderia estar mais frustrado. O relógio marcava 09h00, o que não impedia Danny de entornar uma garrafa de whisky.
- Você não deveria beber essa hora – ele virou e viu a sogra ali. – Vai acabar virando um viciado.
- Perdi o emprego por ser acusado de matar a minha esposa e filho – ele falou, bebendo mais um gole. – Não me importo mais com muita coisa.
- Você pode casar outra vez, sabe disso – ela entrou e sentou na poltrona da sala, de frente para Danny.
- Casarei de novo, em outra vida, com sua filha mais uma vez – a garrafa esvaziou, quando ele bebeu mais um gole. – Droga – Ele resmungou e procurou a bebida com maior teor alcoólico, na casa.
- Pare com isso, Daniel! Você está se acabando! – ela falou quando viu pegar a garrafa de tequila. – A lhe mataria se o visse fazendo isso.
- Mas ela não está aqui, está?
- Danny, pare com isso – ela o direcionava um olhar materno. – Você tem que continuar com a sua vida. Vai acabar se matando.
- Se eu me matar, talvez vá para o inferno e tenho certeza que lá é o lugar mais distante da sua filha.
- Não falarei mais nada, Danny. Você tem 27 anos, sabe o que faz da sua vida – ela começou a procurar algo na bolsa. – Antes de morrer, foi à minha casa e me falou que se algo acontecesse com ela, eu deveria lhe entregar essa carta – ela falou estendendo o envelope. – Ela estava nervosa e falava rápido, perguntei o que tinha acontecido, mas ela não falava.
- Por que não me entregou isso antes? – perguntou Danny, excitado por ter algo de consigo.
- Ela me pediu para esperar um tempo, não o fazer imediatamente – ela o olhou e viu que não prestava atenção nela e sim na carta. se levantou indo embora. – Vou deixar você só. Cuide-se, Danny – ela falou e beijou o topo da cabeça do homem ali sentado.
Danny esperou a Sra. sair para abrir o envelope. Sorriu involuntariamente ao ver a letra de no verso do mesmo, formando seu nome. Ao abrir, pode ver o quão grande a carta era.
“Dan, se você está lendo isso, significa que o que eu previa, aconteceu. Não espero que você se vingue ou algo assim, só lhe contarei o que vem acontecendo. Há algum tempo James Bourne me procurou e perguntou como eu estava se tinha casado, sobre filhos, basicamente sobre toda a minha vida. Ele me chamou para tomar um café e nós conversamos. Acabei falando dos nossos problemas para ele. James ficou com raiva, queria que eu me separasse de você e casasse com ele. Falei que aquilo era ridículo, que fazia 12 anos que eu não o via e, principalmente, que eu amava você. Ele ficou furioso e falou algo como ‘Se você não ficar comigo, não fica com ninguém’. No começo, achei que ele não faria nada, mas um tempo atrás comecei a sentir que eu estava sendo seguida. Às vezes, quando eu chegava à casa a porta estava aberta e eu via o carro dele na nossa rua. Ontem, eu vi uma sombra dentro da nossa casa. Não falei sobre nada disso com você, porque estás sempre trabalhando demais ou bêbado demais para me ouvir. E acho que você também não sabe quem é James Bourne. Ele foi meu namorado em Wolverhampton, a gente terminou porque eu fui morar em Londres. Não foi amigável, James queria que morássemos juntos, não queria que eu me mudasse. Mas eu precisava por causa dos meus pais. Não lhe contei sobre ele, pois James não era algo do qual eu gostasse de lembrar. E, sim, acho que quem me matou (embora essa frase não faça sentido) foi ele. Deixando de lado meu ex-namorado psicótico... Dan, quero que você saiba que eu não lhe culpo por nada. A gente sonhava com a vida perfeita e não é culpa sua se não a conseguimos. Também entendo todas as noites que você chegava tão bêbado que nem lembrava seu nome e vomitava o banheiro inteiro, que eu tinha que limpar no outro dia. Quer dizer, você teve seu pai batendo na sua mãe, o McFLY não dando certo, a morte da Vicky e de sua mãe. Eu entendo Dan, eu realmente entendo. Como eu entendo que você me ama, assim como eu amo você. Tem outra coisa que quero lhe contar. Estou grávida (ou estava). Finalmente conseguimos a (ou o ), meu amor. Eu pretendia lhe contar daqui há uma semana, que é quando eu vou fazer a ultra som. E, por favor, Dan, não desista da vida. Por mim, Dan. Continue a sua vida, talvez até case outra vez, não me importo. Apenas continue sua vida e seja feliz. Principalmente, seja feliz. Por Deus, Dan! Preciso que você seja feliz, como eu nunca o consegui fazer. Tenha a , o . A única coisa que lhe peço para não fazer é desistir e esquecer que eu amo você. Eu amo você, Dan. Sempre amei e sempre amarei. Daniel Jones, você foi o homem da minha vida. Você e o nosso querido . Mas, infelizmente, o nos deixou anos atrás. A gente foi tão feliz, Danny, não deixe essa felicidade acabar. Eu ainda estou aí com você, ou estou ao menos nas letras de todas as músicas que você me escreveu. Você foi minha vida inteira, mas eu fui apenas um capítulo da sua. Só seja feliz, ok? Serei para sempre sua, mas não se permita ser para sempre meu.
Com Amor,
Sua .”
Danny falou com o detetive Westerfeld sobre James Bourne, que fez uma investigação completa sobre o homem que assumiu o crime e também assumiu ter colocado remédios para dormir na garrafa de whisky de Danny (o que explica o motivo dele não ter acordado), sendo condenado a 77 anos de prisão. O caso “ Jones” foi resolvido e ficou conhecido em todo o mundo. O corpo dela foi finalmente liberado para ser enterrado e a cerimônia aconteceria hoje.
Danny vestia um terno preto e colocou os óculos ao sair de casa. Estava nervoso com o elogio fúnebre que havia preparado assim que terminou de ler a carta da esposa.
- Danny! – ouviu assim que saiu do carro em direção ao cemitério. – Como você está, meu querido?
- Estou bem, . Por causa da , estou bem – Danny sorriu, abraçando a sogra. Viu Tom mais atrás e se despediu da mulher indo falar com ele.
- Tom! – Danny falou. – Eu ia lhe ligar, mas tive alguns compromissos.
- Tudo bem, Danny. Como você está? – Tom perguntou, com o olhar preocupado.
- Nos primeiros dias, eu tinha desistido, mas me deixou uma carta, e bem, você sabe como ela é sempre querendo que fiquemos felizes – Tom sorriu e Danny olhou para a menina ao lado dele. – Carrie, você está linda – falou, sorrindo. – Bem, tenho que me preparar para meu elogio fúnebre. Foi bom ver vocês.
Danny falou e se afastou indo ler pela 7ª vez o texto que havia feito. Tinham optado por fazer apenas o enterro, já que não era uma pessoa muito religiosa. Apenas três pessoas iam falar: Danny, e Tom, que era o melhor amigo da garota.
O enterro já havia começado quando Danny sentou em uma das cadeiras oferecidas. falou primeiro, deixando algumas lágrimas escorrerem ao falar dos primeiros passos de . Depois foi Tom, falando da maldita aula de História Mundial, que foi a primeira de junto a eles. Chegou a vez de Danny falar, sentia as pernas tremerem ao se levantar.
- ... – ele começou. – Foi a mulher mais interessante que cruzou o meu caminho. Como falei ao detetive Westerfeld, quem fala que perfeição não existe, certamente não teve a cruzando seu caminho. Antes de escrever o que estou falando agora, eu li o livro preferido dela, para ter alguma ideia sobre o que dizer. Nele tinha um trecho no qual dizia algo sobre alguns infinitos serem maiores do que outros. Então percebi que eu estava revoltado com o destino, por ter feito o nosso infinito, meu com , ter sido tão pequeno. é a mulher da minha vida, mesmo que tenhamos passado apenas o pequeno infinito de 10 anos, juntos. Agradeço por ter tido a sorte de conhecê-la, porque foi com ela que passei os melhores momentos de minha vida. Jones me mostrou que cada um de nós precisa de algo para ser feliz, e eu precisava dela. Ela era a minha felicidade, e não é a sua morte que vai mudar isso. Porque ela pode ter ido, mas me deixou com todas as lembranças que conseguimos criar durante nosso pequeno pedaço limitado de infinito. E por mais que o tempo passe e a vida continue, seremos um do outro, porque eu cheguei a conclusão de que nosso infinito ainda não acabou, só parou por um tempo e vai recomeçar algum dia. E é isso que somos, não sou meu e ela não é dela, somos nossos. Será sempre assim, não importando quanto tempo o meu infinito dure, pois o meu amor por ela é o maior infinito que conheço.

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