Girl In Luv
Escrito por Amanda Sanchez
Ver Wesley com a senhorita Nicole não foi fácil para mim, mas eu tentava ignorar. Ignorei os dois juntos indo comprar o almoço na hora do intervalo, ignorei os dois no corredor conversando animadamente, ignorei a falta de formalidade entre os dois, ignorei a forma de ele olhava para ela, só não consegui ignorar o fato da foto deles juntos no papel de parede no celular de Wesley. Ele poderia ser mais discreto ao checar as horas.
A uma semana atras era a nossa foto ali, era o meu sorriso que ele olhava ao checar as horas. Senti minha garganta se fechar, minha voz começou a embargar me impedindo de pedir para sair da sala, eu sabia que se abrisse a boca não iria conseguir controlar as lágrimas. Então preferi ficar quieta no meu lugar, tentando fingir que estava prestando atenção na matéria que ele explicava, tentando me distrair com os números e lembrando que antes de tudo ele era o meu professor de calculo e eu precisava de nota já que agora nossa relação era apenas de professor para aluna.
Eu preferi não encará-lo, anotei tudo que achei importante da explicação dele e quando Wesley encerrou a explicação se sentando em minha frente, me virei para o lado colocando meus fones prestando atenção na letra da musica e não na forma que ele me olhava a cada cinco minutos. Até que eu sinto uma mão me tocar, afim de chamar minha atenção e fazendo meu coração disparar. Meus olhos se encontraram com o deles, o vi engolir seco sem expressão alguma. Eu não vi tristeza em seus olhos, eu não vi alegria, eu não vi nenhuma emoção, me fazendo ter certeza de que eu fui só mais uma em sua vida. Era isso que mais me incomodava, a famosa frase que ele sempre dizia "eu não estaria fazendo isso se não quisesse algo sério", era mentira.
– Srt. eu vi que está faltando algumas atividades suas de semanas anteriores, eu preciso que você me entregue até semana que vem, tudo bem? – Wesley me encarou esperando alguma resposta. Assenti e voltei a colocar meus fones, abaixei a cabeça fingindo ver alguma coisa e interessante no celular, afim de cortar qualquer contato visual com ele. Consegui ouvi-lo suspirar pesadamente, chequei as horas vendo que faltavam dez minutos para o fim da aula, os mais longos da minha vida.
Meu celular vibrou anunciando uma nova mensagem: “Não saia da sala depois que bater o sinal. Precisamos conversar. Stromberg xx”
A decisão agora era: esperar ou não? Eu tinha 10 minutos para escolher entre ir e ficar, ouvi-lo ou deixar-lo se calar e eu tinha a noção de que se eu escolhesse a última opção, nossa história ia se calar juntos e era realmente o nosso fim. E para mim, era sufocante imaginar esse angústia por mais tempo, esse vazio essa sensação ruim ao pensar em um futuro sem ele, aceitar que ele foi apenas um capítulo na minha vida. Quando eu bloqueiei o celular, ignorando a mensagem e virando a cabeça fazendo o meu olhar se encontrar com o dele, foi como se uma energia me tocasse, alguma coisa que me sufocasse e eu sabia que essa coisa era o apego, o amor.
Eu não sabia se sentia falta das aventuras, das sensações que ele me causava e eu não digo isso apenas no sentido sexual, ele tinha a capacidade de me preencher como ninguém antes havia feito. E foi por causa disso que eu arrumei o meu material lentamente, enrolando até que eu fosse a única aluna presente naquele ambiente. Quando eu fechei o zíper da minha mochila a jogando em cima da mesa, eu fui obrigada a contar até dez para ter a coragem necessária de encarar uma coisa que eu passei a semana toda evitando, de bater de frente com essa angústia que se abrigava em meu peito.
Fechei meus olhos sentindo sua mão gelada tocar o meu rosto, percorrendo meu braço, até chegar na minha mão. Me virei encontrando o seu lindo par de olhos sem brilho e sem vida, assim como os meus. Ao contrário do que sempre senti ao encara-lo, dessa vez eu queria chorar, eu queria desabar, eu estava procurando forças para tentar me manter em pé, mesmo sentindo meu coração no chão.
– Você continua tão linda... – ele disse baixo, mais para si mesmo do que pra mim – eu não queria que nada fosse dessa forma, queria poder te ter pra mim.
– Você pode! – coloquei a minha mão sobre a sua. Wesley negou com a cabeça, respirando fundo, me deixando ainda mais angustiada.
Antes que ele pudesse falar algo eu o beijei, foi um beijo de saudade com um sabor de despedida, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa sobre o nosso futuro, eu queria ter a oportunidade de me despedir. Suas mãos agarraram a minha cintura me levando até a sua mesa, tudo oque tinha em cima dela foi ao chão no momento em que ele me deitou sobre ela. Eu não sabia oque estava fazendo, eu não pensei em nada quando senti sua boca percorrer o meu pescoço e suas mãos abrirem os botões do meu uniforme. Eu tentava de todas as formas segurar os gemidos que insistia em sair da minha boca quando os seus lábios se encontraram com os meus seios. Quando eu dei por mim, meu uniforme completo estava no chão, Wesley estava apenas com a sua box vermelha mostrando o seu membro ereto. Antes de qualquer penetração, nossos olhos se encontraram, e neles não tinha o desejo sexual, a vontade pela carne, eu sabia que pela primeira vez na minha vida eu iria fazer amor. E a cada entocada eu me sentia ainda mais preenchida, não só pelo prazer sexual, mas sim pelo prazer de se sentir amada. Eu não queria que aquele momento acabasse, porque a sensação que eu senti depois do orgasmos não foi satisfação, foi a velha saudade a velha angústia.
E quando eu dei por mim, eu já estava chorando, ali nua em seus braços. Eu chorava tão alto que por um momento eu pensei que alguém iria aparecer nos pegando em flagrante, mas Wesley parecia não se importar com isso enquanto sussurrava diversos pedidos de desculpas, mas nada acalmava o meu coração.
– Por que você mentiu pra mim? – perguntei entre soluços – por que você deixou tudo chegar a esse ponto? Você me deixou afundar, me deixou cair, me deu a pior rasteira que alguém poderia receber. Eu confiei, eu passei por cima de mim por você, eu enfrentei o mundo sem perceber que só estava fazendo papel de trouxa. Você sabia dos meus medos, você sabia das minhas insegurança e principalmente do meu medo de te perder. Você disse que iria escrever um livro comigo quando não estava desporto nem a escrever um capítulo. Eu perguntei: oque você quer? E quando você disse que era eu, deveria ter tido sequer a consciência do essa fala teria sobre mim. No fim, na primeira dificuldade você desistiu e quer saber? O erro foi meu, a culpa foi minha em mergulhar fundo num amor raso.
– Eu queria poder ficar com você, mas não é simples...
– A idade complicada? A distância complicada? O fato de você ser o meu professor complica? Sim, complica! Mas quer saber, eu passaria por tudo isso de cabeça erguida por você, porque pra mim você era o suficiente para eu enfrentar todas as dificuldades, mas pelo oque eu vi, eu não sou o suficiente para você.
– , não duvide do meu amor! Se eu estou fazendo é porque te amo, tanto ao ponte de deixa-la ser feliz... sem mim.
Eu não tinha forças para continuar naquilo, de insistir em algo que eu me machucava mais a cada segundo. Então depois de colocar minhas roupas, segui até a porta da sala sabendo de que tudo oque eu vivi estava acabado. Senti seus braços agarram o meu corpo, me prendendo contra a parede me fazendo arfar.
– Me segure firme antes de eu te beijar, antes que meu coração permite que você vá...
Segurei em seu rosto e beijei suas bochechas.
– Adeus, Stromberg.