Goodbye My Lover

Escrito por Gabi Fernandes | Revisado por Pepper

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  A cor negra dominava o céu repleto estrelas, uma corrente de vento circulava pela pequena cidade de Mullingar, refrescando os corpos suados e exaustos de Niall e , depois de uma longa e perfeita noite de amor.
  Deitados e cobertos apenas por um lençol ficaram conversando coisas bobas, como sempre faziam. Ela estava deitada em seu peito, ainda ofegante. Ele acariciava seus cabelos e tentava deixá-la na posição mais confortável possível, sabia que havia sido a primeira vez dela e não queria estragar o momento.
  - Niall, já imaginou se uma pessoa consegue contar todas as estrelas do céu? - ela perguntou, olhando pra ele, realmente interessada em saber sua resposta. O rapaz franziu o cenho intrigado e olhou pro céu através da janela.
  - Eu poderia fazer isso. - afirmou convicto. - Veja, vou começar. - ela riu. - Uma, duas, três, quatro, cinco, seis... - ele parou ao ouvir a sua risada favorita. - Do que está rindo, sua boba? - ele riu também.
  - É impossível, Niall. - ela cessou as risadas.
  - Nada é impossível, .
  - Contar todas as estrelas do céu sim.
  - Não é não.
  - É sim.
  - Não é.
  - É.
  - É.
  - Não é... Ei! - ela gargalhou novamente espremendo os olhos, fazendo Niall sorrir como um bobo apaixonado. - Talvez eu as conte pra você um dia e quem sabe te dar uma delas de presente, acho que Deus não irá se importar se eu pegar uma não é? Ele tem várias, uma não faz falta.
  - Uma estrela de presente? Nossa, eu adoraria. - ela disse sorrindo pro rapaz, que sorriu de volta, beijando-a em seguida.

[...]

  Niall acordou com a luz do sol batendo em seu rosto, e assim que conseguiu abrir os olhos, viu sua garota dormindo. Sorriu e beijou a testa da mesma. Levantou-se da cama sem fazer muito movimento para não acordá-la, recolheu suas roupas, as vestiu, e saiu do quarto da moça, fazendo o máximo de silêncio possível.
  O rapaz voltou pra casa com um sorriso bobo no rosto. Abriu a porta da frente com cuidado para não acordar ninguém, principalmente seu sobrinho Theo, que era um bebê de sono leve.
  - Ei cara, isso são horas de chegar?! - Greg, seu irmão disse, dando um baita susto no loiro, que pôs a mão no coração e bufou ao ver que seu irmão estava rindo.
  - Quer me matar de susto, seu imbecil?! - bufou. - Eu tava na casa da , algum problema?
  - Fazendo o quê até essa hora? São seis e trinta e cinco da manhã sabia? - Greg disse pegando a mamadeira para o pequeno Theo.
  - Não te interessa o que eu estava fazendo ou deixei de fazer, tá? Da minha vida cuido eu. - disse tentando desconversar, mas mais cedo ou mais tarde ele contaria pra Greg o que havia ocorrido.
  - Você está com cheiro de sexo, e de perfume de rosas. - Greg disso sorrindo maroto, fazendo o pobre Niall corar. - Eu sabia. - riu.
  - Passei a noite com a mesmo e daí? Ela é minha namorada, qual o problema? Casais de namorados fazem isso direto!
  - Não estou reclamando, quem vai reclamar é o pai dela. - riu debochado novamente. - Niall, a é uma pessoa complicada e meio perturbada, você sabe disso, cara. - disse em um tom sério. - Se ela te ver abraçando uma prima, pode pensar que você está traindo ela com a prima e fazer uma loucura, ela é meio louca, sei lá.
  - E você é um cara irritante, que fica cuidando da namorada dos outros, quando, na verdade, era pra estar cuidado da sua esposa e do seu filho, e irem morar em outra casa, não acha não? - Niall disse sorrindo vitorioso fazendo Greg rolar os olhos. - Vou tomar meu banho. - disse andando em direção à escada. Subiu a mesma, entrou em seu quarto, tirou as roupas e foi para o banheiro.
  Entrou no boxe de vidro, ligou o chuveiro quente, e entrou debaixo do jato morno de água. Passou as mãos pelos seus cabelos permitindo a água molhá-los por completo. Sentiu seu corpo arrepiar ao lembrar da noite passada ao lado da namorada . Cada toque, cada beijo, cada carícia que ele se lembrava, soltava um sorriso bobo.

[...]

  Enquanto isso, estava em casa, acordada, arrumando seu quarto. Viu que na cama havia uma mancha de sangue, e se lembrou da dor insuportável que sentiu ao ser tocada por Niall, mas, quem liga pra dor, quando se sabe o motivo dela?
  Tomou um banho relaxante, vestiu um vestido solto, azul claro, com algumas flores nele. Passou seu perfume de rosas brancas que Niall tanto gostava e deixou seus cabelos loiros soltos.
  Sentou-se na cama e ficou recordando de cada detalhe da noite que tivera com o irlandês de lindos olhos azuis e voz grave que a conquistou com um simples sorriso.
  , de fato, não é uma pessoa muito bem da mente, é um pouco perturbada, mas Niall não liga pra isso. Ela sofre de depressão e tentava se suicidar desde quando sua mãe morreu, quando ela tinha nove anos apenas. Desde então, nunca mais falou com ninguém até Niall chegar na cidade e se aproximar dela. Eles se apaixonaram e começaram a namorar, mas Niall infelizmente não é o suficiente para que ela seja uma pessoa um pouco mais normal, no sentido de controlar a depressão.
  Sua mãe era a pessoa que ela mais amava na vida, e perdê-la brutalmente para um cara que nem a amava, foi o fim para .
  Ao se lembrar da mãe, deixou uma lágrima escapar. De repente bateu uma tristeza enorme nela, uma angústia, queria que a mãe fosse a primeira a saber da sua primeira vez com o rapaz que ela amava, queria dizer tudo o que estava sentindo mas não, não era possível. Sua mãe havia morrido há anos, e nem sequer se despediu.
   fechou a porta do quarto, pegou uma caneta azul e um caderno. Aquela seria uma carta de despedida pro pai, e a outra seria pro Niall, ela só tinha os dois na vida.
  Após escrever a carta do pai, dobrou o papel no meio e a guardou em um envelope branco, e atrás dele escrever: Papai.
  Respirou fundo e encarou seu caderno com as folhas limpas. Agora seria a hora de dar adeus ao Niall. O grande e único amor da sua vida.
  Pegou o caderno, e começou a escrever.

  Niall,
  Juro que não sei como começar essa carta, por mim ela jamais seria escrita. Mas infelizmente as coisas não saem como a gente gostaria, e eu sei que vou te fazer sofrer muito por muito tempo, com essa carta, talvez você nunca me perdoe por isso.
  Como você sabe, eu sinto falta da minha mãe. Sinto muito a falta dela, e quero vê-la novamente, viver com ela pelo resto da minha vida. Se você está lendo isso é porque eu me suicidei, e estou com a minha mãe agora, dando um abraço nela, o abraço que eu desejo há mais de dez anos, já que agora eu tenho - ou tinha - 19.
  Niall, eu amo você, amo com todas as minhas forças, mas infelizmente você não foi o suficiente para me fazer ficar aqui com você, espero que entenda. Não fique com raiva de mim, nem deixe de tocar a sua vida, não! Quero que conheça uma garota especial, se apaixone por ela, namore, case, forme uma família... Quando você achar essa garota, pode ter certeza de que eu estarei feliz, e se você tiver feliz com ela, eu também estarei, sua felicidade é a minha, seu sorriso é o meu, suas lágrimas são as minhas e meu coração é seu.
  Não vou te pedir para não chorar porque eu sei que dói, e dói mais em mim escrever essa carta do que em você, lendo-a.
  Espero ter feito você feliz nesses nove meses de namoro, assim como você me fez uma pessoa muito feliz, a mais feliz do mundo. Eu o amo, você sabe, sempre disse isso para você. E daqui de cima vou tentar contar todas as estrelas pra você, e quem sabe te dar uma de presente, Deus não vai se importar se eu te dar uma, é uma causa nobre, certo?
  Nesse momento estou chorando, sem forças para escrever, mas como não iremos mais nos falar, quero dizer mais uma coisa: eu serei eternamente sua, mesmo que você se entregue para outra, eu não deixarei de lhe amar, nem nessa nem em outras vidas, se você acredita ou não, fica a seu critério, nunca conversamos sobre isso mesmo...
  Eu amo você, Nialler. Meu Nialler.
  Com amor,
  .

  Após escrever a carta, repetiu o gesto que fez com a carta do pai, e no envelope escreveu: Niall Horan.
  Destrancou a porta do quarto em silêncio, pegou uma arma que tinha escondida na mesa de cabeceira, e apontou a mesma na própria cabeça. No mesmo momento, Niall chegou no quarto e se deparou com a pior cena possível.
  - ?!
  - Pegue a carta, Niall. - ela entregou a carta pra ele, que pegou sem reação e ela atirou, tirando sua própria vida.
  O rapaz estava incrédulo, sua garota havia se matado ali, naquele momento. Ele gritou por seu nome e foi até seu corpo caído.
  - VOLTA , NÃO ME DEIXE! - ele gritava chorando. Não ia adiantar, era só um corpo sem vida.

[...]

  Dez anos depois...
  Só depois de dez anos que Niall teve coragem de abrir a carta de . Nesse meio tempo ele conheceu uma outra garota, a Lindsay, uma linda ruiva francesa que havia perdido o noivo em um incêndio em Paris, onde ela morava.
  Casaram, tiveram um casal de gêmeos, Louis e . Niall quis de alguma forma ficar perto de quem o fez feliz pela primeira vez de alguma forma.
  Lindsay compreende Niall, eles são felizes hoje, e até os dias de hoje, Niall tenta contar as estrelas, mas sempre se perde em uma, tornando a teoria de Noelle de que é impossível contá-las verdade.

FIM



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