Happened on Christmas

Escrito por Nathália Tafner | Revisado por Pepper

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Música: One Direction - Through The Dark

  - Eu já disse o quanto eu odeio passar nessas escadas rolantes? – Eu e estávamos andando pelo shopping a procura de um bom presente de Natal para o irmão dela. E se não fosse pelo fato de ela parar na porta de todas as lojas, com certeza já teríamos achado.
  - E eu já disse o quanto me arrependo de ter topado vir aqui com você? – Eu resmunguei assim que entramos em uma loja de brinquedos. Como se chamava mesmo? Rihappy, ou algo assim, havia um cara vestindo uma fantasia de sol na entrada da loja. Ele pulou na nossa frente e começou a rir.
  - Férias... férias na Rihappy é mais legal, acordei cedo mas não tenho que ir pra escola, vou ir pro parque correr e jogar bola. – o cara vestido de sol cantarolou fazendo uma coreografia engraçada. gargalhou alto e ele a pegou pelo pulso e começou a dançar com ela. Tentei prender a risada quando ele a girou e ela cantou.
  - Curtir as férias com o solzinho e mais legal, estou de férias... férias na Rihappy e mais legal. – Ele cantou fazendo gargalhar mais alto ainda e então parou de dançar e sorriu para nos. Assenti para ele e ele saiu de frente da porta nos deixando entrar. Eu e entramos para dentro da loja, rindo de tudo aquilo enquanto passávamos pelos corredores lotados de brinquedos. Paramos ao lado da estante dos bichinhos de pelúcia e eu a encarei sem entender.
  - Seu irmão gosta de bichos de pelúcia? – Perguntei, sem tirar os olhos dela enquanto ela estendia a mão e pegava um cachorro branco com uma mancha preta ao redor de um dos olhos e outra na pata esquerda. Ela o abraçou e me olhou.
  - Sim, bem... um pouco, acho que eu poderia dar a ele um carrinho daqueles de corridas e um desses, não é? – Ela disse sem tirar os olhos do bichinho e eu sorri ao perceber que no fundo ela queria aquele cachorro de pelúcia para ela.
  - Quanto custa? – Perguntei, ela fez uma careta e olhou para o papel onde estava o preço. Sua expressão mudou de feliz para decepcionada.
  - 80 reais! Ai meu Deus, eu não tenho esse dinheiro todo! – Ela respondeu suspirando e guardou o cachorro na estante outra vez, triste por não poder levá–lo consigo e então nos voltamos a caminhar.
  - Ei, isso é um daqueles carrinhos de corrida super velozes? – Respondi parando de andar e apontei para uma caixa azul com o logo da Hotwheels. Ela parou se virando para olhar a caixa e a pegou sorrindo.
  - Sim, é um dos carros e movido a controle remoto. Oh meu Deus, o vai amar isso!
  - E olha, o preço está razoável, nós podemos levar ele. – Respondi sorrindo ela assentiu com a cabeça e nos andamos até o caixa. Olhei para trás uma última vez, uma ideia acabava de se passar pela minha cabeça, mas eu não poderia a por em pratica por enquanto. Suspirei e voltei a olhar para frente, estava pendurada no teto.
  - O QUÊ? – eu gritei sem saber se ria ou entrava em desespero. – COMO VOCÊ FOI PARAR AI?
  - Ei, eu não tenho culpa se eu cai em cima de um repositor de compras justamente quando ele estava sendo erguido. – Ela respondeu lá de cima apontando para a estrutura de ferro que a mantinha no alto. Comecei a rir sem parar quando entendi a historia e ela tacou uma boneca na minha cara.
  - Você tinha que tacar logo isso? – Respondi com a mão na cabeça a fazendo rir.
  - Era isso ou a casa da Barbie que é do seu tamanho qual você prefere? – Ela respondeu sorrindo e eu revirei os olhos pedindo para ela esperar enquanto eu ia pedir alguém para tirar ela dali. Fui até o caixa, um homem com o uniforme da loja estava parado olhando para o teto.
  - Com licença, será que você poderia me ajudar? – Eu disse chamando a atenção dele, que voltou o olhar para mim esperando que eu terminasse. – Minha amiga... ela ficou... ela, bom eu acho que você deveria olhar aquilo – eu disse apontando para onde estava pendurada, o homem pulou com o susto e saiu correndo para descer ela de lá.
  - Já não era sem tempo – respondeu lá de cima enquanto o homem descia o repositor até o chão. O repositor estacionou e ela desceu de lá segurando a caixa do carrinho.
  - Nos desculpe senhorita, não vimos isso, você esta bem? – Ele perguntou visivelmente preocupado e riu assentindo para ele e pedindo que não se preocupasse.
  - Sabe, eu estava pensando em te levar no parque mais tarde, mas acho que você já teve diversão demais por hoje – Eu disse rindo e ela me deu um soco. Eu amava quando ela ficava brava, eu amava tudo nela. pagou o brinquedo e nós saímos da loja, caminhando pelo shopping enquanto procurávamos a saída dali. Nos saímos do shopping passando pelas portas de vidro e descemos a rua até onde estava o carro. As coisas estavam a mil maravilhas entre mim e , e naquele momento mais do que nunca, eu achei que pela primeira vez naquele ano, as coisas poderiam finalmente mudar entre nos dois. Bem, eu amava ela, amava mais do que amava a mim mesmo e isso chegava a ser assustador, e eu sabia que ela me amava também, mas seu medo de se apaixonar era tão forte que eu temia que isso a fizesse mal. Eu sabia que ela havia perdido uma parte de si mesma quando Trevor, o garoto da casa ao lado, a abandonou em uma festa depois de conseguir um beijo. Eu não a culpava por isso, eu sempre tento tirar ela desse caminho escuro, todas as vezes em que ela entra por ele, mas há algo enigmático no meio disso tudo, algo que por mais que eu queria, não consigo deter. E eu sabia, que por mais que eu estivesse ali para ela, estendendo minha mão quando ela caísse ou a abraçando para amortecer a queda, ou ao menos para lhe dar segurança, que a única forma dela sair disso tudo, era voltando a acreditar em sim mesma. E mais do que tudo, voltando a acreditar que o amor não era algo tão vil como ela pensava ser, pelo contrario, o amor era exatamente o que ela precisava para voltar a ser feliz. As vezes nos passamos tempo demais julgando o ato de amar algo tão cruel e frio que nos deixa desesperados, em um beco sem saída, completamente isolados, mas a verdade e que, o que mata não e o amor, mas sim a falta dele, ou o seu excesso. Por exemplo, uma pessoa amar a outra e não ser correspondida sofre por amar em excesso assim como pela falta do amor daquele que ama. De qualquer forma, mesmo que eu tenha quebrado a minha cabeça por longas horas eu nunca desistiria dela, não há porque desistir. Algumas horas mais tarde porém, nos já havíamos chegado na sua casa.
  - Obrigada por... sabe ? Me trazer até aqui – Ela respondeu envergonhada e eu assenti. Estava frio lá fora e ela tremia, era sempre assim no inverno. Ela não gostava dessa época, era justamente nela em que Trevor havia a enganado. Ela fez uma careta quando arqueei a sombracelha ao lembrar disso e se virou para trás.
  - Ei, espera – eu disse a puxando pelo braço, ela se virou para trás e então... Então era tarde, mais uma vez eu me vi sendo puxado para dentro dos seus olhos verdes, seu cabelo caia no rosto e eu senti uma vontade louca de passar meus dedos pelo seu rosto e o tirar de lá, mas então eu percebi, era exatamente isso que eu estava fazendo agora. Meus dedos percorreram seu rosto e ela pareceu assustada com o choque, mas senti seu corpo relaxar quando coloquei seu cabelo atrás da orelha. Eu não queria mais nada agora, não me importava se o Natal já era daqui a dois meses, ou se havia um gato miando na casa do lado. Tudo o que me importava era ela. Eu não conseguia desprender meu olhar do seu, e a vontade de beijá-la tornou-se mais forte do que antes, era como se nada no mundo fosse importante, era como se jamais fosse haver um amanhã novamente se isso não acontecesse. Respirei fundo, eu sabia que me arrependeria mais tarde, mas eu precisava daquilo, e sabia que no fundo ela também queria. Cinco, dez, mil anos poderiam se passar e eu sempre a amaria do mesmo modo, mil anos poderiam vir ou acabar e eu sempre me sentiria assim ao seu lado, porque o êxtase do amor não e quanto tempo você passa ao lado dela, mas sim quanto tempo espera até que chegue ao ápice do momento. O nosso ápice era agora, e nada no mundo poderia tomar isso de mim. Pelo menos, era o que eu pensava. Segundos depois que eu encerrei nosso beijo e encostei minha testa a dela, senti ficar tensa outra vez.
  - Vai embora – ela disse, sua voz saiu fraca, como se ela fizesse esforço para falar. Eu tremi assim que me dei conta das consequências daquele beijo e então pulei para trás apavorado.
  - Me desculpe, por favor, não me mande ir embora – Eu soltei, ela olhou para baixo como sempre fazia quando estava indecisa e então se voltou para mim com os olhos cheios de água.
  - Keaton é só que... Eu te amo, ta legal? Eu te amo tanto, e é exatamente por te amar tanto que eu estou pedindo, por favor, vá embora daqui. – Ela disse começando a chorar, mas espera ela disse que me amava? Uma sensação estranha passou por mim e eu senti que por mais que as coisas pudessem dar errado naquele momento mais tarde voltariam melhores do que nunca. Mas assim que ela bateu a porta isso mudou. Um sentimento ruim se apoderou de mim e eu senti uma lagrima descer do meu rosto. Eu a amava, meu Deus como eu a amava, eu não queria magoá-la muito menos acabar com qualquer tipo de amizade que nos tínhamos, mas às vezes esse amor era tão forte que eu não conseguia me controlar. Por que eu tinha que ser tão idiota?
  - Por favor, me deixe entrar – eu gritei para ela.
  - VÁ EMBORA DAQUI KEATON, EU NÃO QUERO TE VER NUNCA MAIS. – Ela gritou, suas palavras passaram pelos meus ouvidos e se repetiram milhões de vezes. Meu coração gelou e eu tremi com a possibilidade de ter a perdido para sempre. Fiquei em silencio escutando ela chorar do outro lado e então me afastei dali o mais rápido que pude. Eu só queria ficar sozinho, eu só queria correr para algum lugar onde eu pudesse me jogar e chorar tudo o que eu precisava sem que meu irmão me chamasse de gay ou sem que as pessoas ao redor me olhassem de soslaio como se tivessem pena de mim. Então eu corri, corri o mais rápido que podia, corri para longe, corri para além, e quando dei por mim, eu estava sentado dentro de um teatro antigo, no canto escuro do palco de madeira que não era mais usado. Dois meses se passaram desde então, e eu estava sentado na minha cama editando algumas músicas quando Wes entrou no quarto cantarolando algo.
  - Bom dia dude, sabe que dia é hoje? – Ele perguntou sorrindo e eu o encarei desanimado.
  - Aniversário da mamãe? Dia de ação de graça? Eu não faço ideia – respondi e ele fez uma careta.
  - O quê? – ele respondeu rindo – Não seja idiota dude, é véspera de Natal. Você sabe o quanto tempo esperei até que chegasse o Natal para que Laraine trouxesse peru assado na manteiga para a gente? Oh meu Deus, como eu amo o Natal.
  - Véspera de Natal... – respondi sem querer e então ele me encarou.
  - ? – Ele perguntou me olhando e eu o encarei.
  Qual e? Eu não sou tão previsível assim, sou?
  - Ah vamos lá Keaton, você não me engana. Já faz quase dois meses desde que anda com essa cara de velório, e isso esta me cheirando a algo que com certeza não é o peru amanteigado da mamãe. – ele respondeu e eu revirei os olhos. Dude, não havia no mundo pessoa mais idiota que Wesley Stromberg.
  - Não é tão simples, ta legal? – Eu respondi me deitando na cama e tapando o rosto com o travesseiro.
  - E você não vai nem ao menos tentar? – Ele respondeu – Você sabe, essas coisas de... amor. Não que seja simples, mas se eu tivesse alguém que...
  - Wesley, eu a beijei, ta legal? Beijei e ela simplesmente pirou batendo a porta na minha cara. E eu não quero realmente insistir em algo que não tem futuro, eu amo aquela garota, e faria de tudo para ver ela feliz, mesmo que isso signifique a minha infelicidade. – respondi me levantando e o encarando, eu não costuma me expor dessa maneira, mas eu precisava de contar isso a alguém antes que isso em sufocasse.
  - Como é que... Ok, se você acha que se afastar de alguém que te ama vai fazer a pessoa feliz, ótimo aproveite isso. Mas eu não quero estar aqui quando você perceber a idiotice que fez. – Ele disse se levantando e saindo do quarto, mas então se virou outra vez para mim – Apenas se lembre de algo irmão, para você chegar até a felicidade e preciso conhecer a dor antes. Você não devia desistir.
  Ele terminou de dizer e então saiu do quarto e desceu as escadas. Eu odiava quando meu irmão dizia essas coisas e odiava mais ainda ter que concordar com isso. Fiquei ali parado olhando para o teto, pensando em tudo o que havia acontecido nos últimos meses e então algo me passou pela cabeça. Eu havia tido uma ideia no dia em que fomos na loja comprar o brinquedo de , mas nunca pude a por em pratica. Corri até a gaveta e a abri, maravilha ainda estava lá. Sorri para mim mesmo , ainda havia esperança. Corri pelas escadas a baixo abrindo a porta e gritando por Wes.
  - VAMOS WES, VAMOS – Eu gritei e sai correndo entrando no carro enquanto Wes vinha atrás de mim me olhando com medo.
  - Keaton, por favor me diga que não bebeu ou vou ter que enfrentar uma Laraine furiosa mais tarde.
  - Oh, cale a boca Wes, nos temos uma missão de natal a ser comprida, entra logo nesse trenó, digo... carro. – Eu disse e ele arregalou os olhos percebendo do que eu falava e então se jogou para dentro do carro sorrindo. Dirigi pelas ruas observando as casas enfeitadas, já era de noite e os pisca-piscas que envolviam as casas de cima a baixo se destacavam por todos os lados, estava tudo lindo. Faltavam apenas alguns minutos para 00:00, hora na qual toda a magia do natal acontecia, e uma em especial precisava de acontecer naquele dia. Estacionei o carro em frente à casa de e esperei que Wesley descesse logo, as luzes estavam acessas e eu podia escutar risos lá dentro, uma musica começou a tocar.
  When the night is coming down on you, we will find a way through the dark. Quando a noite está caindo sobre você, nós vamos encontrar um caminho através da escuridão.
  A música tocou, e eu sorri pensando no quão irônico aquela tradução me parecia ser. Às vezes as coisas simplesmente conspiram como se quisessem se adaptar á aquele momento. Essa música agora, era uma delas. Suspirei fundo e bati campainha, um garoto pequeno apareceu na porta e abriu um sorriso enorme ao meu ver.
  - KEATON – sorriu e pulou em cima de mim em um abraço. – Você trouxe presentes? Minha irmã vai ficar tão feliz quando vir você aqui. – Oh droga, eu não havia levado presente.
  - Não tenho tanta certeza... – respondi me lembrando de – e quanto ao presente e que... Bom, eu...
  - Ele esqueceu o presente comigo – Wes apareceu do meu lado com um embrulho verde e um laço vermelho. O encarei confuso e ele me ignorou.
  - Ohhhh, obrigado – respondeu visivelmente feliz pelo presente.
  - ? Porque esta demorando tanto e... – Uma voz familiar disse, e eu sabia exatamente de quem era. Levei meu olhar até ela, estava parada me olhando boquiaberta, sem saber se sentia feliz ou confusa ao me ver ali.
  - Feliz véspera de Natal – eu disse sorrindo.
  - O que você esta fazendo aqui, Keaton? Eu não te pedi para... – ela parou assim que percebeu que estava ali ainda e então fez uma careta.
  - Pediu – respondi – mas eu não posso.
  - Por que não? – Perguntou saindo para fora da casa e percebi quando as pessoas começaram a sair para o quintal.
  - Porque... bem – ignorei o fato das pessoas em volta estarem nos observando e andei até ela. – porque ficar longe de você seria como morrer sem ter a intenção de se suicidar, porque por mais que eu saiba o quanto e difícil para você se apaixonar sem se lembrar de Trevor, eu não sou ele. Eu sei que você condena o amor por isso e sei o quanto e doloroso, mas por favor, não jogue sua vida inteira fora por causa daquele idiota. Eu jamais deixaria que te machucassem, eu não consigo ser feliz sem você, . Eu não sei o que vai ser da nossa vida daqui a alguns anos, mas honestamente? Eu não ligo, porque eu sei que enquanto eu estiver ao seu lado às coisas serão boas, e por mais que às vezes nos tenhamos que trilhar um caminho escuro, eu ficaria feliz só de saber que eu tenho você do meu lado, para me guiar e iluminar todos os lugares por onde eu passar. Eu entendo o quanto e difícil para você pensar em amar alguém outra vez, mas eu te prometo que vamos passar por cima disso tudo juntos, eu vou te levar para longe, mesmo se você gritar e berrar, eu estarei aqui para você. Você me diz que esta machucada e esta sofrendo, e eu posso ver isso, mas eu só quero ver o seu sorriso novamente. Nunca vou deixar você quebrar seu coração novamente, eu sempre estarei lá para te segurar. – Parei de dizer e respirei fundo em busca de ar, as palavras havia saído da minha boca de uma forma tão rápida que eu nem tive tempo de respirar ao pronuncia-las. estava chorando, outra vez.
  - Certo... eu não devia ter vindo aqui – eu disse dando de ombros e me levantei virando para trás.
  - Não... espera. – ela disse e eu sorri sentindo que as coisas poderiam melhorar. Voltei para trás e a encarei, esperando por uma continuação.
  - Eu... eu sou péssima para dizer as coisas – ela respondeu fazendo uma careta e eu gargalhei.
  - Então deixe que eu falo – eu disse me ajoelhando na sua frente e estendo o cachorro de pelúcia branco que ela havia gostado. Ela olhou espantada e então eu percebi, ela havia notado a aliança presa entre as mãos dele. – Eu corri quilômetros, passei por um turbilhão de coisas nesses últimos meses e um cachorro bravo seguiu meu carro lá de casa até aqui, então por favor, apenas responda isso e me deixe livre dessa duvida. , você aceita se casar comigo? – eu disse por fim, as pessoas ao nosso redor me olharam espantadas. Me levantei do chão e a encarei esperando uma resposta, um silencio enorme se fez no local, como se todos estivessem ansioso pela resposta dela. E então ela sorriu para mim.
  - Eu aceito, é claro que eu aceito – ela respondeu e nesse momento, nós nos beijamos. E então tudo se paralisou, e aquela dor que eu senti nos últimos meses sumiu como se nunca houvesse existido. Flocos de neve começaram a cair acima de nós e ao longe pudemos escutar o barulho do relógio anunciar o Natal. Talvez essa fosse exatamente a magia natalina da qual todos falavam. Encostei nossas testas uma na outra e a observei, pedaços de flocos de neve cobriam seu cabelo. Sorri imaginando o quão linda ela estava e então escutei ela rir. Nos nós entreolhamos outra vez e ela riu como se nunca tivesse estado mais feliz.
  - Eu te amo – eu disse a abraçando.
  - Obrigada por não desistir de mim. – Ela disse, e eu sabia que ela estava sorrindo.
  - Eu nunca desistiria de você. – Respondi a apertando mais forte, ela se calou por alguns instantes.
  - Keaton... – ela parou de falar e então saiu do abraço, me olhando outra vez. – Eu te amo.
  Eu não sabia o que poderia acontecer dali pra frente, mais de algo eu tinha certeza. Enquanto eu a tivesse do meu lado, nada mais importaria. A neve caia com mais força ao longo da rua, e uma musica natalina começou a tocar na casa da esquina, um Papai Noel atrapalhado subia a rua em um carro vermelho, distribuindo presentes para as pessoas que estavam na rua. Uma mulher vestida de mamãe Noel sorriu ao nos ver e senti minha cara ir ao chão quando percebi quem ela era. Laraine Claire andava até nos sorrindo ao lado do Papai Noel, e como se isso não pudesse ficar mais estranho, percebi que era Drew dentro daquelas roupas vermelhas. Nós começamos a rir quando Drew disse que sempre foi doido para distribuir presentes nas ruas durante o Natal e então nos sentamos todos ali ao redor da fogueira que Wesley havia preparado no quintal de . Observei o fogo soltar faíscas, não havia mais nada eu precisava. Eu tinha , minha mãe e todos aqueles que eu amava junto de mim. E por enquanto, isso bastava.

FIM



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