If Only You Saw

Escrito por Gabriela S. | Revisado por Lelen

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  Ela, . Eu, Harry Styles. Acho que algo entre nós não daria certo nunca. Talvez pelo fato de nunca termos trocado mais do que um “oi” e “tchau” desde que nos conhecemos. Ou pelo fato dela ser uma das garotas mais bonitas que eu já conheci na vida. se mudou pra minha escola quando estávamos na terceira série, na época eu estava vivendo aquela época de “meninas são nojentas” e nem me atrevi a chegar perto dela. Enquanto crescíamos, fomos para lados totalmente diferentes. Enquanto ela preferiu ficar na dela, eu me tornei o menino “popular” e as diferenças entre nós dois só aumentou. Ela nunca foi do tipo de sair. Muito pelo contrário.  Do jeito que a conheço, prefere ficar em casa e fazer uma maratona de filme com as amigas ao ir para festas organizadas por pessoas da escola, seja ela quem for. Acho que se não tivéssemos crescido em mundos tão diferentes, eu também preferiria. Verdade seja dita: Eu prefiro estar onde ela está.

  Olhei para o grande letreiro que dizia “London High School” e soltei um suspiro. Que adolescente normal gosta de ir pra escola? Passei os olhos por toda a extensão daquele lugar a procura dela. Nada. Provavelmente já estava na sala, escrevendo alguma coisa em seu caderno ou até na biblioteca. Olhei mais uma vez, dessa vez procurando os retardados que eu chamo de amigos, o que não foi muito difícil de encontrar já que Louis tava com uma de suas blusas listradas de sempre e calça vermelha.
  - Louis, nunca deixe de usar calças extravagantes. – falei rindo. Soltando algo parecido a “bom dia” depois.

  O sinal não demorou muito a tocar, e se alguém me perguntasse sobre o que os meninos estavam falando, eu realmente não conseguiria responder. Estava preocupado demais com a prova que teria mais tarde. Nunca fui do tipo nerd, mas eu realmente precisava tirar uma nota boa em Física se não quisesse ficar de recuperação. Levantei rapidamente da onde estávamos sentados e fui em direção à sala de Literatura. Amo literatura. Não pela aula em si. Os motivos são óbvios: a professora de Literatura é gostosa e é uma das únicas aulas que tenho com a . Adentrei a sala de aula, indo diretamente para a última carteira como de costume. Olhei para o lugar onde geralmente senta, na terceira cadeira da fileira do canto, mas não estava lá. O que é estranho pois nunca se atrasa. Foi quando escutei o som que mais gosto de ouvir: o de sua risada. Mordi os lábios direcionando meu olhar para a porta da sala e lá estava ela, balançando a cabeça enquanto ria de algo que uma de suas amigas dizia. Linda como sempre. Às vezes tenho a impressão que não sou o único que para o que está fazendo simplesmente para admirar sua naturalidade.

   nunca foi do tipo que passa quilos de maquiagem no rosto apenas para se sentir bonita. Quer dizer, quando uma menina enche a cara de maquiagem dá a impressão de querer esconder quem realmente é. Dá a impressão de que quem ela é de verdade, não importa. A única coisa que conta seria o que ela aparenta ser: perfeita. Mas ninguém é perfeito. Acho que isso é uma das coisas que eu mais gosto na . Ela é do jeito dela. Ela não quer ser ninguém diferente do que ela é nem aparentar ser diferente. Isso basta.

  Sabe quando você vê o sorriso mais bonito do mundo? Aquele que te assombra até nos sonhos? Esse é o sorriso dela. Tenho a impressão de não ser o único a reparar nela. Todos reparam. Todos conseguem ver o que eu vejo. Menos ela. Gosto de pensar que... Que ela ilumina o meu mundo. O jeito que ela tira a franja do olho ou como geralmente prende o cabelo é a coisa mais graciosa e perfeita que existe. E quando ela ri para o chão, eu tenho certeza absoluta que ela não sabe que é linda. Posso parecer gay ao falar isso, mas... Eu realmente não me importo.

  Se ela visse o que eu vejo, entenderia por que preciso dela desesperadamente. Por exemplo, agora ela está anotando qualquer coisa que a professora esteja. Sua franja caindo em seus olhos e a leve mordida de lábios que faz quando está concentrada em algo. A verdade é que eu não consigo acreditar que ela...  Não sabe que é linda.
  - É isso que a faz linda. – pensei um alto.
  - Como é? – Zayn perguntou ao meu lado, me tirando do transe.
  - Ahn... Nada Zaza, esquece.
  - Você tem que falar pra ela.
  - Falar o que pra quem Zayn?
  - Para a seu tapado. Ficar admirando-a as escondidas não deve é tão legal, sabe.
  - Você acha? – perguntei encarando o menino ao meu lado, que apenas fez que sim com a cabeça. – Não acho que ela vá acreditar. Quer dizer, olha a reputação que eu tenho Zayn. – falei nervoso, passando uma das minhas mãos pelos meus cabelos, bagunçando os cachos perfeitamente encaracolados.
  - Escreve uma música. – disse apenas, voltando atenção à aula novamente.

  Uma música, até que não é uma má ideia para quem tem uma banda. Por mais difícil que deve ser criar uma coisa nunca imaginada antes, com ela de inspiração não deve ser muito difícil. Olhei para ela novamente, que, por incrível que pareça, estava me olhando. Sustentei o olhar por um tempo, abrindo um sorriso tímido, retribuído prontamente. Porém logo depois ela desviou o olhar. Como se estivesse com medo do que fosse descobrir ao olhar fundo em meus olhos. Ou talvez seja apenas a timidez dela ganhado vida. Talvez uma música realmente não seja má ideia.

  O sinal para o intervalo tocou e, por incrível que pareça, a música já estava pronta. Sorri satisfeito e fui em direção aos corredores assim que dei uma desculpa qualquer para os meus amigos. Enquanto todos iam em direção ao refeitório, eu ia para o outro lado. Mais especificamente para o armário de número 221. Olhei para os lados me certificando de que não havia ninguém por perto, e dobrei o papel a ponto dele passar pelo buraco da porta verde de metal, saindo rapidamente. Sei que é estranho você compor uma música para alguém e sair no anonimato, mas ainda não é a hora de me revelar. Enquanto esse dia não chega, acho melhor me contentar em não saber o que ela achou da música.



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