Fixed On You

Escrito por Karoline Gomes | Revisado por Lelen

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Música: You and Me, por Lifehouse

What day is it, and in what month, this clock never seemed so alive

  Eu realmente não saberia dizer, olhando para ela, o tempo parecia não passar, e eu realmente não queria que passasse, queria admirá-la pelo resto da vida.

I can't keep up and I can't back down, I've been losing so much time

  Mas também nunca tinha tido coragem de chegar e falar com ela, eu sou um completo medroso, não tenho mesmo o direito de tê-la. Ela é tão... Perfeita! Não merece alguém como eu.

  — Daniel... — Melissa disse do meu lado, já que estávamos sentados na mesa ao lado do palco junto com os noivos. — Hora do discurso do padrinho.
  — Mas já? Deixe as pessoas se divertirem um pouco mais — eu disse, morrendo de nervosismo. Para mim, estava sendo um prazer ser padrinho de casamento do Rupert, meu melhor amigo, e que finalmente se casou, mas tímido como eu era, pagaria o maior mico com esse discurso, ainda mais como ela me olhando.
  — Ou agora ou nunca.
  — Eu prefiro o nunca — disse e Lissa me deu um beliscão. — Ai!
  — Vá logo, Dani, topou ser padrinho agora aguente — ela praticamente me ordenou.
  — Ok, estou indo — eu disse e me levantei, indo até o palco, onde a banda tocava, e pedi para eles pararem por um instante. — Boa noite a todos — eu disse e todos na festa me olharam, principalmente ela, de onde eu não tirava meus olhos. — Bem, eu não sei muito bem o que falar, só tenho a dizer que os dois tem muita sorte, a Giovanna, arranjou um cara muito do bagunceiro e preguiçoso, mas é gente boa, e tenho certeza que vai te fazer muito feliz, e o Rup, bem...

  Eu disse e olhei para frente, exatamente para ela.

Cause it's you and me and all of the people, with nothing to do, nothing to lose, and it's you and me and all of the people and I don't know why I can't keep my eyes off of you

  Todo mundo me olhando, me encarando, e eu parado, só conseguia, olhar para ela. Era impossível não ficar como um bobo a olhando, não conseguia falar nada, só queria ficar olhando para ela.

  — O Rupert, bem, ele...

All of the things that I want to say, just aren't coming out right, I'm tripping on words, you got my head spinning, I don't know where to go from here

  — Daniel! — Rupert disse e eu “acordei”. — O discurso, cara, esqueceu do que dizer?
  — Não, mas como eu disse falar de vocês é difícil, da Giovanna ainda mais, já que eu não conheço ela muito bem — me justifiquei.

  — Mas eu sim — alguém subiu no palco chegando perto de mim, inundando minhas narinas com seu doce perfume. Era ela do meu lado. — Posso te salvar? — ela sussurrou para mim.
  — Por favor! — eu disse e ela deu um lindo e singelo sorriso, antes de pegar o microfone de minhas mãos.
  — Bem, acho que o nosso padrinho aqui precisa de uma ajuda, então tomei coragem e vim falar um pouco da Ginna, que é uma pessoa muito especial para mim, e que me...

  Nem prestei atenção no que ela falava, só no leve movimentar de sua boca. Ela era realmente perfeita, tinha atitude, era altiva, mas sem perder sua doçura nata. Era uma princesa com traços de plebeia.

Something about you now, I can't quite figure out. Everything she does is beautiful. Everything she does is right

  Quando todos bateram palmas eu finalmente despertei e bati palmas também, e logo depois ela me entregou o microfone.

  — Obrigado — eu disse baixo para ela.
  — Obrigada também — ela disse e desceu do palco.
  — Bem, curtam a festa, e um viva aos noivos! — eu disse levantando minha taça de champanhe.
  — Viva! — eles disseram e depois bateram palmas enquanto eu descia e a banda começava a tocar.
  — Até que se saiu bem, sorte que aquela garota te ajudou — Lissa disse assim que eu desci do palco.
  — Falando nisso, viu para onde ela foi? — eu disse passando meus olhos pela multidão a procurando, e dessa vez, meus olhos não a encontraram.
  — Eu acho que a vi indo para o jardim — ela disse.
  — Valeu — eu disse e saí correndo para a porta dos fundos.
  Atrás da casa onde estava tendo a festa, havia um enorme e lindo jardim, ou melhor, parecia mais que ia dar em uma floresta, cheio de árvores e muros cobertos de grama, haviam caminhos de pedras rodeados por flores, e as estrelas iluminavam o lugar.

  Comecei a andar pelo caminho, até eu sentir duas mãos taparem meus olhos, duas macias e delicadas mãos, que eu reconhecia apesar de ter tocado só uma vez.

  — Adivinha quem é? — sussurrou no meu ouvido a doce melodia que era sua voz.
  — Eu sei quem é, só não sei o nome — eu disse de olhos fechados e nós rimos.
  — Não seja por isso — ela disse e tirou as mãos de meus olhos, me fazendo virar e a encarar, e ela mantinha um doce e terno sorriso no rosto, e estendeu sua mão para mim. — Prazer, sou Camila, madrinha da Giovanna, e pensei que eu tinha falado meu nome no discurso.
  — Se falou, eu não escutei, aliás, me perdoe, eu não ouvi uma palavra sequer do seu discurso — eu admiti e ela bufou.
  — Nossa, foi tão chato assim? — ela disse encarando o chão, e eu levantei seu rosto para mim, sorrindo de maneira terna para ela.
  — Nada em você é chato, por isso mesmo não prestei atenção, porque olhando para sua boca, não há como prestar atenção em mais nada — eu disse e ficamos nos encarando por alguns instantes.
  — E o que está esperando para beijar minha boca? — Camila disse, e eu ri.
  — Eu também não sei — disse, e sem pressa, aproximei minha boca da dela, e lhe dei um carinhoso beijo, e era estranho como a boca dela fazia cocegas na minha, como ninguém nunca havia feito.
  — Não imaginei o quanto esperei por isso — ela disse entre o beijo?
  — Como? — perguntei curioso.
  — Eu sempre ficava te olhando quando Giovanna e Rupert inventavam almoços e te convidavam, o cara dos olhos cor de céu, era como eu te conhecia... — ela riu. — Ou melhor, é como eu ainda te conheço, ainda não me disse seu nome.
  — Daniel, meu nome é Daniel — eu disse e sussurrei em seu ouvido. — Mas você pode me chamar de seu.
  — Então, prazer, meu! — Camila disse e me beijou novamente, e depois de novo, e de novo, e de novo, eu a beijaria pelo resto da vida, porque...

You and me and all of the people, with nothing to do, nothing to prove…

FIM



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