Got to believe
Escrito por Sara Oliveira | Revisado por Beezus
- VAMOS COM TUDO NEW YORK! – gritou pulando em direção à plateia, a corda que envolvia sua cintura, o pressionou para trás, fazendo com que “voasse” sobre a multidão.
- THIS IS WHERE I SHOULD BE! – cantava em plenos pulmões, inclinando o corpo para frente, fazendo com que passasse por todo local. Algumas pessoas pulavam tentando alcança-lo.
- THERE AIN’T NO OTHER PLEASE YEAH! – se inclinando para o lado, a corda o girou, fazendo com que parasse em um palco central.
Alguns balões caiam do alto, enlouquecendo a multidão. Pegou, um dos balões que caiam, jogando-o para cima. Apontou o microfone em direção à multidão a sua volta, fazendo com que continuassem a música.
- WHERE MY SOUL REALLY SPEAKS, THERE AIN’T NO OTHER WAY I CAN FEEL IT SAVE ME, MEVE ME, SHAKE ME… - girou o corpo no ritmo da música, fechando os olhos enquanto a multidão cantava e gritava seu nome.
- LET IT SET ME FREE... (…)
- ! – a mais velha gritou, fazendo com que o garoto caísse da cama com o susto. – AINDA ESTÁ DORMINDO? NÃO ACREDITO! – Exclamou puxando o garoto em direção ao banheiro. – ANDE VÁ TOMAR UM BANHO... MENINO VOCÊ ESTA ATRASADO!
(...)
- Conseguiu um final? – perguntou o garoto se sentando ao lado da garota, que escrevia em seu caderno.
- Não... - respondeu fechando o caderno. - ele a pegou com outro, depois... – suspirou encarando o garoto ao seu lado. – foi para uma boate, saiu de lá às pressas, sendo logo em seguida, atropelado por uma camionete. Não é o final que eu procuro .
passou o braço ao redor da garota, tirando-o logo em seguida ao receber broncas do senhor Smith, que gritava por atenção em frente à classe.
- Você vai conseguir um final legal, suas historias são magníficas. – sussurrou o mais baixo possível, fazendo a garota sorrir.
- O começo. Porque os finais são horríveis. – disse revirando os olhos.
- Senhorita e senhor , se os senhores não colaborarem vou mandar os dois para detenção pela milésima vez. – Gritou, fazendo com que a classe inteira olhasse para os dois.
- E você? O “show”? – perguntou, ignorando completamente o professor, que arrancava os cabelos perdendo a paciência com a turma.
- Madison Square Garden. – respondeu levantando as mãos.
- Muita gente? – encarava os olhos de .
- LOTADO! - gritou fazendo com que o senhor Smith perdesse a paciência os expulsando da sala.
pegou as coisas da garota, enquanto corriam para fora da sala.
- ! ! - gritava, enquanto ambos corriam em direção ao fundo da escola. – OOH POR FAVOR, , OLHE PARA MIM! - gritou parando em frente ao muro enquanto se apoiava em para subir no tal. O garoto sorriu, pulando o muro logo em seguida.
Jogou as coisas ao lado da árvore, segurando a mão de .
- Olha, olha! O que temos aqui. – disse girando a garota, enquanto está fingia ter um ataque, abandado freneticamente o rosto com as mãos. – então por que grita, linda moça?
- AI. MEU. DEUS. – arregalou os olhos . ME ACHA UMA LINDA MOÇA. – gritou teatralmente.
- E, essa linda moça tem um nome? - perguntou arqueando as sobrancelhas.
- Me chame de fã número um, por favor. – respondeu se sentando encostada ao muro, logo caiando na gargalhada. – poderíamos fazer uma peça teatral, , somos ótimos!
- Boa ideia, ai poderia te dar uns beijos técnicos. – sentou em cima da garota que protestava. pegou a mão de , que tentava se esconder dele. – Vem cá. - Disse puxando-a para si. Ela levantou o olhar encarando os de , que os mantinha fixo nos lábios da garota.
– E... Prepare-se minha querida fã número um, vou te beija. Disse e colou os lábios nos dela. E já não era encenação ou brincadeira, eram apenas eles, e .
mantinha uma das mãos no peito do garoto, enquanto a outra passava pelos cabelos dele, puxando-o para si. Ele alisava as costas de subindo pelos ombros, mordendo os lábios dela, distribuindo vários selinhos na garota. Parando o beijo, colando a testa na dela.
- Vamos ao Bob? – perguntou ofegante. concordou empurrando com as mãos.
- Você é muito pesado. – se levantou pegando suas coisas, e oferecendo a mão para , que pegou se levantando.
- ‘Tá me chamando de gordo? – ele colocou as mãos na cintura, imitando a voz da garota.
- Claro que não... - respondeu. – se não se importa, querido, estou com fome. Vamos logo ao Bob.
Caminhou apressadamente pela rua puxando o garoto.
- Depois eu sou o gordo... Ai. - gritou levando uma tapa de que o encarava de cara fechada.
(...)
- Isso estava ótimo. – dizia mordendo o último pedaço do seu cachorro quente. passou a mão no rosto da garota, limpando com o dedo um excesso de molho. subiu o olhar encarando os do garoto. Pegou uma mecha de cabelo de enrolando no dedo.
- Já falei pra você não fazer isso. - revirou os olhos, fazendo sorrir arqueando as sobrancelhas em duvida. – isso. – apontou para o rosto do garoto. – ficar me olhando assim.
- Assim? Assim como?
- Assim, aah... Com esse sorriso lindo e... Ah! Para! Você sabe. – gesticulava com as mãos fazendo o garoto gargalhar.
- Sorriso lindo é? – perguntou achando graça, raramente via com vergonha.
- Para de ser besta. – disse batendo no ombro do garoto. - E o show, terminou? - perguntou mudando de assunto, deitando a cabeça no colo do garoto.
negou com a cabeça. Passando as mãos pelos cabelos da garota.
- Senhora ? – concordou com um aceno de cabeça. gargalhou fazendo o garoto rir também. – Já até imagino, tipo: ACORDA VOCÊ ESTÁ ATRASADO! – gritou imitando a voz da mãe do garoto.
- Engraçado... - levantou se sentando de frente para o garoto. – Tipo, a gente tem sonhos diferentes, eu não consigo termina minhas histórias, você sempre que sonha fazendo show nunca termina, a senhora te acorda. – sorriu deitando novamente.
- Talvez nosso final seja a gente, tipo, juntos. Quem sabe se nós dormirmos juntos eu termine o show e, você acorda com uma inspiração pra uma história com final feliz? - pergunto encarando os olhos de . – Aii... - gritou quando a garota levantou dando-lhe um tapa no ombro.
- Já te falaram o quanto você é pervertido?
- Na verdade já, tem uma pessoa em particular que vive me chamando assim. – respondeu empurrando a garota de costas deitando sobre ela, de modo que seus rostos ficassem a milímetros de distância. Segurou as mãos de , evitando outro tapa da garota, que sorria.
- Ah é? E quem é essa pessoa? – perguntou enroscando as pernas na costa do garoto.
Antes que o garoto respondesse algo, selou seus lábios, fazendo o garoto soltar uma de suas mãos, que passou pela nuca dele aprofundando o beijo.
- Agora. Vamos. Fazer. A. Lista. – disse cada palavra entre um selinho e outro. concordou se levantando indo pegar sua mochila o fundo da garagem. Sempre que saiam mais cedo da escola ou fugiam da detenção, passavam no bob, compravam cachorro quente e, iam para garagem do Pai da . Era como o refugio deles.
voltou entregando os cadernos de , se sentando de frente pra garota. Observou a garota rasgar o papel em quatro pedaços, entregando dois para o garoto.
- Bom, eu pensei em fazermos diferente esse verão. A gente podia fazer três coisas. E cada uma escolhe e escreve no papelzinho.
- Mas tenho dois aqui, e você dois ai. – levantou os pedaços de papel balançando no ar. – Logo percebemos que dois e dois são quatro... Ai. – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo levando um tapa no ombro.
- Me deixa termina de explicar? - perguntou encarando seriamente , que ria levantando as mãos em sinal de paz. – Ótimo. Assim, escrevemos um desejo que queremos fazer, como se fosse o primeiro, tipo, eu escrevo uma fala e nós fazemos. Você escreve outro, a gente faz. E depois escrevemos outro e escolhemos um deles. O mais... Especial.
- Entendi, vamos fazer durante o verão? – perguntou observando a garota balançar a cabeça em concordância.
- Agora vamos sentar um de costas para o outro, apenas com as costas encostadas.
- Por quê? É algum tipo de ritual que vocês bruxas fazem? – perguntou gritando ao levar outra tapa da garota. – Vou ficar sem ombro. Reclamou passando a mão no ombro que agora tinha um tom avermelhado.
- Urrg, , você consegue estragar tudo, só queria alguma coisa diferente. Mas já que é bruxaria demais pra você, sente-se onde quiser. – resmungou se levantando e jogando os pedaços de papel no chão. levantou segurando na mão da garota.
- Ei... - falou segurando seu queixo fazendo-a olhar em seus olhos. – Eu estava brincando... Se for importante pra você pra mim também é... Vem vamos ficar de costas um pro outro. – falou fazendo a garota se sentar novamente.
- Bom... - disse pegando os pedacinhos de papel que tinha deixado no chão. – Vamos começar.
escreveu no primeiro pedacinho de papel, o dobrando logo assim que terminou. fez o mesmo com um sorriso no rosto ao escrever no segundo papel. Apoiou-se na garota alegando que já tinha terminado.
- Calma, eu estou pensando... - fechou os olhos apoiando a cabeça nas costas do garoto. Sorriu timidamente pensando no que escreveria. Suspirou pesadamente, abrindo os olhos e escrevendo. Oras, era seu namorado, não tinha que sentir vergonha dele ou algo do gênero. Pensou rindo de si mesma, julgando por ser idiota ter esses tipos de pensamento. – Terminei... Começa pelo primeiro.
passou o primeiro papel para que fez o mesmo. Logo os dois estavam gargalhando de seus desejos “idiotas”.
- Ficar bêbados? - arqueou as sobrancelhas, enquanto concordava se apoiando na garota.
- Fazer tatuagens iguais? – perguntou e foi à vez da garota ri concordando se apoiando nele. – Nós fazemos tatuagens e depois bebemos até vermos estrelas... Disse e gargalhou.
- Agora o próximo papel. – disse colocando as mãos ao lado da cintura esperando pelo papel da garota.
- Calma... - disse segurando a mão de . - Que tal revelarmos esse, um de frente pro outro? – propôs mordendo o lábio inferior. Uma mania que tinha sempre que estava ansiosa ou nervosa. concordou se virando e observando a garota aos poucos se virar e encarar o chão.
- Ei! - chamou, observando olhos fitarem qualquer lugar da garagem menos ele. – Olha pra mim! – pediu e a garota o fez, encarando os olhos que a olhava timidamente. estendeu seu papel para que fez o mesmo. Abriram o pequeno pedaço de papel, e ambos pareciam felizes em ler o que estava escrito, pois logo depois sorrisos abobalhados estampavam seus rostos.
- Escrevemos a mesma coisa... - quebrou o silêncio olhando para .
- Mais ou menos, eu não descrevi o local... - comentou levando um famoso, tapa no ombro da garota. - Aii... Eu devia ter escrito: “nada de bater no namorado” - resmungou fazendo a garota rir.
- Tem certeza que quer assim, ? – perguntou, pela primeira vez no dia, sem alguma piada por trás. Estava preocupado se sua garota queria isso mesmo. arqueou as sobrancelhas sem entender. – digo nossa primeira vez. Tipo, bêbados... E com dores pela tatuagem. – riu fazendo a garota sorrir.
- Sendo com você... Vai ser especial. – disse depois de um interminável silêncio.
- Droga, meu pai chegou. – gritou quando ouviu o barulho de carro estacionando. Pegaram suas coisas, saindo da garagem. Gritou algo para o garoto que corria em direção sua casa, jogando beijos no ar para a garota, que sorriu sozinha entrando em casa.
Cinco anos depois...
O vento frio tocou minha pele, me fazendo estremecer. Apertei os olhos vendo as nuvens ganhar um tom acinzentado.
- Droga. – murmurei sentido às gotas de chuva sobre minha pele. Abracei-me à medida que a chuva ficava mais forte. Olhei em volta a procura de algum lugar coberto, avistando uma cafeteria no fim da rua.
Entrei no lugar, logo sentindo o delicioso cheiro de café. Sentei em uma mesa mais afastada, tirando meu casaco, completamente molhado, o colocando em cima da mesa.
- Boa tarde, deseja alguma coisa? - Uma senhora simpática me perguntou entregando-me um cardápio.
- Boa tarde... Hm. Vou ficar só com um café mesmo, obrigada.
- Certo, fique a vontade, já trago seu café. – disse enquanto anotava meu pedido, e saindo logo em seguida.
Olhei em volta reparando no lugar. Tinha mesas redondas com pequenos jarros com flores amarelas. As paredes tinham um tom de antigo, com tijolos a mostra, o velho estilo agradável de “casa da avó”. O lugar era aquecido, bem quentinho. O cheiro de café e bolo e o clima tranquilo e amigável davam certo ar de lugar agradável. Já estava aqui há dois anos, como não achei esse lugar antes?
Enquanto reparava no lugar, um barulho na entrada chamou minha atenção. A senhora que me atendeu minutos atrás, trancava as portas impedindo a entrada de um grupo de garotas histéricas. Enquanto um rapaz ao seu lado lhe disse algo se virando para frente. Ele olhou em volta, provavelmente procurando algum lugar vazio. Parei de olhar para o rapaz, voltando minha atenção para o lugar.
- Oi! – ouvi uma voz masculina atrás de mim, virando-me em direção ao dono dela. O rapaz de segundos atrás estava em minha frente. E... Eu conhecia esse rapaz. Cabelos bagunçados, olhos , nuca me esqueceria desses olhos. Ele abriu e fechou a boca inúmeras vezes.
- Você... - finalmente disse algo. Eu devia odiá-lo, o puxar pelos cabelos, o jogar na chuva e deixar que as garotas malucas lá fora o atacassem. Porém, não faria isso, odiá-lo não. – Eu... Não acredito que... Ah! Nossa... Como eu senti sua falta. – disse e me surpreendeu ao me puxar abraçando-me fortemente.
Ele me soltou me olhando de cima a baixo, fazendo-me corar levemente. Não podia negar para mim mesmo, eu sentia falta dele.
- O que faz aqui? Digo... Em New York. – Perguntou, enquanto me sentava novamente fazendo sinal para ele se sentar.
- Obrigada! – agradeci para a senhora que trouxe meu café. – Bom... Com o lançamento do livro...
- Pera ai! – me interrompeu. – Então você conseguiu publicar seu livro? – ele disse, praticamente gritou. Em outros tempos eu diria que daria um tampa em seu ombro, mas optei por apenas sorrir, concordando; ignorando o fato dele esta gritando. - Nossa , fico feliz. Tipo, era seu sonho.
- Obrigada, pois é... Continuando, resolvi me mudar pra cá. E você, é um sucesso, . O que faz aqui nessa cafeteria?
- Eu estava cansado de ficar trancado naquele hotel, resolvi conhecer o lugar. Algumas pessoas me conheceram, começou a chover... Enfim, não sabia que ia causar tanta bagunça... - olhou em direção a porta onde as garotas continuavam lá, gritando. – Vejo que fiz bem, caraca você mudou!
- Parabéns, não se ouvem falar em ninguém ao não ser em “ , pop star teen” – comentei rindo. – Todas as garotas são suas fãs.
- Mas você ainda é a número um. – comentou rindo de lado, fechei os olhos para as lembranças que invadiam minha mente. Todas maravilhosas, algo que nunca esqueceria, mas com um final não tão agradável. – ? - perguntou levantando assim que me viu levantar indo em direção ao balcão. Paguei pelo café, me virando e encontrando na minha frente.
- Me desculpa, eu... Ia me despedir, ia avisar, mas... - coloquei os dedos em seus lábios o calando.
- Olha, , tá tudo bem. - forcei um sorriso. – Você não precisa se desculpar por nada ta legal? Éramos jovens, não tínhamos responsabilidades e não nos importavam com os sentimentos dos outros, eu entendo... isso é passado, já foi. Não me importo. Foi bom te ver, adeus.
Desviei dele indo até a mesa pegando meu casaco, coloquei indo em direção à porta, me virando podendo o ver na mesma posição, como sempre sem fazer nada, apenas me olhando. Típico de . Bufei destrancando a porta e saindo.
Caminhei em passos firmes o mais rápido que pude me distanciando daquela cafeteria. Cinco anos, e ele aprece assim? Do nada? Achou que pode brincar com meus sentimentos? Podia até não parecer mais eu tinha um coração.
Flash back
O garoto que andava despreocupadamente em direção sua casa arregalou os olhos assustado ao ver inúmeras caixas e caminhões em frente sua casa.
- MÃE! - gritou entrando em casa, vendo o lugar completamente vazio, ocupado apenas por inúmeras caixas. Subiu as escadas abrindo as portas de todos os cômodos vendo-os completamente vazios. Volto para frente da casa vendo sua mãe em frente a um dos caminhões.
- O que tá acontecendo? – pergunto se aproximando da mulher, que fechou os olhos suspirando. O garoto deu um passo para trás, enquanto balançava a cabeça negativamente.
- NÃO! - gritou puxando agressivamente o braço, das mãos de sua mãe que tentava acalmar o garoto. – A SENHORA NÃO TEM ESSE DIREITO... EU... NÃO! – Gritou correndo para a casa, subindo as escadas e entrando no cômodo vazio, que antes era seu quarto.
Aproximou-se da parede sentando abraçando os joelhos. E logo o silêncio no quarto era quebrado por soluços baixos vindo do garoto. Ele tinha ouvido algumas conversas sobre se mudarem, porém não esperava que fosse tão repentino.
- ... - sussurrou enxugando lágrimas que insistiam em descer. Levantou disposto a ir falar com a garota, não podia ir sem se despedir.
- . – ouviu a voz de sua mãe o chamando assim que fechou a porta do antigo quarto.
Ignorou continuando seu caminho, mas fora interrompido por mãos segurando seu ombro.
- Está tudo pronto. – suspirou olhando os olhos marejados do garoto. – Vamos, já iremos partir.
- NÃO, NÃO VOU SEM ANTES FALAR COM ! - gritou se soltando da mãe correndo para fora da casa.
A mulher correu para fora, fazendo um sinal para um dos homes que carregavam caixas para o caminhão. O homem segurou que passava por ele, o carregando para dentro do carro.
- EU TE ODEIO! ODEIO! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGOV NÃO PODE! - gritou para a mãe assim que essa entrou no carro, ignorando os gritos do garoto, dando partido.
(...)
Já estava impaciente. Tinha dado voltas e mais voltas pela garagem e nada de chegar. Bufou frustrada com a demora do garoto.
- Ah... Ele vai ver. Fez-me esperar mais de horas. Uhhhrg, . – falava sozinha caminhando em direção à casa de . Gritou pelo garoto algumas vezes não obtendo resposta. Aproximou-se batendo na porta. – ? SENHORA ? – gritou, sentando-se encostada a porta.
- Onde será que ele se meteu? – sussurrou baixinho, apoiando a cabeça nas mãos. - Fundos! – levantou-se num salto, correndo para os fundos da casa do garoto.
Abaixou-se ao lado da árvore, cavando com a mão um pequeno buraco, achando uma chave. Ela e fizeram copia da chave da janela do garoto, para facilitar suas fugas. Correu para janela do garoto, a encarando.
- Alto! Muito alto! - resmungou olhando ao redor em busca de algo para facilitar sua “escalada” a janela do garoto.
Depois de horas tentando escalar a janela, estava pendurada na tal. Passou a mão pelo pequeno buraquinho abrindo a janela por dentro.
- ? – chamou enquanto pulava para dentro do quarto do garoto. Olhou em volta. Sentia seu coração apertado. Os olhos já marejados, e segurava pequenos soluços. Não tinha absolutamente nada. O quarto estava vazio.
***
- Mais que merda! - gritei comigo mesma sentido o rosto molhado, e não só da chuva. Não vou chorar, não vou chorar. Dizia limpando inutilmente as lágrimas que desciam.
Sentei em um banco, desistindo de correr dessa chuva maldita, como diz o ditado: quem esta na chuva é pra se molhar. Ri ao pensar isso, eram um dos poucos, na verdade, único ditado que ... Bufei revirando os olhos. Esses anos todos, eu tentava evitar, não! Eu não evitava, em particular, eu... Amava o passado que tive. O final dele nem tanto. Mas eu gostava. Eu fui feliz até certo ponto.
- Quando chovia, costumávamos a ficar na garagem... Tomando chocolate quente... - me virei para a voz ao meu lado. Ele sorriu, lembrando-se de algo, mas seus olhos eram tristes. Focados em algum ponto a sua frente. – Eu... Costumava fazer comentários idiotas. - balançou a cabeça negativamente, sorrindo. – E você me dava um tapa no ombro. – virou-se agora olhando em meus olhos. – Eu realmente sinto muito... ao contrario que você disse, eu... me importava com você, . Eu te...
- Sério, não se desculpe. - o interrompi me levantando. - Não sinto raiva. Eu só não esperava te ver... Não estava preparada, enfim... – disse vendo ele se levantar e quando dei por mim, já tinha pulado em seus braços. – ... – enterrei a cabeça em seu ombro, o sentindo passar a mão por meus cabelos.
- Senti falta disso... - o ouvir dizer depois de minutos em silêncio. Levantei o rosto vendo seus olhos me encarar.
- Abraçar na chuva?
- Também... - respondeu sorrindo.
- Também? - enterrei novamente a cabeça em seu ombro o ouvindo rir. – Do que mais sentiu falta?
- Quer a lista toda?
- Então tem uma lista? – voltei a encarar seus olhos, agora divertidos.
- Enorme. – respondeu segurando minha mão e me rodando em seus braços.
E ficamos assim: rodopiando na chuva. Era como se nada tivesse mudado. Mesmo tendo ficado mais de cinco anos distantes. Sem noticias um do outros... Em partes, na verdade eu sabia de cada passo que dava. Claro , o mais novo queridinho da mídia, respirou: um flash. Eu sentia orgulho, admirava ele. Era o que ele sempre quis, e de certa forma, mesmo longo, ele me incentivou, mesmo sem perceber, a realizar o meu. De publicar meu livro.
- Vamos entrar, essa chuva não vai parar e vamos ficar resfriados.
Estávamos em frente minha casa. Enquanto convencia a entrar e tirar essas roupas molhadas, afinal, já estava com a pele enrugada de tanto tempo de baixo dessa chuva.
Ele concordou, enquanto eu abria a porta. Ele parou observando o lugar. Sorri o vendo sorrir.
- Aqui... Me lembra a...
- A garagem. – completei se virando para ele. – Eu decorei, com nossas coisas da garagem, queria... - suspirei e, pela segunda vez hoje, me joguei em seus braços. E as malditas lágrimas já molhavam meu rosto. – Você... Sumiu, , eu... Fiquei perdida, eu... Até cheguei a te odiar. – sorri entre lágrimas, e virei rosto o olhando... - Queria ter algo que lembrasse a gente... Além do livro.
- Além do livro? O que você quer dizer com isso? – perguntou me puxando, de maneira que pudesse olhar em meus olhos.
- Meu livro. Eu... Escrevi nossa historia. – me soltei dele indo até a mesinha pegando um dos livros. – Aqui... Ao meu ponto de vista. – entreguei o livro a ele, que foliou as páginas. – Eu queria escrever algo especial... Então! Está ai, a melhor época da minha vida... – antes que eu continuasse a tagarelar senti os lábios de nos meus.
(...)
- ... , acorda!...- ouvi a voz de alguém bem baixinho me chamando. Resmunguei algo virando de bruços e voltando a dormir.
- Haaa! - gritei ao sentir alguém pulando em cima de mim. – Está maluco, ! – levantei passando as mãos no rosto.
- Você dorme demais... Pelo menos, isto não mudou tanto assim. – comentou divertido, me puxando pelas mãos. – Vem, vai se arrumar vamos sair.
- Que horas são? – perguntei sonolenta.
- A hora de a bela adormecida acordar! - respondeu me empurrando para o banheiro.
- Pera ai! - me voltei pra ele. – Você dormiu aqui?
- Parece que sim! - riu continuando a me empurrar para o banheiro.
- Mas tipo... Eu não me lembro de ter bebido... E a gente... - fiz gestos apontando de mim para ele, inúmeras vezes. – Não...
- Meu Deus! ... - ele gargalhou já me jogando dentro do banheiro. – Você precisa tomar banho, dormi não te faz bem. Riu saindo e me deixando dentro do banho. Pude o ouvir gritando para eu não enrolar. Mas eu não estava muito... No meu estado normal.
Sempre que durmo relaxadamente preciso de um banho para despertar, e ele se lembra disso. Sorri sozinha saindo do banho.
(...)
- Aonde vamos? Anda desembucha, não gosto de surpresas!
Já estávamos dentro daquele carro dele, a mais de vinte minutos, ele se recusava a me dizer onde estávamos indo.
Finalmente o carro parou, e eu saltei pra fora, olhando em volta atrás de uma pista de onde iríamos. E tinha uma lojinha que eu não consegui identificar o que vendia, e nem o nome. Tinha camisetas de rock, acessórios... Várias coisas pretas e maneiras.
- Vamos mudar nosso estilo? – perguntei rindo assim que se aproximou.
- Tatuagens! - disse me puxando pra dentro da tal loja. Porém eu continuei parada.
- Tatuagens? - perguntei o encarando.
- Sim, é como posso explicar, desenhos permanentes na pele, sabe, não sai e tal... - falava brincado enquanto eu lhe dei um tapa no ombro. Ele balançou a cabeça rindo, e selou nossos lábios. Pegou algum papel do bolso e me entregou, abri e um sorriso idiota surgiu no rosto ao ler o que estava escrito no papel. – Não são os mesmos da época, mas... Queria fazer as coisas que não conseguimos. – e de novo, lá estava eu em seus braços, o abraçando sem ligar se estávamos no meio da rua ao não.
(...)
- Ela me acordava sempre com “ você ta atrasado..” – gritou em cima de mim gargalhando. Tentei falar algo, mas logo estava rindo também.
- “Você ta atrasado”- repeti com a voz embolada caindo do sofá, e logo estávamos jogados no chão da sala rindo sem motivos.
levantou com certa dificuldade, cambaleando até a cozinha trazendo outra garrafa de whisky.
- Vamos ficar bêbados... - gritou pulando em cima de mim. – Até vermos estrelinhas no céu...
Sentamos encostados no sofá, jogando as cabeças para trás. Rindo feitos idiotas. Virei, observado de perfil. Ele virou. E ficou sorrindo. Passou a mão pelo pulso, erguendo no ar.
- Não estou sentindo doer. – gargalhou olhando o infinito tatuado no pulso. Ergui meu braço.
- Também não sinto mais doer. – ri observando o infinito.
De repente, ele se virou ficando em cima de mim. Encostando a testa na minha.
- Já estamos tatuados, e completamente bêbados... - jogou a cabeça para trás rindo, voltando a me encarar novamente. – Agora falta a melhor parte da lista...
E junto nossos lábios. Logo estávamos jogados no chão da sala, nos tornando apenas um. Poderíamos estar bêbados, tatuados, e rindo a toa, poderíamos nem se lembrar de nada amanhã. Mas estávamos juntos, sonhos realizados. E... Era isso que importava.
FIM!
Bom, o objetivo era escrever algo sobre seus sonhos. E ai esta. Bom… Meu sonho é ter um livro publicado. E para escrever um livro precisasse de uma historia certo? E assim como a principal, eu raramente consigo termina minhas historias. Enfim, eu pensei em como escrever algo relacionada a publicar um livro. Ai pensei que tipo de autora não adora uma ficção? Então resolvi misturar as coisas que desejo. Confessando pra vocês a vontade que tenho, como toda fã, conhecer seu ídolo. E na fic nada mais nada menos que eu já o conhecia. Um jeito contraditório de expressar a minha vontade, mesmo ele ainda não sendo famoso no começo da fic, de conhecer um dos meus ídolos. E, também tenho a vontade de tatuar um infinito no pulso. Não sinto vontade de ficar bêbada, hahahaha, umas das partes fictícias. Enfim, ai esta a fic que amei escrever, espero que gostem, e qualquer coisa, erro, critica ou elogio, só me dizer que ficarei grata em receber. Ahahaha rimou!