Giving Up On You

Escrito por Áurea Almeida | Revisado por Mariana

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  - , não. Deixe-me em paz! - A menina gritava, gesticulando imagens inexistentes no ar, deixando o momento mais tenso ainda. Ela jogava as mãos ao alto, como se pedisse paciência, já que se pedisse força, era capaz de matá-lo ali mesmo, em seu quarto.
  - Eu parar, ? Você tem noção do que estava fazendo? Tomando dois copos de whisky, que eu vi, em cima da mesinha do bar, com uma saia minúscula, deixando o Barman felicíssimo com a ótima visão periférica pela qual você estava proporcionando! E como se não bastasse, ainda estava puxando a blusa para cima, deixando metade do seu sutiã à mostra! Agora quem é que tem que parar mesmo?
   se jogou na cama, chorava desesperadamente agora. Sua maquiagem escorria pelas bochechas rosadas, deixando-as totalmente pretas. Seus olhos mantinham uma cor vermelha tão forte, que poderia ser por causa do choro e, também, pelas bebidas fortes que ingeriu durante a madrugada inteira. Ela estava cansada, queria que tudo aquilo não estivesse acontecendo, para poder ir tomar banho e ficar debaixo das cobertas, esquecendo-se de toda merda que sua vida era. Porém, uma raiva tremenda apoderou-se dela. A menina se levantou, correu até - que a encarava com os olhos passíveis, sem transmitir sequer um sentimento -, cerrou os punhos, e chocou-os nos ombros do homem.
  - Você não é a porra do meu namorado! Entenda isso: Você não é! Se eu quiser abrir as pernas pra qualquer um aí fora, eu abro! Você não manda em mim!
   segurou os punhos da menina, imobilizando-a. Ela fixou seus olhos nos dele e conseguiu perceber que as palavras usadas anteriormente não havia o abalado nem um pouco.
  Segurando o queixo da menina ao alto, ele analisou sua feição. Desde os cabelos, até sua boca. Ele amava aquele jeito descontrolado dela, porém, aquilo estava passando dos limites. Uma lágrima pôde ser vista escorrendo por suas bochechas. Beijou-a. Era um toque eletrizante, suas línguas se misturavam na maior velocidade. Os dois estavam nervosos, estavam cansados das brigas, discussões, intrigas. Estavam cansados deles mesmos. levou suas mãos ágeis até a barra da camiseta surrada de , sem separar suas bocas, ela conseguira tirar a peça de roupa e o rapaz sorriu entre o beijo. Enquanto se preocupava em lhe proporcionar prazer, fazendo movimentos em sua virilha, aproveitou para arrancar suspiros da menina, jogando todas suas peças de roupa para bem longe daquela mesa de escritório. Estavam na sala do proprietário daquela boate. Não sabiam como foram parar ali, não se lembravam mais da briga que tiveram, não se lembraram do porquê que tiveram a discussão. Naquele momento, a única coisa em que se importavam em fazer era em dar prazer um ao outro. Sempre foi assim. Para eles, não existia sexo romântico, ou como os apaixonados gostavam de dizer: não existia o tal de “fazer amor”. Porque, se for pensar, aquilo não dava prazer algum. Ele amava ter sua menina gemendo para ele, tanto quanto ela amava tê-lo pedindo para aumentar os movimentos porque não estava aguentando mais. E esse erotismo todo, com certeza, os casaizinhos apaixonados não tinham.
  - Você vai ter o melhor sexo da sua vida! – exclamou, levando a um quase orgasmo psicológico.
  Ela sorriu. Não um sorriso amigável, gentil. Um sorriso cheio de erotismo.
  - Então desconta toda essa raiva que você tem por mim, amorzinho.
  Aquela foi a gota d’água. arrancou a última peça que impossibilitava a penetração de nela, e ele perdeu o controle. Posicionando-a de um jeito que daria prazer para os dois, ele fez o movimento que os dois tanto esperavam. gemeu, contorcendo e pendendo a cabeça para trás. soltava algumas palavras sem sentido, mas em hora alguma deixava de penetrá-la. Porém, foi na hora em que tomou a posse – por assim dizer – do que estavam fazendo, que ele soltou um gemido forte e agudo. A menina havia sentado no chão, e puxado o garoto de apenas dezessete anos para baixo também. Pegou seu membro com delicadeza e, com movimentos leves, masturbava-o.
  - ...
  Ela amava tê-lo implorando. Ela deixava-o daquele jeito até sentir que o mesmo não aguentava mais. Depois de alguns minutos a mais de tortura, ela finalmente aumentou a velocidade dos movimentos. Entretanto, quando estava prestes a ter seu clímax, ela soltou. Foi para cima dele e sentou. Os dois, para abafar o gemido final, se beijaram. puxava os cabelos de , enquanto ela, por sua vez, arranhava as costas do garoto.
  - Eu te amo, . – Passaram-se alguns minutos até que os dois estivessem devidamente arrumados, apagando todos os vestígios de um momento inapropriado que tiveram. estava sentado na poltrona encarando a menina arrumar os cabelos no banheiro e saindo de lá pronta para ir para casa e fazer o que mais queria: dormir.
  - Eu também te amo, . – Ela disse. Eles eram aquele tipo de pessoas que tinham um relacionamento aberto. Eles falavam um ao outro que se amavam, mas ambos sabiam que era da boca para fora. Porém, naquela vez, por parte dele, não era.
  - Não, . Você não está entendendo. Eu realmente te amo.
   deu uma risadinha, imaginando que aquilo tudo não se passava de uma piadinha sem graça do garoto. Afinal, ele era o cara mais popular da escola, tinha todas as meninas quando queria, era óbvio que não iria se apaixonar. Ainda mais por ela: uma menina louca e desiquilibrada.
  - Para , eu não vou cair na sua piadinha.
  Quando o garoto ouviu a gargalhada irônica dela, ele a olhou friamente, transmitindo a ela o que ele realmente queria. se sentou e olhou dentro dos olhos de .
  - É sério? – Ele assentiu. – , você sabe que a gente nunca daria certo, não sabe? Eu sou temperamental, sou louca, ajo como se não houvesse o amanhã. Eu não sou uma princesinha, muito menos a garota com que você sempre sonhou: uma popular com peito e bunda grande que todos a desejam. Eu não sou líder de torcida. Eu tenho problemas, tá? Eu lido com crises de depressão e eu não aguentaria manter um relacionamento. Você pode ter todas as meninas do colégio. Aquele lugar está cheio de populares que quando você passa, só falta lamber o chão para você anda. Eu não sou perfeita, . Eu sei que não existe ninguém perfeito neste mundo, mas todo mundo tem aquela pessoa que você pode dizer “ela é perfeita pra mim”, porém, eu não sou essa pessoa para você. Eu sinto.
  Ela parou para ver a reação dele, mas tudo o que viu foi um olhar indescritível, que não transmitia nada. Ele era assim: incapaz de demonstrar seus sentimentos.
  - , porra, você é perfeita pra mim sim! Eu sinto isso. Eu te amo. Eu sei que eu posso ter quem eu quiser naquela merda de colégio, mas a única que eu quero é você, a garota que quase ninguém conhece e que sofre com crises de depressão. Eu sei que a sua vida não é a das mais fáceis, mas eu sempre soube que você pertencia a mim. Desde quando a gente começou a ter esse desastre que a gente tem. Eu não suporto isso. Eu não suporto te ter e ao mesmo tempo não. Eu preciso de você. E preciso agora.
  Ele caminhou até a garota. Puxou-a para cima pelos ombros e a segurou pelo queixo. As lágrimas brotaram-se no rosto dela, porém, as limpou.
  - Não, , eu não te amo assim. Não do jeito que você acha que amo. – O menino deu uma risada irônica e soltou-a com desprezo. Ainda rindo, ele limpou as lágrimas que estavam começando a se espalhar por seu rosto. E naquele momento, percebeu que era a primeira vez que o via chorar. – A gente pode continuar desse jeito que a gente tá e...
  - Não, ! Não! Se for para ser assim, que se foda a porra do meu sentimento. Eu estou desistindo de você, você foi a merda do meu primeiro amor e assim, do nada, você quebrou essa coisa imbecil que é o coração.
   ficou incapaz de dizer alguma coisa. Ela o amava, e o queria por perto. Mas não estava pronta para estabelecer um relacionamento. E pensava que ele não seria capaz de desistir dela assim, tão fácil. Porém, ela teve a certeza de que ele estava falando sério, assim que o mesmo abriu a porta e virou-se para trás, encarando-a:
  - Não vai dizer mais nada, certo? – Ele disse e esperou-a abrir a boca. Como só viu lágrimas e mais lágrimas espalhadas pelo rosto da garota, ele riu e se virou de novo. – Estou oficialmente desistindo de você.

FIM



Comentários da autora


  N/A: Poxa, felizmente eu consegui terminá-la. Quando eu vi o e-mail que era essa música que eu teria que fazer a SongFic, eu gelei. Eu não tinha ideia alguma para colocá-la no papel. E, hoje, faltando três dias pro prazo terminar, numa madrugada, eu consigo terminá-la! *O* Bom, eu abordei a música para o lado mais dramático. Não sei se irá agradar a todas, principalmente a que mandou esta música, porém, eu fiz o que pude para isso. Bem, é isso aí. Espero que vocês comentem, gostando ou não da fanfic. Beijos! :*