I Got Love For You

Escrito por N.S. | Revisado por Lelen

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Prólogo

   contemplava o céu azul de Londres, a cidade era adorável, ela também gostava do parque em que estava juntamente com sua prima, Elena. Ela amava passar as férias com a prima. era filha única, seus pais eram aurores e viajavam muito em missões para combater as artes das trevas, e a maior parte do tempo ficava com sua avó paterna, mas sentia-se sozinha, não tinha muitos amigos em seu país de origem, África do Sul.
  Estava ansiosa para que a magia se manifestasse em si, queria muito receber a visita dos Mensageiros dos Sonhos com o seu convite para que ingressasse na Escola de Magia e Bruxaria de Uagadou. Sonhava que o momento chegasse logo, assim não se sentiria mais tão sozinha e finalmente teria amigos.
  Balançou a cabeça, deixando aqueles pensamentos de lado e tentou voltar a prestar atenção ao que a prima dizia sobre os brinquedos que gostaria de ganhar de aniversário, Elena completaria, em uma semana, 8 anos, a garotinha era mais nova que um ano. O ruim daquilo era que possivelmente Elena não fosse bruxa, pois sua tia não era, então tinha que guardar aqueles anseios para si.
  – Ei, ! – Sua prima segurou seu braço, despertando-a novamente para a conversa sobre os presentes que gostaria de ganhar. – O que foi?
  – Nada, vem, vamos brincar. – Puxou Elena pelo braço para que pudessem escorregar no escorregador.
  Cansaram de inúmeras vezes descer e subir pelo brinquedo e correram para o balanço, mas havia um garoto ali, parecendo alheio a tudo. Lena torceu o nariz.
  – Por que fez essa cara? – Encarou a prima, enquanto olhavam de longe o garoto magro e de óculos se balançar sem qualquer pretensão.
  – Esse menino é muito chato, vive vindo para o parquinho e nunca brinca com ninguém, o primo dele é mil vezes mais legal. – Elena se justificou.
  – Mas você já o convidou para brincar com você? – Elena negou. – Então como sabe que ele é chato? Eu vou chamá-lo para brincar com a gente.
  – , não! – Mas já era tarde, a garotinha se aproximou do garoto e se sentou ao seu lado, chamando-lhe a atenção.
  – Oi. Meu nome é Akingbade e você é...? – Ela tinha os olhos curiosos, estudando as reações do garoto.
  – Meu nome é Harry, Harry P…
  – , eu já te disse que não! – Harry se assustou com o grito da outra menina e se interrompeu, não tinha percebido a presença dela, mas já a conhecia de outras vezes em que já esteve ali.
  – Elena! - a encarou incisivamente. – Estava conhecendo o Harry, ia convidá-lo para brincar com a gente… E então, Harry, você aceita? – Ele a encarou de cenho franzido, não esperava aquele convite.
  Apesar de Harry ser uma criança introspectiva e tímida, lhe passava muita confiança, que ele não conseguiu recusar o convite, então somente balançou a cabeça positivamente.
  – Que tal, esconde-esconde? – sugeriu.
  – Certo, eu começo a contar – Harry sorriu verdadeiramente pela primeira vez naquele dia e se direcionou a uma árvore para que pudesse começar, fazendo as garotas correrem para se esconder.

Capítulo 01 - Copa do Mundo de Quadribol!

   bufou, encarando seu quarto, seria a sua última vez estando ali, era uma mudança e tanto em sua vida. Abandonaria seus amigos, sua tão querida Escola, seus costumes e cultura para viver em um país em que ela só estava acostumada a passar férias. Lembrava-se que a última vez que tinha ido estava com 10 anos, um ano antes dos Mensageiros dos Sonhos visitá-la.
  – Pronta? – Aba, sua mãe, apareceu no quarto com seu característico doce sorriso.
  – Não! – abriu um sorriso forçado, fazendo uma careta. – Umama*, eu não vou me adaptar de jeito nenhum lá, vão me achar um E.T.
  Um acordo diplomático entre o Ministério de Burkinabê e do Ministério do Reino Unido foi assinado. Nele, Burkinabê cederia alguns aurores para o Reino Unido, esse pedido havia sido requerido após a morte de um grande número de aurores britânicos em um ataque de bruxos adoradores de Voldemort. Ele estava morto, então esses ataques não deveriam existir, certo? Mas existiam, um fato que comprovava que magia das trevas sempre existiria.
  – Filha, por favor, nós já conversamos sobre isso... – Aba suspirou, se aproximando de , e lhe dando um abraço. – E outra, eu sou britânica, meu amor, vai ser importante que você conheça mais da minha cultura. Você amava passar as férias lá!
  – Férias, mãe, é completamente diferente! Eu não vou me conformar nunca. – Fez drama, mas sabia que em nada mudaria a decisão. – E outra, já conheço sua cultura, umama. – A mulher gargalhou.
  – Você sabia que está rolando a Copa do Mundo de Quadribol, não é? – encarou seu pai, Danso, enquanto ele estava parado no batente da porta do quarto. Ela balançou a cabeça, concordando. – Sabia também que chegaremos bem a tempo da partida final, e que eu consegui ingressos de cortesia do Ministério? – A adolescente mordeu os lábios. – Nem isso te faz animar um pouquinho? – A encarou, curioso.
   fingiu que aquilo não lhe abalava, mas era óbvio que tinha surtido efeito, ela amava Quadribol desde pequenininha, e assistir à final da Copa seria uma experiência incrível.
  – Talvez, ubaba*, só talvez. – Ele riu, se aproximando da filha e lhe enchendo de cócegas. – Ok, é incrível, satisfeito?
  – Sim, agora sim. – Seu pai a olhou e sorriu de forma terna. – Sabemos que vão ter muitas diferenças de Hogwarts para Uagadou, mas sabemos também que você vai tirar de letra e vai se adaptar muito bem.
  – Com certeza, querida. Não ache que está sendo fácil para nós, pois não está, mesmo eu sendo britânica, me acostumei aqui, adotei esse país como meu lar. Seu pai está muito pior que eu, ele é daqui. – a encarou. – Mas você sabe que amamos desafios e sabemos que você também, afinal, é aventureira como nós. – A garota deu de ombros.
  – Ok, essas palavras foram incríveis, eu tenho os melhores pais do mundo, isso é um fato. Só poderiam ser um pouco mais presentes. – Os abraçou de lado.
  – , meu amor, fazemos o que podemos, mas nem sempre conseguimos. – Danso lhe deu um beijo na bochecha.
  – Sentimos tanto por deixarmos você sozinha, mas eu prometo que faremos o possível para mudar. – Aba complementou, abraçando a filha ainda mais.
  Não tinha jeito mesmo, teria que ir para Hogwarts. Esperava que conseguisse se adaptar logo, mas temia, afinal não conhecia ninguém lá, e sabia que mesmo bem-intencionados, seus pais não cumpririam um terço das propostas efetuadas naquela tarde. Ela já estava acostumada.


  *Umama: mãe.
  *Ubaba: pai.

🌍✈🌎

  Acordou mais cedo do que pretendia naquele dia, estava muito ansiosa para a final da Copa Mundial de Quadribol, era um evento e tanto, apesar de a seleção da África do Sul não ter participado daquela edição. Eram mais de 100 mil bruxos do mundo inteiro, todos juntos em um único lugar.
  Estava se habituando à casa nova, era linda, mas não era igual a sua antiga. Comparações seriam feitas de qualquer forma, mesmo que ela estivesse morando em um palácio. Por fim, cansada de se virar na cama e pensar, decidiu se levantar.
  – Goeie more*, ! Já estava para te acordar, temos a partida e precisamos encontrar o portal mais próximo daqui para chegarmos lá. – Danso a cumprimentou com um sorriso, dando um rápido abraço na filha. fez o mesmo com a mãe.
  – Goeie more! Eu ainda gostaria de saber como os trouxas não os localizam. – Soltou um longo bocejo, enquanto se sentava à mesa para tomar café.
  – São sempre objetos que eles consideram lixo, querida. Então não chama atenção de nenhum deles. – Aba foi quem a respondeu.
  – Com a minha influência consegui bons lugares, ! – Seu pai abriu um belo sorriso, deveria estar tão ou mais ansioso que a filha. Eles precisavam daquela distração, já que assim que acabasse a Copa teriam que trabalhar, e momentos como aquele seriam demorados. – Bulgária ou Irlanda?
  – Óbvio que Bulgária, o Victor Krum joga lá. É o apanhador mais jovem e é um gato! – Aba riu com a carranca que Danso fez.
  – Você é muito novinha para esse tipo de pensamento, viu? – levantou as mãos em sinal de redenção, mas tinha um sorrisinho travesso. Para os pais os filhos nunca cresciam, essa era a verdade, a menina já não era uma criança, tinha 14 anos e, bom, já sabia até transfigurar melhor que seu pai.


  * Goeie more: Bom dia.

⏰⏰⏰

   ficou assustada com o tamanho do campo de Quadribol e com a quantidade de assentos que ele dispunha. Seu pai havia ganhado ingressos para ficarem no camarote, junto com o Ministro da Magia do Reino Unido e do Ministro de Burkinabê, sabia que era provável que os pais fossem ter que dar atenção ao último citado, já que estariam ao lado dele em seus lugares.
  Sentaram-se e, como ela imaginava, não tardou para que engatassem em uma conversa com o Ministro, ela tentou prestar atenção, mas o tédio a dominou. Viu alguns outros aurores de seu país e de países vizinhos ao seu por ali, acenou de forma positiva, os vendo se posicionarem próximos dela.
  Observou aquele camarote ir enchendo cada vez mais e notou uma aglomeração na entrada, viu uma família com vários bruxos ruivos, achou adorável, pois nunca tinha visto tantos ruivos assim juntos, em Uagadou era raro. Além, é claro, que tinha achado todos muito bonitos, sem exceção.
  Sua atenção foi para uma outra família que havia acabado de entrar, esses tinham os cabelos loiros platinados e conversavam com o ministro da Magia do Reino Unido e com os ruivos. Eles eram elegantes por suas vestes impecáveis, mas também tinham uma aspereza em sua postura.
  Pegou-se observando demais e se repreendeu quando o adolescente loiro que estava entre eles a encarou seriamente. Detestava ser pega no flagra, então rapidamente desviou o olhar. Mas qual não foi a surpresa quando percebeu que o rapaz ainda a encarava? E foi automático que ela voltasse a olhá-lo. Ele se aproximou dela, e ela prendeu a respiração quando ele se sentou uma fileira à frente. Ela mordeu os lábios, visivelmente sem graça.
  Olhou em direção a porta novamente e verificou que havia mais duas pessoas morenas com a família de ruivos, que estavam lá desde o início, só que com a chegada da família áspera, ela não havia conseguido observar. Uma era uma garota de cabelos volumosos muito bonita, o outro era um rapaz de óculos redondos que imediatamente reconheceu, ele não tinha mudado nadinha, era Harry, o garoto que conheceu quando foi passar as férias na casa da prima, mas depois que ingressou em Uagadou perderam o contato.
   estava surpresa porque se ele estava ali, ele também era um bruxo. Aquilo a deixou em êxtase, era surreal e difícil de acreditar... Não conseguia parar de encará-lo porque percebeu que o rapaz estava muito bonito. Quem diria que aquele garoto desajeitado, ficaria gato desse jeito?, ela pensou. Logo que terminasse o jogo, ela o procuraria, queria ir agora, mas sabia que chamaria a atenção de seu pai, sabia do ciúme dele. Mas assim que conseguisse se livrar do homem, ela se aproximaria de Harry.
  O jogo se seguiu e a Bulgária perdeu para a Irlanda, mesmo Krum tendo capturado o pomo de ouro. suspirou em vários momentos do jogo quando o via, ele era mesmo muito gato, era inevitável não se sentir atraída por ele.
  Se levantou do assento e, antes que saísse do camarote, sentiu-se mais uma vez observada, era o rapaz loiro de olhos azuis-acinzentados. Era estranha a forma como ele a encarava. Pegou na mão da mãe e a seguiu. Alguma coisa dentro de sabia que não seria a última vez que veria aquele garoto.
  Caminharam lentamente em direção à saída do local, seu pai tinha ficado conversando com o Ministro, e Aba e decidiram que voltariam antes. Enquanto caminhavam, reconheceu Harry ao longe, sabia que queria conversar com ele, precisava vê-lo.
  – Umama, eu já venho. – A mulher a olhou em dúvida. – Encontrei um amigo aqui, eu ainda estou sem acreditar. Me espere aqui.
  – Não demore, , temos que ir para a nossa barraca, amanhã eu preciso organizar as coisas antes de ir para o Ministério com seu pai. – assentiu, correndo atrás da família de bruxos.
  – Harry! – gritou, mas ele não a escutou. – Harry! – Tentou mais uma vez, mas ao invés de ele a olhar, quem havia feito foi a garota morena que o acompanhava. Ela o cutucou, e o bruxo se virou para trás. finalmente os conseguiu alcançar. – Oi! – Ela sorriu, parando em frente a ele. – Não me diga que já se esqueceu da garota tagarela que passou duas férias de verão com você há alguns bons anos?
  – ! – Ele sorriu. A menina se aproximou dele, jogando os braços por seus ombros e lhe dando um abraço apertado. Harry havia se esquecido do quão calorosa a menina era. – Eu só estava tentando entender o que fazia aqui... pode se dizer então que você também é uma bruxa?
  – Sim, eu sou! – Ela riu. – Eu estou mais surpresa ainda porque você também é um bruxo, isso é muito estranho. – Ele concordou com um sorriso. – Como tem passado?
  – Eu estou bem e você? – Hermione pigarreou, mostrando-se presente, assim como Rony que encarava a cena sem entender. – Ah, essa é Akingbade, uma amiga que fiz antes de saber que era bruxo. , esses são Hermione Granger e Rony Weasley. – Apontou para os respectivos amigos.
  – Prazer em conhecer todos vocês. – Sorriu e recebeu acenos de mão dos dois. – Eu estou bem também, faz mais ou menos duas semanas que estou aqui. – Harry assentiu.
  – Por que não veio à Hogwarts antes?
  – Harry, Hogwarts não é a única escola bruxa do mundo, tem várias espalhadas pelos continentes. Eu estudei todos os meus anos em Uagadou, fica em Uganda, no continente africano. – Ela se explicou.
  – Uau, que incrível! – Hermione se manifestou. – Muito prazer, , veio por intercâmbio?
  – Na verdade não, eu vim para ficar, Hermione. Nós não sabemos quando voltamos à África do Sul, meus pais são aurores e vieram em missão para cá. Confesso que sinto muita falta de lá e da minha escola, mas só de saber que encontrei um rosto amigo por aqui já me deixa muito aliviada, sinal de que não me sentirei tão deslocada – Harry sorriu para a garota.
  – Mas que incrível isso, você vai entrar em qual turma? Primeiranista? – Rony questionou, visivelmente curioso.
  – Não, por Merlin – ela negou com um sorriso –, estou no quarto ano, venho transferida, não faria sentido recomeçar.
  – Já sabe em qual casa quer ficar? – Ela os encarou, interrogativa frente a pergunta de Harry.
  – Eu não faço ideia. Vocês são de que casa? Comecei a ler “Hogwarts, Uma História” para me habituar, mas ainda não cheguei nessa parte – comentou, sem graça.
  – Somos da Grifinória – Hermione respondeu por todos. – Viu, meninos? Alguém lê sim Hogwarts, Uma História. – A garota ralhou com eles, fazendo sorrir e Rony fazer uma careta.
  – O livro é bem legal, deveriam dar uma chance. – apoiou Hermione. – Espero que eu também vá para essa casa, só para ficar perto de você... – Olhou diretamente para Harry. – Bem, quero dizer, de todos vocês – tentou consertar, mas Hermione riu discretamente, percebendo que a menina parecia bem mais interessada em Harry do que gostaria de aparentar.
  – Claro. Estou torcendo por isso também. – Harry sorriu. olhou para trás e sua mãe a encarava e gesticulava para que voltasse.
  – Eu preciso ir, minha umama está me esperando. – O trio a encarou em dúvida sobre quem era tal pessoa. – Minha mãe, perdão, são tantos anos a chamando dessa forma... estou me habituando a falar inglês 100% do tempo. – Sorriu. – Foi um prazer te rever. – Se aproximou de Harry, lhe dando dois beijos na bochecha e mais um abraço apertado. – E um prazer conhecê-los também. – Se aproximou de Rony e Hermione e os cumprimentou da mesma forma. – Nos vemos em Hogwarts! – Acenou, sumindo do campo de visão deles.
  – Que costumes diferentes esses de beijar na bochecha gente que acabou de conhecer. – Rony ainda estava estático após a saída da garota.
  – Rony, é normal na cultura dela! – Hermione chamou sua atenção, mas ria. – Ela é bem calorosa, não, Harry?
  – O quê? – Harry ainda encarava por onde a garota estivera há minutos. – Ah sim, ela é. é muito legal, vocês vão gostar dela.
  – Não tenho dúvidas. – Hermione sorriu, e eles voltaram a seguir a família Weasley que os aguardava.

🌑🌑🌑

  – Filha, levante! – acordou, sendo sacudida de forma alarmante por seu pai. O encarou, sonolenta. – Precisamos sair daqui. – se levantou rapidamente vendo a seriedade de seu pai.
  – O que houve? – Colocou rapidamente os seus sapatos.
  – Não dá tempo de te explicar, anda, vamos! – Aba encarou a filha, aflita.
  Segurou a mão que a mãe tinha estendida para si, e seguiram para fora da barraca. Tudo o que conseguiu observar era muita correria e desordem, aquilo estava desesperador, o que estava acontecendo?
  – , eu vou ter que ajudar aqui, ok? – A garota arregalou os olhos à fala do pai.
  – Ubaba, tenha cuidado. – Sentiu o coração disparar frente à situação em que se encontravam, temia toda vez que via os pais se arriscarem, e dessa vez não seria diferente.
  – É só uma algazarra, querida, fique tranquila. – Ele lhe deu um beijo na testa e saiu em disparada em direção ao foco da aglomeração.
  – Vamos, querida – apertou a mão da mãe e juntas recomeçaram a andança em direção à floresta.
  Pararam já em uma parte distante das barracas, no meio da floresta, apesar das dificuldades. Levaram um susto quando viram a Marca Negra no céu. colocou as mãos na boca, não era uma simples algazarra, eram Comensais da Morte, eram os seguidores de um dos bruxos mais temidos do mundo. sentiu um aperto no peito olhando aquela imagem, sabia que aquele ano não seria tão normal como imaginou.

CAPÍTULO 02 – EXPRESSO DE HOGWARTS

  Após alguns poucos dias da final da Copa de Quadribol, teve que se despedir de seus pais, eles tiveram que se apresentar ao Ministério Britânico e saíram em missão. Os pais não queriam apavorá-la, mas sabia que tinha a ver com a aparição da Marca Negra. A despedida era sempre a pior parte, a adolescente sentia como se os pais estivessem levando uma parte de si, afinal, ser auror não deixava de ser um trabalho extremamente perigoso, mesmo  sabendo que os pais sabiam se cuidar muito bem.
  Ela passou aquele período sozinha de férias e ficou muito entediada, seus pais haviam lhe dito que ela poderia passar um tempo na casa da tia, mas ela e Alena já não eram mais tão próximas assim, tinham tomado rumos diferentes. Alena havia se tornado uma pessoa fútil e quando se viam, nem meias palavras conseguiam proferir, infelizmente. Será que com Harry as coisas seriam iguais? Balançou a cabeça com aqueles pensamentos, Harry com certeza era diferente.
  Escutou o pio de Lila e acarinhou sua coruja preta, ficando pensativa durante o ato. O dia de ir para Hogwarts finalmente tinha chegado, era hoje, ainda era um pouco inacreditável, já que os dias se arrastaram demais. A adolescente bufou, chateada, como ela mesmo previra, teria que ir sozinha até o Expresso, pois os pais não estariam ali para acompanhá-la.
  Na verdade, desde criança as coisas foram assim, ela amava os pais, mas eles sempre foram muito ausentes e nunca estavam quando ela mais precisava, era sempre sua avó que a acompanhava em tudo. Talvez a adaptação no novo país estivesse bem mais difícil exatamente por isso. Que saudades sentia da senhora...
  Ela checou mais uma vez se não estava esquecendo nada antes de sair de casa, mesmo a mala estando pronta há semanas. colocou a gaiola de Lila em cima do malão, trancou o local e seguiu caminhando pelas ruas de Londres. Tentou parar um táxi, e só na terceira vez conseguiu embarcar em um carro. O veículo seguiu em direção à estação e o trajeto não demorou tanto como ela imaginou que demoraria.
  Já havia andado inúmeras vezes naquelas plataformas, mas não encontrava nenhuma com a numeração 9 ¾. Seus pais não a tinham orientado sobre isso. Para os trouxas que perguntava, ninguém sabia do que se tratava e alguns ainda a achavam louca. Observou um garoto acompanhado de uma mulher mais velha – pressupôs que fosse sua mãe –, com um malão e uma coruja, se aproximou, ele com certeza era um bruxo e estava indo à Hogwarts.
  – Oi, por favor? – chamou a atenção. – Eu sou nova aqui e, bom, pelo malão e a coruja creio, que seja um bruxo, certo? – Arriscou, tinha um sorriso nervoso.
  – Ele é sim, querida. Na verdade, somos – a mulher respondeu com um pequeno sorriso. – Não sabe onde é a plataforma, não é? Quer ajuda?
  – Não sei, me desculpem parar vocês assim, é que eu já estava há um tempinho procurando e nada. Preciso mesmo de ajuda. – Sorriu, sem graça. – Ah, que indelicadeza a minha, me chamo  Akingbade. – Se aproximou de ambos, e como característica de si, ela abraçou os dois e beijou suas bochechas. O garoto ficou vermelho com o gesto dela. – Muitíssimo obrigada.
  – Sou Rosalind Finnigan, e esse é meu filho Simas Finnigan. Ah, fique tranquila, querida, vamos ajudá-la a atravessar a plataforma. –  a olhou interrogativa. Como assim, atravessar a plataforma? – Simas, faça primeiro. – O jovem rapaz que até agora não havia se pronunciado, assentiu para a mãe.
  O garoto havia a achado intrigante e muito, muito bonita. Seus cabelos eram incríveis, usava tranças azuis que adornavam e muito bem com seu rosto; as pernas eram bonitas, ele podia reparar pela saia que estava nos joelhos; seus brincos eram argolas douradas que davam um toque maduro para ela. Sentia-se um idiota, mas não conseguia proferir nada na frente dela, ela tinha uma imponência e um sorriso incrível, estava encantado por ela e isso era inegável.
  Ele correu em direção à pilastra e sumiu por ela,  olhou, surpresa. Era um pouco diferente de Uagadou, mas tinha gostado. Correu em direção à pilastra, fechou os olhos e a ultrapassou, quando os abriu, se deparou com várias crianças e adolescentes eufóricos. Em seguida a senhora Finnigan atravessou.  ficou próxima deles, procurava Harry e seus amigos, mas não os tinha achado ainda.
  – Filho, já está na hora. Cuidado e muita atenção nas aulas, ok? –  despertou com as recomendações da mãe do garoto e não pôde deixar que seus pensamentos voassem para seus pais, queria que eles estivessem com ela naquele momento.
  – Certo, mãe, pode deixar. – Ela o ouviu pela primeira vez falar. Tinha achado que o garoto era mudo a princípio. O viu cumprimentar a mãe com um beijo e resolveu que era o momento de se despedir da mulher também.
  – Mais uma vez obrigada pela ajuda de agora pouco, senhora Finningan. Tenha um bom retorno. – A garota a abraçou e lhe deu dois beijos na bochecha. A mulher tinha a achado adorável.
  – De nada, querida. Você irá gostar de Hogwarts, tenho certeza. – Rosalind sorriu. – Mas vão, o trem já partirá. Simas, faça companhia a ela. – O garoto engoliu em seco, mas concordou com um aceno de cabeça.
  Foram caminhando até o trem, quietos, Simas procurou em todas as cabines até encontrar o melhor amigo.  o seguia, não tinha achado Harry ainda e precisava estreitar os laços, então por que não com o garoto tímido? Ela suspeitava que o rapaz estava nervoso por sua presença e tinha achado aquilo fofo.
  – Ei, Simas! – o amigo o cumprimentou com um toque breve de mãos. – E você não está sozinho… – Assim que Simas se sentou,  se sentou ao lado dele.
  – Oi, meu nome é  Akingbade. – Ela se aproximou e deu dois beijos na bochecha do garoto e um abraço caloroso, deixando o rapaz surpreso.
  – Oi! É… me chamo Dino, Dino Thomas. – Ela voltou a se sentar ao lado de Simas. – Simas não comentou nada que tinha uma… – Não soube bem como terminar a frase sem soar indelicado.  achou graça daquilo.
  – Eu diria que seremos em breve amigos, porque eu acabei de conhecê-lo, ele e sua mãe salvaram minha vida, estava completamente perdida na plataforma. – O rapaz assentiu, pelo sotaque, ela com certeza não era europeia.
  – Ah, claro. – Ele a encarou. Simas parecia bem desconfortável com a garota ao seu lado, Dino o olhava com dúvida. – E você veio transferida de outra escola?
  – Sim, vim de Uagadou, vou cursar o 4º ano. – Dino a encarou, admirado. – Conversa comigo também, Simas, até agora eu não ouvi sua voz direito. – Simas ficou vermelho e Dino tentou prender a risada em vão.
  – Eu… – Ele a encarou e a mediu da cabeça aos pés.  o encarava, divertida. – Bem-vinda a Hogwarts. Estamos no 4ª ano também.
  – Obrigada! Ah, que incrível! – Ela sorriu. – Mas me contem, que casa estão? Esperem, vou tentar adivinhar, li “Hogwarts, Uma História” nas férias. Hum… – Encarava Simas e Dino com um olhar analítico. – Lufa-Lufa?
  – Errou! – Simas foi quem respondeu, tentando ficar à vontade com a presença dela.  fez uma caretinha engraçada. – Somos da Grifinória.
  – Ah, Grifinória foi uma das opções que pensei, mas optei por Lufa-Lufa. – Sorriu. – Vocês são da mesma casa que meu amigo e do mesmo ano.
  – Quem é seu amigo? – Simas questionou, curioso.
  – Harry – Dino e Simas se encararam. – Vocês o conhecem?
  – Quem não conhece Harry Potter? Pelo amor de Deus, ! – A garota piscou os olhos, aturdida com a fala de Dino.
  – Como assim Harry Potter? – Ela os encarava, confusa.
  – Ele é o único Harry que conhecemos da Grifinória e que é do nosso ano! – Sua cabeça estava processando a informação proferida por Simas.
  Ela era amiga de Harry Potter, como nunca soube disso? O seu Harry era o garoto que sobreviveu à Maldição da Morte! Mesmo sendo de outro continente, era impossível não conhecer a história de Harry Potter. Para ela, o garoto sempre foi Harry, nunca se atentou a perguntar o sobrenome dele, se sentia tola.
  Antes que ela pudesse falar algo, foram interrompidos pelo carrinho de doces que passava por ali. Os dois garotos compraram algumas guloseimas e ela não quis nada para si, eventualmente experimentando alguma coisa que eles comiam. Tinha gostado muito dos garotos.
  – Meninos, preciso encontrar Harry, prometo que volto logo. – Assentiram, vendo-a sair da cabine. Os amigos se encararam.
  – Você gosta dela. – Dino acusou, arrancando uma careta de Simas.
  – Quê!? Não, claro que não. Nada a ver, Dino! – Negou com a cabeça. Dino deu de ombros, voltando sua atenção aos feijãozinhos de todos os sabores.

   foi olhando cabine por cabine de forma cuidadosa, não queria ser indiscreta, afinal, todos estavam bem familiarizados ali, e ela não queria ser a aluna nova intrometida. A chuva que havia começado há pouco não cessava. Visualizou uma das cabines e engoliu seco quando viu o garoto de cabelos loiros do dia da Copa Mundial de Quadribol, ele a viu do lado de fora da cabine. Ela saiu dali, xingando-se mentalmente por novamente ter sido pega no flagra, mas não contava com o que aconteceria depois:
  – Ei, você, espera! – Paralisou, virando-se para trás lentamente.
  – Diga – respondeu e gostou de como seu tom de voz soou seguro.
  – Você estava na final da Copa de Quadribol, não? – O menino arrebitou o nariz para falar com ela.
  – É, eu estava – limitou-se a responder o óbvio.
  – Como se chama? –  arqueou a sobrancelha.
  –  Akingbade.
  – Hum… – o rapaz apenas se limitou a responder. – Tanto faz, nunca ouvi falar do seu sobrenome. – O loiro voltou para a sua cabine, deixando  boquiaberta.
  – Grosso! Não te deram educação!? – respondeu, mas duvidava que ele tivesse ouvido. Negou com a cabeça e voltou a caminhar procurando Harry, finalmente o encontrando na cabine ao lado da do loiro.
  – Achei que nunca encontraria vocês! Oi! – Ela sorriu, entrando na cabine e dando beijos e abraços nos três habitantes dela. – Inclusive que garoto insuportável esse da cabine ao lado.
  – Oi, ! – Harry a encarou, risonho. – Quem? O Malfoy? – Ela franziu o cenho.
  – Malfoy é um garoto de cabelos loiros bem claros e parece que sempre está com o nariz arrebitado – Hermione complementou e  assentiu veemente.
  – É esse mesmo. Me parou no corredor, perguntou meu nome e me deixou falando sozinha. Fiquei chocada com tamanha falta de cordialidade!
  – Ele é assim com todo mundo,  – Rony completou. – É um narcisista, hipócrita.
  – Deu para perceber mesmo. – A garota agora tinha sua atenção voltada para Harry. – Como assim você é o Harry Potter? – Rony e Hermione ficaram sem entender.
  – , eu te falei. – Ela negou.
  – Você nunca me falou e eu, como uma péssima amiga, nunca perguntei seu sobrenome. Se você tivesse me dito eu saberia que você com certeza era um bruxo. Desculpa, gente, eu só nunca soube que o meu Harry, era Harry Potter, me sinto péssima por isso.
  – Ah! – Hermione exclamou, rindo. Tinha achado engraçado ela chamar Harry de seu.
  – Para com isso, , nada a ver. A gente brincava juntos, quem se ligaria nisso? – Ela suspirou, assentindo.
  – Eu preciso ver sua cicatriz.
  – Eu sabia que você ia pedir para ver isso. – Ele levantou o cabelo, mostrando-a. 
   se levantou e colocou a mão no local. Harry sentiu um formigamento estranho na região com a forma delicada que  alisava sua testa. A garota não piscava os olhos, presa na cicatriz, seus olhos se encontraram com os de Harry, ambos engoliram seco, estavam próximos demais. Hermione percebeu que havia um clima entre os dois.
  – Nossa! – Ela voltou a se sentar. – É muito surreal.
  – Como vocês se conheceram? – Rony questionou, curioso, trazendo a atenção dela para ele.
  – O Harry é vizinho da minha prima Alena, nos conhecemos assim.
  – Isso mesmo. – Concordou. – Mas me conta, , como é Uagadou? Eu nunca tinha ouvido falar dessa escola – Harry questionou.
  – Para falar a verdade, Harry, você nunca tinha ouvido falar de nada, só conhecia Hogwarts. – Hermione o dedurou, arrancando uma risada de .
  – É, eu já tinha percebido isso. – Gargalhou. – Uagadou está localizada em Uganda, ela é a maior escola de bruxaria do mundo e recebe estudantes de todo o continente africano, ela fica localizada nas Montanhas da Lua. O edifício é esculpido na montanha e envolto de neblina, de modo que às vezes parece simplesmente flutuar em pleno ar. É incrível, queria que um dia pudessem conhecer também. Lá nós temos costume de fazer magia sem varinha.
  – Quê?! Como conseguem? – Rony perguntou, alarmado.
  – A varinha é algo europeu, nós usamos lá, claro, mas fazer magia com a mão é muito mais simples. Eu posso tentar ensinar a vocês, mas deve ser complicado aprender quando já está habituado a usar varinha – concluiu. – Lá é muito mais difícil sermos pegos pelo Ministério se usarmos magia fora da Escola. É só inventar que foi um acidente.
  – Mas realmente acontecem com frequência esses tipos de acidentes lá? – Hermione questionou.
  – Sim, imagina você pensando em magia, aponta o dedo e tcharam!? Pois é, isso é muito comum, mas a maioria das vezes é classificado como acidente. –  sorriu, lembrando-se de algo. – Uma vez eu estava com tanta raiva de um menino que simplesmente lancei um feitiço que fez nascer furúnculos nele, eu queria muito fazer aquilo, implorei inocência para o Ministério em uma audiência e não fui pega. – Riram. Estavam adorando conversar com , ela realmente era uma garota muito divertida e contagiante.
  – Eu imagino a confusão que isso com certeza dá. – Hermione afirmou.
  – Antes de eu receber minha carta para ir à Hogwarts deixei meu primo dentro de uma jaula com uma cobra. – Harry riu, lembrando-se do episódio.
  – Mas seu primo insuportável merecia. –  riu. – Lá em Uagadou nós recebemos nosso convite através dos Mensageiros dos Sonhos. Quando chega o momento, o diretor nos visita nos sonhos e quando acordamos estamos com uma pedra na mão e nela tem as informações sobre a escola e que fomos aceitos nela.
  – Nossa, que incrível! – Hermione nem piscava enquanto escutava .
  Foram conversando o caminho inteiro sobre as diferenças de Uagadou para Hogwarts, o papo foi tão agradável que eles só perceberam que estavam próximos de chegar quando um dos alunos da Corvinal tinha avisado que era a hora de se trocar e vestir as vestes. Ela se despediu deles, e caminhou em direção a sua cabine.
  – Achamos que não voltava mais para trocar as vestes, estamos quase chegando. –  sorriu à fala de Dino.
  – Eu não fazia ideia do tempo de distância. – Mordeu os lábios. – Cavalheiros, podem deixar essa dama se trocar e não deixar ninguém entrar por aqui?
  – Claro – Simas respondeu e saiu da cabine junto com Dino, deixando-a.  estava com o coração na boca, estava realmente ansiosa para conhecer Hogwarts e principalmente, para conhecer sua futura casa.

Capítulo 03

  Assim que o Expresso encostou na plataforma os alunos foram descendo um a um, seguiu com Simas e Dino, ela ficou confusa como faria a seguir, porém foi parada por um homem muito alto, grande, de cabelos longos e barbas cheias. Ele lhe perguntou seu nome e se apresentou para ela como Hagrid. Ela o seguiu em direção a um lago onde se dispunham vários barcos para que ela embarcasse com os demais alunos primeiranistas. Estava morrendo de frio naquele dia, e a chuva não cessava nem por um segundo, esperava que nenhuma catástrofe acontecesse com eles atravessando de barco.
  Dividiu o veículo com uma garotinha de cabelos e olhos negros, ela encarava de forma curiosa, afinal, estava achando-a muito grande para ser do primeiro ano. abriu um pequeno sorriso para ela, que foi correspondido com fervura. A garotinha era muito fofinha.
  A sul-africana já conseguia avistar Hogwarts com suas grandes torres. A escola conseguia ser ainda mais linda do que o livro dizia, e grande, muito grande, não conseguia olhar sem se embasbacar. Estaria tudo perfeito se ela não estivesse morrendo de frio naquela noite e a chuva não atrapalhasse o trajeto.
  A viagem foi rápida, mas o suficiente para deixá-la ensopada. tremia os lábios enquanto subia as escadas para finalmente entrar em Hogwarts. Assim que adentrou, ela constatou que Hogwarts conseguia ser ainda mais bonita por dentro, era incrível.
  Foi recepcionada por uma mulher mais velha, ela vestia vestes pretas, usava um chapéu da mesma cor e óculos de aros quadrados. Ela se apresentou como professora Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da casa de Grifinória; a mulher instruiu a todos como funcionaria a seleção das casas. ficou um pouco mais afastada dos mais novos, sentindo-se meio deslocada, enquanto aguardava McGonagall voltar e isso não tardou a acontecer.
  , assim que entrou no salão principal, ficou boquiaberta, era esplêndido. Pratos e taças de ouro refulgiam à luz de centenas e centenas de velas que flutuavam no ar sobre as mesas; as quatro mesas longas das casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar, observou ao longe Harry, Hermione, Rony, Simas e Dino na mesa da Grifinória, internamente desejava ir para aquela casa, afinal, já tinha amigos lá.
  No fundo do salão, os professores e outros funcionários sentavam-se à uma quinta mesa, de frente para os estudantes. Estava muito mais quente ali, finalmente conseguiu se aquecer um pouco, sentia os pés dormentes de tão frios e molhados que estavam.
  Um chapéu velho começou a cantar, despertando a atenção da garota, na música ele se apresentava e cantava as características de cada fundador das casas. achou muito diferente, mas tinha gostado daquilo.
  – Quando eu chamar seu nome, ponha o chapéu e se sente no banquinho – explicou a professora Minerva aos alunos quando o chapéu terminou seu canto. – Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente– Ackerley, Stuart! – O menino se aproximou, ele tremia visivelmente da cabeça aos pés, não sabia se por medo ou frio. Ele apanhou o chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.
  – Corvinal! – O chapéu anunciou sem delongas.
   viu o garoto trêmulo sorrir e caminhar até o local correspondente. A mesa pertencente aplaudia-o de pé, era bonito de ver. Um a um os primeiranistas foram chamados e aquilo entediou que, pelo que tinha percebido, mesmo com sobrenome iniciado pela letra a, seria chamada ao final da seleção por ser transferida.
  , enquanto esperava sua vez, prestou atenção em Harry e como ele gesticulava com Rony, ele com certeza estava com fome, não tirava sua razão. Ela não queria, mas encarar Harry parecia tão natural, estava se amaldiçoando internamente por se deixar ficar tão vulnerável a ele, mas o garoto estava um gato, quem poderia culpá-la?
  – Aluna transferida da Escola de Magia e Bruxaria de Uagadou: Akingbade, . – O salão foi tomado por burburinhos. levou um susto ao ouvir seu nome, despertando de forma brusca de seus devaneios. Caminhou até o banquinho, pegou o chapéu e o colocou em sua cabeça, sentando-se.
  – Akingbade, hein? Muito interessante, diria raro por esses lados... – Escutou o chapéu proferir. Harry a encarou de cenho franzido, então quer dizer que a família da garota tinha certo prestígio? O chapéu continuou a falar, mas agora na mente da garota. “Corajosa, e muito amável, perspicaz, criativa, tem muita sabedoria e inteligência nessa mente, Akingbade…” – O chapéu pareceu ponderar, sem saber ao certo onde poderia encaixá-la. “Creio que a casa que te agregará muito mais valores seja…” – Corvinal!
  Aplausos foram ouvidos. Harry sorriu, aplaudindo-a também, era ótimo que fosse para lá, afinal, Cho também era corvina e quem sabe ele não conseguisse se aproximar da garota com a ajuda da amiga?
   caminhou até a mesa da Corvinal e se sentou, com um tímido sorriso. Estava um pouco desapontada com a escolha do chapéu, mas genuinamente feliz com a forma calorosa que foi recebida pelos membros da casa, pareciam pessoas muito legais, ela poderia se acostumar com isso.
  – Oi! Seja bem-vinda, sou o Miguel Corner. – Um garoto de cabelos pretos sorriu em direção a ela.
  – Obrigada. – Ela apertou a mão de Miguel, que estava estendida em sua direção, mas o puxou para um abraço rápido, surpreendendo o rapaz com o gesto.
  – Você é parente de Babajide Akingbade? – a encarou. – Ah, perdão, que indelicadeza, sou a Cho Chang. – A menina sorriu e, como ela estava sentada ao seu lado, a cumprimentou calorosamente com um abraço.
  – Sim, eu sou. Ele é meu tio. – se surpreendeu, não imaginava que alguém de Hogwarts soubesse quem era seu tio. O homem era membro da Confederação Internacional dos Bruxos, representava o continente africano, tinha grandes feitos pelo mundo mágico, mas não com foco no Reino Unido.
  Foi impossível que sua mente não voltasse à recepção nada amigável de mais cedo no expresso, daquele garoto que disse não conhecer seu sobrenome, a tratou com tanto desprezo, diferente de todos da sua mesa. Ela olhou mesa a mesa até encontrar o tal Malfoy, ele a encarava, revirou os olhos, voltando seu olhar aos novos colegas.
  Logo a barulheira foi substituída pela voz de Alvo Dumbledore, ela o conhecia muito bem, ele era o diretor de Hogwarts e o Cacique Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos, cargo ao qual seu tio tinha certa cobiça por conquistar. O diretor foi sucinto naquele momento, e apenas desejou a todos bom apetite. Assim que as palavras do homem foram proferidas, todas as travessas e copos foram enchidos.
   não sabia que estava tão faminta até ver os pratos com comidas tão apetitosas. O jantar se seguiu, sem maiores surpresas. Ela trocou mais algumas poucas palavras com Cho e descobriu que a garota era do 5º ano. Assim que todos estavam devidamente alimentados, Dumbledore chamou a atenção dos alunos, tinha um comunicado a dar. Todos se calaram para escutá-lo.
  – O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôs-berrantes, frisbees-dentados e bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.
   prendeu o riso quando visualizou a figura do homem, ele era terrivelmente amedrontador e seu gato mais tenebroso ainda. Que dupla! Tinha feito uma nota mental de nunca contrariar aquele homem com aparência tão ranzinza. Dumbledore continuou a falar:
  – Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série. Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a copa de quadribol entre as casas.
  Um burburinho foi ouvido por todo o salão, e bufou, frustrada, ela com certeza queria fazer parte do time de quadribol da Corvinal, ela era apanhadora em sua antiga escola. Antes que Dumbledore pudesse esclarecer os motivos de não ter a copa entre as casas, um barulho estrondoso o interrompeu. Um homem manco, encapuzado, usando um cajado, irrompeu pelas portas e caminhou de forma ruidosa até Dumbledore.
  Ele tirou o capuz e balançou os cabelos grisalhos escuros. Um trovão soou, deixando a cena ainda mais macabra. Todos tinham o cenho franzido ou estavam amedrontados quando olharam para a face do homem que era horripilante, era cheia de cicatrizes. Um de seus olhos não parava de girar, era Olho-Tonto, o conhecia, seus pais já haviam comentado dos feitos do homem como um dos melhores aurores do mundo.
  O homem se aproximou de Dumbledore, estendeu a mão direita, que era tão cheia de cicatrizes quanto o rosto, e o diretor a apertou. o viu se sentar no lugar vago, cheirar um prato com salsichas e começar a comer. Ela desviou o olhar daquilo, era extremamente bizarro.
  – Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – Dumbledore soou animado, em meio ao silêncio –, Professor Moody.
  Tudo o que se ouviu foram as palmas de Dumbledore, Hagrid e mais contida, ela se sentia honrada de ver o famoso auror, com certeza seria assunto para a carta que enviaria aos pais. Os demais alunos estavam em choque com a aparição do homem, incluindo o corpo docente. Rapidamente as palmas cessaram.
  – Quem é ele, ? Você deve conhecê-lo, certo? – Cho sussurrou para ela. – Ele é estranho e muito, muito assustador.
  – Ele é um ex-auror muito famoso pelo mundo bruxo, seu nome é Alastor Moody, mas a maioria das pessoas o conhecem como Olho-Tonto – a respondeu. – Bom, ele conseguiu capturar muitos comensais, porém sua imagem ficou desfigurada. O que é completamente compreensível. – Miguel, que prestava atenção a conversa, assentiu.
  – O que mais me deixa curioso é aquele olho, ele simplesmente não para de se mexer. Eu não vou conseguir prestar atenção em outra coisa senão naquilo nas aulas. – Ouviram-se alguns risinhos dos colegas, não aguentou, rindo também da fala de Miguel.
  – Tem razão. – Cho concordou, ainda rindo.
  – Como eu ia dizendo – recomeçou Dumbledore –, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
  – O senhor está BRINCANDO! – exclamou em voz alta um garoto de cabelos ruivos.
   já havia o visto na Copa Mundial de Quadribol, olhando-o bem ela conseguiu reparar que ele era mesmo muito gato; mordeu os lábios, negando com a cabeça, olhou para o lado direito dele e viu outro rapaz igualzinho, com certeza a frase “um é pouco, e dois é bom” nunca fez tanto sentido para ela. Hogwarts estava sendo uma surpresa positiva com relação a garotos.
  Dispersou aqueles pensamentos, focando-se à fala do diretor, tinha chegado mesmo em um bom momento, um Torneio Tribruxo, isso não tinha em sua antiga Escola. Ficou bem curiosa, e já estava pronta para se inscrever, seria uma experiência incrível.
  – Bom, como eu falava, o Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria: Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão era eleito para representar cada escola e os três campeões competiam em três tarefas mágicas. As escolas se revezavam para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.
  Alguns murmúrios foram ouvidos à fala do homem, sinal de que o Torneio era mesmo algo extremamente perigoso. Aquilo instigou muito a curiosidade dos estudantes.
  – Eu nunca me inscreveria em algo assim, taxa de mortalidade alta? Cruzes! Admiro quem tem essa coragem, me parece algo extremamente perigoso. – Escutou Miranda Flockton, a qual ela havia visto se apresentar mais cedo, falar, ao contrário de e de muitos outros tantos alunos que estavam com muita vontade de se inscrever.
  – Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio – continuou Dumbledore –, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá quais alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.
  – Uau! Agora sim me interessei ainda mais – Miguel se pronunciou, olhando para que havia se animado juntamente com ele. Se fosse a representante de Hogwarts traria muito orgulho aos pais.
  Novamente se ouviu o garoto ruivo soltar uma exclamação alta, dizendo que gostaria de participar, sorriu, ele gostava mesmo de ter os holofotes voltados para si.
  – Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts – disse o diretor –, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos competidores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção.
  – Ah, não acredito! – exclamou alto demais, se arrependendo amargamente por ter chamado atenção, se encolheu no banco em que estava sentada, abaixando a cabeça, suas tranças cobriram sua face. Muitos a encaravam, já não bastava ser a atração da escola naquela noite, ela tinha que se aparecer ainda mais.
  – Pois é, eu também não acredito, . Posso te chamar assim, não? – deu de ombros, indiferente a indagação de Miguel. Ela só queria sumir naquele momento.
  – Enfim – Dumbledore continuou –, as delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde. Hora de dormir! Vamos andando!
   se levantou rapidamente da mesa, não se preocupando em seguir os colegas de sala, queria falar com Harry. Ela o viu se levantar da mesa de sua casa, e correu em sua direção.
  – Harry, oi. – Ela se aproximou dele com um pequeno sorriso. Viu Rony e Hermione um pouco mais distantes conversando com os gêmeos Weasley. – Corvinal, quem diria, não é? Eu achei que fosse para Grifinória.
  – Você tem mesmo características da Grifinória, mas o Chapéu Seletor nunca erra, . Acredite em mim. – Ela assentiu. – Fico feliz, é uma casa bem legal, você vai gostar.
  – Sim, nesse pouco tempo em que estive ao lado deles gostei bastante. Troquei algumas boas palavras com Miguel Corner e Cho Chang. – O rosto de Harry se iluminou ao último nome citado.
  – Nossa, muito bom. Eu não conheço o Miguel, mas a Cho é bem divertida e muito inteligente... – E bonita, acrescentou mentalmente.
  – Sim. – sorriu, não percebendo certa euforia em Harry. – O que achou do Torneio Tribruxo?
  – Eu achei muito legal, mas não mais que você, não é? Ah, não acredito. – Harry a imitou. riu.
  – Eu fiquei tão envergonhada, não achei que minha indignação soasse tão alta assim. – A garota sorriu. – Mas eu queria muito me inscrever.
  – Vi Fred e George dizerem que vão dar um jeito de burlar as regras, talvez tomem alguma poção ou algo assim. Você pode fazer o mesmo. – Harry deu de ombros, abrindo um sorriso.
  – Quê?! Não, eu duvido que esse tipo de Torneio não use magia para identificar essas coisas. – Harry concordou com a amiga. virou o corpo para trás vendo o Salão Principal esvaziar cada vez mais. – Preciso ir, Harry, eu não faço ideia de qual caminho devo seguir para o meu dormitório.
  – É verdade, você deveria seguir os monitores chefes da sua Casa junto com os primeiranistas, sempre tem uma espécie de tour. – Harry lhe chamou a atenção. – Ainda bem que tem alguns alunos da Corvinal, é só os seguir.
  – Eu o farei. Nos vemos. – Selana o abraçou de forma afetuosa, e encheu a bochecha de Harry de beijos, fazendo-o ficar vermelho e sem graça. … ele suspirou, precisa se acostumar ao jeito tempestuoso dela. – Durma bem. – Ela sorriu, se afastando do rapaz e seguindo algumas meninas de sua casa.
  Hermione se aproximou de Harry enquanto via-o encarar saltitar em direção às alunas. Era impossível não se encantar pelo jeito dela.
  – O que ela queria? – A garota o assustou.
  – Me perguntar o que eu tinha achado de ela ir para a Corvinal e do Torneio Tribruxo. – Harry viu os gêmeos e Rony se levantarem, e começou a andar juntamente com Hermione, um pouco mais atrás dos irmãos.
  – E o que você disse? – Ela o encarou com um pequeno sorriso.
  – Que eu fiquei feliz por ela, e que ela vai gostar muito da Casa. – Harry ajeitou os óculos, finalmente encarando Hermione. – O que foi?
  – chamou a atenção de vários garotos hoje… Inclusive do Simas, que o tempo todo ficou falando dela durante o jantar. Como eles dividiram a cabine, creio que ele esteja gostando dela. – Harry estreitou os olhos.
  – Não! – Hermione o encarou. – Quero dizer, o Simas não é garoto para ela, Hermione. Ele é muito idiota, se bobear, se explode durante as aulas de Poções e pode explodir ela também. – Mione prendeu o riso, sabia que Harry tinha total razão quanto a parte de explodir.
  – E quem seria o tipo de garoto para ela? Você? – O rapaz ficou vermelho, tendo uma crise de tosse nervosa.
  – Você está louca? e eu somos amigos! – Hermione deu de ombros e viu Harry, de forma desconfortável, se afastar dela e alcançar os irmãos Weasley.
  Hermione negou com a cabeça, por que garotos gostavam tanto de dificultar as coisas? E o pior, por que não enxergavam o que estava óbvio? Nunca saberia a resposta para aqueles questionamentos.

   conseguiu alcançar duas alunas segundanistas e durante o percurso tentou decorar o caminho, mas suspeitava que não tinha conseguido. Sabia apenas que a entrada estava localizada no lado oeste de Hogwarts no topo de uma escada em espiral no quinto andar, mas como chegar na torre, definitivamente, tinha a pegado.
  Assim que parou à porta, viu que esta não tinha maçaneta, mas uma aldrava de bronze em forma de águia e, pelo que ouvira das meninas, para adentrar a sala, deveria responder a um enigma feito pela aldrava. Para a sua sorte, uma das duas garotas tinha resolvido o enigma, permitindo a entrada delas dentro do local.
  A Sala Comunal da Corvinal era ampla e circular, e muito bem arejada. Graciosas janelas em arco pontuavam as paredes, ladeadas por reposteiros de seda azul e bronze; com certeza de dia era possível ter uma vista espetacular das montanhas ao redor. O teto era abobadado e pintado com estrelas que se repetiam também no carpete azul-escuro. Havia mesas, poltronas e estantes e, em um nicho na parede oposta à porta, uma alta estátua de mármore branco.
   havia amado o lugar, as cores, com certeza conseguiria se habituar muito bem ali. Ela seguiu as meninas até o dormitório e rapidamente localizou o seu malão, vendo que ficaria no mesmo local que as meninas de sua idade. Pôde ver Cho Chang, Miranda Flockton, Sarah Kempston e Padma Patil, as duas últimas ela havia escutado os nomes ainda na mesa.
  – , onde se meteu? Achei que estivesse com os primeiranistas, mas quando chegaram você não estava junto. – Cho a questionou.
  – Eu fiquei conversando com Harry e me distraí. – sorriu, pegando seu malão.
  – Você conhece Harry Potter? – Padma perguntou, nem piscava os olhos, visivelmente interessada. – Sou Padma Patil – estendeu a mão em direção a , que a apertou.
  – Eu sei. – constatou com relação ao nome. – E sim, somos amigos. Eu conheço Harry há anos, desde antes de descobrirmos sermos bruxos. – sorriu, sentando-se na cama livre que restara para si.
  Abriu seu malão, pegando seu pijama, ela necessitava de um banho quente depois da chuva que tinha pegado durante o trajeto.
  – Que incrível! – Padma concluiu, animada. Talvez lhe ajudasse a se aproximar de Harry.
  – Meninas, eu preciso de um banho quente, estou congelada. Com licença. – Saiu do cômodo a caminho do banheiro, deixando as meninas pensativas frente a sua presença tão imponente e graciosa ao mesmo tempo.

CONTINUA...



Comentários da autora


  Nota da autora: Já tivemos umas leves interações né? Amo o jeitinho da pp toda fofinha e destrambelhada kkkk. Logo vem mais, obrigada pelo carinho com a fic <3