I Like The Way That We Play

Escrita porLelen
Revisada por Mari Alves

Capítulo único

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

Quantos amores permaneceriam?
Simplesmente dia após dia nesta merda
Como nós nos enrolamos desta maneira?
Prestando atenção em nossas bocas
Para as palavras que estamos dizendo
3 doors down – Story of a Girl

  Ensaio na casa do %Carter%, isso significava casa da %Lissa% também.
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  Já fazia cerca de três semanas que eu aceitara aquela loucura de namorado de mentirinha. Isso não daria certo porque... Bem, porque na verdade eu não queria que fosse de mentirinha.
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  Naquela manhã eu acordei desanimado.
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  %Alissa% estava quase conseguindo o que queria com essa história de namoro e isso definitivamente me desmotivava. Mas qual é, %Gamble%, ele é o cara que ela quer, mas quem é que está com a garota? Talvez eu não seja tão azarado assim...
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  Calei meus pensamentos e fui logo me trocar. Oito e meia, merda! Eu já estava atrasado! Passei como um furacão pela cozinha, assustando minha mãe. Peguei uma maçã e saí correndo de casa, os garotos me matariam por mais um dia chegando depois do horário.
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  Cheguei ao portão da casa dos %Mitchell% olhando o relógio: quinze minutos de atraso. Até que não demorei tanto assim...
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  A mãe de %Lissa% me atendeu sorridente e me informou que todos os outros já estavam no sótão, onde nós geralmente ensaiamos.
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  — Desculpa pessoal, dormi demais... De novo... — Sorri sem graça. — Bom dia, pequena — murmurei dando um beijo no topo da cabeça de %Alissa%.
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  — Legal, %Gamble%, agora que namora não diz mais bom dia pra ninguém além da %Lissa%, é? — %Ana% reclamou cruzando os braços.
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  — BOM DIA, PESSOAL! — exclamei fazendo todos rirem, inclusive %Lissa%.
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  Já disse o quanto amo a risada dela?
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  É sempre tão espontânea e...
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  — A gente vai ensaiar ou não, Romeu? — %Alex% perguntou rindo da minha cara. Maldito, é sempre ele quem estraga meus devaneios.
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  Fomos para nossos lugares e ensaiamos até a hora do almoço.
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  — Pessoal, que tal almoçarmos no Jelly? Vai ter comida oriental hoje! — Dakota, a namorada de %Alex% sugeriu.
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  — Boa ideia. — Ele concordou. Claro, era a namorada dele, por que não concordaria?
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  — Por que não ficam aqui para almoçar? — perguntou a Sra. %Mitchell%.
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  — Não queremos incomodar — %Alex% murmurou.
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  — Não seria incômodo nenhum! — Ela sorriu deixando a sala.
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  — Bom, eu ainda acho melhor irmos para o restaurante para não dar trabalho... — Dakota murmurou.
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  — É, é melhor... Mais tarde a gente volta, certo?
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  — Eu vou ficar, mamãe vai fazer panquecas — %Lissa% murmurou. É, ela não trocaria panquecas por nada nesse mundo.
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  — Eu também vou ficar — %Ana% disse se sentando ao lado de %Alissa%.
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  — Também fico — murmurei fazendo os outros me encararem surpresos. — Que foi? Preciso terminar algumas coisas ainda...
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  — Tudo bem, se você diz... — %Alex% deu de ombros. — Então vamos, meu estômago clama por comida! — disse saindo da casa.
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  %Carter% resolveu dispensar as panquecas e foi junto com os outros dois comer comida oriental. Eu, %Ana% e %Alissa% ficamos sentados na sala conversando enquanto o almoço não ficava pronto.
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  — Você não ia fazer alguma coisa? — %Ana% perguntou curiosa.
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  — Não, só disse isso para eles não ficarem me amolando... Não tava a fim de almoçar em restaurante hoje.
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  É, nada como uma comida caseira feita por uma mãe.
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  — Você vai adorar as panquecas da minha mãe, %Matt%! — %Lissa% sorriu largamente, já com os olhos brilhando.
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  — O cheiro está ótimo. — Tive que concordar.
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  — Crianças, o almoço está servido! — a mãe de %Alissa% chamou da cozinha.
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  — Por que ela insiste em chamar a gente de crianças? — ela perguntou indignada.
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  O almoço foi realmente divertido, pelo menos para mim. A senhora %Mitchell% passou a nos contar coisas que a pequena %Alissa% fazia quando era criança, e isso era mesmo interessante. %Lissa% ficou envergonhada com certas coisas, mas tudo o que eu achei, foi... Bonitinho. Ela sempre foi aquela garota alegre, sorridente e inteligente. A minha garota.
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  Depois de duas horas, Dakota, %Alex% e %Carter% voltaram para casa e nós passamos a ensaiar de novo.
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  Os dias se passaram assim, nossa banda ensaiando, %Ana% e %Lissa% nos acompanhando e nos divertindo. Até aquele maldito dia chegar.
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  A banda estava reunida na casa dos %Mitchell% novamente quando a infeliz campainha tocou. %Alissa% foi atender, enquanto nós continuamos conversando na sala.
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  — Pessoas, que tal irmos ao cinema hoje? — %Ana% perguntou sorrindo.
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  — Ótima ideia, isso aqui tá parado demais para um sábado — %Carter% concordou. — Vamos num filme de terror, que tal?
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  — Perfeito! — %Alex% entrou na conversa abrindo um largo sorriso.
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  — Tá, vou falar para a %Alissa%. — %Ana% se levantou e de uma maneira cômica todos nós levantamos juntos. — Vocês são muito curiosos, credo!
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  %Ana% caminhou com a gente em seu encalço quase a atropelando.
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  — %Lissa%, a gente resolveu ir ao cine... — ela parou de falar ao mesmo tempo em que parou de andar, fazendo com que todos nós trombássemos. Eu tinha ficado para trás e não conseguia enxergar o que quer que fosse. Estiquei meu pescoço e encarei aquela cena em choque. %Alissa% e Edwin?
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  Tudo bem, não preciso mais ir assistir a nenhum filme de terror, minha vida já tinha se tornado um. Tentando ignorar aquela imagem, dei as costas para todos e saí da casa pela porta dos fundos. Eu sou mesmo trouxa, não sou? E ainda tinha esperanças das coisas entre mim e %Lissa% mudarem da noite para o dia.
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  Caminhei sem prestar atenção para onde ia, e meus pés me levaram a um parque deserto. Me sentei na balança e fiquei ali, observando o fim de tarde mais deprimente de toda a minha vida. Eu pensava em ficar mais um longo tempo no parque, quando ouvi passos atrás de mim. Por alguma razão eu já sabia quem era.
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  — O que tá fazendo aqui? — Minha voz saiu mais rude do que eu esperava e eu mal tinha o direito de agir daquela forma.
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  — Eu vim me explicar — %Lissa% murmurou sentando no balanço ao meu lado.
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  — Por quê? Nós não somos nem namorados... — Tive que reprimir uma careta. Nós não passávamos de nada, a não ser bons amigos...
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  — Acho que isso mudou, %Matthew%... — %Alissa% disse baixando o olhar.
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  — Quê? — perguntei encarando-a.
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  — É, %Matt%, as coisas mudaram. Antes eu diria que o que sinto por você é coisa de amigo, mas agora sei que não é.
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  Opa, que conversa era aquela?
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  Eu só posso ter adormecido na balança e agora com toda a certeza eu devo estar jogado no chão e babando. Só podia ser sonho, não é?
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  — Aonde quer chegar, %Alissa%? — perguntei sério. Claro que eu já sabia a resposta e mesmo que fosse em sonho, eu queria ouvir aquelas palavras saírem da boca dela.
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  — %Matthew%... Eu te amo — ela falou, e eu pude sentir meu coração dar pulos de alegria. — Sei que deve estar me odiando por eu ter te usado dessa maneira e ainda mais para uma coisa que nem valia tanto a pena, mas...
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  Eu não prestei atenção em mais nada depois do ‘Eu te amo’. Aquilo era mesmo real? Eu não acordaria a qualquer momento estirado no chão do parque? Bom, se fosse a segunda hipótese, eu precisava correr.
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  Me inclinei em direção a ela e finalmente a calei com um beijo. Depois das três palavras o resto já não me importava mais.
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  Por um instante %Alissa% ficou paralisada com minha ação, mas eu não liguei já que segundos depois ela finalmente me correspondeu.
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  Nos beijamos por um longo tempo e aquela sensação estranha no estômago me invadiu. Me sentia como num primeiro beijo, completamente inexperiente com essa nova sensação.
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  Partimos o beijo e ela me encarou vermelha.
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  Eu gosto de vê-la corada...
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  — É sério o que você disse? — perguntei a encarando.
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  — Nunca falei tão sério em minha vida toda, %Gamble% — ela respondeu e eu sorri largamente.
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  — Eu também te amo, sabia? — Dei-lhe um selinho e %Lissa% sorriu ainda mais.
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  — Como eu não percebi isso antes? — ela resmungou segurando minha mão.
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  — Talvez porque não fosse a hora.
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  — Mas o que importa é que estamos juntos agora. — Ela sorriu.
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  — Estamos, é? — perguntei maroto.
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  — É claro que estamos! E mesmo que não estivéssemos, você é obrigado a ficar comigo tá? — %Lissa% exclamou cruzando os braços.
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  — Ah é? Por quê?
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  — Porque você me beijou!
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  — E daí?
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  — E daí, que você não me beija sem ter um relacionamento sério! — ela replicou fazendo careta.
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  — Sabia que você é doida? — perguntei brincando com os cabelos de %Alissa%.
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  — Eu sei e também sei que você ama isso! — ela respondeu marotamente.
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  — Hum... E sabia que você é a doida mais convencida, de nariz empinado, escandalosa... Que por um acaso eu amo? — Sorri ao vê-la sorrindo.
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  Ficamos sentados encarando a noite cair e eu realmente não conseguia acreditar em tudo aquilo. Minha vida tinha se tornado um filme de comédia completamente sem noção; depois num drama básico; depois num filme de terror; e agora era a história mais perfeita de toda a minha existência.
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Fim

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