[I can't even] Concentrate

Escrito por Queen B | Revisado por Mariana

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   estava verdadeiramente feliz com aquele trabalho.
  Todo dia, quando adentrava o prédio da SM entertainment, se sentia feliz, completa. Quando começara seu curso, em Hollywood, já parecia loucura e irreal, o quão longe chegara e agora, depois de formada estar fazendo um trabalho daquela magnitude, na Coréia do Sul, era... Céus, nem sabia explicar o que era. Não achava que surreal dizia o suficiente sobre o modo como ela se sentia, honestamente.
   era apaixonada por cinema desde muito nova, quando tinha quatorze anos e seu pai lhe levou para ver um filme numa das enormes e escuras salas de cinema pela primeira vez, fazendo com que ela se encantasse com a experiência como nunca nada lhe encantaria em sua vida. Desde então, ela estudara os gêneros, quem estava na frente das câmeras e, mais ainda, quem estava por trás e sempre soube que era aquilo que queria fazer também: Estar por trás das câmeras.
  Com dezesseis anos, ganhou sua primeira câmera fotográfica, começou a fazer ensaios fotográficos e, em seu tempo livre, filmava curtas pouco explicativos, poéticos, como aprendeu mais tarde a categorizar. Mesmo assim, ela sempre quis mais. Sempre quis poder se dizer uma cineasta.
  Agora, com vinte e sete anos, fazia alguns meses que completara a pós-graduação em escrita criativa, orgulhosa e agradecida por ter podido fazê-lo em Seul, e, uma semana depois, surgiu aquele trabalho. Na própria SM Town.
  Céus, nem dava pra acreditar.
  Sua fascinação pela cultura asiática chegou tarde, junto com a paixão por alguns grupos de Kpop, mais ou menos no fim de seu curso de graduação e, por ironia do destino, alguns meses depois a chance de conseguir uma bolsa para fazer sua especialização em Seul, exatamente na área em que queria, surgiu. As coisas caminharam com tanta facilidade que não teve duvidas: O universo estava conspirando ao seu favor e queria tanto quanto ela que aquilo desse certo.
  Porque o que era pra ser, terminava sempre sendo. Era o que sua mãe sempre dizia e a cada dia de sua vida aprendia a levar a filosofia mais a sério, a relaxar e deixar as coisas fluírem, ainda que nem sempre fossem de acordo com sua vontade. Havia alguém lá em cima que sabia mais que ela, que queria o melhor para ela também e, sempre que algo saia diferente de seus planos, gostava de lembrar a si mesma daquilo.
  Ela pensava em todas aquelas coisas enquanto assistia com um sorriso o resultado final de seu último trabalho para a SM, dirigindo um vídeo clipe de seu grupo de garotas favorito no meio musical da Coréia do Sul.
  - Estou tão feliz, Hyun-ki. – ela murmurou para seu colega de trabalho, o sorriso em seu rosto evidenciando a verdade em suas palavras. O homem, que trabalhara na montagem do vídeo lado a lado com , sorriu, assentindo. Havia acabado de lhe mostrar como ficara a versão final do vídeo, motivo pelo qual mal dormira a noite, roendo as unhas de ansiedade, e satisfação invadia seu peito no fim das contas, fazendo valer a pena cada dia que chegara mais cedo e ficara até mais tarde, trabalhando naquilo.
  - Você fez um ótimo trabalho. – Hyun-ki parabenizou, orgulhoso e ela sorriu mais, reconhecendo tal orgulho nos olhos do mais velho. Além de toda a realização profissional que o trabalho com cinema lhe dava, ele lhe proporcionava mais: conhecer e aprender com o trabalho de pessoas mais experiente, que sempre tinham muito a ensinar. Hyun-ki era uma delas. – Não posso acreditar que é seu último dia por aqui. Vamos sentir sua falta.
  - Ah, Hyun-ki! – ela murmurou, comovida enquanto se inclinava para frente e abraçava o corpo robusto do mais velho. – Eu vou sentir falta de vocês também! Tive a equipe mais incrível do meu lado, mas você sabe... Não seria bom para minha carreira me permitir estabilizar aqui agora, especialmente quando mal comecei e a SM sequer tem outro comeback planejado para os próximos meses. Não posso ficar parada, sabe? Preciso continuar filmando, trabalhando.
  - Está certíssima. – o homem concordou, sorrindo antes de passar a mão em sua cabeça, numa atitude de carinho. Os coreanos não costumavam apreciar toda aquela coisa de toque e não se adaptara completamente aquilo ainda, fato que, aliás, tornou o trabalho com a equipe que a SM lhe disponibilizou, no minimo, cômico. abraçava quando estava empolgada, trocava cumprimentos de mãos e as pessoas ali nunca pareciam saber o que fazer quando ela se esquecia das normas de etiqueta do país e fazia aquele tipo de coisa. A mulher era tão doce que ninguém tinha coragem de repreendê-la e ela acabou sorrindo pela atitude de Hyun-ki e por seu significado.
  - Bom! – ela se levantou, sorrindo abertamente. – Vou deixar você finalizar a renderização e cuidar do resto, tudo bem? É meu último dia e, sabe... Eu gostaria de dar uma volta pelo prédio. Me despedir.
  - Claro. E, ei, quem sabe não é seu dia de sorte e um dos EXOs finalmente vai esbarrar com você, hm? – o mais velho provocou e ela riu, levando a mão ao peito e abrindo a boca como se fosse ter um ataque.
  - Nem brinque com uma coisa dessas, Hyun-ki. – retrucou e os dois riram juntos, então ela acenou e lhe deixou sozinho na ilha de edição, que não visitaria mais por algum tempo.
  Oficialmente, depois daquele dia não trabalharia mais para a SM, porém não gostava de acreditar que aquele era o fim. Talvez, quem sabe, ela pudesse até terminar voltando para a agência em alguns anos.
  Pensando naquilo, ela fechou a porta da ilha de edição, olhando em volta no corredor a sua frente e então virando a direita para entrar no elevador, sentindo o peito quase estufar, tamanha sua satisfação.

...

   passara exatos seis meses trabalhando na SM e não esbarrara com nenhum dos membros do EXO... Ou com qualquer idol, para falar a verdade.
  Bom, ninguém além da Red Velvet, com quem ela trabalhou gravando os últimos três MVs do grupo.
  Mas não era realmente de se estranhar, levando em conta que, enquanto estava trabalhando nos vídeos, tudo o que fazia era, de fato, trabalhar nos vídeos e saía do set que montara com sua equipe em horários que tornavam muito difícil de fato encontrar alguém.
  Ainda assim, era seu ultimo dia ali e, com o comentário de Hyun-ki na ilha de edição, ela não conseguia evitar pensar naquelas coisas, em todos os lugares que nunca estivera na SM. E se Kim Jongin, cujo sorriso e jeitinho amável sempre derreteram seu coração, estivesse num daqueles lugares naquele exato momento?!
  Ela se sentia até boba, deixando os pensamentos rumarem naquela direção quando dissera a si mesma desde o inicio que acabar realmente trombando com algum idol ali era, no minimo, improvável, mas a garota sonhadora que escrevia fanfics com Kai sempre existiria dentro dela e no fundo a mulher sabia bem daquilo. Imaginar demais era parte de quem ela era, afinal de contas.
  Ainda pensava nisso quando entrou no elevador, porém, apesar de tudo aquilo, simplesmente balançou a cabeça e tentou parar de deixar os pensamentos lhe deixarem imaginativa demais, olhando os botões com números dentro do elevador. No fim das contas, ela optou por ir a um lugar no qual já estivera antes, mesmo com toda aquela reflexão, seguindo, portanto, para o terraço do prédio.
  Sempre que tinha algum tempo sozinha, algum intervalo de seu trabalho, era pra lá que ia. Desde a primeira vez que fora no terraço, foi pega pelo encanto da vista lá de cima, se deixando ficar completamente envolvida e acabando, por consequência, voltando sempre pra lá. Em Hollywood, em seus últimos meses de curso, havia adquirido o hábito do qual não se orgulhava de fumar e, mesmo que agora não o fizesse com frequência, de vez em quando, quando a ansiedade apertava, voltava a fumar um cigarro e fizera aquilo algumas vezes naquele terraço, conforme era atingida pela realidade de estar, literalmente, do outro lado do mundo.
  Nascera no Brasil, afinal de contas, crescera lá e ter chegado tão longe era infinitamente gratificante, porém também era igualmente assustador às vezes. E, quando assustava, fumava. Não sentia orgulho, mas fumava.
  Fora como descobrira o terraço.
  Ironicamente, só depois que mostrara uma foto da vista lá de cima para suas amigas e que elas perguntaram se já tinha visto Kai ensaiando por lá foi que ela se lembrou do fato que ela mesma compartilhara com as amigas a respeito dele. De como ele gostava de subir ali para praticar sua dança porque lhe ajudava a se sentir focado.
  Depois daquilo, daquela conversa com as garotas, sentia um friozinho na barriga toda vez que apertava o botão para subir até o terraço, ainda que nunca houvesse chegado realmente a encontrá-lo lá. Ainda repetia para si mesma que devia parar com aquilo quando aquele tipo de coisa acontecia, mas era mais forte que ela e, naquele exato momento, quando apertou o botão para o terraço, o frio voltou, congelando suas estranhas com um jato gelado de ar que lhe fez estremecer de nervoso.
  Droga, , pare com isso, resmungou em pensamento, repreendendo a si mesma enquanto seus saltos tilintavam de maneira discreta no curto lance de escadas que precisou subir para abrir a porta que dava para o terraço e encontrar o vento frio que tanto gostava de Seul.
  Quando o fez, seu coração acelerou de maneira, no minimo, vergonhosa, martelando com tanta força no peito que, por um breve instante de irracionalidade, teve medo que ele o atravessasse, precisando conter o ímpeto de levar a mão ao peito, como se a atitude fosse segurar o órgão no lugar.
  Mas não dava para culpá-la.
  Era a primeira vez que encontrava o terraço ocupado e, mais ainda, ocupado por ninguém menos que Kim Jongin, Baekhyun e Kyungsoo.
  Céus, eram eles.
  Era Jongin jogado no chão, tão despreocupado, e com a aparência tão cansada enquanto sorria de maneira preguiçosa para algo que o próprio Baekhyun falara. Kyungsoo sorria de maneira muito parecida, sentado recostado a uma parede e olhou completamente desacreditada para os três.
  Eram mesmo eles?
  Kyungsoo lhe notou primeiro e sorriu, o mesmo sorriso doce que fez reparar nele pela primeira vez em um episodio de Homens com Missão, um programa de entretenimento coreano bastante popular.
  - Annyeonghaseyo. – murmurou, acenando para a mulher, que, com as pernas e os pés bem juntos, curvou o corpo num cumprimento mudo. Aos vinte e sete anos, seria no minimo vergonhoso soltar um gritinho e denunciar seu surto interno e tinha medo de acabar fazendo exatamente aquilo se ousasse abrir a boca.
  Rapidamente, Jongin se pôs de pé, num pulo que teria achado engraçado vendo da segurança da tela de seu computador, porém ali, em sua frente, sentiu que o entendia. Que podia pular também, mesmo que não pelo mesmo motivo, levando em conta que levavam sustos completamente diferentes.
  - Annyeonghaseyo. – ele repetiu o cumprimento de Kyungsoo, fazendo a mesma reverência que ela fizera pouco antes, desconcertado. Kyungsoo riu baixo, junto com Baekhyun, que se limitou a acenar com a cabeça pra ela.
   achou a visão absurdamente graciosa, os três sendo tão... Tão exatamente como ela sempre os imaginou, e corou, sentindo-se extremamente tímida de repente, tão tomada pelo amor que sempre sentira por aqueles garotos. Ela costumava ser tímida, muito tímida, porém depois que começara a faculdade aquele traço de sua personalidade desaparecera quase completamente e estar de volta com aquele rubor nas bochechas era, no minimo, inacreditável, embora cômico também.
  - Annyeonghaseyo. – se forçou a falar, abrindo um pequeno sorriso enquanto Baekhyun se colocava de pé também.
  - Desculpe, Kai estava praticando e, como ele sumiu, viemos atrás. Você quer ficar sozinha? Porque já terminamos, podemos ir... – disse, com desenvoltura perfeita ao gesticular e falar com a mulher, precisando tomar a frente já que Jongin parecia não conseguir fazer nada além de olhar embasbacado para a mulher, que se esforçava para recuperar a compostura, sorrindo para Baekhyun.
  - Não precisa pedir desculpas. – garantiu. Ela havia ido aquele terraço pensando sim em ficar sozinha, em fumar seu cigarro do mês e acalmar a parte mais medrosa de si mesma, que não parava de se perguntar o que aconteceria agora que ela acabara seu trabalho ali, mas de repente sequer se lembrava daquilo. Três dos garotos de um de seus grupos favoritos estavam bem ali, em sua frente. – O lugar é grande, podemos dividir. – ela acrescentou em seguida, sem jeito e Baekhyun assentiu, sorrindo para ela outra vez.
  - Qual é o seu nome?
  - . . – ela falou e sorriu ao ver a pequena careta que Jongin fez atrás de Baekhyun, parecendo estranhar as palavras tão distantes de seu vocabulário. Ele não fazia ideia de como pronunciar aquilo, mesmo que ela houvesse acabado de fazê-lo com toda tranquilidade e desenvoltura do mundo. A mulher sorriu, empática. – Tive um pouco de dificuldade com os nomes de vocês também, eu entendo. – admitiu e Jongin sorriu diante de suas palavras, os olhos carregando uma admiração que fez se sentir ainda mais tímida.
  Céus, era mesmo Kim Jongin olhando daquele jeito pra ela?!
  Ele era ainda mais bonito pessoalmente e, até então, nem achava que aquilo fosse possível. Os olhos escuros carregavam uma leve inocência que achava linda, que ficava tão, mais tão admirável em contraste com o resto de seus traços. O nariz que ela adorava apreciar, os lábios inchados de maneira discreta e, ao mesmo tempo, hipnotizante.
  Deus, ele era muito bonito.
  - Sabe nossos nomes, então? – Kyungsoo perguntou, tirando-a de seus devaneios, como se estivesse surpreso e ela sorriu, assentindo.
  - Kyungsoo, Baekhyun e Jongin. – apontou para cada um ao pronunciar o nome, com maestria depois de anos de prática, sorrindo para Jongin sem conseguir se conter ao voltar a encará-lo. Ele sorriu de volta. – Sou uma fã. – ela explicou, com leve constrangimento em admitir, levando em conta que, junto com Baekhyun, era a mais velha ali.
  - Ficamos lisonjeados em ouvir. – Jongin fez outra reverência, como se agradecesse e ela sorriu por isso, pensando que ele se tornava cada vez mais gracioso aos seus olhos e queria poder tocá-lo, abraçar o homem de aparência e sorriso tão convidativa. Infelizmente, os costumes na Coréia não eram como os do Brasil e não seria apropriado, então se conteve.
  - Quantos anos você tem, ? – Baekhyun voltou a perguntar, chamando sua atenção de volta para si e ela encarou o homem de dentinhos pequenos e aparência propensa a deixar qualquer um zeloso. Respondeu sua pergunta com um sorriso, sabendo que idade era uma questão importante na cultura deles, lhes fazia saber como tratar a pessoa a quem se dirigiam.
  - Noona? – Jongin perguntou, surpreso, atraindo o olhar da mulher de volta para o seu. Havia despreparo em seus olhos, como se a informação lhe houvesse pegado completamente de surpresa e ele não tivesse muita certeza de como agir agora e, por algum motivo, a visão encheu o coração de . Ela ficou com medo de realmente explodir de carinho pelo homem.
  - Você pode me chamar de , não me importo. – garantiu, embora houvesse gostado de ouvir o termo nos lábios dele. Jongin sorriu timidamente em agradecimento e a visão arrancou de outro sorriso, tão cheio de carinho quanto os outros.
  - O que faz na SM, ? – Baekhyun perguntou, cutucando Jongin de lado discretamente. Ele riu, envergonhado, e lhe devolveu o cutucão.
   riu dos dois, colocando sem jeito o cabelo atrás da orelha, claramente tão encantada com Jongin quanto ele com ela e, céus, seu coração fazia acrobacias com aquela constatação: Jongin estava encantado com ela.
  - É meu último dia, na verdade. Estive trabalhando com outro grupo em seus últimos MVs... Sou cineasta. – explicou, sorrindo mais quando os três garotos olharam maravilhados para ela, como se aquela fosse uma descoberta, de fato, incrível.
  - Cineasta? – Kyungsoo perguntou, os olhinhos, mais redondos que os dos companheiros por natureza, se abrindo mais.
   sorriu, assentindo.
  - Sim, me formei há alguns anos e vim fazer uma especialização em Seul, então acabei conseguindo o trabalho com as meninas da Red Velvet. – contou, orgulhosa. Daquela conquista em especial, ela adorava falar. Era seu maior orgulho, afinal.
  - Elas são muito legais. – Jongin concordou, com uma pontada de decepção no peito por saber que aquele era o último dia dela. Novamente, Baekhyun deu um cutucão em sua costela e ele olhou feio pra ele. – Hyung, pare!
  - Ah, pelo amor de Deus! – Baekhyun rolou os olhos, como se não acreditasse nele. riu da falta de descrição do homem e Jongin enrubesceu levemente, baixando o olhar para os próprios pés enquanto Kyungsoo ria também.
  - Não vai mais aparecer por aqui então? – ele perguntou, tentando dar uma mão a Jongin, que ergueu minimamente o olhar para prestar atenção na resposta, porém assim que notou olhando para ele baixou os olhos novamente. Ela riu fraco, querendo demais apertá-lo e proteger.
  - Não, infelizmente meu tempo na SM acabou. Preciso me planejar e organizar meus próximos passos. – por fim, respondeu a Kyungsoo, que desviou o olhar para Jongin brevemente, como se esperasse algo dele. Jongin não se moveu e o mais velho rolou os olhos.
  - , esperamos que não se sinta ofendida, mas, já que não vai aparecer por aqui outra vez.... – Baekhyun começou, fazendo com que Jongin arregalasse os olhos para ele antes mesmo que o companheiro terminasse de falar. – Jongin gostaria de ter o seu número. – soltou, como se não houvesse notado e Jongin lhe bateu com força no braço, fazendo Baekhyun rir antes de fugir para longe dele, se escondendo atrás de Kyungsoo, que também ria. – Por nada, Nini. – provocou, usando o apelido carinhoso em tom de provocação e Jongin rolou os olhos, sem conseguir encontrar coragem para encontrar novamente depois daquilo, o que fez com que a mulher sorrisse mais.
  Não devia haver no mundo pessoa mais amável que Kim Jongin, céus.
  - Jongin? – ela chamou, com carinho pingando da voz. Jongin ergueu minimamente o olhar pra ela e sorriu ao vê-la sorrindo, num reflexo impossível de conter. – Quer me dar seu celular para que eu possa anotar meu número? – ela perguntou e quase pôde ver os sorrisos de Baekhyun e Kyungsoo se alargarem, mas não virou para checar.
  Jongin lhe estendeu o celular, se esforçando para parar de desviar o olhar para o chão. Ela era tão bonita, queria olhar para ela, gravar cada um de seus traços até poder vê-la de novo.
  Tentando ignorar o suor nas próprias mãos, pegou o celular e digitou o próprio número ali, devolvendo para Jongin para que ele salvasse como preferisse.
  - O-o... Obrigado. – ele murmurou, desajeitado, antes de abaixar a cabeça e curvar o corpo, numa nova e curta reverência para a mulher, que imitou.
  - Vamos indo. – Kyungsoo interveio, passando um braço pelos ombros de Jongin. – Mas esperamos vê-la de novo, . Agora que Jongin pode entrar em contato.
  - É, eu também. – ela respondeu, sem desviar o olhar de Jongin, que sorriu envergonhado antes de desviar o olhar para Baekhyun mesmo que não fosse falar nada. Só pareceu uma ideia menos vergonhosa que olhar novamente para o chão, porém quando Baekhyun só lhe encarou de volta, sem falar nada também, se sentiu estúpido.
   riu.
  - Até mais, garotos. – murmurou e os três acenaram antes de se afastar, seguindo para o mesmo lugar de onde entrara, deixando-a sozinha com o coração dando saltinhos de felicidade, tão quente que ela teria voltado a ter medo que o órgão explodisse se não fosse pelo fato de não estar nem aí.
  Estava, novamente, entregue a magia de Kim Jongin e sabia bem que aquilo não passaria tão cedo.

+++

   sempre gostou da calma do prédio onde morava, de se sentir como se, de repente, o mundo todo estivesse em silêncio quando estava dentro de seu apartamento, mas naquele dia estava tão agitada, que, assim que chegou, se viu ligando o rádio só para ter uma desculpa para se mover de maneira tão enérgica enquanto ligava o notebook, ansiosa para se conectar ao Skype e falar com suas amigas.
  Falar sobre aquela manhã, sobre Jongin.
  Havia ligado para e enquanto dirigia de volta para casa, avisando que precisaria delas no Skype em alguns minutos, pois tinha algo para contar e precisava ser naquele momento, nem um minuto antes, nem um minuto depois e, céus, como queria contar aquilo. Já era real sem que ela contasse, era real em cada pedacinho dela, mas aquelas duas eram suas melhores amigas e, se havia algum jeito de fazer aquilo se tornar ainda mais real, era contando a elas.
  - Estou atrasada para um encontro, . É bom ser importante. – murmurou assim que viu preencher uma parte da tela de seu computador, enquanto já preenchia a outra há vários minutos. Ambas estavam esperando, impacientes, conseguir se conectar, mas ela nem se importou, sorrindo largamente para a imagem de suas melhores amigas, que estranharam a atitude.
  Normalmente, ela implicaria de volta, afinal era aquilo que nutria a amizade de e : Implicância, implicância para lá e para cá.
  - Está tudo bem? – perguntou, olhando desconfiada para a imagem da amiga. só não sabia se era por causa de seu sorriso exagerado ou pela falta de óculos, já que, desde que o grau de aumentara consideravelmente, ficar sem óculos lhe fazia parecer uma toupeira, apertando os olhos para conseguir enxergar direito. Naquele momento, ela devia estar se preparando para ir tomar banho, a julgar pelo coque nos cabelos coloridos, a falta dos óculos e os resquícios de maquiagem que ela não conseguiu tirar só com o demaquilante.
  - Eu conheci Kai hoje! E D. O! E Baek! – finalmente gritou, com todo o êxtase que aquela afirmação merecia. Céus, como era bom dizer aquilo! – Estavam todos no terraço do prédio da SM quando subi no meu intervalo! Vocês não têm ideia... Eles são tão incríveis! – continuou falando alto, expressando quão verdadeiramente feliz estava.
  - Meu Deus! – berrou primeiro, enquanto encarava a tela do computador sem conseguir demonstrar nenhuma reação. – Como eles são?! Como são?! – perguntou urgente enquanto batia palminhas, se inclinando para mais perto da tela de seu dispositivo, como que para encarar melhor. A mais nova sorriu, lembrando-se dos detalhes daquele acontecimento no terraço da SM pela enésima vez.
  - Exatamente como sempre imaginamos. – disse, o sorriso na voz condizendo com o sorriso em seu rosto. Suas bochechas doíam, mas parar parecia impossível. Estava tão, mais tão envolta em felicidade e amor. – Baekhyun é uma peste implicante, o mais desinibido dos três. Kyungsoo é doce, seu sorriso é ainda mais lindo pessoalmente e ele é mais educado que qualquer um de quem me lembre, já Jongin... – ela precisou parar, soltando o ar enquanto lembrava o jeito que Jongin olhou para ela. – Jongin é doce como o melhor dos sonhos. Ele é tímido de um jeito incrivelmente amável e hipnotizante, é... Ai, gente. É exatamente tudo o que eu sempre pensei que fosse. Estou com o coração quentinho até agora, juro. – falou, sem conseguir continuar simplesmente descrevendo tudo que pensava de Jongin, incapaz de encontrar mais adjetivos para explicitar seu apreço pela pessoa que conhecera naquele dia.
  - Ah, ! – suspirou enquanto balançava a cabeça, soltando o ar depois de estalar a boca.
  - Nem consigo acreditar. – murmurou completamente embasbacada e sorriu, completamente ciente da sensação. Ela mesma ainda estava embasbacada também. – E então? O que você disse? O que eles disseram?
   fungou ao ouvir a pergunta, passando a mão pelo canto do olho e limpando a lágrima que tentou escapar, comovida, antes de finalmente começar a contar, detalhe por detalhe. Ela precisava mesmo compartilhar aquilo com as amigas, mas era muito mais do que só tornar o acontecimento ainda mais real, como imaginou. Era a falta que sentia delas, de poder conversar todos os dias, por horas, como faziam antes, falta daquela vez que as duas foram lhe visitar em sua cidade e tiveram férias incríveis, enfim, de tudo.
  A correria do dia a dia impedia que as coisas fossem como antes e precisava admitir que sentia falta de como elas eram antes. Quer dizer, as três sequer estavam no mesmo país, pelo amor de Deus.
   era correspondente de um jornal americano e, naquele dia, estava na França, mas era impossível saber com certeza onde ela estaria amanhã e era parte da assessoria de Harry Styles, o que era no minimo irônico, levando em conta que anos antes, antes de conhecer o Kpop, sentia por ele o mesmo que atualmente sentia por seus bias.
  Agora que o conhecia, os dois eram bons amigos, mas nunca passaram daquilo e também nunca passariam. levava sua carreira muito a sério, não ultrapassaria aquele tipo de limite, especialmente quando tinha o emprego dos sonhos. Vez ou outra, até ajudava Harry com suas composições.
  As três estavam indo muito bem profissionalmente, vivendo seus sonhos, mas tudo tinha um preço e era impossível não ficar nostálgica ao pensar naquilo, em como as coisas costumavam ser e como eram agora.
  - Deus. – murmurou quando terminou de contar, lhe encarando com a mesma expressão embasbacada que antes pertencia apenas a . – Você deve estar mole de amor, não é? – perguntou e assentiu, com os olhos apertadinhos provando seu ponto.
  - Ele é o amor da minha vida, estou certa disso. – ela falou, fazendo as duas amigas rirem. riu também em seguida, suspirando e desviando o olhar para o celular quando ele piscou, sentindo o coração vacilar no peito. – Será que ele vai ligar mesmo?
  - Não acho que Baekhyun vá permitir que não ligue. – devolveu, fazendo rir. – Confio no meu bebê.
  - E eu no meu. – falou, fazendo uma careta em seguida, lembrando da dificuldade que Jongin tivera para simplesmente pedir seu numero. – Bom, nem tanto.
  As outras duas riram do comentário.
  - Ele vai ligar, . – murmurou, soando cheia de certeza como só ela sabia soar. Exatamente como todas as vezes que ela falava daquele jeito, se sentiu mais tranquila, permitindo a si mesma acreditar e compartilhar da certeza da amiga. – Estou tão feliz por você! É como um conto de fadas sul-coreano!
  - Brasileiro mesmo, levando em conta que isso se parece muito com nossas fanfics. – retrucou e riu, assentindo.
  - Ótimo ponto. – falou e rolou os olhos.
  - Que seja, continuo feliz.
  - Eu também. Definitivamente. – a mais nova murmurou, arrancando sorrisos verdadeiramente satisfeitos das amigas por isso. Elas sabiam bem, afinal de contas, que, se havia alguém que merecia viver um romance como aquele, era .
  Antes que qualquer uma das três pudesse falar mais alguma coisa, porém, o telefone de tocou, assustando as três amigas e, por um breve instante, teve medo de encarar a tela do aparelho, levando um segundo mais que o necessário para fazê-lo.
  Seu estomago esfriou quando viu que era um número desconhecido.
  - Quem é? – perguntou tensa e mordeu o lábio.
  - Não sei. – sussurrou, de repente nervosa, como se ansiedade corresse no lugar do sangue em suas veias.
  - Atende, ! – retrucou, impaciente enquanto pegava sua garrafinha roxa, a mesma de sempre, e levava a boca, sugando água do canudo com certa agressividade.
   assentiu, tentando parar de se sentir tão nervosa.
  Nem sabia se era ele.
  - Certo, certo. – falou, assentindo várias vezes enquanto o fazia e as meninas acabaram rindo de seu nervosismo. Ela rolou os olhos, acenando para elas enquanto abaixava a tela do notebook. – Dou noticias depois. – murmurou, ignorando as reclamações ao terminar de fechar o notebook e se pôr de pé, finalmente pegando o celular e atendendo a ligação, trocando, nervosa, o peso do corpo de um pé para o outro e desligando por completo o rádio, que até então ainda estava ligado, num volume baixo.
  - ? – a voz de Jongin do outro lado derreteu a mulher imediatamente. Ele não fora muito bem na tentativa de pronunciar seu nome, mas aquilo só contribuiu com que ela desmontasse inteira. – Droga, eu errei, não foi? – ele reclamou, como se estivesse muito chateado consigo mesmo e quis mais do que tudo poder abraçá-lo e lhe apertar em seus braços.
  - Você aprende. – ela riu e ele fez o mesmo ao ouvir, arrancando lhe um sorriso enquanto a mulher seguia para dentro do quarto, só então se lembrando de tirar os tênis que passara o dia usando, antes de se jogar em sua cama, sem afastar o celular do ouvido em momento nenhum.
  - Eu... Hm... Obrigado por me dar seu número. – Jongin murmurou em seguida, sem jeito. – Não acho que tenha sido muito galanteador.
  - Você foi gracioso. – retrucou depois de soltar uma risada que não conseguiu conter diante das palavras do homem. – Obrigada por ligar, Jongin.
  - Eu realmente queria falar com você de novo. – ele devolveu, como se quisesse dizer que não havia motivos para agradecer e sorriu por isso. Parecia um sonho ouvir aquilo dele. – E, hm, te ver. – ele acrescentou mais baixo, sem jeito e, novamente, a mulher riu, sentindo-se a pessoa mais feliz do mundo naquele momento.
  - Me ver?
  - Sim.
  - Eu também gostaria de te ver, Kim Jongin. – ela murmurou, doce e imaginou se ele estava sorrindo enquanto lhe escutava falar. Se estava sorrindo como ela estava.
  - Podíamos sair num... Encontro? – ele tentou suar casual ao sugerir, mas o gaguejo e a interrogação, ambos não planejados, o entregaram e sorriu, fechando um pouco os olhos, especialmente com o aish que ele soltou em seguida, como se estivesse muito decepcionado consigo mesmo.
  - Eu ia adorar. – ela disse. – Para onde iríamos?
  - Tem uma cafeteria muito boa perto do prédio da SM, se você gosta de café, mas se não... Anh... Tem outros lugares. Conheço um restaurante incrível, mas não é tão perto da SM. Posso te buscar na sua casa, se for melhor pra você.
  - Tudo bem. – ela concordou, sorrindo para a doçura e zelo do homem. – Não gosto de café, mas gosto da ideia do restaurante. Posso te passar o meu endereço por mensagem. Esse é seu número, certo?
  - É sim. – Jongin murmurou e sorriu ao ouvir o sorriso em sua voz. – Gosto do seu sotaque. – ele murmurou um instante depois e a mulher corou, sentindo o coração aquecer pelo elogio.
  - Isso me deixa feliz, Jongin.
  - Uhum. – ele murmurou, como se soubesse, embora pudesse apostar que não era sua intenção e sorriu com o pensamento. – Hm... O que acha da sexta feira à noite? – ele perguntou depois de um instante.
  - Parece perfeito. – a mulher concordou e teve certeza que Jongin também pôde ouvir o sorriso em sua voz.
  - É um encontro, então.
  - É, sim. – ela sorriu ao concordar e teve certeza que, até a sexta feira, ainda iria sorrir muito pensando naquela ligação.

+++

  - Você nunca me disse da onde é. – Jongin comentou enquanto comia, olhando atentamente para , sentada do outro lado da mesa, de frente para ele. Ela se sentia como se fosse a única pessoa em todo o estabelecimento com a maneira que ele olhava para ela e a sensação não podia ser mais incrível.
  - Brasil. – ela contou, sorrindo ao vê-lo lhe encarar com uma surpresa feliz no olhar. – Eu nasci lá e morei até os vinte anos, quando acabei me mudando para os Estados Unidos, para fazer minha graduação em Hollywood. Meu pai sempre foi muito apaixonado por cinema também, então ficou nas nuvens e foi incrível, me deu todo apoio que eu precisava. – contou, alternando o olhar entre Jongin e sua comida. – Fiquei lá até o final do ano retrasado, quando terminei meu curso e ganhei uma bolsa para uma especialização aqui em Seul. Terminei pouco antes de começar na SM. – explicou e Jongin sorriu, lhe encarando e se perguntando como ela já estava na mesma cidade que ele há tanto tempo e ele nunca sequer tivera noção.
  Os dois passaram a semana conversando por mensagens enquanto a sexta não chegava e concluíram que não havia possibilidade de encontrarem alguém mais divertido, com quem a conversa fluísse com tanta naturalidade, que o outro. , exatamente como imaginou, passou a semana inteira sentindo a barriga esfriar e o sorriso surgir sem motivo, e agora, finalmente sentada de frente para Jongin no restaurante favorito dele na cidade, todos os sorrisos e frio na barriga pareciam finalmente ganhar sentido, vencendo qualquer argumento racional que ela houvesse tentado usar contra si mesma e todo aquele nervosismo durante a semana.
  Ele era tão incrível, por dentro e por fora, que a falta de sentido estaria, justamente, em não sorrir e não sentir o estômago embrulhar como se mil borboletas estivessem dançando lá dentro.
  - E o que pretende fazer em seguida? Vai deixar Seul? – Jongin perguntou, parecendo ainda mais intenso ao lhe encarar, esperando a resposta. deu de ombros, colocando o cabelo para trás.
  - Não sei ainda, na verdade. Por enquanto, estou tirando algum tempo para descansar e acompanhar de perto o lançamento dos MVs das meninas e depois vou me decidir. – explicou, sorrindo sob o olhar ainda muito atento de Jongin. – Mas algo me diz que ainda não terminei por aqui. Devo passar mais tempo chamando Seul de lar.
  - Eu fico feliz em ouvir isso. – Jongin murmurou, de fato, como e estivesse mais tranquilo com suas palavras e ela sorriu por isso, sentindo novamente o coração aquecer com sua atitude. Duvidava que fosse embora tão facilmente com aquilo acontecendo, aquela possibilidade dos dois inflamando em seu peito.
  - Me fale de você agora, Jongin. – ela sugeriu, usando o hashi para enrolar a comida e levar a boca. – Qual seu filme favorito? – arqueou as sobrancelhas, como se aquela fosse uma pergunta muito importante e Jongin pareceu ficar tenso como se aquilo fosse um teste, o que a fez morder uma risada.
  - Hm... Jurassic Park? – ele tentou, inseguro e ela riu, fazendo com que ele enrubescesse um pouco. – Não vejo muitos filmes. – se defendeu, como se estivesse chateado consigo mesmo e abriu um sorriso para ele, um sorriso genuinamente alegre que fez com que seu coração se acalmasse.
  - Não tem problema. – falou. – Podemos ver alguns juntos.
  A sugestão foi completamente impensada, um reflexo a conversa, mas não se sentiu arrependida. Menos ainda quando viu os lábios de Jongin se repuxarem num sorriso como consequência.
  - Você deve ser a melhor pessoa para me apresentar bons filmes, não é? – ele comentou.
  - Com toda certeza. – disse, como se estivesse muito orgulhosa de si mesma por poder dizer aquilo. Jongin riu, achando gracioso o modo como ela o fez.
  - Qual é o seu? – ele quis saber, agora curioso. – Filme favorito. – explicou, sob o olhar confuso de , que assentiu ao entender.
  - Anh... Tenho muitos. Brasileiro, eu gosto muito de um com nome muito grande, mas muito pouco conhecido. Não vou te falar dele agora porque nem mesmo sei se consigo traduzir. – falou e ele assentiu, observando como ela ficava altiva quando falava do assunto que parecia conhecer tão bem. Jongin a achava tão bonita, com os olhos brilhando e o sorriso quase nunca deixando os lábios. – Americano eu gosto de “Clube da Luta” e “A incrível história de Adaline”. Francês eu gosto de...
  - Algum coreano? – Jongin perguntou antes que ela terminasse de falar e a mulher fez um bico, pensativa.
  - Não, acho que nunca vi um filme coreano. – ela disse, fazendo uma careta como se estivesse muito decepcionada consigo mesma por isso. – Mas gosto muito de Homens com Missão. – ela riu, tentando se redimir e Jongin riu também.
  - Eu acho que devemos tirar um dia para partilhar nosso conhecimento cinéfilo. Você, é claro, tem muito mais a ensinar, mas eu posso te mostrar alguns filmes coreanos. – sugeriu e ela sorriu com a ideia, assentindo imediatamente.
  - Fechado. – falou e os dois trocaram outro sorriso cheio de satisfação.

....

  Os dois ainda passaram horas no restaurante, comeram, pediram uma sobremesa e em momento nenhum faltou assunto, descobrindo tanto um sobre o outro que, céus, nem devia ser certo que tudo que descobriam apenas lhes encantasse mais. Era como se nada sobre o outro pudesse quebrar o feitiço ridiculamente intenso que lhes envolvia.
  Jongin contou a algumas histórias sobre os garotos, as turnês e as noites no dormitório e ela lhe contou sobre as próprias amigas. Os dois decidiram juntos que e Sehun, de fato, combinavam, mas não tinham tanta certeza de quem era mais certo para : Chanyeol ou Baekhyun e, enquanto discutiam o assunto, quase precisou se beliscar para ter certeza que aquilo não era um sonho, ansiosa para contar do tão esperado encontro para suas amigas, embora também não pudesse evitar desejar que a noite nunca tivesse um fim.
  No caminho para o prédio da mulher, a conversa não parou, mudaram de tópico diversas vezes e descobriram cada vez mais coisas sobre o outro, ficando em silêncio apenas quando Jongin estacionou em frente ao prédio onde buscara a mulher no inicio da noite, simplesmente porque nenhum dos dois estava exatamente animado quanto aquele momento: o temido fim da noite.
   prendeu o ar por um minuto e então soltou todo de uma vez, virando no banco para poder encarar Jongin, que já olhava para ela. Os dois olhares se encararam e apertou os pés um no outro, nervosa.
  - Lá fora, existem certos códigos para o fim de um encontro. – ela murmurou, sob o olhar estreitado de Jongin. – É algo que ajuda a outra pessoa a entender o que vai acontecer agora, sabe? Quando a noite acaba e cada um vai para o seu lado e, por mais que eu tenha me adaptado bem a maioria dos costumes de vocês, esse em especial é algo que acho que talvez devêssemos tentar. – explicou e Jongin assentiu, esperando que ela lhe instruísse quanto ao que fazer. A mulher respirou fundo. – Às vezes, nós somos vagos, sabe? Dizemos algo como “vejo você por aí” ou “até a próxima”, quando o encontro não é bom. E quando é... Existem outras opções. Pessoas diferentes agem de formas diferentes. – falou, engolindo a saliva. – Às vezes só perguntamos: “Quando vamos nos ver de novo?” – ao perguntar, ela parou, encarando Jongin quase como se desejasse que ele respondesse a pergunta antes de continuar. Seu olhar intenso, no entanto, não deixou que Jongin abrisse a boca para tentar responder, ou sequer pensasse em fazê-lo, perdido em seus olhos. – E, às vezes... Às vezes os casais se despedem com um beijo. Que é uma atitude clara o suficiente, eu acho. Diz que foi uma ótima noite, que existe um sentimento e que... Bem, que gostariam de explorar mais o sentimento.
  Quando terminou de falar, Jongin olhou em seus olhos e, se não sabia até então, soube naquele momento que ela também passara a noite sentindo tudo que ele sentira.
  Desde a primeira vez que vira a mulher, ele estivera hipnotizado, sua beleza não era como nenhuma outra, nenhum de seus traços parecia com o de outra mulher que ele já houvesse visto por aí e quando ela abria a boca, quando falava e quando sorria, o mundo inteiro parecia desaparecer, como se ela silenciasse todo o resto e Jongin achava aquilo incrível. Ficou olhando pra ela, se perguntando se o que ela sentia era parecido, se o sorriso dele fazia ela se sentir feliz e terna também e então olhou para seus lábios, pensando no que ela dissera sobre o beijo. Que ele queria beijá-la era óbvio, mas até então não achava que podia, não tão cedo e tê-la lhe dando permissão para fazê-lo como fez deixou Jongin nervoso, com o coração palpitando por pensar em realmente ir em frente com aquilo. Dar-lhe um beijo de boa noite.
  - Tem... Certeza que eu posso? – ele perguntou inseguro, despreparado quanto aos códigos de encontro de fora, ao que seria certo ou errado fazer quando algumas das noções de seu país eram tão diferentes das que o resto do mundo tinha.
   sorriu, sentindo algo dentro de si esquentar e revirar com a pergunta tão preocupada, incerta, dele antes de, por fim, assentir.
  Sentindo o nervoso dar lugar a uma ansiedade saudável, Jongin se inclinou em sua direção, desviando os olhos dos seus apenas quando os fechou, tocando um dos lados de seu rosto e, gentilmente, tocando seus lábios também. sentiu imediatamente o estomago revirar com o contato tão novo de suas bocas, ambas quentes e ansiosas e moveu devagar os lábios contra os dele, os entreabrindo para que pudessem, enfim, intensificar o beijo, torcendo os dedos nos cabelos do homem quando o fez.
  Jongin segurou em sua cintura e então fez menção de tirar a mão do local, como se percebesse o que fazia, mas não permitiu, segurando sua mão ali antes de subir e segurar em sua nuca, sentindo-se um tanto quanto tonta, como se ele houvesse lhe inebriado com o hálito e o movimento cuidadoso da língua na dela, massageando-a de um jeito tão, tão bom, que sequer devia ser certo. Ele apertou mais em sua cintura, contendo o ímpeto de puxá-la para mais perto e rompendo em seguida o beijo, respirando ofegante perto demais do rosto da mulher, que levou um instante para abrir os olhos e encontrar compostura para lhe encarar.
  - Quando vamos nos ver de novo, ? – ele perguntou, com pouco fôlego também e a mulher levou um instante para absorver suas palavras, roubando lhe um selinho como se precisasse sentir aquilo outra vez, o contato de suas bocas, para ter certeza que aquele momento era real.
  - Amanhã. Depois. E então depois, e então de novo e de novo... Todos os dias. – ela respondeu ao homem, roçando o nariz no seu quando ele sorriu, pensando em todas as vezes que sentira vontade de fazer aquilo, que passara horas admirando fotos dele pensando em fazer exatamente aquilo.
  - Todos os dias? – ele repetiu, em tom de pergunta, enquanto abria um sorriso, mais um de seus incríveis sorrisos.
   retribuiu o sorriso, assentindo.
  - Contanto que você queira. – falou e ele sorriu, encaixando seus lábios outra vez sem conseguir se conter, ainda que muito brevemente dessa vez. – Boa noite, Jongin. – ela murmurou quando se afastaram.
  - Boa noite, . – ele respondeu e ela sorriu, beijando a ponta de seu nariz antes de, por fim, deixar o carro, acenando pra ele enquanto entrava em seu prédio, terminando por também receber um sorriso antes que, finalmente, quebrassem o contato visual.

+++

   passara o dia no dormitório dos garotos do EXO naquela sexta.
  Desde o primeiro encontro, ela e Jongin saiam juntos sempre que a chance surgia, porém com a agenda complicada dele, algumas semanas eram mais difíceis que outras e naquelas duas últimas os dois sequer haviam se visto, portanto, assim que tivera uma folga ele decidiu que precisavam daquele dia juntos.
   conhecera mais alguns dos garotos naquela tarde e o tempo todo voltava a pensar em se beliscar, imaginando se não estava vivendo um sonho. Park Chanyeol era doce de um jeito bem diferente de Jongin, como uma criança que obtinha muito mais prazer em fazer bagunça, enquanto Jongin simplesmente não conseguia evitar e destruía tudo que tocava, só para depois esconder o rosto nas mãos de maneira adorável, Channy o fazia com um sorriso no rosto.
  Enquanto conversava com ele, não parava de pensar em , em como ela ia adorar conhecê-lo e se encantar com seu sorriso tanto quanto estava encantada com o de Jongin, desejando que ela e pudessem estar ali e viver aquele momento junto com ela, como sempre sonharam.
  Conhecera Sehun também, ele era muito tímido, do tipo que ficava envergonhado com facilidade e ria muito, ria até do vento, embora também houvesse certa maturidade em seu olhar e postura, algo que o resto dos garotos não possuía e, céus, como eles eram perfeitos para suas amigas, como eram exatamente como sempre imaginaram que fossem.
   comentou aquilo com Jongin quando ficaram sozinhos em seu quarto, deitados apertadinhos no beliche de cima no fim da tarde. Em baixo, já sabia ser a cama de Chanyeol, assim como já sabia que a outra cama no quarto era de Kyungsoo, mas deixou que Jongin falasse como se ela não soubesse, beijando sua bochecha sem conseguir se conter um instante depois, antes de subirem para sua cama.
  - Eu vou adorar conhecê-las. Quando vêm aqui? – Jongin perguntara quando ela comentara sobre suas amigas, como se voar para a Coréia fosse a coisa mais simples do mundo e riu por isso, balançando a cabeça.
  Ele era simplesmente adorável.
  - Não sei, baby. É mais complicado que isso, elas trabalham muito. – ela disse, ficando cabisbaixa ao pensar no assunto. Queria mesmo vê-las de novo, fazia muito tempo desde o último abraço e sempre precisava de mais, de mais do carinho e do cuidado delas, da proteção que poucas pessoas além de suas duas melhores amigas tinham para com ela.
  - Elas não podem tirar alguns dias de folga? – Jongin perguntou, abalado com o semblante triste da mulher, que deu de ombros.
  - Não tão facilmente, estamos tentando combinar férias juntas há anos, mas sempre surge alguma coisa. Nossos ramos são muito instáveis e nunca sabemos quando vamos poder realmente tirar um tempo do trabalho. – explicou enquanto brincava com os dedos do namorado.
  Céus, namorado.
  Aquilo parecia tão surreal... seu peito estava tomado por emoções muito contraditórias, a tristeza e a saudade das amigas e o quentinho costumeiro que Jongin lhe causava, que nunca lhe deixava desde o dia em que se conheceram.
  E agora estavam namorando. Quão intenso era aquilo?
  - Elas deviam poder vir trabalhar em Seul. Como você fez. – Jongin murmurou, arrancando um sorriso da namorada por notar que ele estava realmente tentando pensar em um modo de resolver seu problema com as saudades das amigas. – Ou podíamos visitá-las também. Já estava pensando em te chamar pra viajar comigo, de qualquer forma...
  - Ah, estava? – perguntou numa surpresa humorada, lhe interrompendo apenas para terminar sorrindo de orelha a orelha com a maneira como suas bochechas enrubesceram e ele desviou o olhar. – Você não precisa fazer isso por mim, Jongin.
  - Eu quero. Quero viajar com você, fazer... quero... sabe... coisas que namorados fazem. – ele começou num tom normal de voz e então baixou para algo próximo de um sussurro, conforme a vergonha voltava a lhe atingir. – E não quero te ver triste também. Eu ficaria triste se passasse muito tempo longe dos meus Hyungs, não quero que se sinta assim.
  - Você é maravilhoso, jagi. – retrucou, o sorriso em sua voz fazendo com que Jongin erguesse o olhar para ela simplesmente porque não podia se permitir perder aquilo, a visão daquele sorriso que ele já amava tanto. Ela sorriu mais quando seus olhares se encontraram, lhe roubando um selinho. – Falamos disso depois, ok? – murmurou ao se afastar, encostando a cabeça em seu peito enquanto ele lhe abraçava melhor, aproximando mais seus corpos.
  A cama de solteiro, por si só, já não permitia que houvesse muito espaço entre eles, mas mesmo assim não reclamou, jamais reclamaria, se aconchegando em seu abraço pensando que aquele, cada dia mais, se tornava seu lugar favorito no mundo para estar.
  - Tem certeza que não quer passar a noite aqui? – Jongin perguntou depois de um instante em silêncio, fazendo um cafuné gostoso em seus cabelos com uma mão enquanto subia a outra por dentro de sua blusa, passeando-a por suas costas.
  - Pessoas demais dormem aqui. Eu acho melhor não. – ela disse, brincando com os dedos distraidamente em sua coxa ao erguer o olhar para lhe encarar e, mesmo que o toque na verdade fosse suave e sem segundas intenções, acendeu algo em Jongin, que desviou o olhar para a mão da namorada em seu corpo, desenhando círculos imaginários em sua pele por cima do tecido.
  - Jagiya... – chamou, usando o termo pela primeira vez com , que sentiu o coração vacilar por isso, com a mão que não estava em sua coxa em seu rosto, acariciando perto do maxilar com o polegar. – Eu quero dormir com você. – Jongin murmurou, baixinho como se estivesse com vergonha e sorriu, sentindo o coração e o corpo aquecerem infinitamente com as palavras, tão doces em sua voz quentinha e baixinha, ronronada.
  - Eu também quero isso, meu amor. – ela falou, segurando em sua nuca e lhe roubando um beijo nos lábios, sentindo o corpo todo reagir quando ele segurou com mais firmeza em sua cintura e juntou mais seus corpos, movendo a língua contra a sua de um jeito tão, mais tão gostoso, que desejou poder sustentar aquele beijo para sempre, entrelaçando uma das pernas entre as suas só para senti-lo melhor, terminando por respirar de maneira falha contra a boca do namorado quando ele segurou em seus cabelos com um pouco mais de força, mordendo sua boca levemente em seguida para romper o beijo, que já ganhava intensidade demais para ser apropriado ali, no quarto que ele dividia com mais dois garotos que podiam entrar a qualquer momento. – Você ainda não conhece meu apartamento. – ela murmurou, buscando pensar com clareza ao afastar a perna das suas.
  - Anh... Você nunca me chamou pra ir lá. – ele retrucou, como se estivesse se defendendo de uma acusação, o que fez sorrir, segurando os dois lados de seu rosto e mordendo muito levemente seu nariz. – Jagiya! – ele reclamou entre risadas, levando a mão ao nariz e ela riu mais por isso.
  - Você é incrível, sabia disso? – falou e ele riu, lhe encarando com uma sensação verdadeiramente boa no peito, algo que só sentia quando olhava para ela depois de receber um elogio vindo da mulher, como se constatasse de novo como ela era boa demais e como lhe fazia bem que ela pensasse tantas coisas boas ao seu respeito. – Estou te chamando agora, baby. Moro sozinha. – ela explicou em seguida, fazendo com que ele mordesse o lábio e desviasse o olhar, mesmo que houvesse sido o primeiro a trazer o assunto à tona.
  Sabia que não podiam dormir juntos ali, no dormitório do EXO, ou fazer qualquer coisa além de dormir, como claramente falavam a respeito, mas ainda era pego de surpresa pela maneira como ela podia ser direta às vezes, tratando as coisas com uma simplicidade que o deixava verdadeiramente bobo.
  - Hoje? – ele perguntou, erguendo novamente o olhar para ela e franzindo o cenho, fazendo com que sentisse vontade de morder seu nariz outra vez, fazendo que não com um sorriso no rosto ao em vez disso.
  - Amanhã. – declarou. – Abro uma garrafa de vinho pra gente.
  Jongin assentiu e não disse nada por um instante, absorvendo o que marcavam de fazer e a expectativa que passou a vibrar em seu corpo quando sorriu arteira e beijou cada lado de sua bochecha, com as mãos pousadas em seu peito enquanto levava os lábios para seu pescoço, lhe intoxicando com a sensação dos lábios quentes em sua pele. Ele segurou em sua cintura, subindo a mão pela lateral de seu corpo e então, antes que qualquer um dos dois pudesse tomar uma nova atitude, Chanyeol entrou no quarto, fazendo com que parassem com as caricias.
  - Ops. – ele riu, olhando para os dois sem realmente demonstrar culpa. Jongin escondeu, corado, a cabeça no travesseiro e riu, beijando sua bochecha.
  - Acho melhor eu ir. – falou enquanto Chanyeol seguia até a cômoda em busca de alguma coisa, rindo dos dois.
  - Só vim buscar uma coisa, . Podem continuar. – ele interveio, fazendo menção de voltar a seguir até a porta. riu baixo e Jongin ergueu o olhar para ele, olhando feio na direção do mais velho, que riu. – Que? Eu nem falei nada demais. E eu poderia, você sabe.
  - Aish, Hyung. – ele resmungou, apertando os olhinhos em frustração enquanto jogava a cabeça para trás no travesseiro, fazendo rir junto com Chanyeol. Ele era adorável.
  - Jagi, tudo bem. – ela interveio, fazendo com que ele voltasse a lhe encarar. – Está mesmo ficando tarde e eu preciso entregar o esboço de um argumento essa noite, então é melhor que eu vá logo. Mas nos vemos amanhã, ok? – falou e ele assentiu, fazendo com que ela sorrisse, mordendo o lábio para conter a vontade de juntá-los aos lábios saltados dele antes de descer do beliche, bagunçando os cabelos de Chanyeol ao passar por ele, provocando-o.
  - Ei! – ele reclamou e ela riu, acenando para o namorado antes de estirar a língua para o mais velho e sair correndo para fora. Chanyeol não lhe seguiu, achando mais divertido provocar Jongin pela insinuação da namorada na sentença “nos vemos amanhã” e, ambos, Jongin e , lamentaram a decisão do outro enquanto passavam a ansiar pela noite seguinte.

+++

   colocou a taça de lado e observou enquanto Jongin se aproximava depois de sair do banheiro de sua suíte, sorrindo para a mulher, que lhe esperava perto da janela mais próxima de sua cama. Ele vestia um moletom escuro em conjunto com a calça jeans, parecendo tão confortável e natural ali, dentro do cômodo onde dormia há mais de um ano, que ela quis enfiar as mãos por dentro de seu moletom e sentir sua pele quente, ansiando para ser dele.
  - Como é o nome mesmo? – Jongin perguntou ao lhe abraçar, assim que chegou perto o suficiente para isso e a mulher sorriu, passando os braços a sua volta também enquanto encostava a cabeça em seu peito, sentindo-se perfeitamente confortável daquele jeito, em seus braços.
  - Merlot. – falou, repetindo o nome do vinho que tomaram e parecera tê-lo deixado tão fascinado. Jongin sorriu, beijando o topo de sua cabeça.
  - Gosto do jeito que a sua boca mexe quando você diz. – confessou quando ela ergueu o olhar para ele e a mulher sorriu, olhando em seus olhos. Não conseguia pensar em nada, nem uma pequena coisa que fosse, que pudesse não gostar nele.
  - Gosto de tudo em você. – disse, se sentindo entregue, apaixonada de um jeito profundo demais para tudo que ela já sentira. Jongin lhe deixava fraca, afogando-se em seu oceano e ela só conseguia querer mais daquilo, por mais contraditório que fosse. – Absolutamente tudo, baby.
  Jongin sorriu de maneira doce e verdadeiramente comovida com suas palavras, como se algo nele encontrasse, finalmente, seu encaixe, como parecia acontecer toda vez que ela lhe elogiava. Quando ela o elogiava, afinal, fazia com que ele de fato acreditasse em suas palavras e aquilo era incrível, lhe fazia sentir cada vez mais entregue a ela, tão, mais tão apaixonado que nem devia ser certo e era naquilo que estava pensando quando finalmente lhe beijou, segurando com um zelo apaixonante em sua nuca ao presenteá-la com o contato de suas línguas pela primeira vez naquela noite.
   segurou em um de seus braços enquanto retribuía o beijo, sentindo o sangue, já quente depois de algumas taças a mais de vinho, fluir mais rápido em suas veias enquanto com a outra mão brincava com o cós de sua calça, sentindo a pele quente da região fazer suas mãos coçarem por mais dele.
  Mordendo seu lábio inferior, entrou as duas mãos em seu moletom, deslizando com os dedos por toda a região de seu peitoral enquanto rompiam o beijo, soltando o ar quente perto demais do rosto um do outro para que fosse possível pensar com clareza e, sem nem mesmo tentar, segurou nos cabelos do namorado, moldando seus lábios novamente, lhe beijando com mais intensidade dessa vez.
  Tomado pelo desejo, pelo quanto àquela mulher significava para ele e pelo quanto queria tê-la, Jongin lhe puxou para mais perto, deixando que seus corpos se unissem por completo enquanto deslizava as mãos pela lateral de seu corpo, pousando-as em sua bunda e experimentando tocá-la daquela maneira, esperando apenas, de fato, o fazer como ela merecia, com todo zelo e paixão, devoção, que gostaria de poder dedicar a ela. Queria tanto fazê-la feliz, completa, como ela o fazia sentir.
  - Jongin. – ela chamou baixo, sentindo-se tonta conforme os pensamentos em sua cabeça se misturavam e perdiam o sentido, dando lugar as sensações. Olhando em seus olhos, ela mordeu sua boca, empurrando seu moletom para cima e livrando-o da peça enquanto, com carinho, fazia com que ele se sentasse na ponta da cama, permitindo-se ser puxada pelo homem para entre suas pernas, movendo carinhosamente os dedos em seus cabelos. Jongin fechou os olhos com o carinho e ela sorriu, apreciando cada um de seus traços, pelos quais tinha certeza que sempre, sempre seria completamente apaixonada. – Você é tão, tão bonito, jagi. – ela murmurou, com delicadeza e carinho pingando de sua voz quando subiu em seu colo, fazendo com que ele abrisse novamente os olhos ao senti-la de forma tão intima em cima dele, pousando as mãos sobre suas coxas por reflexo.
   usava uma camisola de seda preta, que, apesar do tipo do tecido, em nada dificultou que Jongin tocasse e explorasse seu corpo, ao contrario, tornando a mulher tão acessível que chegava a ser cruel demais, absurdo até. Ele foi capaz apenas de se entregar, suspirar baixo conforme era tomado pela magnitude da mulher, sentada em cima dele e lhe tomando para si como o devoto que era.
  - Você parece uma deusa. – ele, por fim, devolveu e ela sorriu, inclinando o rosto em sua direção e tocando os lábios do homem com os seus, sentindo a língua quente de Jongin fazê-la se sentir quente demais também, o corpo todo sendo tomado pelo calor e pela sensação viciante que só ele parecia capaz de lhe causar. passou a deslizar os quadris em cima dele em seguida, estimulando bem devagar seu membro e arrancando de Jongin um som baixinho, deliciado e ao mesmo tempo insatisfeito, como se ainda estivesse lhe dando pouco demais para o tamanho de sua fome, como um ronronar, que fez o corpo inteiro de vibrar, levando-a a repetir o gesto, afundando as unhas em seu abdômen enquanto separava seus lábios por completo, passando a beijar seu pescoço quando ele segurou com mais firmeza em seu corpo, as duas mãos em sua bunda, impulsionando-a para cima apenas para puxar o corpo da mulher para o seu, juntando-os de maneira a sentir os seios dela roçando em seu peito. – Minha deusa. – murmurou, entrando uma mão por seu vestido e encontrando um de seus seios, estimulando-o com zelo e maestria que, juntos, fizeram se sentir como se pudesse explodir ali mesmo, nos braços dele.
  A mulher soltou um gemido baixo, deslizando de novo o quadril para frente e para trás em cima do namorado, que afundou o rosto em seu decote, empurrando com as mãos o vestido para cima ao mesmo tempo. simplesmente ergueu os braços e permitiu que ele lhe tirasse a peça de roupa, puxando seus cabelos e lhe beijando novamente assim que o homem o fez, mesmo que para acabar gemendo contra sua boca quando Jongin segurou seu seio em uma das mãos, deliciando-se em tocar o mamilo rígido tão livremente.
  Ela chamou baixinho por ele, aprovando o toque cuidadoso e Jongin beijou seu queixo, raspando os dentes na região antes de passar a espalhar beijos quentes por toda a região de seu pescoço, fazendo com que sentisse seu centro queimar enquanto fechava os olhos e jogava levemente a cabeça para trás, apertando mais as pernas ao seu redor. Sequer conseguia se concentrar, pensar com clareza porque cada pequena coisa que Jongin fazia lhe tirava do eixo e, céus, ela devia ter imaginado que naquele momento não seria diferente, que ele lhe deixaria sem chão ali também.
  Ela o empurrou com delicadeza para trás, fazendo com que seu tronco encontrasse o colchão enquanto se inclinava em sua direção também, juntando seus lábios e beijando-o devagar, sem parar de lhe estimular com o movimento de seus quadris, mesmo que o encontro repetitivo de suas pélvis estivesse começando a enlouquecê-la também e se viu deslizando uma das mãos por seu peitoral enquanto afastava seus lábios, beijando seu pescoço e depois o inicio do peitoral.
  - É tão gostoso te sentir assim, amor. – ela murmurou, com a ereção dele cada vez mais evidente embaixo dela. – Eu quero tanto ser sua.
  - Quero que seja minha também, jagiya. – ele murmurou, a expressão pedinte fazendo com que suas palavras soassem ainda mais verdadeiras e ela suspirou enquanto lhe encarava, levando a mão para o seio a fim de aliviar, de alguma forma, o calor que tomava seu corpo. Jongin desviou o olhar para sua mão e sentiu o fluxo do sangue em seu corpo fluir todo para o mesmo lugar, segurando as duas mãos da mulher enquanto invertia as posições, indo por cima dela na cama e segurando seus pulsos acima da cabeça, admirado com a forma como seus cabelos se espalharam pelo travesseiro. Tudo nela era tão perfeito, céus. – Eu posso tomar você pra mim agora, amor? Você deixa? – ele perguntou baixinho, perto de seu ouvido enquanto tirava uma das mãos de seus pulsos e deslizava para o meio de suas pernas, afastando sua calcinha para o lado para penetrar os dedos em sua intimidade molhada, arrancando um som simplesmente delicioso da mulher, que fechou os olhos enquanto sentia cada parte de seu corpo entregue a ele conforme Jongin tocava tão deliciosamente bem a parte mais necessitada de seu corpo.
  - Por favor, meu amor. – ela murmurou, lhe dando a permissão que ele pedia enquanto desabotoava seu jeans, puxando o zíper para baixo em seguida, com os olhos nos dele enquanto finalmente entrava a mão em sua cueca, envolvendo o membro do homem com os dedos e arrancando dele mais do ronronar que descobrira gostar tanto.
  Céus, ela podia escutar aquele som para sempre, todos os dias e seria a mais satisfeita das mulheres no mundo.
  Ansioso, Jongin levou uma das mãos para seus seios, segurando um deles e fechando a mão sobre ele, usando o polegar para estimular o mamilo, apenas para terminar deliciado quando a mulher gemeu baixinho para ele, fechando os olhos. Jongin segurou nos cabelos dela, exatamente a partir de um ponto em sua nuca que serviu apenas para lhe arrepiar inteira, e os juntou num bolo, beijando-a em seguida, com mais intensidade e vigor do que já fizera em qualquer outro momento, levando a soltar seu membro e segurar com força em sua cintura, sentindo os músculos firmes demais em sua mão enquanto ele voltava a levar a mão para sua intimidade, baixando a calcinha da mulher até o meio de suas coxas e alcançando seu clitóris enquanto ainda usava a outra mão para fazê-la ver estrelas, penetrando os dedos em sua intimidade tão quentinha e tão pronta para ele.
  - Você é perfeito. – ela murmurou contra sua boca em seguida, quando o homem rompeu o beijo, pousando a testa sobre a sua e puxando o lábio inferior entre os dentes. deslizou a mão de sua cintura até sua bunda, desenhando a região com a palma sem desviar o olhar dele, com o corpo inteiro quente e tomado pelo desejo. – Estou tão pronta, meu amor. Você me deixou tão ansiosa...
  - Eu já vou te dar todo o prazer que você merece, jagiya. – ele respondeu, juntando brevemente seus lábios, como se tentasse tranquilizar o espírito aflito da mulher. – Seu homem vai te fazer sentir bem, ok? – Jongin murmurou, baixando a própria cueca enquanto ela esfregava as coxas para empurrar a calcinha mais para baixo e, quando terminou de livrar a si mesmo da peça intima, ele lhe ajudou, espalhando beijos por suas coxas enquanto empurrava a calcinha para os pés só para, em seguida, voltar a subir e segurar em seus pulsos, finalmente enterrando-se dentro dela.
   gemeu de maneira falha, passando as pernas ao redor do namorado enquanto absorvia cada parte da sensação de estar preenchida por ele, com seus corpos de repente unidos como um só.
  Não eram mais nada, qualquer peso, qualquer emoção, tudo desaparecia e, de repente, eram apenas carne e pele, sensações primitivas e o mais legítimo prazer, respirando de maneira descompassada enquanto o homem estocava.
  Jongin não soltou os pulsos da mulher, que nem ao menos pôde reclamar, mesmo que quisesse segurar em seus cabelos e beijar sua boca, entregue ao jeito como ele deslizava dentro dela, praticamente escorregando fundo demais vez ou outra, tamanha a excitação da mulher. Enquanto lhe comia, ele não conseguia parar de olhar para ela, para cada detalhe de seu rosto contorcido em prazer enquanto ela mordia o lábio e apertava os olhos, afundando as unhas no lençol por baixo, tão entregue que a cada instante só fazia Jongin ter mais certeza: Ela era perfeita, absolutamente estonteante e linda.
  - Céus, jagiya. Você é incrível, sabia disso? – ele murmurou enquanto beijava seu pescoço, diminuindo o ritmo das estocadas para se concentrar na caricia atrás de sua orelha, fazendo a garota sentir o corpo inteiro arrepiar, gemendo de maneira desconexa conforme sentia seu corpo inteiro bagunçado por dentro, lhe deixando tão, mais tão fora de si que sequer dava para descrever e, sem se preocupar em tentar, ela apertou o pênis do namorado com a vagina ao mesmo tempo em que apertava a cintura dele com as pernas, arrancando outro ronronar delicioso dele. – . – ele choramingou, esquentando todo o corpo da mulher, que só conseguiu reagir apertando mais seu órgão, mesmo que para terminar gemendo junto com ele, tanto pelo esforço quanto pela maneira que o movimento que ele insistiu em fazer lhe atingiu, tocando um ponto sensível demais dentro dela.
  - Céus, amor. Aí, bem aí... – ela gemeu, a aprovação em sua voz fazendo com que todas as células do corpo do namorado se concentrassem em trabalhar para conseguir mais daquilo vindo dela, o suor já deslizando por suas costas, mas ele mal notou. A única coisa em sua mente era dar a ela todo o prazer que a mulher merecia, lhe mostrar o quanto queria ser bom para ela, sempre e sempre e o pensamento bastou para que ele mantivesse as estocadas daquela forma, deslizando teimosamente enquanto sua intimidade tentava prendê-lo, gemendo com o esforço, perto demais do ouvido da mulher, e arrepiando-a completamente. – Estou perto, amor. – ela sussurrou, sentindo fagulhas intensas se espalharem por seu corpo, tomando-a cada vez mais, sem precedentes.
  Como se ela houvesse lhe encantado, como as sereias com marinheiros, Jongin olhou em seus olhos por um instante e então moldou seus lábios, invadindo a boca da mulher com a língua e usando-a para massagear a dela de maneira quente demais para o estado pré-gozo da mulher, que sentiu o corpo inteiro reagir, especialmente quando, não satisfeito, Jongin levou uma das mãos para a região entre suas pernas e usou o polegar para estimular seu clitóris, inchado demais àquela altura, fazendo com que jogasse a cabeça para trás, extasiada enquanto afundava as unhas em sua nuca.
  - Vai ser o melhor de todos amor, prometo. – Jongin murmurou depois que ela rompeu o beijo, com o corpo incendiando antes que ele fechasse os lábios sobre um de seus seios, passando com vigor a língua em seu mamilo, o estimulando e sugando de um jeito tão, mais tão bom que não restou a opções se não chamar por ele, de novo e de novo, cada vez mais alto enquanto afundava mais e mais as unhas em seu corpo. – Vou te dar todo o prazer que você merece, jagiya. – ele beijou com carinho seu seio, depois entre os dois e então voltou para sua boca, segurando seus cabelos num bolo pela segunda vez aquela noite e lhe beijando com todo seu desejo e devoção, fazendo com que o corpo da mulher finalmente cedesse e ela jogasse outra vez a cabeça para trás, dessa vez entregue ao orgasmo, que, de fato, acabou sendo o melhor que ela se lembrava de já ter tido.
  Quando o som característico do bater de suas coxas parou, pôde sentir o liquido quente de Jongin molhando entre suas pernas enquanto ele saia de dentro dela para gozar, lambuzando o lençol com o próprio prazer antes de, por fim, se jogar ao lado da mulher na cama, olhando nos olhos atentos e zelosos da mulher, que sorriu num cansaço gratificante ao estender uma das mãos e tocar seus cabelos, fazendo um leve carinho nos fios.
  - Sua jagiya está se sentindo tão, mais tão bem, meu amor. – ela murmurou, lhe olhando com o mais verdadeiro amor que achava ser capaz de sentir e Jongin sorriu, satisfeito.
  - Estou me sentindo igualzinho, jagiya. – falou, arrancando um sorriso dela também. – Jagiya... Sobre os códigos de namoro de fora... Existe algo que me impeça de dizer que amo você agora? – ele perguntou em seguida, com uma inocência preocupada no olhar que derreteu o coração de sem qualquer precedente.
  - Talvez seja cedo, mas eu não me importo nenhum pouco. Porque amo você também, Jongin. – falou, sincera, e ele sorriu, completamente envolvido pela felicidade que tomou seu peito com as palavras dela, fazendo com que beijar seu nariz e em seguida seus lábios fosse um reflexo perfeitamente plausível.
  O encaixe de seus lábios, no fim das contas, acabou sendo tudo que precisavam para terminar de concretizar o amor que habitava seus peitos e não queriam e sequer podiam negar.

FIM



Comentários da autora


NOTA FINAL: Oi, oi, gente!!!!!!
Essa fanfic foi tão, mais tão especial pra mim que vocês nem imaginam, viu?! Eu tô com um quentinho no coração que acho que nunca vai passar, meu conto de fadas <3
Estou com o coração na mão de colocar minha bebezinha no ar, me ajudem e comentem HAHAHA
Nem vou encher muito o saco aqui hoje, ok? Tô indo!
Beijos!
Ah, se você não curte kpop ou está começando agora, aqui vai uma explicaçãozinha dos termos usados:
Jagiya/Jagi: Amor/Bebê/Querida
Hyung: Termo usado por homens para se referir a um amigo/irmão mais velho.
Noona: Termo usado por homens para se referir a uma amiga/irmã mais velha.

É isso, gente! Beijão!
Se vocês tiverem interesse, minhas outras fics, aqui tem o link do meu grupinho no Facebook! OT4 traz esse casal numa viagem com Taemin e a nova namorada dele, inclusive, se tiverem gostado do casal, já sabem onde encontrar mais deles HAHAHA
Venham comigo, prometo ser legal!
Beijos!