Haven't met you yet

Escrito por Virginia Camões | Revisado por Kle (caps 1-2); por Mandyy (a partir do cap. 3)

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Capítulo 1

I’m not surprise, not everything lasts”
Haven’t met you yet, Michael Bublé

  (P.O.V Torres)
  - Entenda uma coisa, Fernando. Eu-tô-pedindo-o-divórcio. – ela disse pausadamente. - Amo demais o Leo e a Nora, mas não dá mais para ficar casada com você. Quero que você fique com a guarda das crianças, você vai cuidar delas melhor que eu.
  - Mas Olalla... Me diz o porquê! Você não pode simplesmente chegar, e pedir o divórcio sem mais nem menos!
  - Tá, você quer realmente saber? Ótimo! Eu tô tendo um caso com o De Gea e é com ele que eu quero ficar.
  Eu juro que perdi o chão. Quer dizer que minha esposa, ou melhor, ex-esposa, tinha um caso com o goleiro do time rival ao meu? Endureci minha expressão.
  - Se é com ele que você quer ficar, amanhã meu advogado entra em contato com você. Pode tirar suas coisas de casa hoje mesmo.
  As crianças estavam com minha mãe. Conversaria com elas assim que voltasse do treino, que por sinal era agora.
  O treino de hoje era aberto, então ao chegar no CT, já havia alguns torcedores sentados na pequena arquibancada. Mas eu vi uma dupla de meninas que me chamou a atenção: a mais alta estava com uma camisa do Manchester United – oh Deus, por quê? – e a mais baixa com a do Chelsea.
  E era a baixinha mais encantadora que eu já havia visto em toda a minha vida.
  A mais alta ficou o treino todo com os olhos no Piazon e eu pude sentir os olhos da mais baixa sobre mim.
  Quando o treino acabou, me virei em direção ao vestiário (para tomar um banho e ir embora.) quando ouvi uma voz atrás de mim:
  - TORRES... ESPERA! – a mais baixa de anteriormente corria em minha direção e ela chegou ofegante. – Você... Você pode me dar um autógrafo?
  - Claro! – ela me estendeu um caderninho com uma caneta – Qual seu nome?
  - . – ela sorriu timidamente.
  Logo depois que autografei, devolvi o caderno e a caneta. Ela me agradeceu e se virou para encontrar a outra menina. Mas por um motivo que Deus – apenas – sabe, eu a chamei de volta.
  - !
  - Oi? – ela e a amiga voltaram. – Ah, essa é a Caas, minha melhor amiga.
  - Oi Caas, prazer em te conhecer. Escuta ... Você não quer... Sei lá... Sair para jantar um dia desses?
  - Mas Torres, e a Olalla?
  - É uma boa história pra contar num jantar.
  - Ok então. Quando?
  - Sexta é uma boa para você?
  - Claro! Anota meu telefone e eu te mando meu endereço, pode ser?
  Trocamos telefones, ela se virou e foi embora. Sei que pulei algumas etapas, mas meu coração aguentaria mais essa.

  (P.O.V )
  Eu estava finalmente em Londres! E com minha melhor amiga, a Carolina – mas a chamem de Caas, ok?
  Ah sim! Já ia me esquecendo! Meu nome é , mas me chamem de . Tenho 18 anos e fui aceita na Universidade de Londres, no curso de química forense. Antes que me perguntem, amo o Chelsea de paixão, ok?
  E é pra lá que Caas e eu estamos indo, apesar do Manchester United ser a paixão da vida dela. É dia de treino aberto no CT dos Blues, e eu não sairia de lá sem um autógrafo da velha guarda e do Torres.
  - ... – Caas disse quando estávamos no metrô. – Você ficou sabendo que a Olalla foi vista com um outro jogador?
  - Sério? – perguntei desconfiada. – A Olalla não faria isso com o Torres, melhor, com o Leo e a Nora, faria?
  Você que está lendo não deve estar entendendo nada. Pois bem, Fernando Torres é casado com a Olalla e eles têm dois filhos – que eu amo como se fossem meus –, o Leo e a Nora.
  - Não sei . Mas pelo que fiquei sabendo é alguém que joga nos Red Devils. Só espero que não seja o Chicharito. – nesse instante descemos do metrô e fomos até o CT.
  Aproveitei que o treino ainda não havia começado e peguei o autógrafo da velha guarda: Terry, Lampard, Cech e Ivanovic. Senhor abençoa, multiplica e trás pro apartamento que eu divido com a Caas!
  Ainda não havia visto o Torres, então fui pra pequena arquibancada que tinha lá. Caas começou uma conversa com o Piazon, que não durou muito, pois Torres chegou e o treino começou.
  Vi que,quando ele olhou pra camisa da Caas,fez uma cara de pânico. Lembrei do que a Caas me disse mais cedo, mas ignorei. Ele devia estar assustado por ver alguém com a camisa do United no treino do Chelsea.
  O treino passou rápido. Também como diz a Thaty – amiga nossa que foi pra Barcelona –, com tanto homem bonito o tempo passa rápido mesmo! Notei que faltava o autógrafo do Torres e que ele estava indo embora. Deixei a Caas conversando com o Piazon de novo e corri atrás do atacante.
  - TORRES... ESPERA! – corri e ele se virou. – Você... Você pode me dar um autógrafo?
  - Claro! – ele sorriu e eu passei o caderno com a caneta. – Qual seu nome?
  - . – sorri timidamente e POR QUE RAIOS ELE QUERIA SABER MEU NOME?
  Ele autografou e me devolveu as coisas. O agradeci e me virei para ir embora, dando de cara com uma Caas muito feliz pro meu gosto. Aí tinha coisa! Estávamos quase saindo quando eu ouvi alguém gritar meu nome.
  E esse alguém era Fernando Torres. Voltei com a Caas até onde ele estava.
  - Oi? Ah, essa é a Caas, minha melhor amiga.
  - Oi Caas, prazer em te conhecer. Escuta Virgínia... Você não quer... sei lá... sair pra jantar um dia desses?
  Para tudo e chama a NASA! Houston, nós temos um IMENSO problema! Tá ok que as crianças dele são minhas também, mas oi, ele é casado! E eu não to a fim de ser 'A Outra' de jeito nenhum!
  - Mas Torres, e a Olalla? – ele levou a mão à nuca.
  - É uma boa história pra contar num jantar. – vocês estão vendo, deuses do Olimpo, que ele está insistindo!
  - Ok então. Quando?
  - Sexta é uma boa pra você?
  - Claro! Anota meu telefone e eu te mando meu endereço, pode ser?
  Trocamos os telefones e nos despedimos. Ao sair do CT, Caas já me interceptou.
  - Vai sair com o Torres, né bitch?
  - Caas, eu acho que você tem razão quanto a Olalla. E você por que tava com aquele sorrisão todo? – resolvi desconversar, era o melhor a se fazer agora.
  - Piazon me chamou pra ir à London Eye amanhã depois do treino. Old Trafford pode esperar.
  - Céus, Caas! Lucas Piazon te pegou de jeito, hein? Pra trocar uma visita ao Old Trafford por um encontro com um jogador do Chelsea...
  Ela me deu um tapa na cabeça e voltamos pra casa. Seriam longos quatro anos em Londres, segundo Apollo.

Capítulo 2

A minor fall, a major lift
Hallelujah, Leonard Cohen

  (P.O.V Torres)

  - Muito obrigado, mãe. A senhora foi de grande ajuda hoje. – as crianças já estavam dormindo e não havia quase mais nada da Olalla em casa.
  - Sempre que precisar, filho. Fernando... Notei que as coisas da Olalla não estão aqui. Aconteceu alguma coisa?
  - A história é longa, mãe.
  - Não se preocupe. Eu tenho tempo.
  Nos sentamos na cozinha e contei a história toda. Do caso extraconjugal dela, do divórcio, da guarda das crianças – que seria minha. Conforme eu contava, mamãe alterava as suas expressões. Ao terminar, a cara dela era de puro espanto.
  - Filha de uma ameba! Mas tenha calma, Nando. Você sabe que eu nunca gostei dela, mas o que é dela tá guardado e você vai encontrar alguma menina direita que não vai fazer cachorragem com você.
  Ainda bem que minha mãe é daquelas que me apoia em qualquer situação. Ela me abraçou e disse que ficaria em casa essa noite para ajudar com Nora e Leo.
  Mas como Deus parece me amar muito, logo que minha mãe foi embora para pegar algumas coisas, Nora acordou chamando pela “mama”.
  - Mama... Cadê você? – e agora, Deus? O que eu faço? O que eu falo?
  - Meu anjinho! – graças a Deus, minha mãe se teletransportou de volta.
  - Vovó! – Nora correu para abraçar mamãe.
  - Sua mamãe teve que viajar por um tempo e vou ficar aqui por um tempo para ajudar o papai. O que você acha?
  - YAY! Vamos brincar vovó? – as mulheres foram brincar e eu subi para meu quarto. Escutei meu celular tocar e atendi sem ver quem era.
  - Alô?
  - Oi Torres, é a .
  - Oi . Por favor, me chame de Nando. – ela riu do outro lado da linha. – A que devo a honra da ligação?
  - Bem Nando... É complicado...
  - É a Olalla, não é?
  - É. Posso dar minha opinião?
  - Fique a vontade, .
  - , por favor. Como raios ela pode fazer isso com o Leo? Com a Nora? Com você? E antes que me pergunte, eu a vi com o De Gea quando estava vendo TV, agora há pouco. Caas quase pulou no goleiro.
  - Olha , eu desisti de me perguntar o porquê de tudo isso.
  - E o Leo e a Nora... Já sabem?
  - Não. Minha mãe está aqui distraindo a Nora, e o Leo ainda está dormindo. Amanhã vai sentar todo mundo e colocar tudo em pratos limpos.
  - Boa sorte, Nando. Bem, eu liguei mesmo pra saber sobre isso. E a gente se vê amanhã.
  - Até mais, . Até amanhã.
  Assim que desliguei, deitei na cama. Encarei o teto, me perguntando por que raios eu estava me sentindo bem depois que a ligou. Eu não posso... Ou posso? Na verdade, eu praticamente criei as crianças sozinho. Olalla sempre estava com as amigas ou provavelmente com outro. De certa maneira, o fato do divórcio não vai afetar muito as crianças que, de um jeito, já estão acostumadas com a ausência da mãe.
  Escutei o choro de Leo e corri pro seu quarto.
  - Mama! – fui até a cama dele e o peguei no colo.
  - Calma Leo. Não chora, leãozinho do papai... A mamãe não vai voltar, mas o papai tá aqui.
  - A mama não vai voltar, papa? – Nora estava parada na porta do quarto. Me sentei com Leo no chão.
  - Não, minha princesa. Senta aqui. – ela se juntou a “roda”. –A mamãe vai morar separada do papai. Mas ela continua amando vocês, ok?
  - Mas por que, papa?
  - A gente tá passando por uns problemas e a mamãe saiu por enquanto. Entendeu?
  - Entendi, papa.
  Ficamos ali, no quarto de Leo, brincando e aproveitando um dos poucos momentos em família que tínhamos durante a temporada.

  (P.O.V )

  Quando chegamos em casa, Caas foi fazer a janta ainda com aquele sorriso no rosto. Também, qualquer uma ficaria alegre com uma volta na London Eye quando se está bem acompanhada.
  - , vem cá me ajudar! – fui até a cozinha. – Corta o peixe pra mim... Vai ter fish and chips hoje!
  - EBA! Fish and chips! – enquanto eu fatiava o peixe, Caas descascava as batatas. Depois que a janta estava pronta, fomos para a sala e eu coloquei em um daqueles canais de fofoca. A mulher começou a falar:
  - E agora vamos às notícias do mundo do futebol. David De Gea, goleiro do Manchester United, foi visto hoje com Olalla Dominguez, esposa do jogador do Chelsea, Fernando Torres. O que será que o atacante está achando de tudo isso? Vamos agora falar do casamento do momento...
  Eu não escutei mais nada. Olhei pra Carolina e ela estava com a mesma cara de pânico que a minha. Então era verdade: Olalla estava mesmo saindo com aquele desertor dos quintos – falo assim do De Gea porque ele é espanhol e joga no Manchester United.
  Terminei de comer, deixei o prato na pia e fui pro meu quarto. Em um impulso do meu inconsciente, disquei os números que foram registrados em minha agenda hoje à tarde.
  Durante a ligação, começamos a nos chamar por apelidos. Por que céus havia borboletas no meu estômago? Não importa. O que importa é que, de alguma maneira, eles – Nando, Leo e Nora. – eram extremamente importantes pra mim.
  Assim que desliguei o telefone, Caas entrou no quarto.
  - Posso entrar? – fiz que sim com a cabeça e ela se sentou ao meu lado – Você se importa mesmo com ele, né?
  - Às vezes, acho que até mais do que deveria. Não sei Caas, tá indo tudo tão rápido que eu me pergunto se isso tudo é real.
  - É real, . A gente tá aqui. Eu vou sair com o Piazon e você com o Torres amanhã. Nós vamos começar juntas a faculdade na cidade que a gente sempre sonhou! E... Na real? Se isso aqui for um sonho, eu realmente não tô a fim de acordar!
  Rimos. E era verdade tudo isso: parece um sonho, mas se for, é o maior sonho coletivo da história!
  Caas acabou dormindo na minha cama. A louça era minha, então. Estava quase acabando de lavar o ultimo garfo, quando o telefone tocou.
  - do céu! O Torres vai se separar! Corre pro primeiro jogo e agarra ele e as crianças! – claro que, pra nem falar “oi” e já ir despejando as coisas, tem que ser a Thaty.
  - Oi pra você também, Thaty. Quando ao Torres, eu já tô sabendo.
  - Tá? Como assim?
  E lá fui eu contar a história toda. A cara dela devia ser de espanto, tenho certeza. Por que, ao acabar de contar, a única coisa que se escutava era:
  - Eu não acredito nisso...
  - Tatiana, pelo amor dos deuses, fala alguma coisa que não seja isso.
  - É que , eu realmente não tô acreditando! Você de encontro marcado com o Torres! A Caas vai sair com o Piazon e eu vou ao treino do Barcelona amanhã. Falando em Caas, ela tá por aí?
  - Tá, mas está dormindo.
  - Ah, deixa quieto então. Bem , eu vou indo nessa. Tenho que acordar cedo pra pegar o trem pro CT catalão. Se cuida e usa camisinha amanhã!
  - Cala a boca, Thaty. Vai pegar o Piqué que você ganha mais! Beijos.
  Desliguei o telefone, acabei de lavar a louça e fui acordar a Caas pra ir pro quarto dela, afinal, amanhã é nosso primeiro dia de aula. Oh céus, por que química forense e enfermagem tem que começar numa sexta-feira?

Capítulo 3

“Find me here in your arms”
– Find me, Boyce Avenue

  (Pov Torres)
  Saímos de casa por volta das 09h pra um restaurante onde Olalla conversaria com as crianças a respeito da nossa separação.
  Ah sim! Hoje é meu encontro com a ... Cara, eu to parecendo um adolescente de quinze anos que vai pro primeiro encontro; não um cara beirando os trinta, com dois filhos e se separando da mulher.
  - Oi meus anjinhos! – Olalla abaixou-se para abraçar as crianças.
  - Mama! – os pequenos correram abraçar a mãe.
  - Mama... porque a senhora saiu de casa? – Nora perguntou.
  - O papai já falou com vocês? – as crianças balançaram afirmativamente as cabeças – Bem, papai e eu estamos passando por uns problemas e eu não vou mais morar com vocês.
  - Mas você ama a gente, né mama? – Leo falou
  - Claro, meu amor! É que as coisas com o papai não estão das melhores. Agora vão que vocês tem escolinha. – me despedi de Olalla e levei as crianças pra escolinha.
  O treino hoje foi sossegado. Di Matteo resolveu treinar mais os jogadores que vieram da base: o brasileiro Piazon e o McEacham.
  Minha mãe ficaria com as crianças pelo final de semana. Ou seja, me sentiria como um cara mais novo, cujos pais estavam viajando pelo final de semana. Credo, estou fazendo comparações demais!

  (Pov )
  Minhas aulas se arrastaram... Também, com cálculo, física e teoria de laboratório, qualquer um ficaria com sono. Ainda mais em uma sexta-feira!
  Assim que saí da aula, encontrei com a Caas.
  - Cara, começar a aula numa sexta-feira é do cão! – ela exclamou
  - Calma Caas... Pensa pelo lado positivo: você vai na London Eye com o Piazon a tarde.
  - E você vai jantar com o Torres! Falando nisso, você já tem roupa?
  - Velho, sabe que eu nem pensei nisso?
  - Pô )! Vamos fazer o seguinte: bora almoçar no Nando’s e depois vamos pra Oxford Street fazer compras.
  - Credo Caas! Quem tinha que falar isso sou eu!
  - )... Você tem um encontro mega fodástico e tá esfriando. Ou seja, eu preciso de casacos quentinhos, já que você já tem aqueles cobertores que trouxe do Brasil.
  Rimos e fomos almoçar, dando graças aos deuses que o restaurante era perto da universidade. Depois que almoçamos, pegamos aquele ônibus de dois andares e paramos na Oxford Street onde, além das lojas de marca, tem um “beco” com lojas tipo brechó –onde você encontra coisas mais batato. (n/a: esse beco existe mesmo, só não lembro se ele fica na Oxford Street ‘-‘)
  E como eu e a Caas somos universitárias fora de casa, fomos nesse beco. Enquanto ela se jogou nas blusas de frio; comprei um vestido, uma bolsa de mão e um casaco, já que o homem do tempo disse que esfriaria.
  Quando chegamos em casa, já eram 16h. Na hora do almoço, Nando mandou uma mensagem dizendo que me buscaria às 19h e que eu estivesse bem arrumada. Respondi passando o endereço e fui tomar um banho.
  De banho tomado –a essa altura, Caas já tinha saído com o Piazon – fui me arrumar. Exatamente na hora que coloquei o brinco, ele me ligou.
  - Oi Nando.
  - Oi )! Escuta, eu já to aqui em baixo.
  - Ok, já to descendo!
  Desliguei e desci e... Por Zeus! Fernando Torres estava vestido como um legítimo filho de Zeus!
  - Oi ). – ele me deu um beijo no cantinho da boca – Você... Uau! Você tá linda! – preciso dizer que fiquei vermelha?
  - Obrigada, Nando. Você também está lindo. – ele sorriu envergonhado e abriu a porta para que eu entrasse.
  Assim que ele deu a partida no carro, eu perguntei:
  - Onde vamos?
  - Surpresa! – ele disse mostrando aquelas covinhas lindas. Ele ligou o rádio e começou a tocar “Just the way you are”, do Bruno Mars.
  - Cara, eu amo essa música! – eu olhei pra ele e tinha certeza que meus olhos brilhavam.
  - When I see your face, there’s not a thing that I would change, ‘cause you’re amazing just the way you are. – ele cantarolou, me olhando vez ou outra.
  Eu juro que abri um sorriso maior do que quando o Chelsea ganhou a Champions League, ano passado.
  - And when you smile, the whole world stops and stares for a while ‘cause girl, you’re amazing just the way you are.
  Deuses do Olimpo, vocês estão vendo que ele está tentando me seduzir cantando em inglês com esse sotaque espanhol dele!
  Chegamos em um restaurante perto da Picadilly Circus que era extremamente aconchegante. Tudo nele tinha um ar intimista, dando a cada casal que ali jantava, a impressão de que eles estavam sozinhos.
  Nando disse que tinha uma reserva e o recepcionista nos levou a uma mesa mais reservada. Fizemos nossos pedidos e o garçom se retirou, dizendo que voltaria em instantes, com nossos pedidos.
  - Então, . – ele estava sentado ao meu lado –Sei que você me conhece, mas as únicas coisas que sei sobre você são seu nome, seu apelido e o time que torce.
  Ri e interpretei isso como um “conte-me mais sobre você”.
  - Bem... Meu nome é Camões, mas pelo amor de tudo que é mais sagrado, só me chame assim quando estiver bravo comigo; no restante, me chame de . Faço 19 anos mês que vem. Vim do Brasil pra fazer química forense e torço pro Chelsea há mais tempo do que gostaria de admitir. E você, El Niño... eu quero ouvir de você sobre você.
  - Bem... Meu nome é Fernando Torres, mas só minha mãe me chama de Fernando. Tenho 29 anos e sou espanhol. Tenho dois filhos: a Nora, de 4 anos e o Leo, com quase 3. Jogo no Chelsea, mas o meu time do coração é o Atlético de Madrid.
  Nossos pratos chegaram e começamos a comer. Entre uma garfada e outra, continuamos a conversar.
  Que os deuses me ajudem... Eu estou apaixonada pelo Torres! Só me resta descobrir se isso é bom ou não.
  Logo que terminamos de comer, “Find me” do Boyce Avenue (n/a: coloque pra tocar *-* https://www.youtube.com/watch?v=l_DhFA77xr4) começou a tocar. Nando se levantou e me estendeu a mão.
  - Me concede essa dança, señorita?
  - Mas aqui, no meio do restaurante?
  - Por que não? – peguei em sua mão e ele nos guiou até um tipo de pista de dança improvisada e nela, alguns casais já dançavam.
  Abracei seu pescoço –tarefa não muito fácil já que, de salto, eu tenho 1,70m e ele tem 1,85m sem nem contar o salto do sapato social –e ele passou as mãos pela minha cintura. Encostei minha cabeça em seu peito e ele afundou sua cabeça na curvatura do meu pescoço.
  E ficamos ali, dançando juntinhos. Até que, em um determinado momento da música, cantarolei bem baixinho:
  - I can’t get enough of you.
  Ele se afastou, mas mantinha uma pequena distância entre nós. Olhando nos meus olhos, ele cantou o trecho anterior:
  - Blindly, I came to you.
  E me beijou. Nos beijamos, aliás. O simples contato dos lábios dele nos meus foi o suficiente para que correntes elétricas percorressem o meu corpo. Ele nos colou ainda mais e eu abri um pouco minha boca e ele a preencheu com sua língua.
  Ali, naquela dança sincronizada que nossas bocas faziam, eu tive certeza: o fato de eu estar apaixonado por Nando seria a melhor coisa da minha vida.

Capítulo 4

I was enchanted to meet you
– Enchanted, Taylor Swift

  (Pov Torres)
  Saí do treino às 18h. Caramba, eu tenho só uma hora pra tomar um banho e ficar cheiroso e apresentável pra e... Pera aí! Cartão amarelo, parceiro! Desde quando eu me animo pra um encontro quando eu acabei de descobrir que a minha cabeça estava sendo enfeitada?
  Quando entrei no chuveiro de casa, comecei a repensar meu relacionamento com minha ex-esposa. Na verdade, acho que desde que Leo nasceu, nosso casamento estava fadado ao naufrágio.
  Percebi então que meu coração estava livre para, como disse mamãe, encontrar alguém que não fizesse cachorrada comigo.
  Verdade maldita que atinge a gente bem na hora do banho! Eu fiquei encantado pela no momento que ele pediu meu autógrafo ontem à tarde!
  É... Agora eu só quero ver onde isso vai parar! Nota mental: perguntar a idade dela, embora eu saiba o quanto isso é indelicado.
  Olhei o relógio do celular... 18:40h. Passei o perfume e peguei o celular. Vi que me respondeu com o endereço. Era perto do Hyde Park, então era sossegado chegar até lá.
  Quando cheguei em frente ao pequeno prédio, vi na mensagem que ela não havia passado o número do apartamento. Liguei e ela avisou que estava descendo.
  Assim que ela fechou a porta, a única coisa que se passava pela minha cabeça era... Madre de Díos! Cadê aquela menina que estava ontem no treino? O que estava diante de mim era uma mulher fantástica!
  Abri a porta do carro para que ela entrasse. Nota mental 2: agradecer ao Terry por me ensinar como ser um gentleman.
  No caminho para o restaurante, começou a tocar Bruno Mars. Ela disse que amava essa música. Num reflexo do subconsciente, comecei a cantarolar o refrão, apenas desviando meu olhar do dela por alguns segundos para que não acontecesse nenhum acidente. Ela sorriu e... Merda! Eu estava apaixonado.
  Chegamos ao restaurante e eu abri a porta novamente, dessa vez para que ela saísse. Cheguei ao recepcionista e disse:
  - Reserva pra dois no nome de Fernando Torres.
  Ele checou num tipo de agenda e nos levou para a mesa. Um garçom anotou nossos pedidos e se retirou.
  Durante nossa conversa, descobri que ela é dez anos mais nova que eu. Valeu galera aí de cima! Eu não precisei perguntar. Quando ela disse que queria que eu falasse sobre mim, foi engraçado. Foi quase como se nos conhecêssemos há bastante tempo.
  Depois que comemos, começou a tocar uma música, acho que do Boyce Avenue. Nota mental 3: perguntar ao Mata se a música é do tal do Boyce Avenue. Levantei e estendi minha mão.
  - Me concede essa dança, señorita? –eu juro que o espanhol no final da frase foi sem querer!
  - Mas aqui, no meio do restaurante?
  - Por que não? – ela pegou minha mão e fomos até onde alguns casais já dançavam.
  Passei minhas mãos pela sua cintura e ela passou suas mãos pela minha nuca, nos envolvendo em um abraço. Comparado a mim, ela era baixinha. Então, por pensamento, eu arranjei um apelido pra ela... Ela era a minha menina.
  El Niño havia achado sua Niña.
  No instante que ela encostou sua cabeça no meu peito, encostei minha cabeça em seu pescoço. E dançamos. Apenas dançamos até que ela cantarolou bem baixinho:
  - I can’t get enough of you.
  Me afastei, querendo dizer o que sentia. Mas não, ela poderia se assustar ou pior, não corresponder. Ao invés disso, só cantei um trecho anterior:
  - Blindly, I came to you.
  Foi então que nossos lábios se uniram num beijo calmo, sem pressa alguma. Nos separamos sorrindo e dando vários selinhos.
  Fui pagar a conta e em seguida fomos embora. Fomos até o carro de mãos dadas. E mais uma vez, “Just the way you are” tocou na rádio. Estou começando a achar que essa é a nossa música.

Capítulo 5

“Cause you gotta know when you got a good thing”
– When you got a good thing, Lady Antebellum

  Pov
  Dois meses se passaram desde o primeiro encontro. Caas e Lucas já estavam namorando e Fernando e eu... Bem... Não é que nós não nos gostássemos, aliás, falamos isso um pro outro há um mês. Mas é que ele ainda tá casado e, como eu disse no capítulo um, eu não estou afim de ser a outra.
  Saí da universidade mais cedo pra acompanhar o Nando na última audiência relativa ao divórcio e a guarda das crianças. Na última audiência que fomos, o juiz disse que “pensaria a respeito da guarda das crianças”.
  - Oi Niña. – Ele disse assim que eu entrei no carro, me dando um beijo no cantinho.
  - Oi Niño. – Sorri – Então, tá nervoso?
  - Ansioso, eu diria. Estou torcendo pra guarda da Nora e do Leo ficar comigo. –Peguei sua mão, dando graças aos deuses pelo carro ter câmbio automático.
  - Vai dar tudo certo, Niño. Confia em mim. – Balancei a cabeça, dando uma piscadela.
  Chegamos ao juizado e corremos até a sala de audiência, pois faltavam cinco minutos e a seriedade dos britânicos em relação ao horário é realmente séria.
  Assim que a audiência começou, meu cérebro entrou em modo de stand by de modo que as únicas palavras que eu me lembro de ter ouvido foram:
  - Guarda concedida.
  Meu cérebro despertou e olhei pra Nando que tinha um sorriso maior do que quando a Espanha levou a Eurocopa pela segunda vez. Isso só podia significar uma coisa:
  - A guarda das crianças é minha! – Ele me abraçou e me ergueu no chão.
  - Lembra que eu disse que daria certo?
  - Graças a você, mi hermosa. – Artemis, mamãe querida, a senhora tá vendo junto com os deuses que ele quer me seduzir! – ... – Ele me chamou pelo apelido que apenas ele, Thaty e mamãe usam, assim que saímos do juizado – Ontem eu vi uma coisa que eu achei a sua cara e resolvi comprar. Espero que goste.
  Ele me estendeu uma Pokebola. Cara, é uma Pokebola! Meus olhos brilharam. Mas uma coisa eu tinha em mente: geralmente vem algo dentro. Ele pareceu ler meus pensamentos.
  - Abre vai. – Eu abri. E dentro dela havia duas alianças e um papelzinho escrito “Eu escolho você” – Você disse que não queria um relacionamento comigo enquanto eu fosse um homem casado. Agora que tudo se resolveu, você aceita ser minha hermosa namorada?
  - Como, pelos deuses, eu poderia dizer não? Sim... Mil vezes sim! – Ele me beijou e colocou a aliança em minha mão, em seguida coloquei a aliança na mão dele.
  De uma coisa eu sei: minha mãe precisa saber disso urgente!

  Pov Torres
  Há um mês, descobri que me amava do mesmo jeito que eu a amava. Descobri não, ela me disse e eu disse de volta.
  ~Flashback~
  Estávamos assistindo “A Dama e o Vagabundo” com as crianças em um sábado à tarde. Ela estava deitada em meu colo e eu fazia carinho em seus cabelos. Na parte em que os cachorros “se beijam”, ela levantou seu olhar pra mim e disse:
  - Eu te amo, Nando.
  Sabe qual a melhor coisa de quando você se apaixona a primeira vista? É quando você descobre que é correspondido e na mesma intensidade. Então eu fiz a primeira coisa que passou pela minha cabeça: a beijei.
  - Eu também te amo, minha menina. – E eu tive certeza de cada palavra dita.
  ~Flashback~

  Um mês se passou desde aquela tarde. Eu queria que ela fosse a minha niña, mas ela disse que esperaria até que tudo –o divórcio e a guarda das crianças –se resolvesse.
  Mais um mês se passou e tecnicamente eu já sou um homem livre há uma semana, mas queria que o processo todo se finalizasse. Ah, eu não contei a que o divórcio foi concedido. Vai ser surpresa!
  Eu precisava do pedido perfeito e Piazon me deu a ideia: duas alianças dentro de uma Pokebola. Ele me disse que a gostava de Pokémon, então era perfeito.
  Mas onde raios eu arrumaria uma Pokebola? Liguei pra Ivanovic e ele disse que o filho dele tinha uma “sobressalente”. Eu praticamente aparatei lá. Ele me perguntou “por quê raios” eu precisava de uma Pokebola. Disse que, se tudo desse certo, ele ficaria sabendo no treino do dia seguinte.
  Pokebola e alianças arrumadas, juntei tudo de manhã e saí pra buscar minha futura namorada na Universidade.
  Instantes depois, o juiz concedeu a guarda dos meus anjinhos pra mim. Na boa? Foi melhor que ganhar a Euro 2008, a Copa de 2010 e a Euro 2012 de uma pancada só. Saímos abraçados do juizado e paramos em um parquinho ali perto.
  - A guarda das crianças é minha! – Nos abraçamos e eu a levantei do chão.
  - Lembra que eu disse que tudo daria certo? – E é verdade. Ela me disse mais cedo que tudo daria certo.
  - Graças a você, mi hermosa. – É agora – ... – Eu sabia que só outra amiga e a mãe dela a chamavam assim – Ontem eu vi uma coisa que achei a sua cara e resolvi comprar. Espero que goste.
  Tirei a Pokebola da minha mochila e entreguei pra ela. Seus olhos brilharam, mas ela devia estar se perguntando se havia alguma coisa dentro.
  - Abre vai. – E nos sentamos em um dos bancos. Ela abriu – Você disse que não queria um relacionamento comigo enquanto eu fosse um homem casado. Agora que tudo se resolveu, você aceita ser minha hermosa namorada?
  - Como, pelos deuses, eu poderia dizer não? Sim... Mil vezes sim! – Trocamos as alianças e nos beijamos.
  Queira Deus que isso dure, porque eu sei eu vai ser pra sempre enquanto durar.

Capítulo 6

“I’m a lightweight. Easy to fall, easy to break”
–Lightweight, Demi Lovato

  Pov
  Seis meses se passaram desde que narrei o último capítulo. Caas e Lucas estão morando no apartamento que eu dividia com Caas e eu me mudei pra casa do Fernando. Saí pra comprar cortinas novas pro quarto da Nora, já que as que estavam lá mais pareciam toalhas de mesa.
  Quando estava voltando pra casa, encontrei com Terry no caminho. Chega até a ser engraçado, pois nós temos uma relação de pai e filha. Os filhos dele até me consideram como a irmã mais velha!
  - ! – Ele parou o carro –Tá indo pra casa?
  - Estou sim, John! – Era estranho o tratar por Terry, então o chamava de John mesmo.
  - Entra que eu te dou uma carona. Vou passar pegar as crianças na escola e é caminho de lá.
  - Muitíssimo obrigada, John! – Entrei no carro e fomos embora. Rapidamente eu já estava em casa.
  - Chegamos, senhorita.
  - Muito obrigada, senhor! – Rimos
  - Vai amanhã ao treino aberto?
  - Claro! E as crianças vão comigo. – Disse me referindo a Leo e Nora.
  - Até amanhã, então. – Saí do carro e ele já foi embora. Assim que entrei em casa, Nando me olhava com uma cara de quem tinha chupado limão.
  - Por que você tava no carro com o Terry?
  - Porque eu saí comprar uma cortina nova pro quarto da Nora, - Ergui a sacola – encontrei o John no caminho e ele me ofereceu uma carona. Só isso, tá?
  - Não foi só isso, . Eu sei. Você tava...
  - Tava comprando cortina pro quarto da Nora, poxa!
  - NÃO TAVA NÃO! Você tá é me trocando, isso sim!
  - Para, Fernando! Porra, se você acha que eu vou fazer com você o que a biscoita fez, tá muito é enganado! Eu te amo, ok? Se eu te amo, eu vou ficar com você e só você! O John é como se fosse um pai pra mim, ele vem fazendo esse papel desde que eu vim pra Londres. Jamais, em hipótese alguma, eu trocaria um atacante por um zagueiro!
  - Você me desculpa, meu anjo? – Ele parecia frustrado – Cara, eu te amo demais e a simples ideia de pensar em perder você pra outra pessoa é demais pra mim! Você sabe que a minha confiança foi um pouco abalada durante o divórcio e eu...
  - Shh... – Coloquei meu dedo indicador em seus lábios, em um sinal que ele ficasse quieto.
  - ... Por que eu? Sério. Existem tantos caras por aí... Por que eu?
  - O porquê que eu te amo? – Ele balançou afirmativamente a cabeça – Porque você me faz ser mais feliz, mais do que jamais imaginei ser possível. Porque você é e sempre será meu eterno amor. Porque você me ama, e eu sou sua Pequena, seu Bebê, sua , sua Niña. Porque você é o meu porto seguro. Porque você me ama, mesmo eu estando na TPM. Porque eu sei que quando eu estiver velhinha, cheia de rugas, você vai continuar me amando. Porque você me ama, e eu te amo e o amor não precisa de razões. – Sim, eu o amava independente do que acontecesse. Mas e ele, porque me amava? – Anjo... por que eu?
  - O porquê de eu amar você? – Ele sorriu – Eu te amo porque você é completamente diferente de mim, mas ao mesmo tempo é exatamente igual a mim. Porque dormir nos seus braços é meu paraíso. E é a minha vida e o meu futuro. Porque eu tenho medo de muitas coisas, mas com você eles diminuem. Eu te amo porque eu não existo longe de você. Porque você me ama e isso me basta. Eu te amo por não ter desistido de mim e continuar ao meu lado. E eu te amo porque se isso tudo que eu sinto e que nós estamos vivendo não for amor, o que mais pode ser?
  Ele me abraçou e fomos trocar as cortinas do quarto da minha menininha. Pra mim, os filhos dele eram como se fossem meus e eu podia sentir a reciprocidade do lado deles.
  Lembro de uma frase que ele disse no dia que começamos a namorar: “Eu sei que é pra sempre enquanto durar”. O “pra sempre” um dia vai acabar, eu sei. Mas, por favor deuses, façam com que esse dia demore a chegar.

Capítulo 7

“One thing I’ve left to do: discover me discoverying you”
– Your body is a wonderland, John Mayer

  (Pov )
  - Nina, cheguei! – Estranhei, afinal, ele costuma chegar no final da tarde e agora são 14h.
  - Oi Niño. – Ele me deu um selinho – Ué, você não deveria estar no treino?
  - Di Matteo levou a gente pro preparo físico. Onde estão as crianças?
  - Sua mãe passou aqui e disse que vai ficar com elas até domingo. – Detalhe: hoje era quinta-feira e amanhã seria feriado aqui na Inglaterra.
  - Ah, entendi. – Deuses, aquele sorriso malicioso que ele tinha na cara não era legal.
  Não me entenda mal, pessoa corajosa que lê isso aqui. É que, em 19 anos de vida e oito meses de relacionamento com o Fernando eu nunca tinha me entregado completamente a alguém. É... Eu ainda sou virgem namorando Fernando Torres. (n/a: ok que isso aconteceria comigo, né? –QQ)
  - Nando?
  - Oi?
  - Me carrega pro quarto? – Nesse instante, pulei em suas costas e ele subiu as escadas me levando de cavalinho.
  Quando chegamos ao quarto, ele me deixou na cama – Aqui ler, me jogou. Ainda bem que o colchão é fofinho – e se deitou ao meu lado. Ele passou a mão pelo meu rosto e me beijou.
  Só que havia algo diferente naquele beijo. Algo que, se não era, era semelhante ao desejo. Nando ficou por cima de mim e nossas mãos passeavam pelos corpos, como se quiséssemos guardar na memória cada pedacinho de pele. Quando ele tirou minha blusa, eu o empurrei.
  - O que foi, mi amor? – Ele perguntou, preocupado. Eu tinha que contar.
  - É que eu... Bem... Nunca fiz isso antes. – Fiquei mais vermelha que a camisa do Arsenal e escondi meu rosto entre as mãos.
  - Olha pra mim, . – Levantei meu rosto, encarando aqueles olhos castanhos e me lembrando de um dos motivos porque eu o amava. Ele era capaz de passar segurança só pelo olhar. – Você sabe que eu estarei disposto a esperar até que você esteja pronta. Eu não sabia disso, ok?
  - Mas Nando, eu tenho medo que...
  - Você não precisa ter medo, hermosa. Eu não vou te trocar só porque nós não fizemos amor ainda. Eu te amo. Agora vem, um banho você toma comigo?
  Ele se despiu e entrou no banheiro. Zeus, você realmente fez um bom trabalho! Entrei no banheiro apenas de lingerie e ele perguntou:
  - Você realmente vai tomar banho de calcinha e sutiã? – E ligou a banheira, pra que ela enchesse.
  - Assim que a banheira encher e você entrar, eu tiro, monsieur. – Ok, Artemis, eu não achava que, você como mãe tivesse o poder de encher uma banheira rapidamente. Ele entrou e eu entrei logo em seguida, como vim ao mundo.
  Ele me puxou pela cintura, fazendo com que eu deitasse em seu peito e ali ficasse. Quer saber? Dane-se o fato que eu ainda era virgem, ele era o homem da minha vida e era com ele que eu queria passar o resto dos meus dias.
  Virei de frente e me sentei em seu colo. Mais uma vez eu tenho que parabenizar Zeus pelo trabalho bem feito, dessa vez embaixo. Pude sentir sua excitação crescendo bem próximo a minha intimidade.
  Encarei aqueles olhos que tanto amava e nos beijamos mais uma vez. Dessa vez quem “cortou o barato” foi ele.
  - Você tem certeza, ?
  - Nando querido, a única certeza que eu tenho que é maior que essa é a que eu te amo.
  Não sei como, mas ele saiu da banheira me levando junto com ele e nos deitando na cama. O atacante ficou por cima, fazendo uma trilha de beijos que iam da minha orelha a meu pescoço e daí pro meu colo. Aí, meu amigo, ele partiu pro abraço!
  Ele sugava meus seios enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo, sem medo do amanhã. É, não vai nascer homem igual a esse tão cedo! Nando desceu os beijos pelo meu abdômen, parando na minha entrada. A única coisa que escapou dos meus lábios foi:
  - Por favor, Fernando.
  E foi o suficiente pra que ele começasse a brincar com a língua por lá, enquanto suas mãos massageavam meus seios. Sem aviso prévio, ele as retirou de lá e me penetrou com os dedos. DEUSES DO OLIMPO, QUE COISA MARAVILHOSA! Senti choques elétricos percorrerem o meu corpo e em seguida relaxei. Eu havia tido o primeiro orgasmo da minha vida.
  Ele subiu, me beijando. E, espera aí! Eu aqui, recebendo a melhor coisa do mundo enquanto o homem em cima de mim está extremamente agoniado? Já que eu dou um jeito nisso.
  Inverti nossas posições, ficando por cima. Mordisquei o lóbulo da sua orelha direita e fui descendo. Não sem antes passar minhas unhas pelo seu abdômen. Assim que cheguei a sua excitação, meus instintos mandaram, e eu comecei a torturá-lo com minha boca. Eu devia estar fazendo alguma coisa certa, pois ele disse:
  - , pega uma camisinha na minha carteira AGORA!
  Peguei a carteira e comecei a procurar a maldita da camisinha. A achei em um zíper escondido e entreguei a ele. Nando abriu o pacote e a colocou, novamente invertendo nossas posições.   Quando ele me penetrou, agarrei seu cabelo e soltei um gemido abafado. Ao contrário do que sempre me disseram, não senti tanta dor assim. Acho que é porque... Ah, sei lá! Só sei que é bom!
  Conforme as investidas aumentaram, as respirações se sincronizaram e os gemidos aumentaram. Nota mental: agradecer a Zeus por ter um bom espaço entre as casas.
  Estava quase impossível de se respirar ali. Ambos estávamos suados e quase exaustos, quando de repente, atingimos o ápice juntos. Desabamos na cama e ele puxou o lençol pra nós. Nando passou o braço pelos meus ombros, me envolvendo em um abraço e eu pousei minha mão em seu peito.
  Ele me deu um beijo na testa e sussurrou bem baixinho:
  - Agora você é minha em todos os sentidos. – Eu não pude deixar de sorrir e o beijar
  - Não podia ter sido melhor. A ocasião perfeita, o cara perfeito...
  - Mas eu não sou perfeito, .
  - Pra mim, você é. – Sorri e dormimos assim, abraçados. Com a certeza de que pertencíamos um ao outro de corpo e, agora, de alma.

Capítulo 8

“Dear God, the only thing I ask of you is to hold her when I’m not around”
– Dear God, Avenged Sevenfold

  (Pov Torres)
  A Copa da Inglaterra havia começado juntamente com a Premier League. Como as competições são extremamente longas, a maior parte dos jogos da Copa da Inglaterra é fora de casa.
  O jogo de hoje seria em Newcastle, uma cidade a cinco horas de Londres. ficou lá com as crianças, que pegaram o hábito de chamá-la de “mãe”. E esse vinha sendo o papel dela, já que Olalla desapareceu do mapa.
  Acho que nesses quase dois anos de namoro com a , essa competição vai ser um dos tempos mais longos que nós vamos ficar separados. E eu peço a Deus que durante a Copa da Inglaterra, Ele cuide dela e das crianças.
  Sempre antes de entrar em campo, eu faço questão de falar com eles, mesmo que as vezes isso signifique tirar o Leo e a Nora da aula por alguns instantes.

  (Pov Virginia)
  Juntamente com a Premier League, vem a Copa da Inglaterra. E o Chelsea estava determinado a conquistar esses dois títulos. Pros Blues, a maioria dos jogos é fora de casa.
  Sobrava pra mim ficar em casa com a Nora e o Leo. Não reclamo disso, de jeito algum. Aliás, me orgulho em ser considerada –por eles– a mãe da casa.
  Artemis, Zeus e demais deuses do Olimpo, eu peço a vocês que cuidem do meu Niño e dos demais jogadores do Chelsea. Agora me deem licença, estou saindo da minha aula de toxicologia e preciso buscar as crianças na escola!
  - Mamacita! – Leo gritou depois que almoçamos – Papai vai jogar hoje?
  - Vai sim, meu amor. Você vai querer assistir comigo?
  - SIM! Nora?
  - Oi, Leo! – Nora saiu do quarto onde estava brincando de boneca.
  - Você vai ver o papai jogar hoje junto comigo e a mamãe? (n/a: gayzisse do Nando, não ligue se estiver non-sense,ok?)
  - Claro! – Ela sorriu
  - Ok então criançada! Nora, vai tomar um banho e ficar bem cheirosa, ok? Daqui a pouco o papai liga.
  - Sim senhora, mama! – Ela correu escada acima e pude escutar o chuveiro ser ligado.
  Quando começou a Copa da Inglaterra, Nando sempre nos ligava antes de algum jogo. Embora essa competição seja um pouco confusa em relação aos jogos e eu precise sair de uma aula ou outra pra atender a rotineira ligação de Fernando.
  Nora já estava com seis anos e Leo estava pra fazer cinco. Deuses, quando eu os conheci, eles eram praticamente bebês. Me orgulho de vê-los crescer.
  Nora saiu do banho e pediu que eu fosse ajudá-la com a roupa. Deixei Leo já assistindo o canal de esportes e fui ajudar minha menina. Ela colocou sua camisa azul do Chelsea e uma calça de moletom.
  Quase que eu me esqueço de comentar sobre o Leo! Esse, além de ser uma cópia fiel do pai, adora uma bola de futebol... Sou só eu, mas em alguns anos sinto que teremos um Torres fazendo testes?
  Nora já era mais menina. Mesmo parecendo com a mãe, adora ver um jogo de futebol. Tanto que é ela quem acompanha o Campeonato Espanhol comigo!
  Nando nos ligou e eu coloquei no viva-voz pra que ele pudesse falar com todos nós ao mesmo tempo. Escutei o árbitro gritando pros jogadores se posicionarem e apenas sussurrei um “vai lá, te amo” antes de ele desligar.
  Ganhamos de lavada do Newcastle. 5x1! Depois do jogo, ele nos ligou dizendo que viria de trem pra Londres, assim chegaria mais rápido. Cara, esse é só o começo de uma temporada magnífica pros Blues e é claro, pro homem que eu mais amo no mundo.

Capítulo 9

“What doesen’t kill you makes you stronger”
– Stronger, Kelly Clarkson

  (Pov )
  Quatro anos de relação, dor e sofrimento –como diz um amigo meu– mas eu finalmente estou me formando! Foram quatro anos ralando aqui em Londres. Tá, eu não vou reclamar da vida que eu levo aqui, afinal foi aqui que eu conheci o homem da minha vida.
  Mas é, meus amigos, pra você que pensa que faculdade é moleza, pense duas vezes, ok? Brincadeiras a parte, hoje é minha formatura. Minha e da Caas, já que química forense e enfermagem resolveram se formar juntos. Obrigada, deuses!
  Ah sim, Caas já tá com um pé no altar. Lucas a pediu a uma semana atrás. Lembram da Thaty, aquela amiga minha que foi pra Espanha? Pois bem, essa aí já casou! E elas que sempre falavam que eu seria a primeira a casar...
  Coloquei meu vestido e acabei de me arrumar. A colação e o baile seriam no mesmo dia. Nando já estava na sala com as crianças. Quando eu desci as escadas, ele me olhou e disse:
  - Pode ir voltando, mocinha. – Ele sorriu de lado.
  - Por quê?
  - Tá bonita demais! Os marmanjos vão ficar te olhando! – E me deu um selinho.
  - Que olhem... Você sabe que é só pra você que eu vou olhar mesmo! – Rimos
  - Você tá linda, mamãe! – Leo falou e eu quis mordê-lo naquele terninho.
  - Vocês estão lindos, meus amores. Agora vamos que a tia Caas e o tio Lucas já devem estar nos esperando.
  Pouco tempo depois nós já estávamos no local. Encontrei com a Caas logo na entrada e fomos pegar nossas becas. Deuses como isso é quente! A da minha turma tinha uma faixa verde e a da turma da Caas era com uma faixa vermelha.
Ela foi pro lugar dela e eu pro meu, mas não sem antes encontrar a Thaty, que estava lindíssima juntamente com Piqué.
  E começou aquele blablablá de colação de grau que, honestamente, eu não prestei atenção. A turma de enfermagem foi a primeira a subir pegar o canudo. E foi tão lindo ver minha melhor amiga se formando.
  Instantes depois, foi a vez de química forense. Sabe, uma das desvantagens do meu nome começar com V, é que eu fui uma das últimas a subir no palquinho e me formar efetivamente.
  Depois que as duas turmas se formaram e tiramos todas aquelas fotos de turma, tiramos as becas e fomos ao baile. Imediatamente, “Crazy little thing called Love” começou a tocar.
  Eu, Caas e Thaty deixaram nossos homens na mesa e fomos dançar, afinal, é Queen e eu e a Caas nos formamos. Definitivamente, um dia pra ficar na memória!

  (Pov Caas)
  Eu não pensei que fosse me formar tão cedo. Quer dizer, eu não estava me formando cedo, já tinham se passado quatro anos desde que comecei a faculdade aqui em Londres, mas é isso que surpreende. Eu não peguei nenhuma DP e estou terminando a faculdade no tempo certo. Isso é no mínimo muito assustador, mas ao mesmo tempo muito gratificante. Afinal, prova que horas acordadas lendo aqueles livros loucos de anatomia, horas fazendo um TCC e estagiando no hospital valeram à pena. E se não fosse Londres e todos os sacrifícios feitos, talvez eu não tivesse conhecido o Lucas e bem, não estaria completamente feliz como estou hoje.
  Hoje é finalmente o dia da formatura. Minha e da , que resolveram colar no mesmo dia pra nossa sorte e de todo mundo que a gente resolveu convidar. É como matar dois coelhos em uma cajadada só. Eu não sabia como ainda não tinha tido um treco. Eu estava a menos de duas horas de me formar, tinha sido pedida em casamento pelo Lucas uma semana antes no mesmo lugar em que tivemos nosso primeiro encontro. Não, não foi a arquibancada do CT do Chelsea porque aquilo não tinha sido um encontro, mas sim na London Eye. Já tinha se passado uma semana, mas eu ainda estava processando a informação, porque pra quem se dizia que nunca se casaria, eu estava até que bem perto do ‘’sim’’.
  Terminei de me vestir – diga-se de passagem que meu vestido era muito divo porque a e a Thaty haviam me dado uma mãozinha – e de passar a maquiagem e colocar os acessórios. Pronto. Eu já podia me formar e não enfartar de vez. Afinal ainda precisava aproveitar meu baile de formatura dignamente. Sai do quarto dando de cara com um Lucas jogando playstation. Será que nem no dia da formatura ele larga esse bendito? To começando a ficar com ciúmes do Simba – o playstation.
  Sim, ele tem nome de personagem de filme da Disney fazer o que.
  - E ai, estou bem? – perguntei nervosa.
  Lucas parou o jogo e ficou me encarando sorrindo. Meu filho não vai falar nada? Ele se aproximou e depositou um beijo na minha testa.
  - Não está bem... Está ótima. Na realidade linda, mas isso você já é.
  - Para que eu vou chorar – dei risada – Vamos se não a gente chega atrasado e eu não quero perder meu canudo.
  O caminho foi ‘’relativamente calmo’’ porque eu tremia mais que uma vara de pesca. Até parece que eu nunca tinha me formado... Mas assim que chegamos encontrei a e percebi que se o barco afundasse afundaríamos juntas. Fomos pegar nossas becas sendo que a da turma de química era verde e a da enfermagem era vermelha.
  - Hey lembra da formatura do médio? O mesmo calor e suadeira – dei risada e ela riu junto.
  - A diferença é que dessa vez não tem paçoca. – rimos atraindo a atenção de alguns colegas e dos rapazes. Fazer o que se nosso ensino médio havia sido uma comédia e o inicio de tudo?
  Depois disso, teve muitas fotos sozinha e com a turma, e então a colação. E aquele lenga lenga de sempre. Discursos e mais discursos. Eu até fiz um sobre a amizade – que mesmo não sendo do mesmo curso que eu acabei citando a .
  Então, após muitas lágrimas começou a entrega dos canudos. Lembrar de agradecer minha mãe evitando que eu fosse a última. Foi engraçado subir no palco e ouvir um monte de ‘’Tia Caas’’ vindo do Leo e da Nora, assovios e gritaria. Mas enfim eu estava formada. É claro que tivemos que esperar a turma de química que veio logo após a gente e esperar a , que era praticamente a última da lista. Fizemos o mesmo barulho ou até mais do que fizeram quando eu subi.
  Claro que teve mais fotos. Foto com a Thaty, foto com o Piqué – que ama me zoar por ser fanática por Star Wars. Foto com a turma. Enfim, fotos o suficiente pra ter feito eu e se sentir modelos. Imediatamente, assim que acabou nos livramos da beca e fomos curtir e aproveitar o baile.
  Ao chegar ouvimos o som de Queen e Thaty, e eu já havíamos nos empolgado. Afinal é uma formatura de faculdade, única e que acontece apenas uma vez na vida. Deixamos Torres olhando as crianças – nota mental: zoar ele mais tarde e o Piqué e o Lucas fazendo companhia a ele. ‘’Crazy Little Thing Called Love’’ entraria para minha lista de músicas memoráveis, com certeza.

Capítulo 10

“I’m irresponsible mad for you”
– Call me irresponsible, Michael Bublé

  (Pov Torres)
  Uma semana atrás, eu e Piazon saímos do treino e fomos em direção a uma joalheria. Ele queria pedir Caas em casamento, e eu queria que a minha menina fosse pra sempre minha.
  Caas ficou noiva naquele dia mesmo, já eu... Bem, não tinha a mínima ideia de como fazer o pedido. Pensei em fazer igual ao pedido de namoro, mas eu já não tinha mais a Pokebola. Meu querido filho pegou pra ele.
  Eu realmente não tenho a menor ideia! Mas hoje o que importa é que hoje é formatura das meninas e que Nora está parada na porta do quarto... Espera aí!
  - Papai...
  - Oi meu anjinho!
  - Por que você não leva a caixinha que você comprou pra mamãe dá pra ela de presente?
  Já disse que minha filha de 8 anos é um gênio? Não? Por Deus, como eu não pensei nisso antes? Pedir a na formatura...
  - É uma ideia fantástica! Mas olha, sem falar nada pra mamãe, ok? É surpresa. – Ela concordou com a cabeça – Agora vamos lá esperar por ela na sala.
  Ela estendeu sua mão e fomos em direção a sala. No “caminho”, encontramos com Leo saindo do seu quarto onde –por alguma razão desconhecida– estava se arrumando.
  Quando ela desceu, meu amigo lá de baixo se animou, mas a calça era folgada o suficiente pra ninguém perceber.   Ela estava magnífica! Como ela diria: Afrodite abençoou!
  A colação passou com uma rapidez incrível! Quando percebi, nós já estávamos sendo arrastados ao salão de baile.
  Enquanto dançava com as amigas, a caixinha parecia ter chumbo, de tão pesada que estava. Nora virou-se pra mim e disse:
  - Você não vai dar a caixinha pra mamãe?
  Nesse instante, "Call me irresponsible" do Michael Bublé começou a tocar. Eu tive a ideia perfeita!
  - Vou sim, meu anjo. Você e o Leo se comportam? – Ela confirmou – Já volto.
  Fui até a pista de dança, a puxei pra mim e começamos a dançar. Isso me lembra do nosso primeiro encontro. Tenho certeza que ela também se lembrou, pois um sorriso se formou em seus lábios.
  - Você sabe do que eu lembrei, né? – Era o sorriso que eu mais amava.
  - Quatro anos se passaram desde aquele dia. E a cada dia que se passou eu fiquei irresponsavelmente maluco por você. E é incrível como as crianças te veem como a mãe delas. Eu achei que depois daquele caso, eu ficaria estático; mas eu cresci demais com você. A questão é: você é uma em um milhão e eu não posso e nem quero perder você de jeito nenhum. Você foi a melhor coisa que podia ter me acontecido. – Nesse instante me ajoelhei, peguei a caixinha e a abri. – Bem, você aceita se casar comigo e me aturar pelo resto da sua vida?
  Ela me olhava como se tivesse ganhado na loteria. Algumas lágrimas caíram, mas eram de felicidade. A única coisa que saiu de seus lábios foi:
  - Sim... – Coloquei o anel em sua mão esquerda e nos beijamos. Em seguida, uma música animada começou a tocar e as crianças vieram dançar.
  Fomos embora não muito tarde, pois Nora e Leo já estavam reclamando de sono.
  É, o amor é uma coisa maluca. Nos tira do chão, mas pode nos colocar de volta em instantes. foi o meu ponto de paz, o meu porto seguro. E agora ela seria tudo isso com um adicional: para sempre.

Capítulo 11

“ Cause you’re amazing just the way you are
–Just the way you are,Bruno Mars

  (Pov )
  Um ano se passou desde que Fernando me pediu em casamento bem na minha formatura. Caas já estava casada, e pelo que eu fiquei sabendo por um passarinho verde chamado Lucas, ela estava grávida.
  Ela e Lucas, juntamente com Sergio e Thaty seriam nossos padrinhos. Ao contrário do que eu sempre pensei que seria meu casamento, será numa capela aqui em Londres, apenas pras famílias e alguns amigos mais próximos.
  Me olhei no espelho. Meu vestido era um frente única com um laço na cintura e ia até os joelhos. Os acessórios foram um presente de mamãe e Flori, mãe do Fernando.
  John me levaria até a capela. Me arrumei em casa mesmo, as meninas me ajudaram. Quando desci, encarei aquele que havia sido como um pai pra mim nesses anos todos aqui na Inglaterra.
  - Pronta pra casar, ? – Ele disse sorrindo
  - Mais do que pronta, Mr. Capitain! – Rimos e seguimos em direção a capela.
  Quando chegamos, Thaty estava entrando com Sergio, ou seja, eu seria a próxima. Que os deuses me ajudem. Papai não pôde vir, por causa de uns problemas, então seria John a me levar pra casar. O juiz de paz já estava posicionado quando "Just the way you are", a nossa música, começou a tocar. Era agora. Me virei pra John e disse antes de entrarmos:
  - Por favor, não me deixe cair.
  - Fica tranquila, eu não vou.
  Fernando estava de tirar o fôlego, como sempre esteve. A cada passo que eu dava em direção ao altar me sentia nervosa, mas ao mesmo tempo calma, como se ali fosse exatamente o lugar que eu deveria estar.
  John me entregou a Fernando e disse bem baixinho, quando eles apertaram as mãos e se abraçaram:
  - É bom cuidar da minha filha, hein, rapaz!
  - Com toda certeza, John.
  Ele me deu um beijo na testa e nos viramos pra assistir a cerimônia. Ele contou brevemente a nossa – minha e de Nando – trajetória enquanto namorados e logo passou para a ata do casamento. Sergio e Thaty assinaram como testemunhas do lado do Nando e Caas e Lucas pelo meu lado.
  - Existe alguém que por alguma razão seja contra esse casamento? Peço que fale agora ou se cale pra sempre.
  Nos viramos e vi duas pessoas que honestamente não esperava ver: Olalla com De Gea. Mas ao contrário do que pensei, ela ficou calada apenas sorrindo pra mim como se dissesse “o lugar dele é com você”. Sorri de volta.
  - Como ninguém se pronunciou peço, por favor, que entrem as alianças.
  Leo e Nora entraram juntos carregando o par de alianças em cima de uma bola de futebol de pelúcia.
  Fernando pegou a que pertenceria a mim e disse:
  - Eu, Fernando Torres aceito você, Camões, para ser minha esposa. Prometo amá-la e respeitá-la na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza. Até que a morte nos separe. – E deslizou a aliança pelo dedo anelar da minha mão esquerda, depositando lá um breve beijo. Peguei a aliança restante e disse:
  - Eu, Camões aceito você, Fernando Torres, para ser meu esposo. Prometo amá-lo e respeitá-lo na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza. Até que a morte nos separe. – Deslizei a aliança no dedo correspondente e dei um beijo em sua mão.
  - Pelos poderes concedidos a mim por Deus e pela Rainha, eu vos declaro marido e mulher. Já pode beijar a noiva.
  Nossos lábios se encostaram e brevemente nossas línguas se uniram, aprofundando o beijo. Incrível como, mesmo com o passar dos anos, as sensações eram as mesmas... As borboletas voando no estômago, a sensação de flutuar, os arrepios pelo corpo... Tudo isso continuou. E eu espero que dure pra sempre.
  - Senhoras e senhores, eu lhes apresento Fernando e Torres.
  A capela toda irrompeu em aplausos. E era isso: eu havia me casado com o homem que, no Brasil, habitava os meus sonhos toda santa noite. Os padrinhos vieram me abraçar e pude perceber uma agitação a mais na barriga da Caas. É, ela estava grávida.
  Depois da cerimônia, fomos todos ao Nando’s – que se tornou nosso restaurante favorito. Fernando e eu deixamos as crianças com Caas e fomos curtir nossa lua de mel na bela e romântica Paris.

Capítulo 12

“Cause she’s loving him still after all this time”
–After all this time, Simon Webbe

  (Pov Nora)
  Cinquenta anos se passaram desde que mamãe e papai se casaram. Eu sei que eu tenho uma mãe biológica, mas Leo e eu sempre consideramos como nossa mãe.
  Semana passada fomos a comemoração das bodas de ouro dos nossos pais. Uma reunião de família imensa! Leo, eu, Emilia e Nichollas – nossos irmãos – com suas respectivas famílias. Tia Caas com o Tio Lucas e Tia Thaty com o Tio Piqué também apareceram.
  Há uns meses atrás, papai virou bisavô e eu ganhei minha primeira neta: Marissa, filha da minha mais velha, Marjane. Marjane aproveitou a ocasião e levou Marissa para conhecer papai. Acho que só vi ele mais feliz no dia em que ele se casou com mamãe.
  Olhando para trás, foi incrível como tudo se passou... Lembro-me de quando eu era mais nova, eu amava ouvir a história de como mamãe e papai se conheceram. Marjane sempre me pedia para contar essa mesma história, e eu sempre chorava ao falar do casamento.
  Antes que eu me esqueça, me casei com Jon Alonso – filho de um amigo de papai. Leo se casou com Gina, que ele conheceu na faculdade. Emilia e Luke – filho da tia Caas - também “juntaram os trapos”, assim como Nichollas e Ariana – filha da tia Thaty.
  Os anos se passaram, mas mamãe e papai não saíram da casa em que eles sempre moraram. Há uns meses atrás, perguntei a mamãe se ela não se sentia só morando ali apenas com papai. Ela virou pra mim e disse sorrindo:
  - Minha querida, enquanto eu tiver seu pai, eu nunca vou me sentir sozinha.
  Jon está me chamando. Me olho no espelho uma última vez, antes de me despedir definitivamente de mamãe e papai. Será a última vez que temos a família toda reunida com mamãe e papai, mesmo que eles estejam em caixões lado a lado.
  Eles faleceram anteontem, juntos. Leo foi visitá-los e os encontrou “dormindo”. Quando ele os chamou, e eles não responderam, Leo subiu as escadas e, ao encostar a mão no rosto deles, viu que eles já haviam deixado este mundo.
  Quando eu, Leo, Emilia e Nichollas nos encontramos no velório, a primeira coisa que fizemos foi um abraço em grupo. Várias pessoas vieram nos dar os pêsames. Nós quatro ficamos juntos o tempo todo.
  Hora de descer os caixões. Jon coloca a mão em meu ombro, em sinal de solidariedade. Olho pro lado e vejo Leo com Gina. Nossos olhares se encontram, e damos aquele sorriso fraco, mas ainda sim cúmplice.
  Se tem uma lição que eu levo disso tudo é : “A maior coisa que você pode vai aprender é amar e ser amado em retorno”.
  O amor deles foi eterno enquanto em vida. E o amor não acaba após a morte.

Fim.



Comentários da autora


~le autora falando~
Acabou gente, bububu :/
Quero dizer que foi um prazer escrever essa fanfic, tanto no manuscrito quanto mandar aqui pro site. Aproveito essa última NA pra agradecer as duas meninas fantásticas que me apoiaram: Kle, você foi minha primeira beta, obrigada por abraçar essa ideia :D
Mandy, minha flor! Você aturou meu período de bloqueio e mesmo assim continuou a betar HMYY. Obrigada do fundo do meu coração! <3
Muito em breve espero mandar mais uma pra cá. Mas até lá, vocês podem me encontrar no meu tumblr de fics (http://maan-stories.tumblr.com) que eu sempre ando por lá! :)
Amo vocês e até a próxima! :D

N/B: Eu que agradeço <3 Peguei a fanfic no meio mas me apaixonei e decidi ler ela toda. Estou chorando com esse final maravilhoso, 100or. Estamos esperando mais fanfics suas! xx Mandyy.