He Can Only Hold Her
Escrito por Fe Camilo | Revisado por Lelen
Ele só pode abraçá-la pra se despedir
As luzes estão acesas, mas ninguém está em casa...
Abracei-a com toda a força que sempre fiz, com todo o desespero e amor, da única forma que sempre pude. Senti o cheiro de seus cabelos adentrando minhas narinas, o perfume que sempre me fizera fluturar em sentimentos conflitantes.
Sentia seu coração pulsar de encontro ao meu, seus soluços cada vez mais altos enquanto seus braços tremiam em volta de meu pescoço. Seu corpo tão próximo ao meu como sempre, o mais distante posível do que eu realmente queria.
Ela está tão vazia,
Sua alma foi levada embora...
E eu a queria, realmente a desejava como desejara muitas poucas mulheres em minha vida, como a desejei desde o momento que pus meus olhos nela, quando senti a necessidade de tocar seus seios levemente a mostra no decote de seu vestido azul, insinuando mais do que mostrando, pedindo para serem idolatrados, como eu sei que faria. Sua cintura fina moldada pelo laço branco amarrado ao vestido, que só me fazia imaginar minhas mãos ali, apertando firmemente enquanto mergulhasse em seu corpo feminino, sustentando-a enquanto estivesse dentro dela, sentindo-a como nunca pude fazer. Suas pernas a mostra pareciam uma estrada que me levaria ao paraíso, e só Deus sabe o quanto eu queria aquele paraíso!
Então ele tenta acalmá-la
Mas o que há dentro dela nunca morre
Suspirei pesadamente a puxando mais para perto, talvez se eu conseguisse apenas me fundir a ela poderia sentir o prazer de tê-la inteiramente para mim pelo menos uma vez antes que eu desaparecesse para sempre em seu mundo infinito.
Suas lágrimas molhavam minha camisa ininterruptamente, seu corpo parecia se acalmar, mas seu corpo continauva firmemente agarrado ao meu, enquanto eu mantinha mais do que meu corpo agarrado ao dela, mantinha meu cérebro, meu coração, minha alma se entrelaçando em sua existência.
Agora, como ele pode ter o coração dela
Se este ja foi roubado?
Infelizmente eu sabia muito bem que o coração dela pertencia a outra pessoa, a um ser desprezível que era a causa de suas lágrimas, o idiota que a fazia se manter presa a mim, ainda que inocentemente, me torturando, mas ainda assim me dando a única coisa que eu poderia ter, o máximo que eu poderia pedir e aceitar, felizmente como o babaca que sou.
Deslizei minhas mãos por suas costas, lhe acariciando delicadamente para tranquiliza-la, tentando fixamente me controlar ao tocar os botões de seu vestido branco com meus dedos necessitando ararnca-los, mas subjugando minha necessidade gritante dela, apenas para não a perder de vista.
Ela joga com urgência
Procurando beijos
Do homem que ela sente falta
Imagens se passavam por minha cabeça, ilusões frustradas de que ela me beijava avidamente, com ímpeto, irracionalmente, enquanto buscava alguém que não era eu, mas ainda assim tocando a mim, mesmo que em desespero por qualquer outra pessoa, sentindo a mim, tocando a mim. Ilusões frustradas que me faziam querer explodir, mas sabia muito bem que se isso acontecesse seria de outra maneira, seria dentro dela.
Agora, como ele pode ter o coração dela
Se este ja foi roubado?
No fim, eu sabia que não poderia fazer nada. Não poderia toca-la da forma que desejava. Não podia ama-la como queria. E definitivamente não seria amado da forma que eu implorava para ser. E por mais que me amargue do fundo de meu ser, pensar dessa forma desesperada e ridícula, eu odiava o cara que tirava suas lágrimas, mas eu o odiava não por faze-la sofrer e correr para os meus braços, afinal, eu queria que ela corresse para os meus braços, por mais cruel e egoísta que isso possa parecer, afinal, era tudo que eu podia ter dela, mas eu detestava aquele ser com todas as minhas forças, pela inveja de saber que era ele quem tinha seu coração, ele tinha tudo que eu queria ter: seu amor. Como eu poderia ter seu coração, se ele já foi roubado?
Então ele tenta acalmá-la
Mas o que há dentro dela nunca morre...
Me afastei por alguns segundos, o suficiente para olhar dentro de seus olhos expressivos e ver a dor profunda que havia ali, beijei delicadamente sua testa e lhe sorri tristemente tentando acalma-la quando percebi seus olhos acumularem lágrimas novamente, ela me abraçou ainda mais forte enterrando seu rosto em meus ombros, fazendo com que eu levasse uma de minhas mãos instantaneamente aos seus cabelos em carícias, sentindo novamente aquele perfume adocicado adentrar minhas narinas, minha outra mão voltou a percorrer suas costas a puxando pra mais perto o máximo que podia, um sorriso triste voltou aos meus lábios e uma lágrima solitária deslizou pela minha face, mas mantive o controle respirando fundo e dando tudo de mim naquele abraço. Porque a única coisa que eu podia fazer era abraça-la.