Genie in a Bottle
Escrito por Annelise Stengel | Revisado por Pepper
- Mas o que é que você está tentando fazer?
- Esse negócio... não... sobe! - reclamou, bufando. apenas o encarava, um pouco chocada, vendo o esforço que o garoto fazia.
- Por que você não desiste então? - perguntou, percebendo as pessoas ao redor começando a encará-los de um jeito estranho.
- Nunca! - ele falou, num tom alto de voz, e apoiou os pés no chão com o corpo virado de frente para o apoio da cadeira onde há segundos estava sentado, começando a empurrar o braço da poltrona que o separava de com toda a força que tinha.
- , essa sala de cinema simplesmente não tem a opção de levantar o braço da cadeira, por que você não se aceita isso e se aquieta? - nem sabia como sua voz ainda estava controlada, porque ver o rosto vermelho do garoto por causa do esforço estava causando-lhe uma vontade intensa de rir.
- Não posso! É inaceitável que em pleno século XXI ainda tenham salas de cinema que não dá pra levantar o braço da cadeira! - ele parou um pouco de se esforçar para responder a ela, um pouco ofegante, e afastou o cabelo da testa que estava começando a ficar suada. - Inaceitável! - repetiu, como se ela ainda não houvesse entendido o ponto de vista dele.
- , chega. Por que é que você quer tanto que o maldito braço da cadeira se levante, afinal?!
- Porque eu quero te tocar. - a voz do garoto afinou-se um pouco na última palavra, fazendo-a soar pervertidamente mais alta que as outras. Novamente, as cabeças se viraram para eles e podia sentir seu rosto queimar.
- Styles! - ela praticamente rosnou, morrendo de vergonha. Segurou-o pela blusa e fez ele voltar ao seu assento. - É bom você calar a boca ou vou te dar um soco na cara e você vai passar o filme inteiro desmaiado. - levantou o punho e o ameaçou.
apenas rolou os olhos e se largou na poltrona ao lado dela, finalmente desistindo. Ficou com um bico enorme, e não resistiu e esticou a mão até alcançar uma das bochechas dele, apertando de leve.
- Vamos só assistir o filme, certo Gênio? - ela sorriu e ele soltou o ar, sorrindo também e concordando com a cabeça.
O filme durou o normal, e logo os créditos estavam passando na tela. e se entreolharam e ele esticou-se um pouco para depositar um beijo rápido nos lábios dela. Esperaram as pessoas que estavam desesperadas para ir ao banheiro saírem e se levantaram, seguindo a multidão.
- Ah, foi muito bom! - comentou, se espreguiçando. - Gostou?
- Meh. - disse apenas. - Até que foi bom, considerando que eu normalmente não o assistiria se tivesse escolha.
- Não seja tão chato! - ela resmungou, cruzando os braços. Era sempre assim.
- Certo certo. Vamos logo para seu segundo desejo. - disse, empurrando-a pelos corredores do shopping.
soltou-se dele e parou para pensar.
Aquela situação toda havia começado há alguns dias. e tinham estudado juntos por um tempo, e então aquela paixonite foi desenvolvida e depois de muita enrolação e empurrões dos amigos, começaram a namorar. Mas não era um namoro que parecia bom, visto que os dois ainda se tratava como amigos e insistiam em ter discussões bobas o tempo todo. Não sabia-se se era a personalidade conflitante dos dois ou se era apenas tensão, e foi mais ou menos nesse ponto que um amigo em comum sugeriu uma aposta.
Uma aposta boba, que venceu facilmente, tendo como prêmio ser seu "gênio da lâmpada" e obedecer a três desejos dela.
O que leva ao dia que estão passando juntos, cujo primeiro desejo de - ir ao cinema ver algum tipo de filme comédia-romântica chorosa - havia acabado de ser cumprido.
a encarava pensar no segundo pedido, um pouco apreensivo. O primeiro pedido havia sido ridiculamente normal, algo que ele poderia fazer a qualquer dia da semana, mas desconfiava que o segundo ia ser um pouco complicado e tentava preparar-se para o que a mente geniosa de sua nova namorado poderia estar mirabolando.
- AH! - Ela iluminou-se e sorriu largamente. encolheu-se ligeiramente. - Quero aqueles sorvetes gigantes da loja ali debaixo!
Sem esperar a resposta dele, pegou na mão do namorado e praticamente correu em direção à escada rolante. Arrastado, tentava entender o que ela estava fazendo pedindo coisas tão idiotas e simples assim. Chegaram na loja e ela pediu o famoso sorvete da cidade, que era artisticamente montado e servido. Era mais caro que os sorvetes normais, mas não teria se importado em pagá-lo para ela caso ela quisesse em qualquer outro dia normal.
Resolveu não falar nada e sentaram-se pra comer, já que sendo gigante, o sorvete não poderia ser comido apenas por .
- Waaaaaaaaah, esse sabor é incrível! Sinto unicórnios sambando em minha boca! - exclamou, seus olhos brilhando de felicidade. riu.
- Será que não seria o cocô arco-íris deles que estão explodindo e você achando que é samba? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha, e fez cara de nojo.
- Seu idiota! Não acredito que disse isso! Que nojooooo! - ela fechou os olhos e pôs a língua pra fora. - Estragou toda a magia!
- Claro que não, eu deixei os unicórnios serem unicórnios. Isso mantém a magia não?
- Você é um idiota! - ela fechou a cara, continuando a comer o sorvete em silêncio.
sorriu de lado, mas se sentia um pouco culpado. Não poderia falar algo que a faria sorrir mais ao invés de fechar a cara?
Terminaram o sorvete em silêncio, os dois sentindo um clima estranho. Talvez então aquele namoro não fosse certo. Talvez eles tivessem projetado seus sentimentos em cima do que seus amigos falavam e sugeriam, e aquilo não exatamente refletia o que eles realmente sentiam. Os dois acabavam brigando tanto ou estragando o clima que era provável que suas personalidades não coincidissem. Eles poderiam ser bons amigos. E seriam apenas isso.
Andaram para fora do shopping ainda em silêncio, estava quase escurecendo. queria que segurasse sua mão, mas apenas andavam lado a lado.
- Muito bem. - ele falou, depois de pigarrear quebrando o silêncio. o olhou. - Qual seu último pedido, ama?
olhou-a com firmeza, pronto para fazer aquilo dar certo. Estava preparado para comprar uma passagem para a França caso ela dissesse que gostaria de jantar na Torre Eiffel, faria qualquer coisa.
pensou bastante. Muitas coisas passaram pela sua cabeça. Mas sorriu e manteve o plano original. Ela já sabia tudo o que queria fazer naquele dia. Apontou para uma parte da pequena cidade.
- Vamos ver o pôr-do-sol ali? Mas temos que correr! - pediu, gastando seu último desejo em outra coisa que para era extremamente dispensável. Haveria muitos outros pôres-de-sol que poderiam ver juntos em qualquer outro dia. Por que sua namorada estava gastando seus esplêndidos três desejos com coisas tão triviais e comuns?
Correu, mesmo assim, já que não tinha escolha, e depois de alguns minutos chegaram ofegantes ao topo da colina que ela havia apontado mais cedo. O céu ainda estava alaranjado, com resquícios de luz brilhando por entre a cidade e tocando suas faces. olhou a garota que sorria observando a paisagem, e percebeu o quanto ela era bonita. Não aquela bonita de capa de revista de moda, mas a garota normal mais bonita que ele já tinha visto em toda sua vida. Estendeu sua mão até alcançar a dela, entrelaçando seus dedos. surpreendeu-se com o toque, mas seu sorriso alargou-se. Os dois aproximaram-se e ficaram com os ombros juntos, dedos enroscados, até que a noite caiu e eles puderam avistar a primeira estrela do céu.
Com a noite, veio o frio, por isso eles decidiram não se demorar ali antes que algum deles ficasse resfriado. Começaram a descer a colina, com calma agora, mas tinha seus pensamentos a mil. Acabaram os desejos. Acabaram os três malditos desejos que tinha ganhado naquela aposta idiota, e nem sair da cidade eles saíram.
não conseguia compreender. Ele, desde que a aposta tinha sido sugerida, já tinha em mente alguns desejos mirabolantes, ou que fossem pelo menos divertidos e fora do comum. Não aquelas coisas simples que qualquer encontro com a garota resolveria.
- O que foi? - a voz dela surgiu e ele percebeu que estava pensando tanto naquilo que estava começando a ranger os dentes. Isso não era bom.
- Estou pensando.
- Eu sei, eu percebi. É por isso que estou preocupada.
- Engraçadinha. - ele rolou os olhos, pensando como poderia contornar a questão pra que não causasse uma briga.
Andaram mais alguns passos em silêncio, e a voz dela voltou a soar, e ele pôde ouvir o sorriso nela.
- Está pensando sobre meus pedidos bobos? - além do sorriso, havia diversão em sua voz. fechou a cara e parou de andar.
- Sim, estou! - ia respirar fundo, mas vê-la sorrindo daquele jeito parecia que estava se divertindo às custas dele e aquilo o irritou. - Por que coisas tão triviais? Por que não usou bem seus pedidos? Eles parecem desperdícios! Você tinha três e um deles você usou pra comprar sorvete ! Que tipo de pessoa faria isso? - falava com os braços, e ela apenas ouvia. - Eu compraria um sorvete pra você sempre que você quisesse! Eu estava pronto pra fazer qualquer coisa impossível pra você e você me pede essas coisas tão bobas?! O que você tinha na cabeça?!
- Simples. - ela falou, ainda sorrindo apesar de ele estar quase gritando no meio da rua. Sua voz era tão calma que desconcertou por alguns instantes. - Eu queria você ouvir isso.
Ele estava tão chocado que por segundos não disse mais nada, as mãos ainda pairando no ar, os olhos fixos no sorriso dela. não se importou com a reação dele, aproximando-se um pouco e passando a mão no cabelo dele.
- Queria ouvir você dizer que faria qualquer coisa por mim. Qualquer coisa que eu quisesse. Ver você falando com tanta raiva parece que é verdade. - ela disse, e recuperou-se começando a irritar-se novamente, mas ela não deixou que ele reagisse, continuando: - Eu não me importaria se fôssemos jantar em Paris, ou se você me levasse para um hotel chique para um grande jantar. Eu ia gostar tanto quanto esse dia que passamos juntos, talvez até um pouco menos. Ter você perto de mim, poder passar um dia divertido ao seu lado fazendo coisas que gosto, mesmo que sejam as mais triviais e bobas, é a melhor coisa que eu poderia desejar, . - sorriu e ele finalmente acalmou-se, ouvindo. Mordeu o lábio inferior, observando aquela garota que era tão linda e tão incrível.
- É sério? Mesmo eu sendo um babaca às vezes e brigando com você por coisas bobas?
- Acho que não teria como ser 100% perfeito, teria? Eu não ligo pra isso. E não ligo se às vezes não parece certo. Porque quando você segura a mão na minha, eu tenho certeza que é com você que eu quero estar, e que é o lugar certo pra eu estar.
Eles se entreolharam por um tempo, a noite fria envolvendo-os, então finalmente reagiu puxando para bem perto dele, tão perto que seus lábios se encontraram num beijo quente e carinhoso.
O beijo durou alguns minutos, mas uma rajada de vento obrigou-os a se separarem. Olhos nos olhos, sorrisos fracos com lábios vermelhos, corações batendo rápido. percebeu os braços arrepiados de frio de .
- É melhor irmos logo para casa antes que você fique resfriada.
- Tudo bem. Vamos. - ela estendeu a mão com um sorriso e ele a segurou com prazer, trazendo-a para perto para que não ficasse tão gelada.
Andaram um tempo em silêncio, mas não pôde conter o sorriso enquanto seus passos tocavam o chão, e esticou-se para alcançar a bochecha de , depositando outro beijo rápido na bochecha do namorado.
- Obrigada por ter me dado esse dia. Você é um gênio muito melhor que os outros, realizando quatro desejos ao invés de só três. - ela piscou e sorriu.
Para Beezus, minha amiga secreta!
Ficou bastante simples, por isso me desculpe! Não ficou muito longa também. Mas acabou sendo um mês muito corrido pra mim e eu não consegui desenvolver muita coisa, por isso espero que tenha gostado. Fiz com muito carinho xD
Se alguém mais leu, muito obrigada pelo tempinho passado com a história! Espero que tenham aproveitado ♥
Não falarei muito hoje porque estou morrendo de frio! risos
Até a próxima!
xx ~ Anne