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#021 Temporada

Rewrite the stars
Zac Efron & Zendaya



Gemini – What If...?

Escrita por Let | Revisada por Songfics

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  Alguns anos antes...

  “Chris?” A pequena chamava pelo amigo loiro, que estava brincando com algumas coisas do quarto dela, banhado pela luz da lua branca e gigante que pairava naquele céu noturno. “O que está fazendo?”
  “Ah, , brincando de astronauta!” O garoto, que estava vestindo na cabeça uma espécie de aquário de plástico, lembrando um capacete branco na brincadeira que fazia, embora as roupas não fossem exatamente um macacão branco rico em gases que ajudavam na gravidade do espaço. “O que foi?”
  Só naquele momento o pequeno Chris encarava a amiga, que tinha uma crise de risos incontrolável por conta da aparência engraçada que o menino apresentava, um tanto confuso.
  “Nada, Chris.” A garotinha de cinco anos desconversou, escondendo sua vergonha ao admirar o garotinho, seu amigo, porém bonito. “É que você combina com essas coisas.”
  “Que coisas?”
  “Essa coisa toda de atuar e brincar de coisas que a gente sabe ser impossível de se tornar.” A menina, um tanto nervosa, no bom sentido, disparou em responder, como se não tivesse fôlego para tal, deixando o amigo boquiaberto, e indignado, também.
  “, você não devia falar assim.” Aquilo foi o estopim para o mini Evans, que continuou sua discórdia. “Nada é impossível se você acreditar.”
  “Como pode ter tanta certeza disso, Christopher?”
  “Sei lá.” O pequeno deu de ombros. “Meu pai vive falando isso para mim, pelo menos toda vez que eu falo que não consigo estudar direito.”
  A amiga ponderou por uns breves minutos, pensando naquelas palavras do pai de seu amigo, que àquele instante parecia a voz da sabedoria clamando em seus ouvidos, implorando por atenção, e ser ouvida ao mesmo tempo. Coisa que fez se calar, sem saber o que dizer diante daquilo. Exceto por uma coisa.
  “E se pudéssemos reescrever as estrelas, Chris?”
  O garoto franziu o cenho, confuso mais uma vez, porém por um motivo desconhecido até então.
  “Não vou dizer que isso seria impossível, mas eu adoraria tentar.”
  E aquelas foram as últimas palavras que Norah escutou, antes da jornada que passou por todos esses anos.

  Agora.

  Christopher Robert Evans, trinta e oito anos, loiro, de ascendência irlandesa, britânica, alemã e italiana, irmão de duas mulheres e mais um homem, e agora, cobiçado por toda a Hollywood. Estava exercendo seu ofício de atuação, no novo filme que estrelaria com sua melhor amiga de infância, embora ainda não tivesse essa informação oficialmente.
  Ao terminar uma gravação de várias das cenas pertencentes ao novo longa, se deparou com um texto onde se assemelhava ao livro que seu pai, Bob, lia para si quando era mais novo, trazendo recordações que nem ele mesmo lembrava que possuía.
  “A constelação de gêmeos é uma das mais importante de todas. Ela não possui nenhuma fisionomia fascinante ou fabulosamente curiosa. Pelo contrário; parece uma espécie de U gigante e não tão curvilíneo, ou reto, como as outras constelações costumam ser, mas ela possui duas magníficas estrelas brilhantes que se destacam, dando o condão de ajudá-la em sua localização no vasto universo: Castor (também conhecida como “Alfa”) e Pólux (que pode ser chamada de “Beta”, seu nome mais conhecido), saindo a partir do cinturão de Órion e passando por Betelgeuse. Mas é claro que essa não é a única forma de encontrá-la. Traçando uma linha a partir da aglomeração das chamadas Plêiades até a estrela mais brilhante da constelação de Leo, Regulus. Fazendo essa projeção, essa linha imaginária consequentemente estará relativamente próxima a Eclíptica que cruza, quase no meio, a constelação em comento. Infelizmente, essa não é a constelação mais bonita. Pelo menos na maioria das considerações já existentes. Órion é quem possui esse posto, além de sua formação ser a mais conhecida de todas.”
  Aquelas eram palavras ditas pelo mais velho que desenhava com os dedos, bem rente a visão noturna que possuía naquele instante, e àquela noite fazia o menino abrir a boca tão descrente com a capacidade de compreender as entrelinhas. O pequeno Evans, com seus dez anos de idade, que estava de bruços ao lado do pai, cujo lia a pesquisa no livro de astronomia em voz alta, só conseguia coçar o olho, mesmo curioso para entender melhor o motivo de todas as observações, realizadas pela luneta que ficava próxima a janela do quarto do pequeno, a cada noite, especialmente quando filho estava prestes a dormir.
  “Papai, posso fazer uma pergunta?”
  “Claro, meu pequeno astronauta.” A criança era mesmo fissurada na galáxia. Talvez porque se lembrasse de sua amiga, que vinha todas as noites em sua casa, até três anos atrás.
  “É possível reescrever as estrelas?”
  O mais velho ponderou por aquela pergunta tão repentina, não acreditando na exímia dúvida de seu filho. Tão pequeno, mas tão esperto.
  “Você ainda é novo para entender isso, mas, de certa forma, é sim.” Chris, recebendo aquela resposta, apenas sorriu e fechou os olhos, dormindo logo em seguida.
  Evans sorriu involuntariamente com as doces lembranças, de quando possuía dez anos de idade. Aquele manuscrito mexeu com os seus sentidos, que o fez abandonar o set assim que anunciaram o fim das gravações daquele dia.
  Tudo o que precisava era de uma boa dose de cafeína e ar puro.

(...)

  Chris não imaginava que aquela simples saída ocasionasse o verdadeiro caos, de fãs e de pessoas comuns que o rondavam a cada passo dado nas ruas de Los Angeles, mesmo sendo final de tarde. Aproveitava para respirar o puro ar que precisava, acalmando os sentidos que pareciam rápidos e impacientes, ao observar o movimento leve que o bairro o proporcionava. O que ele não esperava mesmo era que, depois de tantos anos sem vê-la, acabou se esbarrando na pessoa que habitava seus sonhos desde quando era criança.
  ─ Me desculpe. ─ apressou-se, segurando o corpo frágil de uma mulher, que talvez ele ainda não reconhecesse caso continue sem olhar para cima. ─ Eu estava-
  ─ Chris? ─ a voz, agora mudada com o tempo, o chamou, como fazia quando eram crianças, embora não se lembrasse disso.
  ─ ... ─ incerto, arriscou-se em chamar pelo único nome, sem ser o de suas irmãs ou de sua mãe, que vinha à tona. ─ ?
  Semicerrou os olhos, tentando não transparecer o nervosismo que começava a dar seus sinais claros, o deixando atônito.
  ─ Finalmente te encontrei, meu astronauta. ─ acabando com suas dúvidas, ela correspondeu o que ansiava em saber. ─ Há quanto tempo.
  ─ Digo o mesmo. ─ cordialmente, a respondeu, logo se lembrando do que estava prestes a fazer. ─ Eu estava indo para a Starbucks, está a fim?
  ─ Claro, por que não? ─ e assim, a mulher o acompanhou, contendo um sorriso misturado de surpresa com admiração, que fazia seu coração pulsar intensamente e seu corpo sentir sensações diferentes, como nunca ocorrera antes. Não demoraram muito, e adentraram ao estabelecimento, chegando no local de realizar os pedidos e aguardando serem chamados após efetuado o devido pagamento, tornando este meio tempo bastante acolhedor e suficiente para que começassem a jogar em pratos limpos. Como ocorrera o sumiço repentino de bem como a falta de notícias que ocasionaram uma grande ansiedade de Evans a cada filme realizado, mais ainda quando teve a oportunidade aproveitada em interpretar um dos maiores vingadores da história da Marvel e intensificando cada vez mais a ausência da presença feminina a sua frente, anos depois.
  Evans sentou-se com a amiga, agora portando cabelos avermelhados, revelando um contraste interessante em ambos, para qualquer cliente do local naquele instante, observando as feições maduras e novas, além de demasiado atraente olhar escuro que lembrava um grafite de uma lapiseira, herdado da mãe. As mãos, com as unhas pintadas de preto, portando alguns anéis, pousavam estaticamente em cima da mesa onde se sentavam, denunciando a delicadeza que nunca saiu de si. A mulher percebeu que o amigo a analisava intensamente, ocasionando ainda mais aquelas sensações de outrora. ─ Chris, você está bem?
  O loiro, pego no flagra, disfarçou de forma genérica, dando leves risadas de nervoso.
  ─ Sim, é claro. ─ mesmo sendo um indivíduo de gêmeos, se controlou de forma surpreendente, pois não conseguiria mesmo falar o que começava a sentir naquele momento. Era uma mistura de emoções que ele não sentia há anos, mesmo tendo se relacionado seriamente com duas mulheres, na tentativa de suprir aquilo que lhe faltava. ─ Só estava lembrando da última noite que nos vimos. Éramos crianças, certo?
  A mulher de cabelos avermelhados ganhou uma nova tonalidade no rosto, denunciando que sabia exatamente ao que Chris se referia.
  ─ Sempre me surpreendendo, Chris. É claro que sim. ─ como forma de dissipar aquele rubor nas bochechas, responde, suspirando em alívio ao saber que aquilo os acalmava. ─ Eu me lembro daquela noite. Foi quando te vi com aquela roupa que lhe caía perfeitamente como uma luva.
  ─ Acredita que eu tive que dormir com aquele macacão branco naquela noite?
  ─ Imagino a cena. Parece adorável, Christopher. ─ ela riu em divertimento, tornando a companhia de Chris cada vez mais confortável, desde sua aparição repentina. ─ Mas eu tive que embora da cidade no dia seguinte.
  Touché. Esse era o ponto que o loiro ansiava em saber, há muitos anos.
  ─ Sou todo ouvidos, . ─ como indício e um empurrãozinho, Chris a chamou pelo apelido de infância, para que ela tomasse a dose de coragem que precisava para lhe contar exatamente o que aconteceu.
  ─ Bom, se prepare, porque você terá a sensação de assistir um filme assim que eu contar. ─ e dizendo isso, começou a contar tudo o que havia ocorrido desde o primeiro dia em que deixou de ver o amigo.
  Como ocorre em todo clichê, a garotinha foi forçada pelo pai a nunca mais vê-lo em toda a sua vida, pois, segundo o mais velho, de forma inesperada e sem muitas explicações, acreditava que ele a atrapalhava em seus trajetos, sonhando com a filha estudando em um internato, ir para a faculdade de medicina e assim, ser uma mulher de família.
  Naquela noite havia acabado de chegar da casa do amigo de maneira forçada pelo pai, que estava com a cara de poucos amigos.
  “Mas mamãe, por que o papai não quer mais que eu veja o Chris?”
  “Minha estrelinha”, Sarah, a mãe dela, respirou fundo para responder a pequena da melhor forma possível. “, seu pai só quer o seu bem. Seja uma boa filha e o obedeça.”
  A pequena, inconformada, porém obediente, se sacrificou, e apenas a abraçou, se contentando com aquela resposta por ora. Crianças... tão inocentes. 
  “Sarah” a mulher escutou a voz masculina a chamando, como se algo estivesse errado. Aliás, a matriarca da família desconfiava veemente das atitudes do marido, que não era só daquela época em si. “, estou faminto. O que fizeste de bom?”
  Era somente para isso que ela servia: literalmente servir, dar e receber prazer para ele, nos momentos apropriados.
  “Jonathan, estou indo, querido.” Limitou-se a dar aquilo como resposta, já que ainda estava com a filha, que estava prestes a dormir no sofá, momentaneamente. “Fique aqui, , vou servir o jantar para o seu pai.”
  E do jeito que estava, continuou ali, fingindo que dormia apenas para se atentar as conversações ao seu redor.
   era uma mocinha esperta, já percebendo que no dia seguinte, do nada, seu pai resolvera mudar-se de casa de uma hora para outra, levando a esposa e ela para outra cidade, longe de Boston.
  O resumo de sua nova vida em Connecticut era inesperado. não era mais a mesma. Foi intocada para um internato, vivendo pelos cantos da escola chorando de saudades do melhor amigo que forçadamente a tiraram do lado dele, não falando com ninguém e se concentrava apenas nos estudos e nas boas maneiras que lhe serviram por todos esses anos, resultando-se em ficar horas trancafiada no seu novo quarto. Seu pai agora era um executivo renomado, e sua mãe continuava em casa, também, sendo a boa esposa que era, para Jonathan. Esposa essa que merecia muito mais do que aquele patife como marido.
  Nos fins de semana voltava à casa que chamava de lar, encontrando cada vez mais seus pais completamente estranhos.
  “Sarah, estou faminto!”
  “Ah, querido, me desculpe.” A esposa dizia enquanto terminava de mexer nas panelas do fogão, e abrindo o forno já com a carne prontamente assada e posta para ser devorada em questão de minutos. “O jantar está servido.”
  “Maravilha...” a filha, que estava descendo as escadas de casa, faminta, comentava enquanto esfregava as mãos em empolgação.
  “Ah-ah-ah...” a mãe a repreende pelo gesto realizado, questionando a garota que dava passos retrocessos a cada ‘ah’. “você lavou as mãos?”
  “Sim, mamãe. Acabei de enxugá-las na toalha do banheiro, mamãe.” A garota sorri em resposta, já se sentando na mesa, pronta para realizar a refeição.
  E assim foi crescendo, se desenvolvendo e de repente se soltando na escola, envolvendo-se em projetos sociais e participando do grupo das líderes de torcida, como forma de se vingar do próprio pai, sem deixar a classe e a elegância de lado. Conheceu amigos, acabou se apaixonando por um rapaz que lembrava o seu melhor amigo de infância, tiveram um relacionamento que no início parecia um mar de flores brancas e suaves, mas que terminou em um desastre total. O homem fora apresentado para a família da garota, a qual o pai amava aquele rapaz, de forma incondicional, o que foi um completo tormento para , pois seu pai fazia questão de que se casassem o quanto antes.
  “ Norah , não me desobedeça.” O homem fazia questão de chamar a filha pelo nome inteiro, quando contrariado. “Você vai se casar com ele, sim senhora.”
  “Mas, pai. Eu não me sinto preparada para isso.” 
  “Não importa.” Como teimosia era seu nome do meio, Jonathan insistia na mesma tecla com a filha. “Faça o que eu sempre digo, mas não faça o que eu faço.”
  Não tendo mais forças para debater, se viu obrigada em obedecê-lo, sem mais pestanejar.

  Meses depois, realizou a cerimônia de casamento com o mesmo rapaz, que se apaixonou ainda no período escolar, o qual a ajudava nas defesas contra os ataques sofridos de bullying, e a enturmava com as líderes de torcida, mas ninguém era perfeito. O rapaz não aceitava o fim do término e a perseguia por todos os lados, até na faculdade de medicina em Harvard, onde cursou por longos 6 anos. Agora, casados, o estopim foi a briga feia que tiveram, que acabou envolvendo até a própria polícia.
  “Jason, saia daqui.” De forma educada, a cirurgiã o expulsava de seu ofício, contendo toda a sua fúria contida de anos de relacionamento, quando flagrou se esfregando em uma de suas colegas de profissão, no almoxarifado. Ela desconfiava desde o primeiro olhar lançado dele para ela, mas decidiu guardar para si. E então, quando ela discutiu feio quanto aquela lembrança que teve em sua residência, acabou explodindo, fugindo para o hospital, fazendo parte da primeira cirurgia que tivesse naquela hora. Jason contou os dedos como dois mais dois fizessem sentido e a encontrou ali, causando aquele transtorno todo. “Estou no meio de uma operação!”
  “Não, , você vai me escutar” o rapaz não fazia questão de manter a classe em plena ala cirúrgica, onde os batimentos cardíacos denunciavam um possível colapso que a paciente, uma jovem de 28 anos com um tumor no cérebro, exibia na máquina, preocupando todos ali presentes, menos ele mesmo. “, nem que eu espere sentado do outro lado.”
  A médica, por fim, suspirou de cansaço, acatando, uma última vez, a decisão dele em sua vida.
  Depois de horas em pé fazendo a delicada cirurgia, resolveu acabar com essa questão de uma vez por todas.
  “Jason, por favor. Me entenda.” Se é que seja possível, pensou, por estar esgotada. De tudo, todas aquelas barbaridades sofridas pelo até então marido, escolhido a dedo pelo próprio pai, e consequentemente sua mãe, que não tinha escolhas. “Eu não suporto mais ver você e seus ataques de ciúmes!”
  “Quer dizer, então, que eu sou o culpado por tudo isso... bom saber”. O homem, covardemente, comenta, causando um constrangimento maior dentro da pequena sala da médica. “Pois de agora em diante, vou dar motivos maiores para que eu acredite nisso”.
  “O que pretende- NÃO! ME SOLTA, PÁRA... PÁRA, JASON!” conforme a médica gritava, e pela sala, milagrosamente, não ser a prova de som, os sons agudos poderiam ser escutados da primeira sala do quinto andar do hospital onde se encontravam vários especialistas de plantão, preocupando-os de uma maneira que fosse necessária a intervenção de terceiros naquela situação. “SOCORRO! SOCORRO!”
  “MAS O QUE É QUE ESTÁ HAVENDO AQUI?” como um anjo, a diretora do hospital chega a tempo de flagrar o covarde agredindo a médica, mesmo sendo sua esposa, entendendo tudo com o olhar de análise que dava naquela cena. “Rapaz, é melhor sair daqui.”
  “O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, HELLEN?” O brutamontes, como se tivesse em posse de uma propriedade, berrava a plenos pulmões com ameaças. “ É MINHA ESPOSA, e NINGUÉM VAI TIRÁ-LA DE MIM. Ouviu? NIN-GUÉM.”
  “Hellen, por favor, me ajuda”. olhou para sua diretora, com um olhar de súplica em meio as lágrimas, apavorada pelas atitudes do – então – marido, ainda que desconfiasse que um dia ou outro isso aconteceria. Mas não imaginava que seria tão cedo assim.
  “Eu já chamei a polícia, , não se preocupe”. A elegante senhora a tranquilizava, já que a mulher estava em transe devido os acontecimentos anteriores e tentava aos poucos voltar ao normal. Sua ansiedade ameaçava dar indícios naquele instante, piorando mais ainda a situação presente.
  Há quanto tempo isso não acontecia?
  “Tudo o que terá de fazer, como parte da burocracia judicial, é prestar um depoimento para a polícia e assim, ver aquele infeliz do seu ex-companheiro finalmente preso.” Como voz da experiência, Hellen a aconselhava os próximos passos que seriam dados pela jovem, que já se acalmava novamente.
  “Certo, obrigada, Hellen.” E como agradecimento, ambas se abraçaram ao ver que os policiais algemavam Jason Murdock, como forma de punição temporária.
  Levou muito tempo até o julgamento de Murdock, por todos os anos de perseguição e, o estopim, a agressão na ex-mulher, em seu local de trabalho, por conta da porcaria de um machismo que persistia em toda a sociedade, mas ao ver que a justiça era feita, pôde, finalmente, dormir e viver sua vida em paz.
  ─ E aqui estamos nós. ─ a agora ruiva, enquanto terminava de beber seu moccha, declara, aliviada por se justificar da ausência de anos da vida de Evans, que cerrava os punhos involuntariamente, por conta de todo o relato escutado naquela breve conversa.
  Sua vontade interna gritava em querer um saco de areia naquele instante.
  ─ Sabe que ─ de uma maneira mais leve e descontraída possível, Chris procurava as palavras certas para comentar aquela história. Nunca imaginou que uma coisa daquelas poderia acontecer com sua amada . Ela realmente era uma mulher forte. ─, faz muito tempo desde que nos vimos, mas estou certo de que meus sentimentos nunca mudaram.
   se assustou com aquela afirmação, pois fora pega de surpresa ao saber que o melhor amigo, agora o homem mais cobiçado de toda a Hollywood, era recíproco com seus sentimentos mais ocultos.
  ─ Christopher Robert Evans incorporando Mr. Darcy¹ na minha frente? Que privilégio. ─ a moça brincou em divertimento, já que os dois não sabiam mais o que dizer. ─ Bom saber, meu astronauta. Que tal recuperarmos o tempo que nos foi tirado à força, não é mesmo?
  ─ Eu tenho uma sugestão melhor, Norah .
  ─ E qual seria, olhos de safira?
  ─ Que tal reescrevermos as estrelas? ─ e como um veredito, aguardado por ambos, um beijo desejado há muito tempo ressurge unindo aqueles velhos amigos para todo o sempre.  

FIM.

  Obs.:
  ¹ Mr. Darcy – para as leitoras mais cultas e conhecedoras, é um personagem fictício mais famoso das obras de Jane Austen, um dos protagonistas de Orgulho & Preconceito, e segundo a autora, ele tinha olhos azuis, além de ser alto e causar suspiro em muitas mulheres.


  Comentários da autora:
  Gente, que desafio maravilhoso foi interpretar essa música de uma maneira completamente diferente do habitual. Sério, eu não queria deixar o óbvio, como ocorre no filme (The Greatest Showman), e resolvi trazer um pouco de polêmica, e sim, eu não consegui imaginar com mais ninguém além de Chris Evans, então espero que gostem do meu delírio de adolescência. Afinal, que homem lindo.