Identify

Escrito por Caroline | Revisado por Cáa

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- U M

  O mundo girava e minha cabeça parecia mais leve, desgrudada do resto do corpo. Cenas randômicas apareciam em minha mente e não sabia se estava imaginando-as ou realmente as vendo: Pássaros, sombras e pessoas dançando em câmera lenta. Estava rendida às sensações que a droga causara, era difícil respirar (o ar parecia não chegar ao pulmão, ou apenas não era a quantidade suficiente) e, por momentos, esqueci onde estava. Senti baques constantes, barulhos altos e ocos, e percebi que era eu quem os estava fazendo; tentava levantar, mas caía logo em seguida. Minhas pernas não me obedeciam, mas ainda estava consciente, sabia disso porque a culpa estava lá presente, me transformando. Culpa me enchendo. Culpa por todo o lugar. Nada estava funcionando como o esperado, o álcool, os analgésicos e nem a porra da cocaína não foram suficientes.

F L A S H B A C K - U M A N O

  - Sou , você seria...? - O menino de olhos e sorriso estonteante perguntou para mim, me analisando atentamente. Estava em um barzinho com minhas amigas, mas precisava de um tempo para descansar da música alta e pessoas bêbadas. Foi quando o garoto me achou. Minha roupa era curta, mas não sentia frio. O vestido preto acabava no meio de minhas coxas e a jaqueta jeans roxa estava dobrada até meu cotovelo.
  - . - Disse em total descaso, mordendo meu lábio inferior enquanto brincava com o cigarro em minha mão esquerda. Bati no objeto preso entre meu indicador e meu dedo do meio com o polegar e as cinzas caíram no chão frio.
  - Bonito nome, combina com você. - Seu olhar era intenso, mas não o achei desconfortável. O garoto não era sexy, mas sua aparência me lembrava Sam, meu ex namorado. A semelhança fora suficiente para prender minha atenção. Sam era incrivelmente cafajeste e irritantemente lindo, me dera um fora depois de achar uma modelo italiana em uma balada e nunca mais havíamos nos falado. O término repentino me deixara amargurada e quando veio iniciar uma conversa comigo, planos estranhos tomaram minha mente. Já que Sam me dera um fora, poderia fazer o mesmo com esse tal de . Nada seria extraordinário e eles eram parecidos, afinal. O plano pareceu perfeito na hora, provavelmente porque tinha misturado álcool e cocaína minutos antes de encontrar o menino, mas quis ignorar esses detalhes. Sam tinha os mesmos traços de , mas Sam não possuía o sorriso doce de . Muito menos o cuidado que o garoto a minha frente tinha comigo. A insegurança de me tocar, o modo como me tratava.
  - É. - Fui seca e levei meu cigarro a boca, tragando o suficiente para a chama queimar mais rapidamente a droga lícita. O cara a minha frente entortou um pouco a cabeça e estendeu a mão para minha boca, tirando o cigarro da mesma e levando-o a sua própria. A atitude ousada me intrigou, mas não fora totalmente sucedido em seus atos. Logo o garoto começara a tossir e o cigarro caiu no chão.
  - Desculpe. - Ele disse, coçando sua nuca e olhando do cigarro (agora no chão) para mim, repetidas vezes.
  - Você é interessante. – Obriguei-me a colocar meu melhor sorriso no rosto e toquei seu ombro levemente com minha mão fria. Inclinei um pouco a cabeça e com a outra mão livre, joguei meu cabelo para o lado oposto ao que se encontrava, fazendo charme.
  Tudo começara naquele dia.

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- D O I S

  - Se as drogas não estão funcionando, provavelmente preciso de mais. - Murmurei para mim mesma com uma voz pastosa e irreconhecivelmente grossa, senti o pequeno pacote de plástico pesar mais do que o normal em minha mão. Ainda estava o segurando? Estreitei os olhos para enxergá-lo melhor, pequenas distâncias pareciam longas e tudo estava embaçado, vi o conteúdo branco e fino o suficiente para ser confundido com farinha. Sentei depois de muitas tentativas falhas, meus reflexos mais lentos do que o normal tornou tudo mais tortuoso e a impaciência era crescente. Ajeitei duas carreiras gordas no chão mesmo, sem tentar achar outro lugar mais cômodo. Meu braço e minha mão estavam mais quentes do que o normal, algo viscoso descia por ele, provavelmente havia me machucado em alguma das minhas quedas, vi o sangue vermelho escarlate escorrendo por entre meus dedos, talvez tivesse quebrado um vidro. Ou minha porcelana francesa inteira.

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  - Então ele disse que estaria tudo bem, e nós acabamos indo. - parecia contente, seus olhos brilhavam de excitação e sua voz estava mais alta do que o comum. Estávamos em um restaurante qualquer e já tínhamos comido nossos lanches. O garoto insistira pedir uma porção de batata e agora era o que restava na mesa de comida. Ouvia-o, fingindo interesse e mexia constantemente na batata, tentando desviar meu olhar do de . Tudo estava confuso e não tinha sido como o planejado. Por que ele tinha que ser tão bom e paciente? Sam era diferente... Mas não existia diferença entre eles, existia? Mexi inconsciente a cabeça de um lado para o outro levemente, negando qualquer possível diferença e a voz do menino cessou. - Está tudo bem? - Ele perguntou e eu acenei com a cabeça, olhando espantada para ele.
  - Só estou com cólica. - Menti porque sabia que qualquer garoto se assustaria depois da famosa palavra que falara por último. Mas não recuou como pensara. Fiquei olhando para a pessoa em minha frente e o máximo que ele fez foi sorrir.
  - Quer que eu te deixe em casa? Posso passar na farmácia e comprar algum remédio. - Ele disse, a voz baixa. inclinara sobre a mesa e me olhava, tentando me decifrar. No mesmo instante que ele tocou minha mão, eu pulei de susto, pegando minha bolsa e inventando qualquer desculpa esfarrapada.
  - Acho melhor somente ir para casa. Eu pego um táxi. - Não dei tempo do garoto responder, dei um beijo leve em sua bochecha e saí do restaurante as pressas. Quando entrei no táxi, mandei uma mensagem para ele, dizendo que estava devendo dinheiro para ele do jantar, mas o que recebi em troca foi uma mensagem de melhoras e indignação porque, de acordo com , enquanto ele saísse comigo, ele sempre se responsabilizaria pela conta.
  Bufei audivelmente e disse para o motorista ir mais rápido, tinha que ficar fora do ar por algumas horas e a única coisa que me ajudaria a conseguir isso seria o pó.

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- T R Ê S

  Com a mão direita, enrolei uma nota de cinco dólares com o polegar e o indicador sem nenhum capricho. Gargalhei para a nota imitando um canudo sem nenhum motivo e olhei meio bêbado para as carreiras, com medo de que elas estivessem desfeitas. Posicionei o canudo improvisado em frente ao meu nariz e tentei abaixar devagar até alcançar o chão. Aspirei a primeira carreira com a narina esquerda e bati minha testa no chão. Sorri sem nenhum humor, me sentindo miserável, mas não desisti. Aspirei a outra carreira na narina restante e me deitei, de barriga para o teto. Tudo parecia mais lento, mais estranho. Inspirei fundo, mas consegui consegui expirar e acabei tossndo, me contorci no chão e permaneci em posição fetal depois de meu acesso repentino. Olhei para a prateleira da sala e vi um porta retratos, a nossa foto. Levantei um pouco o rosto e logo a cima estava outro, Sam e eu. A culpa mais uma vez tomou conta de mim, mas logo senti algo diferente, a droga demorara alguns segundos para fazer efeito, mas finalmente estava acontecendo.

F L A S H B A C K - N O V E M E S E S

  - É sério que você não vai desistir dessa ideia? - Uma de minhas amigas, a mais próxima dentre elas, perguntou e neguei com a cabeça, enfiando outra colher cheia de sorvete de creme em minha boca. - Você é doida. - Ela disse e neguei com a cabeça novamente, virando a mesma para ela e sorrindo com a colher de metal ainda dentro de minha boca.
  - Não, Sam que é. - Eu disse e revirei os olhos. Tinha adquirido a mania de chamar de Sam porque não havia uma diferença realmente significativa entre eles. Voltei minha atenção para a televisão, mas logo meu celular começou a tocar. Peguei-o da mesinha da sala e olhei o visor; . - Alô?
  - ? - Ele perguntou e quase desliguei em sua cara. Era sempre a mesma coisa, sempre que ele me ligava ele perguntava se era realmente eu que antendera o telefone. Fiz um barulho afirmativo com a boca e ouvi sua risada do outro lado da linha. - Tudo bem?
  - Sim. - Voltei a ver televisão, o descaso transbordando meu ser e a mesma amiga que falara comigo antes, me beliscou ardidamente na cintura. Olhei feio para ela, mas quando vi sua expressão revirei os olhos e olhei para baixo. - E você? - Completei a pergunta e mordi o lábio inferior, tentando me controlar.
  - Bem. - Pude ouvir outra voz ao fundo e ergui uma sobrancelha. - Meus amigos estão aqui--
  - E por que não está se divertindo? - Cortei-o e esperei uma resposta enquanto pegava mais uma colher de sorvete do pote que estava estrategicamente posicionado em meu colo.
  - Nada, eu só queria ouvir sua voz. Os meninos estão jogando baralho, pensei que podia falar com você ou te encontrar. - Sua voz foi diminuindo a medida que ele falava e quase o achei fofo. Quase.
  - Ok. - Fui monossilábica e respirei fundo, tentando me concentrar. - Estou comendo sorvete. - Tentei soar normal, mas sei que minha voz transpareceu minha excitação e tenho certeza que pareci uma criancinha falando. Era engraçado como às vezes não conseguia achar um meio termo para me comportar, por mais que tentasse. Era tudo levado aos extremos. Ouvi a risada musical de .
  - Estou com saudades. - disse de repente e eu prendi minha respiração. - Posso ir aí depois?
  - Claro. - Disse, me levantando e indo em direção ao banheiro. Teria de estar cheirosa para Sa--. Ao menos o sexo era satisfatório.

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- Q U A T R O

  Meus olhos ficaram mais embaçados e senti que estava chorando. Patético. Fechei os olhos e desejei voltar no tempo, um ano atrás. Antes de tudo acontecer. Tentar agir da maneira correta, ter uma segunda chance. Quando tentei me abraçar, obviamente buscando conforto, meus braços não me obedeceram. Arregalei os olhos e foi como se meu coração desacelerasse repentinamente. Sorri para o nada e esperei pelo menos uma boa lembrança antes de tudo acabar.

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  - Aceito. - Disse, minhas emoções ultrapassando minha razão por instantes. estava a minha frente, segurando um anel prateado dentro de uma caixinha de veludo azul. Suas roupas estavam mais arrumadas e poderia compará-lo a Sam, que só penteava o cabelo e arrumava suas roupas em ocasiões especiais. Estava com um vestido verde, comprado especialmente para o verão e estávamos na praia, o sol estava se pondo, mas tínhamos levado água e alguns biscoitos para passarmos o dia apenas conversando e ouvindo o barulho do oceano.
  - Não acredito. - Ouvi o sussurro tímido de e ele pegou delicadamente minha mão para colocar o anel. Não sei como, mas ele sabia a medida do meu dedo, pois o anel serviu perfeitamente. Arregalei os olhos com tamanho planejamento e ele estendeu a caixa em minha direção, provavelmente esperando que eu colocasse o anel que sobrara em seu dedo. Fiz isso e segurei seu rosto com minhas mãos, aproximando nossos corpos. Ele estava ajoelhado em minha frente e naquele momento, já estava entre minhas pernas (de qualquer maneira estava com biquíni por baixo do vestido). Tentava guardar todos os detalhes de seu rosto. Tudo. Ele era o Sam. Não havia dúvida. Fechei os olhos e beijei-o. Beijei-o com vontade, beijei-o como beijava Sam. Entre ofegos e baixos suspiros, nos separamos, pois senti gosto de sangue. Os olhos de estavam arregalados, mas não de desejo, eu toquei em meu nariz, percebendo que minhas suspeitas tornaram-se em verdades incontestáveis. O sangue era meu. E eu sabia o motivo do sangramento. Comecei a balbuciar desculpas esfarrapadas, mas pareceu não ouvir. Rapidamente o vi tirar sua camiseta e colocar sobre meu nariz, limpando o meu rosto com outra parte da camiseta.
  - Deve ter sido o calor. Olhe para cima, ! Logo vai passar. - Sua voz era um tom mais agudo, soando preocupado e alarmado por algo acontecer assim repentinamente.
  Não sabia se ficava feliz ou brava por ele ser tão compreensível e paciente. Mas por algum motivo, fiquei com raiva dele. Assim como ficava com raiva de Sam. E em um instante a única coisa que precisava era aspirar mais cocaína.

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- C I N C O

  Ao contrário do que pensei, a sala de minha casa não foi o último lugar que estive antes de morrer. As vozes se misturavam e eram um pouco confusas, mas consegui distinguí-las. Tentei abrir os olhos, mas pensei melhor e desisti da ideia. Provavelmente alguma luz me cegaria ou teria de falar com alguém indesejável. Tentei sentir o local macio em que me encontrava e só consegui saber que estava no hospital quando me concentrei em minha mão, sentindo uma agulha. Depois, ouvi vozes baixas e alguém dizer a palavra enfermeira. Decidi continuar ouvindo o que estava acontecendo e foi quando ouvi a voz dos dois novamente, coisa que tive certeza que nunca mais aconteceria.

F L A S H B A C K - U M M Ê S

  - Sou Sam. – Ouvi ao longe e revirei os olhos. Parecia ter ouvidos biônicos, mas sabia que era pura paranóia. Qualquer pessoa que tivesse esse nome, já era algo a ser lembrado de forma doída. Olhei para frente, tentando me localizar e meus pés congelaram. Meu coração acelerou e senti minha boca molhada por saliva. Meus olhos arregalados e minha expressão em choque não pareceram chamar a atenção de ou Sam. Os dois juntos. – Aquela garota que está com você se chama , não?
  - Sim. – Ouvi falar, seu tom de voz seco e ao mesmo tempo transparecendo curiosidade. Era óbvio que ele estava curioso, um homem idêntico a ele estava falando sobre sua atual namorada. Dei passos pequenos em direção a mesa do restaurante em que estávamos. Tentei olhar em volta e não vi a modelo que teoricamente deveria acompanhar Sam. A mesma mulher que tirou Sam de mim.
  - Ela continua com os sangramentos contínuos no nariz? Você sabe, ela continua com a cocaína? - Mas que diabos? Pensei indignada e quando estava há alguns passos da mesa em que dividia com , Sam continuou falando. – Não só a cocaína, ela desenvolveu outros vícios... – A risada irônica de Sam tomara a conversa e já estava de pé, olhando para o outro homem com os braços cruzados em frente ao tórax. Seu maxilar travado e suas sobrancelhas levantadas de forma estranha.
  - Eu não sei do que está falando, mas--
  - Ela vai acabar com sua vida. é pior do que um vulcão, tudo se vai e você acaba destruído e com um sentimento de culpa, ainda por cima. – Sam dissera e pousara uma mão no ombro de , que recuara no mesmo momento. Foi quando ele olhou para onde eu estava, nossos olhos se encontraram e eu apenas balancei a cabeça, incrédula. Como os dois estavam juntos?
  - Saia daqui. – Disse assim que tive coragem o suficiente para me aproximar dos dois homens conversando. Sam desviou sua atenção para mim e tentou sorrir. Olhei-o atentamente e ele estava como antes, todo perfeito e cafajeste. Senti uma raiva aguda e quando seus braços me envolveram em um abraço inesperado, não pude deixar de sorrir bobamente ao mesmo tempo que sentia nojo. tomara uma atitude rápida e quando me dei conta estava em seus braços e não nos de Sam. Incrivelmente, seu abraço era mais acolhedor.
  - Não minta para mim. – virou-se para Sam e apontara um dedo para ele, dizendo suas palavras com raiva e desesperadamente baixas.
  - Com o tempo você verá que nada é mentira. Ela vai te levar a miséria. Cocaína é só um dos vícios de . Outro é acabar com qualquer pessoa que se assemelhe a mim. – Sam acabou de dizer, a voz transparecendo orgulho, e virou-se, indo em direção ao bar do local. Pelo visto, estava sozinho e um sorriso cruel tomou conta de meu rosto. Olhei para depois e sua expressão era indecifrável, seus olhos estavam fixos em meu rosto. Ele assistira tudo de camarote. Tudo viraria de pernas para o ar depois disso. poderia ser mais compreensível, mas não era idiota. Ele buscaria respostas e acharia as mais dolorosas.

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  - Você acha que ela vai conseguir? - Ouvi a voz mais grossa e pude perceber que era .
  - Não sei. - Sam murmurou do jeito que sempre fazia e quis levantar para socá-lo. - Não me importo muito. Só tive o azar de encontrá-la justo quando ela estava desmaiada.
  - Por que foi lá? - de novo.
  - Ela mantinha um relógio meu, meu preferido. Escondera infantilmente em sua casa. Só o queria de volta, mas provavelmente ela usaria para comprar mais cocaína. - A voz de Sam era amedrontadora e por um momento fiquei grata pelo meu fingimento. Talvez ele me batesse de verdade se estivesse acordada. Senti meus olhos arderem e um impulso de abri-los, mas resisti bravamente.
  - Cocaína. - murmurou. - E pensar que eu não acreditei da última vez que nos encontramos. - Um arrepio subiu por minha espinha e quis gritar.
  - Ela é doida. Completamente insana. - Sam disse e ouvi barulhos de couro raspando no jeans ou vice versa, provavelmente estavam sentados em um sofá.
   ficou um bom tempo sem dizer nada e eu quase pensei que ambos tinham saído do local em que me encontrava, provavelmente um quarto de hospital. Senti alguém mexer em meu cabelo e uma gota quente caiu em meu pescoço. Entreabri os olhos e pude ver a figura de . Seus olhos estavam vermelhos, realçando sua cor, e lágrimas caíam do mesmo. Seu nariz estava rosa e o resto de seu rosto estava pálido demais. Não sei se ele percebeu que estava o vendo, mas ele continuou fazendo o que estava fazendo. Me encarando e chorando. Seus soluços eram escondidos entre uma tosse e outra. Minutos se passaram e eu não consegui fazer nada, apenas olhá-lo por entre meus cílios. A culpa outra vez presente, naquele momento não sei o que mudou, mas vi em minha frente. E não Sam. Naquele momento percebi que ele era único. Minha garganta estava seca e eu não queria dizer sequer uma palavra. Vergonha e culpa me inundaram e não sabia como aquilo havia acontecido. Queria fugir de meus problemas novamente, dessa vez cheirando cocaína ou até tentando algo mais forte, mas estava presa àquela cama.
  - Algumas coisas estão fora do meu alcance. - Suas palavras foram bem pronunciadas e consegui vê-lo sair do quarto. Fechei os olhos depois de ouvir o clique da porta e dessa vez a gota quente que escorreu pela minha bochecha não era de .

F I M



Comentários da autora


Não é segredo que eu to muito away de fanfics, mas eu perdi uma aposta (eu acho que foi aposta, não sei bem como me meti nisso, mas a culpa é da Kita, da Lola e da Pepps) e tive que escrever uma fic The Maine.
O objetivo era viciar a Pepps em The Maine, mas não sei se consegui fazer isso com essa fic from hell. No início pensei em fazer uma série de short fics, porque sei que me desanimo escrevendo longs e acabo desistindo. Mas esse carnaval de 2013 me deixou inspirada e acabei fazendo uma fic só.
Muitos pontos estão obscuros porque tem umas mensagens subliminares, ou é pra vocês deixarem a imaginação a solta (tipo o final L O L), mas é. Acho que eu gostei dessa fic, me lembrou Drugs (outra fic desse estilo minha, também The Maine e short fic).
ANYWAY! É isso, Pepps! LEIA COM O BROCK! HAHAHAHA