Good Fake Girls
Escrito por Luh Silva | Revisado por Mah
- ? Cadê a ? – perguntou a mulher que estava descendo as escadas.
- Estudando para a prova de Frances de amanha. Disse que quando terminasse ia direto pra cama. – respondeu o senhor que estava esparramado no sofá.
- é tão responsável. Me pergunto se é só uma fase. – disse a mulher, se sentando junto com o marido.
- Espero que não. Meninas da idade ela normalmente não são assim, elas são rebeldes e têm namorados, mas a nossa filha não é assim. – disse o homem, confiante.
Enquanto isso, no andar de cima se preparava para encontrar com . Arrumou todo o quarto para parecer que tinha estudado e já estava dormindo, apagou a luz e em questão e segundos já tinha pulado a janela e estava fora de casa sem que ninguém percebesse.
Logo avistou seu namorado a esperando no escuro, a alguns metros de onde ela estava. O vento estava frio e gelado naquela noite, então os dois se abraçaram mais forte do que o comum, em uma tentativa de se esquentarem.
- Senti sua falta, anjo. – disse ele depois de um longo beijo.
- Eu também. Sei que isso é minha culpa, me desculpe. – disse , parando de olhar nos olhos o garoto e encarando o chão.
- Não se culpe princesa. – disse ele colocando a mão no queixo dela e o levantando. – Não é sua culpa que o seu pai seja tão protetor. Ele só quer o seu bem.
- Ele é um monstro. Só liga pro dinheiro e pra o que os outros pensam dele e da família.
- Não fala assim dele, é o seu pai. Você sabe que se não contar logo um dia ele vai descobrir, não sabe? – disse, alisando o cabelo da menina.
- Sei. – suspirou ela – Mas espero que esse dia ainda demore bastante.
Mas ela não sabia o quanto esse dia estava próximo...
***
No dia seguinte, e estavam “estudando” na biblioteca, em um espaço entre a estante de livros sobre etiqueta e a de livros sobre a arte do origami, onde eles achavam que ninguém nunca iria encontrá-los.
Marcel estava escutando um barulho muito esquisito para uma biblioteca, que não o deixava estudar, então ele foi procurar o que era. Foi quase até o final da biblioteca, e o barulho só aumentava, até que chegou na seção se etiqueta e descobriu o que era.
- ? – exclamou Marcel, assustado.
Assim que escutou seu nome, abriu os olhos e afastou . Quando reconheceu quem tinha dito seu nome, ficou completamente vermelha.
- O-oi Marcel. – o menino continuou calado, tentando absorver aquela cena.
- Quem é ele, ? – perguntou , igualmente envergonhado.
- É o Marcel, da escola. Marcel, esse é o , meu namorado. – apresentou , quando viu que Marcel não responderia.
- Namorado? Mas...
- Olha Marcel, esquece o que você pensava, garotas boas são garotas más que não foram descobertas. – disse – Continue o que você estava fazendo e esqueça o que viu, se alguém descobrir, eu vou saber que foi você. E acredite, você não quer que eu te odeie.
- Ok, ok, já to indo, só vim aqui pra pedir pra fazerem menos barulho, tem um pessoal reclamando. – disse Marcel, se afastando.
- Eu to ferrada.
- Calma anjo, vem cá. – disse estendendo os braços para a garota, que estava paralisada.
- Eu tenho certeza que ele vai contar pros amigos nerds dele, que vão contar pra outras pessoas, e isso vai chegar no meu pai. Eu to ferrada. Literalmente ferrada. – estava quase chorando enquanto a abraçava e tentava acalmá-la.
- Se você se ferrar, eu vou junto. Não vou te abandonar nunca princesa, você não vai estar sozinha quando ele descobrir. Vem, vamos sair daqui.
O casal foi andando até a saída, com as mãos discretamente unidas, que visse de lado nunca repararia.
estava saindo do seu carro. Tinha que pegar uns livros para o escritório na biblioteca. Ele podia ter mandado algum estagiário pegar pra ele, mas sentia que se fosse ele mesmo, aconteceria alguma coisa muito importante. Quando estava abrindo a porta, trombou com um casal que estava vindo na direção oposta, saindo da biblioteca. Se virou para pedir desculpas, mas quando olhou para a menina e a reconheceu, perdeu a fala.
Quando reconheceu o homem de terno com quem tinha trombado, congelou, sentiu seu mundo desabar naquele instante.
- , pode me explicar o que é isso? – perguntou o Sr. , já vermelho de raiva - Quem é esse garoto? E porque ele está segurando a mão dele? Não diga nada , você está de castigo. Vá para casa agora, bastarda, conversaremos depois.
A menina já estava chorando e viu que ela ainda estava quase paralisada, então tentou puxá-la para longe do Sr. .
- TIRE SUAS MAÕS DA MINHA FILHA, GAROTO! – gritou , chamando ainda mais atenção - Suma da minha frente, não quero ver sua cara nunca mais.
***
Algumas horas depois, estava trancada em seu quarto, conversando com pelo telefone enquanto seu pai não chegava. A mãe já estava em casa, mas não sabia do que tinha acontecido.
- O que você vai fazer agora? – ele perguntou na ligação.
- Não sei... Não posso desistir de você, príncipe. – respondeu, com a voz embargada.
- Que bom ouvir isso. Pensei que, depois do que aconteceu, você fosse querer terminar.
- Nunca. Eu te amo.
- Eu te amo.
- Acho que ele chegou, tenho que desligar.
- Tudo bem. Boa sorte, meu anjo. Mantenha a cabeça fria e não se desespere, seja lá o que aconteça, vai dar tudo certo. – disse .
- Obrigada príncipe. Tchau. – disse e logo desligou o telefone.
Escutou o pai chamá-la no andar de baixo, respirou fundo e desceu as escadas. Depois de um longo sermão dado pelos seus pais, voltou pro quarto, sendo seguia pela mãe. A menina se jogou na cama e começou a chorar, enquanto a mão acariciava-lhe os cabelos.
- Calma minha pequena, vai dar tudo certo. – dizia a mulher – Seu pai só está com a cabeça quente, logo ele se acalma.
Ficaram assim por mais um tempo, até que parou de chorar.
- Então, me conta. Qual é o nome dele? Quantos anos? Faz o que da vida?Como você se conheceram? Desde quando estão juntos? Como vocês conseguiram manter segredo? Vocês já “avançaram o sinal”? Pode ir contando todos os detalhes. – perguntou a sra. , tudo de uma vez, fazendo a filha rir.
- Calma mãe. O nome dele é , ele tem 21 anos e faz faculdade de arquitetura em Oxford. A gente se conheceu em uma excursão que a escola fez para a universidade dele, e estamos juntos a quase um ano. Ele mora no campus, então é fácil pra ele vim aqui, e eu sempre pulo a janela de noite, depois de estudar um pouco. Sim, nós já “avançamos o sinal”, mas eu não vou ficar grávida, pode ter certeza. – disse . A sra. ficou um pouco assustada com alguns detalhes, então deu seu veredicto ao garoto.
- , nome bonito. 21, um pouco velho pra você, mas quem sou eu pra julgar isso, afinal seu pai é 5 anos mais velho que eu. Arquitetura em Oxford... ele paga ou é bolsista?
- Ele paga. – disse a menina, impressionando a mãe – Você deve conhecer a mão dele, o nome dela é .
A sra. arregalou os olhos, se deixando ser pega pela surpresa. era uma supermodelo bilionária, muito conhecida no país inteiro, se duvidar até no mundo.
- Uau. Se seu pai soubesse disso, não proibiria você de namorar com ele, do jeito que é interesseiro. – disse a mais velha – Mas eu tenho uma ideia. Que tal nós fazermos um jantar na semana que vem, para seu pai conhecê-lo? Não vou contar nada pra ele agora, vai ser tudo surpresa!
- Não sei não mãe... Acho que o pai não vai aceitar.
- Não preciso da permissão dele para fazer um jantar para um convidado na minha casa.
- Muito abrigada mãe, você é a melhor mãe que existe. – disse , abraçando-a.
- É né, considerando a falta de opção... – disse a Sra. , fazendo a filha rir.
- Eu te amo, mãe.
- Eu também, minha pequena. – disse, saindo do quarto e deixando a menina sozinha com seus pensamentos.
***
Na semana seguinte, uma hora antes do jantar, ainda não tinha decidido o que vestir. tinha dito que não precisava de terno, ele poderia ir e jeans e uma camiseta que não tivesse nenhum nome de banda ou nada assim, mas ele não tinha nenhuma. Todas as suas calças pareciam velhas, e todas as suas camisetas eram de bandas ou tinham alguma coisa bem idiota escrita. Ele não tinha ideia do que fazer, então resolveu ligar pra .
- Como assim você não tem uma roupa? Tá parecendo uma mulher desse jeito . – ela disse e riu, o que fez o menino sorrir também.
- Dá pra parar de rir e mim e me ajudar? Eu to ficando desesperado.
- Pega a calça jeans mais escura que você tiver, uma camisa social branca e aquele seu blazer preto, vai ficar ótimo. E vai logo, chegar atrasado não é muito bom. – respondeu , e pelo tom de sua voz, percebeu que ela estava nervosa.
- Obrigado anjo. Chego ai em 30 minutos, se acalme, vai dar tudo certo. – disse ele e desligou o telefone.
O garoto se vestiu e em exatos 30 minutos estava na porta da casa dos , esperando alguém atender a porta. Quando abriu a porta, se surpreendeu. Ela estava deslumbrante, com um vestido florido até o joelho, e o cabelo enrolado nas pontas. Linda, mas natural.
- Graças a Deus. – exclamou ela, o convidando a entrar na casa. – Quando meu pai começar a fazer perguntas, tome cuidado, mas não minta. Seja verdadeiro, mas não exagere na casualidade, e...
- , calma. – interrompeu-a, rindo – Vai dar tudo certo, eu prometo.
- Prometer não vai fazer com que de tudo certo de verdade.
ia rebater, mas então o Sr. desceu as escadas, logo avistando o garoto.
- Não sabia que ela estava falando sério. – disse , se referindo a sua esposa.
- Boa noite, Sr. , é um prazer revê-lo. – disse , educadamente estendendo a mão.
- Sente-se garoto, aí veremos se é um prazer realmente. – respondeu, enquanto apertava a mão estendida.
Todos se sentaram a mesa de jantar e, enquanto esperavam o jantar ser servido, conversava com o namorado da filha. Os primeiros minutos da conversa foram um pouco tensos, mas depois que revelou seu sobrenome e quem era a sua mãe, tudo seguiu mais tranquilamente. Durante o jantar, foi aceitando o fato da filha não ser a menina perfeita que ele pensava, e que ela estava apaixonada. Claro que o dinheiro da família de ajudou bastante nessa aceitação. No final, e pareciam amigos de longa data, de tanto que tinham conversado.
- É Sr. , acho que você é bom o bastante para . Vocês tem a minha permissão para continuarem juntos. – disse , se levantando para cumprimentar o garoto.
- Muito obrigado Sr. . – respondeu , sem esconder seu alívio.
- Obrigada pai. – disse , indo abraçá-lo.
Alguns minutos depois, quando os mais velhos já tinham subido, e ficaram conversando no sofá, tentando se despedir.
- Seu pai é um bom homem. – disse ele.
- É um interesseiro. Só faltava ele dizer que já podia marcar o casamento. – replicou a menina, com deboche, enquanto o outro só ria.
- Isso nós podemos superar, não é?
- Claro!
- Eu disse que ia dar certo, não disse?
olhou para o menino, o beijando logo em seguida.
- Eu te amo, meu príncipe.
- Eu te amo, meu anjo.
Aqui estou eu, alguns minutos antes do final do prazo de entrega. Não ficou muito bom, mas é o que a criatividade permitiu. Obrigada ao povo do Zero Vip e a minha irmã, que me ajudou bastante com ideias e nomes bons. Muito obrigada por ter lido até o final, comente se quiser