Help me to Forget Her
Escrito por Júlia Oliveira | Revisado por Júlia
As luzes cintilavam com tanta força que o deixavam tonto. Qual filho da puta tinha tido aquela ideia estúpida de enfiá-los dentro daquele bar horroroso? Suspirou, enquanto era empurrado novamente pelas mesas e largado em uma onde a iluminação era menos cintilante.
Soltou um projeto de sorriso quando viu que, pelo menos, seus olhos não arderiam por luz, já que o ambiente em que se encontrava era até mal iluminado. Depois de alguns drinks, veria apenas escuridão: e aquilo o agradava, em parte. Alegria, luzes, felicidades: lembravam a garota que ele queria esquecer. Suspirou, balançando a cabeça, talvez ela pulasse fora de sua cabeça orelha a fora.
Se estivesse morto, estaria em uma situação melhor do que a que estava. Se desistisse de ficar tentando a esquecer, estaria em uma situação melhor do que a que estava. Qualquer possibilidade era melhor do que a situação que estava.
- Que desanimado é esse? – ouviu a voz do barman que se achava íntimo do grupo, o suficiente pra lançar frases constrangedoras.
- Ele terminou com a – explicou, sussurrando o suficiente para que apenas o barman escutasse. Mas ele não tinha noção do que falava.
- O que? – o barman arregalou os olhos – você esta melhor agora sem ela.
soltou uma risada cínica pelo nariz. Se estava melhor agora, não queria nem imaginar como estava antes.
- Obrigada. – sussurrou. Quase um resmungo. Em qualquer outro local do bar: não teria sido escutado.
- Mas talvez alguns drinks ajudem-no a esquecê-la – o barman disse, finalmente conquistando a real atenção de . Uma maneira de esquecê-la? Estava interessado.
- Traga os mais fortes, precisarei – soltou, suspirando novamente. Aqueles suspiros pesarosos, que só um verdadeiro desistente solta. Precisava de uma forma desesperada de esquecê-la, aceitava qualquer sugestão.
, ... Todos seus amigos trançavam a sua frente: pegando garotas das quais nem se lembrariam na manhã seguinte. Outras horas: surgiam empunhando bebidas adocicadas que desciam-lhe a garganta feito raios. Mal sentia o gosto: sentia apenas o álcool entrando pelas suas veias. Rasgando pelas suas veias enquanto, pouco a pouco sua visão ficava mais turva: seus joelhos amoleciam.
Havia um drink rosa de gosto doce. Tinha gostado no começo, mas depois a doçura passou a lembrar-lhe à . Não conseguiu passar da segunda doze. Apareceram com um azul avatar. Era bem mais amargo que o primeiro, tinha resistido mais tempo com o azul como companhia, a amargura era sua companheira desde que tinha brigado com .
Começou a relembrar como tinha conseguido estragar a perfeita vida que tinha. Um cara famoso como ele, no auge da carreira, uma namorada tão maravilhosa que causava inveja aos olhos dos outros. Eram perfeitos juntos, brilhavam juntos, era simplesmente sensacional: andar ao lado da garota mais linda do mundo pelos tapetes vermelhos. Não só ao lado dela, mas lançando-a pela cintura. Sorrir para as câmeras e quando perguntado, responder: completamente apaixonado por .
. Era assim que o mundo a conhecia. Ele não, a conhecia por e por alguns outros apelidos, desde princesa até lagosta. Era com ela que ele dava as melhores risadas, ia aos melhores lugares e conhecia as melhores pessoas. Ainda não fazia ideia de como estava conseguindo encarar depois da briga, a melhor amiga da namorada certamente deveria estar o chamando de idiota.
Sentiu sua garganta dar um nó enquanto lembrava do jeito doce da garota. Pegou o celular no bolso e resolveu se martirizar um pouco. O ideal seria se ele parasse de andar com aquelas memórias, mas a questão era: de que diabos adiantava evitar as fotos, revistas, jornais e o celular, se ainda tinha sua própria memória?
Seu sorriso era o mais bonito, ninguém tinha coragem de negar. A risada era cheia de vida e volumosa: ria feito uma criança, e depois ainda dava um pigarro pra poder voltar a respirar, parecia ter três anos de idade enquanto ria. Desde a primeira vez que ouvira a risada da garota, soube que estaria disposto a fazê-la rir pelo resto de suas vidas.
Quando a conheceu, seus cabelos pendiam ao ombro. Hoje já batiam na cintura, se a garota não tivesse cortado na última semana. Ela era extremamente impulsiva e odiava mesmice, rotina, gostava de acordar com uma sensação diferente e aproveitar cada de segundo como se fosse o último. Suspirou pesadamente, parecia realmente que cada segundo era o último de sua vida, mas não via motivos para vivê-lo intensamente.
E ela? Se estivesse muito triste, com ele, talvez estivesse ouvindo Backstreet Boys no ultimo volume com seu violão ao lado e comendo potes de sorvete. Se quisesse parecer bem para todo mundo, talvez ouvisse seu Blink 182 estourando os tímpanos da vizinhança, apenas pra esconder suas lágrimas silenciosas. Mas se não estivesse ligando pra nada: talvez estivesse sentada em algum canto da casa escrevendo músicas sobre ele, era o tipo de coisa que conseguia imaginá-la fazendo. Doía relembrar: sua garota com a maquiagem borrada, com os olhos quase inchados. Por que tinha que ser tão idiota? Sentiu uma faca cortando-lhe o estômago quando outra possibilidade ocorreu-lhe a mente:
E se ele estivesse com outro? Nos braços de outro cara enquanto ele tentava confortá-la, apenas como pretexto de parecer um bom moço e conquistá-la? Estremeceu-se com o pensamento. Não podia sequer ficar parado ali imaginando com outro cara. Ela podia estar bem, dançando em algum lugar, rindo... Com algum otário.
Levantou-se em um átimo. Caminhou silenciosamente até o bar, onde estendeu ao barman mais dinheiro do que necessário, não esperou pelo troco. Andou a passos largos até a saída do bar, sendo seguido por seus amigos.
- Onde você pensa que vai, ? – pos a mão em seu ombro, não o suficiente para que ela parasse a caminhada. pagava as bebidas enquanto isso, sabia que algo muito, muito, muito, imprevisível aconteceria naquela noite.
- Ter a minha garota de volta. – respondeu, sem nem olhar pra . Nesse ponto já estavam fora do pub, havia jovens rindo escandalosamente, extasiados pelo álcool, assim como .
Apesar de andar aos tropeços – os drinks que recebera eram os mais fortes – nunca estivera com tanta coragem, estava sorrindo maldosamente, mas morria por dentro. Também nunca fora um equilibrista, geralmente era um estabanado sem coordenação. Era uma das coisas que ela gostava nele. Mas hoje, apesar dos tropeços, andava com o peito cheio e com a expressão de um verdadeiro guerreiro espartano.
- . – ignorou , olhando para a namorada do amigo. – me diz que ela esta em casa.
As duas eram melhores amigas e vizinhas. não sairia da casa de enquanto a mesma não jurasse de pé junto milhões de vezes que estava bem. era um doce, muito mais meiga e fofa do que , que apesar de não deixar de ser doce, era muito forte e cheia de atitude. era mais tímida, por isso se dava tão bem com , nunca conseguiria mentir, nem pra , nem pra mais ninguém.
Ela hesitou, talvez tentasse medir suas palavras pra não magoá-lo ainda mais, ou tentasse encontrar uma maneira de não lhe contar a verdade.
- Está, . – desistiu, vendo o rapaz agora caminhar até a rua, esperando por um táxi.
- , você não pretende ir a casa dela, pretende? – ouviu tentar segurá-lo pelas costas. Apenas deu de ombros, iria pra lá agora: não importa o que fizessem.
- Não é obvio? – disse, vendo o primeiro táxi passar pela rua. Fez sinal, e passaram a segurá-lo com mais força. Era mais forte que os dois juntos, era não só mais alto, mas como tinha também os ombros mais largos. Mas, devido a bebida, não teve muita coisa há fazer, foi facilmente segurando pelos dois e impedido de entrar no carro.
Ouviu desculpando-se com o taxista e dizendo que fora um engano. Engano nada! tinha certeza do que estava fazendo, precisava falar com . Tinha certeza que se conseguisse falar com a garota, a faria mudar de ideia.
- Eu preciso falar com ela! – gritou, tentando se livrar dos dois pares de braços que o impediam até de pensar. – Não posso deixar que a fique magoada por minha causa! Pelo amor de Deus, me deixem falar com ela!
O mundo dava voltas e mais voltas enquanto tentava convencer aos outros três a o deixarem ir pra casa de .
- , você está louco – ouviu de , enquanto estava sentado no meio fio, sendo vigiado pelos melhores amigos.
- Pra mim faz sentindo. – respondeu, sem se levantar. Sua cabeça latejava, mas não se importava: precisava ir pra porta dela e dizer tudo que queria. Fazê-la mudar de ideia.
- Você está bêbado , tem que ir pra casa, descansar e por os neurônios no lugar. – falou, ajoelhando-se no concreto: como se fosse falar com uma criança birrenta.
- O que? – resmungou, em desdém, não acreditava no que estava ouvindo – Posso estar bêbado, mas eu sei o que estou dizendo.
- Tem certeza? – ouviu perguntar, com o telefone na mão. Talvez tentasse ligar pra Kevin, o segurança dos três, para pedir ajuda.
- Absoluta! – respondeu, levantando-se com um sorriso idiota nos lábios – me empreste esse telefone, talvez eu consiga falar com ela. – comemorou, quase colocando os braços para o alto. – Ela nunca atenderia o meu numero, mas como ela sabe que a saiu com você e com o , talvez ela atenda um de vocês!
Ótimo, era estratégia mais perfeita que tinha formado na sua cabeça. Nem tinha sequer imaginado a possibilidade que a garota podia desligar o telefone e não atendê-lo mais, estava bêbado: precisava de uma maneira de falar com ela, seja lá como fosse.
- Claro que não, ! Vou ligar pro Big Kevin pra ele vir te buscar.
- Porque vocês têm que deixar a em casa e isso incluiria passar na porta da casa da ... – acrescentou, agora fazendo um bico enorme. Pelo menos tinha se livrado dos braços dos outros dois. Notou que o pub não era muito distante da casa das duas, talvez vinte minutos de caminhada. Mas estava disposto a tudo.
Olhou para os dois lados, como se fosse atravessar a rua e começou a andar em passos largos e bem calculados para a direita. , e não faziam idéia de onde ele tinha tirado tanto equilíbrio para um bêbado daquele porte, ficaram tão impressionados que demoraram alguns segundos para perceber que ele pretendia caminhar até a casa de .
- , ISSO É UM ABSURDO! – berrou, quando percebera que estava sendo seguido, passou a caminhar com mais pressa. – VOCÊ NÃO PODE SIMPLESMENTE APARECER NA CASA DELA.
- PRECISO CONVERSAR COM ELA CARA A CARA! TENHO CERTEZA QUE VOU A TER DE VOLTA. – respondeu, sem parar de andar.
- NÃO DESSA MANEIRA! – berrou de volta.
ficava para trás, encima daquele salto: ou caminhava, ou desfilava. Suspirou preocupadamente, tentando encontrar uma maneira de impedir o brutamonte apaixonado pela sua melhor amiga à chegar na casa da mesma. Lembrou-se da portaria do condomínio, mas tinha esquecido o numero do telefone de lá.
Suspirou, arrancando o salto e os deixando na rua mesmo. Tinha milhões daqueles, e o futura da relação entre e valia muito mais que um par de botas. Correu feito uma louca, lembrando-se de quando ela e tinham que correr dos fãs que encontravam na rua. Quase riu, enquanto alcançava e .
- A portaria! – contou para os dois. – o porteiro não deixa o entrar sem que alguém lá de dentro deixar. A tirou o nome dele da lista. Se eu não deixar ele entrar, ele não entra!
Os outros dois suspiraram. Era uma boa notícia, mas isso não os impedia de ter que correr até o condomínio.
Alguns minutos de correria depois: estava ele lá. Enorme, tentando argumentar com o porteiro, que tinha que deixá-lo entrar, era questão de vida ou morte... Para seu azar, o porteiro era fiel aos moradores, e havia pedido que tirassem o nome do rapaz da lista, ele só entraria no condomínio se outro morador o convidasse: o que não era o caso.
- , desiste. – o alcançou ofegante.
- NÃO. – o rapaz soltou, aos berros – EU PRECISO FALAR COM A .
- Mas hoje não. – disse, tentando acalmar o amigo. Era o primeiro a querer que os dois reatassem o namoro, mas sabia que hoje era à hora errada – você sabe como eu quero que vocês voltem, mas hoje não cara, você está...
- Perdidamente apaixonado por – completou, avistando muro baixo a sua direita. Precisava chegar até lá.M
Correu novamente, se era aquele: o único jeito, era daquele jeito que ia conseguir.
Pulou o muro com facilidade, agora dentro do condomínio, começou a correr ainda mais desesperado e esbaforido. Não ligava se sua respiração pesava uma tonelada, ou se seus músculos estavam contraídos de cansaço: tinha certeza que ela cuidaria disso mais tarde. Lembrou-se de quando caiu do palco há alguns meses e ela bancara a enfermeira por semanas. Quase sorriu.
, , e agora, o Porteiro corriam também desesperados atrás do rapaz. O Porteiro havia acionado a segurança do condomínio, mas sabia que pelo estado do rapaz: ele passaria por ela facilmente. Não demorou muito para que as luzes de algumas casas fossem se acendendo pouco a pouco curiosas se colocaram na janela, vendo correr feito um louco pelas ruas do condomínio.
Parou em frente a porta da casa da garota, não podendo evitar parar e suspirar, entre a respiração ofegante. Tinha vivido alguns ótimos momentos naquela casa.
Olhou pra trás e viu os quatro correndo, pareciam um milhão de vezes mais cansados que ele, mas sabia que quando o alcançassem, se tornariam incansáveis. Precisava ser rápido.
- ! – berrou, enquanto andava pelo pequeno corredor de pedras no jardim da garota – PELO AMOR DE DEUS, ! – berrou novamente, sentindo os primeiros sinais do cansaço.
A primeira luz se ascendeu. Gritou o nome da garota mais uma vez, enquanto ouvia seus passos pesados e sonolentos pela casa. Pelo menos ela parecia estar sozinha. Suspirou, chamando-a novamente, sem gritar, nem nada.
, , e o Porteiro pararam em frente a casa da garota, não havia mais nada que pudessem fazer. Acabaram por desistindo e se juntando a trupe de curiosos, podia ver a vizinha de com uma almofada nos cotovelos, da janela: assistindo tudo de camarote.
Ouviu a porta sendo aberta. Seu coração ficara ainda mais pesado: tinha tantas coisas pra dizer, mas não fazia ideia de como. Sua respiração estava cada vez mais pesada, e ele suava bicas. Nem sabia como sua jaqueta estava agüentando até agora, já que também pesava o dobro do peso normal.
Pareceram milênios até que viu a imagem minúscula de à sua frente. Parecia ainda mais magrinha e delicada, as bochechas estavam vermelha, o cabelo solto em ondas sonolentas enquanto ela coçava os olhos infantilmente: inchados, vermelhos, depois de tantas lágrimas. Seu peito se expandia e contraía com uma leveza quase dolorosa, será que respirar era dolorido? Por que era isso que parecia, enquanto via sua expressão ainda mais dolorosa, vestindo apenas um roupão de seda rosa claro, e sua velha e inseparável camisola de algodão por baixo.
respirou pesadamente, se sentindo o maior idiota do mundo. Nesse ponto já tinha certeza que era, mas agora vira que seu nível de idiotice ainda conseguia aumentar. Como podia ter deixado aquele anjo daquela forma tão... Triste?
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, fechou a porta. Ainda não tinha conseguido se recuperar e por a vida nos trilhos novamente. Não conseguia fazer as coisas que normalmente fazia, por lembrar-lhe de mais a ele. Mal comia, bebia ou falava, ultimamente vegetava: nem sair de casa conseguia. Ele não podia simplesmente chegar a sua porta esperando que ela tivesse força o suficiente para encará-lo nos olhos. Ela nunca estivera tão fraca como estava naquele momento, precisava se acalmar e acalmar seu coração, que batia cada vez mais fracamente.
- ... – a chamou, encostando sua testa na porta. Tinha certeza que ficaria em pé em frente a porta por alguns segundos antes de recobrar a consciência – Você pode me escutar?
Nada. Não obteve resposta. Mas pelo aroma delicioso que sentia, tinha certeza que a menina ainda estava em pé em frente a porta.
- Eu sou um idiota. – começou, a garota concordou com a cabeça. Sabia que ele não a via, e isso tornava as coisas um pouco mais fáceis – O maior do mundo. – completou, respirando ainda mais pesadamente. – Mas eu também sou o cara que mais te ama nesse mundo. – suspirou, precisava dela em sua vida. – Sei que você tem bilhões de fãs, que colecionam fotos do seu sorriso, que te pedem em casamento a cada cinco minutos, que as paredes do quarto são cobertas por fotos suas. Eu já vi um cara do tamanho do Anderson Silva chorar porque você deu um tchau no aeroporto, e ele achou que era pra ele! – disse, tirando a jaqueta, precisava se livrar de alguns pesos, pra se livrar de outros. – Mas sabe, ? – sorriu – Eu sou pior do que todos eles juntos.
Ela sentiu seu coração dar um pequeno salto. Ainda não tinha forças para respondê-lo. Queria só ouvir, ver aonde ele chegaria.
- Meu coração virou um acrobata quando eu te vi pela primeira vez. – soltou um sorriso, enquanto as primeiras lágrimas teimosas caíram. – Você se lembra? Naquela festa da , você estava sentada no balaustre da varanda dela cantando Stop This Train e usando uma camisa de seda azul com uma camiseta branca por baixo, com o cabelo até o ombro e com tantas pulseiras no braço que eu tive que pedir pra contar...
Ela sorriu, pela primeira vez em uma semana. Era verdade, uma memória tão quentinha e aconchegante que era quase impossível não revivê-la com um sorriso nos lábios.
- Mas, a verdade, que eu nunca te contei é que: era um pretexto pra pegar na sua mão. – concluiu, olhando para o teto, tentando conter as lágrimas, impedindo-as de cair por suas bochechas. - Lembra quando eu disse que no mundo, não havia amor o suficiente no mundo, e ninguém pra me dar? – suspirou, estava revirando coisas que deveria esquecer – E você disse que não sabia se era o suficiente, mas tinha certeza que podia me dar quanto amor eu quisesse?
deixou-se encostar na porta. Verdades, memórias maravilhosas, quentinhas, apaixonantes de um passado extremamente feliz.
- Se lembra de todos os episódios de Friends que vimos juntos? – soltaram uma leve risada juntos, sem parar com as risadas – Dos shows do Coldplay, Snow Patrol? – outros sorrisos. – Por favor, não deixe isso acabar.
Suspirou pesadamente, ainda tentava encontrar maneira de dizer tudo que queria.
- Tive que vir te encontrar : dizer que estou arrependido. E que você não sabe o quanto amável é – citou The Scientist, fazendo a tremer. – Preciso te encontrar e dizer que preciso de você. – suspiraram juntos. – Vamos voltar para o começo...
sentiu seus joelhos cada vez mais moles.
- Ninguém disse que seria fácil. – completou. – Mas, vamos voltar para o começo.
A música quase ressoava na cabeça dos dois. Apesar daquela ter sido a primeira briga dos dois, amavam a música, amavam a banda; e amavam a forma com que ela estava narrando os acontecimentos.
- Diga que me ama, e volte pra casa – pediu, agora parando de tentar segurar as lágrimas. Não se importava que a vizinha chata o visse chorando, ou que amanha estivesse sua foto, exibindo pra todos: “ é um chorão”. Não era uma vergonha chorar pela melhor coisa que acontecera em toda sua vida.
, por sua vez, não tinha tido força nenhuma pra segurar qualquer lágrima que quisesse escapar. Enquanto não estivesse em seu pé, ela podia demonstrar todos os seus sentimentos para as paredes, essas sim: deixavam com que ela colocasse tudo pra fora.
- Se eu não disser isso agora, eu vou desabar, então. – soltou um ultimo suspiro – Eu te amo, . Nunca amei ninguém como te amo. Por favor, seja minha garota de novo.
se levantou, ou tomava uma atitude agora, ou deixava que ele fosse embora sem reclamar depois. Girou a chave do trinco sentindo-se um pouco mais leve, ainda mais a encontrar o corpo enorme de a sua frente: ele podia feder a bebida e a suor, mas lhe parecia sóbrio.
ficara surpreso em vê-la novamente. Na metade da fala, tinha perdido a certeza de que a garota ainda o ouvisse. suspirou, largando a ponta do roupão que teimava em apertar com toda força.
Deu dois passos, vencendo a distancia entre os dois e suspirando.
- Eu juro que cuidarei de você. – soltou novamente, com a cabeça baixa. – Volte a ser a minha garota.
- Eu... – começou, tentando secar suas próprias lágrimas e não ver as de , assim: pensar se tornaria uma coisa impossível. – Nunca deixei de ser – suspirou, não contendo um leve sorriso. – Eu sempre serei.
não conteve um sorriso também, criou coragem o suficiente pra laçá-la pela cintura e colarem seus corpos: nenhum dos dois se importava com a pinguela de suor que ele havia se tornado. Nem muito menos com a temperatura gelada que fazia lá fora. Só queriam sentir a respiração um do outro e seus batimentos cardíacos, que voltavam ao normal, pouco a pouco, enquanto se sentiam cada vez mais perto.
- Eu senti tanto a sua falta – sussurrou, enquanto sentia o odor natural de – tanta falta de seus braços, do seu sorriso...
- Eu também senti sua falta. – sorriu. – Por isso voltei pros seus braços.
- Nunca mais saia. – ela pediu, olhando em seus olhos.
- Nunca mais sairei.
Completou, selando seus lábios depois do que pareceram anos. Ainda se encaixavam muito bem, afinal, eram feitos um para o outro.