For Us…
Escrita por Isadora | Revisada por Mariana
Em alguns momentos na nossa vida, paramos para pensar tudo o que passamos e quem esteve ao nosso lado.
Minha vida não foi, nem de longe, fácil. Lidei com muitas coisas ruins. Abandono, bullying, depressão, drogas, a reabilitação... Fui obrigado a amadurecer muito mais cedo, e rápido, do que a maioria das crianças é. Entretanto, como disse há pouco, existem pessoas que estão ao nosso lado para nos dar a mão – o braço, a perna, qualquer coisa – quando precisamos. E eu estava extremamente nervoso a espera da principal, e provavelmente a mais importante, delas.
- Dougie, você vai desmanchar a porcaria da gravata. – ouvi a voz de Harry vindo atrás de mim. Havia uma runga entre suas sobrancelhas e ri com isso.
- Cala a boca, Harry, você já passou por isso. – eu disse recebendo um olhar ao mesmo tempo reprovador e brincalhão dele.
- Olhe a boca, você está dentro de uma igreja, seu idiota.
Acenei para ele mostrando o quanto me importava com sua opinião e o ouvi rir.
Meus calcanhares estavam começando a pinicar e isso me irritou, troquei o peso do meu corpo várias vezes e mexi uma das pernas.
- Mas que droga, cara, aquieta.
Faltou pouco para lhe dar o dedo mas vi a cerimonialista fazer um “ok” para o órgão e as primeiras notas da música começaram a tocar. Vi todos se levantarem, começando a sorrir como bobos quando a porta começou a ser aberta e apertei meus dedos entrelaçados em frente ao meu corpo. Balançando meu corpo para frente e para trás.
Puta merda, eu estava nervoso.
Vi nossa sobrinha entrar jogando pétalas de rosas brancas pelo chão, ela estava linda, mas então... Eu a vi, caminhando como uma princesa para os meus braços, junto ao seu irmão.
Pensei que meu coração explodiria com a velocidade em que batia.
Ela estava de branco, com o véu cobrindo-lhe o rosto, mas eu podia ver seu sorriso a quilômetros de distância. Deus, ela estava deslumbrante, toda bela e perfeita. Carregava um buquê de rosas vermelhas e brancas. Algumas vezes olhava para os lados, agradecendo a presença de quem quer que fosse, mas grande parte de sua caminhada até o altar, ela olhava nos meus olhos, me fazendo sentir todo o calor que ela pode passar. Quando ela estava ao alcance dos meus toques, tirei o véu de seu rosto e deixei que Roy, seu irmão, beijasse sua testa.
Ele voltou seus olhos para mim e vi severidade neles, mas logo se desfez em um olhar fraterno. Me abraçou e deu alguns tapinhas em minhas costas.
- Cuida dela para nós, cara... – sussurrou e eu o certificaria disso.
Assim que pude finalmente olhá-la e tê-la em meus braços beijei sua testa, têmporas e bochechas, fazendo-a rir.
Olhei em seus olhos, que tinham um brilho especial, segurando nossas mãos e logo viramos para o padre.
Acariciei-a e senti a pequena cicatriz no dorso de sua mão e a encarei, junto com ela, sorrindo. Me lembrando de como ela conseguiu aquela cicatriz.
Eu brincava com minha irmã no quintal de casa, enquanto meu pai conversava com o vizinho. Ouvi passos e vi uma menina pequena aparecer no nosso gramado.
Seus cabelos estavam soltos e caíam em ondas sobre os ombros, seu caminhar era cuidadoso e tinha um sorriso meigo em seus lábios.
- ! – Jazzie correu em direção à garota.
- Oi Jay... – a abraçou e as duas quase caíram.
- Hey Dougie. – acenou ela com as bochechas levemente coradas, provavelmente por causa da quase queda.
- E aí . – acenei de volta.
- Então, eu vim chamar vocês pra me ajudarem... – comentou colocando algumas mechas atrás de sua orelha.
- O que precisa? – levantei e limpei as gramas da minha calça.
era alguns centímetros mais baixa do que eu, mesmo sendo só dois anos mais nova.
- Hm, bem... Meu pai tá construindo uma casa na árvore e... – Jazzie a interrompeu com um grito.
- Ai que legal! Não acredito! Você vai ter uma casa na árvore?! Que maravilhoso! Eu sempre quis ter uma e...
- Jay, fecha a boca e deixa a falar! – a cortei e voltei minha atenção para .
- Hm, bem, ahn, eu perguntei para o meu pai se vocês e o seu pai ajudassem eu poderia dividir ela com vocês – gesticulava e colocava seus cabelos para trás das orelhas, deixando-a adorável –, ele disse que sim, então... – não deu tempo de terminar pois Jay já estava correndo, e gritando, animada, para a outra casa. Rimos e olhou para mim.
- Bom, hm, o acordo é com vocês três, se você não vier... – suas bochechas ainda estavam coradas e eu sorri.
- Vamos. Vai ser legal. – disse por fim e caminhamos lado a lado até a casa dela.
Encontrei o senhor e meu pai apoiados sobre uma mesa, onde analisavam uma planta. O pai de era marceneiro, por isso conseguia madeira com facilidade, a casa não seria simples, mas também não seria luxuosa.
Demoraríamos cerca de uma semana para que ela estivesse perfeitamente pronta, e no quarto dia, se machucou com uma das tábuas, fazendo um corte feio em sua mão.
Ouvi seu grito e saí correndo para ver o que aconteceu, ela segurava sua mão ensanguentada, de joelhos, de olhos arregalados e cheios de lágrimas.
Escorreguei para perto dela e tentei pegar sua mão, mas ela a recuou.
- Tá tudo bem , foi só um arranhão.
- Dougie, tá sangrando! Não foi só um arranhão!
Tentei acalmá-la até o caminho do hospital mais próximo e teve que dar três ou quatro pontos.
ficou chateada por não conseguir terminar a casa, mas eu a ajudei com a pintura, por ser canhota, quando precisou. Quando ficou pronta, vi o maior sorriso que ela era capaz, ou eu achava que era, de suportar. seria capaz de flutuar. A casa tinha ficado perfeita. E estava muito feliz, muito feliz mesmo.
Fiquei contente por fazer parte do motivo daquele sorriso.
O padre começou a falar coisas que não prestei atenção, me preocupei mais em encarar . Eu não me importava com o que ele estava dizendo, eu queria apenas olhar, admirar e apreciar minha mulher.
Seu rosto era calmo, mas em seus olhos eu podia ver o redemoinho de emoções. Lembro-me de uma vez, quando Jazzie conversava com sobre namorados, noivados e casamentos. O sonho de era ter um casamento organizado, não muito grande e elegante. Deixei tudo em suas mãos, a princípio, mas depois teve um ataque – muito fofo por sinal – querendo a minha opinião, mesmo eu não sabendo ou entendendo alguma coisa, fui com ela em quase todos os lugares de aluguel de decoração, mesas e afins. E ver que toda a correria e estresse que passamos estava a deixando com água nos olhos, bem, não tinha preço.
Seu olhar veio de encontro ao meu e eu me senti leve.
Um sorriso moldou seus belos lábios e aquela sensação estranhamente gostosa se apossou do meu estômago, me deixando desconfortável e ao mesmo tempo ótimo. Me carregando em uma lembrança amarga e doce.
Era um dia morno e o sol brilhava em Corringham, mas eu não me importava com nada disso. Estava muito confuso, chateado, magoado, destruído. Olhava para todos aqueles recipientes transparentes, que estavam sobre a mesa, vendo os pobres lagartos que eu cuidei com tanto carinho, estarem à venda.
Eu me sentia quebrado.
O maldito que eu chamava de pai nos tinha abandonado pelo simples fato de não compreender meu sonho! Qual era o problema em tocar numa banda?! Em me apoiar?! O imbecil que me prometeu apoio para tudo, mas que no final, se foi na primeira oportunidade. Mamãe não estava conseguindo manter a casa e como ela me ensinou, temos que fazer sacrifícios pelas pessoas que amamos. E eu sacrificaria tudo e lutaria contra tudo pela minha mãe e minha irmã.
Mas como doía... Foi-me imposta a responsabilidade de cuidar delas, coisa que era dever... do meu pai. O pior era que as pessoas não entendiam isso, aqueles babacas não entendiam os sacrifícios que eu fazia para e por elas.
Antes eu vendia os lagartos para que pudesse comprar outros, mas hoje... Bem, hoje era uma situação diferente. Todos os dias desde que meu pai se foi, me perguntei o que fiz de errado para Deus me castigar dessa maneira. Eu nunca fui um filho ruim, não era maravilhoso, mas sou um filho que se preocupa com a família, me perguntei se era por causa de uma vez que cortei a fila do supermercado por pressa. Comecei a me questionar se Deus estava de sacanagem com a minha cara, mas tudo isso evaporou quando eu a vi, .
A doce menina que todos admiravam pela gentileza e educação, perfeita, ela era muito bonita e com o passar dos anos, sua beleza incrivelmente aumentava. Assim como as pequenas curvas que começavam a ter forma em seu corpo. caminhava em minha direção com as mãos entrelaçadas em frente ao seu corpo, seu andar era leve e delicado.
- Hey... – sua voz suave era envergonhada.
- Hey – disse me sentando melhor.
- Hm, desculpa a pergunta mas... Porque você está vendendo seus lagartos? – seu olhar era contido.
- Hm, bem... – coçei minha nuca, todos já sabiam o que tinha acontecido, como ela me pergunta isso? – Minha mãe... Ela, hm, não está conseguindo, você sabe – seu cabelo foi colocado com cuidado por trás de sua orelha e isso me desconcentrou um pouco.
- Entendo... – ela disse com um sorriso de canto, encarou meus lagartos com interesse, abaixando para encará-los de perto. Ela ia encostar o indicador no vidro mas eu a impedi.
- Eles não gostam quando ficam batendo no vidro. – notei suas feições assustadas, provavelmente eu fui grosso demais – Oh, desculpa, , eu...
- Tudo bem. – ela sorriu de novo, essa garota não cansa de sorrir? Não que eu esteja reclamando, ela tem um sorriso lindo – Eu não ia bater, estou em dúvida entre qual dos dois pegar.
Arregalei os olhos e juntei minhas sobrancelhas, me perguntei se isso deve ter sido hilário com a gargalhada que ela deu, mas eu estava espantado.
- Por que essa careta? – perguntou ainda rindo um pouco.
- Nada, só não entendo porque você quer um lagarto sendo que você não gosta...
- Hm, bem... Meu pai gosta muito desses bichinhos e meu irmão mais velho também, então aprendi a “gostar” deles. – seus dedos fizeram aspas na palavra “gostar”, o que me fez erguer minhas sobrancelhas – Quanto custam?
- Bem, eles custam 15 libras cada... Ninguém se interessa por esses bichinhos... – fui interrompido quando ela colocou 50 libras, trocadas, sobre o balcão. E pegou um dos lagartos.
- Pode ficar com o troco. – sorriu carinhosamente – Como vai a banda?
- Hm... Bem.
- Ai Dougie! Pelo amor, hein. Achei que você ficaria mais contente, poxa. Você queria tanto fazer parte de uma banda... – não entendia a sua preocupação comigo. era amiga da minha irmã, mas me cumprimentava sempre que passava por mim na escola, mesmo quando suas amigas faziam aquela cara rabujenta.
- Ah , você sabe... Eu to contente, mas não tá fácil. – virei minha cabeça para o outro lado. Não pudia mostrar minha fraqueza, mas tinha algo em que me confortava. Senti braços ao redor do meu peito e olhei para baixo, os cabelos dela estavam ao alcance de meus lábios e de meu nariz. Fiquei sem reação e depois de um tempo a abracei de volta e na mesma força e intensidade.
- Tenha calma, Dougie. Tudo vai dar certo. Você ainda vai ser muito famoso e esfregar na cara dele e de quem zomba de você. – sua voz era doce, calma e sussurrada, aquecia meu coração. Também me trouxe uma sensação estranha no estômago, como se o estivesse prendendo e soltando, brincando com ele. Apoiei minha cabeça na sua e sorri ao sentir o aroma floral que vinha de seus cabelos. me soltou e pegou de novo a caixa com o lagarto e foi em direção à sua casa – Hm, você liga de eu pisar no seu gramado? É que eu me sinto como um robô indo pela parte asfaltada. – ela tinha virado e eu continuei olhando como ela carregava um dos meus lagartos com cuidado, e ri sobre seu comentário.
- Pode mas, eu preciso te dar o troco... – disse, me lembrando das 50 libras que ela tinha me dado, e comecei a contar para devolver-lhe.
- Eu disse que pode ficar com ele. Espero que tenha boas vendas, Dougie. – foi caminhando e cantarolando, encarei outro lagarto que ela tinha gostado e o peguei, caminhando o mais rápido que pude em sua direção.
- Ei! ! Espera! – ela se virou mais uma vez e pôs uma de suas mãos rente à sua sobrancelha, tampando o sol – Fica com ele também... Hm, um fica para o seu pai e outro para o seu irmão.
Ela sorriu e assentiu. Coloquei um recipiente sobre o outro, assim que ela os sustentava com as duas mãos, e a vi sorrir alegremente para mim.
- Obrigada, Dougie. – seus lábios tocaram o canto direito dos meus, o pouco que senti deles notei sua macies e volume. Foi algo simples e que deixou aquela sensação no estômago ainda maior. Assim que ela se afastou notei que não era o único a perceber o que tinha acontecido.
estava com as bochechas mais rosadas que antes e continuou seu caminho, me deixando plantado e sem reação.
Depois que não pude mais vê-la, toquei meus lábios com as pontas dos dedos e fiquei pensando, com um sorriso bobo, que, se eu estivesse a poucos centímetros para a direita, eu beijaria a menina mais bonita que eu conheci na vida.
Ouvi a voz continua do padre e olhei para ele de novo, eu queria tanto que ele pulasse para os votos de casamento para que eu pudesse beijar minha esposa e aproveitarmos a festa com nossos amigos e parentes. Ele contava um pouco das nossas histórias e encarei , ela estava rindo e sorrindo de alguma coisa que ele disse e olhou para mim, como sempre encontrando meus olhos. Seu rosto veio de encontro ao meu e encostamos nossas testas carinhosamente. Seu cheiro acariciou meu olfato, o mesmo cheiro daquele dia.
Bati na porta de sua casa olhando para o céu nublado, estava entardecendo. Ouvi seus passos e logo a porta a revelavam com o mesmo sorriso tímido.
Fazia um tempo que a banda começava a ter um sucesso e mesmo assim algumas pessoas ainda me esnobavam. Com isso, um dia, em uma festa, um cara idiota que estudou comigo no colégio disse que eu poderia ser o cara mais famoso do mundo que não deixaria de ser um loser e seria sozinho. Aquelas palavras me machucaram tanto que desisti de rebater qualquer coisa e quis ir para casa, mas então, foi aí que apareceu, disse que era minha namorada e simplesmente me beijou.
Obviamente que à princípio fiquei sem reação mas depois que a ficha caiu e eu senti a textura de seus lábios, eu a beijei como queria a tantos anos... Desde a vez em que ela beijou o canto dos meus lábios, há quase 3 anos.
E desde esse dia em que eu me senti um verdadeiro merda, ficamos juntos.
Passei por sua porta e beijei seu lábios com todo carinho.
Deixei minhas mãos em sua cintura, a princípio, subindo-as para suas costas, deixando seu corpo o mais colado, possível, ao meu. Suas mãos faziam um carinho gostoso em minha nuca, me arrepiando.
Nos separamos e ela me puxou para os fundos, sorrindo.
- Aonde vamos?
- Queria ficar um pouco na casa da árvore com você. – sorriu e me senti derretendo aos poucos – Você ajudou tanto pra que ela ficasse pronta e não vamos lá a tanto tempo.
Chegamos até seu antigo brinquedo e subimos as escadas, ela primeiro do que eu.
- Tá com uma saúde boa, não ? – brinquei e desviei de seu pé.
- Idiota. – pude ver suas bochechas vermelhas e terminei de subir com um sorriso nos lábios.
Abaixei a cabeça para entrar e notei quão diferente a casinha estava.
Ela era razoavelmente grande e antes espalhada por brinquedos, hoje tinha um colchão, abaixo de uma janela, onde alguns livros estavam espalhados.
- Você não disse que fazia um tempo que não vinha? – perguntei ainda olhando como a casinha estava limpa e arrumada.
- Não vinha com você... Geralmente passo meu tempo aqui, lendo. – respondeu pegando os livros e colocando-os sobre uma mesinha que tinha do lado oposto do colchão.
Voltou para onde eu estava e vi seus olhos brilhantes.
Agradeci ao senhor pela iluminação que ele fez questão de colocar.
- Onde estão seus pais? – questionei estranhando a casa vazia.
- Ah... Bem, meus pais tiveram que ir a um jantar e Roy saiu com a namorada, sabe... pra namorar. – senti algo estranho e descobri rapidamente o que era.
Ela queria ficar comigo.
Merda! Eu não ia conseguir... Sempre tive medo de transar com uma garota virgem.
- , eu... – ela me interrompeu, pondo o dedo sobre o meu lábio.
- Calma. Tá tudo bem... – deslizou suas mãos para minha nuca e aproximou seus lábios dos meus em um beijo carinhoso que pouco depois se tornou ávido.
Sentamos no colchão e nos beijávamos com fervor. Com cuidado, deitei seu corpo sobre o colchão e coloquei o meu sobre o dela o mais delicadamente possível.
Me posicionei entre suas pernas, mas não deixei nossos sexos se encontrarem, mordisquei seu lábio inferior e fui para seu pescoço. Suas coxas estavam em meus quadris e peguei uma delas, acariciando-a do jeito que ficava relaxada.
Se ela queria que fosse eu o merecedor, faria tudo com muito amor, carinho e dedicação, faria da sua primeira noite, inesquecível.
Suas mãos entraram em minha camiseta e arranhavam levemente minha lombar, me excitando.
Com calma comecei a levantar sua blusa e a tirei, não sabendo se encarava seu corpo ou não. Minha curiosidade venceu e vi o quão linda ela era. Eu já a desejava, depois que a vi, a desejei mais ainda.
Notei suas bochechas corarem e a beijei.
- Você é linda, princesa. – a beijei de novo e vi seu sorriso.
Suas mãos tímidas estavam brincando com a barra da minha camiseta, até que aos poucos ela foi a subindo, arranhando alguns pedaços do meu abdômen, me enlouquecendo ao poucos.
Rocei nossos sexos uma vez e notei que ela prendeu sua respiração.
- Fica calma. – sussurrei em seus lábios encarando seu rosto – Eu não vou te machucar. – encarei seus olhos e me senti cada vez mais apaixonado por aquela garota, acariciei seus cabelos e rocei nossos narizes – Eu prometo.
Aos poucos fomos entrando em química e a cada movimento, cada toque, cada sensação, cada palavra trocada, me fez amá-la ainda mais e nunca imaginei que tirar a virgindade de alguém, ou melhor dela, seria a melhor coisa do mundo.
Quando finalmente chegamos aos votos, senti todo o meu corpo se contorcer ao ver nossa outra sobrinha entrar com as alianças.
Era agora, a hora de eu falar o que prometi desde que estávamos no hospital enquanto ela levava pontos na mão. Desde o dia, provavelmente, em que a vi caminhando desengonçadamente pela calçada da minha casa. Estávamos um de frente para o outro. Nos vendo mais uma vez, mas eu nunca me cansava. Os olhos em um misto de emoções, me perguntei se ela estaria se sentindo como eu.
Nervoso, querendo berrar aos quatro ventos para que todo o mundo soubesse que eu era o cara mais sortudo por tê-la em minha vida.
foi quem começou. O padre dizia e ela recitava.
- Eu, , te recebo Dougie Poynter, como meu marido – seus olhos lacrimejavam enquanto ela delicadamente colocava a aliança em meu anelar – e te prometo ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença – senti minha respiração vacilar –, por todos os dias da nossa vida...
Eu estava acabado, nunca me senti tão destruído como eu estava hoje, nem mesmo quando meu pai me abandonou.
Perdi as contas de quantas vezes eu respirei fundo para ver se a coragem vinha até mim.
Eu tive coragem de me internar, agora teria que ter mais coragem ainda para sair, e limpo.
Encarei o segurança e uma enfermeira que estavam comigo.
- O senhor está pronto, senhor Poynter? – perguntou a enfermeira.
Apenas assenti e respirei fundo mais uma vez.
As portas se abriram e a primeira pessoa que vi foi minha mãe. Ela estava com lágrimas nos olhos e assim que passei pelos portões a vi correr em minha direção, junto à minha irmã. Vi os caras vindo em minha direção também e senti algo estranho, uma mistura de alívio e apreensão, todos estavam ali, menos . E ela me prometeu que estaria lá. Abracei todos e olhei para minha mãe, esperando uma resposta dela.
- Dougie, filho, a não pode vir... – sua voz era uma mistura de compaixão e cuidado, fazendo meu estômago pesar.
tinha me prometido estar comigo quando eu saísse da reabilitação e ela não estava. Apenas sorri amarelo e fomos caminhando em direção ao carro. Haviam alguns, na verdade uma boa quantidade, de jornalistas lá e me martirizei por ser tão inocente ao pensar que seria uma saída calma...
Todos conversavam comigo, mas eu não me interessava por nada. não estava aqui, ela quebrou uma promessa na qual eu me sustentei durante esse tempo na reabilitação.
- Dougie! – ouvi uma voz familiar e ergui a cabeça. Vi seus cabelos voando contra o vento e seu corpo se movendo rapidamente em direção ao meu, corria para mim e fiz o mesmo com ela.
Corri para os seus braços e aquela agonia e sensação ruim foram embora quando a senti. Senti seu cheiro, seu toque, tudo.
Suas mãos foram em direção aos meus cabelos e me abraçando daquela maneira que só ela tinha.
Inspirei o perfume de seu pescoço e, Deus, como eu senti saudade dele.
- Achei que você não viria, ! – confessei depois de tê-la dado vários selinhos.
- Eu te fiz uma promessa, Dougie! Disse que estaria aqui quando se recuperasse. – sua voz era abafada pelo meu peito, eu a apertava contra mim, com medo de que em algum momento ela sumisse do alcance de meus toques – Eu cumpro todas as minhas promessas.
- Meu Deus, , senti tanta a sua falta! – eu me agarrava a ela cada vez mais e não me preocupei porque me agarrava também.
- Eu também, meu amor, eu também. E te prometo mais uma coisa. Eu nunca vou te deixar sozinho.
Deixei de abraçá-la para finalmente poder olhar em seus olhos brilhantes de lágrimas e alegria, e para beijá-la também. E foi ali, em frente a clínica de reabilitação que eu finalmente me dei conta de que precisava daquilo, precisava mais do que qualquer droga que eu usei, precisava dela mais do que qualquer coisa no mundo.
- ...mas não posso dizer "até que a morte nos separe", porque nem ela seria capaz de tirar ou separar o amor que eu sinto por você. – ela disse e me segurei para não chorar. Droga! Eu parecia um maricas!
Assim que seus lábios tocaram meu dedo anelar, peguei sua aliança e recitei a mesma coisa que ela.
- Eu, Dougie Poynter, te recebo, minha preciosa , como minha esposa – não era mais capaz de segurar suas lágrimas – e te prometo ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por toda a eternidade e além dela. – beijei cada um de seus dedos antes de finalmente colocar a aliança em seu dedo.
E então a ficha pareceu cair. Nós estávamos unidos pelo poder de Deus e pelo poder do homem, e não havia nada que pudesse acabar conosco. Passamos por tantas coisas juntos, mesmo que separados algumas vezes.
Não dei tempo para que o padre nos permitisse beijar, coloquei as mãos em seu rosto e o puxei para mim, capturando seus lábios.
Se me perguntassem quantas vezes eu beijei , eu não saberia dizer porque foram muitas, mas se me perguntassem qual era o mais especial eu diria facilmente. Esse. Quando senti seus lábios nos meus foi como na primeira vez em que a beijei, a mesma sensação no estômago e minhas mãos provavelmente estavam suando.
- Eu amo você. – sussurrou assim que paramos de nos beijar e ouvimos os aplausos, assovios e gritos de comemorações dos nossos padrinhos, amigos e família.
- Eu amo você também, meu amor. – sussurrei e a beijei mais uma vez.
- Eu te fiz uma promessa e eu vou cumpri-la, meu amor... – me encarava com amor, ainda maior do que antes – Por você e por nós... – suas mãos acariciavam meu rosto e nuca, nossos nariz se encostavam.
- Por nós... – sussurrei e foi aí que eu me toquei – Por você e por nós? – a encarei confuso e seu sorriso era contido, ela mordeu seu lábio inferior.
- Você não é mais o único homem que eu amo, Dougie. – seu sorriso aumentou e continuei confuso, o êxtase do casamento ainda estava em mim – Ou menina, não sabemos ainda...
E então o idiota entendeu. E eu devo ter feito uma cara cômica para ela rir.
Eu arregalei os olhos e a peguei em meu colo, girando-a e beijando-a.
- Eu vou ser pai... – sussurrei e vi que não era o único a chorar. também chorava.
- Sim, meu amor, você vai ser o melhor pai do mundo! – me beijou mais uma vez e eu gritei para toda a igreja ouvir que eu seria pai.
Meus amigos vieram em nossa direção e o padre deu licença, rindo. Fizemos uma festa e todos nos parabenizaram pelo casamento e pelo filho que esperávamos. Quando chegou a vez da minha mãe, ela chorou. Pegou meu rosto e beijou vários lugares dele, me fazendo rir.
- Você, filho, é a melhor pessoa do mundo! – ela sorriu e acariciou meu rosto com amor – É um filho maravilhoso, um ótimo músico, vai ser um ótimo marido e também um pai maravilhoso. – a beijei e agradeci.
Olhei para o lado e vi todos reunidos. Encarei o crucifixo que estava em frente ao altar e fiz uma prece silenciosa.
Deus sabe que eu nunca fui uma pessoa muito religiosa, que em certos momentos duvidei de que ele olhasse para mim, mas daí ele me envia essa mulher maravilhosa pra mostrar que mesmo nas coisas ruins, poderíamos arrancar coisas boas. Orei agradecendo por tudo o que ele me fez, as coisas boas e ruins, e orei para que ele não me deixasse falhar com as pessoas que eu amo. E algo me dizia que Ele me ouviu.
FIM
Bem, essa fanfic foi escrita com muito carinho para a Raisa Leal, minha AS e eu quero agradecer a minha linda, maravilhosa, gatíssima amiga Keliny Santana, por me ajudar a escrever e dar dicas mega importantes!
E a vocês, que leram, muitíssimo obrigada! Espero que tenham gostado!