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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Garota S

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Há características sobre Harvard que são verdadeiras e outras que são fictícias para melhor adaptação da história.
História inteiramente escrita por Natashia Kitamura.


Capítulo 1

Tempo estimado de leitura: 21 minutos

Não sei o que tem de divertido nessa área da cidade; dizem que é mais pobre e durante a noite, um perigo sair sozinha. Quando Kendra disse que não seria divertido, pelo menos achei que a parte do “distrair” fosse verdade, mas até agora tudo o que pensei foi que teria de enfrentar mais destes cenários, já que estou decaindo em minha situação financeira. Olhei para os lados duas vezes mais antes de atravessar a rua até o outro lado, onde havia um beco formado por dois prédios de cerca de sete andares. Kendra seguiu reto em direção ao prédio da direita do beco, tocando a campainha e ouvindo o som do interfone ser ligado.
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  — Quem é?
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  — Kendra. E conhecida.
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  Conhecida. Nosso status de relacionamento é “conhecidas”. Não posso reclamar, tenho certeza que eu sei mais da vida dela do que ela da minha, já que eu não passo grande parte do meu tempo bêbada. O máximo de relacionamento que mantemos até hoje são a troca de diálogo durante a hora da emergência ou o fato de eu ter de cuidar dela quando chega alterada em nosso quarto, me impedindo de dormir com o som de seu vômito.
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  A porta se abriu depois que Kendra se identificou. Parecia leve, mas mostrou-se muito pesada. Ao passar por ela, deixei que se fechasse sozinha atrás de mim. Olhei para os lados e vi um hall mediano e sujo, como se fizesse muito tempo que alguém não limpasse aquele lugar. Achei que Kendra fosse pegar o elevador, mas a placa de “interditado” fez com que minhas pernas doessem ao subir quatro andares. Tentei acompanhar o ritmo de Kendra, mas ao chegar no quarto andar, estava sem ar e arrependida de ter concordado em sair do campus.
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  Vi que no corredor onde estávamos havia diversas pessoas encostadas nas paredes conversando entre si. Ao passarmos por elas, algumas cumprimentavam Kendra e outras soltavam alguma gíria que prefiro não entender o significado. A maioria das pessoas usavam roupas de ginásticas e tênis que pareciam ser maiores que os próprios pés. Havia pessoas de todos os tipos, negras, brancas, asiáticas e ruivas. Foi como se estivesse em um dos comerciais culturais que dizia não haver preconceitos étnicos.
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  Fui somente ouvir o som de música agitada quando estava no meio do caminho até a porta por onde Kendra entrou sem bater. Abri a boca ao ver que era uma sala de dança, com parte das paredes da sala encapadas por espelhos e barras de segurança onde homens e mulheres se aqueciam. O lugar não era nada organizado, tampouco limpo, seguindo o mesmo esquema de poeira que havia no hall. Contudo, ninguém ali parecia se preocupar com a falta de higiene. Todos pareciam mais dispostos a... Dançar.
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  — O que é aqui? — pergunto para Kendra boquiaberta.
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  — Aqui é um estúdio de dança. — ouço uma voz atrás de mim e pulo com o susto. Ao virar para trás para ver o perfil da pessoa que me assustou, vejo um garoto muito mais alto do que eu, com uma camiseta regata preta grudada ao corpo e uma calça cargo preta. Seus tênis eram enormes, provavelmente o dobro do tamanho de meus mocassins. Com seus olhos enormes e %azuis%, olhou para mim dos pés à cabeça, os lábios nem finos, nem grossos apertaram-se e então desviou sua atenção para Kendra atrás de mim. — Quem é a garota?
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  "A garota está na sua frente." Penso, ofendida por estar sendo ignorada. Por outro lado, usei do tempo que não estava olhando para mim para ver que ele era forte; possui ombros largos com uma tatuagem no ombro direito. A tatuagem segue para as costas, me deixando curiosa sobre como seria seu conteúdo completo, mas sabendo sobre minhas condições e o fato óbvio de que ele não foi com a minha cara, preferi me manter calada.
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  — Minha colega de quarto. — Kendra disse.
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  — A mesquinha? — uma garota gritou do outro lado da sala, tirando risadas de algumas pessoas. — Achei que ela fosse rica demais para vir até aqui.
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  — Bem, a situação dela mudou.
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  De alguma maneira, as palavras de Kendra não estavam me ajudando a me sentir melhor. Aposto que a maioria das pessoas interpretou sua expressão da maneira que ela é, informando que estou pobre agora. Olhei para Kendra, que já não me dava mais atenção.
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  — Bem, mesquinha — o cara em minha frente começou a falar. -, Kendra te trouxe para um estúdio de dança, você dança?
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  — Não.
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  — É o que imaginei. — ele disse, completando seu diálogo com um olhar analista sobre meu perfil que não gostei nem um pouco. Seu tom deboche exalando não somente na voz, mas através de seu corpo também são fatores que não são do meu agrado. — Já que você não irá participar da dança, você pode se sentar ali no canto ou aguardar no corredor. — apontou para trás, em direção à porta onde mais pessoas entravam, como se não soubessem que a sala tem um limite de número de pessoas que comporta.
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  Não falei nada ao cara. Não gostei da maneira que me chamou, muito menos como dirigiu sua palavra a mim. Infelizmente, não posso retrucá-lo, pois ele e os amigos dele podem me expulsar daqui e se for jogada na rua sem saber como voltar, provavelmente serei raptada por alguém. Caminhei, sem escolha, até o canto onde ele indicou. Olhei ao redor e não havia cadeiras para sentar, somente mesas empoeiradas. Uma mulher com sua pele escura e brilhante se aproximou de mim e disse:
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  — Não tenha medo, guria, você é muito leve para fazer essa mesa quebrar. — seu sotaque era diferente dos que já ouvi falar. Agradeci tão baixo quanto minha altura perto dela e olhei para os lados à procura de algum pano para limpar o local que gostaria de sentar. Não encontrei nenhum, então tateei meus bolsos, encontrando um lenço de papel que costumo deixar nos bolsos porque minhas mãos soam muito durante os estudos. Com o lenço, limpei a mesa encostada na parede que não havia espelho e ouvi risadas atrás de mim.
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  — Ela anda com lenços de papel no bolso para limpar os locais que irá sentar? Sério? — olhei para trás vendo os dançarinos unidos do outro lado da sala me encarando com expressões de riso. Desviei meu olhar para tentar ignorar minha sensação de humilhação por ser higiênica e fiquei o mais encolhida possível, achando que assim não chamarei tanta atenção.
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  A música mudou para uma batida mais forte quando o cara que me chamou de mesquinha gritou para todos se posicionarem. Kendra estava na segunda fileira; pela primeira vez a vi dedicada a algo por vontade própria. Abri a boca ao vê-la dançar sem se importar em estar sendo observada por dezenas de pessoas, então era verdade o fato dela não fazer parte das pessoas que frequentam a academia; ela mantém seu físico saudável e formado através da dança. De algum modo, parecia mais divertido, mas menos saudável que as máquinas de exercício. Aqueles que estavam no corredor agora se encontravam espalhados pela sala ou próximos à porta, acompanhando o ritmo da música com batida de palmas, balanço com a cabeça ou batuques nas mesas espalhadas pela sala.
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  Mesmo que não pertença a esse lugar, não consigo deixar de sentir no quão divertido é somente observá-los dançar. Ter toda a elasticidade com o corpo para fazer esses movimentos rápidos e complicados... É muito mais do que decorar passos, é preciso de concentração e... Pelo que vi nos olhos de cada dançarino, tem que amar a dança.
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  Amar o que faz. Abro um pequeno sorriso sem tomar consciência de minha ação. Por incrível que pareça, é confortável assistir pessoas que gostam do que fazem. Não parecem ser obrigados a estarem aqui e se moverem de acordo com a batida agitada. O sorriso em seus rostos, a expressão de determinação... Olho meu reflexo no espelho sujo que havia à frente do grupo de dança; mesmo estando longe, pude ver que perto de todos ali dentro, eu era pálida e sem vida demais.
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  A música dura menos de cinco minutos, mas pareceu bem mais longa devido aos longos passos que todos fazem sincronizados. As mulheres abusam de seus quadris para conseguirem um gingado que pareceu belo em meus olhos e os homens utilizam as forças de seus braços, troncos e pernas para realizarem manobras bruscas no chão e no ar, como rodopios ou pulos absurdamente altos. Ouço os assobios, palmas e elogios quando a música acaba e o grupo se inclina para agradecer. Em seguida, um novo grupo se posiciona no lugar dos que acabaram de dançar e uma nova música, mais lenta, é iniciada.
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  Durante toda a minha vida fui privada de ouvir muita música. Meus pais nunca me proibiram ir a festas ou baladas em São Paulo, principalmente porque os filhos de seus clientes ou amigos importantes eram meus companheiros usuais; contudo, nunca tive aparelhos eletrônicos para música e meus fones de ouvido foram comprados somente para ouvir os audiobooks dos livros de direito. De alguma maneira, assistir a este enorme grupo dançar livremente me fez sentir que finalmente saí do Brasil. Não sei mais o que esperava fugindo de meus pais ao vir para cá, quando mantive exatamente a vida que tinha em São Paulo.
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  Aos poucos, me peguei balançando a cabeça conforme a música e somente quando fui pega no flagra por Kendra e suas amigas que senti as maçãs de meu rosto corarem por estarem rindo de mim, de novo. Mesmo gostando da sensação de liberdade que os passos das danças faziam e do som que nunca havia ouvido na vida, não consigo me sentir confortável tendo todas essas pessoas me julgando sem nem me conhecerem. Na universidade, aprendemos que se quisermos julgar uma pessoa, devemos primeiro saber mais sobre elas, principalmente seus pontos fracos. Não me importo de ser motivo de piada, se há algo para se rir sobre mim. Mas estou passando por uma crise e nunca fiz mal para Kendra, para ela me trazer em seu clubinho de dança e fazer com que todos riam de mim.
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  Assim, sem pensar, desisto de me manter submissa aos comentários e às risadas. Coloco meus pés no chão, descendo da mesa e sigo em direção à saída da sala, sendo ignorada pela maioria das pessoas. Com dificuldade, cheguei ao corredor que agora se encontrava vazio. Olho para meu relógio e vejo que ainda faltam duas horas para anoitecer. Retiro meu celular do bolso do meu blusão de Harvard e vejo que estou sem sinal. Grande. Não consigo sequer pensar em chamar um táxi ou abrir o mapa da cidade para saber como faço para voltar ao campus. Olho para os lados, mas ninguém me dá atenção ou demonstrar um pouco de boa vontade em ajudar a garota “mesquinha” a voltar para seu lugar de origem.
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  Suspiro e sigo em direção às escadas, vendo que a altura até o térreo é bem maior do que imaginava. Desço os primeiros degraus de mármore, mas estou sem reação. Como poderei voltar se não prestei direito atenção no caminho até aqui? Por que diabos fiquei pensando no lugar que Kendra me levaria para me distrair ou me ajudar a encontrar um trabalho? Por que sequer pensei que ela poderia me ajudar?
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  — Você não gosta tanto assim da música? — ouço ao meu lado e se não fosse por uma forte mão segurar minha cintura, teria rolado diversos lances de escada até o terceiro andar. Olhei para o dono da voz e do meu susto e vi mais uma vez o cara que me chamou de “mesquinha”, agora usando um moletom cinza de zíper. — Você se assusta muito fácil.
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  — Apenas tenho facilidade em me concentrar. — respondo, vendo-o soltar uma risada. — Vocês gostam de rir. Das pessoas. — observei, vendo-o desfazer o riso em seus lábios. — Nunca julguei nenhum de vocês e não sei por que Kendra me chamou de “mesquinha” se sou a única pessoa que se dá ao trabalho de cuidar dela ou copiar a matéria da aula nos dias que ela falta.
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  — Hey, hey, você está descontando na pessoa errada. — ele levanta as mãos voltando a rir. — Não estou rindo de você particularmente, mas sim de suas reações. Você tem expressão de uma advogada, mas age como uma garota indefesa.
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  — Bem, não estou em meu habitat natural, então é normal que eu esteja parecendo indefesa. — mais uma vez deixo meu tom irônico transparecer em minha voz. Ele deve estar acostumado em ter as pessoas falando nesta tonalidade com ele, pois não demonstrou aborrecimento ou surpresa quando lhe retruquei. — Como faço para ir embora daqui?
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  — Desça as escadas. — apontou para baixo com um sorriso. Revirei os olhos, impaciente com tamanha infantilidade. — Você precisa seriamente melhorar o seu humor.
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  — Disse isso a pessoa que me mandou me sentar no canto e ser apontada pelos amigos. Olha, eu sei que não faço o tipo de pessoa que vem a esses lugares; é verdade, eu nunca vim para esses lados, mas estou aqui e quero voltar, então você não poderia, por gentileza, me informar qual o caminho de volta para Harvard?
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  — Qualquer pessoa que me peça um favor com a palavra “gentileza” não deve saber que não sou tão gentil a ponto de ajuda-las. — ele coloca as mãos no bolso do moletom e começa a descer as escadas. — Você, aluna de Harvard “mesquinha”, deve interpretar melhor o caráter das pessoas antes de se expor dessa maneira.
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  Sinto minhas bochechas corarem. Ele estava brincando comigo? Está se aproveitando da situação apenas porque sabe que está em condições melhores do que a minha? Observo-o se afastar de mim enquanto desce as escadas e procuro desesperadamente por uma alternativa de sair dali.
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  — Você é mesmo um idiota. — falei, descendo as escadas atrás dele e ignorando seus passos cessarem e seus olhos me observarem passar por ele. — Um verdadeiro imbecil. — murmuro, chegando rapidamente ao terceiro andar.
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  Antes mesmo de começar a segunda leva de degraus para chegar ao segundo andar, sinto uma mão apertar meu braço e me virar bruscamente. Seus olhos %azuis% estavam com as pupilas dilatadas e vi que sua pele era muito mais lisa do que imaginava.
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  — Do que você me chamou? Repita.
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  — Você quer que eu fale qual adjetivo primeiro? Idiota? Ou imbecil? — falei, me sentindo melhor por saber que consegui atingi-lo de alguma maneira. — Você é um idiota e um imbecil.
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  — Garota, você...
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  — %Emma%. — o corto, fazendo-o olhar confuso para mim. — Meu nome é %Emma%, não “mesquinha” ou “garota”. — soltei meu braço de sua mão e lhe dei as costas, voltando a fazer o caminho para fora do prédio. Dessa vez, demorei menos, parte de mim esperando que ele me impedisse novamente apenas para ver seus olhos %azuis% mais uma vez. Mas era claro que ele não veio atrás. Era claro que eu nunca mais o veria novamente.
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  Demorei três horas para chegar em meu dormitório. Logo que pus meus pés no campus, fui até o escritório das relações públicas afim de pedir que me trocassem de dormitório. Entretanto, encontrei com o escritório fechado por ter passado das seis da tarde. Suspirei, triste por saber que somente poderei fazer a solicitação na segunda-feira, já que amanhã teremos feriado e no dia seguinte, ponte, fazendo com que os alunos sejam dispensado das aulas nos dois dias.
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  Peguei um jornal gratuito na banca. Poderia procurar algum lugar para trabalhar durante a tarde, quando não tenho aula ou reposições. Os finais de semana também seriam livres; ouvi dizer que bares e restaurantes contratam mais pessoas jovens para trabalhar porque temos mais disposição, tempo e necessidade de dinheiro.
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  Kendra entrou no quarto somente na manhã do dia seguinte, usando uma roupa diferente da que foi para a aula ontem. Eu estava em minha cama anotando todos os lugares que iria para procurar um lugar para trabalhar.
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  — Você poderia ter me avisado que foi embora. Fiquei como uma retardada procurando você no meio de todo mundo.
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  — Achei que fosse óbvio para todo mundo que eu não ficaria mais um segundo ali, já que ninguém sã gosta de permanecer em um lugar onde claramente não é bem-vindo. — retruquei, desviando os olhos para ela, que não soube o que dizer. — Você se esforçou em me humilhar. Não sei por que fez isso, mas se foi para se vingar de algo que eu te fiz, seria ao menos justo saber por que estou sendo punida, já que não me lembro de alguma vez ter feito algo de ruim a você.
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  Não recebi nenhuma resposta. Kendra não pensava bem durante a manhã, mas parecia estar sóbria suficiente para entender minhas palavras e pensar nelas como meio de punição por ter me feito de boba.
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  — Eu não te levei lá para te humilhar. — ela começou a falar e não ousei cortá-la. O problema de algumas pessoas que fazem direito, como eu, é que temos o dom de ouvir as pessoas para então retruca-las, mesmo se não queremos ouvi-las. — Eu te chamei de mesquinha uma vez, quando pedi para me emprestar dinheiro para pagar uma conta e você disse que não podia. Estava com raiva e acabei falando mal de você para a turma. Aparentemente, foi a única vez que mencionei você para eles, mas parece que a imagem fixou e eles decidiram se vingar por me fazer passar por aquela dificuldade.
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  Isso foi há mais de um ano. Kendra realmente me pediu dinheiro emprestado, mas havia me dito que precisava “resolver uns negócios”, por isso, devido ao perfil dela, achei que estivesse ligado às drogas e resolvi tirar minha imagem da reta, dizendo que não poderia emprestar porque estava com o dinheiro contado para pagar minhas contas do mês. Me senti bastante mal depois disso e tentei recompensar com outras atitudes, mas pelo visto, ela já havia se vingado de mim de uma outra maneira.
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  — Desculpe pela reação deles ontem. Quando estou com eles, sinto que finalmente pertenço a uma turma e acabo não retrucando em suas ações, mesmo que elas sejam erradas. Agi errado com você e admito. Minha intenção de te levar lá, é que %Ansel%, o líder de nós, precisa de ajuda para arrumar o prédio e deixa-lo apresentável para os novos alunos. Ele disse algo sobre pagar a pessoa que o ajuda-lo, mas como você deve imaginar, ninguém está muito afim de limpar 7 andares de pura poeira parada.
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  — %Ansel%? — perguntei, confusa. Quem era %Ansel%?
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  — O cara que falou com você. Fiquei sabendo que vocês se falaram depois. — ela se jogou em sua cama e virou o rosto para mim assim que sua cabeça tocou o travesseiro.
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  — O idiota? — perguntei. — É, nos falamos. Ele foi um completo imbecil e acabei sendo honesta demais com ele.
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  — To ligada. — ela falou. Levantei uma sobrancelha e vi um sorriso em seus lábios. — %Ansel% é uma pessoa muito centrada. Ele dificilmente perde a paciência com algo, mas ontem parecia querer matar o primeiro que lhe perguntassem o que você falou para ele para deixa-lo naquele estado.
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  — Bom saber que o que eu disse causou tal efeito. — abri um sorriso de vitória, feliz em saber que quebrei a barreira daqueles olhos %azuis%. — De qualquer maneira, não acredito que ele queira que eu vá ajudar. Estou separando alguns lugares para visitar amanhã e ver se consigo alguma coisa. — apontei para o jornal.
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  — Você está errada. — Kendra disse, me fazendo parar de rabiscar o jornal com minha caneta esferográfica vermelha e dar-lhe minha inteira atenção. — Está enganada sobre %Ansel%. — levantei uma sobrancelha sem entender nada. — Ele pediu para eu levá-la para o prédio hoje.
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  — Não acho que gostaria de voltar para lá. — falei, voltando minha atenção para o jornal.
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  — Foi o que eu disse, mas ele insistiu. Teremos uma festa depois do ensaio na casa de um dos integrantes. Na verdade, ele é um dos sócios, mas não quer ter o peso da responsabilidade, então deixa que %Ansel% seja o dono integral do negócio.
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  — Negócio? Vocês ganham dinheiro?
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  — Com as aulas? Sim. Todo mundo que está lá paga para estar lá. Nada é de graça, eles apenas cobram um valor que varia de acordo com a situação econômica da pessoa. Além disso, participamos de competições e já vencemos dezenas, ganhando os prêmios em dinheiro para o estúdio.
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  Abro a boca, surpresa por saber que toda a organização não é somente um encontro casual de amantes da dança. Saber que é um negócio levado a sério e que há pessoas dispostas a pagar o preço torna o lugar muito mais respeitado.
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  — Sairemos às cinco. Veja se coloca uma roupa melhor hoje. Você sabe, sem estampas demais. — disse olhando para meu mocassin com estampas de onça que sempre adorei usar com minha skinny jeans. Suspiro e levanto meus ombros. Não sei o que me levou a aceitar o convite insistido por %Ansel%; talvez seja minha vontade de encarar novamente aqueles olhos %azuis%.
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Capítulo 1
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