Fantasia Fake 2

Escrito por Cáàh | Revisada por Flavinha

Tamanho da fonte: |


  - Então é isso? – olhava as folhas em cima da mesa. Eram desenhos de .
  - É, a Sra. Frits disse que não quer saber de nós duas lá segunda-feira. É para nos dedicarmos totalmente à Busted.
  - Busted, ok, ok. Como se eu fosse ficar quase um mês com eles e não usufruísse do bônus. – sorriu tarada e recebeu um tapa no braço.
  - Nada de taradisse, . Não me faça passar vergonha, sou profissional. – pegou seus papeis e foi para o quarto não ouvindo o resmungo de .
  - Do sexo, né?
  Depois que entraram no salão, Fletch anunciou para todos que e estavam contratadas oficialmente para trabalhar na turnê e que esse seria o estágio das duas.
  Depois de receberem os parabéns e olhares mortais de alguns colegas que ainda não tinham estágio (e até dos que tinham, como o Ryan, pura inveja eu sei) a diretora Frits se aproximou e avisou que não queria mais elas no colégio naquele mês, era só para levaram o trabalho a sério. olhava tudo com um olhar perdido, não acreditava naquilo, não acreditava que não seria despachada para o Brasil e não acreditava que tinha sido beijada por Charlie Simpson, vulgo mula.
   se dividia em assentir para a diretora e lançar olhares mortais para .
  Quando Firts saiu de perto, puxou a garota para fora da festa, explicou que tinham que ir para casa arrumar tudo e , tristemente, acenou para os garotos.
  Charlie não respondeu. James olhou para elas tristemente ‘o que tinha feito de errado?’. Matt acenou largamente igual uma criança.

  - corre aqui. – gritou do quarto e obedeceu. – Fletch mandou um e-mail. Um dos caras que trabalha com ele vai vir nos buscar daqui duas horas. Ele mandou o e-mail do note do James. – sorriu fofamente. – E falou que Matt está mais animado que uma criança que ganhou presente. James esta quietão achando que saímos da festa sem nos despedir porque estamos brabas e o Charlie está estranho como sempre.
  - O Char não é estranho, poxa. – fez bico, se inclinando para ler o e-mail, fechou o notebook e se virou com um sorrisão.
  - VAMOS ARRUMAR AS MALAS. – Ergueu os braços e pulou em que caiu na cama rindo.
   riu junto, não porque estava achando engraçado (embora isso também), mas riu por estar tranquila. não lera o e-mail e não sabia qual era o estado de Charlie. Tinha que apagar a prova. Para o azar das duas, Matt não pensava do mesmo jeito e não apagou a prova.

  - LET’S GO, BOYS. – Matt entrou na cozinha gritando. Sua animação caiu em 90% ao ver seus amigos.
  James estava sentado na cadeira da ponta, olhando para o copo de leite cheio; como se tentasse descobrir quais os elementos químicos usados no processo para o leite chegar a sua casa, tamanha sua concentração. Na verdade, James não estava tentando descobrir nada relacionado ao leite ou os seus processos químicos (até porque, James nem sabe falar ‘processos químicos’), ele estava pensando em . Como ela arrastara da festa. A garota estava braba? Irritada? Ou... Não, com certeza gostara de seu beijo.
  Charlie estava encostado na pia, um copo de água na mão, olhando para a parede com as sobrancelhas contraídas. Quando Matt chegou, ele só virou os olhos para o lado, focando o amigo.
  - Por que tanta animação? – Charlie perguntou. A voz mais rouca e mais grossa do que nunca, o que fez James acordar dos seus desvaneios e olhar para Charlie perdido. Jimmy, seguindo o olhar de Char viu Matt. Que os olhava desanimado.
  - Qual o problema de vocês? Vamos sair em turnê seus desnaturados. SE ANIMEM. – Matt começou a pular e segundos depois parou. Charlie e James se entreolharam e, sérios, olharam para o baixista.
  - Ok. Ok. Eu sei o que vocês tem. – Matt sorriu mafioso e apoiou as mãos na mesa, inclinando-se para a frente. – Já estão com saudades das nossas amigas? Elas vão estar na gravadora daqui a pouco. O Fletch mandou ontem, lembram? Vamos lá também. Eu aceito ficar de vela para...
  - SAI DAQUI FILHO DA PUTA – James e Charlie, como se fosse combinado, gritaram juntos e jogaram o conteúdo de seus copos na direção do baixista que correu escada a cima.

  - Vamos, vamos, vamos. – chamava da porta.
  - Estou linda o bastante? – perguntou ao aparecer na sala, dando uma volta. Por que aquilo tudo? Nem a garota sabia. Sua roupa era o mais básica impossível: calça jeans escura, camisa preta com uma guitarra estampada e tênis QIX, cabelos soltos.
  - você ficou linda ontem, dois dias seguidos ia ser foda né. – estalou os dedos como se tentasse tirar a amiga de algum sonho ou desvaneio.
  - Percebi que só ontem você foi fada também, hoje tá mais para bruxa né?! – a olhou feio, mandou o dedo e saiu de casa. , rindo, a seguiu.

  - Não acredito que estamos aqui. – olhou o prédio admirada. saía do carro e olhava para o lugar do mesmo jeito.
  - Mas estão, então entrem. – o moreno apontou as portas e deu partida entrando no estacionamento da gravadora.
  - Vamos lá. – deu de ombros e entraram.
   olhava tudo a sua volta. Sorriu para a mulher da recepção e disse o que buscavam. Meg, segundo o crachá que a morena usava, digitou alguma coisa no computador e falou que o destino delas era a sala seis.
  Pegaram o elevador e pararam no terceiro andar. A sala onde Fletch as esperava era espaçosa.
  - Boa tarde. – O empresário cumprimentou e as garotas sorriram.
  Fletch falava, falava e falava. E as garotas entenderam porque os tweets de Danny eram tão desanimados quando ele tinha que ir à reunião, é plenamente aceitavel aquela atitude do guitarrista.
  - Ok? – Fletch perguntou por fim e acordou do seu desvaneio que era se perder na guitarra vermelha pendurada no fundo da sala e pensar se o Charlie não apareceria por ali.
  - Ok. – respondeu orgulhosa. Não era realmente ligada nas coisas, mas quando a competição era entre ela e , o negócio era totalmente diferente.
  - Ok o quê? – perguntou quando saíram da sala.
  - Vamos sair amanhã. Ele quer que estejamos aqui oito horas. Vamos sair oito e meia no mais tarde nove horas. O primeiro show vai ser aqui em Londres mesmo, então vamos com o ônibus deles. O show vai ser dez horas da noite e de madrugada vamos para outro lugar. Você estava pensando em que, garota? – falou tudo rapidamente e só entendeu que tinha que acordar cedo no outro dia. Ia perguntar se ele falou alguma coisa dos garotos, mas sabia que se ouvisse o nome de algum dos três despertaria. Suspirou conformada e entraram no carro do moreno que sorria para elas. Sentou no banco de trás e não prestou atenção na conversa dos dois companheiros.

  - Já arrumaram as coisas? – Matt não se atreveu sair do quarto antes das seis horas da tarde, quando já escurecia. O dia todo a casa ficara silenciosa. James estava sentado no sofá com a luz apagada e com a luminosidade da TV batendo toda no seu rosto, deixando-o com uma cara muito estranha. Segundo Matt, até assustadora. Charlie não estava visível.
  - Arrumei. – James deu de ombros. Tinha jogado algumas calças e camisas na mala preta que estava aberta em cima da sua cama, mas ainda faltavam as blusas. Para o James isso era o significado de arrumado.
  - E o seu amigo das noitadas? – Matt tentou fazer piada. James o olhou de lado com os olhos quase fechados. – Ok, eu procuro ele. – O baixista tratou de sair da sala.
  Ele mentiu, não ia procurar Charlie nenhum, mas quando estava quase chegando no quarto ouviu o ronco do baterista e, vendo que a porta estava aberta, entrou.
  Primeiro pensamento: Realmente eu tenho muito dó da garota que dormir com esse cara.
  Segundo pensamento: Até as cuecas do Charlie são vermelhas. Boy from hell.
  Terceiro pensamento: Esse viado não arrumou as malas.
  Quarto pensamento: Cadê o barulho de trator? Ele acordou? Fodeu.
  - E ai garotão, dormiu bem? – Matt falava como se tivesse tentando acalmar seu cachorro. Charlie, que estava pronto para mandar o amigo calar a boca e sair do seu quarto o olhou indignado e começou a rir.
  Quinto pensamento: A garota pra dormir com ele tem que ser palhaça também. Que dó.
  - Diz logo o que você quer. – Char ria mais da cara de medo de Matt do que qualquer coisa.
  - Só saber se você se acalmou e arrumou as malas. Só falta as malas pelo jeito. – Matt piscou. Charlie assentiu e levantou.
  - Vou arrumar agora.
  Matt assentiu e ia saindo do quarto quando se virou para Charlie não conseguindo esconder sua frustação.
  - Qual o seu problema, dude? E o do James?
  - Quê? – Charlie perguntou confuso.
  - Larga de ser besta, Simpson. Eu achei que depois de ontem vocês iam virar umas bichas loucas. Que iam ficar rindo por nada. O James parecia uma borboleta programando a festa e até a hora que a chegou. Você nem se quer conversava ou melhor: a gente nem conversava com você de tão aéreo que você estava. Aí, ontem você nem acenou para elas e hoje vocês dois tão pior que zumbis. Tem como explicar isso, porra?
  Charlie, que tinha se levantado para colocar a calça, se sentou na cama, com a camisa vermelha em mãos.
  - O James acha que as garotas estão brabas com ele. – Matt continuava o encarando. – Ok, ele tá bem preocupado porque acha que a não gostou de conhecer ele. Não gostou da festa. Não gostou de nada. Porque ela saiu puxando a Carla e tal. – Matt assentiu, suspeitara desde o princípio.
  - E você?
  - Estou bem e você? – Charlie tentou desconversar fazendo piada, sem um pingo de sucesso. Foi tipo a Rebecca Black cantando.
  - Estou falando sério. – Matt tentou não rir ao pensar na comparação que fez.
  - Tô bem cara, só fiquei meio assim por causa do James e tal...
  Matt viu que daquele mato não saía mais coelho e foi para o seu quarto. Sua mala estava fechada e encostada na parede. Enfim, sairiam em turnê. Enfim viajariam e agora não teria por companhia só os dois machos bestas que se intitulavam cantores. Não, agora teria duas garotas. Duas lindas garotas.

  - Vamos, vamos, vamos. – gritava esmurrando a porta do banheiro. – Banheiro não é feito como moradia não, se você não sabe.
  - Saí, saí. – rolou os olhos abrindo a porta.
  - Depois de dez anos. Quando eu ficar rica e casar com o James vou fazer uma casa para você com uma cozinha, uma sala, um quarto e cinco banheiros. – Resmungando, entrou no banheiro.
  - Você? Rica? Só casando com o Gambá mesmo. – negou e foi terminar de se arrumar não ligando para os palavrões que berrava debaixo do chuveiro.

  - Quem será que chega atrasado? – Richard, assistente de Fletch, perguntou achando graça no desespero do empresário.
  - Espero que eles. Não vai ser surpresa pelo menos. – Fletch, irritado, torceu as mãos e subiu para o segundo andar. Richard, ainda rindo, pediu à secretaria para que abrissem a garagem. Saiu assobiando e parecia feliz até ver o que tinha na garagem.
  - SANTO CRISTO – Richard, assustado, se amparou na parede da garagem. Não, não e não. Respirou fundo e fechou a porta. Era uma miragem, quando os garotos chegassem o ônibus certo estaria lá.

  - Vamos lá. – Matt pulou os cinco últimos degraus para o chão. Do chão para o sofá e do sofá para o colo de James que saía da cozinha.
  - Sifude Matt – James reclamou rindo.
  Matt riu e foi para a cozinha. Roubou o bolo, intocado, no prato de Charlie e o chamou para irem pegar as malas. Por incrível que pareça, Charlie não xingou o baixista e, ainda mais incrível, seguiu o saltitante colega e pegou sua mala e de James. Fez isso tudo sem reclamar. Na verdade, sem pronunciar uma só palavra.
  James só ria, estava livre de carregar sua mala e estava achando impossível não se contagiar com toda a empolgação de Willis. Quando perguntou o porque de tanta animação, a resposta foi:
  - Pessoas novas. – James sorriu forçado. Esperava que Matt não piscasse daquele jeito para .
  Sentiu o peito apertar. Será que tudo aquilo valeria a pena? A festa? Conhecer ela? Trabalharem juntos? Será que ela estava gostando?

  - ME APUROU TANTO POR QUÊ, SE IA SE ATRASAR DE QUALQUER JEITO?! – gritou irritada guardando o notebook na mochila.
  - Não tem ninguém atrasada aqui. – retrucou aparecendo na sala na hora que o motorista buzinava. arredou um canto da cortina e viu que hoje não era o moreno. Era um branquelo de cabelos pretos que escondia os olhos com um óculos escuro.
  - Vamos que tem um gato e tanto ali fora. – vibrou e saiu arrastando suas malas.
  - Richard. – O motorista se apresentou apertando a mão de e ajudando-a com as malas e agradecendo por se enrolar fechando a porta. Não queria ver a hora que Fletch ou os garotos abrissem a garagem. Tinha amor na sua audição e visão.

  - Chegaram – Meg avisou e Fletch foi para o estacionamento. No lado direito estava o carro de James, do esquerdo o carro de Richard, onde estava espremida contra a janela, dividindo o banco com malas.
  James saiu do carro. Char descia pelo outra porta com um cara de paisagem. Matt saiu por último sorrindo de orelha a orelha.
  - Garotas, garotas. – James gritou e saltitou até o empresário estendendo a mão. Matt bateu a mão na testa indignado. Charlie fez uma negação. O amigo tinha sérios problemas. Fletch lhe entregou a chave e as garotas se aproximaram. Cumprimentaram Fletch e sorriram para Matt e Char. James estava na porta da garagem reservada para o ônibus da turnê. Acenou para eles que se aproximaram.
  - Agora. Eu, James Bourne, tenho o prazer de lhes apresentar o – James empurrou a porta para cima e estendeu o braço indicando o ônibus. – Bus...
  - QUE PORRA É ESSA AQUI? – Charlie perguntou arregalando os olhos.
  Matt parou de rir, sua expressão ainda conservava o último traço do sorriso, mas seus olhos demonstravam surpresa. Que foi passando para raiva. Que acabou em risada de novo.
  - CADÊ O BUS-TED? – James berrou e as garotas se entreolharam confusas, Busted era os três ué e eles estavam ali.
  - Fail James, fail – Matt se apoiou em Fletch não contendo a gargalhada. Charlie olhou o baixista com ódio. Não era hora para risada.
   e , cada uma de um lado de Fletch, espiaram a garagem. abriu a boca sem saber o que falar. Carla, empolgada pela risada de Matt e porque não acreditava no que os olhos viam, caiu na risada e se apoiou no empresário também.
  Richard resmungou que precisava ir no banheiro e saiu de perto daquele bando de malucos.
  - Por que esses gritos? – Meg perguntou olhando sem graça para o homem. Richard encolheu os ombros e entrou no banheiro. Sozinho, começou a rir. Aquele ônibus era uma desgraça. As fotos da turnê seriam as melhores... Ou não.

  Parando o surto de risos e gritos, os cinco se aproximaram do ônibus.
   agora estava dividida entre horrorizada e querendo rir. Nem montagens de computador feitas por uma criança de dois anos deixaria um ônibus daquele jeito (talvez se deixasse sua vó com a vó da o estado final fosse aquele, mas isso não vem ao caso).
  James olhava os pequenos pedaços de lataria visíveis, com laágrimas nos olhos. Charlie, ficando nas pontas dos pés, olhou o interior do ônibus. Lá dentro, pelo menos, tudo parecia ser normal.
  Matt se dava conta do que estava acontecendo. Teria que viajar naquela coisa, passou a mão na altura de seu peito, tocando o que parecia ser tapetes feitos de crochê.
  - Quem será que foi o sem-o-que-fazer que fez isso? – perguntou ainda achando graça. Charlie olhou para ela com os olhos quase fechados. Não era hora para rir, era tão difícil assim entender?
  - Como vamos fazer agora? – Matt perguntou, tirando a mão do tapete e se virando para Fetch como se o empresário pudesse tirar uma varinha do bolso e fazer mágica.
  - Vamos assim mesmo. – O empresário deu de ombros, sentindo uma explosão de vários sentimentos no peito.
  - COMO? – Busted gritou não acreditando no que ouviam.
  - Temos outra saída? – Fletch encarou os três. – Não. Não temos. O motorista de vocês acabou de chegar. – o empresário apontou para o carro preto que parava ao lado do ônibus. – E estamos quase atrasados. Temos que parar de conversar tanto e trabalhar mais.
  - Trabalhar mais? – Charlie perguntou irritado. – Como vamos trabalhar com essa porcaria?
  - Não é o ônibus que faz shows ou lota estádios. Parem de se enrolar e peguem logo as malas e coloquem nessa porcaria. – Fletch deu as costas indo conversar com o motorista que olhava o ônibus como se estivesse vendo Lúcifer.

  - O que é aquilo... aquela... aquele negócio? – Chris olhava o ônibus com uma cara confusa. Talvez tentando decifrar se era um ônibus ou uma exposição de tapetes.
  - Seu transporte na turnê. – Fletch piscou e levou Chris até o ônibus. Forçaram a porta e entraram.
  Os rapazes já tinham colocado as malas ali perto. e foram buscar as suas. Matt apareceu logo depois.
  - Oi garotas. Nem deu pra conversar ainda. – Sorriu como quem pede desculpas e abraçou que arregalou os olhos para sentindo o rosto esquentar. Depois o baixista abraçou que sentiu as pernas amolecerem. Ok, seu favorito não é o Charlie? Sim, mas ela estava sendo abraçada por Matt, muita emoção para pouco Roberto Carlos (eu tive que colocar isso, foi meio que obrigação).
  - Como passaram de sexta para hoje? – ‘inteiras’, pensou em responder, mas achou que pegaria mal.
  - Muito bem, Matt e vocês?
  - Muito bem também. – James gritou e pulou nas costas do amigo. Ele não sabia o que fazer ou como chegar nas garotas. Olhou para quando desceu das costas de Matt e ela sorria. Ótimo para ele.
  - Oi – por mais que fosse o James Bourne e não tivesse problemas com garotas ele estava vermelho e sem graça.
  - Olá gambá. – sorriu colgate. Matt começou a rir.
  - Primeiro foi Mula, agora é Gambá. Eu adoro você, . – o rapaz ergueu a mão e tocou, rindo.
  - Vamos ver qual vai ser o seu apelido. – Charlie ralhou chegando perto. – Olá.
  - Oi – as duas falaram juntas. continuou: - Oi, James. E nem ligue a é bobona assim mesmo. – Fez um gesto do tipo ‘nem liga para ela’ fazendo o Gambá rir.
  - Dessa vez eu deixo passar. – James olhou para fingindo superioridade.
  - Ai que medo do Senhor Gambá – deu língua arrancando risos.
  - Vamos? – Char perguntou apontando para o ônibus.
  - Ajuda aí poxa. – pediu apontando para suas malas.
  Char fingiu não ouvir e foi falar com Fletch. James rolou os olhos e pegou as malas de . Matt pegou as de .
  - Aqui a lista, Charlie. – Fletch entregou ao rapaz o local onde fariam seus shows: Londres, Leeds, Birmingham, Manchester, Liverpool e, para terminar, Londres.
  Ouviu risadas e gritos. Os quatro riam no ônibus. Podia ouvir as piadinhas de Matt sobre o tapete rosa e como combinava com o quarto de Charlie, arrancando gargalhadas. Olhou de lado para eles. cochichou alguma coisa e Matt bateu a mão na perna, rindo. James e olhavam para os dois com caras assustadas. Charlie bufou.
  - Entendeu? Começam aqui e termina aqui. – Fletch repetia pela terceira vez. Charlie confirmou e entrou no ônibus, passando pelos quatro que esperavam na porta e se sentando no último banco.
  Onde estava com a cabeça para beijar ? Por que tinha que ser tão idiota? Tudo culpa do James, se não fosse aquela festa idiota...
  - Que bicho o mordeu? – perguntou tentando não demonstrar seu susto.
  - Ele é assim mesmo. – James deu de ombros e entrou no ônibus rindo. Estava feliz, não estava braba. E tinha gostado de seu beijo... ok, ninguém tinha confirmado isso, mas nem desconfirmado. Tinha que arranjar um jeito de ter certeza.
  Matt entrou e fechou a cara para Charlie. Sabia que tinha alguma coisa com o baterista e sabia que Char não contaria.
   e se sentaram juntas, na metade do ônibus.
  - O que o Fletch disse? – James perguntou olhando para o baterista. Charlie acordou de seus pensamentos que iam do beijo de para os planos de como matar James e daí do quanto ninja teria de ser para fugir de .
  - Me deu os lugares onde vamos fazer shows. Tudo certo. Lugar. Horário... – Charlie estendeu a folha e , por mais longe que estivesse era a mais próxima, pegou.
  - LIVERPOOL – gritou vibrando.
  - MANCHESTER – bateu palmas.
  Os garotos olharam pra elas como se tivessem problemas.
  - Que foi? – perguntou passando a mão no cabelo. Complexada.
  - Não somos daqui, esqueceram? – perguntou indignada. – Sempre gostei de Liverpool, sonho em conhecer aquele lugar. E a é viciada em Manchester. Na verdade, ela gosta é dos jogadores do time do Manchester, mas...
  Foram zoando até chegaram ao hotel perto do lugar onde realizariam o show. Tinha garotas berrando na porta do hotel. e se entreolharam assustadas.
  - Porra... – Matt reclamou ao ver os gritos das fãs irem morrendo sendo substituídos por caras de surpresa e daí para risos.
  - Esqueci onde a gente tá. – Charlie bateu na própria testa. Aquele maldito ônibus.
  - Onde eu estaciono? – Chris perguntou perdido.
  - Deixa eles aqui e leva a gente para o lugar do show. – pediu e assim foi feito. Fletch chegou com seguranças na hora que os garotos desciam e o ônibus, anormal, saiu deixando os rapazes respondendo perguntas embaraçosas.
  - Aquela vadia apertou a bunda do James ou eu estou vendo demais? – perguntou arregalando os olhos e ficando vermelha.
  - Você tá vendo demais, amiga – abraçou ela de lado tentando desviar seus pensamentos.

   ligou o notebook assim que chegaram no lugar.
   encontrou os técnicos de som e ajudava o homem em tudo que precisa (e não precisava, tinha que mostrar que sabia fazer tudo sozinha ou não teria uma boa nota na Universidade).
  Enquanto puxava o saco e arrumava tudo, ria e arrumava tudo o que apareceria no telão durante o show.
  Uma hora antes de começar o show foram para o hotel. Tomaram banho e voltaram encontrando os rapazes no camarim.
  - Como estão? – James perguntou mostrando preocupação.
  - Felizes? – perguntou incerta.
  - Nem sei. – respondeu torcendo as mãos.
  - Qual o problema? – Charlie perguntou sem entender. Por mais que não quisesse ser grosso, não conseguia ser simpático também.
  - Dude, eu que arrumei todos aqueles fios, se der algum problema, por menor que seja – fechou os olhos pensando no desastre. – Vai ser tudo culpa minha. Eu demorei mais que qualquer um para conseguir estágio, ainda tão marcando comigo. Tô fodida. – Completou por fim arrancando risos e emburrando.
  - E eu, bom, tá tudo certo, mas vai que pifa o telão? Ai ferrou, vai ser tudo minha culpa também – olhou para baixo triste.
  - Vai dá tudo certo, garotas. – Matt assentiu convencido.
  - Vocês entram em dez minutos. – Uma ruiva comunicou.
  - Boa sorte – sorriu e saiu da sala indo até o técnico.
  - Boa sorte – repetiu e saiu da sala.
  - Obrigado – falaram juntos rindo. – Vamos lá dudes – Matt se levantou bateu palmas e começou a cantar qualquer coisa e foi acompanhado por James. Charlie pegou o violão e começou a tocar qualquer coisa também. Quando se deram conta estavam cantando Backstreet Boys.
  - Isso foi doido. – James comentou e os outros riram.
  - Vamos lá – Char chamou alegre e, pegando seus instrumentos, saíram do camarim.

   ficara o show inteiro no canto esquerdo do palco, olhando tudo e babando nos garotos. Matt piscava toda hora para aquele lado o que deixou envergonhada. ‘Ele não tá piscando pra você idiota, aproveita o show e não avermelha’ pensou consigo mesma e sentiu o celular vibrar.
  “Aproveitando o show ou pensando besteiras com o Matt? Xx”
  “Bitch. Aproveitando o show e pensando que ferrou tudo se der alguma coisa errada aqui!”
  “Aqui, caixas de som ou aqui, você-Char-Matt? Xx”
  “Vai comer teu James, vai e não me enche”

   não esperou por resposta e desligou o celular.
  , depois daquilo, passou o show inteiro rindo.
  - Por que tanta felicidade? – James perguntou quando terminou o show e terminou a sessão de fotos.
  - Era a minha banda favorita tocando. – deu de ombros, displicente.
   a fuzilou e pediu para irem logo para o hotel.
  - Nem aproveitamos nada ainda. – Matt a olhou assustada.
  - E nem vão aproveitar. As malas estão no ônibus. Vão lá que daqui uma hora vocês estão indo para Leeds. – Fletch disse entrando na sala. Bateu palmas, apressando eles para o ônibus que foram reclamando.
  - É sempre assim? – perguntou rindo.
  - Sempre. – Os três responderam juntos, cansados.

  - Injustiça. – reclamou. Ficara numa poltrona sozinha. Sozinha não, ao seu lado tinha uma velha.
  - Eu troco com você. – James comunicou levantando-se. Na poltrona do lado da poltrona que estava sentada , que ficou vermelha ao sentir o guitarrista a olhando.
  - Sem problemas. – sorriu e foi se sentar ao lado de Charlie.
  Matt e ficaram conversando com James. e Charlie iam calados.
  - Então... durou muito a festa aquele dia? – perguntou sem saber o que perguntar.
  - Mais algumas horas. – Charlie deu de ombros. – Por que foram embora? – Nesses quatro dias, era a primeira vez que o baterista olhava nos olhos da garota. enrubesceu.
  - A que me arrastou. – deu de ombros, desviando o olhar. – A diretora mandou a gente cuidar só do trabalho e ela levou a sério demais.
  Charlie riu e o assunto morreu, até criar coragem para perguntar mais:
  - E fizeram o que no sábado?
  - Nada. Matt ficou irritando todo mundo, mas isso é normal. O James estava quietão e eu dormi. Vocês?
  - Cara, você é famoso, tem tudo o que quer e fica dormindo? – perguntou rindo. – A gente foi na gravadora, conversou com o Fletch e arrumamos nossas malas. Só.
   achou chato perguntar mais alguma coisa. Charlie não queria conversar. Pelo jeito olhar pela janela com a testa franzida era melhor do que falar com ela.

  “Se não tivesse uma velha ali eu trocava de lugar com o James”, leu a mensagem e olhou assustada para o mensageiro. Matt piscou.
  “E por que trocaria?”
  “Não sou cego, . Não sei porque vocês não ficam de novo”
  “O.O isso não tem sentido, Matthew”
  “Não, ahan, sei. Sem sentido. Você nem se quer pensa nisso, né? Sei, sei.”
  “Matthew ¬¬”
  “Ele tá com medo sabia? *olhando como quem não quer nada*”
olhou para o baixista e ele olhava pela janela realmente como quem não quer nada. Riu.
  “Medo? De que?”
  “De tentar alguma coisa”
  “Se ele ler essas mensagens você é um homem morto. Conte-me mais”
  “ haha, não tenho medo do Jimmy Gambá. Enfim, ele acha que você saiu puxando a , da festa aquele dia, porque não gostou de conhecer a gente. Ou não gostou de conhecer ele
  “Sério? G.g”
  “Sério. Ele preparou tudo aquilo, cara. Sábado ele não parecia o James que eu conheço, de tão triste e desanimado. Achei que ia me bater, pelo menos, duas vezes”
  “Achei que não tinha medo dele”
  “Eu não tenho kkkkk, não quando ele tá normal. Agora, quando ele tá desanimado, até o capeta tem medo”.

   riu alto despertando James de seu sono.
  - MEU DEUS – o guitarrista berrou e os quatro olharam para ele, viram ele tirar as mãos da perna da velha e a cabeça do ombro da mesma. Pegara no sono e usara a pobre senhora como travesseiro.
  Os amigos explodiram em risada. pediu para que tirassem uma foto e atendeu seu pedido.
  Matt parecia que ia dar a luz. Sua risada saía misturada com gritos.
  A senhora era a única passageira normal que viaja com eles, normal que eu digo é que não tinha nenhuma ligação com a Busted, o voo dela havia atrasado e sua mãe que morava em Leeds estava muito mal. Matt ficou com dó dela alegando que: Se ela tem mãe e a coitada está doente é sinal que existe múmias, e múmias doentes, vamos leva-la junto. E assim foi feito para o desgosto de James e os risos eternos dos amigos.

   e foram as ultimas a entrar no ônibus. O show tinha sido perfeito.
  - Vamos passar essa noite no hotel e amanhã de manhã vamos para Manchester. – Fletch avisou. – Sem atrasos porque de ônibus pode acontecer tudo.
  Reclamaram que ficariam com dor nas costas. Que aquele ônibus era estranho demais, mas Fletch não mudou de ideia. No hotel, os garotos foram para o quarto que dividiam e as garotas idem.
  - , eu andei pensando. – falou enquanto secava o cabelo com a toalha vermelha.
  - . Pensando. Na mesma frase, sinto que isso não vai ser bom. – disse com voz de velório.
  - A cada dia você está mais engraçadinha, querida. – sorriu irônica para a companheira de quarto. – Vou falar pro James dá um jeito nisso.
  - Diga mesmo. – fez bico, triste. riu e abanou a mão.
  - Foca comigo.
  - Isso foi estranho.
  - Cala a boca e foca. Não sei você, , mas eu cansei de ver o Matt loiro. – assentiu veementemente. – Vamos fazer com que ele mude o visual, o que acha?
  - Como vamos conseguir isso? – perguntou assustada.
  - O Matt é doido e a cada dia tá com uma cor diferente no cabelo, não deve ser muito difícil. – deu de ombros e deitou. Ficou na esperança que os anjos lhe mandassem alguma saída em sonho.

  - Qual o problema aí, porra? – Charlie perguntou irritado. James não parava de se virar. Matt acendeu a luz.
  - Perdi o sono. Desculpa. – James pediu com a voz abafada.
  - James querido, levanta essa bunda daí e vá acordar o motivo de você ter insônia. – Matt pediu rindo se virando para o amigo que lhe mandou o dedo.
  - Não tem motivo nenhum.
  - Não. Então vai me dizer o que se passa pela cabeça da não te preocupa? – Charlie riu abafado. Matt nunca deixava quieto.
  - Matt, vai procurar uma groupie, vai. – James bufou se virando para a parede.
  - Só acho que uma mudança ajudaria, sabe? – Matt colocou as mãos na barriga e ficou olhando o teto. – Sei lá. Mudar sua atitude de criança cagona.
  Charlie sentiu um punho no estômago. Sabia que aquela frase não era só para o bicolor. Desde Camila, aquela vadia, tinha certo medo de mulheres.
  E não sabia como se comportar com . Não devia ter beijado ela, não devia. Então se lembrou da conversa que tiveram no avião dois dias antes. Você tem tudo o que quer. Não, não tinha tudo o que queria. E não tinha como arriscar.
   não demonstrava querer nada com ele. Como ia arriscar? não parecia ser aquela pessoa que tem vergonha de falar o que pensa, independente do que seja. Não devia ter beijado ela, não devia!

  - Garotos a gente andou pensando. – comunicou assim que entrou no ônibus, na manhã seguinte.
  - Vocês? – Charlie perguntou sufocando a risada. – Sinto medo.
  - Compartilho do seu medo. – Matt bateu nas costas do baterista.
  James olhou para o baixista. Não fora ele que falara que não era para ter medo?
  - Vocês deviam largar a banda e ir fazer stand-up. – sorriu fria pra eles que riram.
  - Contem o que vocês andaram pensando. Eu não tenho medo. – James estufou o peito.
  - Vai lá ô machão – Charlie assobiou.
  - Nosso filho está crescendo, Chaz – Matt beijou a bochecha de Char que passou as costas da mão no lugar freneticamente.
  - Seu viado. Sai daqui ô...
  Rindo e gritando as garotas conseguiram fazer com que eles parassem com a putaria.
  - Posso falar? Posso falar? Deixam a minha linda pessoa falar? Posso falar?
  - , não, não pode. Cala a boca. – empurrou a amiga que caiu sentada no primeiro banco, rindo. – eu falo. Matt, a ideia foi da Carla. Não que ela não goste de loiro, mas...
  - Mas o que? – Matt perguntou passando a mão pelos fios loiros de sua cabeça.
  - Pensamos em mudar seu visual. – ficou de joelhos no banco se virando para eles com um sorriso digno de propaganda de pasta de dente.
  - Não só o seu. – sorriu marota para os outros dois. – Mas o de vocês também.
  - Enfim, o visual da Busted. – bateu palmas.
  - Má nem fudendo. – Charlie protestou indignado.
  - Vamos decidir isso democraticamente. – James se ergueu. Todos olharam para ele. O rapaz estufou o peito, tinha que perder o medo. Era isso, certo? – Vocês fazem uma pergunta, se a gente acertar vocês que vão mudar o visual, se a gente errar a gente muda.
  - BOURNE. – Matt e Charlie gritaram juntos.
  - Fechado. – estendeu a mão e James apertou. Como seu favorito era idiota.
  - Eu faço a pergunta. – se levantou e pensando rápido perguntou. – Qual o estado capital do Brasil?
  - QUÊ? – Agora James participou do coro. gargalhou. quando pensava rápido só saía porcaria.
  - Não tem regras. A gente pergunta o que quiser. – ergueu os braços se defendendo.
  - James Idiota Gambá Bourne – Matt xingou.
  - Não fiquem brabos com o James. – abraçou o guitarrista de lado. – Nós somos brasileiras, vocês podiam pesquisar alguma coisa das pessoas que trabalham com vocês, sabia?
  - São Paulo? – Charlie perguntou perdido. e se entreolharam. Acharam que eles nem sabiam onde ficava o Brasil.
  - Errou, Char. – sorriu fingindo tristeza.
  - Qual é então? – James perguntou colocando as mãos no encosto do banco da frente. Intimidador.
  - Acre. – deu de ombros.
  - , o Acre não existe. – olhou assustada para a amiga que riu. Disso começou uma discussão do tipo: Nem vocês sabem. Nada disso. Eu quero meu cabelo assim. Nada feito.
  - PAROU A PUTARIA AÍ – berrou ao ver que queria sair no tapa com James e Matt.
  - É, parou – ergueu as mãos e improvisou uma dança, considerada por todos ali presentes: RIDÍCULA. Ok, por todos não, mas a opinião de Charlie, segundo Anne, não conta.
  - Vocês perderam e agora vão ter que mudar.
  - É seguro entrar? – Chris apareceu rindo, sentando na sua cadeira confortável. – Vamos parar no posto daqui dez minutos. Vão descer?
  - Sim. – e responderam sorrindo maleficamente. Charlie olhou para James que olhou para Matt que passava a mão nos cabelos se olhando no reflexo da janela do ônibus.

  - Vamos levar isso e isso. – apareceu no corredor que olhava esmaltes segurando uma caixa de descolorante e uma tesoura.
  - Tesoura? Você vai cortar quem? – perguntou assustada ao ver o sorriso de canto de .
  - Isso vai dar um jeito em Charlie e sua juba.
  - Essa sua cara me assusta. – confessou mordendo os lábios.
  - Larga de bobeira. O que vai fazer no cabelo do James?
  - QUEM VOCÊ VAI DESCOLORIR? – gritou ao ver a caixinha nos braços de .
  - A tinta tem que pegar bem no cabelo do Matt. Só assim. Se não arrisca ficar verde aquela porra, igual o cabelo da minha amiga. – respondeu lembrando-se da amiga e da listra preta que Matt tinha no cabelo.
  - Que amiga?
  - Uma lá do Brasil, depois eu conto. Vai fazer o que no James? – repetiu a pergunta, cansada.
  - Acho que vou pintar o cabelo dele com isso. – respondeu rindo mostrando um esmalte azul. – O que acha?
  - Que isso na nuca dele ia ficar legal. Só que tinta, não esmalte. – respondeu rindo também. Era lógico que não falava sério. Não foi assim que entendeu e, segundos depois, aparecia com uma caixa de tinta azul. – Vai fazer isso mesmo? – arregalou os olhos.
  - Claro. – deu de ombros e quando foram para o caixa, pegou uma tinta vermelho-vinho.

  - Santa das Causas Perdidas. Proteja-nos. – Matt pediu olhando cegamente para o céu.
  - James Idiota Gambá Bourne mais um. – Charlie repetiu o que o amigo falara minutos antes.
  - A culpa não é minha – James olhou indignado para o baterista. – É do Matt.
  - MINHA? – Matt parou de rezar e olhou indignado para James.
  - Claro. Você falou que eu tenho que parar de ser cagão, achei que aceitando essa mudança eu estaria começando. – James explicou inocente.
  - SUA ANTA. – Matt gritou não acreditando no que ouvia. – James sua ANTA. Cara... eu falava pra você não ser cagão com ela, entendeu? Você tem medo de falar com ela. De falar da festa. De falar de tudo. Você te medo de pedir pra ficar com ela de novo. DISSO QUE EU FALAVA. – Matt berrou ficando vermelho.
  James abriu a boca. Charlie bateu na testa. Matt respirava rápido enquanto contava até dez.
  - Do que você falava? – perguntou entrando no ônibus.
  - De como eu sou uma anta. – James olhou para baixo envergonhado. Fazendo derreter.
  - Você não é não, James. – sorriu sentindo as bochechas ficarem róseas.
  - Claro que não, você é Gambá, como vai ser uma anta? – perguntou exasperada, empurrando e entrando também. – Mete bala aí Chris. - Fez joinha para o motorista e foi para o fundo do ônibus. Abrindo a porta do banheiro. – É perfeito.
  - Por que você não foi no posto? – Matt perguntou tentando distrair seus pensamentos de planos diabólicos que iam de esgoelar James a chamar o próprio capeta para acabar com o rapaz.
  - Não é para isso – rolou os olhos. – É pra lavar os seus lindos cabelos. Venha aqui.
  - VOCÊ QUE VAI FAZER O SERVIÇO? – James gritou assustado.
  - A e eu. Fizemos curso de cabelereiro no Brasil, ok? – Piscou para a amiga que se aproximou de boca aberta.
  - Que mentira mais deslavada. – sussurrou perplexa.
  - Meia mentira, . A gente fez umas cinco aulas. – deu de ombros.
  - Mas mesmo assim...
  - , essa história toda começou com Fake. Uma mentirinha a mais uma mentirinha a menos – sorriu sapeca. – E não vai fazer mal a ninguém. Pintar cabelo é a coisa mais fácil de mundo. Descolorir também. Cortar não é um bicho de sete cabeças, vai.
   negou com a cabeça e mandou Matt se aproximar.
  - O que é que voc-
  - ENTRA LOGO – Gritaram juntas e empurram o baixista para a pia.
  - Santa que o Matt tava rogando? – Charlie olhou para os céus. – Ele pediu para a Senhora proteger. Não foder...
  - CHARLIE. – James olhou o amigo rindo. – Tenha mais respeito com a Santa.
  - E cadê o respeito com a gente? – Char perguntou indignado.
  Matt ria no banheiro. e se entreolharam e meteram o descolorante no cabeço do rapaz que xingava todos os palavrões de que se lembrava.
  - Vocês sabem o que estão fazendo?
  - NÃO – responderam rindo e massageando Matt que voltou a xingar.

  - E agora? – Matt perguntou quando colocou uma touca na sua cabeça.
  - Assim que a terminar com o James você vem aqui e leva e então: perfeito. – sorriu largamente.
  - Eu terminar? – perguntou assustada.
  - Claro. A ideia pro James foi sua. – deu de ombros e empurrou Matt para a frente do ônibus. – Gambá? te espera com tesoura e pente até na boca.
  - AI G-ZUIS. – James berrou e Char o empurrou.
  - Me deixa ver isso. – o baterista pediu apontando para a touca.
  - Não tá pronto ainda. – Matt sorriu de lado. – Cara, que massagem gostosa.
  - Você não vai ter massagem, Charlie. – avisou ligando o notebook.
  - Por quê? – Char se virou.
  - Não imaginamos você com o cabelo colorido. Então, sem massagem. – deu de ombros.
  - Holyshit – Char fingiu desapontamento e riu. Charlie queria gritar de alegria. Não tinha nada obscuro preparado para ele. Porém, a desgraça do Matt tinha recebido massagem.

  - O que você vai aprontar comigo? – James perguntou quase chorando.
  - Nada de ruim. Eu prometo que você vai gostar. – sorriu e mandou o guitarrista sentar. James obedeceu e sentiu as mãos de em sua nuca. Massagem...
  - ?
  - Oi? – pulou agradecendo por James estar com os olhos fechados. – Diga.
  - Eu andei pensando...
  - No que?
  - Achei que você ia fazer alguma piada e tal – James piscou o olho direito. Não acreditava que não seria zoado.
  - Eu sei que você pensa, ok? – sorriu como se estivesse em algum comercial de dentista. – Afinal, aquela festa foi muito boa e foi você que planejou...
  - Era isso que eu ia falar. – James fechou os olhos de novo. Sentindo as bochechas arderem.
  - Então diga, ué.
  – Eu achei que você não gostou de conhecer a gente.
  - Eu gostei – assentiu enquanto falava.
  - Amou conhecer a gente? – James perguntou esperançoso.
  - Não. – negou e o maior abriu os olhos, se assustando. – Eu gostei de conhecer a Busted. Mas eu amei conhecer você, James. Tem diferença nisso. – sentiu as bochechas esquentarem e se virou de costas pegando uma toalha e a tinta azul. Quando se virou, James estava de pé, sorrindo de canto.
  - Você quase me matou agora. – Foi a ultima coisa que o Gambá disse antes de empurra-la na parede e aproximar sua boca, começando um beijo calmo.
   sentiu as pernas vacilarem. Estava sendo beijada por James Bourne. Achou que poderia cair a qualquer momento e buscou apoio abraçando-o pelo pescoço.
  - JAMES. – Gritou ao sentir o descolorante em suas mãos. – Vai cair seu cabelo, dude.
  James gritou e começou a passar a mão no cabelo, tirando o descolorante. Olhou para as mãos e estavam pretas. Por causa da tinta que tinha nos cabelos da nuca.
  - EU TE DEFENDI SANTA. ME PROTEJA. – Gritou abobado e começou a rir.
  - Cala a boca, James. É a tinta que eu tô tirando. Tá tudo bem. Calma. Senta aí – Mandou e, rindo, tirou o resto de tinta preta e colocou a azul.

  - Eles me assustam. – falou realmente assustada fechando o notebook e indo até o banheiro. – Que aconteceu? – Sua pergunta teve duplos sentidos. estava vermelha e não era vermelha de gritar ou rir. Era vermelha de vergonha.
  - Ele achou que o cabelo tava caindo. – deu de ombros. Evitando olhar nos olhos de . A amiga semicerrou os olhos e voltou para o banco atrás de Charlie.
  - Então? – Matt perguntou curioso.
  - Nada demais. Um surto do James só. Mas... – olhou para fora sorrindo de canto. – Eu acho que aí tem coisa. E eu vou descobrir.
  Matt e Charlie se entreolharam com sorrisos marotos estampados na cara.
  - Let’s go, Willis. – chamou assim que e James saíram do banheiro.
  Matt voltou pouco depois com os cabelos de um vermelho-roxo vivo.
  - AMEI, VELHO – o garoto gritou beijando e . – Olha isso. – ele se olhava no reflexo da janela.
  - Charlie. – riu para o garoto. – Sua vez, vai lá.
  - Vem você também. – mandou ao ver que não se mexia.
  - Não tenho pratica nisso, . Vou acabar ferrando o cabelo dele. – negou. Uma mentirinha a mais uma mentira a menos, não fora Carla que falara que não fazia mal?
  - Sua vad... – Calou a boca e seguiu Charlie. – Senta ae, dude.
  - O que você vai aprontar? – Charlie perguntou incerto ao sentir a água na sua nuca.
  - Nada. Vai ficar bom. – sorriu nervosa pegando xampu.
  Charlie também estava nervoso. Não ficavam sozinhos em momento algum. Agora estavam num silêncio constrangedor e ouviam as risadas dos outros três como se estivessem a cem metros de distancia e o vento trouxesse os ecos até eles.
  - I can’t stop, I can’t stop lov- foi mal. – pediu ficando vermelha.
  - Pode cantar. – Charlie riu fazendo se obrigar a segurar um suspiro.
  - Não, eu canto mal demais. – sorriu envergonhada.
  - Não está com vergonha, está? – Charlie abriu os olhos com muito custo.
  - Claro que sim. Eu morro de vergonha da minha voz – riu nervosa. Falou que o baterista não teria massagem e agora não parava de massageá-lo. Seu rosto esquentava cada segundo mais.
  - Eu não achei que você tivesse vergonha de alguma coisa. – Charlie confessou encarando a garota.
  - Por que não? – perguntou assustada.
  - Não sei. Você tá sempre falando porcaria. Fazendo brincadeiras. Contando piadas. Xingando qualquer um de qualquer nome. Achei que nada te deixava envergonhada. – Charlie falou admirado.
  Estava indignado consigo mesmo. Achava que, se quisesse alguma coisa com ele, a garota não teria nenhum problema em chegar e falar. Tudo bem que ninguém estava falando disso ali, mas agora ele sabia que ela era envergonhada. Sentiu o coração acelerar.
  - Mas eu tenho, ok? Ficar fazendo brincadeira e contando piada não é a mesma coisa que cantar. – deu de ombros e tirou o xampu do cabelo do rapaz.
  - E você tem vergonha do que tanto? – Charlie perguntou. deu as costas.
  - Sei lá. – Respondeu rindo, pegando alguma coisa.
  - Como assim ‘sei lá’? Você deve saber.
  - Se eu tenho vergonha eu não vou te falar né. – respondeu como se fosse obvio e se virou ainda mais vermelha. A coitada já tinha as bochechas rosadas por natureza. Conversando com Charlie a situação piorava mil vezes.
  - O que você vai fazer com isso? – Charlie arregalou os olhos. Prestara atenção no que a garota falara, mas aquela tesoura fez com que ele esquecesse tudo.
  - Cala a boca. Nem ouse gritar. – riu malvadamente, até histericamente. Abrindo e fechando a tesoura, como se cortasse o ar.
  - PARA COM ISSO.

  - Opa, esquentou a coisa lá – Matt gritou olhando para a porta do banheiro. gargalhou pensando em todas as coisas taradas que falava.
  - Que será que ela tá fazendo? – James perguntou assustado.
  - Coisas para maiores de idade, James. Então nem ouse ir escutar. – piscou para o guitarrista que sorriu safado e aumentou o sorriso ao ouvir o próximo grito.

  - PARA DE GRITAR. EU SEI FAZER ISSO MELHOR DO QUE NINGUÉM. – gritou se irritando. Charlie parecia uma menina de três anos. – SENTADO E CALADO. – Gritou e o empurrou pelo peito obrigando-o a ficar sentado.
  Charlie segurou as bordas da cadeira. James era uma anta mesmo.
  - PRONTO SUA MULA. – gritou depois de meter a tesoura no baterista. Charlie se levantou e olhou no espelho. tesourara, literalmente, seu cabelo. A franja havia sido podada. Passou a mão na nuca. Não tinha mais aquele cabelo lindo.
  Ergueu uma sobrancelha e virava a cabeça de um lado para o outro tentando ver de todos os ângulos.
  - É, até ficou bom. – Deu de ombros.
  - BOM? FICOU LINDO. – gritou e bateu no braço dele que riu.

  - VAMOS VER. – Matt gritou e correu para o banheiro. Aprovou o cabelo do baterista e ficou olhando para o próprio.
  James sorriu para o baterista aprovando.
   pegou a câmera e tirou várias fotos dos rapazes. Isso se repetiu quando chegaram em Manchester, até Fletch chegar e acabar com a sessão de fotos e mandar todos subirem para o quarto reservado a eles.
  - Vocês vão ficar quatro dias aqui e quatro em Liverpool, depois voltamos para Londres e encerramos a turnê.
  Com isso o empresário saiu do quarto e os garotos ficaram discutindo o que fazer.
   berrava que estava em Manchester e pensava em Liverpool. Duas horas de risadas, planos e brincadeiras sem graça, as garotas foram para o local do show arrumar tudo.
  - O que aconteceu no ônibus? – perguntou séria quando chegaram no destino.
   virou o rosto para a amiga e ergueu a sobrancelha entortando a boca.
  - Perguntou alguma coisa?
  - Sim. O que aconteceu no ônibus? Se fizer eu repetir eu vou apronta alguma com você. – ameaçou semicerrando os olhos. Em sua mente, a única coisa que aparecia era ela jogando papeis picados e brilhantes em cima de e James, o fato é que não tinha nenhum plano para aprontar com a amiga. E nenhuma ideia de como juntar os dois.
  Na verdade, ideias é o que não faltavam, mas nenhuma era recomendável. Todas envolviam um James pelado e uma seminua. Ok que eram todos planos ótimos, mas ficaria muito, mas muito puta. Ou não...
  - Ai, eu me virei pra pegar a toalha e quando voltei ele estava de pé. – contava e tinha os olhos brilhando, agradeceu mentalmente por voltar a prestar atenção na amiga na melhor parte. – Ele disse que eu quase o matei, porque eu falei que não tinha amado conhecer a Busted, tinha amado conhecer ele e que tinha diferença e tal. – cobriu o rosto com as mãos. – E quando eu vi, estava contra a parede sendo beijada pelo melhor guitarrista do mundo.
   gritou histérica e bateu palmas. Não precisaria de muita coisa pra fazer os dois se pegarem de novo.
  - E você com o Matt? – perguntou piscando marota.
  - QUÊ? – gritou arregalando os olhos. gargalhou e resolveu que já falara muito palavrão naquela turnê. – Como descobriu do nosso caso? Eu falei que o mais discretos que fossemos ainda seria pouco... – Balançou a cabeça como se estivesse decepcionada de verdade.
  - COMO É? – gritou abrindo a boca admirada. – Vocês se pegaram? – Quem riu agora foi .
  - Lógico que não, né besta. – rolou os olhos ainda rindo. – Falei só pra ver sua cara mesmo.
  - Besta é você. – tentou acertar um tapa em que desviou. – Mas e você e o Charlie?
  - Mesma coisa que eu e o Harry Judd: nada. – deu de ombros como se aquilo não tivesse importância e se afastou dando desculpa que tinha que arrumar logo todo o equipamento. a seguiu com o olhar e voltou sua atenção para o notebook. Prestar atenção no trabalho que tinha de realizar estava difícil, James insistia em aparecer nos seus pensamentos a cada dois minutos.

  - GAROOTAS. – Matt gritou quando encerram o show e foram para o camarim. Só estava lá. – Cadê a ?
  - Disse que tinha que mostrar um trabalho melhor. – riu dando de ombros. – Deve estar arrumando aquele bolo de fios.
  - E você não tem que mostrar um trabalho melhor? – James perguntou olhando maroto para a garota.
  - Ah, então você também achou seu cabelo horrível? – perguntou irônica. Matt e Charlie gargalharam, James fez bico. – Brincadeira, Gambá. Desliguei o telão antes, a ultima musica o povo tinha que cantar sem letra poxa.
  - Sentiram minha falta? – abriu a porta e perguntou gritando. Fazendo com que Matt, que estava ao lado da porta tomando água tomasse um banho involuntário. – Foi mal, dude. – pediu segurando a risada.
  - Sua louca. – Matt gritou rindo. – Só por isso não vou te contar a novidade.
  - CONTA. – gritou na mesma hora e juntou as mãos sorrindo.
  - Eu conto. – Charlie se intrometeu de cara fechada. – Amanhaãtemos o dia totalmente livre, digo, dia e noite. Depois de amanhã temos os dois dias livres á noite, shows.
  As garotas vibraram. usou todo seu autocontrole para não pular no baterista e esmaga-lo. Usaria o outro dia para conhecer, nem que um pouco, de Manchester.
  - Então: que faremos amanhã? – Matt perguntou e abriu a porta chamando os amigos, queria tomar um banho logo.
  - Conheceremos Manchester. – respondeu na mesma hora saindo por último. – E nem pense em reclamar.
  - Nem pensei! – O baixista ergueu as mãos se defendendo e foram para o hotel.

  No outro dia acordou primeiro, pulou em cima de até se certificar que a amiga não voltaria a dormir. Sua certificação foi a travesseirada que levou na cara e os xingamentos que amaldiçoavam até sua nona geração.
  Deu de ombros e bateu no quarto ao lado. James foi sua segunda vítima. Acordou o guitarrista cantando Years 3000 a mais desafinada possível. James, como que combinado com , jogou um travesseiro mirando o rosto de , que estava pegando pratica e desviou.
  Saiu do quarto do Gambá e bateu no da frente. Matt Willis foi a terceira vítima. Acordou o baixista gritando Oasis. Pulou na cama e começou a pular e quando Matt pegou o travesseiro, tomou dele e começou a acerta-lo em toda a parte de seu corpo. Matt gritou que ia se arrumar em dois segundos e saiu seguindo para o último quarto do corredor. Charlie a esperava acordado e meio deitado, meio sentado, na cama.
  - Ah, - o olhou triste. – Achei que você ainda dormia. Estava pensando em algum jeito de te acordar.
  - Impossível dormir com os xingamentos que a berrou pra você. – Charlie disse rindo. – E com os gritos bichas do Matt. E o barulho de alguma coisa acertando outra coisa no quarto do James.
  - O travesseiro que ele jogou em mim. – estufou o peito vitoriosa. - Eu desviei e acertou a parede.
  - É, parabéns. – Charlie riu irônico.
  - er... – se tocou que não tinha o que fazer ali e que Charlie a encarava. – Então, tô acordando todo mundo pra gente sair e ir ver Manchester. Então... então, levanta daí e se arruma. – sorriu, fez joinha e saiu do quarto correndo.
  Charlie ficou encarando a porta por onde desaparecera. Não se acordara com os xingamentos de , nem com os gritos de Matt, tampouco com o travesseiro na parede. Estava acordado há uma boa meia hora. Pensando... pensando na mulher de som que havia beijado há algumas semanas e que não o olhava nos olhos e que parecia tensa quando ficavam sozinhos.

  - E esse é o parque que você deve ter sonhado conhecer. – James terminava sua missão de guia turístico abrindo os braços em frente o gramado verde e vivo do parque.
   sorria igual criança. sorria, não porque estava no parque, mas porque James estava ali e por causa do jeito crianção de ser do guitarrista. James piscou para ela discretamente e ordenou: - Matt, vá comprar algodão doce pra mim.
  Matt saiu bufando, irritado.
  - Achei que ele não ia. – confessou olhando o baixista se afastar.
  - Ele vai fazer tudo o que eu quero hoje. – James garantiu orgulhoso.
  - Por quê? – perguntou curiosa.
  - Eu perguntei se ele gostou do cabelo assim e ele disse que sim então eu falei que não foi tão idiota ter aceitado o desafio de vocês, ele ficou sem resposta e, bom, como eu sou foda, sou o mestre dele hoje. – James ergueu os braços e as garotas riram. Charlie rolou os olhos rindo.
  Enquanto Matt pegava os doces, arrastava .
  - Vamos onde? – perguntou olhando o braço que a amiga apertava.
  - Andar, olhar, andar, olhar, andar e olhar mais um pouco. – deu de ombros. – Eu quero ver tudo.
  - E por que não chama o Charlie? – perguntou. Poxa, queria ficar perto do James.
  - Por que eu chamaria o Charlie? – perguntou parando de andar.
  - Por que você não chamaria o Charlie? – perguntou a encarando.
  - É, por que não me chamaria? – Charlie perguntou chegando despercebido.
  - É, , por quê? – perguntou tentando não rir enquanto ficava vermelha.
  - Porque... porque... por que você saiu de perto deles? – perguntou sentindo o rosto quente.
  - James fica se achando e o Matt fica brigando e eles estão muito chatos. – Charlie rolou os olhos.
  - Eu vou cuidar dos chatos. – avisou sorrindo e saiu de perto, quando estava às costas de Charlie piscou para que trincou o maxilar.
  - Qual o problema? – Charlie olhou a garota que desviou o olhar. – Não quer andar comigo? Ok, eu...
  - Ah, cala a boca. – riu abanando a mão. – Já veio aqui, certo? Me mostra tudo.
  Charlie bateu continência e, assim que apontou para o outro lado do parque e ia começar a falar, uma adolescente o interrompeu.
  - OMG. CHARLIE SIMPSON. – A loira sorriu. – Tira uma foto comigo?
  - Er... – Charlie a olhou e forçou um sorriso. – Claro.
  - Espero não estar atrapalhando. – sorriu falsamente para e estendeu a câmera. – Tira?
  - Claro. – sorriu ainda mais falsamente e pegou a câmera. – HEY. MATT, JAMES, VENHAM TIRAR FOTO COM UMA FÃ. – Acenou escandalosamente e os dois correram e sorriram para a loira que não estava com uma expressão muito feliz. – uma foto com a Busted toda. – sorriu novamente. – Sabe, meu ramo não é fotografia, então, se não ficar muito boa vai ter que ficar com essa mesma, porque eu não vou tirar outra.

  Se não queria passar um tempo tirando foto não devia ter saído com os caras da Busted. A cada pouco alguém os parava e pedia fotos e autógrafos.
  - É esse saco sempre? – perguntou irritada entre dentes. Matt sorriu.
  - Sempre. E nem é chato.
  - Pra você que adora isso e ganha dinheiro pra tratar elas bem. Bando de vadias. Eu não quero ficar tirando foto, eu vim aqui PRA VER MANCHESTER – gritou irritada. James parou de autografar a agenda de uma garota e ficou prestando atenção. olhava com desgosto, por que sempre tão irritada? Charlie tentou não prestar atenção. – Se fosse pra ficar trabalhando eu só saía do hotel pra ir arrumar as coisas pro show. NÃO VOU TIRAR FOTO NENHUMA. – Gritou quando a garota do autografo estendeu a câmera. – Que inferno. – Resmungou e saiu de perto do grupo.
   apertou as mãos nervosamente ao ver uma bicicleta quase atropelar . Matt encarava a garota com uma sobrancelha erguida e com cara de paisagem. James e Charlie se entreolharam.
  - Eu vou bater nela. – avisou quando virou no canto do parque e sumiu de vista.
  - Depois você faz isso. – Charlie sorriu para a menor. – Eu odeio dar autógrafos mesmo. – deu de ombros e foi atrás da garota correndo.
  Para a sorte de todos, não tinha bisbilhoteiros por perto e o pequeno surto não foi divulgado. As fãs perceberam que não era o melhor momento e se dispersaram. James pediu mais um doce e quando Matt foi buscar, pegou pela mão e a puxou daquele lugar.

  - EI. – ouviu o chamado inconfundível de Charlie, mas não parou de andar. – ESPERA. – olhou pra trás e viu Charlie se aproximando, sua expressão cada vez mais irritada.
  , talvez por burrice, talvez por medo ou loucura, saiu correndo e virando em toda esquina que aparecia. Quando se deu conta, não estava mais no parque, estava em outra parte do centro. Estava parada sem saber pra onde ir, na frente da Igreja. A Catedral de Manchetser se erguia soberana na sua frente. , ao olhar mais uma vez pra trás, pensou em entrar lá dentro e pedir para que os anjos a protegessem de Charlie.
  - Por que correu? – Charlie perguntou parando ao seu lado. O medo de sumiu na hora sendo preenchida pela vontade de rir.
  Charlie estava apoiando as mãos nos joelhos, buscando por ar.
  - Me deu vontade de correr. – deu de ombros. – A Igreja me chamou. Foi mais forte que eu, não deu pra resistir ao chamado divino. Desculpa.
  Charlie riu apertando a coxa. Ergueu-se e olhou um dos lugares mais velhos de Manchester.
  - Faz tempo que eu não entro numa Igreja. – O baterista confessou, mas não teve resposta.
  A garota pensava, olhando pela porta aberta o altar na distancia, se algum dia entraria naquela Igreja, ou em alguma outra, vestida de noiva. Toda de branco e linda como seus pais sempre falavam.
  Sentiu Charlie ao seu lado, talvez tão perdido em pensamentos quanto ela, e pensou se esse dia chegaria e se Charlie estaria no altar esperando-a.
  Charlie arfou e saiu do devaneio.
  - Tá tudo bem? – o baterista perguntou ao ver o sobressalto de .
  - Tudo e você? – E, sem esperar resposta: - Vamos com eles?
  Apontou pra e James que apareciam na esquina, acenava.
  - Espera mais um pouco. – Charlie pediu e assentiu voltando a olhar para a Catedral com certo medo, nunca fora de pensar em casamentos. Isso de casar, ter filhos, montar uma família sempre deixara a garota com medo. Balançou a cabeça e chamou Charlie novamente que assentiu e deu as costas andando de volta para o parque. o olhou sem entender e correu para alcançar o rapaz.
  - Tá tudo bem? – perguntou erguendo os olhos.
  - Tudo. – Charlie respondeu seco deixando calada e com vergonha.

  - Onde vamos? – perguntou sendo puxada por James. Hoje era o dia de ser arrastada, não é possível.
  - Fugir de todo mundo. – James falou com os olhos brilhando e achou melhor não discordar. Afinal fugir com James Bourne era seu sonho desde que se conhecia por gente.
  - Tem algum destino em mente já? – perguntou na hora que James parava.
  - Não tinha, mas esse já esta bom. – Piscou e puxou para perto.
  - Isso é uma... um... beco? – perguntou rindo.
  - Não importa o lugar. Importa a companhia. – James tentou filosofar.
  - Vamos lá chamar o Matt e a então. – pediu erguendo os olhos. James semicerrou os seus olhos e contraiu as sobrancelhas. – Brincadeira, brincadeira.
  - Não aceito um simples ‘brincadeira’. – James avisou sorrindo de canto. – Tem que pedir desculpas.
  - Não sei fazer isso. – fez bico e o encarou.
  - Eu ensino. – James sorriu e aproximou o rosto, beijando que fechou os olhos e só os abriu quando James se separou. – Aprendeu?
  - Não muito bem. – confessou e, colocando as mãos na nuca de James, o puxou para outro beijo.
  - E agora? – James perguntou rindo ao se separar novamente.
  - Agora sim. – sorriu de canto.
  - Deixa eu ver se aprovo. – James quase implorou e beijo-a outra vez.
  - Então? – perguntou quebrando o beijo.
  - Aprovada. – James sorriu e deu um selinho na garota. – Vamos voltar?
  - Você que manda, capitão.
  - Capitão?
  - Capitão Gambá. – sorriu largamente e puxou James para a rua que vieram.
  - Olha lá sua companhia perfeita. – James apontou quando viu e Charlie, riu e acenou para os amigos.
  - Hey – James sorriu quando os amigos se aproximavam. – Foi difícil encontrar? – Perguntou para o baterista apontando com a cabeça para . Charlie negou e continuou andando.
  - Que aconteceu? – perguntou olhando que estava vermelha.
  - E eu sei? – respondeu com a voz falha. achou melhor não perguntar mais nada ou veria sua amiga chorando.
  - Ele é assim mesmo, . – James sorriu e virou o rosto. – Ele é de lua, sério. Daqui a pouco ele tá igual uma puta aí. – James sorriu e estendeu a mão, pegou pelo braço e puxou-a para um abraço.
  - Vou ficar com ciúmes. – não conseguiu segurar o comentário.
  - Chega mais então. – chamou rindo e pulou nos dois.

  Digamos que James estava errado. Charlie não melhorou o seu humor. Voltaram para o parque, Charlie estava com uma cara nada animada, chamaram Matt e foram para o Hotel. Cada um ficou deitado o resto do tempo e e Charlie não saíram de suas camas nem para comer.
  - Não sabe mesmo o que aconteceu? – perguntou quando voltou do jantar. fechou o livro e colocou-o na mesa ao lado da cama.
  - Não. Eu fugi de vocês. – parou de falar para rir e recebeu o dedo nada amigável de . – E ele me chamou, daí eu comecei a correr. Eu parei quando cheguei na frente da Igreja, nem sabia onde eu estava. Ele chegou. Eu vi vocês e chamei ele pra voltar, daí ele pediu um tempo, ‘tava recuperando o folego, eu chamei de novo e ele fez que sim com a cabeça e saiu.
  - Recuperando o folego? – sentou na cama rindo. – Isso porque ele correu atrás de você, imagina se ele tivesse te agarrado? Imagina quando vocês começarem a namorar? O cara vai morrer ou parar o beijo a cada dois segundos. – pegou o travesseiro onde apoiava a cabeça e arremessou-o em , acertando na cara da amiga. – Vadia.
  - Você é vadia. – respondeu rindo. pegou o travesseiro e jogou de novo. desviou. – Tô ficando boa nesse negócio de desviar de travesseiradas. – Comentou rindo. – Mas me diga, por que vocês apareceram lá àquela hora? Eu vi da onde vocês surgiram. Do beco. – piscou safada e contou o acontecido.
  - Que lindo! – exclamou juntando as mãos quando parou de falar. cobriu o rosto e apertou as próprias bochechas.
  Pouco depois estavam pulando nas camas e tacando travesseiros uma na outra. chamando de bitch e bitch... quero dizer, chamando de encalhada.

   e foram para o local do show antes da banda, como sempre, e deixaram tudo arrumado. Os responsáveis pelo serviço que e estavam estagiando, deixavam tudo nas mãos das garotas e isso não as incomodava. O sentimento de que eram realmente boas no que faziam e a ideia da nota alta as motivava ainda mais.
  - Tudo pronto, rapazes. – avisou entrando no camarim.
  - Ótimas garotas. – Matt sorriu. – Saiu para dar uma volta por Manchester hoje? – O baixista perguntou olhando que entrou empurrando .
  - Nem. – A garota respondeu e olhou incerta pra Charlie que dedilhava alguma coisa no violão.
  - Vocês já vão entrar. – Um homem avisou passando pela porta. As garotas saíram apressadas para os retoques finais.
  Depois do ótimo show voltaram para o hotel no ônibus cheio de tapetes colado nas laterais. Os cinco já tinham se acostumado com aquela bela porcaria e os fãs se divertiam com as reportagens diárias sobre o veículo.
  Charlie sentou no último banco e ia calado, fingindo que dormia. se sentou atrás de Matt e também fingia dormir. Não tinha falado com o baterista, mas aquela situação era constrangedora. Decidiu que no outro dia não voltaria com a banda. Não ia conseguir ficar daquele jeito.

   passou o dia seguinte no quarto. Charlie e James ficaram ensaiando e Matt passou o dia enchendo o saco deles. James escapou meia hora antes do almoço e ligou para . Se encontraram no corredor e o que eles fizeram é segredo. Só para maiores de idade e... e é mentira, não fizeram nada além de uns bons amassos.

  - Não vai passear por aí? – perguntou quando voltou do almoço.
  - Nem vou. – respondeu sem tirar os olhos do notebook.
  - . – chamou e pulou na cama, sentando ao lado da amiga. – Você sempre falou, falou e falou em Manchester, agora que você está aqui vai deixar passar em branco?
   rolou os olhos e não respondeu.
  - É nessas horas que eu sinto vontade de fechar o punho e meter na sua cara. – confessou irritada e foi tomar banho. Se arrumou e saiu. desligou o notebook quando saiu e deitou cruzando os braços. Só saiu daquela posição para ir tomar banho. Quando saiu, pronta, do quarto, James gritou pelo seu nome.
  - Diga Gambá.
  - Cadê a , ? – James perguntou se aproximando.
  - Não sei. Faz tempo que ela saiu. – deu de ombros e chamou o elevador.
  - Sozinha? Pra onde ela foi? Por que não foi junto?
  - Sozinha. Não sei. Ela nem me chamou. – entortou os lábios e entrou no elevador deixando James falando com as paredes.

  - Gambázinho ficou lá no hotel. Todo preocupadinho com você. – comentou quando chegou no seu local de trabalho e estava lá mexendo no notebook.
  - Sério? – ergueu os olhos de seu trabalho se esquecendo de que estava braba com .
  - Sério. Perguntou de você e porque você saiu sozinha.
  - E você disse que é porque você estava pior do que chata e não queria sair do quarto, né?
  - Não. Eu disse que você nem me chamou. – riu da cara de e foi trabalhar.

  - A gente pensou em sair. Comemorar. Ou alguma coisa assim. – James avisou quando acabaram o show.
  - Eu não vou com vocês. – disse olhando para os lados e não vendo Charlie. Talvez já estivesse no ônibus. – Tenho mais coisas que o normal para fazer, sendo o último show aqui e tal. – Explicou antes que perguntassem e saiu do camarim.
  - Deixa ela. – abanou a mão. – Cadê o Charlie?
  - Sumiu, mas ele se vira. – James abanou a mão e foram para o ônibus. Foram direto para o hotel e Matt chegou caindo na cama, deixando James livre para ir atrás de sem ter que responder questionário algum.

  Realmente tinha mais trabalho. Antes que o show terminasse seu chefe foi embora dizendo que confia no trabalho da estagiária. não reclamou, até sorriu agradecida.
  - Enfim... – Suspirou quando enrolou o último fio e guardou-o ao lado das duas caixas. Virou as costas e tomou o corredor da direita. Era só passar no corredor do camarim e ir embora.
  - OMG – a garota berrou quando pegou na maçaneta da porta indicada camarim, para ir pegar sua bolsa, e a porta se abriu. Charlie abrira a porta. Estava com o cabelo bagunçado e segurava uma toalha na mão direita e uma garrafa de água na esquerda.
  Deu um passo para o lado sem saber o que fazer ou falar e passou quase correndo para o sofá pegar sua bolsa. Pegou a bolsa e ouviu Charlie saindo do camarim.
  - Charlie. – Chamou o rapaz que parou de andar. – Por que você não ‘tá falando comigo? – procurou o espelho que tinha no camarim e se olhou assustada, não era para perguntar nada. Droga.
  - A gente nem é de conversar. – Charlie deu de ombros se virando.
  - Mas agora é diferente. – apertou a bolsa.
  - Você ficou me chamando pra ir embora aquele dia. Por quê? Queria ir logo para ver o Matt? Eu acho que sim, então achei melhor ficar de boca fechada e não atrapalhar vocês.
  Charlie a encarava com as bochechas levemente rosadas. Ergueu uma sobrancelha e ficou esperando se recuperar. Carla abria e fechava a boca, o rosto esquentando.
  - Dá onde você tirou essa ideia? – A garota perguntou por fim.
  - É obvio demais e eu simplesmente não quero atrapalhar. – Charlie voltou a dar de ombros.
  - Oi? Claro que não. Eu só queria voltar para o parque e foi que eu nem vi nada de Manchester. – entortou a boca.
  - E não viu por quê? Por que uma guria veio e pediu uma foto comigo? E aí você já chamou o Matt e o James. Se o primeiro pedido tivesse sido pro Matt aposto que você nem ligaria. E se ligasse e saísse daquele jeito e ele fosse atrás de você aposto que você não ia chamar ele pra voltar; ia chamar pra dar uma volta, te mostrar alguma coisa. – Charlie terminou de falar com a respiração acelerada e a mão fechada.
  - Charlie, isso não faz sentido! – exclamou indignada. – Eu ligaria sim e pedira pra voltar do mesmo jeito. Por que essa cisma com o Matt agora? – perguntou irritada, sem saber o que falar.
  - Não é cisma, eu só não quero atrapalhar ninguém.
  - CHARLIE, SUA MULA, NÃO TÁ ATRAPALHANDO NINGUÉM. – gritou nervosa, a ultima coisa que queria era um Charlie achando que a atrapalhava com o Matt. COM O MATT. – Não é porque eu acho o Matt legal e gosto de conversar com ele que a gente tem que ter alguma coisa. Isso é ridículo. – Passou a mão trêmula pelo cabelo.
  - Ok, então mudamos o problema, não é mais porque eu não quero atrapalhar, é porque você gosta de estar com ele e não gosta de estar comigo. – Charlie sorriu irônico.
  - Quê? Ahn? – perguntou perdida, deixando que a mão que ainda estava em seus cabelos caísse ao lado do corpo.
  - Você acabou de falar que gosta de estar com o Matt, de conversar e não sei mais o que. E comigo é diferente. A gente, quando fica perto, não conversa nada e com ele você não para de rir, não faz diferença se estamos sem conversar desse jeito ou do jeito que começou a turnê. – Charlie deu de ombros e deu as costas.
  - SABE POR QUE TEM ESSA DIFERENÇA? – gritou, mas não saiu do lugar. Não ouviu passos do Charlie, talvez já tivesse ido embora. – É estanho ficar perto de você. Você é famoso. Nos conhecemos no fake. Começamos brigando. Depois a gente se encontrou. Se beijou e agora estamos trabalhando juntos. Depois daquela festa que vocês programaram a gente nem conversou e quando eu ia puxar assuntou você era monossilábico. Não é tão fácil quanto parece.
   estava nervosa. Sempre que ficava nervosa ou falava coisas de mais e que lhe complicavam depois ou, quando estava nervosa e irritada, chorava.
  Mais um pouco que falasse ia se complicar, soltando alguma coisa do tipo ‘ ainda mais pra mim que sempre gostei de você’. Então ficou com a segunda opção, quando se deu por si, estava sentada no sofá branco do camarim e as lágrimas já estavam caindo.
  - Também não precisa chorar. – Charlie falou incerto da porta. ergueu os olhos e bufou ao ver o rapaz. Odiava que a vissem chorar.
  - Por que não foi embora ainda? Você não tem mais o que fazer aqui. Vai logo, vai. – Pediu por entre soluços.
  - O motivo é bem simples. – Charlie sorriu sem graça e se aproximou da garota, percebeu que não tiraria a mão do rosto e não olharia para ele, então se abaixou e pegou as mãos da menor entre as suas. – Lembra aquele dia? No avião? Você disse que não sabia porque raios, depois da festa, fiquei o dia todo deitado, dormindo, sem fazer nada que prestasse, você falou que eu tinha tudo o que eu queria e tal. – assentiu. – Eu não tenho.
   ergueu os olhos e Charlie a encarava, um sorriso brincando nos lábios. ia protestar, abriu a boca.
  - Shii. – Charlie sorriu colocando o dedo indicar na frente dos lábios da garota e voltou a segurar suas mãos. – Eu fiquei pensando e cheguei na conclusão que não, , eu não tenho tudo o que eu quero.
  - Vai e corre atrás disso então. – deu de ombros, custava ele falar logo que queria alguma loira peituda?
  - Não preciso correr. – Charlie riu. – O que eu quero está na minha frente, mas eu não sei se ela me quer.
   engasgou e começou a tossir. Maldito soluço. Charlie ficou dividido entre rir e tentar ajudar. ficou vermelha, confundindo Charlie que não sabia se ela estava vermelha pelo acesso de tosse ou pelo que ele falara, voltou ao normal sem saber o que falar.
  - Charlie, eu...
  - Só diz que você realmente só tem o Matt como amigo. – Charlie pediu apertando as mãos dela carinhosamente.
  - Talvez como um irmão. – encolheu os ombros. – Eu não tenho irmão, sempre quis ter um, e meu irmão perfeito seria alguém tipo o Matt, que nunca perde o humor, quer deixar todo mundo alegre, não liga pras consequências e tem uma risada muito engraçada. – percebeu que estava falando demais, conseguiu segurar o ‘e muito bonito igual o Matt também’.
  - Isso foi uma declaração? – Charlie perguntou rindo.
  - Seu bobo. – revirou os olhos. – Eu gosto dele, mas é isso, como um amigo-irmão, acho. Não é a mesma coisa qu-
  - Não é a mesma coisa que? – Charlie incentivou.
  - Esquece. – sorriu envergonhada. Charlie ergueu uma sobrancelha. – Não é a mesma coisa que sinto por você, se é isso que quer saber. Você sempre foi o meu preferido e tal. – Deu de ombros, tentando não se complicar muito, mas não adiantava mais.
  - Não estamos falando em Busted agora. – Charlie mexeu a sobrancelha como quem pergunta ‘e aí? Entendeu?’
  - Então que não seja. – soltou as mãos e colocou-as no rosto de Charlie, apertando suas bochechas. – Eu adorei conhecer vocês. E não digo vocês, Busted, digo vocês, vocês. Gambá James, Matt sem apelido, Charlie mula. – Sorriu fofamente. – E é diferente quando eu tô com o Matt e o James de quando eu tô com você. Eu não sei como agir, tenho medo de falar alguma coisa que te irrite ou que você tenha a certeza que eu sou uma burra. Mas, ao mesmo tempo, eu gosto de quando você tá irritado. – riu. – É estranho isso, mas eu... não sei. – Disse por fim, arregalando os olhos assustada consigo mesmo.
  - Eu sempre achei que você gostava do Matt porque ele é animado. Então, se fosse assim, eu não teria chances com você.
  - Chances comigo? – gargalhou. – Eu tenho medo que você comprove que eu sou uma burra, porque dai eu não teria chances com você.
  - Qual de nós é o mais besta? – Charlie perguntou rindo. Levou as mãos até o rosto e colocou-as em cima das mãos de .
  - Eu sou besta né, porque você já é mula. – encolheu os ombros e sentiu Charlie se aproximando, o rapaz fechou os olhos quando encontrou os lábios de que seguiu seu exemplo e se entregou ao beijo.
  - Tem noção de quantos beijos perdemos nesses dias? – Charlie perguntou quando se separou. riu e puxou-o para outro beijo.
  - Teremos tempo. – Deu de ombros quando empurrou Charlie que assentiu sorrindo e pegou o celular para chamar um taxi.

  - LIVERPOOL. – berrou quando saltou do ônibus. Já era noite, tudo estava escuro e, para o alivio de todos, não tinha tumulto na frente do hotel.
  - Não acredito que ela vai andar por Liverpool até não conseguir mais e eu nem olhei o parque de Manchester direito. – Cah resmungou saindo atrás de James.
  - Vamos ter chance pra voltar em Manchester ainda, . – Matt piscou. – A menos que vocês sumam quando chegarmos a Londres.
  - E deixar nossos amigos famosos? – perguntou fingindo indignação.
  - Nunca. – ergueu a mão e tocou.
  - Suas interesseiras. – Charlie fingiu estar irritado.
  - Sempre. – ergueu a mão e tocou novamente.
  - Eu não as conheço. – James deu de ombros pegando sua mochila.
  - Muito menos eu. – Matt e Charlie falaram juntos e entraram no hotel, as garotas vinham atrás. rindo enquanto enumerava tudo o que queria ver.

  - Aqui vai ser igual Manchester. – Fletch disse entrando no elevador junto com os cinco. – Show amanhã e depois de amanhã livre. Nos dois outros dias shows à noite.
  Assentiram e pegou o mapa do lugar que seria o show.
  - Que lugar enorme. – comentou olhando o mapa por cima do ombro da amiga. James se aproximou com o intuito de ver o mapa e colocou, discretamente, as mãos na cintura de .

  - Eu NÃO acredito. – gritou no meio da noite. Acordou com o grito que aproveitou e gritou também:
  - NEM EU.
  - Não acredita no quê? – perguntou erguendo uma sobrancelha.
  - Que tá chovendo. E com trovão. Eu tenho medo. – abraçou o travesseiro e cruzou as pernas tipo índio em cima da cama. rolou os olhos.
  - , parece que vai cair o mundo, nosso menor problema é os trovões.
  - Qual o maior então? – ergueu os olhos para que se levantou da cama e puxou a cortina da janela. Um raio iluminou seu rosto, a chuva batia sem dó na janela.
  - Essa chuva toda, vai estar tudo molhado amanhã. TUDO. Isso se parar de chover. E vocês não vão querer sair. Eu quero ver Liverpool. – cruzou os braços. Outro trovão.
  - FECHA ESSA JANELA. – gritou jogando o travesseiro que abraçava em . – Se essa chuva horrorosa passar eu saio com você. Vou onde você quiser.
   fechou a cortina e voltou para sua cama.
  - Promete que vai?
  - Prometo.
  - Promete que não mente pra mim? – a olhou sorrindo de lado, por estar escuro, não percebeu aquele sorriso malicioso.
  - Eu não minto pra você! – exclamou indignada, outro trovão. – Prometo. Prometo. – disse como se o trovão fosse sua ameaça de morte.
  - Então me conte o que aconteceu no último show deles. – pediu pulando da cama para a cama da amiga.
  - Quê? Nada. – não pode continuar os protestos porque a derrubara na cama e ameaçava fazer cosquinhas. – Sua praga. – emburrou, riu e se ajeitou na cama, pegou o travesseiro que jogara no chão antes de dormir (afinal, pra que dois travesseiros?) e o abraçou contra o peito. – Não aconteceu nada demais. A gente se encontrou na frente da porta do camarim. Conversamoa e acabou que a gente ficou. – Encolheu os ombros.
  - EU TE ODEIO. – gritou indignada. – Você é péssima para contar essas coisas. Você resume MUITO. – Passou a mão no rosto frustrada.
  - Desculpa. – pediu rindo na sua maior cara de trollface.
  - Merece apanhar, cara. – assentiu enquanto falava. – Tá. O que vocês conversaram? Ele falou porque estava com aquela cara de mal comido?
  - Ele não estava assim. – defendeu rindo. – Ele disse que só não queria atrapalhar.
  - Atrapalhar?
  - Matt e eu. – sentiu o rosto corar.
  - VOCÊ E O MATT? QUÊ? – gritou surpresa. – Então aquele dia não era brincadeira sua, vocês se pegaram mesm-
  - Cala a boca. – jogou o travesseiro acertando a barriga de . Ótimo, ficara sem ter o que abraçar. – Lógico que não, mas, assim como você, ele deve ter pensado isso. Eu falei que não tinha nada a ver, que eu gostava de falar com o Matt porque ele é legal e tal. E disse que não sabia como ficar perto dele. E foi que ele disse que não precisava correr atrás do que ele quer, porque eu já estava lá.
  - CHARLIE DISSE ISSO? – berrou admirada.
  - Se você gritar mais alguma coisa eu vou arrebentar a sua cara. – ameaçou irritada, erguendo o punho tentando amedrontar .
  - Mas ele disse? – perguntou com a voz abafada, já que tinha a mão sobre a boca como quem diz ‘não grito mais’.
  - Disse. Daí eu falei que tinha medo dele me achar muito besta e ele disse que tinha medo de não ter chance comigo. – apertou a própria bochecha, que estava quente de tão vermelha. – Aí gente ficou.
  - QUE LINDO, AMIGA. – E pela primeira vez não cumpriu a promessa de bater em , no lugar disso abraçou-a.
  - E você e o Gambá? – perguntou quebrando o abraço. se afundou na cama ao seu lado.
  - A gente voltou. O Matt capotou ele foi para o nosso quarto...
  - Matt capotou e foi no quarto? – perguntou espantada.
  - Não, besta. O James foi no nosso quarto. A gente ficou conversando e tal. A gente se beijou na hora que ouvimos o taxi de vocês chegando, daí ele foi pro quarto dele e não ficamos mais e nem conversamos.
  - Ah, desculpa. – pediu com sentimento de culpa. riu e abanou a mão.

  Era o segundo dia em Liverpool. No dia depois que chegaram não deu para andar em nada, até porque tinham que arrumar tudo para o show. E tudo ficou nas costas das duas, que já estavam acostumadas.
  Depois do show e da entrevista que os rapazes deram embarcaram no ônibus estranho rumo ao hotel.
  - Amanhã vamos andar por aí, né? – perguntou olhando para os três rapazes.
  - Opa. – Matt assentiu.
  - Que você tem aí, James? – Charlie perguntou. James olhava uma revista.
  - Só estava olhando. – Ele jogou a revista para o baterista. Era de carros, motos, trens e ônibus. – Esse quinto da página nove. Parece tanto com o nosso.
  - Tem um monstro desse na revista? – perguntou apontando para o teto do ônibus.
  - Não. – James riu. – O outro ônibus.
  - Quem será que pegou ele? – Matt perguntou para si mesmo, olhando pelo vidro as poucas pessoas que ainda vagavam pelas ruas escuras.
  - Não sei, mas vamos pegar o filho da mãe. – Charlie prometeu devolvendo a revista. – Parece mesmo.
  - E por que pegaram o outro ônibus? – perguntou triste.
  Nem conheciam o outro ônibus, mas pelo jeito James adorava o veículo. E, bom, foi o mico do ano sair em turnê naquela exposição de tapetes ambulante. Ainda mais para a Busted que era nova de carreira.
  - Nós vamos descobrir isso também. – garantiu. Não estava segura disso, afinal, nem sabia como era o ônibus, mas parecia fazer diferença para a Busted. Charlie olhou a garota e sorriu. corou e devolveu o sorriso. Sim, ia descobrir quem pegou e porque pegou.
  Era especialista, junto com , em descobrir as coisas.
  Involuntariamente se lembrou de . Sua amiga que ficara no Brasil. sempre dava uma de Sherlock Holmes quando queria descobrir alguma coisa do novo garoto bonito do colégio, das garotas chatas, do menino problemático. costumava falar que era o dr. Watson e era Holmes. Sentiu um aperto no peito. Saiu junto com a Busted na turnê e nem ligou para a mãe para ver como estavam as coisas no Brasil, parecia que nem tinha família; e nem se lembrava da amiga.
  - . Chegamos. – Matt chamou estalando os dedos na cara da garota. sorriu, assentiu e saiu do ônibus atrás do rapaz.

  Na noite seguinte chegaram no hotel e capotaram. Todos na mesma hora, como se combinado.
   parecia uma pedra dormindo. Nunca andara tanto na vida e nunca tirara tantas fotos.
  Como quem não quer nada, sempre ficava no lado de Bourne para as fotos.
  Foram parados várias vezes para tirar fotos e dar autógrafos, mas não ligaram, quando um bolinho de fãs se aproximava davam as costas e iam explorar o lugar sozinhas.

  - Nossa turnê tá quase acabando, perceberam isso? – James perguntou se dando conta do fato.
  - Verdade. – concordou pegando sua bolsa.
  - Por que vocês estão arrumados? – perguntou pegando a própria bolsa. – Quem sai antes para trabalhar aqui é a gente. – Apontou de para si e de si para .
  - Nem estamos prontos. – Matt revidou rindo. – A gente pensou em ir junto com vocês.
  - Por quê? – as garotas perguntaram juntas.
  - Não temos o que fazer aqui. É a nossa turnê e está quase acabando, não vamos ficar trancafiados no hotel. – Charlie respondeu dando de ombros. As garotas encolheram os ombros e não responderam, mas deram as costas e acenaram para que os rapaz as acompanhassem.
  - Quem tem câmera aí? – Matt perguntou.
  - Eu tenho. – disse pegando o objeto da bolsa.
  - Ótimo. Como liga? – Matt perguntou tomando a câmera da amiga.
  - No botão vermelho. Matt, pra que ligar? – perguntou. Não gostava de câmeras. Não gosta de tirar fotos, piorou vídeos.
  - Ah, não seja sem graça, . Vamos registrar nosso quase último show. – James sorriu dando a ideia.
  Matt ligou a câmera e, quando focava no rosto dos amigos, ia falando seus nomes.
  - E essa quietinha que está evitando falar o máximo possível é a . – Matt riu mirando que tomou a câmera.
  - É. E eu não sou famosa. Então eu gravo vocês.
  E foi assim até chegarem no destino. Lá, Matt e James ficavam se revesando com a câmera, filmando as garotas trabalharem.
  - Enquanto a conecta, enrola, amassa, rasga, beija e morde fios a safada fica só no notebook. Vou trabalhar assim. – James sorria para a garota focando a câmera nela. – Não suo, não canso.
  - E não fica famoso. – fez joinha pra câmera e Matt e Charlie riram.
  - Vamos deixar as moças trabalharem e vamos mostrar o camarim. – Matt chamou acenando para James que assentiu.
  Quando os rapazes saíram de vista, apareceu por outra porta. Tirou a mochila das costas colocando-a ao lado do notebook de .
  - Por que trouxe a mochila?
  - Não trouxe. Eu esqueci ela aqui no último show.
  - E está tudo em ordem, né? – perguntou apontando para a mochila.
  - Tudo, tudo. Ninguém mexeu. Enfim. – olhou para os lados. – Cadê eles?
  - Foram mostrar o camarim. – deu de ombros.
  - Mostrar o camarim? – perguntou confusa.
  - É, acho que esse vídeo vai parar na internet. – encolheu os ombros.
  - OMG. NÃO. TEM EU LÁ. – gritou desesperada e saiu correndo do lugar. , rindo, a seguiu.

  Quando estavam perto da porta ouviram o barulho de uma maquina. Daquelas maquinas de cortar cabelo e James abriu a porta com tudo, sua cara mostrando pânico.
  - Que aconteceu, Gambá? – perguntaram juntas.
  - Esses dudes. – Apontou para trás. – São doidos. – Balançou a cabeça como se quisesse se livrar de um pensamento horrível e saiu correndo para o outro lado do corredor.
  - Quê? – perguntou se virando para que encolheu os ombros inocente.
  - Que aconteceu aqui? – perguntou entrando no camarim. Matt e Charlie pararam de rir e de ligar a maquina.
  - Ameaçamos cortar o cabelo do James.
  - E o pescoço. – Charlie sussurrou.
  - E ele acreditou e fugiu. – Matt terminou rindo. – JAMES VENHA AQUI. JAMES. – Gritou sem sucesso. Nem sinal de James.
  - Mas é um Gambá bobo, hein?! – riu balançando a cabeça. – Mas enfim, eu vim aqui pra tomar a câmera de vocês.
  - POR QUÊ? – os dois gritaram juntos.
  - Não tem graça um de vocês três ficar filmando os outros dois. – deu de ombros. – Eu vou procurar o James e trazê-lo, ok? Eu quero dar uma de jornalista e temos bastante tempo ainda.
  E assim deixou sozinha com os dois rapazes.
  - Isso é um camarim ou uma cozinha? – perguntou olhando a mesa atrás de Matt.
  - Misturaram, eu acho. – o baterista disse rindo e se virando para a mesa, que tinha tudo. E quando eu digo tudo, é tudo. TU-DO. Tinha banana, morango, toalhas mais pro canto, garrafas de água, jarra com suco, amendoin, manga, abacaxi (que por sinal divertia Charlie, que pegou um pedaço cortado e ficou rodando na mão) e, acredite se quiser, conseguir ou for capaz: pimenta.
  - Por que diabos tem pimenta aqui? – perguntou indignada.
  - Não sei. – Matt olhou para os dois amigos de soslaio. – Mas eu tive uma ideia que envolve ela e o Jimmy Gambá Bourne. – olhou para Matt desconfiava e quando viu o brilho em seus olhos ficou com medo do que ele pensava e agradeceu com toda sua força por envolver James e não ela. Charlie soltou o abacaxi e esfregou uma mão na outra, aquele olhar do Matt, ideias que envolvem James, isso seria muito bom.

  - James? – perguntou quando chegou no palco. Estava cansada. James não estava em lugar algum.
  - ? – Ouviu a voz do rapaz sussurrada e se virou para a esquerda. Deu alguns passos incertos e viu James acocorado no lado de uma das caixas de som.
  - O quê diabos você faz aí? – perguntou assustada.
  - Shii. – James colocou a mão direita em cima da boca. – Estou me escondendo.
  - De quê, santo?
  - Daqueles bobões. – James falou igual uma criança que tem medo que tenha monstro no armaria quando chega a noite. – Eles juraram que iam vim atrás de mim e me deixar careca. E depois, se eu fizesse muito escândalo iam arrancar meu pescoço e... – Parou de falar ao ouvir a gargalhada de . – Que foi?
  - Você acreditou nisso? – Perguntou quando parou de rir. – James não me assuste. – Pediu sorrindo e estendeu a mão, James pegou e quando estava de pé se aproximou até ficar colada no rapaz. – Não vou deixar eles te fazerem mal, de qualquer jeito.
  - Promete?
  - Por tudo que é mais sagrado e importante para mim. – sorriu e, ficando na ponta dos pés, deu um selinho em James. Se separou e pegou na mão do rapaz levando-o para o camarim.
  - CHEGAMOS, GAROTOS. – gritou abrindo a porta.
  - E garota. – ergueu a mão.
  - E garota. – concordou.
  - O que ficaram fazendo? – James perguntou olhando desconfiado. estava jogada no sofá com uma revista aberta de ponta cabeça. Charlie ainda olhava as frutas e Matt bufava.
  - Nada. – deu de ombros e largou a revista antes que perguntassem por que a mesma estava aberta ao contrário e olhou o baixista. – Que foi, Matt? – perguntou ligando a câmera e focando no rapaz.
  - Isso. – Ele virou de lado e ergueu o braço esquerdo, sua camisa estava rasgada. Três rasgos, como se um gato tivesse arranhado.
  - SEU GORDO. – James gritou vitorioso apontando escandalosamente. Charlie riu.
  - É. – Matt entortou os lábios olhando para a câmera. – Tô gordo mesmo. Droga. – Droga para você, James, acabou de assinar sua sentença. Tá fodido.
  - Agora larguem de putaria e vamos gravar alguma coisa que preste. – mandou e apontou para o sofá. – Sentem. Agora.
  Busted não reclamou e fez o que era mandado.
  - Filma tudo aí, . Eu pergunto. – sorriu tipo ‘sou uma repórter profissional, bitch’. rolou os olhos e se acomodou e, antes que pensasse nas perguntas que faria, ficou observando os garotos. Quando Matt disse que não estavam prontos não era mentira. James vestia uma camisa vermelha que parecia que ele só usava em casa quando ia fazer faxina no porão porque a mãe mandou. Matt vestia uma camisa polo vinho com uma gravata rosa, bem Willis isso. Charlie era o mais normal, e sorriu com isso, usava uma camisa preta com alguma coisa desnecessária escrita e calça jeans surrada.
  - Enfim, me falem da Busted. – pediu sem saber o que perguntar. Esperaram se recuperar das risadas e falaram tudo o que se lembravam. Micos uns dos outros. Músicas inspiradoras. Ideias para um futuro álbum e coisas desnecessárias.
  No meio das perguntas decidiram filmar várias coisas, depois editar e colocar na internet.
  - Eu vou filmar alguma coisa do show. – olhou para os três que assentiram. Não que ligasse se eles iam ou não concordar.

  - Vocês viram o que tanto tem aqui? – perguntou surpresa se aproximando da mesa.
  - Nem pude ver aquela hora, esses animais ficaram me ameaçando. – James fez bico e sentiu as pernas bambearem.
  - Não vem se fazer de vítima. – Charlie mandou se levantando do sofá.
  - É verdade. – Matt apoiou. – E vimos sim, . Tem até pimenta aqui. – o baixista se aproximou e pegou a dita cuja.
  - Isso é quente. – James comentou abobado. Matt ergueu a pimenta e balançou-a.
  - Quente é o desafio que eu vou te lançar. Lembra que você ficou me zoando e mandando-me fazer um monte de coisa aquele dia no parque? – James assentiu e resmungou.
  - Um monte de coisa, só pegar algodão doce. Foi mal. – Sorriu ao ver o olhar de Matt.
  - Então, eu te desafio agora, James. Duvido que você aguente mais tempo que eu com a pimenta na boca.
  - Tá achando que ganha de mim? – James perguntou estufando o peito e fez menção de pegar a pimenta, Matt puxou-a para si. - Seu gordo.
  - Eu tenho certeza. – Matt sorriu vitorioso.
  - Então vamos lá. – James falou assentindo e Matt partiu a pimenta estendeu uma metade para James. James pegou e olhou para a câmera erguendo a pimenta. – Um, dois, três...
  James levou a pimenta à boca e logo estava mordendo-a, por estar olhando serio para a câmera não percebeu que Matt levou a pimenta até perto da boca, fingiu morde-la e escondeu-a as costas.
  Charlie começou a rir, James o olhou confuso. A pimenta estava ardendo. Matt fingia mastigar sorrindo de lado. tentava rir e segurar a câmera firme ao mesmo tempo. estava de boca aberta, tinha como James ser mais burro?
  Charlie tentou ajudar apontando para Matt. Coitado, era zoeira demais para James.
  Matt sorriu para o baterista e começou a fazer uns sons estranhos como se não aguentasse mais a pimenta. James começou a fazer os mesmos sons abrindo a boca e levantou a mão como se fosse pegar a pimenta, começou a dar pulinhos no lugar. Charlie não aguentava rir mais, ergueu a mão e tentou abrir a boca de Matt que riu e mostrou a pimenta, tirando a língua pra fora.
   não conseguia descrever a reação de James, e nem . Depois do ocorrido quando pararam para conversar, passar o vídeo e edita-lo chegaram no acordo que a melhor descrição para o guitarrista era: pokerface.
  James parou de saltitar e encarou Matt sem saber o que falar ou fazer. Matt gargalhava junto com os outros. James olhou para a câmera ainda de pokerface e começou a rir. O gosto em sua boca era pior que o horrível e saiu procurando algum lugar para jogar aquela porcaria.
  Ficaram rindo e, quando , olhou no relógio viu que só faltava quarenta minutos para o show.
  - Temos coisa pra fazer ainda. – Apontou para a amiga.
  - É verdade. Vamos encerrar agora. Depois só filmo o show e editamos em Londres. – disse pegando a câmera.
  - Olha o James. – Matt apontou e riu escandalosamente. James mastigava o ar, tentando, inutilmente, tirar aquele gosto horrível da boca.
  Charlie querendo ajudar (ou acabar com James, depende do ponto de vista) abriu uma das garrafas de água e jogou um pouco na cara de James para o total divertimento de Matt que gargalhou, as garotas riram, por mais que estivessem com dó de James, mas não tinha como não rir da risada do Willis.
  - Não coma pimenta. – James disse por fim com os olhos lagrimejados apontando para a câmera. Rindo, desligou a câmera, desejou boa sorte para os garotos e saiu com .

  Terminado tudo o que tinha para ser feito em Liverpool: shows, entrevistas depois dos shows, autógrafos, fotos, vídeos e degustar pimenta, seguiram para o aeroporto.
  Charlie foi o último a guardar a bagagem e entrar no avião.
  - Dudes. – Disse procurando um bom lugar que achou dois bancos atrás de Matt. – Vocês lembram daquela mala que guardamos cartas de fãs, fotos, bilhetes e pedaços, trechos de música que íamos tentar dar um fim em algum momento da turnê?
  - Ixi dude. – James fez uma cara de sofrimento, como se estivesse comendo outra pimenta. – Nem me lembrei disso.
  - A gente sabe. – Matt piscou para o guitarrista e apontou com a cabeça para , sentada atrás de James com , que corou. – Lembro, Charlie, mas não vi ela.
  - Será que a gente abandonou-a em algum hotel? Ou nem pegamos em Londres?
  - A gente ficou tão pirado com a ideia da turnê que nem nos lembramos da coitada. – Charlie encolheu os ombros. James olhou do baixista para o baterista e chupou os dentes, fazendo um barulho engraçado. Charlie franziu as sobrancelhas.
  - Não me lembro dela na nossa casa. – Disse por fim o baterista.
  - Quando a gente chegar lá, que não vai demorar muito. – Matt se pronunciou. – Perguntamos se o Fletch não viu, ele sempre dá um jeito. – Deu de ombros relaxando, esticou as pernas e colocou as mãos atrás da cabeça.
  - Seu cabelo ficou tão foda. – comentou e assentiu. Os três encararam as duas que encolheram os ombros. – Vocês vão achar a tal mala, garotos. – Garantiu.
  - Claro e se ficar difícil de mais para vocês. – se levantou e ergueu os braços. – Chamem as lindas amigas. – Apontou de si para . – Da fada linda e da Anja perfeita. – Sorriu colgate e os rapazes riram se lembrando da festa que acabou resultando na companhia daquelas doidas.
  - Mas bem que eu tinha ideias pra uma das músicas. – James comentou consigo mesmo entortando os lábios. Estavam todos cansados por pegarem o avião logo depois do show, por isso foram dormindo ate Londres.

  - CASA. – Os rapazes gritaram quando o avião começou a pousar. As meninas riram e correu pegar a câmera.

  - Entram em quinze minutos. – Richard avisou passando pela porta. Os rapazes assentiram embora o homem nem estivesse olhando. e chegaram quando faltavam dez minutos.
  - Preparados? - perguntou sorrindo.
  - Sem duvidas. – James sorriu de um jeito que considerava lindo, já achava gay.
  - Nada melhor que fazer show em Londres. – Matt deu sua opinião. - É como se fosse a sala da nossa casa. – Tentou explicar fazendo gestos.
  Charlie não deu sua opinião, no lugar disso pegou o violão e começou a tocar e cantar, Matt logo o acompanhava na cantoria e James idem.
  O Gambá parou de cantar quando faltavam cinco minutos e estendeu a câmera para que ligou e filmou o baixista e baterista. James puxou pela mão e começaram a dançar alternativamente: ora abraçados, para delírio de , ora agitados e ora Bourne tentava imitar o MJ. E foi nesse clima que começau o show. O último show da turnê.
  - O último show que cuidamos de tudo para eles. – comentou se aproximando de onde estava, no meio do show.
  - Foi legal, né. – comentou igual uma criança que acabou de ganhar o presente de aniversário.
  - Muito. – assentiu sorrindo. – Pena que acabou.
  - . – rolou os olhos e olhou à amiga. – Pare com isso, até parece mesmo. Ainda vamos cuidar de mais shows da Busted. Vamos atentar eles em mais uma turnê, de preferencia para outro país, imagina. – tinha os olhos brilhando, ela e sua mania de sonhar.
  - Mas quando vai ser isso? – perguntou ficando triste. – Daqui... Não sei, oito meses, eles nem vão lembrar da gente. James provavelmente já vai ter uma namorada e...
  - E parou com o drama. – ergueu a mão no maior estilo ‘policial na avenida’. – Quem disse que eles não vão lembrar da gente? Não vamos nos distanciar, . Eu ainda quero ser madrinha do seu casamento com o Gambá. – Cutucou a amiga rindo.
  - Sua boba. – disse por fim, rindo. – E se eles se distanciarem? Eles são famosos. – encolheu os ombros.
  - Ficamos famosas também ué. – deu de ombros. – Mas fica tranquila, , não vou deixar eles se distanciarem. – Assentiu convicta. – E ainda temos que ajudar eles a encontrarem a tal mala e o ônibus que a gente nem se quer viu. – ergueu uma sobrancelha. – Qual é? Você acha mesmo que eles vão conseguir fazer esses feitos históricos sozinhos? Até parece que não conhece a babaquice do James. A criancice do Matt e a má vontade do Charlie.
   riu com os últimos comentários e ficaram o resto todo do show juntas, sorrindo, cantando e até tirando algumas fotos.

  - Foi o melhor. – entrou no camarim toda feliz, os rapazes estavam todos suados segurando toalhas e garrafas de água. chegou logo em seguida.
  - A gente volta pra Londres, tem o Fletch e mais uma cambada de empresários aqui. – falava meio revoltada. – Daí o puto do técnico de som vai trabalhar, só para pensarem que ele fez tudo na turnê toda. Se ele me ferrar na Universidade eu capo ele. – Apontou um dedo para os três homens que arregalaram os olhos.
  - Ele não vai fazer isso. – Matt tentou passar uma segurança que nem ele sentia. – Nós sabemos que vocês foram ótimas, nós cuidamos para que tudo dê certo.
  - Own, Matt seu lindo. – disse e as duas apertaram as bochechas de Matt.
  - Você disse que viu o Fletch? – Charlie perguntou mais alto do que necessário.
  - Disse. – assentiu se soltando de Matt. – Mas não vão falar com ele já, eu queria falar umas coisas antes.
  - Manda ver. – James deu de ombros.
  - O quê? – Charlie perguntou com medo.
  - Eu também quero falar. – se pronunciou.
  - O quê? – O medroso agora era James. Matt só riu dos dois.
  - Falem. – Pediu tentando ficar sério.
  - Obrigada. – As duas falaram juntas se olharam e riram. continuou: - Eu só queria falar obrigada mesmo. Tipo, nesses dias eu realizei meu sonho, vi de perto a turnê da minha banda preferida, conheci Liverpool com os integrantes da banda e pude mostrar que sei fazer o meu trabalho.
  Os rapazes bateram palmas como se tivesse discursado, fez um gesto e falou:
  - E eu queria agradecer por isso aí também. – Deu de ombros arrancando risos. – E, James, obrigada mesmo por aquela festa e Matt – sorriu para o baixista. – Valeu por ter quase estourado as caixas, garantiu minha vaga na Universidade, e me desculpem, eu ferrei vocês em Manchester, não era a minha intenção, juro, mas eu me irritei, eu sei que não justifica. – Sorriu culpada encolhendo os braços.
  - Embora nenhum agradecimento tenha sido para a minha pessoa. – Charlie foi o primeiro a falar. – Eu sinceramente acho que elas merecem um abraço em grupo.
   e se entreolharam surpresas. Charlie era sempre o mais afastado que não demonstrava nada e agora era o primeiro a correr na direção delas.
  - E James. – Matt se afastou do grupo. – Desculpa pela pimenta cara, mas eu precisa fazer aquilo.
  James até pensou em xingar Matt, mas não era de seu feitio e a risada dos amigos eram contagiantes.
  - Temos que passar aquele vídeo para algum notebook logo. – comentou.
  - Vamos colocar no do James. – Charlie opinou. – Tem mais memoria.
  - Caramba. – James arregalou os olhos para o baterista. – Sou um lesado mesmo. Como eu pude esquecer a mala durante toda a viagem? Deixei meu notebook dentro dela. Droga. – Todos acompanharam o guitarrista no xingamento.
  - Vamos ver se o Fletch ainda está por aí, a mala me deixou ainda mais preocupado. – Matt confessou.
  Saíram do camarim, encontraram Richard no corredor que informou que Fletch estava no palco, acenou e foi embora.
  Todos correram para lá.
  - MEU BOM E VELHO FLETCH – os rapazes gritaram juntos pulando no empresário.
  - Continuam inteiras depois de tantos dias com eles? – Fletch perguntou olhando para as garotas surpreso.
  - Sempre. – ergueu a mão e tocou.
  - Mas então Fletch. – Charlie chamou a atenção para si. – A gente veio perguntar se você não viu nossa mala. Uma preta cheia de papeis: cartas, pedaços de músicas, fotos e essas coisas.
  - Claro que vi. – Fletch respondeu como se Charlie tivesse algum problema. – Vi e pedi pro Richard levar ela, será que ele não obedeceu?
  - Acho que ele ainda não foi embora. – comentou.
  - Vamos ver se o achamos. – chamou dando as costas e saindo para o corredor por onde tinha vindo.
  - Vamos. – Todos concordaram e deixaram Fletch terminando o que interromperam.
  Estavam passando pela porta do camarim quando James, o último da fila, gritou:
  - NÃO ADIANTA NADA ISSO.
  - Que foi, Gambá? – , que encabeçava a fila gritou se virando.
  - O Richard faz tudo que o Fletch manda. – James socou a mão esquerda com a direita e gritou com a voz mais feminina que poderia ter feito: - A MALA FICOU NO ÔNBIUS OFICIAL.
  Aquelas palavras pareciam tapas na cara dos outros dois. Charlie, o mais ‘sóbrio’ disse por fim:
  - Eu não vou desistir disso e nem você. – Apertou os braços de Matt. – E nem você. – Apertou James. – E nem vocês. – Olhou para as duas garotas.
  - E nem eu vou. – James disse abobado.

FIM



Comentários da autora

Hey dude o/
Minha amiga realmente ficou com o cabelo verde HAHA?
Não consegui segurar a piada do Acre e nem do Roberto Carlos :X
Devo comentar que: a parta mais difícil de escrever foi a da pimenta +_+. Eu parava a cada frase e ia conferir o vídeo (que está aqui). Descrever a cara do James quando ele percebe que o Matt trapaceou e não comeu pimenta nenhuma foi MUITO difícil, sério. Eu recorri a Anne que me respondeu com um ?pokerface?, haha?. Eu simplesmente rachei quando ela disse isso, recorri novamente ao vídeo e eu só conseguia rir, acabou que pokerface é a melhor descrição.
Eu não sabia o que tanto a Bourne tinha que fazer nos shows então coloquei que tinha que arrumar tudo que aparecia no telão e logo pra Busted e essas coisas, sou leiga nisso -QQ
Quanto ao ônibus ÇDLASÇ~D~Ç eu adorei. Não deu pra fazer a piada do James de Bus-Ted, acabou ficando bem fail, mas eu achei a cara do James de qualquer jeito haha?. E eu disse que talvez minha vó + a vó da Anne deixariam o ônibus naquele estado, porque o ônibus é todo de ?crochê? haha, quando eu penso em crochê eu penso em avós, embora a minha não faça crochê .Q o dela é costura, er...
Falando sério agora: Eu não gostei da parte II :X Eu tentei focar no ?romance?, mas eu não sou boa em romance (nem em comédia, nem em nada, mas finge que sou), então eu fiz esse final estranho ai para conseguir fazer, talvez, uma parte III. E o final dessa parte começa com o começo (-QQ) de outro vídeo (que eu não vou colocar o link aqui :D) que é a minha base para a continuação.
Enfim, se alguém, fora a Anne, leu isso: comente e garanta seu lugar no Céu :D

Enfim, uma n.a. praticamente maior que a FF ?Q
Anne, obrigada por ter surtado comigo e brigado e por ter mandado eu continuar a escrever eeeee espero que tenha gostado (pelo menos um pouco) dessa parte :X Prometo, prometo, prometo que vou fazer de tudo pra que a parte III fique melhor. PROMETO. Beijones xx