Gigante de Ferro

Escrito por Emy Vasconcelos | Revisado por Laura Weiller

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Capítulo Único

  Meu nome é , tenho 17 anos e sou do interior de uma cidadezinha qualquer que você queira imaginar. Eu moro com meu tio Chad - um cara barrigudinho que vive a maior parte do tempo bêbado e irritado -, não sei qual é o verdadeiro paradeiro dos meus pais, apenas sei que meu tio foi legal e ficou comigo. Meu tio é dono de um ferro velho que era de seus pais e acho que são cerca de 2km² só de lataria reaproveitável. Nossa pequena casa fica nos fundos do local. Para podermos tomar conta de tudo, ao lado do nosso lar fica a cabaninha do nosso bravíssimo pastor alemão: . E bem, eu poderia começar a contar de qualquer parte da minha vidinha sem graça desde o momento em que eu vim pra cá e acordei naquele dia calorento de fevereiro, mas acho melhor começar do dia em que meu amigo deu seu primeiro defeito.
   era um robô.
  Mas não um robô normal, eu preferia chamá-lo de Gigante de Ferro; ele sabia o que acontecia ao seu redor. Se sentia triste quando sua gasolina chegava ao fim, ou feliz quando ganhava um estoque novinho de pregos.
  Eu encontrei no ferro velho. Ou eu devo dizer que ele me encontrou?

  Flashback On

  Quando o Sol ainda se levantava preguiçosamente no leste, sons que vinham de fora do meu quarto me acordaram de debaixo de minhas cobertas quentinhas. O barulho era insuportável, como se um vergalhão estivesse se arranhando em um pedaço de metal.
  - QUE BARULHEIRA É ESSA?! - Ouvi meu tio Chad gritar irritado. - acorda e vai lá fora ver o que é!
  Revirei os olhos, resmunguei alguma coisa como "já vou" e calcei minha pantufa. Enquanto prendia o cabelo vi uma sombra passar pela minha janela e algo bater no chão com um "BUM" bem alto.
  - Ai droga. - Falei preocupada.
  Nosso cachorro já latia como se não houvesse o amanhã.
  Terminei de me ajeitar e passei por um tio Chad incomodado assistindo TV com uma caneca de café fumegante quase trincada em suas mãos.
  - Resolva isso.
  - Tá tio.
  Assim que abri a porta de casa, quase fiquei cega com a claridade do Sol nascente. Andei até uns 15m de distância da frente da casa. De início eu não vi nada além das pilhas e mais pilhas de sucatas, até que uma geladeira passou voando por cima da minha cabeça e fazendo um "CRASH" no solo. "Mas o que é isso?" pensei assustada. Girei meu corpo para trás a tempo de ver uma carcaça de um carro velho vir na minha direção. Me joguei para o lado e o carro bateu no chão exatamente onde eu estava.
  - Ei! Que brincadeira é essa? - Falei. - Quer me matar?
  Mais uma vez o som de vergalhões no metal se deu por ouvido. Tapei os ouvidos com a mão, o barulho era horrível!
  - NÃO TEM GRAÇA. - Gritei por cima do som. - SE NÃO APARECER EU VOU LIGAR PARA A POLÍCIA, ISSO É INVASÃO DE PRIVACIDADE!
  Então ficou tudo silencioso, menos o que latia furioso.
  - Apareça! - Falei. - Vou contar até 3.
  Olhei para os lados e não via nada. Comecei a contar.
  -1...
  Escutei barulhos metálicos vindo de uma montanha de sucatas na minha direita.
  -2...
  Olhei para lá.
  -3.
  Uma criatura de ferro de 5 metros de altura surgiu.
  Meu queixo caiu.
  A coisa era imensa. Sua cor era uma mistura de cobre com ferro escuro. Vários parafusos faltando eram perceptíveis de sua perna esquerda; no crânio de ferro tinha um amasso razoável. Suas mãos de quatro dedos seguravam a metade de uma máquina de lavar e seus olhos de faróis amarelos me encaravam friamente.
  - O que... - minhas pernas bambearam enquanto meu cérebro processava lentamente a imagem na minha frente. - O-o q-q-ue é isso?
  Em resposta a coisa abriu a boca de ferro e rangiu os dentes (ou placas de metal) fazendo o barulho irritante de vergalhão. Tapei os ouvidos e gritei para ele parar. E ele parou. A coisa jogou a máquina que segurava para algum lugar atrás dele e saiu de detrás da pilha para caminhar até a minha frente, e sentar com as pernas cruzadas me olhando atentamente. Ainda assim ele tinha 3 metros de altura.
  Inclinei levemente a cabeça pro lado e o olhei mudando a expressão de pânico-assustada para pânico-curiosa. De onde isso veio? Quem construiu isso? Ou melhor, como ele chegou aqui? Então achei que era melhor colocar meus pensamentos para fora de minha boca ou eu iria entrar em combustão espontânea.
  - O que você está fazendo aqui? - Indaguei. A coisa apenas inclinou a cabeça para o lado, me imitando. Sem resposta.
  - De onde veio? - Cocei o queixo frustrada. Ele não respondeu, apenas imitou meu gesto coçando o queixo.
  - Você pode parar de me imitar? - Perguntei apontando de mim para ele. A coisa mexeu a boca e apontou de ele para mim, me copiando. - Argh!
  Bati o pé irritada. Ele colocou as mãos na barriga e fez um barulho estranho com a garganta. Ele estava rindo? Ah, qual é! Um robô de ferro rindo de mim? Isso é patético. A coisa parou de rir e me encarou.
  - Ok. - Respirei fundo. - Você, por gentileza poderia ir embora? Antes que meu tio tenha um ataque só de te ver. Sabe, não é normal ter um gigante de ferro no nosso quintal.
  Ele não moveu um ferrinho.
  - Certo, está se fazendo de difícil. - Murmurei pra mim mesma encarando os pés. Então desisti e levantei a voz e a cabeça para olhá-lo. - Qual o seu nome? Robocop? Optimus Prime?
  Eu ri pra mim mesma, esses são nomes de filmes. A coisa negou com a cabeça sem tirar os olhos de mim. Então ele levantou a mão e escreveu algo no chão com o dedo de meio metro. Com a outra mão ele fez um gesto para me aproximar e olhar. Hesitei. Não é sempre que um robô imenso aparece no seu ferro velho. Andei devagar e cautelosamente, vai que ele desse um pití e me acertasse? Como ele não me pareceu ameaçador, aproximei-me de onde ele havia escrito no chão.
  - Não entendo. - encarei-o. - Está faltando alguma coisa.
  Então a criatura se sobressaltou e percebeu o erro logo terminando de escrever as letras restantes. Olhei para o chão novamente.
  - - disse lentamente - ?
  Ele confirmou energicamente com a cabeça fazendo as dobradiças arranharem.
  - Bom , já que você não se mostrou tão destrutivo assim. - Cocei o nariz olhando pro carro que quase me matara. - Eu acho que podemos tentar bater um papo com o tio Chad.

  Flashback Off

  Meses haviam se passado após esse dia do encontro. Tio Chad quase teve um infarto quando viu , mas depois ele percebeu que o nosso “amiguinho” era uma ótima ferramenta.
  Ou seja, virou gindaste.
  Não literalmente falando, mas era muito bom em carregar coisas e sucatas grandes de um lado para o outro, sem contar que ele sabia muito bem separar pilhas de coisas reaproveitáveis e lixo, e em troca apenas pedia metal velho e alguns litros de gasolina pra forrar o estômago.
  Era supereconômico e não poluía o meio-ambiente como os tratores que geralmente usávamos aqui.
  Uma coisa que eu reparei logo de início, foi que o não sabia falar e isso era muito ruim para a comunicação. Eu só sabia quando ele estava irritado ou com alguma dobradiça enferrujada quando ele fazia aquele som horrível metálico com as placas de metal, que eu chamava de dentes. Então um dia quando eu estava assistindo Transformers junto com e eu tive a brilhante ideia de copiar o Bumblebee. Logo já estávamos caçando algum rádio com em nosso encalço cheirando os pés de o tempo todo. Assim que eu avistei um rádio vermelho com botões cinzas, eu peguei e pedi para se abaixar. Em vez disso ele apenas me pegou com sua mão imensa. Levei um susto com a reação imediata dele, mas eu já estava sendo levada para a parte detrás de sua cabeça, não podia mais voltar atrás. Não havia mais o amassado que tinha visto no primeiro dia, eu e tio Chad demos uma geral em . Nós limpamos ele, desamassamos algumas partes, trocamos algumas peças velhas, colocamos parafusos novos, em geral, ele ficou novinho em folha! Voltando minha atenção para a parte detrás da cabeça, enquanto segurava o rádio com uma mão a outra abria uma pequena saliência que havia ali. Antes eu não sabia o que era, mas descobri que aquele lugar era o ponto vital de . Era onde estava o “On” de verde, “Off” de vermelho e “Reset” de preto. Com muito cuidado, eu encaixei o rádiozinho no pequeno espaço que tinha entre os botões de vida/morte e algumas entradas de USB. Conectei os fios e apertei o “liga” do rádio. Nos primeiros segundos eu ouvia apenas um chiado irritante, logo o barulho parou e ficou mais alto quando saiu pela boca de . Cliquei no botão de mudar estação e começou tocar um música de Mikky Ekko, balançava levemente os pés. Era óbvio que ele estava feliz. Apertei o botão “aleatório” e começou a mudar as estações rapidamente. Fechei a tampa onde o rádio estava e pedi pra me descer. Assim que toquei o pé no chão, o olhei esperando se havia tido algum resultado. estava apenas com a boca aberta deixando o som sair. Seus olhos de faróis estavam vidrados em mim.
  - E então? - Falei.
  Ele fechou a boca e o som do rádio parou. Eu quase podia sentir as engrenagens trabalhando dentro dele. Ele abriu a boca de novo e ouvi um estalo, logo o rádio ligou.
  - HALLELUIAH! HALLELUIAH! - Um coro musical começou a tocar vindo da boca de . Ele começou a bater palmas e pular contente, fazendo o chão tremer. - HALLELUIAH!
  - , está funcionando! - Gritei feliz e comemorando junto com ele, enquanto latia abanando o rabo.
  Outro estalo saiu da boca de Jason e mudou a estação da rádio.
  - É óbvio Charlie, nós podemos fazer isso sempre que for ajudar nosso país ir adiante. - A voz de algum narrador foi ouvido. Depois outro estalo. – Ponto pro Eagles! É CAMPEÃAAO!

  Depois desse dia foi muito mais fácil me comunicar com . Nós sempre conversávamos enquanto eu e ele trabalhávamos no ferro velho. Cada dia mais ele melhorava as habilidades e era capaz de saber o que cada estação de rádio estava falando e trocava na hora, facilitando assim a conversa com palavras diferentes. Mas uma coisa que ele não me falava era “o que era ele”. Mesmo depois de tanto tempo juntos minha curiosidade nunca havia passado e ele não dizia de modo algum, isso chegava a ser irritante. E se ele fosse um alien? Ou um robô criado pela NASA que deu errado e pode estar nos espionando? Sei lá, eu sempre sentia que ele estava escondendo algo por trás daqueles olhos de faróis. Tirando isso, ele era um ótimo amigo.
  Mas nem tudo que parece ser perfeito é pra sempre.
  Depois de um tempo começou a “cansar” mais rápido. Ele pedia mais gasolina que o normal e de vez em quando ele pifava. E quando acontecia dele pifar, eu tinha que escalar nele e apertar o botão “On”. Tudo estava muito estranho, era como se ele estivesse com um vírus. E eu não podia simplesmente ligar para um técnico de eletrônicos e dizer: “Alô? Por favor, aqui tem um gigante de ferro que é meu amigo e ele está doente, o que eu posso fazer pra ele voltar ao normal?” Seria meio bizarro.
  Mas quando estava em perfeitas condições, ele sempre me levava em suas mãos, todos os fins das tardes para o seu lugar favorito: o Carvalho. Era o lugar mais lindo que eu havia visto. Era um penhasco que dava para uma floresta de pinheiros dentro de um vale imenso. E de onde nós podíamos ter toda a visão, tinha um único carvalho enorme e cheio de galhos que abrigavam diferentes tipos de aves e esquilos.
  Simplesmente um lugar encantador.
  Nesse dia, tudo estava piorando pro lado do pobre . E eu mal sabia.
   sentou e encostou as costas de metal no Carvalho. Comparando com o Carvalho, parecia um bonequinho. Ele me colocou no chão e ficamos vendo o Sol se pôr. Eu sentia que ele encarava minha nuca e fiquei me imaginando: “O que será que ele está pensando?”. Quando faltava uma pontinha para o Sol ir completamente, ouvi o famoso estalo da garganta de , “clic”.
  - Eu vou. Clic. Passearei. Clic. Flores Silvestres. - Ele se levantou e sumiu para algum canto com alguma música clássica saindo de sua boca. Apenas deixei que ele fosse, afinal, o que poderia acontecer?
  Ah, como eu estava errada!
  Quando pareceu que 10 minutos haviam se passado e o céu estava alaranjado, ainda não tinha voltado. Onde raios essa coisa estaria se metendo? Me levantei e comecei a seguir as pegadas nada discretas dele. O caminho que ele seguiu era meio íngrime, demorei algum tempo para perceber que ele fazia uma curva e ia direto para aquela floresta de pinheiros no vale que era vista do Carvalho. Quando comecei a entrar na floresta metade do céu estava ficando azul escuro. Isso realmente não ia dar certo. O estranho era que havia várias árvores destruídas por onde as pegadas de passavam, muitas delas pareciam ter sido derrubadas por garras muito afiadas. Eu estava ficando com medo e muito preocupada com meu gigante de ferro favorito. Quanto mais eu andava mais densa ia ficando a floresta e escura também, o rastro de destruíção era muito grande por onde quer que eu olhasse. Arrisquei a chamar uma ou duas vezes, mas tudo o que eu ouvia era apenas o barulho de metal arranhado vindo de todos os lados. Eu não sabia por onde ir mais, estava perdida numa floresta e quase com certeza, sozinha.
  Quando eu encostei em uma árvore para descansar e tentar retornar o caminho, ouvi dobradiças arranhando fazendo o ar tremer. Evidentemente era . Olhei por entre os pinheiros e eu estava certa, era de costas movendo os braços para cima e para baixo pesadamente perto de uma árvore.
  - ! - Chamei acenando. - Ei, aqui amigo de ferro. Eu estou te procurando faz um tempão!
  Ele parou de se mover e lentamente se virou para mim. Meu sangue gelou. A árvore estava destruída. E não era o mesmo , os olhos dele estavam diferentes. Eles estavam de uma tonalidade vermelha, e de uma maneira esquisita as sombras das árvores com a Lua nascente, faziam suas feições ficarem assustadoramente arrepiantes. Ele abriu a boca e fez “clic”. Uma música conhecida saiu por seus lábios metálicos.

  - Eu tenho a tendência de me tornar muito agressivo
  Então cuidado pois se eu fizer
  você vai precisar de um milagre.

  - , você está bem? - Perguntei nervosa, aquela música não estava soando bem.
  Ele se aproximou de mim lentamente, enquanto eu dava passos para trás me afastando.
  - Você me suga, e faz eu me perguntar porque estou aqui
  Essa dupla visão que eu via finalmente está clara

  Seus olhos cor de faróis amarelados voltaram ao normal por uns segundos.
  - Você quer ficar, mas sabe muito bem que quero que você vá
  Isso não combina com os passos que eu estou dando no chão

  - , o que é isso?
  Dei um passo para trás e tropecei em uma raiz, parou a alguns centímetros do meu corpo. Se ele quisesse poderia pisar em mim ali mesmo e me matar. Acho que realmente ninguém daria falta de mim. Só o , talvez, na verdade ele iria sentir fome, eu não estaria lá para dar sua janta.
  - Vai. Me mata. É isso o que você quer? - Falei o encarando, sentindo meus olhos marejarem. - Eu te ajudei esse tempo todo! Eu achava que você era meu amigo. - Quase sussurrei a última frase.
  Os olhos dele se tornaram vermelhos de novo e ele abriu a boca.
  - Quando fica frio lá fora e você não tem ninguém pra amar
  Você vai entender o que eu quero dizer
  Não há saida, nós vamos desistir
  E como uma menininha chora de medo do monstro
  Que habita seus sonhos

  - O que é isso tudo ? Não estou entendo!
  - O que você faz está bagunçando a minha cabeça
  Você já devia saber

  - Saber o que? - Uma lágrima desceu.
  - Isso mata?
  Isso queima?
  É doloroso aprender
  Que sou eu que tenho todo o controle
  Isso assusta?
  Isso dói?
  Quando você sente o que eu trago
  E você desejasse que me tivesse pra abraçar

  - Por favor. Eu não consigo. - Solucei.
  Seus olhos voltaram ao amarelado e me encararam, quase que desentendidos. Eu corajosamente me levantei e fiquei de frente para ele. levantou os olhos para a Lua e os faróis fraquejaram. Suas dobradiças ficaram moles e ele caiu perigosamente para trás. Por um segundo eu pensei que ele cairia sobre mim, mas logo corri por volta de seu corpo até parar ao lado de seu rosto. Ele olhou nos meus olhos, eu podia me ver refletida neles. Uma pequena garota frágil e assustada. Ele levantou uma mão e o dedo gigante passou por meus cabelos. Nesse momento, pela primeira vez eu senti que era mais que um amigo de ferro, ele tinha um “coração”. Mas ele estava com problemas.
  - ? - Chamei-o baixinho. - É a sua hora não é?
  - Tem alguém aí?
  Porque está cada vez mais difícil e difícil de respirar
  Tem alguém aí?
  Porque está cada vez mais difícil e difícil de respirar
  Difícil de respirar

  Ele afirmou com a cabeça levemente e fechou a boca. Acreditava eu, que aquela foi sua última vez aberta. Sua mão lentamente foi abaixando até pousar ao lado do corpo. Então seus olhos começaram a vazar um líquido escuro pelo canto de seus olhos. Ele estava chorando. Os faróis amarelos diminuiram a claridade até ficarem totalmente apagados. se foi.
  O gigante de ferro havia morrido, e não disse adeus.
  Me debrucei sobre seu peito e me permiti derramar em lágrimas.
  - , me perdoe se eu fiz algo que te ofendeu. Eu sinto muito, prefiria ser eu em seu lugar.
  Depois de chorar até não sair mais nada, me levantei tonta. Tristemente me despedi do meu amigo.
  - Adeus amigo de ferro. Eu te amo.
  Virei as costas e parti relutante daqui lugar solitáro e sombrio.
  Realmente eu não sei como encontrei o caminho de volta, eu mal conseguia pensar em nada a não ser na morte de . Meu corpo estava no automático. Logo eu me encontrava em meu ferro velho. Tio Chad fez milhares de perguntas e reclamações, mas quando soube do acontecido ele simplesmente se calou e foi beber com um mínimo de tristeza na carranca. No dia seguinte eu simplesmente não sabia o que fazer. Eu tinha passado a noite toda acordando e tendo os piores pesadelos possíveis. estava calado, eu não sei se ele sabia que havia algo errado, mas aparentemente sim. Quando estava perto do pôr-do-sol, o pastor alemão começou a latir e farejando o ar. Eu olhei para os lados na esperança de encontrar alguma coisa, mas foi em vão. continuava a latir como um doido. Eu soltei a coleira e deixei-o livre. Ele veio até minha perna e mordia minha calça jeans. estava me puxando para algum lugar longe dali. Quando eu fiz o que ele queria, comecei a segui-lo. Ele passou pelo portão de ferro velho e seguia pelo mesmo caminho que levava ao Carvalho. farejava cada pedra e latia para mim como se dissesse: “MAIS RÁPIDO HUMANA LERDA!”. Ele iniciou a correr e eu também. Quando ele parou, estávamos de baixo do Carvalho.
  - O que você quer aqui ? - Perguntei afagando seus pelos. Eles ofegava com a língua para fora.
  Olhei em volta. Mas havia algo errado. No chão tinha vários pedaços de metal espalhados. Eu cicurlei a árvore encontrando um radiozinho conhecido.
  O rádio vermelho de .
  Meu coração acelerou os batimentos freneticamente. O que isso significava? Alguém havia desmontado ? Corri de volta para , mas ele não estava mais lá. Ele estava um pouco adiante, farejando o que parecia um casulo de metal maior que eu. Cheguei perto de para ouvir ele latindo para o casulo. Isso era muito estranho. Virei o pesado casulo para ver se tinha algo dentro. Quando eu tinha acabado de desvirar, tapei a boca com as mãos abafando um grito.
  Dentro do casulo tinha um garoto mais velho que eu e estava semi-acordado. Usava vestes brancas e uma aparência angelical. Com muito cuidado eu o cutuquei e ele se mexeu levemente. Então ele abriu os olhos magnficamente verdes e me encarou, seus cabelos eram de um tom caramelado. Meu estômago deu um pequeno nó ao ver tamanha beleza.
  - Você está bem? - Perguntei com uma sensação estranha.
  O menino se levantou lentamente do casulo se mostrando mais alto que eu, mas tinha uma expressão confusa em seu rosto. Ele avaliou o local e depois olhou meu rosto, de repente ele se iluminou como se estivesse descoberto algo.
  - ? - Ele mexeu os lábios vermelhos e ouvi uma voz melodiosa saindo por eles.
  - V-você me conhece? - Perguntei assustada.
  Ele sorriu e me abraçou pegando-me de surpresa.
  - Claro! - Ele abriu o sorriso mais radiante ainda e disse pausadamente - Sou eu. O gigante de ferro. Seu amigo. Sou .

FIM



Comentários da autora


Nota da Autora:

Heey! E então? Que tal começar o ano com essa short, hein? Haha espero que gostem!
Na verdade essa é uma songfic atrasada, :x desculpem se não mandei no prazo. Mas eu melhorei o máximo que pude! Vocês acham que merece continução? Comenta se “sim” ou “não” que eu posso pensar em fazer uma continuação com nosso amigo de ferro...
See you soon em That Power e Diário de uma Cupcake.
xxEmy

Nota da Beta:

Bem, eu realmente não sou de comentar em fanfics, mas está merece um comentário. Eu realmente A-M-E-I a narrativa, o desenrolar da história, a personalidade da personagem e até os personagens secundários.
O tempo todo em que li ela me lembrou um filme ou desenho em que um menino tem um Robô Gigante em seu ferro velho, acho que se inspirou nisso né? E ficou muito boa a sua história, o final sinceramente me surpreendeu.
Eu imaginei que iria sair um mini robô ao invés de um garoto e sou super a favor de uma continuação e acho que a continuação pode ser uma outra short explicando como que esse menino-robô surgiu.
Parabéns Emy a cada dia que passa você está se desenvolvendo mais como escritora.
Foi um enorme privilégio e uma delícia betar sua fanfic. <3