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#013 Temporada

How Would You Feel
Ed Sheeran

      

How Would You Feel

Escrita por Candy (Vicky)

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 “Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser.” – Clarice Lispector.

  Los Angeles
  23 de Junho de 2019

  - Cara, a Madu não ficou com ciúmes, não? – perguntou enquanto ainda encarava a tela do celular. – Isso ta sexy demais, brô.
  Shawn riu, provavelmente de algo que lembrara, deixando o amigo confuso.
  - A Madu estava lá rindo da gente a cada pausa. – O mais novo mexeu nos fios bagunçados. – Camila surtou quando soube que ela ia.
  - Por quê? Pensei que elas fossem amigas.
  - E são. – Riu. – Ela ficou com medo da Madu ficar chateada com toda essa sensualidade. – Revelou fazendo o amigo rir.
  - Ela é tranquila demais, né? – perguntou olhando para lugar nenhum. Shawn assentiu. – Acho incrível a relação de vocês. Tu deu tanta sorte, brô.
  - Dei mesmo. – Shawn suspirou sentindo o peito apertar de saudades da namorada. – Não existe ninguém como ela.
  - Tua cara de apaixonado já diz. – zoou e Shawn arremessou uma almofada no amigo. Estava pronto para responder quando seu celular soou alto no cômodo, desviando a atenção de ambos.
  Dengo 💕 e a foto dos dois depois de acordar estampavam a tela e o mais novo sorriu. Tudo o que precisava era falar com a menina.
  - Viu? – apontou para ele e outro nem fez questão de responder. Deslizou o dedo pela tela e sorriu assim que ouviu a namorada berrar do outro lado da linha.
  Pediu licença ao amigo e saiu do cômodo rindo de algo que ela ainda gritava. suspirou para a cena. Os dois eram lindos juntos.
  Desde que assumiram o namoro, há quase dois anos, os dois esbanjavam mel nas redes sociais. Eram tão fofos que tinham até fã clube e ele adorava fazer parte dos shippers. É claro que quase todos os participantes eram seus próprios amigos, visto que o fandom era cruel com a menina, mas ela não parecia se importar com isso.
  Fandoms eram complicados e ele sabia bem. Havia perdido uma ótima pessoa por causa dos fãs. Natalie não aguentava os xingamentos de pessoas que mal a conheciam e que diziam amar . Quem em sã consciência agride e maltrata a família do seu ídolo? Não podia acreditar que seu relacionamento mais bonito e saudável tenha tido um fim tão ridículo como aquele e quando via o amigo e a menina lutando para fazer aquilo dar certo, o deixava ainda mais bravo. Mas ele não podia culpa-la. Mesmo com seus maiores esforços, Natalie foi a mais ferida na história e ter se afastado também doeu na mulher, mas ela não servia para namorar um famoso. Tinha dito isso à ele e o magoado profundamente, mas era verdade. Precisava ser honesta com o homem e ele a admirava um pouco mais por isso.
  Em meio à divagações, não percebeu o amigo voltar com o sorriso maior que o rosto.
  - O que é Dengo? – Disparou assim que o moreno sentou outra vez. Tinha lido rapidamente a tela do celular dele e ficou curioso. Não conhecia aquela palavra.
  - É uma palavra brasileira, quase como se fosse um baby na nossa expressão. Uma forma carinhosa de chamar.
  - Como você descobriu isso? Mal sabe falar um tudo bem em português.
  - Dengo é o nome de uma música de uma dupla brasileira que a Madu gosta. – Sorriu, a lembrança aquecendo o coração de Shawn. -Uma vez ela me chamou de Trevo e eu perguntei o que significava. Ela me mostrou a música da dupla e eu fiquei curioso. Quando procurei outras, encontrei Dengo.
  - Ah. – Riu. O amigo era romântico demais. – Aposto que ela adorou.
  - Quando a chamei pela primeira vez, ela surtou. – Riu lembrando do surto da namorada. – Ela tem mania de falar que tem o coração fraco para, praticamente, tudo que eu faço. – Disse e gargalhou. Maria Eduarda parecia uma peça rara. – Eu disse que estava com você e ela me mandou uma foto deitada no chão.
  - Por que ela fez isso? – Perguntou confuso e Shawn riu do amigo. Ele não entendia nada sobre memes.
  - É um meme. – Disse simplesmente e continuou sem entender. – Meme é quando pegam uma imagem ou uma frase e transformam em piada. Tipo... Ela me mandou a foto deitada no chão, que significa: Estou morta, estou desmaiada, estou chocada. Tem mais graça quando você entende sem que precisem te explicar.
  - Eu não fazia ideia do que era isso.
  - Eu só soube o que era meme depois da Madu. Ela solta tantos que até eu uso alguns, às vezes. – Riu. – E por falar nisso, o aniversário dela é daqui a pouco e eu estou pensando em fazer alguma surpresa para ela.
  - Quando vai ser? E o que uma coisa tem a ver com a outra, Mendes? – questionou e o amigo riu. - Mas você não vai estar em turnê?
  - Nós falamos dela. E sim, vou. Mas ela vai estar de férias, estou tentando convencê-la a viajar comigo. É em Outubro.
  - E você já está planejando isso? Que namorado empenhado. – Disse fazendo o menino rir.
  Conversaram por mais um tempo e logo Shawn foi chamado por Andrew, deixando sozinho.

...

  20 de Outubro de 2019

  O voo de para a Tóquio saiu atrasado. Agora, sabendo que chegaria em cima da hora na festa surpresa, tinha certeza de que deveria ter pego uma passagem para o dia anterior ou mesmo no início daquele domingo infernal mas, quase seis da noite, e ele ainda estava no ar. Heathrow estava cinzenta e chuvosa e, numa licença poética, era assim que se sentia por dentro. Desde a conversa descontraída com Shawn sobre seu relacionamento, o ruivo sentia cada vez mais falta de ter o seu dengo, como dizia o moreno.
  Procurou sua bagagem depois do desembarque e bufou irritado, pensando na possibilidade de ter sido extraviada. Nunca demorava tanto tempo para encontrá-la na esteira. Passou a mão pelos cabelos respirando fundo contando mentalmente para acalmar seus nervos.
  Avistou a bagagem verde-musgo, propositalmente escolhida para não se confundir, e praticamente voou em sua direção, esbarrando na mulher que pegava a própria bagagem.
  - Desculpe. – Pediu licença, puxou o objeto e, mais correu do que andou, toda a extensão do Tokyo International Airport. Ainda precisaria pegar um Uber para chegar ao Sheraton Myiako Hotel. Esperava que a estrada não estivesse congestionada ou o caminho de quarenta e cinco minutos, se tornaria quase uma hora e meia.
  Assim que passou pelas portas automáticas do aeroporto, o Uber já o esperava. Jogou-se de qualquer jeito no banco traseiro e pegou o celular no bolso do casaco que usava. Precisava falar com Shawn.
  - Está atrasado, . – O moreno disse assim que atendeu.
  - Ela já chegou? – Questionou apreensivo. Odiava ser o atrasão do grupo.
  - Não, as meninas a levaram para fazer compras.
  - Que pena da minha amiga. – riu. Conhecia muito pouco a Mendes mais nova, mas sabia como caçulas eram irritantes as vezes.
  - Ah, está tudo bem. Madu e Aaliyah tem uma coisa uma com a outra que eu sinto até ciúme, as vezes.- Disse rindo. - E Camila também está no caminho.
  - Ainda bem que não sou o único atrasado. – Olhou pela janela identificando o hotel poucos metros à frente. – Já estou chegando.
  - Ok, vou falar para Aaliyah que já pode acabar com a tortura. – Riu encerrando a ligação. Se o motorista ajudasse, ele conseguiria chegar.

  Dizer que o motorista tinha sido rápido era um eufemismo. Ele praticamente ultrapassou todos os carros da rodovia, fazendo-o rezar por sua vida por, sei lá, umas vinte vezes.
  Desceu do carro aliviado por, enfim, estar lá. Pegou sua mala e saiu agradecendo o motorista pelo serviço e à Deus por estar inteiro.
  - Amém débito automático. – Riu ao autorizar o pagamento da corrida e entrou no hotel. Rapidamente fez o check-in e correu para o quarto, dispensando o serviço do mensageiro. Tomou o banho mais rápido de sua vida e logo estava no salão de eventos do hotel.
  Encontrou Shawn abraçando Camila e Niall e seguiu na direção dos amigos.
  - A princesa chegou, meus amigos. – Camila abriu os braços quando o viu, chamando a atenção de alguns convidados.
  - Meu vôo atrasou por causa do tempo. E nem vem que você também chegou agora. – Acusou beijando-lhe a bochecha. – Cadê ela?
  - Está vindo. – Shawn respondeu cumprimentando o amigo. – Aaliyah estava tão empenhada na missão dela que não viu minhas mensagens. Tive que ligar e acho que ela percebeu. – Deu de ombros.
  - Talvez ela já saiba faz tempo. – Revelou e o amigo fez careta. – Você é péssimo para guardar segredos. Por que acha que dessa vez seria diferente?
  - Consegui esconder a viagem para o RebeccaWizarding Would no ano retrasado. – Bicou a bebida mau humorado.
  - Por um dia. E você sumiu do whatsapp, justamente para não dar com a língua nos dentes. – Brian respondeu recebendo um olhar feio do amigo e o grupo gargalhou.
  Shawn estava pronto para responder quando a voz de Manny foi ouvida.
  - O mensageiro disse que ela já chegou. – Cochichou para o grupo e Shawn começou a organizar o pessoal e abaixar a música.
  - O que inventaram para ela vir até aqui? – perguntou curioso.
  - Umas fãs estavam na frente do hotel e começou a chover.
  - Que porra de desculpa é essa? – riu incrédulo. – Isso tem muita cara de golpe, Shawn.
  - Ela sabe que eu sou coração mole e faria isso se acontecesse.
  - Mas nem está chovendo, cara.
  - Fica quieto, eu estava ocupado demais para pensar numa desculpa boa. – Cochichou para o amigo.
  A porta fora aberta poucos segundos depois revelando Madu, Karen, e Aaliyah conversando e rindo alto.
  Um grito de parabéns explodiu assim que entraram na sala e a garota fingiu surpresa. Sabia que o namorado não aguentaria deixar o aniversário dela passar em branco. Passou os olhos por todo o salão e abriu um enorme sorriso ao encontrar Shawn, Niall, Brian, Connor – que agora se dava muito bem com o moreno -, Camila e juntos cantando parabéns. Correu para os braços do moreno e sorriu ao notar lágrimas nos olhos da menina.
  Abraçou os amigos e só depois notou sua família. observou a devoção nos olhos da morena ao perceber que ele tinha trago sua família para perto numa data tão importante para ela e, por mais que soubesse que era ruim, sentia um pouco de inveja do amigo.
  Sentou numa cadeira ali perto e aceitou a bebida que Shawn trouxe para o amigo. Madu caminhou de braços dados com Alice e até os dois, que conversavam sobre tudo e nada.
  - ... – Chamou a atenção do ruivo. – Preciso te apresentar essas duas que estão quase me batendo.
   levantou para cumprimenta-las.
  - Essa é a Alice, minha prima. – Disse apontando para ela e o ruivo a abraçou. – E essa é , minha vizinha.
  - É um prazer te conhecer.
  - O prazer é meu. – sorriu para ela. Fitou por alguns segundos antes de abraça-la.
  - Eu amo suas músicas, sou muito fã. – sorriu para ele. – E eu odeio quando você me apresenta como uma mera mortal. – Disse para Madu fazendo-a gargalhar e dar de ombros. – Eu sou uma deusa e sua melhor amiga. Me apresentar como vizinha é ridículo.
  - Você disse isso para mim quando nos conhecemos, . – Shawn implicou fazendo Madu gargalhar.
  - E deusa é um exagero. – Madu implicou com a loira e ela a olhou indignada.
  - E eu estou fingindo que não ouvi você se auto intitular melhor amiga da minha melhor amiga. - Alice disparou e deu o dedo para ela, ignorando-a.
  - E daí? Eu posso ser fã de mais de um cantor. – Pôs as mãos na cintura encarando o moreno. – Você só é exclusivo dessa aí. Que eu vou ignorar depois dessa fala ridícula. – Apontou a morena e ela deu língua.
  - Vocês são muito engraçados juntos. – comentou fazendo todos rirem.
  - Ei, será que a aniversariante pode chamar o namorado e a família para tirar uma foto? – Connor se aproximou com a câmera nas mãos.
  Madu puxou Shawn e Alice para a mesa do bolo, chamando seus familiares no caminho, deixando e para trás.
  O ruivo observou a loira por um tempo. Reparou que ela tinha covinhas ao sorrir, seu cabelo batia um pouco acima da cintura, os lábios não eram grossos, mas também não eram finos. Os olhos eram azuis, ele achava, pois a iluminação do ambiente não ajudava muito. Lutou contra seus instintos quando percebeu que estava olhando para o busto dela e tentou à todo custo não passear os olhos pela extensão de seu corpo. Achava uma atitude machista e odiava parecer invasivo.
  Bebericou a cerveja que estava na mão e fez um careta. Já estava quente e ele odiava, ficava bêbado muito mais rápido. também reparara no homem e riu quando o mesmo largou a long neck quase cheia num canto atrás de si.
  - Não gosta de cerveja? – perguntou tentando iniciar um assunto.
  - Gosto. – Respondeu sem jeito por ser pego no flagra. – É que ficou quente e se eu continuar bebendo ela, vou ficar bêbado rápido.
  - Ah. – Disse simplesmente.
  - E você?
  - Prefiro bebidas quentes. – Deu de ombros. – Se tivesse tequila, eu já estaria bem alta. – Riu lembrando da última vez que tomou aquela bebida. – No aniversário do Shawn, a Madu comprou duas garrafas para mim e eu fiquei muito ruim.
  - Jura? Eu gosto de tequila também. – comentou. – Na verdade, acho que até prefiro ela à cerveja. Não esquenta.
   riu e concordou com o ruivo.
  - Então, no que você trabalha, ? – perguntou genuinamente curioso.
  - . – Corrigiu o ruivo e ele riu. – Sou fotógrafa.
  - Desculpe, . – Repetiu o apelido fazendo-a sorrir. - Ah é verdade. A Madu falou, né?
   assentiu.
  - Você é brasileira também? - perguntou depois de um tempo.
  - Não. Sou canadense. – Respondeu. – Você é inglês, né?
  - Sim, sou de Halifax.
  - Sempre quis conhecer o Reino Unido, mas me falta dinheiro. – Bufou fazendo o ruivo rir.
  - Aposto que se parcelar as passagens no cartão você consegue. – Piscou para ela.
  - Ano retrasado eu vim para Tóquio à trabalho e fiz isso. Ainda estou pagando as parcelas. – Disse e gargalhou.
  - Fotografia paga mal assim?
  - Não, mas não é como se eu tivesse a conta bancária do Mendes... Ou a sua. - riu e concordou com ela.
  Continuaram conversando por muito tempo e se pegou genuinamente interessado pela loira. Gostaria de leva-la para jantar e conversar por horas à fio com ela, mas não sabia se seria retribuído. Além do mais, podia dar totalmente errado, já que o homem morava na Inglaterra e ela em Toronto. Seria um desastre.
  Mas talvez ele devesse tentar.
  - Se eu te chamasse para jantar, você aceitaria? – Jogou a pergunta no ar pegando a loira de surpresa.
   estava a convidando para sair e ela estava louca para dizer sim. O papo com ele era ótimo e ela se sentia bem. Era engraçado e atencioso, requisitos que ela procurava num homem. Mas eles moravam tão longe um do outro.
  - Depende. – Levou a mão ao queixo pensativa. – Se o jantar for na Inglaterra, não. Não tenho dinheiro para outra viagem.
   gargalhou com sua confissão.
  - Eu posso ir à Toronto.
  - Pode ser em Tóquio também. – Sugeriu sorrindo para o homem. – Mas você teria que fazer o convite primeiro. – Deu de ombros desviando o olhar.
  - Pois bem. – Disse ajeitando-se na cadeira de forma à ficar mais próximo da loira. – , você gostaria de jantar comigo amanhã?
  - Sim. – Sorriu.
   sorriu satisfeito. Iria jantar com uma mulher linda e divertida, a primeira a despertar seu interesse depois de Natalie e ficaria em Tóquio por dois dias, queria conhecer a cidade já que nunca estivera lá. Só precisaria juntar o útil ao agradável e passar um tempo legal com uma garota incrível.

...

   estar nervoso para um encontro não era comum. Não que ele fosse um fodão ou algo do tipo, mas também não era tímido à ponto de achar que tudo daria errado.
  Naquela noite, porém, estava inseguro com o que vestir. Tinha medo de usar algo elaborado e a menina optar pelo simples e se sentir mal vestida. Mas também tinha medo de usar roupas mais informais e ela caprichar, passando a impressão de que não estava tão afim desse encontro.
  Optou por uma calça jeans escura, sapato social e um suéter azul celeste. Arrumou os cabelos várias vezes e acabou desistindo quando viu que estava cada vez pior. Se perfumou e olhou o relógio no pulso. Ainda faltava quarenta e cinco minutos para se encontrarem no saguão do hotel e ele já estava pronto.
  Decidiu descer para comprar flores, quase desistindo no caminho. Que impressão ele passaria para ela? Não sabia o nível de interesse da mulher e não queria parecer um desesperado por amor. Mas, e se não levasse nada, e ela entendesse que o jantar não era tão importante assim?
  Droga, ele parecia o virgem de dezesseis anos indo para o baile com a Nancy Williams.
  Comprou as malditas flores e sentou no lobby observando os ponteiros do relógio preguiçosamente se moverem. Bufou impaciente e pescou o celular no bolso da calça.
  Muitos minutos se passaram enquanto ele fuçava o Instagram dela, graças à marcação feita por Madu em uma das fotos da festa, e o homem sorria à cada foto. “Não é possível que eu já estou apaixonado.” Pensou passando a mão pelo rosto.
  Não reparou a mulher parar bem à sua frente e sorrir. Deu uma olhada no celular do homem curvado no sofá e percebeu que ele a stalkeava. Estava adorando isso.
  Pigarreou assustando o homem fazendo-o, acidentalmente, curtir uma foto antiga dela. Riu da cara envergonhada dele ao ser pego no flagra.
  - Boa noite, .
  - Uau. – Foi o que conseguiu dizer ao observá-la.- Você está linda.
   sorriu passando levemente as mãos pelo vestido que usava. O modelo azul com busto coberto e que ia até os joelhos combinava com a blusa do homem e valorizava ainda mais o corpo dela. Marcava os lugares certos sem deixá-la vulgar e não pode evitar de reparar no volume dos seios dela. Não eram enormes, mas também não eram pequenos.
   olhou para o buquê jogado ao lado de no sofá e ele se levantou.
  - São para você. – Estendeu-lhe o buquê e ela sorriu.
  - Obrigada. - Levou-o até o nariz e inspirou o perfume das flores. – Como sabia das orquídeas?
  - Eu tive ajuda. - Coçou a cabeça ao confessar. Ela não acreditaria se ele dissesse que tinha escolhido ao acaso.
  - Pelo menos isso ela se lembra. - Riu. - São lindas.
   sorriu satisfeito. Pedir ajuda à Madu tinha sido uma boa decisão, já que muito provavelmente ele teria comprado rosas vermelhas e não há nada mais clichê que isso.
  - Vamos? - Ele disse oferecendo o braço à ela. - Sua amiga disse que você gosta de italiano.
  - Oh sim, eu amo comida italiana. - Ela disse concordando com a cabeça. - Foi difícil encontrar o restaurante?
  - Muito! - Exclamou. - Estava quase desistindo de procurar. Eles odeiam a cultura de fora. - Disse fazendo-a gargalhar. A mulher sabia bem disso, tinha tido muita dificuldade quando esteve lá há dois anos.
  Pegaram um Uber na frente do hotel e foram todo o caminho conversando sobre a vida um do outro. O jantar também não havia sido diferente. Por toda a noite, eles se provocavam com tudo e nada. E o coração do músico batia mais forte a cada sorriso da menina. Como pudera se apaixonar por alguém tão rápido? Ele mal a conhecia!
  Estavam caminhando lado a lado há alguns minutos quando a mão dela esbarrou na sua e ele decidiu entrelaça-las. Ela sorriu para o nada, adorando que ele tenha tomado a iniciativa.
  - Mas é sério, por que ele fez aquilo? - questionou, o tom de voz sério. - O Thor é um Deus imortal, ele não teria morrido.
  - Na verdade, ele não é imortal. - o corrigiu. Sabia muito de filmes da Marvel graças à amiga nerd que amava os heróis. - Tanto que o pai dele morre em Ragnarok. Ele só é um cara foderoso que leva uns mil anos para morrer. - Deu de ombros e riu.
  - É, ele morre mesmo. Mas acho que ele não teria morrido se estalasse os dedos no lugar do Tony. - Continuou sua reflexão. - Foi um final digno para o personagem, mas não deixa nenhuma abertura para o RDJ voltar, caso ele queira algum dia.
  - Uma pena ele ter morrido. Era meu segundo herói favorito.
  - Aposto que o primeiro é o Capitão. - Disse implicando com a loira.
  - Na verdade, é o homem-aranha.
  - Bem, por essa eu não esperava. - confessou e ela riu do homem. - Por que? - Perguntou abrindo a porta do lobby do hotel.
  - Não sei, acho que o Holland me conquistou. - Deu de ombros sorrindo enquanto esperavam o elevador. - Ele atua muito bem e me deixa de boca aberta o fato dele interpretar um menino de dezesseis anos melhor do que eu fui quando tinha essa idade.
  - Ele é responsável demais. Como alguém com os poderes dele consegue pensar em dever de casa? - questionou arrancando uma risada da garota enquanto entravam no elevador.
  - Eu, definitivamente, não fazia os meus deveres de casa. E eu nem tinha poderes. - Riu lembrando de sua época adolescente.
  Rapidamente o elevador parou no andar da loira e eles saíram ainda comentando sobre o herói. Estavam se aproximando do quarto dela quando decidiu falar.
  - Você ficaria assustada se eu dissesse que estou me apaixonando por você? - Confessou deixando-a boquiaberta.
  - Não. - Disse depois de um tempo. - Por que, talvez, eu também esteja. - Disse baixo e esperou a reação do homem.
   suspirou aliviado por não ser o único a sentir aquilo e decidiu que era agora. Queria, mais do que tudo, beijá-la, mas não o faria se visse qualquer sinal de recusa na mulher.
  Aproximou-se de , as mãos suadas e o coração saltitando no peito. Ela sorriu e esperou. tocou-lhe a bochecha fitando seus olhos e ela os fechou. Suas pálpebras trepidavam e sua respiração entrecortada batia nos lábios do homem. passava seu nariz pelo dela fazendo u carinho gostoso e arrancando-lhe um suspiro. Colocou uma das mãos em seu pescoço e a viu apertar os olhos. Passou o polegar por sua bochecha e tocou seus lábios com os dele. Pressionou um pouco mais os lábios antes de apartá-los e roçá-los nos de , até ela dar espaço suficiente para um beijo. Deslizou a língua por sua boca e ela hesitou por alguns segundos, mas depois cedeu. Ele sentia o coração palpitar enquanto um misto de sensações o invadia e se manifestavam por todo o seu interior. quebrou o beijo e os olhos dele foram se abrindo aos poucos. Sua visão demorou um pouco a entrar em foco e só então pôde vê-la. Ela parecia leve, feliz e ansiosa, mas isso fora fácil descobrir, dito que as bochechas dela estavam totalmente rosadas e seus olhos não sabiam para que lado olhar. Ergueu a mão de seu pescoço e passou sua uma mecha para trás da orelha. Seus olhos pousaram em e ele abriu um sorriso idiota. Ele poderia dizer que sim, esse foi o melhor beijo que dera em muito tempo e queria muitos mais.
  Abriu a porta do quarto e parou na soleira, virando-se para ele outra vez.
  - Essa noite foi incrível, . - Ele disse acariciando sua bochecha.
  - Mas ela não precisa terminar agora. - Segurou a mão livre do rapaz e puxou-a levemente, trazendo o corpo para perto de si. Juntou seus lábios outra vez e ele entendeu o recado, entrando no quarto e fechando a porta atrás de si. Caminhou com as bocas grudadas até encontrarem a cama e as roupas abandonaram seus corpos, espalhadas pelo chão do quarto.
  Na manhã seguinte, acordara mais cedo. Tinha sonhado com a loira depois da noite incrível que tiveram e ele precisava escrever. Procurou pelo quarto algo que pudesse usar e encontrou um bloco pequeno de de anotações e um lápis. Teria que servir. Não estava com seu violão, mas já imaginava uma melodia lenta. Seria uma música de amor e seria inteiramente dedicada à ela.

...

  28 de Novembro de 2019
   já estava acomodada no camarote quando Shawn e Madu chegaram. Deram sorte já de estarem no Brasil, pois conseguiriam assistir o show do amigo antes dele assistir o do moreno. e tinham engatado um romance desde a viagem para Tóquio e, mesmo com as dificuldades de um namoro à distância, não conseguiam se imaginar sem o outro. Qualquer oportunidade, um pegava um voo e ia ver o outro. Já quase desencontraram quando os dois decidiriam fazer uma surpresa. A sorte foi o voo de ter atrasado e ela dar de cara com o ruivo no aeroporto. Foram fotografados pela primeira vez naquele dia e decidiram assumir para a mídia que ele finalmente estava com alguém. Graças a Deus, os fãs do ruivo não eram tão ruins quanto os de Shawn e ela podia curtir o namorado e exibi-lo para quem quisesse sem se importar com ciúmes adolescentes.
   já estava na quinta música quando fez uma pausa para conversar com o público.
  - Como vocês bem sabem, eu namoro uma mulher fantástica. Inclusive, ela está aqui hoje. - Sorriu com a gritaria do público. - Oi meu amor. - Disse olhando para o camarote que ela e os amigos estavam. - Quando eu a conheci, há mais ou menos um mês atrás, me apaixonei perdidamente e logo no primeiro dia. No dia seguinte ao nosso primeiro beijo, eu escrevi uma música. - Sentou num banquinho trazido por um staff e pegou o violão, pousando-o no colo. - Ela nunca foi cantada pois eu queria que ela estivesse presente e só conseguimos esse feito hoje, então... - Parou e o público gritou outra vez. - How would you feel.
  As luzes se apagaram e um facho de luz se acendeu sobre ele. Dedilhou as primeiras notas da canção ainda olhando na direção da namorada que tinha lágrimas nos olhos antes mesmo de ouvir a canção.

You are the one, girl
Você é única, garota
And you know that it’s true
E você sabe que isso é verdade
I’m feeling younger
Eu me sinto mais jovem
Every time that I’m alone with you
Toda vez que eu estou sozinho com você

  Cantou os primeiros versos trazendo a lembrança dos dois correndo na chuva no dia que decidiram fazer um piquenique.

We were sitting in a parked car
Estávamos sentados em um carro estacionado
Stealing kisses in the front yard
Roubando beijos no jardim
We got questions we should not ask, but
Existem perguntas que não devemos fazer, mas

  Quase transaram no carro alguns dias depois do aniversário da amiga de . Tinham ido ao cinema mas perderam sessão por causa dos amassos no banco traseiro.

How would you feel
Como você se sentiria
If I told you I loved you?
Se eu te dissesse que te amava?
It’s just something that I want to do
É apenas algo que eu quero fazer
I’ll be taking my time

Eu estou tomando meu tempo
Spending my life

Gastando minha vida
Falling deeper in love with you

Me apaixonando cada vez mais por você
So tell me that you love me too

Então me diga que você me ama também

   cantava com todo o coração, os olhos fechados lembrando de cada momento passado ao lado da amada. Quando disse que a amava pela primeira vez, foi como se todo o universo tivesse se alinhado para os dois. Nada mais importava além do que viviam e do que sentiam e aquela música falava tanto sobre os dois, representava tão bem os melhores momentos de sua vida, que merecia ser compartilhada com o mundo. Mas também com ela, que sorria e chorava ao mesmo tempo.

Tell me that you love me too
Diga que você me ama também
Tell me that you love me too
Diga que você me ama também

  Pediu mas sabia que não precisava. Em suas ações, Becca já demonstrava todo o amor que sentia por ele e não podia pedir mais nada. Somente agradecer por finalmente ter encontrado seu ponto de paz.
  Finalizou a música e olhou na direção do camarote da namorada imaginando-a com lágrimas nos olhos e um sorriso enorme no rosto. Nem em um milhão de anos imaginaria se apaixonar pela melhor amiga de sua amiga, mas tudo bem. O importante era estar com ela e ele o faria para todo o sempre, enquanto ela o quisesse.

FIM

  N/A: Como sempre, eu escrevi essa fic dois dias antes do prazo terminar e uau, eu precisava MUITO descrever esse amor. Queria ter alongado um pouco mais desse começo de relacionamento, mas o limite de páginas não me permitiu hahahaha
  Eu nunca tinha escrito um crossover antes e escrever um com meu casal fave Menves, da linda Graziela Santos, foi uma puta responsabilidade por que, senhoras e senhores, esta mulher dá cada tiro de escrita que eu morro e ressuscito a cada att dela. Obrigada, Grazie, por ter me permitido usar o amor de Menves para inspirar meu pp super fofo. Era algo que faltava na vida dele mais do que a música.
  Desculpe se ficou corrido ou ruim, mas os limites de página realmente foram meus inimigos nesta história. No mais, espero que tenham curtido e que a pessoa que sugeriu essa música goste muito. Eu tentei demais escrever algo digno deste hino.
  Deixem comentários sobre o que acharam, mesmo que tenham achado ruim. Tenho outras fics no site também, caso se interessem e tenho um grupo no facebook: https://www.facebook.com/groups/867745863579307/
  Beijos e até a próxima.