I Love... Sheeran

Escrito por LariP | Revisado por Pepper

Tamanho da fonte: |


Capítulo 1

  - Nossa mãe, você só inventa! – Disse emburrada empurrando as malas pelo aeroporto.
  - Ué , não é isso que você sempre quis? Ir para Inglaterra? Londres ainda! – Ela disse sem entender meu desânimo.
  - É né mãe, mas não com a senhora pra passar as férias com o tio Antônio.
  - Meu bem, já te disse... – A cortei antes de terminar.
  - Ok. Antony, agora é Antony. – Bufei forte deixando minhas malas ao meu lado. – Não entendo por que ele trocou de nome...
  - Já te disse filha, ele não trocou de nome, ele só... Tecnicamente “gringou” o nome. – Fez aspas no ar com a palavra inventada. Ri fraco.
  - Gringou... Certo né. – Fomos fazer o check-in e nos sentamos logo após. Ela retomou o assunto.
  - Sabe... Fica melhor pro trabalho.
  - O quê? Trocar de nome?
  - É.
  - O que o tio faz, hã?
  - Já te disse criatura, ele é produtor.
  - Do quê?
  - De música acho... Ah sei lá.
  - Isso porque é seu irmão, único irmão, e caçula... – Rimos juntas.
  - Não enche, vai!
  - Mãe!
  - O que é? Só você pode falar legal?
  - Tá mãe – Ri novamente. – Vamos logo.

  Eu só sei que dormi a viagem toda, devo estar o mais amassada possível, mas enfim... Vale a pena, né. Acordei com minha mãe me chamando, ela já estava de pé pegando as bagagens de mão. Só nós e mais um casal de idosos estavam dentro do avião. Levantei, coloquei meus óculos escuros, peguei minhas coisas e desci. Já na entrada do aeroporto vi meu tio apoiado num Porsche. Quando que meu tio ficou rico desse jeito pra ter um Porsche? Enfim né... Ele estava lindo, parecia britânico mesmo... Quem diria! Tirou os óculos escuros e abriu os braços na nossa direção.
  - Minhas garotas.
  - Oi nanico! – Mamãe o abraçou.
  - Nanico Regina, sério? Olha seu tamanho, sua anã! – Os dois riram descontrolados.
  - Certo né gente... – Pigarreei.
  - Minha linda! – Meu tio me abraçou.
  - Oi tio... Tio...
  - Pode ser Tony, se quiser.
  - Tá bom tio... Tony. – Forcei um sorriso. Ele riu mais.
  - Com o tempo você se acostuma.
  - Espero, porque né... – Ele bagunçou meu cabelo, colocou nossas malas no bagageiro e mandou nós entrarmos.
  - E aí garotas, como foi a viagem? – Ele perguntou sorrindo.
  - Boa, ótima. Agora me conta sobre a vida como gringo! – Minha mãe perguntou, parecia mais entusiasmada do que eu... Nota mental: aumentar essa minha empolgação. Depois disso meu cérebro entrou num estado de vegetação.
  Só “acordei” quando estávamos na porta do prédio onde se encontrava a cobertura do tio... Tony, não consigo me acostumar. Mas ele tava cheio da grana mesmo ein, caraça! O elevador dava num pequeno corredor particular onde havia a porta para o apartamento de número 16. Pelo que entendi, é um por andar, sendo o último duplex e do meu tio. O prédio é bem reservado (lê-se: caro demais pros outros).
  - E aí , gostou? – Meu tio disse esfregando as mãos ao sorrir.
  - Linda sua casa tio – Sorri tímida.
  - Que bom que gostou! Agora é sua por um mês – Ele pegou uma de minhas mãos e saiu me arrastando pra mostrar a casa. O que ‘tá acontecendo que todo mundo é mais animado que eu? – Agora só falta te mostrar seu quarto.
  - Tio é... – Disse ao entrar no quarto e visivelmente fiquei sem reação. – Lindo!
  - Tenho que confessar, sua mãe me ajudou.
  - Então agradeço aos dois – Disse lhe abraçando.
  - Certo, vamos lá para baixo. Tenho quase certeza que não comeram nada – Ele disse já lá embaixo.
  - ? Dormiu a viagem toda, essa previsível... – Revirei os olhos e ri em seguida com as palavras de mamãe.
  - Vai logo gente, eu realmente quero comer! – Rimos e seguimos para a cozinha.
  - Hey Anto – Minha mãe disse.
  - Anto? – Ergui uma sobrancelha.
  - Não comece a reviver apelidos de infância Gina – Meu tio caçoou.
  - Certo... – Ela riu, em rendição. – Tony... – Ele bagunçou o cabelo de mamãe. Esses dois juntos parecem crianças, pelo amor.
  - O que ia falar? – Ele perguntou.
  - Ah sim! Com o que trabalha mesmo?
  - Produtor... Musical.
  - Eu disse que era isso, !
  - Não mãe, você disse que ACHOU que era isso... – Ela riu.
  - Também serve, dá na mesma. Hey Anto.
  - Fala Gina.
  - Que horas são?
  - Deixe-me ver – Olhou o rolex no pulso. – Exatamente 7 PM. Hey garotas, vamos jantar fora hoje! Subam e se arrumem.
  - Tudo bem – Mamãe e eu dissemos e subimos. Mais ou menos uma hora depois nós estávamos já a caminho do restaurante.

Capítulo 2

  Acordei no outro dia com o cheiro de café expresso vindo da cozinha. Tomei meu banho e depois de pronta desci encontrando tio Antony ao celular apoiado no balcão.
  - Olá minha querida, dormiu bem? – Ele sorriu.
  - Sim – Disse pegando um biscoito do pote sobre a mesa. – E mamãe?
  - Tem café – Apontou a bancada com a cabeça, disse um “obrigada” singelo. – Saiu para fazer compras.
  - Mas já? – Ri colocando café na caneca.
  - Sim – Riu também. – Mas eu que pedi. Vão precisar de roupas que realmente esquentem num frio europeu.
  - Está bem então – Dei de ombros.
  - Desculpe Ed, estava falando com a minha sobrinha... Exato, a que veio do Brasil... Espere, não troque de assunto espertinho! Você está me devendo uma música, está certo garoto? – Ele parou como quem escutava a resposta e revirava os olhos, provavelmente em ouvi-la. – Não me dê desculpas Sheeran, eu quero uma música até o mês que vem!
  - Sh... Sheeran? – Falei um pouco alto demais.
  - É , Sheeran. Este sem-vergonha – Pareceu ouvir algo de novo e realmente o fez. – Sim, sem-vergonha! Faz música para Deus e o mundo, mas não faz um novo hit pra si mesmo há tempos... Sim Ed, tempos.
  - Tio!
  - O que foi agora? – Ele disse exaltado, porém lembrou que não era comigo que brigava. – Desculpe... Fale .
  - Não grite com Ed Sheeran.
  - Não me diga que é fã do Weasley – Ele revirou os olhos e eu ri.
  - Certo. Não digo – Ergui os braços mostrando inocência, nós dois rimos e o cara do outro lado da linha tentava chamar a atenção para si novamente.
  - Eu não vou mais discutir com você Sheeran! – Ouvi um “Por quê? Atendeu minha prece e não vai mais querer a música?” provavelmente de Ed. – Não. Porque quando discuto com você eu grito e pediu para não gritar com você... O que? Como? – Ouvi um grito do outro lado novamente, porém esse dizia “Pedi para agradecê-la!” e ri comigo mesma. – ‘Tá bom, ‘tá bom... Obrigado “Fala que fui eu quem disse, né!” – Obrigado, – Meu tio disse forçado. – By Edward Sheeran – Ri descontroladamente e ouvi
  - Fala que eu disse: não tem o que agradecer.
  - Ela disse que não precisa agradecer... – Tio Tony disse entediado. Sheeran começara a dizer “Ah... Fala que”, mas fora interrompido. – Parou os dois, não sou pombo correio! Agora vá escrever Edward. E você vá... Você não tem nada pra fazer, não é ?
  - Não tio – Ri um pouco.
  - Então... Sei lá! – ”Fala para ela escrever pra mim!” – Cala a boca e escreve Sheeran!
  Ri novamente, que engraçado. Meu tio brigando com Ed Sheeran pra este escrever um hit novo e... MEU TIO TAVA BRIGANDO COM O ED SHEERAN? Ele já tinha desligado o celular e ia em direção ao escritório.
  - Tio Antônio! – Corri até lá.
  - ! – Me repreendeu.
  - Antony – Revirei os olhos.
  - Agora sim – Nós rimos.
  - Você é produtor musical?
  - Sim.
  - E queria uma música de Ed Sheeran?
  - Exato.
  - Então você é o produtor musical responsável pelas músicas de Edward Sheeran?
  - Nossa !
  - O quê? – perguntei assustada.
  - Como você é inteligente! – Ele zombou.
  - Para poxa! – Rimos juntos e minha mãe chegou.
  - Uau! Que piada engraçada é essa? Contem-me!
  - Ele – Apontei meu tio. – É produtor do Ed!
  - O que tem? Aliás... Que Ed?
  - Mãe! Pelo amor de Deus! Edward Christopher Sheeran!
  - Quem? – Ela ergueu a sobrancelha, eu e meu tio reviramos os olhos.
  - Ed Sheeran Regina, Ed Sheeran.
  - Ah sim, é o ruivinho gato não é? – Esperou por uma resposta que não veio. – É um gato.
  - Tchau gente, foi demais pra mim. Vou pro quarto.
  - Mas já filha?
  - Melhor voltar a dormir, ou qualquer outra coisa...

  Já estava há três semanas em Londres com minha mãe e o tio Antony, tinha visitado boa parte dos pontos turísticos já. E pelo visto Sheeran ainda estava devendo a música pro tio Tony...
  - Sem desculpas, Weasley! E acho muito bom o senhor estar indo pra... – Parou de falar de repente e olhou o visor do celular. – Ed Sheeran desligou na minha cara? O falecido Ed Sheeran desligou na minha cara!
  - Não ouse fazer nada com meu ídolo tio!
  - Tudo bem , você não será a única a me odiar quando ler as manchetes nos jornais – Abriu um jornal imaginário nas mãos e continuou: - Ed Sheeran é morto por seu empresário e produtor musical Antony D’Ávila – Ri com a ‘manchete’.
  - Não sabia que também era empresário dele.
  - Pois disse muito bem: era. Pois Edward Sheeran é um homem morto e... – A campainha tocou.
  Continuei sentada no sofá com os pés na mesa de centro de frente para a TV com o notebook no colo, o celular na mão esquerda e a mão direita dentro do pacote de salgadinhos. Estava realmente lastimável: de regata branca e calça de moletom pelo menos dois números a mais que o meu.

  Edward POV.
  - Trouxe minha letra, garoto? – Tony disse indo para a sala. – Edward esta é . , Ed.
  - Eu falei que fiz metade da letra e... Ah, oi defensora! – Disse divertido e sorri.
  - Hm... Oi – Disse sem dar importância, provavelmente por estar lendo uma sms. Apenas ergueu o olhar e depois voltou à atenção ao celular, mas olhou para mim novamente.
  Parecia ter percebido quem estava na sala, pois jogou o notebook e tudo que também estava em seu colo no sofá e se levantou limpando a mão suja na lateral da calça e, ao mesmo tempo, arrumava os fios soltos de seu cabelo com a mão limpa.
  - Oi... Ed – Ela sorriu envergonhada, o que me fez rir e apertar sua mão estendida para mim.
  - Olá .
  - Chega de enrolação e vá terminar aquela música Ed, porque eu não vou... – Foi impossibilitado de continuar a frase ao ser atingido por uma almofada voadora que depois percebi ter sido jogada por .
  - Tio!
  - Tudo bem, vou dar um tempo pra você ter seu momento fangirling – E outra almofadada na cara. – chega de almofadas pra você! – Não contive o riso. – O que foi Sheeran?
  - Na... Nada.
  - Antônio – o fuzilou com os olhos e ri novamente.
  - Antônio?

Capítulo 3

  - Sim, mas ERA Antônio e você sabe muito bem disso ! – Antony (ou Antônio, ‘to confuso agora) disse visivelmente chateado.
  - Desculpa tio, sabe que ainda não acostumei... Você ainda vem me irritar – Abaixou a cabeça. Eu apenas ria.
  - É Tônio, leva na brincadeira! – Brinquei e fui fuzilado pelo Tony. Depois disso só pude correr pela sala, fugindo dele... Bem maduro, eu sei.
  - E esse foi meu momento fangirling perdido... – sussurrou e eu parei de correr.
  - Vai estragar o momento da sua sobrinha, Tony? – Joguei baixo mesmo.
  - Certo, Ed... Foi salvo pela mais uma vez... – Ele disse endireitando a camisa. – Estarei no escritório esperando uma música terminada quando te ver lá.
  - Certo – Sorri para ele que fechou a porta após entrar no escritório. – Pronta para o momento fangirling? – Ri e a vi negar com a cabeça, estática, fazendo-me rir mais.
  - Bem... Estou, quer dizer não, quer dizer estou, quer dizer...
  - Tudo bem – Ri mais uma vez do ataque dela. – Do começo, okay?
  - Está bem... – Respirou fundo.
  - Olá , prazer! Sou Edward Sheeran – Estendi a mão e ela a apertou.
  - Oi Ed... – Ela disse, mais uma vez.
  - Fiquei sabendo que veio do Brasil, mas só sei isso sobre você...
  - Ué, quer saber o que? – Ri outra vez, ‘to parecendo retardado, só dou risada.
  - Sei lá, conta tudo!
  - Tudo... Como se eu tivesse muita coisa pra contar – Ela sussurrou.
  - Para! Sua vida não pode ser tão chata...
  - Quer apostar?
  - Quer mesmo apostar comigo? – Ergui as sobrancelhas.
  - Vai apostar ou não?
  - Certo – Me sentei no sofá. – Se sua vida for divertida e eu ganhar, você termina a música pra mim.
  - ‘Tá bem, mas se provar que minha vida é um saco e você perder, vai ter que fazer uma música pra mim, do zero.
  - Nossa!
  - Aí eu consigo sete dias a mais pra você...
  - Está certo, comece! – Disse torcendo pra vida dela ser divertida.
  - , 19 anos. Vivi minha vida toda no Brasil, nunca fui pra nenhum show emocionante ou viagem memorável. A primeira vez que saí do país foi há três semanas e pra visitar meu tio... Fim! – Ela disse e eu fiquei parado a observando. Neguei lentamente com a cabeça.
  - Nossa – Disse e fiquei em silêncio, ela parecia querer respostas. – Sua vida é um saco mesmo!
  - Ow! – Ela disse e em seguida me deu um soco no braço.
  - Olha aí, já está começando a melhorar! – Ela me olhou confusa. – Você acaba de bater em um cara – Ela riu. – Viu como é ousada?
  - Você é retardado, isso sim – Ela disse e se levantou. – Vou avisar meu tio que você tem mais uma semana.
  - Obrigado.
  - Espera – Ela disse colocando a cabeça pra fora da sala. – Eu vou ganhar autógrafo?
  - O quê? – Ri fraco e a olhei. – Claro ! E, se conseguir convencer seu tio, ganha uma foto e uma música de brinde!
  - Tio? Acho melhor duas semanas, sabe... – Ela riu e eu também... Menina maluca!
  Ela voltou e se sentou ao meu lado, de cabeça baixa.
  - E aí?
  - Só consegui os sete dias mesmo...
  - Que isso cara! – A abracei e tenho a impressão de ter assustado ela.
  - Você é um puto de um sortudo, Edward! – Antony chegou à sala.
  - O quê? – Parei de abraçá-la e o olhei.
  - Como essa menina te defende! Para com isso , vai acostumá-lo mal.
  - Não tio. Só perdi uma aposta mesmo.
  - Aposta? – Ele ergueu uma sobrancelha.
  - A vida de sua sobrinha era um saco! – Zombei.
  - Era? – Ela me olhou em dúvida.
  - Claro! Agora eu cheguei na sua vida... Isso tudo vai mudar – Ela riu descontroladamente, uma risada gostosa e contagiante, me fazendo rir também.
  - Não desconversa – Olhei assustado. – Quero meu autógrafo. Minha foto. Ah! E minha música.
  Ri mais um pouco e peguei o celular dela em cima da mesa, desbloqueei – calma, não tinha senha – e tirei a foto que ela queria. Depois ela foi pegar algo pra eu poder autografar e já trouxe junto um caderno pra escrever a música dela. Essa garota é maluca e eu estou ferrado... Escrever uma música pra ela, onde fui me meter?

Capítulo 4

  Letra: pronta. Melodia: a fazer. E só me restam três dias. O Antony fica me pressionando pedindo logo a música, que inferno! O que resolvi fazer: ir pro estúdio. Ele sempre me acalma, sei lá, escrevo mais fácil na paz que aquelas quatro paredes me proporcionam. Uma surpresa ao chegar lá às 5:30 AM: uma sentada no sofá de couro preto com um violão na mão.
  - ? – Perguntei entrando na sala.
  - Ah, oi Ed – Ela sorriu deixando o violão no apoio. – Não tinha te visto. Há quanto tempo ‘tá aí?
  - Cheguei agora – Me sentei ao seu lado no sofá. – O que faz aqui?
  - Compondo.
  - Você compõe? – Ergui uma sobrancelha por impulso, ela riu.
  - É tão surreal assim?
  - Não, mas... Sua vida não é um saco tão grande assim... Você me enganou!
  - Não enganei! Só isso que sai do normal, o resto é um saco mesmo... – Nós rimos. – É que é meu último dia sabe, aí deu vontade.
  - Ah... – Sorri amarelo. Ela faria falta. Nesses sete dias eu passei 25 horas por dia com ela – sim, 25. Fiz hora extra por essa garota. É estranho me apegar dessa maneira. - Posso ouvir?
  - Não! – Ela hesitou – O que?
  - A música, oras! – Ri e ela arregalou os olhos.
  - Claro que não Ed! E também nem está pronta.
  - Então não vai ver a letra que fiz.
  - Você fez mesmo? – Ela me olhou, aparentemente com um sorriso nos lábios.
  - Eu prometi que faria não prometi?
  - Não. A gente apostou.
  - E uma aposta se torna uma promessa pra mim – Ela abaixou a cabeça, me pareceu relutante. Pegou o violão em mãos, posicionou no colo, suspirou fundo e começou a tocar a melodia.
  Ouvi até a última nota em silêncio. Era linda. E, não sei se estou louco, mas encaixou perfeitamente com a letra que fiz.
  - ? – Ela ergueu o olhar e sonorizou um “Hm?”. – Me empresta?
  - Empresta o que Ed? – Parecia ter um ponto de interrogação na testa, ri fraco e peguei a folha levemente amassada de suas mãos. – Pra quê quer?
  - Quero usá-la. – Sorrio olhando para ela, que faz uma cara de desconfiança.
  - Vai usar quem?
  - A melodia , a melodia. – Eu rio e ela cora.

  Junção de letra e melodia feita, concluindo assim minha tarefa. A ficava me olhando enquanto eu arrumava o violão no apoio.
  - Que foi? – Pergunto.
  - Que foi o quê? – Ela indaga parecendo sair de um transe.
  - O que ‘tá olhando? Ou melhor... Pensando?
  - Eu ‘to na frente do meu ídolo e nem ‘to pulando nele. – Ela me olha com deslumbre, se não estou enganado. Abro meus braços e sorrio para ela. – O que?
  - Pule.
  - Ah, Ed, fica quieto. – Ela ri desviando o olhar de mim.
  - Se não pular, eu pulo.
  - Pula onde, criatura? Em mim? Não, está louco! – Ela está me desafiando? Sim. Ela está me desafiando.
  - Três: se prepare... – Eu contei aproximando-me dela. – Dois: isso talvez vá te machucar... – Disse arrumando-me para me jogar sobre ela. – Um...
  - Você é pior que eu, Edward Sheeran! - Ela pulou em mim gritando juntamente. Segurei em sua cintura rindo.
  - Pior que você?
  - Sim. Nas maluquices. – Ela ri tentando se soltar, porém não consigo tirar minhas mãos dela... Ops!
  - Falando em maluquices... – Digo procurando seus olhos para fitá-los. Ela me olha assustada e murmura um “Ed?”. – Desculpe-me , mas irei te beijar.

  Flashback Off
  - Então foi isso que eu fiz: beijei . E ela não me impediu, ou seja, pontos para mim! – Sorri vitorioso relembrando nosso primeiro beijo.
  - Então foi assim papai? – Emmy sorri para mim apoiando o queixo sobre os dois punhos fechados.
  - Foi assim o que? Sobre o que estão falando? – A mulher mais linda do mundo chegou na sala com nossas canecas de chocolate quente.
  - Emmy queria saber qual foi o motivo pra você ficar em Londres mesmo depois do final de suas férias.
  - O papai! – Ela diz e nós dois rimos, confundindo-a.
  - A música.
  - Então... Espera! Eu não sei até agora que música é essa. – Ela diz fazendo o bico mais lindo do mundo, herdado por sua mãe. Respondemos juntos:
  - I Love You.

FIM



Comentários da autora