I adore you, I love you and I need you
Escrito por Nicolle | Revisado por Mariana
Parte do Projeto Songfics - 7ª Temporada // Música: Miley Cyrus - Adore You
Sete anos, eram exatos sete anos que estávamos casados. Eu e ele nunca que fomos um casal, nunca que nos amamos e se em algum momento isso aconteceu, fora pura mentira – talvez da parte dele. Sete anos ao lado de uma pessoa a quem eu nunca amei e hoje eu finalmente estava livre de tudo aquilo, livre de repreender meus sentimentos.
Eu não me sentia exatamente bem, mas também não tinha vontade alguma de voltar atrás. O divorcio, divorcio, era daquilo que eu precisava. Que confusão, você deve estar se perguntando: “Por que casaram? Por que tiveram filhos?” E eu como boa mulher que sou, lhe responderei tudo. Primeiramente, eu e nos casamos quando tínhamos dezoito anos, muito novos. Éramos “apaixonados” um pelo outro. MEUS pais nos obrigaram a casar assim que souberam que eu estava grávida de Lizz, o que não tinha necessidade alguma. Lizz é para mim a coisa mais importante nesse mundo e para também e esse é o motivo de estarmos juntos até hoje. Quero dizer, ERA o motivo de estarmos juntos, por que agora não temos mais nada. Certo, eu simplesmente não o amava de modo algum e se eu o amava eu não admitiria nunca. Eu simplesmente o odiava por me fazer de idiota esse tempo todo, de nunca me dar o valor merecido e nada do tipo, não se importava comigo e aquilo sempre me incomodou.
Eu nunca deixei que nada acontecesse à Lizz, nunca larguei minha filha, nunca, nos sete anos da garota, eu nunca havia feito uma merdinha que seja. Já nunca esteve presente por completo em sua vida, nem na minha, nem na da menina. Sempre fui o exemplo de mãe e por isso que hoje eu tenho a guarda dela. Não sei por que ainda gasto meu tempo com ele. Na verdade, bem no fundo eu tinha certeza do por quê. Eu simplesmente o adorava, adorava tudo, seus olhos, seu cheiro, eu só odiava seu jeito e suas atitudes. Ele só precisava mudar.
- , você está bem? – Meu pai perguntou enquanto dirigia a caminho de minha casa. Outra coisa que eu tinha tirado de , não me sentia tão bem com isso. Na verdade nada bem.
- Estou! Só um pouco cansada. – Respondi olhando a paisagem na janela e minha filha sentada no banco de trás fazendo o mesmo. Seus olhos eram como o dele, seu cabelo era cacheado e castanho como o meu. Ela era linda, perfeita, a menina mais inteligente e educada que eu conhecia. Eu não posso falar isso, sou a mãe. Eu sempre a acharei perfeita, sempre a amarei. Suspirei, ela já era tão crescida, ela chorava, chorava baixinho e eu sabia muito bem o motivo. Não era uma coisa fácil de se lidar, a separação dos pais. Ela sabia que era o melhor, ela sempre me perguntava se eu o amava e eu sempre respondia depois de um suspiro que eu o adorava. Eu adorava ele sim, mas não gostava nada de suas atitudes. não era um pai e nem um marido presente, não que eu ligasse muito pela parte que me toca, mas sim a que a toca. Ele se ocupava muito com seu trabalho.
- Você... pode ficar em casa com a Lizz esses dias. Sua mãe disse que seria uma boa ideia. – Meu pai sorriu fraco. Eu neguei com a cabeça, eu e Lizz só precisávamos de tempo para nós mesmas, para resolvermos a situação, apenas mãe e filha. Iria ser difícil não ver , mas uma hora que víamos diariamente até mesmo para mim.
...
- Mamãe? – Ela abriu a porta de meu quarto com seu ursinho na mão. Eu olhei o relógio, marcavam três da manhã. Eu estava acordada, sim e estava com lágrimas nos olhos, estava caída e sentindo falta de em seu lado da cama. Eu nunca gostei de quando ele entrava de noite e me acordava, mesmo que fosse sem querer, nunca gostei de quando ele se enroscava em mim a noite. Nunca gostei do calor que seu corpo fazia, mas agora aquilo me fazia falta. E não era pouca.
- Sim, querida? – Ela se sentou ao meu lado, na cama de casal. Suspirou fundo.
- Papai não vem hoje, não é mesmo? – Perguntou coçando os olhos. Eu suspirei. Pedi para que ela se deitasse ali ao meu lado.
- Quer que eu cante para você dormir? – fiz carinho em seus cabelos enquanto ela se deitava e ficava de conchinha comigo. Murmurou que sim baixinho e eu comecei a cantar uma música qualquer de ninar para ela. Assim que vi Lizz se entregando ao sono, tratei de dormir.
O dia seguinte foi melhor, Lizz não me perguntou de uma vez que seja. Mas a noite, ela sentia falta do pai. Pai, ela precisava dele e iria vê-lo em breve, mas ele estava muito ocupado com o trabalho esse mês então só poderia pegar a filha mês que vem. Era disso que eu estava falando, falta de tempo. Ele não deixaria de fazer isso, ele não iria se tornar presente nunca. Ele sempre nos colocava em segundo plano. Suspirei.
...
Finalmente era segunda, esse tinha sido sem duvida alguma o pior fim de semana que eu já tivera. O PIOR.
- Vamos, filha, senão iremos nos atrasar feio. – Eu disse enquanto pegava as chaves do carro e via minha filha colocar o casaco da escola. Eram sete da manhã e era a primeira segunda feira que eu a levaria para escola sozinha. Talvez também a primeira segunda feira que ela não me veria brigando com seu pai.
- Já vou, mãe. Já vou. – Ela correu até mim e eu abri a porta.
O caminho foi todo em silencio. Somente o som do carro baixinho e Lizz quase dormindo no banco de trás.
- Boa escola, meu amor. – Sorri lhe dando um beijo na testa e vendo a menina correr para dentro sorrindo.
’s POV
O divorcio havia saído há dois dias. Apenas dois e inúteis dias, não sei como fui deixar chegar a esse ponto. Eu perdi , perdi minha filha, meu tudo. Estava morando em um flat antigo de minha família. Hoje seria mais um dia difícil na empresa. Essa maldita empresa que eu odeio. – passei a odiar quando disse que queria o divorcio, por culpa de eu nunca estar lá e quando estava a tratava mal. – Ela estava errada, eu só chegava mal, cansado e acabava descontando tudo nela. Sim, eu a tratava mal, mas não era por querer, ela merecia ser tratada como uma rainha, digna de alguém melhor, isso sim. Me sentei na beirada da cama e olhei o maldito relógio que apitava. Eu já sentia falta de escutar a voz de minha mulher, nem que fosse para mais de uma de nossas tantas brigas. E sentia falta de beijar a testa de minha filha. Uma lágrima escorreu, eu estava acabado. Não podia fazer mais nada. Eu precisava daquelas duas de volta. Por mais que não me amasse, eu teria de fazer com que isso aconteça, porque afinal eu sempre a amei e nunca lhe disse se quer uma vez. Eu não queria, mas eu tinha que trabalhar e continuar minha “vida”. Que não fazia mais sentido nenhum.
s POV
Fazia uma semana que eu e havíamos nos divorciado oficialmente. Exata uma semana que eu não me sentia bem, que Lizz ia mal na escola. Era a segunda vez que eu era chamada na diretoria. Ali estava eu, sentada mais uma vez na frente da diretora e ao lado de minha filha que resmungava.
- Senhora , sua filha...
- , não . – corrigi a mulher que pigarreou e arcou a sobrancelha.
- Oh! Acho que está explicado. – Ela olhou sugestiva para Lizz e sorriu cautelosa. A menina continuou olhando para a parede, sem me olhar.
- O que houve desta vez? – Eu arquei a sobrancelha. Não era hora de bancar a boazinha, Lizz me aprontara varias vezes só essa semana. E eu não estava entendendo mais nada.
- Lizz, você já pode ir. – Sorriu a diretora. Lizz passou por mim de cabeça baixa e saiu porta a fora. Senti um aperto no coração ao ver minha filha daquele jeito.
- Sua filha fez esse desenho. – Mostrou um desenho onde estávamos eu, ela e . Aquilo seria normal? Sim, ao menos para mim era.
- Ela chorou muito depois disso. – A diretora olhou em meus olhos e eu olhei para o chão. Eu também não gostava nada de estar longe do , mas o que eu poderia fazer? Nada. Mas nessa hora, me vi obrigada a ligar para ele.
- Alô?
- ?
- , é você?
- Sim, está ocupado?
- No momento sim.
- ENTÃO ESQUECA, NÃO HÁ NADA QUE VOCÊ POSSA FAZER PELA LIZZ. ADEUS!
- espe... – Desliguei o celular e suspirei fundo. Ele nunca tinha tempo. Nem sei o porquê de eu ter ligado.
- Me desculpe por isso. Er... posso levar ela embora? – Eu massageei as têmporas e levantei o olhar até a diretora, que me olhava assustada.
- Ela está na próxima porta a direita. – disse. Eu me levantei dei um “boa tarde” e sai para pegar minha filha. Ela estava sentada na carteira, desenhava alguns rabiscos na folha de sulfite. Eu bati na porta.
- Com licença! Vamos, querida. – Pedi a professora e depois sorri a minha filha que se levantou e veio correndo a meu encontro, me abraçando as pernas fortemente.
- Tchau mãe. – A professora sorriu e eu dei um aceno. Assim como Lizz fez.
Chegamos em casa, coloquei ela no banho. Então fui fazer a janta, já com ela sentada em um dos banquinhos giratórios da cozinha colorindo uma revistinha nova.
- Meu amor. – Chamei a atenção dela que sorriu e se virou para mim largando o lápis de cor.
- Fala mamãe. – a voz dela saiu como um sussurro e eu sorri. Seus olhos brilhavam um pouco. Ela me fazia lembrar muito dele.
- Fala pra mamãe... Por que você chorou? – Levantei-a e a coloquei em meu colo. Ela olhou para baixo.
- Porque eu sinto falta do papai. E sinto falta de ver vocês dois juntos. Você está tão diferente, não sorri mais, não está mais animada, não canta mais. – Ela me abraçou e eu sorri fraco. Ela estava completamente certa, eu não sabia que ela era capaz de perceber tudo isso. Eu sempre estava sorrindo, sempre fazia de um tudo e nunca parava de cantar, mas esses dias eu estava realmente diferente.
- Oh querida! Eu também sinto falta dele, mas foi melhor assim. Eu só ando cansada, apenas isso. – Sorri aberto a ela e ri. Lizz apenas me olhou.
- Não minta para mim, mamãe, é feio. Eu sei que você o ama. Você o quer de volta. – Ela riu um pouco e depois deixou a lágrima rolar.
- Oh minha pequena. – Não sabia o que falar, Lizzie estava completamente certa. Eu o amava, eu o queria de volta. Só não sabia como iria fazer com que ele voltasse. Eu estava pronta para deixar o “tempo” dele, tomar minha vida novamente? Sim, eu estava. Eu precisava dele. Precisava do carinho, de tudo que ele me dava. Eu nunca disse que o amava, porque nunca havia dado seu valor e nunca percebido que ele fazia aquilo para nos manter com comida na mesa e manter nossos “luxos”. Nunca havia percebido que eu não só o adorava e sim o amava.
Um dia depois
Depois da conversa de ontem à noite eu havia percebido tudo. E eu iria atrás dele. Deixei Lizz na escola, ela já estava mais sorridente, e então decidi ir até o escritório da empresa . Tenho toda certeza do mundo que ele esta lá.
- Por favor, não avise que estou subindo. – Eu sorri sem graça para sua assistente, a mulher com quem eu já tinha certa intimidade. Ela sorriu aberto e assentiu. Aqueles foram os dez segundos mais pesados que eu já passara.
’s POV
Fora a pior semana de minha vida, eu não tinha minha filha, minha esposa, minha casa e tinha que ficar o dia inteiro aguentando as reclamações de meu pai que eu não estava me esforçando, que eu não estava bem e que eu precisava de tratamento.
- Você só pensa nessa mulherzinha ai! Você nunca se importou com ela e agora você...
- Lava sua boca para falar da minha mulher, lava sua boca para falar algo de mim, você não tem o direito nenhum sobre mim. Não tem direito de destruir minha vida do mesmo que destruiu a sua. Na verdade você já destruiu. EU ME DEMITO DESSA BOSTA DE TRABALHO! EU PERDI A MINHA FILHA, EU PERDI TUDO O QUE EU TINHA, EU PERDI A MULHER DA MINHA VIDA. E POR CAUSA DESSE TRABALHO DESGRACADO EU NUNCA HAVIA PERCEBIDO QUE A AMAVA DE VERDADE E AGORA? AGORA EU DEVO TER A PERDIDO PARA OUTRO ALGUÉM QUE DIZ QUE A AMA E TEM TEMPO PARA ELA. EU ODEIO MINHA VIDA. – apertei meus cabelos. Eu estava farto daquilo tudo, eu precisava dela. Eu sabia que não teria outra chance.
- Você está me dizendo que você está se demitindo por causa de ? Sinceramente , pense um pouco. Não estrague sua vida com ela novamente. – Ele me olhou com raiva. Eu não conseguia acreditar em suas palavras. Ele falava da própria neta de uma maneira indireta.
- ESTOU INDO EMBORA. ESTOU INDO ATRÁS DA MULHER QUE AMO, DA MINHA FILHA E DA MINHA VIDA. ESTOU CANSADO DE TUDO ISSO, DESSAS PESSOAS FALSAS QUE SÓ QUEREM SEU DINHEIRO. E PAI, ABRE SEU OLHO, AQUELA SUA MULHER SÓ QUER SEU DINHEIRO. NÃO VOU DEIXAR ACONTECER COMIGO O QUE ACONTECEU COM VOCÊ. – Sai batendo a porta do meu próprio escritório. Ou melhor, do meu antigo escritório.
- Isso é verdade? – saiu da pilastra ao lado.
- . – Eu corri e a abracei o mais forte que podia.
- Eu te amo. – Ela sussurrou em meu ouvido. Aquilo não podia ser melhor.
- Não mais do que eu. – E a olhei nos olhos. E percebi que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Eu preciso de você, . – Ela deixou-as rolar por sua face. Eu suspirei.
- Eu preciso mais. – Eu a beijei com intensidade. Seus lábios nos meus, seu corpo junto ao meu. Aquilo era tudo que eu queria, tudo que eu precisava. era meu mundo.
- Onde você esteve esse tempo todo? – Perguntou fitando meus olhos. Eu sorri aberto e fiz carinho em sua face.
- Sempre estive aqui. – Cerrei o cenho e ela riu.
- Não você. Meu amor. – Ela apertou minha nuca.
- O meu sempre esteve guardado. Me desculpa por todos esses anos, por todas nossas brigas, por todo o tempo em que eu não estive com você. Eu te amo. Eu te amo. – Sussurrei baixo em seu ouvido. sorriu.
- Eu te adoro. Eu te amo. Eu preciso de você. Você está me escutando? Não importa se eu só o tiver por pouco tempo no dia. Eu te amo, eu vou ficar aqui, do seu lado, para todo sempre. Está me escutando? – ela disse focada em meus olhos. Eu engoli a seco. Aquelas palavras eram as que eu mais queria escutar. Eu achava que aquilo não podia ser real. Eu não estava escutando isso de .
- Iremos viver como sempre quisemos. Juntos e com tempo. – Ela riu com minhas palavras.
- Você sabe que eu nuca mais vou te deixar, não é? - Completei a fazendo sorrir mais ainda.
- Claro que eu sei. – Me deu outro beijo demorado. Eu finalmente teria para mim. Eu não iria deixar de dizer a ela todos os dias como a amo e como preciso dela. Eu a amo, eu a adoro, eu a quero e eu preciso dela. Sem ela eu não iria agüentar mais.
- Hey! Você acha que a Lizz precisa mesmo ficar na escola hoje? – Perguntei sorrindo a minha mulher.
- Sinceramente? Acho que sim, mas acho que ela precisa de nós também. – Sorriu e apertou minha mão.
- Adeus! – Me despedi do local. Fazendo gargalhar. Entramos no carro e fomos buscar nossa filha.
FIM

Encontrou algum erro?