Fim de Noite

Escrito por Lyli | Revisado por Bella

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  O riso era a palavra de ordem da noite. Numa noite quente de verão em Brasília, aquele grupo de universitários virava a madrugada em uma comemoração de fim de semana na cobertura da casa de . Não era nenhuma ocasião especial, apenas amigos celebrando o fim de semana após cinco dias de trabalho. Muita risada os cercava, num tom um pouco alto demais para as duas da manhã, mas eles não se importavam. Os vizinhos já tinham ligado mais de uma vez, mas dificilmente uma bronca de um casal de velhos que tenta dormir iria parar um grupo de jovens bêbados.
  Num canto, duas garotas disputavam suas honras em um vira-vira que certamente acabaria em vômito e tontura. Se divertiam tomando shots de tequila irresponsavelmente e riam alto depois de cada dose virada, como se assistissem à comédia de suas vidas muito mais claramente com a ajuda do álcool. Uma delas era , uma jovem liberal e um pouco irresponsável que sem perceber deixava a bainha da saia subir um pouquinho mais cada vez que o nível de álcool no sangue subia. Seu riso histérico que devia acordar a vizinhança todas as vezes ecoava pelo espaço, contagiando a todos. De um canto oposto, o dono da casa a observava com uma cerveja na mão, bem atento à sua coxa se revelando alguns centímetros a mais, mas deixando que a mente o fizesse viajar às suas fantasias, onde via a jovem revelando a pele da região de seus seios, tão injustamente apertados naquele sutiã que praticamente implorava a que os deixasse livres.
   e já tinham ficado mais de uma vez. Numa viagem de amigos ao Rio de Janeiro, os dois acabaram bebendo no bar do hotel e se agarrando no quarto dele pela primeira vez. Foi um amasso quente, mas não chegou a ser nada demais, apenas uma mão boba aqui e outra ali. Uma segunda vez aconteceu quando se encontraram numa boate do centro da cidade e, algumas caipirinhas depois, as mãos dele já passeavam por seu corpo novamente durante um beijo quente, que não chegou a se aprofundar, pois sexo numa boate era inviável para os dois. Ele até tentou levá-la pra sua casa, mas de resposta apenas recebeu um risinho sapeca e um “boa tentativa” da moça. Outros beijos aconteceram, quase sempre ao som de música alta e regados a bebida, mas sempre que tentava algo mais ele era rejeitado. Não que não tivesse interesse em transar com o rapaz, apenas não tinham encontrado o momento e o local certos ainda. Mas sabia que ela queria, podia sentir pelo jeito como o corpo dela respondia aos seus toques todas as vezes em que se beijavam. E agora ela estava ali, na cobertura de sua casa com uma saia jeans curta e uma blusa do Red Hot Chili Peppers pelo menos dois números maior que ela, cortada na gola que deixava um dos ombros e as alças do sutiã roxo à mostra. Tão perto de seu quarto quanto ele sequer podia sonhar. Quando chegou em sua casa, lá pelas dez da noite junto de duas amigas, a vontade dele foi de mandar todo mundo embora, porque a verdadeira festa podia acontecer só entre os dois em cima da cama dele. Em sua cabeça, ele tinha certeza do que aconteceria até o fim da noite. Hoje ela finalmente seria sua.
  – GANHEEEEI! – gritou algumas oitavas acima de seu tom de voz habitual, chamando a atenção de todos para a sua amiguinha que vomitava toda a bebida da noite e a comida de pelo menos dois dias no chão. Alguém que tinha bebido bem menos que ela foi socorrer a menina, mas se aproximou com outra intenção em mente. – Eu sou a rainha do vira-vira!
  Ela tentou se levantar, tropeçando nos próprios pés e rindo de si mesma, mas no momento em que conseguiu se erguer, sentiu todo o universo ao seu redor girar em movimento de rotação ao contrário, às vezes oscilando pra cima e pra baixo, a tirando completamente do eixo e lhe trazendo a sensação de uma crise de labirintite. Tentou dar um passo, mas sequer conseguiu completá-lo e quase caiu pra trás, não fossem as mãos fortes que a seguraram.
  – Opa! – riu um pouco sem graça da moça em seus braços, que ainda ria histericamente sem motivo algum, achando graça até do oxigênio que entrava em suas vias aéreas. – Essa foi por pouco.
  – Acho que já deu pra mim, gatinho... – Ela falava rindo e as palavras mal saiam, num tom manhoso e embolado. – Onde eu vou dormir?
  Naquele segundo, o mundo pareceu parar de girar pra . Finalmente. Abriu um sorriso ao observar aquela garota tentando se equilibrar em seus braços, disposta a ir para seu quarto e deitar na sua cama, o que já era meio caminho andado. Ouviu uma ou outra provocação dos amigos, mas ignorou. Nenhum deles iria estragar esse momento.
  Foram abraçados de um jeito torto e a descida das escadas foi hilária, mas, na mente de , tudo que acontecia era apenas mais um detalhe que o levaria pra felicidade total – o que, é claro, significava ter quicando sobre ele.
  Chegaram ao quarto e a menina foi entrando sem cerimônia, como se a casa fosse dela. A ousadia da bebida transformava numa garota completamente inconsequente. Quase não enxergou o cômodo escuro, mas apertando os olhos teve um segundo pra perceber onde ficava a cama antes de tropeçar nos saltos e cair sobre ela, sempre rindo de si mesma. Logo depois entrou, com uma expressão de completa incredulidade. A garota que ele sempre quis, ali, na sua cama. E parecia de extremo bom humor, já que ria até da própria sombra.
  – Nossa, o mundo todo tá girando. – estava deitada na cama, com as pernas semiabertas revelando mais do que ela deveria. A gola cortada da blusa agora descia pelo braço, deixando que bem mais que a alça do sutiã saltasse aos olhos do rapaz. Ela parecia confortável, não notando a exposição. Pôs um braço sobre os olhos pra aplacar a luz que vinha da porta ainda aberta. – Fecha essa merda, to ficando com dor de cabeça. – riu da bela brecha que ela deu. Ainda não sabia o que dizer, pois sua intenção era começar a dialogar com o corpo, mas ainda não sabia como fazer isso. Fechou a porta e aproveitou para trancá-la. – De quem é esse quarto?
  A voz da garota que antes soava histérica, agora era mais baixa e ponderada, porém as palavras ainda saiam enroladas de um jeito engraçado.
  – É o meu quarto. – Ele chegou perto e se sentou na beira da cama, ainda indeciso de como começar o que pretendia. – Minha cama é confortável?
  Ela riu bem alto, finalmente tirando o braço de cima dos olhos. ficou observando os traços de seu rosto iluminados apenas pela luz fraca da lua que atravessava as cortinas da janela aberta naquela madrugada. Mesmo totalmente chapada ela era tão linda. Seus olhos pareciam denunciar que ela já sabia o que estava prestes a acontecer naquele quarto, mas o sorriso que sustentava agora era tão belo e chegava a ser quase ingênuo. O momento foi interrompido por mais uma crise de risos dela, provavelmente culpa do álcool.
  – Poxa, me apoderei da sua cama, né? Desculpa, gatinho. – O jeito manhoso de falar quando estava bêbada podia ser um pouco enjoativo, mas derretia todinho. Aquilo o lembrava de outros momentos em que ela sabia muito bem ser carinhosa com ele. – Tem espaço aqui se quiser deitar também.
  Um arrepio involuntário tomou conta dele por meio segundo, quando percebeu o que ela estava sugerindo. Isso, a hora era essa. Finalmente estava acontecendo. Se aproximou dela se esgueirando pela cama e aproveitou quando ela deu espaço para ficar ao seu lado. A cama de solteiro era pequena e encostada na parede, então o casal acabou ficando espremido, pra felicidade dele. estava praticamente contra a parede enquanto se apoiava num braço pra observá-la, deitado de lado. A blusa de pano fino era quase inútil agora e o sutiã roxo de alças finas parecia gritar por seu nome, implorando que o arrancasse com os dentes. Deixou que seus olhos corressem todo aquele corpo escultural, desde os seios fartos onde ele adoraria colocar as mãos o mais rápido possível, até a cintura fina, descendo pelo quadril largo e pelas coxas deliciosas. Ela apenas o observava, com a cabeça no travesseiro e a mente viajando pra longe dali, em qualquer lugar que as alucinações da bebedeira a levassem.
  – E agora? – O rapaz deixou escapar, num tom mais baixo do que ele pretendia, soando rouco e sexy. Com o olhar fixo no dela, usou estas palavras simples pra passar o seu recado e dar a entender o que queria, sendo respondido com uma provocação parecida.
  – E agora o quê? – Ela riu. Um espírito zombeteiro havia tomado conta da jovem.
  – O que a gente faz agora?
  – Ué, a casa é sua, o quarto é seu... – foi se aproximando alguns centímetros enquanto falava, nas limitações da cama pequena para um casal. Chegou a menos de um centímetro dele e sussurrou com os seus lábios roçando nos do rapaz, em uma provocação que ela sabia onde a levaria. – Você decide.
  Sem cerimônia, ele deixou passar o braço por sua cintura e a tomou num beijo voraz. A provocação da garota foi demais pra ele. Segurou o corpo delicioso contra o seu e permitiu que sua língua fizesse caminho dentro da boca quente e amortecida pela bebedeira dela. Os corpos colados imploravam por mais intimidade e não parecia tentar segurar seus instintos, avançando contra ela sem medo. Ela queria, é claro que queria. Provocá-lo desse jeito foi sua maneira nada sutil de pedir por isso. Num segundo tomou conta do corpo dela e a deitou na cama, ficando por cima e encaixando-se por entre suas pernas moles que se abriram para ele imediatamente. Avançou mais no beijo, deixando ali sua marca e seu gosto, pra que ela se lembrasse por dias. Esfregava seu corpo no da garota que devolvia o movimento sutilmente, quase em câmera lenta, contrastando com a vontade dele que se fazia sentir pela ereção cada vez mais óbvia. Enquanto a beijava, deixou que as mãos conhecessem mais daquele corpo que ele tanto desejava e logo seria seu. Seus dedos foram subindo e conhecendo aquela pele, levantando a blusa dela bem devagar para lhe dar tempo de negar o movimento, se fosse o caso. A negação não aconteceu e logo a blusa do Red Hot Chili Peppers era o novo tapete do quarto, acompanhada da camisa dele que se foi logo depois.
  As mãos de encontraram o montante macio de carne que eram os seios deliciosos de . O beijo se tornou ainda mais intenso – se é que isso é possível – quando ele tomou-os com as mãos e começou a amaciá-los com a ponta dos dedos, estimulando seus mamilos por cima do sutiã de bojo fino. Uma onda de prazer tomou conta dele ao sentir a rigidez desta parte de seu corpo e perceber que ela também estava gostando. Sua boca desceu pelo pescoço dela, desenhando desde o queixo até a clavícula com os lábios e mordiscando a pele. Fincava os dentes em pequenos pedaços de carne por um segundo, que era o suficiente para deixar marcas ali. Encontrou seus seios, ainda sendo acariciados pelas mãos urgentes dele, e repetiu a atitude das rápidas mordidas. Ouvia uma ou outra arfada da jovem toda vez que marcava sua pele com os dentes, mas ela não dizia nada ou nem sequer gemia baixinho. percebeu que ela estava bem pouco ativa, diferente do normal de suas ficadas, mas não se concentrou nisso e voltou a dar atenção à brincadeira com os seios de , que era bem mais divertida. Passou a língua por um deles enquanto amaciava o outro com a mão. Tomou aquela parte com a boca e mordeu a pele logo depois da lambida. Ela tentou segurar, mas gemeu baixinho, quase inaudivelmente. levantou o olhar e viu que ela estava com a cabeça de lado no travesseiro, a boca semiaberta e os olhos apertados com força. Ela estava gostando e isso fazia com que ele gostasse ainda mais.
  Foi descendo sua boca pelo abdômen da garota, beijando cada centímetro de pele à mostra e mordendo de vez em quando. Finalmente largou as mãos de seus seios para destiná-las a uma atividade melhor.
  Encontrou o fecho da saia jeans e teve uma certa dificuldade pra abrir o botão e o zíper, de tão ansioso que estava. Quando conseguiu, arrancou a saia dela e a jogou longe, deixando a garota vestindo apenas sutiã, calcinha e sua sandália de saltos que ele não tinha paciência pra tirar. Ela bem que podia fazer isso, ele pensou. Parou por um segundo, ajoelhado na cama, e observou aquele corpo esperando por ele. Deslizou as mãos por baixo de suas coxas e elas desceram até sua bunda, onde ele apertou com vontade, causando arrepios em seu corpo. Suas mãos subiram até o quadril da jovem que ele puxou para mais perto de si e então deixou que os dedos de uma mão desvendassem o caminho do ventre até o meio de suas pernas, a fim de finalmente fazê-la reagir na mesma intensidade dele.
  Seus dedos indicador e médio tocaram a parte sensível coberta pela calcinha e logo ele sentiu que a região estava úmida. Seu corpo reagia às atitudes do casal, mas então por que ela parecia estar em qualquer lugar, menos ali? Fez um movimento suave para cima e para baixo com os dedos que fez com que as pernas dela se movessem. Satisfeito com o que via, aumentou a intensidade e a velocidade, enterrando os dedos com mais força e desejando que não houvesse qualquer pedaço de pano ali. Usou o anelar para desenhar toda a área sensível da moça e viu quando ela mordeu o lábio inferior com força, quase machucando-o. sorriu. Ela queria também, óbvio que queria. Certo?
  Sendo delicado pela primeira vez na noite, tomou suas pernas e as separou ao máximo para que pudesse se abaixar sobre o corpo da garota novamente. Se deslizou por ela, com suas pernas carnudas o envolvendo no casulo de seu corpo quente, e ficou por cima de novamente, dessa vez passando o volume da ereção por cima da excitação que ela também ostentava, sentindo um desejo desesperado de arrancar sua calça jeans e acabar logo com isso, esfregando as áreas sensíveis de seus corpos, estimulando, provocando. Mas não foi abraçado por ela, não sentiu seu movimento de quadril ou sequer recebeu um carinho de volta. Levou seu rosto até ela, na busca por contato visual, um sorriso, um guia, talvez ela pudesse esclarecer o que ele estava fazendo de errado. Se apoiou no colchão com os cotovelos e ficou frente a frente novamente. E foi aí que a viu de verdade pela primeira vez naquela noite.
  Ela lhe sorriu, mas um sorriso tímido, pequeno e sem graça, quase automático. Os olhos estavam semiabertos e o olhar parecia perdido, sua mente voava longe dali. O rosto mole pendia para os lados e nada indicava que estava consciente do que acontecia entre os dois.
  Porque ela não estava.
  Sendo assim, ele percebeu o que acontecia e voltou à posição inicial, deitado de lado e a observando. Reprimindo seus desejos e o volume em suas calças que implorava pela garota, ele decidiu que não ia mais tocá-la. Não assim, não desse jeito. Ela não merecia. Ele queria ter uma resposta humana e decente quando ela acordasse de manhã não se lembrando de nada da noite anterior e perguntando o que tinha acontecido, o que tinham feito, até onde tinham chegado. Ignorando o fato de que seus amigos estavam lá fora, ele fechou os olhos pra que algo muito mais especial que sexo acontecesse.
  Logo, sentiu a cabeça dela se aconchegando em seu peito e passou a mão por seu cabelo fazendo um carinho. Ele sorriu pouco antes de dormirem juntos, aproveitando da melhor maneira que podiam aquele fim de noite.

FIM



Comentários da autora

  Olá, pessoinha linda :D Espero que tenha gostado da fic, sei que essa foi meio WTF, praticamente sem história e tal, mas foi só algo novo que eu decidi tentar. Nunca li uma fic em terceira pessoa em que as cenas mais quentes eram narradas pela visão do rapaz, então decidi fazer uma e também estou testando escrever sobre um cara que não é um completo idiota pra variar hahaha Espero merecer seu comentário e sua visita nos links aqui de baixo, onde todo mundo é bem vindo. Obrigada por ler e mil beijos!