Holding You

Luisa Silva | Revisada por Luba

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Capítulo único

  A doce não conseguia parar de chorar. Estava dirigindo para lugar nenhum, apenas tentando fugir para longe da dor, mas quanto mais ela se afastava mais lágrimas surgiam, logo caindo em seu vestido. Ela não queria que nada daquilo estivesse acontecido, não queria que ele fosse embora. Escutou o som de uma buzina, mas não conseguia enxergar a estrada escura, então só viu o carro vindo à direção oposta quando estavam quase batendo. virou o volante o mais rápido que conseguiu, se livrando por pouco de uma batida.
  Parou no acostamento, apoiou a cabeça no volante e chorou. Não pensou em nada, apenas chorou, até que viu o papel dobrado jogado no banco ao lado. resolveu ler a carta que ele tinha lhe entregado antes que ela saísse correndo, abriu o papel e sentiu que seus olhos recomeçaram a marejar quando reconheceu a letra de . Enquanto lia, várias lembranças lhe vieram, lembranças que ela não tinha forças para impedir de chegarem.
   estava bebendo um pouco com suas amigas no bar, na festa de uma colega. Ela sabia que não podia passar da conta, mas mesmo assim estava amando toda aquela agitação. Mal sabia ela que um garoto a observava desde o começo da festa, com um olhar quase apaixonado. Não, não era paixão ainda, só... curiosidade. O que uma garota delicada como aquela estava fazendo em uma festa tão... inapropriada?
   logo sentiu uma aproximação ao seu lado e girou no banquinho em que estava, se deparando com lindos olhos castanhos a observando.
  - Sou . – Disse o garoto dos olhos.
  - . – Disse ela, estendendo a mão para apertar a do garoto, mas foi surpreendida com um beijo na mesma.
  A menina sentiu seu rosto esquentar e olhou para o chão, torcendo para que ele não tivesse visto. Sentiu a mão de levantar seu rosto até seus olhos se encontrarem, e percebeu que ele estava muito perto. Sentiu seu rosto esquentar mais ainda, mas não tinha como esconder. Sorriu para o garoto, que logo devolveu o gesto, que sorriso lindo ele tinha.
  - ! Chega aqui!
  - !! Vem cá! – Escutaram dois gritos ao mesmo tempo. Sorriram pela suposta última vez, pensando que nunca mais se encontrariam, e seguiram as vozes que os tinham chamado.
  Algumas horas depois, entrou no seu carro, pensando em ir direto pra casa, mas viu uma garota sentada na calçada, aparentemente precisando de ajuda. Chegou perto dela, que logo levantou o olhar, e reconheceu-a de imediato.
  - Precisa de ajuda, ? – Perguntou ele, estendendo a mão para que ela pudesse levantar.
  - Só , por favor. – Retrucou ela, aceitando a mão estendida.
  - Posso saber o que uma senhorita tão linda está fazendo sentada na calçada tão tarde?
  - Estou esperando um taxi.
  - Eu posso te levar para casa, se quiser. – Disse , rodopiando a menina pela mão.
  - Por favor, não me gire, minha cabeça já está doendo o suficiente. – Pediu ela, cambaleando. – Acho que vou aceitar sua carona.
   adormeceu no meio do caminho, mas por sorte não antes de dizer o seu endereço. E ali, naquele silencio, uma história havia começado.

  A mente de não tentou afastar as memórias da sua triste, linda e trágica história com e, mesmo se quisesse, sabia que não conseguiria.
   não estava se aguentando de ansiedade. Depois de quase um mês de viajem, finalmente estava voltando para casa, voltando para ela. Ela estava quase querendo correr e entrar pelo portão de desembarque para acabar logo com aquela ansiedade, mas estava conseguindo se segurar. A cada pessoa que saia por aquela porta, sua saudade aumentava, até que ela avistou grandes olhos castanhos ansiosos, procurando por ela. Assim que ele a achou, eles correram. a beijou e a abraçou, levantando-a do chão. Foi um dos melhores beijos da sua vida, cheio de saudade, cheio de amor. Ele tinha sentido tanta falta dela. Sorriram durante o beijo e só se afastaram porque perceberam que muitas pessoas os encaravam.
  - Senti saudades. – Disse ela, ainda sorrindo.
  - Eu também. – Disse , pegando a mão de sua namorada e saindo do aeroporto com um sorriso de orelha a orelha.
   foi vagueando por sua memória, revendo os muitos momentos felizes que teve com , antes de ele resolver ir embora.
  - Quatro entradas para “Um Dia”, por favor. – Disse para a atendente do cinema.
  Lá estavam , , Mia e Alexander na bilheteria do cinema, em um encontro duplo. Mia era a melhor amiga de e Alexander era um primo de que tinha acabado de se mudar. Eles dois se conheceram em uma festa que levou Alexander e se interessaram logo de cara, só depois que descobriram as ligações.
  Os quatro entraram na sala de cinema e saíram duas horas depois, mas se alguém perguntasse sobre o que falava o filme, nenhum deles saberia responder.

   sorriu com essa lembrança. Mia continuava sua melhor amiga, mas ela e Alexander não estavam mais juntos, nunca tinha descoberto o porquê. Logo pequeno o sorriso desapareceu do rosto de enquanto ela se lembrava de , novamente caindo em lágrimas. Mal sabia ela que ele estava quase na mesma situação, mas do outro lado do país.

***

   não estava conseguindo dormir. Ele sabia que teria treinamento cedo na manhã seguinte, mas não conseguia fechar os olhos. Ficava pensando em , vagueando pelas memórias que tinha dela.
  -Faz quanto tempo que eu não tomo sorvete, ? – Perguntou , enquanto eles passavam em frente a uma sorveteria.
  - Uns três dias, . – Respondeu o garoto em um tom debochado.
  - Meu Deus, três dias! Como eu sobrevivi? – Brincou ela entrando na sorveteria, enquanto só ria.
   foi direto para o balcão fazer seu pedido, enquanto a observava. Mais uma vez ficou encantado, como se tivesse acabado de conhecê-la e percebesse o quanto ela era linda. O garoto parou ao lado dela e pediu uma casquinha de sorvete de baunilha, enquanto ela pediu um potinho com bolas de sorvete de vários sabores.
   pagou os dois sorvetes (a contragosto de ) e o casal saiu da loja, continuando seu caminho.
  - Você consegue sentir todos os sabores disso aí?
  - Claro. – Disse ela rindo.
  - Me deixa provar um pouco dessa meleca.
   logo pegou um pouco do sorvete com a colher e espalhou em volta da boca dele, colocando o que restou dentro.
  - Isso é para você não chamar meu sorvete de meleca. – Ela disse, dando seu melhor sorriso de convencida.
  O garoto a puxou pela cintura e a beijou, não conseguindo resistir àquele sorriso. Durante o beijo, ele sorriu, o que só fez sorrir mais. Ao poucos o beijo foi terminando, sendo finalizado com vários selinhos.
  - Você tá com gosto de sorvete. – Disse ela, sorrindo bobamente. caiu na gargalhada, levando consigo.
  Naquele momento, ele se perguntou como tinha feito uma garota tão perfeita quanto se apaixonar por ele, um simples carinha das Colinas.
  Ele estava sentado perto do lago, com tudo pronto, só esperando sair da casa. a tinha levado para passar uma semana na casa do lago de seus pais, para aproveitarem a última semana de férias da faculdade. Não demorou muito e a garota apareceu em seu campo de visão, usando uma saída de praia de renda com um biquíni por baixo. Ele a olhou de cima a baixo, reparando em todos os seus detalhes, inclusive na vermelhidão das suas bochechas quando seus olhares se encontraram.
  - Para de me olhar assim. – Ela disse, olhando para o chão e se aproximando dele.
  - Não consigo resistir. – Ele disse levantando, puxando-a pela cintura e colando seus lábios.
  Os dois subiram no Jet ski de , ele na frente, ela atrás, o abraçando pela cintura.
  - Preparada para dar uma volta? – Ele disse, dando a partida.
  - Você é quem tem que se preparar, por que eu vou dirigir depois!
  Dito isso, acelerou e eles saíram em alta velocidade pelo grande lago. Atravessaram o lago por quase uma hora, até conseguirem chegar do outro lado. Pararam o Jet ski e desceram na outra margem.
  - Na volta, sou eu que vou dirigir! – Exclamou , sentando-se encostada em uma grande árvore. Logo o garoto se juntou a ela e a puxou para seu colo. Os dois ficaram encostados na árvore, abraçados, apenas olhando para o lago a frente.
  - Eu te amo. – Sussurrou na orelha de . A menina sorriu e olhou para cima, fitando os lindos olhos castanhos dele.
  - Eu te amo. – Disse ela, e ele a beijou.

  Essa era uma das poucas lembranças que ele não queria ter, que gostaria de apagar da memória. Apesar de aquela semana ter sido perfeita, o final dela não foi dos melhores.
  - Você está distante, . – Comentou .
  Eles estavam voltando para a cidade, depois da ótima semana no lago. Na noite anterior, um dos colegas de quarto da faculdade de ligou e disse que ele tinha recebido uma carta das Forças Armadas Inglesas, dizendo que ele tinha sido recrutado para servir no exército. Ele não sabia como contaria para , só sabia que partiria em menos de uma semana.
  - Não to, não.
  - Está sim, o que aconteceu? – Insistiu a garota.
  - Nada, princesa.
  - Por que não me conta o que foi? Não confia em mim?
  - NÃO FOI NADA, ! – Gritou e, no segundo seguinte, se arrependeu. Era a primeira vez que ele gritava com , e pode perceber o quanto isso a magoou.
  - Por que gritou comigo? – olhou para ele, as lágrimas já começando a cair. Ele olhou para ela, mas não respondeu nada e logo voltou a olhar para a estrada.
  - Não vai mais falar comigo, é isso? Por que não me conta logo o que foi? – Ela perguntou, já em prantos.
  Os dois não disseram mais nada durante o resto da viagem, cada um imerso nos seus próprios pensamentos. O silencio era desconcertante, quase orgulhoso. estava implorando para que falasse algo, assim como ela, mas nenhum dos dois dizia nada por puro orgulho. Depois de 40 minutos, chegaram em frente à casa de .
  - Desculpe. – Disse ele antes que saísse do carro. – Desculpe , eu... Ainda não posso te contar. Me desculpe.
  Ele se aproximou, tentando beijá-la, mas logo o afastou, abrindo a porta do carro. Olhou para ela uma última vez, antes de entrar em casa correndo.

  Aquele dia foi terrível, mas pior ainda foi quando ele contou a verdade à .
  - ? – Perguntou o garoto quando ela atendeu o telefone.
  - O que você quer, ? – Suspirou. Ela ainda estava com raiva pela briga.
  - Podemos nos encontrar? Preciso te dizer uma coisa.
  - Por que não diz por telefone? – Ela perguntou irritada.
  - Tenho algo para te entregar.
  - Tudo bem. – Ela disse depois de alguns segundos em silêncio, pensando se deveria se encontrar com ele.
  Marcaram o lugar e, vinte minutos depois, estavam os dois em frente ao lago, no Parque Youth. Assim que ficaram frente a frente, estendeu a carta do exército para ela, que a pegou e leu.
  - Então você está indo embora? – Perguntou , com lágrimas nos olhos.
  - Por favor, não chore, princesa. – Ele deu um passo a frente, e ela foi para trás.
  - Quando? Quando você vai?
  - Hoje à tarde. – Ele respondeu, e o choro de se intensificou.
  - Você sabe desde quando?
  - Da viajem do lago. Isso era o que eu não podia contar pra você.
  - Você está fugindo! – Exclamou , levantando a voz.
  - O que? , não...
  - VOCÊ ESTÁ FUGINDO! NÓS ESTAMOS EM UMA CRISE E VOCÊ ESTÁ FUGINDO! – Gritou ela – Não posso acreditar. Você não aguenta umas briguinhas bestas e já desiste.
  - Não princesa...
  - Não me chame de princesa, . Eu vou embora.
  - Espere . Não era isso que eu tinha que te entregar. – Falou ele, pegando um papel dobrado do bolso da jaqueta e estendendo para ela.
  - O que é isso? – Perguntou , com menos raiva e mais tristeza na voz.
  - Uma carta pra você. Mas não leia agora, só quando eu estiver longe. – Falando isso, ele percebeu o peso de suas palavras. Ele ficaria longe dela por no mínimo 3 anos. 3 anos sem , como sobreviveria?
  - Me desculpe , eu te amo.
  Ela olhou para ele pela ultima vez antes de sair correndo chorando.

  Essa foi a última vez que viu . não sabia se, quando voltasse, ela ainda estaria esperando por ele, não sabia se eles tinham terminado, não sabia nem se deveria ligar para ela no dia seguinte. Tudo em relação a ficou muito confuso.

***

  Quando soube que voltaria dois dias antes do Natal, 3 anos depois de sua partida, ela surtou. Não sabia o que sentir, não sabia o que pensar. Será que voltariam a ficar juntos, como se nada tivesse acontecido? Duvidava muito, mas não podia perder a esperança. Eles não trocaram uma palavra nesses 3 anos, mas não houve um dia em que ela não pensasse nele.
  Estava na Base Aérea, o lugar já todo decorado para as festas de fim de ano, esperando o avião que trazia o seu amor, junto com seus companheiros do exército. A família de também estava lá, já tinham a visto, mas ninguém teve coragem de dar um oi.
  No avião prestes a pousar tudo estava uma bagunça, todos os soldados agitados com a volta para casa, fazendo barulho e brincando uns com os outros. também estava animado, mas não pensava só em casa, sua mente também estava em . Perguntava-se se ela estaria lá, esperando por ele. Já tinha planejado tudo, se ela estivesse lá, eles ficariam juntos para sempre, mesmo quando ele voltasse para Londres.
  Quando os portões de desembarque se abriram e o viu, paralisou. Não conseguia se mexer, não conseguia falar, seu coração batia muito rapidamente. Ela sentira muita falta dele, e o ver só fortalecia o sentimento. estava diferente, tanto fisicamente quanto no comportamento. O cabelo estava cortado no estilo militar, como esperado, e ele estava muito, muito mais musculoso, mas também estava andando com mais confiança, e também mais disciplina. O exército definitivamente fez bem ao rapaz. viu primeiro a sua família, abraçou seus pais e suas duas irmãs, mas ainda procurava por . Ele olhou ao redor, até que a viu parada em um canto, o encarando fixamente. Aproximou-se dela e, antes que começasse a explicar porque estava ali, a abraçou e em seguida iniciou um beijo.
  - Eu senti tanta saudade, . – Disse , com lágrimas nos olhos.
  - Eu também, meu amor. Eu te amo. – Disse ele ainda a segurando em seus braços.
  - Sem querer interromper esse momento lindo, mas já interrompendo, - A irmã mais nova de se aproximou. – mas precisamos levar para casa. Amanhã vamos fazer uma ceia de Natal, e você está intimada a comparecer.
  - Preciso falar com você depois. – Ele sussurrou para antes de ser arrastado pela irmã.

***
  No dia seguinte, foi passar a véspera de Natal com os Avery. A tia de fazia o segundo melhor chester recheado que a menina já comera na vida, só perdia para o da sua avó. adorou tanto a comida de verdade quanto os biscoitinhos que foram servidos com nada mais nada menos que sorvete depois. a contou que era uma tradição da família fazer biscoitos de gengibre decorados para o Natal, e disse também que era uma das coisas que ele mais sentira falta em seu tempo fora.
  - E de que mais você sentiu falta? – Ela perguntou.
  - A comida da minha mãe. O que eles servem no exército mal pode ser chamado de refeição. – Ele respondeu e arqueou uma sobrancelha e deu um sorrisinho irônico de lado, como se perguntando se não havia nada mais. – Senti saudade de você também, mas mais da comida. – Ele acrescentou casualmente, o que o rendeu um leve tapa no braço.
  Antes que continuasse com a sessão de tapas -que mal sentia, para ser franco- ele segurou as mãos da menina e a puxou para perto, a beijando apaixonadamente. Ela sorriu durante o beijo e colocou os braços ao redor do pescoço do garoto, mas se afastou um tempo depois, lembrando-se de algo.
  - Você queria falar alguma coisa para mim ontem. O que era? – Ela perguntou.
  - Estava torcendo pra você não lembrar. – O menino suspirou.
  - É tão ruim assim? – ficou instantaneamente preocupada.
  - Não! Quer dizer, não sei, pode ser metade bom e metade ruim. Vamos lá pra fora. – Ele desviou da pergunta e puxou a mão da menina por entre o grupo de pessoas relativamente grande que ocupava a casa.
  No jardim da frente havia muito menos barulho do que na sala, e o frio de dezembro os atingia levemente. A parte de fora da casa, assim como a de dentro, tinha decorações de Natal misturadas em verde, vermelho e dourado, e muitas luzinhas para finalizar. se distraiu momentaneamente pela beleza do lugar, mas sua atenção voltou a quando este respirou fundo novamente.
  - Okay, chega de mistério. O que foi? – Ela perdeu a paciência quando o rapaz continuou sem falar.
  - , quando eu estava em Londres, eu... eu decidi o que eu realmente quero fazer na vida. Quero ser um oficial, quero fazer carreira no exército. – Ele pausou e assentiu, mas ele percebeu que ela não entendia o que isso significava. – Eu fiz um acordo com o meu capitão; tenho um ano para preparar tudo e voltar para Londres, dessa vez permanentemente.
  Foi nesse momento que compreendeu o que estava acontecendo de verdade. Ele ia embora, de novo. As lágrimas começaram a descer pelo rosto da menina antes que ela pudesse as segurar, e deu tudo de si para não a envolver em um abraço, não podia fazer isso antes de contar o resto na notícia.
  - A parte boa é que eu posso levar a minha família, se estiver no registro civil. – Ele disse e sorriu nervosamente, colocando uma mão no bolso de sua calça.
  - Eu não sou sua família no registro civil, . – disse e abaixou o olhar.
  - Podemos resolver isso. – O rapaz sorriu e dobrou um joelho, tirando uma caixinha do bolso. – Jean , princesa mais linda, amor da minha vida, quer casar comigo?
   não conseguiria definir o que estava acontecendo naquele momento. As lágrimas voltaram aos olhos da menina, mas dessa vez definitivamente não eram de tristeza, mas sim da mistura de felicidade, orgulho, medo, ansiedade e amor que estava sentindo.
  - Ah, ! Sim, sim, sim, claro que sim! – Ela finalmente respondeu quando recuperou a voz, ajudou a levantar e o abraçou o mais forte que pôde, o beijando mais do que apaixonadamente em seguida.

Fim



Comentários da autora


  Para a minha querida amiga secreta, Effy!! Não te conheço muito e também não consegui te stalkear para saber que tipo de história você gosta, então eu improvisei. Essa foi uma das poucas shorts que eu escrevi que eu realmente gostei, espero que você goste também! Boas festas!