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Ideia #007

Doada por Laura Weiller

// A Ideia

A principal possui entre 15-16 anos, sempre morou em uma cidade interiorana com sua mãe, até que a mesma falece e ela tem que morar com seu pai na cidade grande. Seu pai é o estimado Dr. House, ele sempre soube da existência da filha e de um jeito tipicamente House, foi um pai. Ele a visitava de vez em quando, nunca esquecera um aniversário, sempre foi amigo e, de um jeito peculiar, ele a ama. Mas sempre escondeu esse “pequeno erro” de todo mundo. Só que tudo muda quando ela tem que morar com ele, e decide fazer a faculdade de medicina. Por que não aprender com o melhor?


// Sugestões

A principal precisa ter a personalidade do House e sempre lembrar da mãe, ela será a única que conseguirá saber dobrá-lo.

// Notas

Imaginei que ele amou a mãe dela, foi sua primeira paixão, eles podem ter se conhecido em algum congresso ou algo do tipo. House tem orgulho do seu “pequeno erro”, apelido que sugiro, mas como sabia que não poderia cuidar dela a deixa com a mãe. Basicamente em minha mente Gregory tem um coração e ele é constantemente explorado nesta fic.




Forelsket

Escrito por Lysse

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Prólogo.

  “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará no pior momento e de modo que cause o maior dano possível."
  Charlotte jamais pensou tanto naquela estúpida e irracional frase da lei de Murphy quanto naquelas últimas duas semanas.
  Talvez fosse seu ego; enquanto pensava que toda ação tem uma reação, a frase da física soava como um sinal escrito por alguém que deveria entender sobre pessoas também, entretanto, talvez os humanos fossem seres irracionais – seria o bater de uma borboleta que causava os furacões? House não compreendia aquele conceito em física. Enquanto relia o parágrafo de novo, o som do motor não incomodava mais seus ouvidos sensíveis.
  Porque a cadeia de eventos que a levou naquele segundo parecia uma piada até duas semanas atrás, os olhos azuis idênticos ao do homem que tinha o título de seu pai parecia analisar cada minúsculo detalhe do trabalho dele.
  Princeton-Plainsboro Teaching Hospital parecia um local que seu pai se escondia do mundo – e dela –, enquanto encarava o mar de pessoas indo e saindo com suas vidas, e ao qual suas ações levam a consequências que seriam consideradas desastrosas.
  – Bom dia. Em que posso ajudar?
  – Eu procuro o Dr. Gregory House – pronunciou em tom suave – Ele está?
  A expressão dela parecia preocupada, enquanto fez uma careta. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a pessoa estava ali; seu pai não mudou muito desde a última vez que o viu.
  A mala ao seu lado, enquanto os carregadores permaneciam atrás de si, preocupados com o endereço dado pela mocinha.
  – Oi, pai.

  FORELSKET a euforia de esta se apaixonado.

I – Whelve¹

16 anos antes.

  Gregory House encarou o teste – ultrassonografia, teste de sangue e outras parafernalhas que diziam que aquela pessoa estava grávida.
  Amélia estava grávida.
  Ele quis rir, enquanto seu caso de dois dias encarava com uma expressão metódica, afinal, ambos eram estranhos uns com os outros, e ao qual nenhum dos dois estava pronto para jogar seu relacionamento na lama da paternidade.
  Pelo menos, não, Gregory não estava.
  Amélia era outros quinhentos, enquanto dentre aqueles que viviam com o mesmo sangue que ela, dividia um pouco de DNA, todos estavam mortos.
  Sua mãe, para ser exata, morreu na época que se entregou a carne e dormiu sem proteção nenhuma com Gregory.
  A ideia absurda de que algo ficava em Vegas caiu por terra, enquanto a mulher de pouco mais se 25 anos soltou um longo e pesado suspiro.
  Era engraçado, enquanto ambos juravam que jamais iriam ficar juntos no final, no dia seguinte, enquanto a barriga de pouco mais de dois meses crescia sem qualquer preocupação.

   House tinha o rosto sério – como um meme, talvez fosse o motivo de que ela tinha a personalidade de Gregory, enquanto o médico renomado se referiu a sua cobaia humana como pequeno erro no passado.
  – Onde está a sua mãe?
  O silêncio se pendurou, ao mesmo tempo em que apenas fechou a expressão, e recordou de como veio parar naquele local.

2 semanas antes.

  – Eu estou morrendo.
  A caneta parou sobre o dever de trigonometria que o Sr. Jefferson passou naquele dia quente e insuportável naquela minúscula cidade em Cape May, levantou os olhos azuis enquanto encarava os olhos castanhos claros fixos em si como se aquela pessoa falasse do tempo.
  – Mais uma crise existencial?
  Amélia riu, sua própria filha era mais cética e cínica naquele segundo, enquanto os olhos azuis a observavam com atenção – suas sobrancelhas em tom de ébano unidas, enquanto pequenos traços apareciam quando a mesma movia a boca como ele –, bebeu o chá de Oolang², ao mesmo tempo em que suspirou:
  – Câncer, estágio 4. Inoperável.
  – Onde está o exame?
  Amélia suspirou, enquanto sua filha apenas analisou a foto de seu cérebro com atenção com as íris fixas naquela foto que pessoas provavelmente não entenderam na primeira, mas sempre foi diferente – a mulher poderia culpar o pai dela, enquanto lembrava do presente de 6 anos dela com horror quando ele mostrou um cérebro de porco para sua própria filha, entretanto, apesar da tenra idade, jamais agiu como uma criança com sua curiosidade inata –, os olhos azuis atentos, e ao qual, a massa irregular onde deveria estar o cerebelo.
  – É um glioblastoma, você sabe o que isso significa…
  Claro que ela sabia, encarou a mãe com atenção, os olhos atentos nela.
  – Quando será a cirurgia?
  O silêncio se perdurou por poucos segundos, quando a garota entendeu aquele ambiente sem som:
  – Você não quer a cirurgia, é isso?
  – .
  – Mãe, por que você não quer? Eles podem ressecar o tumor – soou esdrúxula, ao mesmo tempo em que a mulher colocou o copo sobre a mesa. – Você pode sobreviver, acabamos de saber, mãe, não desista.
  – Eu já sabia do diagnóstico faz algum tempo, petite. Eu ja fiz de tudo.
  – Do que você esta falando?
  – A quimioterapia não ajudaria mesmo que... – murmurou em tom solene, enquanto sussurrou mais para si mesma do que para a filha – Eu irei mandá-la para o seu pai, e esse vai ser o plano.
  – Mãe.
  – Seja boazinha, .
  Avisou em tom sério, e ao qual House se sentiu com as mãos atadas. Como não percebeu que sua mãe estava doente? Amélia sempre exalou saúde por onde passava, era uma mulher de poucas palavras, e passava mais tempo dentro do mato do que em casa.
  – Mãe...
  – Eu não irei discutir, e isso já está decidido, .
  Eram as raras ocasiões que ela desejava se rebelar como agora, ao mesmo tempo em que sentiu aquela raiva em seus ossos ao pensar em tudo que ouviu de sua mãe nos minutos anteriores.
  Amélia Delacroix era uma médica excêntrica –, primeiramente, ela praticava medicina oriental e era desmerecida pela maioria dos médicos e colegas de profissão com afinco por palavras como louca e adjetivos que não poderia repetir em sua vida, mesmo que, de acordo com sua mãe, Confúcio estivesse do lado dela durante todo o processo.
   sempre achou sua mãe esdrúxula, mas aquela ideia estúpida de desistir a deixava estressada.
  Como ela poderia fazer isso com ela?

  "Seja boazinha".
  Aquelas palavras eram insensatas.
   nunca deu muito trabalho, era uma criança esperta e apática para a maioria dos adultos, talvez porque passasse mais tempo lendo livros de medicina do que histórias infantis em sua infância, mas ela ainda era uma criança.
  Uma criança sem mãe –, e com um pai que pouco aparecia em seus longos quase 17 anos de vida, torceu os dedos ao pensar nisso, enquanto queria dizer ao pai que ele não precisava se indispor com ela.
  Ela conhecia bem demais ele para entender que Gregory House era um solteirão com mais de 40 anos.
  Como ele cuidaria de uma adolescente?
  Suspirou em desespero por aquele plano horroroso de sua mãe; então, aquele pensamento que pensou enterrar em sua mente surgiu: sua mãe estava morta.
   encarou a caixa – o nome Amélia escrito, os olhos se desviaram, enquanto não queria pensar nela, ao mesmo tempo em que suspirou, e segurou suas emoções como sempre fazia.
  Como diria a música da Fergie, garotas grandes não choram, e focou seu pensamento no homem de bengala no meio do escritório com uma expressão que ela jamais viu em sua vida.
  A primeira vez que se recordava de seu pai, talvez fosse um homem estranho que vinha de vez em quando em sua casa. E, que diferente dos outros pais que possuía apelidos fofos, a chamavam de petite erreur³, talvez fosse fofo quando ela tinha seis anos ou cinco, suspirou ao pensar no passado onde tudo parecia mais tranquilo, entretanto, o caos reinava em sua mente.
  Talvez Gregory House tivesse entrado em pane.
  Dr. Wilson encarava a garota, assim como metade da equipe de Gregory House – os cabelos escuros como ébano, enquanto os dois pares de olhos azuis observavam a sala com atenção, sua curiosidade sendo saciada a cada segundo, enquanto mais perguntas surgiam em sua mente cheia de linhas de pensamento e caos. Wilson parecia analisar o rosto catatônico de House, como se uma avalanche de emoções escapasse pelos orifícios de seu rosto.
  – Ela o chamou de pai?
  Wilson não sabia, afinal, apenas algum estagiário que não tinha o que fazer acabou espalhando por todo o hospital que o homem mais detestável do planeta tinha uma filha.
  – Ela não se parece em nada com ele.
  Wilson discordava em sua mente, enquanto Dr. Chase tentava ver qualquer semelhança entre a adolescente e o homem de mais de 45 anos, entretanto, os dois pares de olhos azuis profundos encararam de volta o grupo que desviaram no mesmo segundo, enquanto um leve arquear de sobrancelhas para Wilson o fez suar frio.
  Aquele arrepio na espinha, enquanto House desviou sua atenção para um quadro que estava na parede de seu pai, e ao qual, na sua opinião, era um horror. Porém, sua atenção foi para o então homem que tinha título de seu pai, e que, de acordo com o estado de New Jersey, era seu novo responsável.
  Gregory House encarou a carta escrita a mão – em seus últimos momentos, Amélia Delacroix tinha um coração insensível aos problemas de terceiros, e principalmente, os dele.

  Gregory,

  Se você estiver lendo essa carta, significa que a minha vida já terminou, e você deve tá se perguntando por que eu não te avisei?
  Primeiro, porque eu sabia que iria tentar de tudo para me salvar, afinal, nós temos , mas eu não poderia pedir para você segurar a minha mão nesse momento.
  Afinal, nós nunca chegamos a esse estágio de amar um ao outro na saúde e na doença, e entre outras baboseiras que você já conhece.
  Nós tivemos um caso, tivemos e só. Eu nunca esperei que houvesse mais do que isso, seria irracional e idiota.
  Eu preparei , da minha maneira, mas convenhamos que ela tem a sua personalidade ruim.

  Segundo, precisa de você.
  Você sabe que é a única linha sanguínea desse mundo? Meus pais não estão mais entre nós, e eu não tenho parentes que confio para entregar minha filha de 16 anos para estranhos.
   tem uma herança, em alguns fundos que fiz, o dinheiro deve se usado para educação dela, Gregory.
  Eu sinto muito por não te avisar, mas eu não queria transtornos.

  Gregory encarou a carta – parecia chateada pela inconstância da batida de seus dedos. O homem se lembrava daquele hábito detestável de acordo com a mãe da garota da última vez que esteve na cidade há mais de 10 anos. Havia papéis de transferência, assinaturas de guarda e tutela, além do cartão para as possíveis despesas com educação, enquanto Amélia parecia ter previsto qualquer urgência pelos próximos dois anos.
  Afinal, sua filha já era uma sênior.
  – Sua mãe…
  – Ela decidiu tudo sozinha, ela não quis um funeral e mandou eu vir para cá. Eu apenas pude obedecer a ela – murmurou de maneira fria, os olhos atentos a ele – Ela disse que seria uma piada gostosa. Eu não vejo isso.
  – Nem eu.
  Bufou, ao mesmo tempo em que encarou com atenção, os olhos azuis fixos em si, Gregory se sentiu acuado por meio segundo; como Amélia havia dito diversas vezes, tinha aquele ar sombrio de uma adolescente em uma fase difícil, as unhas perfeitamente limpas e os cabelos devidamente presos, enquanto os fios cor de ébano em contraste a roupa que ela usava.
  – Você já chorou?
   apertou os dedos, enquanto as primeiras lágrimas desceram por seu rosto – sua mãe sempre agiu como um espírito livre, apesar das amarras que ela tinha de seu passado, Gregory encarou a adolescente – ela sempre agiu como uma adulta, House –, House se sentou ao lado dela, enquanto a mesma se encostou nele.
  E chorou pelas próximas horas.

X

  – Chase.
  House saiu da sala, talvez fosse uma péssima ideia o que Amélia estava pensando – olhares em si, enquanto o homem resmungou baixinho, Amélia adorava aquele tipo de brincadeira, ao mesmo tempo em que amassou a carta em seus bolsos com raiva escapando por seus poros – Wilson tinha um arquear de sobrancelhas, os olhos atentos na garota que estava de costas com um livro aberto.
  – Você pode comprar comida para ela, por favor – ele jamais falava por favor, Robert Chase encarou incrédulo – Desfaça essa sua cara de imbecil. Não traga frutos do mar, ela é alérgica.
  Murmurou casualmente, House revirou os olhos com olhar ainda surpreso dele, e resmungou mal humorado:
  – Eu preciso desenhar para você?
  – Não, n-não. É claro que não – murmurou, ao mesmo tempo em que soava nervoso – Sem frutos do mar.
  Ele puxou Cameron e Foreman, ao mesmo tempo em que Wilson observava ele.
  – Você nunca me disse que tinha uma filha.
  – E, aconteceu – murmurou, ao mesmo tempo em que encarou as costas dela – Pelas circunstâncias, ela vai viver comigo.
  – E a mãe dela?
  – Faleceu – murmurou de maneira fria, enquanto queria praguejar contra a alma de Amélia, se ele acreditasse nessas baboseiras – Você pode me fazer um favor?
  – O que você quer?,br>   – Ela precisa de coisas de mulher. Você entende disso, certo?
  Wilson encarou ele, enquanto Gregory House tinha um rosto sério que beirava a raiva, entretanto, conteve sua língua quando percebeu que o então médico renomado e de coração frio parecia extremamente irritado.
  – Mas é claro, eu posso ajudar… – murmurou em desconforto, ao mesmo tempo em que respirou fundo – House, você tem certeza disso?
  – Do quê?
  – De viverem juntos – Wilson mencionou, enquanto Gregory fez uma cara azeda – Ela precisa de alguém que cuide dela.
  House deu uma risada anasalada, ao mesmo tempo em que percebeu o pequeno monstrinho lendo o livro com avidez.
  – Eu ficaria preocupado comigo – comentou em tom sarcástico – não é uma criança normal.
  Afinal, ela era uma House também.

  ¹(v.) enterrar algo profundamente; pra esconder.

II – Wistoragic¹

  Talvez fosse aqueles momentos em que as pessoas questionavam, o que ela era para Gregory House?
  Existia aquela curiosidade, afinal, seu pai não era alguém que espalhava para o mundo que ele era um pai – desnaturado, de acordo com sua avó, e que não era completamente presente na vida de desde que ela era pequena.
  E de novo, seus pais eram estranhos, ao qual ela contava no dedo quantas vezes passou por aquelas situações esdrúxulas. Respirou fundo, com os olhares pertinentes de Dr. Wilson em suas costas.
   nunca foi uma criança normal para os padrões de Cape May, ela sempre agiu fora dos padrões das garotas da sua idade. Enquanto a maioria das meninas de sua idade pensava em namoros, pensava em coisas aleatórias como o domínio mundial ou a curar para o câncer.
  Ela possuía uma inteligência que irritava a maioria dos seus professores por suas perguntas petulantes, e talvez a maioria das pessoas a achassem irritante e mal humorada – como os seus pais, ela possuía uma mente brilhante, sagaz e uma personalidade temperamental –, e por aquele motivo, Amélia a chamava de gênio genioso pelas suas costas para os amigos mais próximos.
  Mas, diferentemente do seu pai, talvez ela não usasse os seus subordinados para aquele trabalho trivial que era a sua mudança para o apartamento dele como se fosse uma doença extremamente importante, e talvez parte da então ajuda bem-vinda seja o fato da curiosidade deles por ela.
  De quem é House? Eram coisas que ela não pensaria nas próximas horas e, surpreendentemente, pensava na tabela periódica de química e murmurava os nomes em francês, mandarim e japonês.
  Wilson carregava uma de suas caixas sendo seguidos dos carregadores com as demais coisas que Amélia insistiu em embalar para ela, enquanto o homem mais magro com cabelos loiros ia à sua frente – Dr. Robert Chase foi um dos tópicos no último mês, apesar de Gregory o chamar de nomes que estava proibida de repetir, ele parecia decente o suficiente apesar dos comentários ácidos de seu pai quanto aos seus dotes e habilidades médicas.
  Mas isso não era da conta dela, o que era de sua conta era seu pai sendo observado por um par de olhos femininos além de sua mãe, com que identificou como afeição natural por Gregory.
  E se lembrou de outra mulher que teve aquele mesmo olhar antes de ter seu coração partido.

10 anos antes.

  , de seis anos, tinha um ar emburrado, enquanto a sensação do flash machucava os seus olhos e a deixavam irritadiça com pessoas que ela não gostava ao redor de si.
  Ela odiava festas – as convenções sociais nunca foram a sua praia, como diria a sua pediatra, apenas respirou fundo com o vestido rosa cheio de frufrus que fazia ela se sentir uma alienígena, de acordo com a sua então avó Blythe que tinha um sorriso entusiasmado no rosto.
  Stacy não era a sua pessoa favorita, e ela sabia disso –, enquanto Gregory tinha os olhos atentos aos azuis de sua filha.
  – O que foi, petite?
  – Por que ela veio? – murmurou em francês, Gregory revirou os olhos, não era a primeira vez que sua filha agia de tal maneira desde que apresentou Stacy – Ela não gosta da mamãe.
   percebe o desconforto dela toda a vez que Gregory vinha a Cape May –, ao qual ela não tinha nada contra a mulher.
  Mas Amélia era a sua pessoa favorita no mundo e Gregory detinha o segundo lugar, mas como seu pai tinha aquele ar arrogante, até mesmo Fred, seu gato de estimação, tinha um lugar melhor em seu coração.
  – Quem tem que gostar da sua mãe é você.
   entendia o relacionamento estranho dos pais – ambos não queriam viver na sombra um do outro, cada um tinha uma trilha de sucesso diferente e uma filha gênia no meio, apenas isso –, entretanto, ela achava que Stacy iria se machucar eventualmente.
  E ela estava certa.

Tempo atual.

   retirou a caixa de dentro do carro – empoeirada pelo tempo, as marcas dela que mostravam a sua história, ela se lembrava de tudo, enquanto ouvia os resmungos da cozinha e as vozes de Wilson, e mais alguma pessoa que ela ignorou.
  Respirou fundo, enquanto retirou a carta que escondeu dentro de sua alma – sua letra, enquanto o conteúdo ainda doía em sua alma.
  Talvez, aquele fosse o primeiro grande erro de sua vida.
  Ter se apaixonado por alguém que não é do seu mundo.

  Querido Harry,
  Novamente, eu escrevi uma carta. Sobre nós.
  Lembro da primeira vez que tiver noção do que eu sentia; lembro da primeira vez que me beijou; lembro da primeira vez que acabei chorando por você. Me recordo de tudo, pois tudo o que se refere a você me deixa com boas lembranças, todavia, ao mesmo tempo, me lembra que nem mesmo os mais belos sentimentos sobrevivem ao tempo.
  Você me amou? Você, realmente, gostou de mim de verdade? Você alguma vez teve noção do que fazia comigo? Você se importou comigo?
  Você foi meu primeiro em tudo, basicamente. Meu primeiro beijo. Meu primeiro amor. Meu primeiro orgasmo, basicamente, em tudo você se tornou algo tão relevante em minha história que é impossível escrever algo sem ter aquele medo de perder de novo algo que jamais iria me pertencer mesmo eu lutando com todas as forças.
  Você jamais será meu.
  E eu aceitei isso.
  Então, por que insiste em destruir meu coração? Por que insiste em me deixar desconcertada? Eu preciso deixar você ir embora.
  Não posso continuar nesse dilema.

  Com amor,

.

   pensava que os amores eram aqueles que jamais teria, entretanto, enterrou a carta dentro da caixa e esqueceu aquelas cadeias de eventos que a levaram a sucumbir a loucura da adolescência.
   suspirou – o cheiro de macarrão com queijo se espalhando, enquanto observou as costas do homem fazendo tal comida – Gregory se movia com dificuldade sem a bengala, ao qual, ela pensava que sua mãe odiava seu pai no passado. Entretanto, ela não sabia o que dizer.
  – Você vem comer ou não?
  – Os outros?
  – Como eu sei que odeia multidões, os dispensei.
  – Você devia demitir a Dra. Cameron – murmurou em tom casual – Ela não merece.
  – E desde quando você entende disso? Sobre medicina? Seus quase 30 anos de medicina.
  Gregory sempre agiu daquela maneira quando lhe era dito alguma coisa que não o agradava, e por aquele motivo, ele e Amélia nunca estiveram juntos nos 16 anos desde a sua concepção.
  – Você entendeu.
  – Não entendi, não.
  Ela não sorriu – não entendia de pessoas e sentimentos, isso era óbvio pelas suas amizades terem mais de 40 anos, e serem quase todos adultos tristes, como diria a sua mãe –, mas ela reconhecia as emoções, apesar de não compreender por completo tais hormônios.
  – Ela gosta de você como a Stacy.
  – .
  – Você sabe disso.
  Gregory a observou com os olhos intensos – suspirou.
  – Eu posso deduzir.
  – Pai – murmurou em tom ríspido – Ela não merece o senhor.
  – Eu que não a mereço.
   bateu a mão sobre a bancada – um de seus vários defeitos seria o fato de acreditar que seu pai tinha uma personalidade maravilhosa, mas ela sabia – respirou fundo.
  – Apesar de ser verdade, ela é estranha demais.
  – Você que a estranha.
   não replicou com a resposta que faria a Sra. Hudson, que a educou como uma dama, se revirar no túmulo por tais pensamentos.
  Gregory suspirou enquanto tocou na cabeça da filha, aquela dinâmica funcionava daquela maneira, cada em sua casa no passado, entretanto, House sabia o que ela queria dizer com isso.
  E estava com medo.

X

  As convenções sociais eram excêntricas.
  O uniforme cheirava a novo –, o cabelo em tom de ébano preso num rabo de cavalo com uma trança, ao mesmo tempo em que encarou o Dr. Wilson com a sobrancelha arqueada.
  Ela tinha quase certeza que não precisava de uma babá, enquanto observava o homem mais velho ao seu lado, seu pai tinha uma expressão de falsa surpresa.
  – Eu posso ir de ônibus.
  – Uma mocinha como você não vai precisar de ônibus com essa carona. Vamos. É de graça.
   revirou os olhos com atitudes infantis de seu pai, afinal, ele ainda estava incomodado pela observação cirúrgica sobre Cameron, enquanto nenhum dos dois era bom em expressar um pedido de desculpas adequado.
  – Chase irá buscá-la.
  – Eu não tenho seis anos, pai.
  Se sentou no banco de trás enquanto ouvia as palavras trocadas entre ambos. colocou os fones de ouvido e os ignorou de imediato, o som da música europeia tocando aos ouvidos.
  Suas mãos formigaram ao pensar em tocar tal melodia no piano, enquanto encarava as nuvens negras que pintava a cidade.
  Uma tempestade estava vindo, e tentou manter sua mente ocupada, os livros pesados na mochila de rodas que levava.
  Naquela escola, a matéria de Educação Física era obrigatória, a qual ela não tinha certeza do porquê sua mãe a obrigou a isso.
  Ao mesmo tempo em que House a observava.
  – Então, petite, você está pronta?
  – Não.
  Mas sorriu. Diziam que sorrisos significavam menos perguntas e voltou sua atenção a cidade que passava por ela.
  E tentou mentalizar pensamentos felizes sobre a sua situação.

  Ser a única aluna novata no último ano do Ensino Médio não era algo para se orgulhar – Wilson e seu pai ouviam as palavras do coordenador e diretor da escola com falsa atenção, pelo menos, seu pai não ouvia metade das recomendações.
  Percebeu os olhares fixos em si, das meninas que questionavam a sua entrada tardia em dezembro, e respirou fundo.
  Faltava pouco para primavera, pelo menos, era o que imaginava.
  – Você está bem?
  A voz de James Wilson a retirou de seus pensamentos, ao mesmo tempo em que sorriu, e apenas meneou em positivo. tinha impressão que ele era uma boa pessoa, mas que tinha péssimo dedo para mulheres e amigos, entretanto, ela não pronunciou seus pensamentos.
  – Então, pronta?
  Gregory House sorriu. Enquanto revirou os olhos e seguiu o mapa dado pela secretaria, Wilson encarou desconfortável os dois.
  A falta de afeto era óbvia.
  – Você nem deu um abraço nela.
  – Ela tem fobia – House disse em tom sério – Minha filha odeia demonstrações de afeto em público; aos 7 anos, ela quase socou um menino por tocá-la sem permissão no ombro dela. Eu dei parabéns, Amélia a obrigou a não ser violenta.
  James Wilson encarou as costas dela, enquanto apenas suspirou, e desejava uma boa aula em sua mente para ela.

  Seus colegas de classe pareciam atentos demais – ela sentiu incomodada inicialmente; enquanto os professores lhe davam falsas boas-vindas, a cara azeda de seu professor de Educação Cívica mostrava a falta de interesse dela.
  Era apenas mais uma aluna em meio aos quase 1.000 alunos que frequentavam aquela escola, apenas se manteve atenta enquanto sua antiga escola estava mais avançada, e suspirou com tédio para aquele assunto dado.
  Ela revisou em sua mente as fórmulas de física, enquanto o Sr. Thomas tentava manter atenção dos quase 50 alunos.
  E foi então que ela viu o papel sobre seu caderno.

  "Oi, estranha. Meu nome é William".

  E talvez uma das pessoas que iriam arruinar sua paz.

  ¹Wistoragic – caracteriza por uma ligeira tristeza e nostalgia pelo recente fim de uma história.

III – Isolophilia¹

  As primeiras aulas foram básicas.
   já havia visto a maioria das coisas que foram dadas naquele dia – sua transição seria mais tranquila do que imaginava para uma escola nova, enquanto não se deu ao trabalho de prestar atenção na maioria de suas primeiras aulas.
  Não seria arrogância –, enquanto apenas aguardava o fim daquele período para então intervalo entre as aulas – o professor de quem menos gostou foi o Sr. Gordan; que pareceu ser incapaz de aceitar que ela terminou um teste de física em menos de 30 minutos, enquanto ele pensou na possibilidade dela ter colado.
  Mas quem iria repassar as respostas em seu primeiro dia aula? encarou o refeitório, o lanche preparado por Wilson em sua mão como se ele fosse uma mãe coruja, enquanto mirou na mesa vazia próximo a saída mais próxima.
  Seguiu em passos retos e firmes – mas é claro que havia os olhares curiosos, enquanto aquela escola era uma das mais prestigiadas na escola.
  É uma novata no meio do ano letivo, era fofoca que todos estavam comentando.
  Entretanto, isso não interessava a que abriu a bolsa em tons de cinza com seu nome bordado com capricho – Wilson parecia mais animado em tê-la do que seu próprio pai, mas Gregory tinha seu lado paterno –, então, percebeu o bilhete escrito na letra do homem que tinha o título de seu pai.

  Petite,
  Qualquer coisa, dê um soco na cara da pessoa. Papai vai acabar com eles na diretoria.

  House.

  Deu um sorriso mínimo – retirou os dois sanduíches de queijo, o suco de laranja e um bolinho fechado com carinho demais para um homem da idade de Wilson –, então sua paz terminou ali.
  A garota que parou ao seu lado tinha idade próxima a sua, talvez mais velha que a House mais boca, é a mais jovem de sua classe por ter pulado dois anos da escola secundária.
  – Oi. Essa mesa é nossa.
   encarou a mesa – não havia reservado, nem nada do tipo – e então para a garota, que deu um sorriso trocista seguida das garotas que estavam atrás de si.
  Se isso fosse um filme adolescente, talvez ela acreditasse que estava sendo perseguida, apenas deu de ombros e retornou atenção para sua então comida.
  – Você está se fazendo de surda?
  – Regra 31 do código de conduta da Jefferson High School – murmura de forma suave, os lábios em uma linha fina – As mesas do refeitório são de livre uso dos alunos. Não está escrito seu nome e, de acordo com o manual, é de livro uso dos alunos, ou seja, eu posso me sentar aqui.
  A garota de piercing na orelha abriu um sorriso atrevido, enquanto apenas percebeu o suco em sua mão. Antes que a tragédia que aconteceu em mais de 90% dos filmes americanos pudesse se realizar e possivelmente teria uma ida a diretoria em sua primeira dia de aula, entretanto, a garota a sua frente foi impedida pelo menino de cabelos escuros.
  – Megan.
  Megan fuzilou o garoto – as feições eram suaves, enquanto o rosto de bebê fixo em como se desejasse quebrar a cara da garota –, sorriu.
  – Ok, Gabriel, mas ela está no nosso lugar – soou de maneira rude, enquanto se afastou – Tome cuidado, novata.
   queria dizer que isso poderia melhorar no futuro, mas provavelmente ela e Megan não seriam amigas ou madrinhas uma da outra na próxima vida.
  O garoto de nome Gabriel a encarou, os olhos negros como ébano, enquanto comentou.
  – Você não devia ter me ajudado, a sua irmã não gosta de mim.
  – Como você sabe que ela é a minha irmã?
   não era idiota para sabe sobre os dois alunos mais populares do colégio que eram Megan e Gabriel Blackwood – Megan e Gabriel eram mais parecidos fisicamente: o mesmo tom de cabelo, o rosto com simetria similar, além da marca de nascença que ambos tinham na mão esquerda que chamava atenção naquele segundo. Não era difícil de adivinhar.
  – Um palpite.
  Disse em um sorriso amarelo, ao qual, seus dons de observação eram seus, apenas voltou sua atenção à sua comida, enquanto o rapaz ainda estava parado à sua frente.
  – Desculpe por isso. Ela nem sempre é assim.
  – Uma babaca? – sugeriu – Nada pessoal, mas os boatos correm soltos.
  Apesar de ter zero amigos, as pessoas naquela escola não falavam tão baixo quanto pensava – os cochichos na aula de Educação Cívica eram sobre ela, mas outra fofoca era sobre o término do relacionamento entre William Adler e Megan Blackwood no início da semana.
  Foi estopim, enquanto se lembrou do bilhete que recebeu mais cedo, e apenas pensava se a probabilidade a odiava.
  Tinha quase 90% de certeza de que era William Adler quem tinha enviado tal recadinho que ignorou, mas não queria se meter em mais um drama adolescente.
  Já bastava Harry, enquanto sentiu aquele puxão ao pensar no nome que ela deveria apagar de sua memória.
  – Está tudo bem?
  A voz de Gabriel a tirou de seu transe. Ela sorriu de maneira falsa, e meneou a cabeça em positivo.
  – Se você não for, sua irmã irá voltar aqui. Adeus.
  E se levantou enquanto o sanduíche estava em suas mãos, Gabriel observou as costas da garota nova com atenção.
  Os boatos diziam muita coisa sobre ela, mas nenhum deles fazia jus a sua beleza singular, sentiu um arrepio enquanto deu meia volta para a mesa onde seu grupo de amigos o observava.
   seguiu pelo corredor, estava sendo um primeiro dia estressante demais, e dramas adolescentes não eram para ela.

  O dia foi agitado para os seus nervos, enquanto o boato de que William Adler estava lhe cortejando chegou aos seus ouvidos antes do 5° período.
  Ela ouviu as duas garotas falando alto o suficiente para que todos que estavam no banheiro feminino ouvissem, enquanto se espalhava rapidamente pela escola.
  William Adler? pensava que não queria cruzar com um Adler tão cedo, ao mesmo tempo em que pensava que aquele dia não poderia ser pior.
  Primeiro, não fez qualquer amigo que valesse a pena, ao mesmo tempo em que a maioria das pessoas eram curiosas sobre ela.
  Alguns corajosos tentaram engatar conversas com ela, outros deram meia volta, mas a sua grande maioria já tinha uma concepção dela antes mesmo dela dizer qualquer palavra.
  Talvez fosse o fato de que seu pai era relativamente famoso; se ela pudesse ler mentes, seria: É uma criança bastarda. Enquanto pensava naquela horrível nomenclatura dada por terceiros para aqueles que nasceram fora do casamento.
  Respirou fundo enquanto pensava que o dia terminaria bem assim que saísse dali, retirasse aquela roupa desconfortável e bebesse um chá em seu quarto no seu refúgio pessoal – apesar de ser Educação Física seu último horário, o professor que ela já havia esquecido o nome murmurou algo dela participar da aula, entretanto, nenhum dos times queria ela como parte da equipe.
  Ele sorriu sem graça para ela, enquanto a mesma observou os jogos por dois períodos inteiros e sentiu a palma da sua mão coçar quando percebeu o quão medíocre eram os saques das meninas no vôlei.
  Entretanto, sorria e acene, como diria a Sra. Hudson.
  – Ei.
  Ela não respondeu. Apenas pegou a bolsa e seguiu para fora do ginásio B de esportes quando sentiu uma mão segurar seu casaco.
  Se virou com tudo, prestes acertar um soco no rapaz loiro de olhos castanhos, ao mesmo tempo em que ele desviou do ataque surpresa.
  – Wow. Calma, Rocky Balboa!
  – Eu não te conheço.
  Se virou para ignorar o rapaz que respirou fundo, e riu para ela.
  – William Adler, o cara que ignorou durante a Educação Cívica.
  A ruína de seu dia se chamava William.
  Ele tinha um sorriso simples –, observou os olhos castanhos escuros fixos em si, enquanto virou metade do corpo dele. Por que diabos ele estaria falando com ela?
  Ele era claramente o cara mais popular do colégio, e se seguisse a linha daquele clichê que sua mãe amava, também seria um babaca.
  – Você não me respondeu.
   suspirou. William tinha um ar refinado, entretanto, havia aquele alerta quando percebeu uma a garota encarando fumegante os dois; era a mesma que tinha um saque de serviço ruim e, até então, a mesma garota do refeitório.
  Megan Blackwood – por que dramas adolescentes sempre pareciam segui-la como se ela fosse um ímã para problemas?
  – Sua namorada irá matar você.
  – Quê? Eu não tenho namorada, do que você está falando?
  Desconversou. Sorriu de maneira astuta para ela. avaliou ele com uma expressão séria – os olhos azuis pareciam intimidantes, enquanto as sobrancelhas em tons de ébano se arquearam, William desviou os olhos.
  Nunca ninguém o encarou com tal expressão antes; era pela primeira vez desde que entrou no ensino médio.
  Ele se sentiu acuado – tinha o título de garoto mais popular, um atleta de primeira no baseball, e além do mais, a maioria das garotas tinha uma queda por ele.
  Entretanto, talvez não aquela. parecia não vê-lo mais do que um cara de sua sala. Respirou fundo, ao mesmo tempo em que ela retornou para seu caminho e retirou um livro de sua bolsa com letras estranhas.
  – Ok, ela é a minha ex-namorada. E você? Tem alguém em Cape May?
  Mas é claro que ele fez o dever de casa dele. Todos no colégio queriam conhecer a menina House, afinal, o pai dela tinha uma reputação infame entre as famílias dali; William ouvia seus pais falando sobre como era ruim a personalidade de Gregory House.
  A maioria dentro daquele colégio vinham de famílias de renome na medicina, e quem não conheceria Gregory House por ali?
  Apenas um tolo, o que William não era. A última semana foi recheada de boatos sobre a garota, entre as quais House era o suggar daddy dela, contudo, William percebia a semelhança física entre eles quando os viram naquela manhã.
  – Por que não tem resolve as equações de física?
  – Ei, você deveria estar agradecida por eu estar falando com você – murmurou pomposo, ao mesmo tempo em que respirou fundo – Ok, ok, mas pelo menos eu tentei, não acha? Ser amigável.
  Antes que ele pudesse continuar, a mão o parou, percebeu o segundo elemento com uma expressão séria.
  – Dr. Chase.
  – Seu pai me mandou – murmurou sem olhar para ela, suspirou – Você está bem?
  – Sim, vamos.
  E seguiu reto enquanto William se soltou. Chase observou o mais jovem, que sorriu, os olhos fixos na costa da mais jovem.

  – Por que eu devo ir?
  – Dos três patetas, você é o mais responsável.

  Gregory House tinha uma mania estranha de elogiar de maneira rude, como naquele segundo, enquanto Dr. Chase manobrava o carro para fora do colégio, os olhos atentos na garota.
   tinha uma expressão neutra, apesar de poucos segundos atrás. Ele preveniu que ela acertasse a cara do rapaz que a seguia – de acordo com seu chefe, a garota tinha zero tolerância a stalker desde jovem; tentou se atentar aos sinais de trânsito.
  – Nós iremos morrer se continuar me encarando, Dr. Chase.
  – A-ah – murmurou sem jeito, ao mesmo tempo em que a garota observava a rua, seus dedos batucando sobre a perna – Você o conhece?
  – William Adler. Filho do Dr. Adler, arqui-inimigo do meu pai, de acordo com a minha mãe – murmurou em tom ameno, Chase a encarou. – Olhos no trânsito, Dr. Chase. E respondendo a sua pergunta: não, mas conheço a mãe dele, ela foi paciente da minha mãe. Eu vi uma foto dele na carteira dela no ano passado, ele não mudou muito.
  – Você é observadora.
   não sorriu, enquanto tinha coisas triviais para sua memória eidética, conhecer as pessoas de seu colégio era o de menos para ela. Respirou fundo.
  – Dia difícil?
  A garota se limitou a menear um positivo enquanto fechou os olhos. Ela só queria dormir, ao mesmo tempo em que Robert Chase pensava que ser filha de Gregory House era um carma muito ruim.
  O silêncio perdurou por vários minutos. Enquanto a garota parecia relaxar no carro, Chase suspirou ao pensar que ela estava tendo um dia que não era tranquilo.
  E apenas fechou os olhos.

X

  Gregory House não queria se preocupar.
  Entre todos os seus tempos como pai de , talvez aquele fosse o momento mais intenso de sua carreira como pai – ele e a garota eram dois estranhos quando tratados de assuntos mais complexos, como sentimentos; mesmo com Amélia lhe dizendo com todas as letras que sua filha era sua cara, e reclamava como a garota não era parecida com ela.
  Da personalidade ruim, dos olhos intensos e da capacidade de irritar as pessoas que parecia ser uma das melhores habilidades dela.
  James Wilson observava o homem andar de um lado para outro, sua perna se movendo com nervosismo –, enquanto as horas pareciam lentas como uma lesma.
  – Você não tem pacientes.
  – Não – murmurou, ele tinha horas na clínica, mas Cuddy não estava lhe fiscalizando para ele fazer o trabalho dele – Eu quero ver se a petite está bem.
  – Eu gostaria de perguntar o que é petite erreur?
  – Pequeno erro em francês – murmurou House, Wilson encarou o homem com atenção – Amélia deu esse apelido durante a gravidez.
  – E você está aqui porque está preocupado com ela?
  – Talvez sim.
  – House. Você deveria perguntar se ela está bem, sobre a escola e…
  – Ok, mamãe.
  Gregory encarou o relógio, pelo horário, logo seria a saída dela – e como combinado, ela ficaria no hospital com ele até o fim de seu expediente.
  – Por que o Chase? Cameron parece ser menos…
  – tem a língua afiada e é uma observadora aguçada – murmurou House, os olhos atentos a rua, enquanto apenas pegou a bolsa de comida que Wilson fez para ela – Ela já demonstrou o desgosto dela pela Cameron.
  – Por quê?
  O som de sua voz soou preocupado, ao mesmo tempo em que o homem suspirou.
  – De acordo com ela, Cameron gosta de mim.
  – O que é óbvio, não acha? – brincou, os olhos atentos dele em House, que não sorriu – Ela não quer que você se machuque.
  – Porque eu irei machucar ela, idiota.
  Wilson parou. Mesmo com a personalidade estranha de House, a garota tinha mais sentimentos que ele, ao mesmo tempo em que Gregory apenas saiu pela sala sendo seguido pelo melhor amigo.
  Robert Chase era a melhor opção entre os seus escravos.
  Dos 3 patetas, Chase não iria perturbar a sua filha, pelo menos, ele tinha ainda essa fé nele, mesmo que não acreditasse em nada de religião, enquanto a garota entrou em seu campo de visão com a roupa de educação, a saia por cima das calças e os fones de ouvido.
  Sua expressão azeda, ao qual percebeu que algo deu errado em seu primeiro dia.
  Gregory observou mais atentamente quando Wilson balançou a sacola –, se sentou e ignorou os dois por alguns segundos até retirar os fones, Chase apenas deu um aceno e seguiu reto para fora do campo de visão dele, talvez fosse o primeiro dia, mas o homem parecia nervoso.
  – .
  – – murmurou em tom sério, enquanto Wilson sorriu – O que foi?
  – Wilson disse que eu devo perguntar como foi o seu dia na escola.
   arqueou as sobrancelhas e não sorriu de imediato com as palavras dele, ao mesmo tempo em que apenas deu de ombros.
  Preferindo o silêncio.
  – Você dominou o mundo?
  – Pai, todo mundo mente? – seus olhos idênticos ao de Gregory, o homem mais velho apenas soltou um suspiro – Até você?
  – Eu não minto para você.
  Desde que se tornou pai, Gregory nunca jamais mentiu para – era a única coisa que ele não conseguia fazer, ao mesmo tempo em que sabia das suas omissões, mas mentir, jamais.
  – O que houve?
  – As pessoas perguntando o motivo para eu me mudar – disse de forma simples, os olhos tristes, enquanto baixou a cabeça – Eu disse que cansei de Cape May. Isso é mentira?
  Gregory House apenas percebeu o rosto de – o real motivo era Amélia, sair de Cape May e o desgosto dela pela cidade –, Josué apenas tocou em seu rosto, e sorriu minimamente.
  – As pessoas não precisam da verdade, petite.
  Sorriu, enquanto o conforto de seu pai foi o suficiente para aquele dia intenso.
  – Venha, Wilson. Ele fez para você.
  Comeu em silêncio, enquanto House pensava que todos mentiam, até mesmo a sua filha.
  Enquanto encarou o lado de fora, uma tempestade estava a caminho.

X

  Gabriel Blackwood encarou o desenho, enquanto as mãos estavam em frenesi para finalizar aquela obra que se criou em sua mente – a garota sentada solitariamente durante o almoço, enquanto a mais simples posição a tornava bonita naquele segundo, ao mesmo tempo em que os olhos intensos em outra página no caderno de desenho.
  A coloração ainda incerta do azul profundo dos olhos dela – os cabelos em tons de ébano que fazia um contraste com sua pele pálida, talvez ela fosse uma perfeita Branca de Neve em sua mente, com as mesmas características do conto de fadas – o sorriso mínimo que ela lhe entregou naquele dia, talvez fosse aquele momento que ele se sentiu atraído por ela.
  Aquele puxão em seu estômago.
   House era mais do que ele esperava, ao mesmo tempo em que fechou o caderno quando percebeu o melhor amigo se aproximando, William tinha o rosto iluminado.
  Naquele segundo, ele soltou:
  – Eu acho que me apaixonei à primeira vista.
  Gabriel encarou cético, enquanto guardava os materiais de desenho, desde jovens, William se envolvia com garotas ao longo dos anos de amizade.
  Até mesmo engatou em um romance com sua irmã mais jovem, ao mesmo tempo em que pensava quem seria a próxima vítima.
  – E quem é ela?
  – House. House.
  Então a chuva começou a cair, enquanto os dois amigos se encaravam com um misto de surpresa e animação.

  O som do trovão soou – House encarou o céu nublado, enquanto a chuva lavava as impurezas da terra.
  Logo, haveria um renascimento.

  ¹Grande afeição por estar sozinho/ser sozinho.

CONTINUA...