How I Fell for you

Escrito por Ana Luisa | Revisado por Isadora

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  Bem-vindos à Connecticut high school. Bem-vindo nada, essa escola é um saco. Panelinhas nas classes, nerds, patricinhas e blá blá blá. E ainda tem a louca da diretora, que me odeia. Odeia todo mundo pra falar a verdade.
  Sasha é a filha dela. Ela é a menina mais metida que eu já vi na vida. Ainda estou em dúvidas se ela consegue limpar a própria bunda sozinha. Ela vive usando salto. Aquele clack clack clack que o salto dela e das “seguidoras fiéis” dela quase me dão dor de cabeça. Acho que ela se inspira na Britney Spears, porque gosta de ser chamada de vadia...
  Bem, agora tem os atletas. Jogadores de Futebol, Baseball e Basketball. Eles são literalmente os reis. Quando passam, os outros abrem passagem e sempre ganham a coroa no baile de primavera. E nunca ouse olhar diretamente em seus olhos. Diz a lenda que eles são descendentes da medusa. “Chá de cueca” é o que não falta.
  E tem , meu melhor amigo. Companheiro de tudo. Ele sempre está lá. O lá que digo, é todo o lugar que eu estiver. Fios de cabelo sedosos e pretos que contrastam perfeitamente com seus olhos azuis, límpidos como água. Acho que ele foi a minha salvação. Não pense que estou apaixonada por ele. Por mais lindo que ele seja, nunca consegui olhar para ele como outra coisa.
  E meus pensamentos são interrompidos pela voz da minha mãe, que me faz querer me cobrir até a cabeça e querer sumir dali. Ah, qual é, não podiam ter adiado o inicio do ano escolar por pelo menos uma semana? Mas tenho que levantar de qualquer jeito. Me troquei e desci à cozinha, para ter que engolir aquele café da manhã. Não, me desculpe, não sou fã de comer logo quando acordo. Fui ao meu quarto novamente, peguei a minha mochila e treinei o meu melhor sorriso de "Nossa, quanto tempo! Saudades..." argh, argh, argh.
  Algo bom bateu na alma do meu pai hoje, e ele resolveu me dar uma caroninha, enquanto eu reorganizo meus pensamentos. Fiz uma pequena lista desorganizada na minha mente e estava checando ela, enquanto olhava para aquelas casas, quase iguais, daquele condomínio.
  Materiais - o.k
  Fones de ouvido - o.k
  iPod - o.k
  Garrafa de água com coca-cola dentro - o.k
  Alguma coisa pra horas de fome - o.k
  Moletom que é o dobro do meu tamanho - o.k
  Sim, eu não tinha esquecido nada. E eu cheguei. Fim da história. Eu dei um breve tchau e fui pra dentro daquele mar de gente. Demorei a encontrar e logo descobri que na semana toda eu só tinha UM horário com ele. E ainda por cima, era MATEMÁTICA. A pior aula que tem naquela escola. A aula que eu uso pra dormir. Agora o sino bateu e essa multidão está correndo como se houvesse um touro solto por aqui. Pra que a pressa meu povo? Te garanto que teremos tempo de sobra no resto do ano.
  Eu fui meio que arrastando, meio que rastejando, e resumindo tudo, andando como um zumbi eu consegui chegar a minha classe.
  - Senhorita , quase que a senhorita se atrasa para a minha aula. - o Sr. Hayme, Inglês, com aquele sotaque super engraçado, chamou a minha atenção logo que eu entrei. Que saco! Poxa, eu tenho o ano todo para me acostumar a acordar cedo novamente, o.k?
  - Isso não ocorrerá novamente, perdão. - e tudo o que fiz, foi abaixar a cabeça e procurar alguém que eu conhecesse. Reconheci Angela, mas ela já tinha um par. Então tudo o que sobrou foi aquele aluno novo, que só descobri estar vivo, quando ele roncou baixinho. Claro que eu não pude deixar meu lado capetinha em paz para atormentar aquele menino até ele acordar. Dentre todas as opções deliciosamente cruéis, eu optei por assoprar em seu ouvido.
  - Menina, você é louca? Tem problema? E sorte sua estarmos na aula. - ele olhou pra mim e falou o mais baixo que pôde. Por sorte, estávamos na última carteira, na fileira que o professor tinha dificuldades de enxergar a nós dois.
  - Qual seu nome? - foi tudo o que eu disse.
  - Pra quê?
  - Ué, porque eu quero saber.
  - Não.
  - Então iremos no par ou ímpar. Eu sou ímpar, tu és par. - enquanto eu dizia isso, ele enterrou a cabeça no braço novamente.
  Quando eu disse "par ou impar" uma mão dele, apareceu por baixo de sua cabeça (estranho) e deixou dois dedos a mostra, e na mesma hora, eu deixei o meu indicador.
  - Háá, ganhei.
  - .
  - O quê?
  - Sério, me chama de .
  Não entendi se aquilo era brincadeira, mas levei a sério. Foda-se.
  O resto da aula eu me limitei a seguir seus passos. Vesti meu moletom, coloquei o capuz e, simplesmente, dormi.
  No almoço, eu me encontrei com e contei tudo a ele. Ele riu da parte em que mencionei o "par ou ímpar" e quando eu terminei ele disse
  - Essa é a e seu alto nível de intelectualidade. - e o restante do almoço, ficamos falando sobre coisas meramente banais.
  Quando o sinal do almoço bateu, fui direto para a aula de inglês e depois tive aula de Geografia. E depois das outras aulas, que eu dormi, fui para casa e depois de tomar um bom banho, dormi mais um pouco. Mamãe me acordou um pouco mais tarde para eu poder fazer as tarefas e jantar, mas eu logo disse a ela, que não tinha tarefa, o que era mentira. E adivinhando isso, ela olhou meu Livro de atividades e notou que tinham muitas tarefas. Nem eu sabia que havia 50% daquela tarefa, porque ou eu anotei em um estado sonambulo, ou foi meu companheiro(a) de mesa.
  O resto da semana foi monótono e entediante, pelo menos pra mim. Finalmente a semana chegou ao fim, e com ela, tínhamos o baile que esse ano, tem como tema, índia. Saí para ir comprar minha roupa, sozinha, porque eu não gosto de pessoas dando opinião no que eu escolho e encontrei lá. Eu sabia que ele não daria opinião então o arrastei para as lojas temáticas, indianas. Na verdade, só tinha uma naquele shopping e eu não estava nem um pouco afim de ir procurar outra loja, então a roupa teria de ser comprada lá mesmo.
  Acabei encontrando uma roupa bonita, e barata, e fui ajudar a comprar a roupa dele. Ele também optou pela roupa mais barata - e menos deplorável que havia na loja - e fomos felizes pra casa.
  Uma hora antes do início do baile, eu comecei a me arrumar, pois mesmo sendo rápida, eu me embolaria toda ao vestir aqueles panos soltos. Dito e feito. Precisei pedir ajuda à mamãe, que ajudou sem reclamar, e ficou dizendo o quão linda eu estava. E ela não esqueceu de dizer o quanto o tecido roxo do meu traje combinava com meus olhos cinzas. Vai entender... Coisa de mãe.
  Chegando lá, claro, todos usavam máscaras. Os meninos usavam máscaras, e as meninas um pano que cobria os olhos e o nariz. Não se preocupe, ninguém morreu sufocado. Reconheci , apenas porque eu estava com ele na hora que ele comprou a roupa. Ele olhou pra mim, sorriu e logo se virou para voltar a falar com uma menina que usava um traje, azul turquesa.
  Não demorei a encontrar um par de olhos, verdes como, como, como... Ah não sei, verdes vívidos, como o começo da primavera. Sim, se você ainda se pergunta, eu reconheci aqueles olhos no momento em que eu reparei eles em mim. Cheguei perto da mesa de ponches, onde o menino estava e disse a ele:
  - Vem comigo, prometo que você não irá se arrepender.
  Relutante ele me seguiu, e ficou surpreso quando eu tirei o meu violão de trás de um dos pilares que davam ao "jardim secreto" da escola. Eu sentei no banco e em um interruptor atrás de mim, liguei todas as luzes daquele jardim. Maravilhado com a beleza daquele lugar, ele sentou-se ao meu lado.
  - Aqui, isso é tudo que eu queria falar desde que eu te conheci.
  Começando os acordes do violão eu comecei a cantar a música que eu escrevi, apenas dois dias depois que eu o conheci.

  I never saw a twinkle like these in your eyes,
  they have the power to control my mind
  oh no,
  I never felt like this before
  I had never noticed much in someone
  as in you.

  I never saw how the sky is starry
  as the colors are more vivid,
  everything around is better
  believe me
  I fell for you.
  In all my dreams
  I see you
  or your smile,
  and his brilliant way of being
  everywhere you go
  leaves marks
  footprints,
  not impossible reconhecer

  Not here, in all the places
  I passed I saw
  to me the world has become you,
  your smile
  and eyes that make me sigh
  and I'm sorry,
  but the only thing that you've been good,
  I was making love.

  Not brilliant at math,
  but IDAI?
  I love the way you are
  You're not like the boys I dreamed
  not skate,
  not swim,
  do not know rap
  or play guitar,
  but you could
  touch my heart.

  Not here, in all the places
  I passed I saw
  to me the world has become you,
  your smile
  and eyes that make me sigh
  and I'm sorry,
  but the only thing that you've been good,
  I was making love.

  So listen to what I have to say
  which leads me to believe
  that my love for you
  I mean it:
  I know how you tidy hair
  when he swings into the wind
  I know every type of smile,
  that even at a distance,
  I can see the glow.
  I can see in his eyes,
  in his way of speaking,
  every feeling
  at all times.

  Not here, in all the places
  I passed I saw
  to me the world has become you,
  your smile
  and eyes that make me sigh
  and I'm sorry,
  but the only thing that you've been good,
  I was making love.

  Quando eu terminei, bem, olhei para ele que estava com olhos brilhando. Ele tirou o meu véu e tirou a máscara dele.
  - ... – parou de falar e olhei para seus olhos. Ele simplesmente me beijou. Aquele, bem, era meu primeiro beijo. E com certeza não seria o último.

Fim



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