Finais Felizes Existem?
Escrito por Anna Jackamann | Revisado por Andy
Capítulo 1
- Finais felizes existem? – me perguntou sem me olhar. Ela encarava o céu estrelado, deitada no telhado da nossa casa.
- Acho que sim, – respondi firme, afinal a maior prova disso estava bem ali ao meu lado, maravilhada com a vista que tínhamos.
Dwaine, a mulher mais linda, maravilhosa, carinhosa e especial que qualquer homem poderia querer. Sorte a minha que ela já era minha há quase cinco anos.
Quando nos casamos, tinha vinte e dois anos e eu vinte e cinco, nos conhecemos em um jantar na casa dos pais dela. Holden, seu irmão mais velho, era, e é até hoje, meu melhor amigo e tinha feito o convite e eu prontamente aceitei. E, quando a vi, foi como se tudo na minha vida tivesse valido a pena. Eu me apaixonei por ela na hora.
Três meses foi o suficiente para eu ter a certeza de que devia ser minha para sempre. A pedi em casamento, sem ao menos tê-la pedido em namoro, e, por incrível que pareça, ela aceitou. Um mês depois nos casamos, todos acharam estranho, disseram até que estava grávida e por isso se casou as pressas.
Não ligamos muito para aquilo na época e muito menos agora. E, depois de cinco anos de casados, estamos esperando nosso primeiro filho; estamos ansiosos para que os sete meses que restam passem logo.
virou o rosto para mim, sorrindo lindamente.
- Qual é o seu final feliz, ? – perguntou. Abri o maior sorriso, antes de responder a pergunta mais fácil do mundo.
- Você. Você é o meu final feliz.
- E você é o meu – ela disse baixo. se sentou e se aproximou de mim e logo seus lábios rosados estavam nos meus.
Minha mulher me beijava com tanto carinho e ternura, como sempre fizera, desde o nosso primeiro beijo.
- Eu te amo, príncipe – ela sussurrou contra meus lábios. Sua testa estava colada a minha e ela fazia carinho em minhas bochechas com os polegares.
- Eu te amo, princesa – sussurrei de volta. sorriu e eu a beijei outra vez.
Passamos algum tempo deitados no telhado da nossa casa, contemplando as estrelas.
(...)
- Amor você acha que eu estou gorda? – perguntou assim que entrei em nosso quarto, depois de ter guardado a louça do jantar e deixado a cozinha limpa. Ela se olhava no espelho, entortando a boca de um jeito fofo, enquanto procurava algo errado.
- Não, você está maravilhosa, como sempre – respondi sincero, enquanto me despia e ficando só de cueca – Agora, vem se deitar comigo – pedi, já entrando embaixo do cobertor. assentiu e rapidamente veio até a cama e em segundos estava enroscada em mim. Ela havia completado três meses de gravidez há uma semana, depois de termos ficado horas no telhado. Desliguei o abajur e aconcheguei ela um pouco mais em mim.
- Boa noite, príncipe , eu te amo – ela disse baixo.
- Boa noite, princesa , eu te amo também – disse também baixo e lhe beijei os cabelos. Suspirei calmo e fechei os olhos, não demorando muito para cair no sono.
Abri os olhos assustado quando me senti ser balançado. A luz do abajur estava acesa, olhei para o lado direito da cama e vi minha chorando.
- Ei, amor! O que foi? – perguntei, já me sentando na cama, a voz um pouco rouca pelo sono. Toquei seus ombros e a virei para mim.
- ... Tem... Tem – ela gaguejou sem conseguir formular uma frase coerente.
- O quê, meu amor? O que foi? – perguntei preocupado.
- Tem... Tem sangue – sussurrou me olhando com aqueles olhos castanhos tristes. Meu sangue gelou.
- O quê? Onde? – indaguei assustado, procurando onde havia sangue. tirou o cobertor de suas pernas e quadril e tudo ao seu redor estava sujo de sangue. Olhei alarmado e me ajoelhei ao seu lado na cama.
- Meu Deus...
- está doendo – choramingou, os olhos cheios de lágrimas.
- Amor, fique calma! Eu vou fazer sua dor passar – prometi. Pulei da cama, vestindo as pressas a calça e uma camisa que eu acho que ficou pelo avesso. Mas eu não estava nem ai para isso, a minha menina estava sentindo dor.
- Ai! – gemeu entre o choro, deixando-me ainda mais desesperado. Me apressei em cobri-la com a minha toalha de banho, que eu havia deixado ali mais cedo, em sua cintura. A ergui em meus braços e sai do quarto às pressas. Desci a escada rápido, mas com cuidado, pegando a chave do carro pelo caminho, antes de sair de casa.
- , vai ficar tudo bem – murmurei, enquanto a colocava deitada no banco de trás do carro. Minha princesa chorava e gemia de dor sem parar, era desesperador vê-la naquele estado. Eu nunca tinha visto ela daquele jeito... Ah meu Deus! Nosso filho... Não.
Pisei fundo no acelerador, aproveitando que àquela hora da madrugada havia pouco movimento de carros.
Sai às pressas do carro quando chegamos e logo tirei do mesmo, indo rápido até a recepção do Albert B. Chandler Hospital*.
- Por favor, eu preciso de ajuda – eu disse alto para a moça do balcão.
- Deus! – ela disse assustada, quando notou o estado de .
- Por favor! – implorei. A moça pediu por ajuda e logo enfermeiros apareceram com uma maca e levaram minha mulher em seguida, levaram de mim.
Chorei em silencio pedindo a Deus que nada acontecesse.
(...)
- – ouvi meu nome e levantei á cabeça rapidamente e encontrando, Holden.
Senti as lágrimas outra vez, consegui ligar para Holden da recepção e pedi para que ele fosse para lá o mais rápido possível e que levasse algo para eu calçar, porque nem nisso eu pensei. Agora, já fazia quase uma hora que foi levada e, até agora, nada de notícias.
- E aí, amigo! – ele me abraçou – Alguma notícia? – perguntou, sentando-se ao meu lado.
- Não – sussurrei – Nada. Eu estou com medo, Holden – confessei, choramingando.
- Calma! – pediu me abraçando pelos ombros – Vai ficar tudo bem – tentou me tranquilizar, mas eu só ficaria tranquilo quando ela estivesse perto de mim e bem com o nosso bebê – Meus pais vão chegar logo – avisou.
Eu estava fraco, queria notícias da minha mulher. Enfermeiros iam e viam e nada de notícias. Emma e Christopher chegaram pouco depois, preocupados. Holden ligou para os meus para avisar.
Suspirei derrotado, enfiando o rosto nas mãos. Eu só queria a minha mulher e o meu filho. Só isso.
“Por favor, eu imploro, Deus, faça com que eles fiquem bem.” Orei baixo. Era tudo o que eu podia fazer. Meus pais chegaram e eu me acolhi nos braços da minha mãe.
- !
- Aqui – levantei da cadeira em um pulo, me aproximando do médico em um instante – Ela é a minha esposa. Como ela está? E o meu filho? – disparei.
- Ela está bem, está dormindo – disse – Mas eu sinto muito, o bebê não resistiu. – meu mundo caiu – Sua esposa sofreu o que chamamos de aborto espontâneo. É muito comum na primeira gravidez – explicou.
Meus olhos já estavam marejados. Nosso bebê.
- Eu posso vê-la? – pedi. Eu estava desolado, nós queríamos tanto esse filho.
- Claro, me acompanhe! – obedeci sem hesitar, seguindo-o pelos corredores daquele hospital. Eu precisava dela, precisava vê-la – Ela vai precisar ficar essa noite aqui, mas amanhã cedo já poderá ir para casa – o médico avisou, concordei e me aproximei da cama. estava deitada de costas para mim. O médico saiu do quarto, me deixando sozinho com ela. Comecei a chorar outra vez. Dizem que homem não chora, mas o idiota que inventou isso não deve ter sofrido a ponto de rever suas palavras.
- ... – sua voz saiu fraca, baixa e rouca. Levantei minha cabeça rapidamente e encontrei seu rosto pálido e triste, seus olhos estavam marejados.
- , eu...
- Está tudo bem – ela sussurrou, com a voz embargada. A abracei desajeitadamente, a apertando em meus braços.
- Nosso bebê – choraminguei, entre os soluços, enquanto enterrava o rosto em seu cabelo. me abraçou também e começou a chorar. Choramos os dois, aquela foi uma perda horrível, queríamos tanto essa criança.
O recomeço seria difícil para nós dois.
- Minha princesa – chamei , assim que acordei aquela manhã no hospital. O médico logo chegaria e ela precisava estar acordada.
- Uhm – ela resmungou baixinho, enquanto despertava devagar – .
- Sim, amor. Sou eu – respondi, enquanto acariciava seus cabelos bagunçados.
- O que foi? – ela perguntou confusa, olhando para alguns lados do quarto.
- Nada. Você precisa estar acordada, o médico vai chegar logo – falei tranquilizando-a. Ela assentiu devagar e sentou-se na cama. estava mais pálida que ontem, tentei sorrir, mas não deu certo.
- É tudo culpa minha – murmurou baixo, me olhando.
- O quê? – indaguei – Não. , por favor, não – implorei, agarrando suas mãos quentes – Nada do que aconteceu é culpa sua – ela abaixou a cabeça e suspirou.
- Eu queria tanto ter te dado esse filho, – choramingou. Meu coração doeu ao ouvi-la dizer aquilo.
- Tudo bem. Temos muito tempo ainda – eu disse baixo tranquilizando-a, ou pelo menos tentando. A abracei com carinho, isso era tudo que minha precisava. Carinho, amor, paciência e atenção.
*Albert B. Chandler Hospital fica na cidade de Lexington, nos Estados Unidos.
Capítulo 2
Um mês se passou desde a nossa perda e ficava cada dia pior. Em cinco anos de casados eu nunca tinha visto desse jeito. Mal humorada, grossa, rude e fria. O médico me avisou que talvez isso pudesse acontecer. Mas estava tudo muito pior, ela estava me rejeitando, me afastando, me magoando.
não saia mais de casa, passava dia e noite no quarto sua aparência estava horrível, mas mesmo ela estando daquele jeito, eu a amaria por que a cada segundo a cada vez que eu respiro, eu me apaixono por ela outra vez, e mesmo estando pálida demais, com olheiras profundas e cabelos desgrenhados, para mim e para o meu amor, Dwaine sempre seria a mulher mais linda do mundo, seria a minha princesa.
Fechei á porta de casa atrás de mim e caminhei até a sala e deixei minhas coisas do trabalho em cima do sofá, afrouxei a gravata, abri os primeiros botões da camisa e tirei o terno. A casa estava silenciosa como sempre, suspirei e rumei em direção á escada para o segundo andar, a passos leves e lentos alcancei o mesmo que se encontrava silencioso também.
Abri a porta do quarto devagar, passei meus olhos pelos quatro cantos e lá estava ela, sentada no chão ao lado da porta do banheiro. Os braços abraçando as pernas e a cabeça enterrada no meio delas. Aquela era a minha nova mulher.
- – a chamei, mas nada foi respondido. Na verdade ela nem se mexeu. Me aproximei e me abaixei diante dela, colocando as mãos em seus ombros – Princesa – tentei outra vez e mais uma vez recebi silêncio em troca – , por favor – pedi – Fala comigo, amor.
Ela se encolheu quando eu a toquei. Aquilo doía mais que qualquer outra coisa no mundo.
- Amor, por favor, olha pra mim – supliquei em total desespero. Ela o fez me encarou, seus olhos repletos de lágrimas e mágoa, dor, tristeza tudo de uma vez só – Fala comigo.
- Você quer que eu diga o quê? – perguntou rude.
- Eu quero saber como você está? – respondi.
- Como você acha que eu estou – rebateu. As lágrimas começaram a descer.
- ...
- Estou pior que ontem. Eu quero sumir , eu quero que você me deixe em paz, quero que pare de fazer perguntas idiotas, eu quero que pare de me olhar com pena. Eu quero que você vá embora daqui – disparou. A voz embargada e, seu corpo tremia.
- Não importa nada do que você diga agora, princesa – disse firme olhando-a – Eu nunca vou desistir de você. E se eu tiver que ficar aqui fazendo perguntas idiotas eu vou ficar, por que eu te amo.
- Eu te odeio – sussurrou amarga, e eu fechei os olhos sentindo o impacto daquelas palavras, me levantei rápido e sai de perto dela. Sai do quarto e desci para a sala, puxei os cabelos com força as lágrimas ardiam em meus olhos, e o ar parecia me faltar. A pior coisa do mundo é ouvir da pessoa que se ama aquelas palavras. A sensação era como se garras afiadas dilacerassem seu coração, deixando seu corpo em carne viva. Naquele momento eu quis desaparecer, mas ela precisava de mim,e eu nunca a deixaria mesmo sendo odiado.
(...)
- Oi, amigo – Holden cumprimentou-me com um abraço assim que entrou em casa.
- Oi – respondi baixo, fechei á porta e me aproximei um pouco.
- Como você está? – perguntou preocupado notando meu semblante.
- Pior que ontem – comentei cabisbaixo, o nó em minha garganta ressurgiu ainda pior.
- Eu sinto muito – Holden tocou meu ombro em sinal de apoio – Será que eu posso ir vê-la? – pediu receoso.
- Claro.
Respirei fundo e o olhei:
- Talvez sua visita faça bem a ela.
Holden assentiu e subiu até o quarto, senti as lágrimas descerem por meu rosto, enquanto meu coração doía de tristeza.
(...)
Puxei o cobertor depois que me deitei ao meu lado da cama, já dormia, depois que Holden foi embora ela chorou e acabou adormecendo.
Parei para observá-la e como sempre acontecia me apaixonei por ela outra vez. Acariciei seu rosto leve e carinhosamente, aquela mulher era tudo para mim.
- Eu sempre vou amar você, princesa – sussurrei. – Vou amar até que meu coração pare de bater – continuei. Me aproximei e beijei seu rosto demoradamente sentindo sua pele macia e fria em contato com os meus lábios. – Boa noite, amor.
Liguei o rádio em uma estação qualquer na manhã seguinte, mas nenhuma música me agradou então resolvi colocar um CD para tocar. Ed Sheeran. Enquanto o CD rolava, eu comecei a preparar o café da manhã, deixaria tudo pronto para quando acordasse.
Me distrai enquanto cortava algumas frutas, mas voltei a realidade quando foquei minha atenção na letra da música que estava tocando agora.
'Cause you are my one and only
(Você é o meu número um)
You can wrap your fingers round my thumb
(E você pode segurar meu dedo com seus dedinhos)
And hold me tight
(E apertar bem forte)
You are my one and only
(Oh, você é o meu número um)
You can wrap your fingers round my thumb
(E você pode segurar meu dedo com seus dedinhos)
And hold me tight
(E apertar bem forte)
And you'll be alright
(E você ficará bem)
You were just a small bump unborn
(Você era apenas uma pequena saliência ainda não nascida)
For four months then torn from life
(Mas por só quatro meses, depois, perdeu a vida)
Maybe you were needed up there
(Talvez eles precisassem de você lá em cima)
But we're still unaware as why
(Mas ainda não conseguimos entender o motivo)
Que ironia, não?
Uma música cuja a letra referia-se a um pequeno ser que já era amado, mas que não chegou a nascer. Balancei a cabeça negativamente aquela música não poderia ter vindo num momento inoportuno. Aquilo machucava, me virei para desligar o rádio e a música, e tal foi a minha surpresa foi ver parada perto da porta, com os olhos marejados. Droga.
- – comecei cauteloso – Precisa de alguma coisa? – perguntei depois de desligar o rádio.
- Por que você faz isso? – choramingou.
- O quê? O que eu fiz?
Encarei-a confuso.
- Colocou a música como se fosse ajudar, se sua intenção foi fazer eu me sentir pior do que já estou. Conseguiu.
- eu não fiz por querer eu juro- retruquei desesperado.
- Você me odeia tanto a ponto de querer me magoar desse jeito – acusou ela entregando-se as lágrimas.
- Por favor, , não faz isso – supliquei sentindo meus olhos arderem.
- Quem está fazendo algo aqui é você ! – ela gritou.
- Para! – gritei também – Pelo amoré de Deus, para – puxei os cabelos desesperado – Eu perdi o mesmo que você, estou sofrendo igual – me aproximei dela irritado – Eu não quero se sinta mau, eu quero que você fique bem, pelo amor de Deus. Eu te amo – continuei gritando enquanto a encarava de perto nos olhos – Eu não agüento mais.
- Então vai embora – ela gritou de volta me empurrando pelo peito – Já que eu sou um fardo para você, , vai embora.
Encarei por alguns segundos, sentindo as lágrimas descerem por meu rosto sem perder.
Eu precisava pensar desviei dela ao passar por ela, peguei minhas chaves e minha carteira. Abri á porta no mesmo instante em que Emma e Chris iriam tocar a campainha.
- Ei querido – Emma disse sorrindo fraco.
- Eu te odeio – foi o que escutei antes de sai dali o mais rápido possível.
Suspirei!
Por que isso tinha que acontecer justo com ela. Justo com a mulher que eu amo. Porque não comigo? Eu poderia agüentar, mas ela não.
Deus, por quê?
Apoiei os cotovelos nos joelhos cobrindo meu rosto com as mãos, passando pelos cabelos. Eu estava cansado, triste, sofrendo e com raiva de mim mesmo por não ter conseguido ajudá-la, era minha responsabilidade e eu não consegui ajudar. Levantei do banco onde eu estava, secando algumas lágrimas enquanto começava a caminhar até o carro, eu precisava conversar, eu precisava de conselhos e de colo.
Mamãe abriu a porta na segunda vez que toquei a campainha, ela sorriu fraco já sabendo o que eu estava sentindo só por me olhar. Mães têm esse poder, não é?
Ela me abraçou forte um abraço reconfortante e, eu chorei outra vez.
- Ela me odeia mãe – murmurei baixo, enquanto segurava uma xícara de chá, que mamãe havia preparado depois que me acomodei em seu sofá.
- Ela não te odeia meu amor – disse – Só está passando por um momento difícil, como você também está – continuou, ela acariciava meu ombro para me tranqüilizar.
- Ela está tão agressiva, eu não sei o que fazer – suspirei.
- Você precisa ter muito mais paciência, do que costuma ter.
- Eu sei mãe. Eu preferiria mil vezes estar no lugar dela, só para não vê-la daquele jeito – murmurei. O que eu mais queria na vida era poder ver minha princesa bem. Feliz outra vez.
- Filho, fique calmo – pediu carinhosa – tudo vai ficar bem.
- Você promete mãe? – perguntei. Mamãe sorriu abertamente do jeito que eu sempre gostei. Ela tirou a xícara da mesinha de centro.
- Eu prometo meu amor – garantiu, segurando meu rosto entre as mãos macias. A abracei enterrando meu rosto em seus cabelos, eles ainda cheiravam a rosas como quando eu era criança.
Voltei horas depois para casa, depois de conversar muito com a minha mãe, e de estar um pouco mais calmo. Já era noite quando cheguei.
A casa estava silenciosa, ela devia estar dormindo, por isso fiz o mínimo silencio possível. Não iria dormir com ela, essa noite se ela precisava de espaço, eu daria, eu faria qualquer coisa por ela.
Dormi no quarto de hóspedes, tomei um longo banho, relaxando, e logo estava me deitando.
- Por favor, Deus, que ela fique bem logo - pedi em oração. Então finalmente cai no sono.
(...)
Fechei o computador edição e desliguei o computador finalmente e me levantei da cadeira e comecei a arrumar minhas coisas para poder ir para casa.
Uma semana se passou desde aquele dia, e eu, não trocávamos uma palavra se quer, eu saia de manhã, ela estava dormindo e quando voltava a noite, ela também estava dormindo o fim de semana foi ainda pior, cada um no seu canto, eu não sei como estou suportando ficar longe dela sem poder abraçá-la ou beijá-la.
- !
Procurei por quem me chamava, encontrando Andrea sorrindo abertamente.
- Oi, Andrea, ainda aqui? –perguntei estranhando Andrea é a primeira a sair sempre.
- Pois é – ela disse tímida – Sabe , vai ter a festa do aniversário do chefe, e todos do escritório iram, posso contar com a sua presença – Andrea mordeu o lábio, ela parecia nervosa.
Andrea era uma mulher bonita, ruiva, olhos azuis, ela tinha o corpo bonito, e o papo dela era legal. Andrea também era uma boa pessoa. Mas nenhuma se compara a mulher maravilhosa que tenho em casa.
- Eu não sei se vai.. – ela me interrompeu.
- Por favor, – insistiu, juntando as mãos como numa prece.
- Tá, eu vou tentar ir, prometo – disse.
Andrea bateu palmas empolgada.
- Ótimo. A festa será daqui duas semanas – avisou. Assenti – Ás oito, será aqui mesmo – completou. Nós nos despedimos e eu segui meu caminho de volta para casa.
Deixei o rádio do carro ligado, para me distrair, logo eu chegaria em casa e o silencio me acolheria como em todas as noites.
Fechei a porta atrás de mim, e fui recebido mais uma vez pelo silencio. Deixei minhas coisas sobre o sofá da sala e subi para o meu quarto ou quarto de hóspedes, eu precisava de um banho, já devia estar dormindo. Afrouxei a gravata e tirei o paletó, apoiando-o no braço. Entrei no quarto e tamanha foi a minha surpresa ao ver . Ascendiá luz, e levantou a cabeça e me olhou.
Ela estava diferente, parecia melhor o rosto pálidode antes estava corado, os cabelos arrumados, e ela usava um vestido verde ao invés da camisola branca.
- .
- Oi – ela disse baixo – Eu.. – gaguejou. Os dedos das mãos eram torcidos e apertados em sinal de puro nervosismo.
- O que você tem? Está precisando de alguma coisa? – perguntei preocupado, encarando-a.
- Eu... Eu queria... – vi seu queixo tremer, ela estava prestes a chorar – Me desculpe – sussurrou.
- ... – ela me interrompeu finalmente me olhando.
- Não, por favor, me dixe falar – pediu e eu assenti. – Eu sei que os últimos dias tem sido insuportáveis para mim quanto para você, e eu sei que disse coisas que eu nunca deveria dizer, porque elas não são verdadeiras – as lágrimas desciam por seu rosto – Eu não deveria ter dito que odeio você, quando na verdade eu te amo mais do que a minha própria vida – fungou – Eu não queria magoar você eu juro, eu te amo.
Não esperei que ela continuasse, e a passos largos a alcancei e fiz o que a dias estava com vontade de fazer. Abracei a minha mulher com saudade e força, queria mantê-la ali para sempre. escondeu seu rosto em meu peito chorando compulsivamente agora. Eu também chorava emocionado, por ouvi-la dizer tudo aquilo.
- Eu te amo, – me afastei o suficiente para olhá-la nos olhos, segurei seu rosto entre as mãos e a beijei, suas mãos trêmulas apertavam minha camisa, correspondendo ao meu beijo desajeitado.
- Me perdoa, por favor – ela pediu separando nossos lábios.
- Shhh... – soprei com os lábios colados aos dela. – Eu amo você. Não em o que perdoar – falei enquanto limpava seu rosto. me beijou dessa vez, á abracei pela cintura juntando nossos corpos.
A minha mulher estava de volta, obrigado Deus, por trazê-la para mim.
Capítulo 3
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- E como isso funciona? – perguntei a .
Ela estava me contando que Emma a levou para conhecer algumas mulheres que já passaram pelo mesmo que ela.
- Basicamente nós falamos o que estamos sentindo e aprendemos que a dor faz parte da vida e que devemos superar a perda e que não tivemos culpa pelo o que aconteceu – explicou. Estávamos deitados na nossa cama no nosso quarto, ela estava com a cabeça deitada sobre meu peito e sua esquerda apoiada em meu abdômen e eu acariciava seus cabelos.
- E isso está ajudando você? – quis saber.
- Uhum.
- Quero ir um dia com você até lá – sugeri.
- Isso vai ser ótimo – ela disse animada levantando o rosto para me olhar.
Sorri para ela e a beijei e então caímos no sono com ela em meus braços como deveria ser.
As duas semanas passaram como eu queria: devagar, para que eu pudesse aproveitar cada segundo que eu perdi longe da minha . Acompanhei-a ao centro de ajuda para gravidas que sofreram aborto, o que na verdade era a casa da líder delas, mas aquilo estava fazendo bem a , então eu estava feliz.
Conversei com ela sobre a festa no escritório e por incrível que pareça ela aceitou, claro que fiquei feliz.
Agora estávamos nos arrumando para a tal festa. Ela linda como sempre usando um jeans de lavagem azul escuro, e uma blusa de manga cumprida preta e a sapatilha da mesma cor, os cabelos soltos e lisos, rosto pouco maquiado.
Eu estava usando jeans também e uma camisa social branca e um sapato preto. Passei o perfume que ela adorava e assim que o cheiro espalhou-se ela me olhou sorrindo.
- Eu adoro esse seu perfume – disse se aproximando de mim – Tem tudo a ver com você – continuou.
- Ah é? – murmurei a abraçando pela cintura.
- É. Tem o cheiro de príncipe – murmurou de volta passando os braços por meu pescoço.
- Se você diz.
A beijei nos lábios com carinho. Eu senti tanta falta dela, do corpo quente e macio sob o meu, os contatos das nossas peles nuas. Meus dedos tocaram sua pele por baixo da blusa e ela se arrepiou. Sorri ainda a beijando, as mãos dela arranharam minha nuca. Deus, essa mulher me deixava louco.
- ... – chamei num sussurro, tentando me afastar dela – nós vamos nos atrasar – falei rindo por ela continuar insistindo.
- Tá – disse se afastando ofegante. Acariciei seu rosto vermelho – Eu amo você, .
- Eu também amo muito você – eu disse baixo.
(...)
A festa estava legal, mas ver todo o pessoal que eu vi no dia anterior, mas o que eu posso fazer é o meu chefe. Apresentei para alguns colegas, conversamos com alguns deles, ela até das piadas sem graça do Bill. Meu sorriso não poderia estar maior, vê-la daquela forma, sorrindo tranquila me deixava tranquilo também.
- E aquela da galinha, você sabe? – perguntou Bill. A minha mulher sorriu e negou.
No instante em que ele iria responder, senti uma mão tocar meu ombro. O sorriso grande de Andrea se fez presente.
- Andrea, oi – eu disse e sorri.
- Oi achei que não viesse – disse ela um tanto envergonhada.
- Eu decidi vir, e trazer minha mulher para sair um pouco – sorri – Amor – chamei e ela pediu licença para os meus colegas e se virou para Andrea – Essa é Andrea outra colega de trabalho e Andrea essa é minha mulher.
- Oi – elas se cumprimentaram rapidamente.
- fala muito de vocês – comentou simpática. Passei meu braço por suas costas apoiando minha mão em sua cintura.
- Que bom – ela sorriu e me olhou – Ahn... Eu vou dar uma volta por ai – disse e sem me dar á chance de responder e saiu.
- Simpática ela não é? – comentou.
- É.
- Ela gosta de você – disse. Olhei estranho para a minha mulher – O que? É a verdade, os olhos dela brilharam só de ouvir a sua voz.
Eu ri baixo.
- Eu já tenho quem eu quero – afirmei puxando-a para perto, passando os braços por sua cintura.
- Que sorte a minha – comentou sorrindo tirei uma das mãos de sua cintura e lhe acariciei o rosto.
- Sorte mesmo – provoquei – Sabe como é eu sou todo lindo e as mulheres me adoram.
Ela me deu um tapa no braço e eu ri a abraçando enterrando meu rosto em seus cabelos macios e cheirosos. Ficamos por algumas horas na festa, dancei com ela, a minha estava feliz de novo ela estava de volta. Graças a Deus.
(...)
Me joguei no sofá e liguei a TV, nós já tínhamos voltado da festa a meia hora, subiu para o quarto desde que chegamos e acho que já devia estar dormindo. Resolvi fazer o mesmo e fui para o quarto, quando entrei encontrei sentada na cama.
- – a chamei e ela me olhou sorrindo fraco – Pensei que tivesse ido dormir – comentei me sentando ao seu lado.
- Estava esperando você – murmurou baixo olhando seus dedos cruzados sobre o colo.
- Já cheguei. Podemos dormir – falei divertido fazendo-a rir baixinho.
- Eu não quero dormir – ela murmurou, levantou a cabeça e me olhou fixamente nos olhos.
- O que quer fazer então? – perguntou confuso – Conversar – sugeri.
- Não – hesitou por um instante – Eu quero fazer amor você.
Inspirei o ar com força surpreso, nunca imaginei que fosse isso, fiquei sem palavras eu queria tanto aquela mulher que chegava a doer, mas eu precisava respeitar o tempo dela.
- Você não quer? – indagou ela.
- O quê? É claro que eu quero, eu estou surpreso – sorri nervoso.
- Eu sei que faz muito tempo, e que eu me afastei de você, mas estamos recomeçando e eu preciso de você para me sentir inteira de novo – confessou.
- E eu preciso de você para me sentir inteiro de novo – disse baixo segurando as mãos dela e sorrindo um para o outro – Tem certeza? – insisti. assentiu.
[n/a: Dê o play agora!]
Me aproximei mais dela, subi minhas mãos até seu rosto e o segurei entre elas, fechou os olhos e então juntei nossos lábios com delicadeza, ela respirou abrindo um pouco a boca dando-me espaço. Desci uma das mãos até a cintura dela, e a puxei para mais perto e a deitei na cama ficando por cima dela, apoiando-me nos cotovelos para deixar meu peso cair sobre ela.
Desci minha mão esquerda por seu corpo até sua coxa ainda coberta pelo jeans e a apertei puxando-a até colocá-la em meu quadril e suspirou em minha boca.
Eu senti tanta falta daquela mulher daquele corpo que era só meu. Comecei a despi-la primeiro a blusa depois a calça e lá estava ela só de lingerie em meus braços. Comecei a deixar beijos leves e molhados em seu corpo, causando-lhe arrepios, tirei sua calcinha devagar meu corpo inteiro gritava por ela meu membro duro feito pedra implorava para sair ser livre.
Joguei a calcinha dela no chão, voltando a beijar o corpo da minha mulher, gemia baixinho enquanto eu venerava seu corpo com os meus lábios.
Livrei-me das minhas roupas também sentindo o alívio do meu membro ao saltar para fora da cueca. Cobri o corpo já suado da minha esposa com o meu, sustentando meu peso nos cotovelos, parei por um instante, queria admirá-la antes de me enterrar nela e ir para o paraíso.
- Você é tão linda, princesa – sussurrei, passando meu nariz no dela.
era tão linda que eu mal podia acreditar na minha sorte.
- , por favor – pediu baixo a voz ofegante, e um tanto desesperada me fez querer rir, beijei seus lábios sentindo o quão doce e macio eles eram e então finalmente a penetrei devagar como se fosse a nossa primeira vez, nós dois gememos.
Todas as palavras de amor e carinho trocados naquele momento maravilhoso, todos os gemidos, os toques, as suplicas por mais, os beijos me fizeram ter a certeza de que o quer que acontecesse, nosso amor nunca morreria muito pelo contrário nosso amor renasceria cada vez mais forte, nosso amor seria imortal. Eu a amaria com cada vez mais intensidade e ela me amaria da mesma forma.
Nós dois juntos venceríamos qualquer obstáculo sempre. Algumas pessoas achariam brega ou qualquer coisa do tipo se me ouvissem dizer isso em voz alta, mas a nossa história e o nosso amor era sim verdadeiro conto de fadas e apesar de tudo de ruim que aconteceu esse era o nosso “ Felizes para sempre”.
Aquela noite tinha sido como se tivéssemos nos dado um a segunda chance e eu faria de tudo para fazer minha á mulher mais feliz do mundo. Aninhei minha princesa em meus braços protegendo-a, deixando-a descansar e dormir feliz depois de termos feito o mais verdadeiro amor.
Acariciei seus cabelos fazendo um cafuné. Sua respiração era calma e leve.
- Eu te amo, princesa – sussurrei. Beijei seus cabelos e então me deixei ser vencido pelo sono, sonhando com a minha princesa e feliz por estar completo outra vez.
Epílogo
Quatro meses se passaram desde aquela noite, minha estava bem melhor ela ainda frequentava as reuniões de auto ajuda, ela votou aos poucos sair sozinha e comigo. Eu fazia surpresas para ela todos os dias, deixava bilhetinhos românticos de bom dia para ela nos fins de semanas, e levava café na cama para ela. Acho que essa a vida perfeita que pedi a Deus em minhas orações. É como dizem a vida só nos dá o que merecemos e acho que ganhei a mais do que merecia e eu só devia agradecer por isso. Eu podia gritar sem medo aos sete ventos que eu era o homem mais feliz desse mundo.
(...)
Cheguei em casa depois de um longo dia de trabalho no escritório e eu só queria vê-la beijá-la sentir a pele dela em contato com a minha.
Subi a escada indo em direção ao nosso quarto, mas não a encontrei fui até o banheiro e nada só havia um lugar onde ela deveria estar: no telhado.
O nosso refúgio. Olhei pela janela e a vi deitada as pernas dobradas ela observava as estrelas as mãos na barriga. Linda.
Tirei o paletó jogando-o na cama, abri alguns botões da camisa e pulei a janela. Sentei-me ao lado dela, se sentou e a puxei para os meus braços, ela apoiou a cabeça no ombro e suspirou.
- O que houve, princesa? – perguntei.
- Nada só estou feliz por você estar em casa – respondeu. Sorri abertamente.
- Sentiu minha falta é? – murmurei feliz.
- Demais.
Suspirou outra vez.
- eu preciso te contar uma coisa – disse. Me afastei um pouco para olhá-la e então vi seus olhos marejados.
- O que foi meu amor? – perguntei preocupado.
- É algo muito importante – disse – Eu descobri a algum tempo, mas eu quis esperar – continuou olhando em meus olhos – Quis ter certeza. E hoje eu confirmei.
Olhei-a confuso, continuou me olhando e uma luz clareou minha cabeça e a uma explicação para toda aquela emoção só existia uma... Mas não. Não pode ser.
- Você... – hesitei engolindo em seco.
- Eu estou grávida, – confirmou. Arfei de emoção disparou.
- Eu vou ser pai? – perguntei emocionado com lágrimas de felicidade nos olhos.
- Vai, meu amor.
Sorri e a abracei forte enterrando meu rosto em seus cabelos. Me afastei outra vez colocando as mãos sobre sua barriga e senti o quão saliente ela já estava e eu nem ao menos percebi isso.
- Quanto tempo? – perguntei olhando-a.
- Quatro meses – respondeu – Fiz um teste de farmácia e depois um exame de sangue e os dois deram positivo – cobriu minhas mãos com as suas.
- Por que não me contou antes?
- Eu quis ter certeza primeiro, não queria criar falsas esperanças e sofreu outra vez e...
A interrompi com os meus lábios quando a beijei com todo o amor que eu sentia por ela. Um filho. Deus estava sendo bom com nós dois, outra vez, era a nossa recompensa depois de dias tristes.
Segurei seu rosto molhado nas mãos, partindo o beijo e juntando nossas testas.
- Você me perguntou a algum tempo atrás se finais felizes existiam, e eu respondi que achava que sim – lembrei, olhando seus olhos de perto – Mas agora eu posso afirmar com toda a certeza do mundo que sim. Finais felizes existem – assenti – E esse é o nosso final feliz, minha princesa. O nosso final feliz.
sorriu abertamente concordando.
- O nosso final feliz – repetiu.
- Eu te amo, princesa .
- Eu te amo, príncipe .
A beijei outra vez puxando-a mais para perto nossa felicidade e amor sendo testemunhados pelas estrelas, e abençoado por Deus, para sempre e sempre.
O amor quando é verdadeiro e sincero resiste bravamente a todos os obstáculos jogados pelo destino, e só o amor verdadeiro resiste até o fim a cada um deles. E mesmo que no começo pareça difícil e impossível no fim tudo se resolve e o amor se fortalece.
Porque eu sou a prova viva de finais felizes existem.
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FIM
FIM!
Primeiro de tudo, muito obrigada a Andy, por me ajudar com essa fic, betando ela. Obrigada por cada comentário fofo.
Chorei muito escrevendo essa fic, ela foi inspirada numa história real, por isso ela é tão importante, um agradecimento especial para todos que acompanharam o desenvolvimento de FFE. Obrigada ao Ed Sheeran e a Ellie Goulding pelas músicas maravilhosas. É isso, até a próxima.
Anny!