
Falling in Love
Belle Rangel | Revisada por Isabelle Castro
Capítulo 1
O dia que eu mais esperava do ano todo havia chegado. Eu finalmente ia para o show da minha querida banda favorita. Desde que eu me mudei para Inglaterra esse foi o objetivo da minha vida – exagerada nada –, mas pensando bem, foi um dos grandes objetivos da minha vinda pra cá, além de fazer minha pós-graduação. Sou estudante do mestrado em psicologia cognitiva, ganhei uma bolsa parcial devido a minha formação com honras no Brasil e aproveitei a oportunidade parar vir para cá. Estou morando na Inglaterra há um ano e todo esse tempo não teve show nenhum show deles aqui... Quando eu me mudei pra Londres eles resolveram fazer turnê no Brasil, só porque eu não estava lá. Quando voltaram, ficaram de “férias” e depois foram gravar um CD novo. Logo, eu quase morri quando eu vi que teria um show e que existia a possibilidade de se comprar ingressos Vips. Eu poderia visitar o camarim com eles. Imagina isso gente. Claro que eu dormi na fila um três meses antes do show e consegui assim garantir o meu ingresso, foram três meses de preparação para esse dia, que finalmente tinha chegado.
- ! – eu chamei minha best, , que havia se mudado para Londres comigo para fazer mestrado em arquitetura. Ela tentou entrar em Sourbone, mas no final das contas eu consegui a convencer de mudar para Oxford e ficar comigo. Apesar de estudarmos em Oxford moramos em Londres. A viagem entre Oxford e Londres é super tranquila, coisa de uma hora de trem, como somos alunas do mestrado e já passamos da fase de aulas presenciais resolvemos vir morar em Londres. Eu sempre me comunico via email e skype com meu orientador de mestrado e quando é necessário pego um trem para lá.
- Para de me chamar assim! – ela gritou de volta – O que você quer? Eu to dormindo, porra!
- Nossa... Quanto amor! Eu quero sua máquina emprestada pra carregar, sabe como é... Hoje é o SHOOOOOOOOOOOOOOOW! – eu disse gritando e dando pulinhos.
- Ai, Deus! – disse - Pega, tá aqui. Cuidado com ela, viu?
- Com certeza! Essa máquina vai ser parte de mim! Imagina só, eu vou entrar no camarim! - eu continuava pulando. – VOU VER MEUS IDOLOS. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
- Ok, ok eu já sei disso... Ai meu Deus – ela disse voltando para o quarto, tapando os ouvidos com as mãos enquanto eu continuava pulando e gritando. Eram seis horas da manhã. Eu estava realmente falando alto, não costuma acordar cedo assim sem motivos.
Eu tinha gasto metade da minha bolsa do mestrado com isso ingressos Vips são realmente caros, mas quem vai colocar um preço no meu amor? Eu não. Ainda mais que hoje eu conseguiria finalmente ver pessoalmente. Provavelmente teria que comer o que a comprasse esses meses sem reclamar. Eu não tinha corrido atrás de nenhum emprego por aqui pelo fato de minha bolsa do mestrado ser bem generosa e meus pais me ajudarem quando alguma coisa apertava demais. Sem falar que eu tinha uma renda extra fazendo projetos online. Mas tudo isso valeria a pena, eu ia entrar no camarim, tirar fotos e beijar todos eles. não gostava da banda. Mas ela também não odiava... Achava eles bonitos e gostava de uma música ou outra... Só não era fã louca (tipo eu) e obviamente não ia gastar a bolsa dela com um ingresso vip. Na verdade, nem com o ingresso simples. Ela costumava me zoar todos os dias, afinal, - de acordo com ela - eu não tinha idade pra ficar louca assim pela banda da moda, apesar de eles não serem exatamente a banda da moda. O McFLY era a banda do momento por muito tempo, logo não devia mais ser a banda da moda, certo? Mas, sinceramente, eu tenho 24 anos, uma idade perfeita pra amar pessoas que são pouco mais velhas que eu, vai que eles dão brecha? Eu caio pra dentro mesmo e eles não vão ser presos por pedofilia. Algo que com certeza aconteceria se o Hugh Grant desse bola pra mim quando eu tinha meus 16 anos e babava por ele. De qualquer forma, não ia ao show comigo. É... eu ia sozinha para o show da minha vida. Tudo bem, eu não ia obriga-la a ir só me fazer companhia e gastar a grana dela. Mas consegui pegar emprestada a maquina cheia de frescura profissional dela para conseguir fotos incríveis.
Depois de arrumar tudo, eu fui para a fila. Cheguei lá às oito horas da manhã e fiquei até a hora do show. Isso valeu muito a pena. Eu consegui ficar bem na frente (muito na frente mesmo), colada na grade com uma vista perfeita do palco todo. E no campo de visão deles também, eu queria ter as melhores fotos, sabe como é uma pelo menos de algum deles me olhando, se possível. Também fiz umas amigas, elas iam entrar no camarim junto comigo, nós estávamos fazendo as estratégias para tirar as melhores fotos já vistas da banda toda e trocando os e-mails para nos enviarmos as fotos depois. A banda que iria abrir o show se atrasou um pouco, mas foi um bom show. Nada demais, nem gastei minha voz com eles. Depois de mais uns 20 minutos de espera começou. As luzes brilhavam para todos os lados e um som de suspense estava no ar. Eu, obviamente, já estava gritando junto com as meninas que estavam comigo desde a fila. Era muita emoção, em poucos minutos eu finalmente os veria.
- Ai meu Deus, vou ter um enfarte! - Emma, uma delas, disse.
- Deixa pra morrer depois, porque se você morrer agora vai ser pisoteada – eu falei rindo. Nesse exato momento, os gritos foram ensurdecedores! tinha entrado seguido por todos os outros. estava muito sexy, não mais do que o , mas sexy o suficiente. Eu não sabia se eu gritava, tirava foto, cantava, olhava ou suspirava. Então eu fiz tudo ao mesmo tempo. Coisas que somente as brasileiras são capazes de fazer. Depois do show, eu estava tão suada quanto os meninos no palco. Até fiquei meio com raiva disso, afinal, agora era a hora de ir ao camarim tão esperado. Antes de irmos para a fila vip, que tinha cerca de 30 meninas, contando nós três, pensamos ser melhor sermos as ultimas a entrar e fomos ao banheiro pra tentar dar uma arrumada no visual, ou pelo menos secar o suor e passar um perfume.
- Nossa, o show foi perfeito! – Ashley comentou enquanto eu secava o excesso de suor e dava uma ajeitada na maquiagem.
- A parte mais esperada vem agora – Emma disse com os olhos brilhando.
- QUINZE MINUTOS NO CAMARIM! – nós três gritamos juntas e saímos rindo do banheiro.
Quando saímos do banheiro a fila já estava quase na metade, chegou nossa vez, pegamos nossas credenciais na entrada do backstage e fomos acompanhadas por uns seguranças até a porta de entrada do camarim. Quando entramos lá demos de cara com mais três meninas e ficamos conversando até que Neil apareceu na porta e anunciou que nossa vez seria em 15 minutos.
- Porra, mais quinze minutos! – eu reclamei entre as meninas.
- É verdade, mas vai valer a pena quando passarmos por essa porta!
- Olá, pessoas! – abriu a porta de repente – Desculpe a demora, nós estávamos dando banho no .
Todos começaram a rir e soltou um “ei” no meio das risadas.
Quando todas nós entramos, eu quase tive um ataque cardíaco. Fiquei petrificada e não sabia o que fazer, eu estava morrendo, minha cara devia mostrar isso visivelmente, afinal, veio falar comigo.
- Você tá bem? – cara, sendo atencioso e fofo comigo, fala alguma coisa, !
- Muito bem... Omg, eu estou no camarim de vocês! E você está falando comigo. Isso é demais para o meu coraçãozinho – eu disse falando rápido e me abanando, aquele camarim estava ficando quente ou era só eu?
deu uma risada:
- Então para de se abanar e aproveita o tempo que você tem aqui pra tirar fotos – Ele pegou a máquina na minha mão e fez uma pose ao meu lado – Pronto! Sua foto comigo tá ok, agora corre pros outros e depois pede autógrafo.
- Obrigada por me ensinar como me comportar no camarim, – eu disse rindo de como ele estava tentando não me deixar nervosa. Apesar de eu continuar tremendo segui o conselho dele.
- Não há de quê – ele disse entregando a máquina fotográfica na minha mão e se abaixando um pouco para eu poder beijar sua bochecha. Sou baixinha mesmo, fazer o quê?
foi muito fofo, ficou conversando comigo por muito tempo para eu perder o meu nervosismo. Apresentou-me para os meninos e até bateu umas fotos minhas com o . Com o qual eu fui apenas capaz de trocar princípios de palavras. Sério, como alguém consegue formar frases em outro idioma olhando para aqueles olhos?
Eu bati milhões de fotos. Depois fui tirar fotos para as meninas com a máquina delas. O nosso tempo passou rápido e logo tinha acabado. Os meninos foram uns amores e deram autógrafos em todos os papéis que eu tinha perto de mim, assinou até o meu braço no meio da brincadeira. Eu tinha um bolo de papeis autografados e joguei tudo na bolsa o que a deixou com um volume enorme. Por isso tirei minhas chaves e minha maquina de lá para poder organizar melhor tudo. Nesse meio tempo as meninas pediram para eu tirar umas fotos com as maquinas delas, eu fui super prestativa, afinal minhas fotos já estavam sãs e salvas.
- Muito obrigada por tudo, meninos! – eu dizia enquanto terminava de tirar mais uma foto com a máquina da Emma – Foi uma noite maravilhosa e o show de vocês foi demais!
- Obrigado! – disse – Vocês são bem legais, espero ver vocês mais vezes nos shows!
- Com certeza! – todas nós dissemos juntas – Tchau, gente!
- Até mais! – eles responderam em coro e caíram na risada.
Sai de dentro do camarim em êxtase, nem percebi que estava com a maquina de Emma em minhas mãos, devolvi correndo pra ela antes de entrar num taxi e voltar para casa imaginando em como eu contaria tudo para a de forma resumida.
's POV
- Que fãs mais loucas, né? – disse rindo – Nunca vi tanto nervosismo junto.
- Pô, elas estavam bem nervosas mesmo. Eu até tive que ajudar uma delas a se mover! – eu disse lembrando da menina que estava congelada desde que tinha entrado – Ela é brasileira, acredita? Normalmente elas são tão atiradas, essa ficou tão quietinha que eu até duvidei que ela fosse brasileira mesmo. Super gente fina, a gente conversou muito.
- Eita, heim? tá afim da brasileira?! – falou zoando comigo. – E nem todas as brasileiras são atiradas, deixe de preconceito!
- Não vou dizer que não a achei gata. Porque eu achei, mas nem foi isso, ok? – Falei me sentando.
- , essas chaves aqui são suas? – falou alto, pegando um molho de chaves perto de um celular e uma máquina fotográfica.
- Não, nem esse celular, muito menos essa máquina – disse se aproximando para olhar as coisas.
Nós começamos a mexer nas coisas, descobriu a senha do celular pela marca que ficou na tela, achei meio perturbador isso, mas de qualquer forma com esse momento espião maluco descobrimos que eram a máquina, celular e chaves da tal menina brasileira que veio nos conhecer no camarim.
- Putz, coitada, todas as coisas dela aqui, como será que ela vai entrar em casa? – eu disse preocupado.
- Menina desligada, como ela esquece as coisas assim? – falou – Tipo assim, a chave da casa dela! Nem o faz isso – apenas ignorou fazendo uma careta.
- Vamos entregar isso pro Fletch, ele pode dar um jeito de devolver – disse já querendo ir embora.
- Não! – eu disse rápido – O Fletch vai acabar dando pra alguém fazer isso e a menina nunca mais vai ver essas coisas.
- O que você pretende então? – perguntou.
- Eu mesmo vou devolver isso – eu falei olhando as fotos tinham umas muito legais – Mas não agora, amanhã eu faço isso – então eu guardei as chaves, o celular e a máquina no bolso.
- Aposto que você escondeu essas coisas aí... Sabe? Pra ter desculpa para ver ela de novo! – disse só para eu ouvir.
- Eu não faria uma coisa dessas! – eu disse sorrindo. – Não gostei dela desse jeito. Só estou compadecido pela dor, imagina se isso fosse meu com fotos do Blink, eu ficaria muito triste.
- Sei, , sei! – me puxou pelo pescoço para fora do camarim.
End Of 's POV
Cheguei em casa exausta e dei graças a Deus que a estava acordada, eu não estava encontrando as minhas chaves na bolsa. Minha organização tava meio ruim, mas eu tinha muitos autógrafos valiosos lá.
- DO CÉU! FOI O PARAÍSO! – eu entrei gritando. – VOCÊPRECISAVAVERCOMOFOIMARAVILHOSOEUABRAÇEIOEOEEOEOAIEUTIREIFOTOS – me interrompeu.
-Ok maluca, respira, dê pausas ao falar, não morra agora. Amanhã você me mostra as fotos e conta tudo, eu to indo dormir. E vê se para de me chamar assim!
- Aff... Você tá sempre dormindo, né? – eu fiz piada – Mas eu também estou cansada, vou dormir, amanhã te conto tudo com detalhes.
Subi correndo, me joguei na cama, literalmente, dormi toda suja e bagunçada. E sonhei com o show.
No outro dia pela manhã, levantei, tomei um banho bem demorado e desci para tomar café. Eu estava muito feliz, mal podia esperar pelo belo dia que se iniciava.
- Bom dia, flor do dia! – estava toda arrumada comendo um pão de queijo.
- Você fez pão de queijo! – eu corri até a mesa para pegar um – Adoro seus pães de queijo, – Eu disse colocando um deles na boca. – Nada melhor do que um gostinho do Brasil para completar esse dia maravilhoso.
- Eu sei – ela disse rindo da minha cara com a boca cheia – Hoje eu acordei afim de um café da manhã brasileiro. Enfim, como foi o show que fez o dia de hoje ser TÃÃÃO MARAVILHOOOOOSO. – ela disse ironizando minha felicidade.
- Nossa! Foi perfeito, eles tocaram todas minhas músicas favoritas e tocaram um monte que você gosta também.
- Legal! E no camarim?
- Menina, você acredita que eu fiquei congelada?
deu uma gargalhada.
- Não era você que ia beijar e pular em cima de todos eles? Ficou congeladinha, ficou? – ela fez piada.
- Fiquei – eu disse – Mas aí o sexy foi lá falar comigo e me tirar do transe.
- Huuummm, e aí?
- Ah, a gente conversou muito... Eles são muito legais, – eu disse suspirando - Tenho que te mostrar as fotos, espera – subi correndo para pegar a máquina e o meu computador para mostrar as fotos para a .
Chegando ao meu quarto corri para minha bolsa, tirei todos os autógrafos de lá e não consegui encontrar a máquina. Entrei em desespero, óbvio, afinal as fotos da minha vida estavam lá e claro, a ia me matar, ela tinha um ciúmes louco por aquela máquina. Comecei a virar a bolsa do avesso, e depois comecei a revirar minha escrivaninha.
- ? Anda menina, to curiosa! – ela gritou da cozinha.
Desci a escada e fui direto para o telefone. Meu celular com certeza estaria perto da máquina, já que eu estava carregando os dois juntos durante todo o tempo.
- O que você está fazendo? – disse chegando perto do telefone.
- Ligando pro meu celular, não sei aonde eu o botei – eu disse e coloquei o telefone no ouvido. – Tá chamando, faz silencio e me ajuda.
Ouvi o tom de chamada no meu ouvido e comecei a andar pela casa procurando. Foi então que o inesperado aconteceu. Uma voz atendeu meu celular.
- Hum... Alô? – a voz do outro lado disse.
Como assim tem alguém aqui em casa? Que voz é essa? Eu comecei a me desesperar, mas então me lembrei das fotos e surtei:
- QUEM ESTÁ FALANDO? E POR QUE VOCÊ ESTÁ COM O MEU CELULAR? – Sim, eu berrei. Como assim? Eu fui assaltada ontem e não percebi?
- Hum, aqui é o . Quem está falando? – a voz, que dizia se chamar falou.
- ? Que ? Por que você está com o meu celular? – eu não conheço nenhum , será que eu perdi meu celular durante os pulos no show e alguém o encontrou? Como vou achar a máquina da agora?
- , eu estou com seu celular porque você o esqueceu junto com as suas chaves e sua máquina fotográfica no nosso camarim. E eu peguei para te devolver!
- Até parece que você é o ! - eu disse irônica mil anos e uma coca cola quente para isso ser verdade – Quero minhas coisas de volta! Eu sei que você deve ter visto que as fotos são com o Mcfly e está zuando com a minha cara. Devolve minhas coisas e se tiver uma fotinho a menos você vai ver só! – eu estava louca, fazendo ameaças para um desconhecido que por acaso tinha basicamente a minha vida toda naquele celular.
Obviamente, já estava surtando ao meu lado, como assim EU tinha perdido a máquina DELA? Mas eu tinha outros problemas no momento, eu não queria perder minhas fotos. Estava me sentindo como se um parente importante tivesse sob a custódia de sequestradores. Sim, eu sou mesmo exagerada.
- Então a gente podia marcar algum lugar para eu devolver as suas coisas – ele disse calmo – E você pode ver que eu sou mesmo o .
- Ok, faz de conta que eu acredito que você não é um ladrão barato que quer me sequestrar, aonde eu iria te encontrar para pegar minhas coisas? – estava pulando do meu lado falando alguma coisa de como eu sou louca, que ela nunca vai me deixar ir até o lugar que o ladrão estava falando e que eu devia ter perdido o juízo se estava sequer pensando em ir a qualquer lugar encontrar um estranho.
- Em qualquer lugar. Se você quiser, você pode escolher – ele disse.
- Ok então! Vamos nos encontrar na Starbucks,na Oxford Street– eu sou esperta, estava fazendo um teste com ele, essa Starbucks era bem movimentada e cheia de turistas, queria ver se ele iria a um lugar público.
- Ai! – ele disse – Logo nessa? É muito lotada, muita gente vai me reconhecer.
- Ah é, eu esqueci que você é, supostamente, o – ele tinha absorvido bem o papel – Onde você sugere, então?
- Pode ser na Starbucks na Chiswick?
Era um lugar público, não era tão movimentado, mas eu poderia ir disfarçada e ver de longe. Qualquer coisa eu chamava um policial.
- Fechado! Estarei lá às três da tarde – eu disse – Esteja lá!
- Certo, estarei – ele disse – Tchau, até mais.
- Tchau – eu desliguei o telefone.
- VOCÊ É LOUCA? - estava vermelha – Você não vai pra lá DE JEITO NENHUM!
- Nós vamos sim! – eu disse confiante.
- NÓS? NÓS? COMO ASSIM? – ela definitivamente tinha perdido a cabeça – Nós porra nenhuma, você não vai me arrastar pra as mãos de um psicopata!
- , a gente vai mais cedo, fica olhando de longe e se não chegar nenhum lá até umas três e meia, nós voltamos – eu fiz minha carinha de pidona.
- Ok, a gente vai, mas se eu morrer, eu faço questão de falar agora que A CULPA É SUA!
Eu dei um abraço nela e nós fomos nos disfarçar para encontrar o psicopata.
Capítulo 2
Fomos para a Starbucks às duas da tarde. Pedimos uns cafés e nos sentamos numa mesa isolada no cantinho, podíamos ver a porta e não éramos vistas. O tempo passou, e enquanto tomávamos café ficamos analisando criticamente todas as pessoas que entravam no estabelecimento. Quando estávamos sozinhas costumávamos conversar em português para não sermos entendidas, como um código secreto.
- Olha aquele cara ali! É suspeito! – apontou discretamente para um cara realmente estranho. Com um sobretudo preto que ia até o pé e um chapéu estranho.
- Esse cara não parece com a voz que eu ouvi no telefone – eu disse calmamente enquanto tomava meu café. E cada minuto que passava eu ficava mais ansiosa, apesar de não transparecer. As aulas de clinica ajudam com isso, consigo controlar bem os meu sentimentos, sou exagerada só quando estou a vontade, no geral sou um poço de mistério. Haha.
- Desde quando alguém PARECE com a voz? – ela disse – você pode ser psicóloga mas isso não te dá o aval de reconhecer faces pela voz.
- Sei lá... – eu disse tomando mais um gole do meu café – Sei que esse aí não parece. Eu tenho um olhar analítico, estudei isso por 5 anos, não vem me zuar.
- Você é louca, ele super tem cara de assassino!
- E quem te disse que eu falei com um assassino?
- Ah sei lá, quem mais roubaria minha máquina, suas chaves e o seu celular?
- Bem, se ele é quem diz ser, eu provavelmente esqueci as coisas, não fui assaltada. Até porque, eu não me lembro de ter sido assaltada – coloquei meu café na mesa e dei uma olhada ao redor. Nada do . Bem no fundo eu estava torcendo para ser realmente ele. Vai dizer que você também não torceria? Sei lá, ele podia se apaixonar por mim, eu sei que amo o , mas não ia desdenhar o nunquinha!
- Isso porque minha máquina ia ser “parte do seu corpo” – disse levantando as mãos, fazendo o sinal de aspas bufando. Ela passou a mão na frente do meu rosto para me acordar, eu estava imaginando o se declarando totalmente aqui para mim com de testemunha.
- Ah , dá um desconto, eu estou tentando recuperá-la – eu disse olhando ao redor mais uma vez.
Faltavam vinte minutos para as três e eu estava muito apertada, precisava seriamente de um banheiro. , claro, ficou meia hora reclamando de que eu tinha planejado isso e tinha contratado o cara ontem de noite para matá-la, para eu ficar com o dinheiro dela. Eu já falei que ela é louca? Eu tive que tentar convencer que somente se eu estivesse casada com ela eu poderia ficar com o dinheiro dela, mas não deu muito certo... Ela continuou dizendo que se ela morresse, eu ficaria com tudo que tem na casa. No fim, eu decidi deixar pra lá, não tinha jeito mesmo, fui ao banheiro e ela ficou sentada na nossa mesa, guardando o lugar e olhando para ver se o suposto cara que dizia ser o apareceria.
Voltei do banheiro, estava sentada toda sorridente.
- Tá feliz por quê? – eu disse vendo a cara de boba dela – Quem é você e o que você fez com minha amiga paranóica?
- Ai, ai – ela começou – Eu acabei de ver um deus grego entrando, e ele sorriu e deu uma piscadinha pra mim.
- Ui, ui! Mas e aí, nada do ? – eu perguntei.
- Não, nada do – ela completou.
- Me mostra o seu gatinho?
- Ele foi ao banheiro – ela disse procurando por ele – Quando ele voltar eu te mostro.
- Como ele é?
- Ahhhh, cara de Londrino típico. Do jeito que eu gosto – ela disse rindo. Imaginei algum garoto com cara de rockstar ou com roupas do gênero, isso era o londrino típico para a .
Uns minutos depois eu já estava perdendo a esperança de receber minhas fotos de volta. Já eram três e quinze e nada de nenhum.
- Olha lá, meu deus grego, OMG ele tá olhando pra cá, DISFARÇA, não olha agora, não olha agora! – se abanava na minha frente me impedindo de olhar para o cara – PELOAMORDEDEUS! – ela falou alto e em português - ELE TÁ VINDO PRA CÁ – ela começou a ajeitar o cabelo e se olhar no porta-guardanapo.
Então eu finalmente consegui ver o tal rapaz e fiquei louca:
- , esse é o ! – nem precisa dizer que eu quase morri quando ele chegou rindo, claro, ele estava ouvindo nossa movimentação enquanto se aproximava e me ouviu gritando essa “apresentação”. Por algum motivo eu gritei isso em inglês, foi automático e consequentemente muito constrangedor, já que eu não queria que ele me entendesse.
- Prazer, – ele disse estendendo a mão.
- Prazer – disse ficando vermelha beterraba, afinal quem não ficaria, com uns olhos daqueles te encarando profundamente?
- Meu Deus – foram as únicas palavras que saíram da minha boca.
- Eu disse que eu era eu – ele falou rindo – Posso me sentar com vocês?
Eu e balançamos a cabeça positivamente ao mesmo tempo, provavelmente uma cena hilária, pra não dizer ridícula, porque ele sentou-se à mesa rindo.
- Então, agora que vocês sabem que eu não sou um sequestrador, eu posso conversar amigavelmente com vocês?
- , você espera só um minuto? Eu tenho que matar a minha amiga aqui – eu disse puxando a pelo braço pro banheiro.
- Ok, eu espero – ele disse pedindo ao garçom uns petiscos para acompanhar o café dele – Só não mata ela totalmente, certo? Acharia uma pena. – ele pediu sorrindo.
- Pode deixar, só vou desfigurar ela um pouco – falei saindo agarrada com ela.
Chegamos ao banheiro e ela fala:
- Qual o seu problema? Seu ídolo gatinho, que deu super mole pra mim tá ali e você me trás pro banheiro?
- , como você não me disse que o seu “Deus Grego” era o ? Você disse que ele não tinha chegado! – eu comecei.
- Uai, cadê aquela foto que você me mostrou? – ela pegou o celular dela e me mostrou – achei que esse aqui era o .
- Esse é o ! – eu disse botando a mão na testa – Como você confundiu os dois? Eles são completamente diferentes.
- Ahhhh, sei lá, antes de ver o pessoalmente, e caralho como ele é hot – ela disse rindo – Eu achava eles todos meio iguais.
- Fala sério! Nem parece que você é minha amiga, eu falo deles TODA HORA – eu continuei indignada.
- Ah, deixa disso, você pode brigar comigo depois, vamos voltar pra mesa com o gatinho? – ela disse.
- Tá, vamos – fiz outra cara de indignada e nós voltamos para a mesa, onde esperava comendo uns docinhos. Quando ele nos viu andando de volta deu um sorriso. E que sorriso.
- Achei que vocês tinham fugido – ele continuou nos hipnotizando com o sorriso.
- Ah, que? Não, a gente não ia fugir... – eu disse tentando escapar do poder do sorriso dele.
- Hum, você não foi ontem no show, né? – ele disse se dirigindo a . Senti um interesse.
- Han, não, é... Eu não sou uma fã louca, tipo a – ela disse como quem não quer nada e apontou para mim.
- Fã louca? – ele repetiu.
- Eu não sou uma fã louca! – eu disse rapidamente – Ela que simplesmente não é fã.
- Ok, uma fã meio louca – ela disse pra mim – Enfim, só conheço a banda de vocês por culpa da .
- Que bom que você conhece ela então! – disse dando um sorrisinho – Enfim, aqui estão suas coisas. – ele tirou de dentro do bolso meu celular, minhas chaves e a máquina da – Espero que não se importe, eu apaguei umas fotos que eu estava vesgo. Mas eu tirei umas fotos dos meninos para compensar.
- Obrigada! – eu disse com os olhos brilhando enquanto passava as fotos. Tinham muitas fotos perfeitas, tinha duas do dormindo e uma do pé do . Pois é, eu reconheço o PÉ dele. Tenso.
- Minha máquina tá inteira? – , a materialista, estava de volta. Ela disse pegando a máquina da minha mão rispidamente.
- Tá inteira sim, – eu repeti o gesto dela – Eu to admirando minhas fotos, licença.
- O quase a quebrou ontem de noite, só porque eu estava tirando fotos dele nu – assim que ele terminou de falar isso eu comecei a passar as fotos mais rápido, procurando por fotos deles pelados.
- Relaxa, o apagou todas, você não vai ter uma G-Magazine do McFLY aí – ele disse quando notou que eu estava passando as fotos mais rápido.
- Han, ah, haha, que isso... Eu nem queria ver vocês pelados, pareceu é? Eu estou procurando uma foto que eu tirei do , sabe? – eu tentei disfarçar ficando completamente vermelha.
- AHAM, SEI! – , minha “amiga” falou.
Eu simplesmente a ignorei. Eu estava feliz de mais para me importar com isso. O estava na minha frente! E tinha tirado fotos para mim!
- Se vocês tivessem quebrado, iam ter que pagar uma nova – ela disse falando diretamente para ele.
- Até parece, se tivesse quebrado eu ia fingir que só tinha celular e chaves esquecidas lá – ele disse já se protegendo, imaginando que fosse partir para cima dele.
- Muito engraçadinho o senhor – ela disse com voz de mandona – Nem me conhece e já tá cheio das piadinhas.
- Ou eu poderia simplesmente não devolver nada... – ele disse e deu uma risada – Mas eu te conheço melhor do que você imagina – ele disse levantando uma das sobrancelhas. Eu continuei olhando os dois conversarem, eu não ia interromper a tensão sexual que estava acontecendo.
- Ixi, que nada! Você não tem como conhecer! – ela desafiou.
- Eu sei que você pegou o “CiroLindo demaaaaaais” – ele falou imitando uma voz de gay.
- Você conhece o CiroLin... Quer dizer, o Ciro? – ela ficou confusa.
- Que nada , ele leu MINHAS mensagens! – eu disse o acusando.
- Ahhh li mesmo, o celular tava comigo de bobeira – ele falou levantando as mãos – Mas eu não sabia quem era a – ele disse o apelido dando uma grande ênfase.
- Peguei o Ciro meeeeeesmo, e ele é muito gostoso! – falou rindo – E não me chame assim, nem a tem autorização.
Ele deu uma risada e perguntou:
- Nem você tem autorização, ? – ele olhou para mim e eu apenas levantei meus ombros sem notar que ele me chamou pelo meu apelido. Ele se virou para novamente - Continua pegando ele? – Ui, atenção Brasil! dando em cima da minha Best!
- E se continuar? Isso não é da sua conta – disse. Como assim? Ela acabou de cortar o ! Eu tenho que salvar isso. Eu sei que ela o deseja e tal. Mas se ela começar a pegar o eu tenho chance de ver o McFLY tipo assim, sempre! Eu não posso perder essa oportunidade.
- Ela não tá pegando ninguém, – falei e ele deu um sorriso. Nem preciso dizer que foi hipnotizador, né?
- Bom saber – o telefone dele vibrou em cima de mesa. Ele leu uma sms e então disse:
- Então meninas, eu tenho que ir agora – ele foi levantando da mesa – Mas vocês me devem uma saída.
- Como assim nós devemos uma saída? – eu perguntei.
- Ué, eu salvei a sua máquina – ele disse olhando para – E salvei as suas fotos – ele olhou pra mim – E hoje a gente praticamente nem conversou, eu ligo pra vocês para marcar alguma coisa – ele completou.
- Você não tem nosso número – eu disse quando ele já estava de costas saindo.
- Eu tenho sim – ele se virou e disse rindo – E você também tem o meu – e ele deu uma piscadinha para nós duas e saiu.
Ficamos um pouco congeladas e no minuto seguinte, eu e corremos para olhar o meu celular. O primeiro telefone era “AAAA TELEFONE DO ” ele botou esse monte de A na frente para o numero dele ser o primeiro da agenda. Não pude deixar de rir. Resolvemos voltar para casa para ver as fotos com calma. Quando coloquei o celular no bolso o senti vibrar. Era uma sms do :
“Você é bem legal, apesar de ser meio louca,
faça o favor de convencer a sua amiga a sair
com a gente. E por favor me responda com o
telefone dela. xx ”
Porque ele me chamou de louca eu não sei, obviamente, a única pessoa que manifestou sinais de loucura na frente dele foi a . Falando nela, eu fiquei pensando no caminho de volta o porquê dela ter ficado toda “acesa” quando ele era o Deus Grego e o porquê dela ter cortado ele quando soube que era o .
- Uai, não posso me fazer de fácil para um artista – ela disse como se isso fosse a verdade suprema do universo – Ele tá acostumado com menininhas caindo de amores por ele, então é bom ele receber uns desafios gostosos, tipo eu – ela apontou para o rosto dela e começou a gargalhar.
- Você não é nem um pouco metida, né? – eu disse rindo junto com ela – Posso passar seu telefone pra ele?
- Você DEVE passar meu telefone para ele – ela disse empolgada ao saber que ele tinha pedido o número dela.
- Ué? Cadê a menina desafio? – eu baguncei com ela. Enquanto escrevia o sms.
- Ela está aqui – ela apontou mais uma vez para o rosto – Mas eu preciso ter contato com ele para ser um desafio, sua bobinha.
- Tá, tá, até parece que você não quer pegar o gostoso do !
- Ei, ele não é seu fave não, né? Você vai me odiar se eu pegar ele?
- Se você me apresentar o , não te odiarei – falei pegando o celular dela e enviando um sms copiando o numero dele da minha agenda. Dá para acreditar? SALVOU SEU NUMERO NO MEU CELULAR. Estou muito importante.
- Espera um minuto... Esse , que você ama tanto, não tem namorada? – perguntou curiosa – Eu lembro de você falando alguma coisa assim...
- Tem, mas eu nem sou ciumenta! - nós duas começamos a gargalhar – Falando sério, eu não quero pegar o , ficarei feliz em ser amiga dele – meus olhos começaram a brilhar – EU, amiga do McFLY, nem no meu sonho mais louco!
- Deixa disso, minha máquina fez isso acontecer! Ela tem esses dons, por isso que eu não gosto de perder ela!
- Você é completamente louca – conclui, liguei o som e nós fomos para casa cantando alto a música que tocava na rádio.
Capítulo 3
Já haviam se passado uns três dias e nada do ligar, mandar torpedo, sinal de fumaça ou uma carta de amor. O que obviamente estava deixando louca. Nós estávamos na sala vendo televisão, comendo pizza e tentando imaginar o que teria acontecido.
-Você tem certeza de que deu o meu numero certo?
-, eu enviei do seu celular a mensagem!
-Vamos conferir o número? Quem sabe você digitou alguma coisa errada.
Peguei meu celular abri o contato e ditei o telefone, eu não havia enviado para o numero errado. perdeu as esperanças.
- Ele deve estar muito ocupado... – conclui enquanto comia uma fatia de pizza. Até parece que um integrante de uma banda famosa como o McFly iria perder o tempo dele com a gente.
- Acho que a gente podia ligar pra ele – ela mudava os canais da TV sem prestar atenção no que estava passando em cada um deles de tanta ansiedade. Era até engraçado, nunca foi uma pessoa ansiosa, na verdade era até bastante paciente. Ao contrario de mim, sou um poço de curiosidade e ansiedade.
- Eu não tenho essa coragem... Vou falar o quê? “Oi, , é a , porque você não ligou para a minha amiga?” Muito sem noção fazer isso, .
- Ah que saco! Ele podia ligar hoje, né? Tá um dia tão entediante! – arremessou o controle da TV no sofá e se dirigiu para a cozinha com a caixa vazia de pizza. Ela tinha mania de limpeza, se fosse eu essa caixa ficaria ai por pelo menos mais uns dias. Ainda bem que ela existia, caso contrário essa casa seria muito parecida com um lixão.
Terminei de comer minha fatia de pizza e fui para o meu quarto ver meus e-mails e ficar de bobeira na internet. Eu fazia mestrado, mas passava grande parte do meu tempo livre online e era bastante conhecida, sempre fiz sites e blogs para bandas de amigos. Apesar de não ser minha área de formação profissional, eu era boa nisso e já tinha feito sites para várias bandas que estavam começando. Algumas dessas bandas estavam ficando famosas e eu comecei a ficar mais conhecida no meio profissional. Era um bom dinheiro extra no fim do mês e sempre rolava uns ingressos para shows de graça. No meu e-mail sempre apareciam pedidos de pessoas aleatórias. Semana passada, por exemplo, recebi um e-mail estranho de um cara chamado Matthew, que disse ter visto os sites que eu já havia feito e tinha gostado muito. Disse também, que tinha uma ideia revolucionária, queria que eu o ajudasse nessa “revolução” e me pagaria bem para fazer isso. No ultimo email que mandei pedi para ele explicar exatamente o que seria essa tal revolução, afinal não queria me envolver numa roubada, ele falou que iria me explicar tudo quando marcasse para me encontrar. Depois disso acabei não respondendo mais, achei que fosse algum maníaco louco que queria me sequestrar, na verdade me convenceu disso. Ela realmente tinha argumentos fortes. E então, hoje, recebo um novo e-mail dele marcando um encontro e pedindo para responder confirmando se poderia ou não ir ao tal encontro. Como já expliquei sou uma pessoa extremamente curiosa, essa troca de emails sem explicações estavam me consumindo. Eu precisava saber o que era essa “revolução”. Quando estava prestes a responder o email tive um minuto de lucidez e fui falar com , para ver se ela botava algum juízo na minha cabeça e não me deixaria agir impulsivamente. Apesar de que, no fundo, eu já estava pensando em argumentos para convencê-la a ir neste encontro comigo. Fui em direção do quarto dela e entrei sem cerimônia. Ao contrario do meu, o quarto de era extremamente organizado e muito bem planejado. Nossa casa em geral era bem decorada, afinal é arquiteta, mas o quarto dela era especial. Ele era um quarto claro, tinha um tom de rosa antigo, aprendi nomes de várias cores com ela inclusive. Todos os móveis eram brancos. Sua cama de casal ficava no centro e tinham dois criados mudos um de cada lado, um deles com um porta-retratos dela com a família, no outro um vaso muito bonito que sempre tinha flores com cores muito destacadas, hoje tinha uma dúzia de tulipas roxas. De frente para a cama tinha uma escrivaninha grande onde ela costumava fazer seus projetos, além de uma cadeira maravilhosa. Era incrível sentar nela, nada de dor nas costas. Sempre que eu precisava estudar e não estava em casa eu roubava aquela cadeira. Ao entrar me deparei com jogada na cama com vários papéis e amostras ao seu redor.
- lembra do Matthew?
- Lembro! Aquele louco que disse que tinha uma ideia revolucionária, né? – me olhou curiosa recolhendo as coisas para que eu pudesse sentar ao seu lado.
- Esse mesmo, ele quer me encontrar para falar dessa tal ideia revolucionária que teve – comecei – Mas estou meio apreensiva, não sei nem o segundo nome dele.
- Vocês marcaram aonde?
- Ele me disse para ir a um restaurante, nunca ouvi falar dele... Será que você quer ir comigo? – fiz minha melhor cara de pidona – A gente podia fazer que nem no dia que fomos recuperar sua máquina... – definitivamente não consegui ignorar a proposta, eu realmente estava curiosa.
- Ok, eu vou com você... – ela disse me surpreendendo – Mas dessa vez, se aparecer algum artista lindo, eu não vou me fazer de difícil, não deu certo com o ... Lembre-me disso, sim? – balancei a cabeça positivamente, subindo logo em seguida para responder ao e-mail dele avisando que estaria no dia e horário marcado para a reunião.
O dia da reunião chegou me vesti super profissionalmente com a ajuda de Julani. Fomos para o local que ele tinha marcado quando chegamos lá e era um restaurante SUPER chique no centro de Londres. Fiquei até com medo de entrar e ter que pagar se não comesse nada. Todos os garçons usavam terno e tinha até manobrista de graça. Eu não tinha dinheiro para aquilo tudo! Acabei de penhorar meus rins para comprar o ingresso Vip do show que fui, tomara que esse Matthew não fure e não queira dividir a conta. Se isso for um trote eu vou me dar muito mal. Entramos em um hall com um espelho gigantesco, pude ver toda a minha roupa e achei que deveria ter me produzido melhor.
- Sejam bem-vindas! – um recepcionista bonitinho de olhos brilhantes falou para nós – As senhoritas têm reserva?
- Na verdade nós viemos nos encontrar com o Matthew – eu disse – Eu não sei o sobrenome dele... – lembrei-me desse detalhe e fiquei nervosa novamente - Ele só disse para falar isso – continuei nervosa, mas me acalmei quando o recepcionista deu um belo e caloroso sorriso.
- Ah claro, o Fletch! Ele está esperando por você, senhorita – Pois é nesse exato momento uma luz acendeu na minha mente e eu dei uma cutucada na que me olhou com cara de “Que foi?” – Me acompanhem. Começamos a andar atrás dele e eu comecei a falar em português, para não ser entendida.
- , Fletch é o empresário do McFLY! – eu disse rapidamente – Será que é só o nome igual ou é realmente ele?
- Uai, como assim? Será que isso é um plano maquiavélico do ? – ela ficou animada – Se for, o fato de me fazer de difícil, funcionou!
- Não faço a mínima ideia, até porque eu falei com o Matthew antes do show, lembra?
- Ahh, é verdade! – e voltou a desanimar – Mas ele pode ter comentado e o ter dito algo? – sério, a esperança nunca morre para a .
- Aqui senhoritas, podem se sentar, ele já chegou, provavelmente deve voltar à mesa logo. Com licença. – o garçom se retirou e nos deixou sozinhas. estava ansiosa e parecia acreditar que apareceria ali a qualquer segundo.
- Relaxa , vamos descobrir tudo agora! – falei ao ver Matthew se aproximando, apesar de ser uma fã obcecada eu nunca tinha visto a cara do Fletch, então não tinha como ter certeza só de olhar se ele era ou não o empresário da banda – Não fala nada de . Ok? – eu disse para ela.
- Pode deixar. – respondeu e sorriu para Fletch assim que ele chegou.
- Olá – ao ver que eu estava acompanhada de acrescentou: – Meninas... – e deu um sorriso simpático – Qual de vocês é a ?
- Olá, Matthew! Eu sou a – estendi a mão para cumprimentá-lo – Essa é minha amiga , ela veio me acompanhando.
- Prazer – ele disse apertando minha mão e em seguida a de - todo mundo me chama de Fletch. Pode me chamar assim, se quiser.
BINGO. É ELE. Ou então é alguém com o nome exatamente igual. E que também produz bandas. Será? Não, só pode ser ele.
- Certo Fletch! – eu disse dando um sorriso. Era engraçado conhecer o Fletch e não poder surtar e falar de McFly. Mas, pensando bem Fletch era um empresário grande, quem sabe ele estava ajudando outra banda, e esse seria o meu projeto. Mas eu comecei um mantra desejando que o trabalho fosse com o McFly, assim eu poderia ter mais uma chance de conversar com meus ídolos. Meu deus, eu poderia ter a chance de virar amiga de . Comecei a hiperventilar mentalmente.
- Então, tenho que, antes de tudo, agradecer a você por ter vindo. – Flecth falou me acordando dos devaneios - Eu queria contratá-la para botar em prática um site para a banda de quem sou o empresário.
Nós continuamos em silêncio e prestando atenção no que ele falava.
- Eu e um dos integrantes da banda, tivemos uma ideia de fazer um site, que mude tudo que as pessoas têm em conceito de site, algo revolucionário, que tivesse muita interação entre fãs e a banda. Com chats fechados, webcams dos integrantes para membros. Vídeos exclusivos e blogs.
Eu já comecei a sonhar com essa interatividade, já pensou eu num chat, e de repente o entra pra conversar comigo?
- Gostaria de saber se é possível fazer uma coisa assim – ele me fez parar de sonhar com uma webcam sensual do e voltar a prestar atenção na reunião – Sabe, colocar uma parte do site somente para membros e outra parte liberada para todos – Ele terminou de falar isso e olhou para mim seriamente. Esperando o meu aval “profissional”.
- Bem, impossível não é – eu disse sincera – Só vai dar um pouco de trabalho com a questão da segurança.
- Então, eu sei que você só faz layouts e coisas assim, essa questão da segurança é mais complicada, certo?
- Isso, você teria que contratar alguma pessoa que possa fazer o processo de encriptação dos dados, eu realmente não me garanto fazendo isso... Poderiam quebrar minha criptografia facilmente.
- Você sabe que eu não entendi metade do que você disse agora? – ele disse rindo – Mas realmente teríamos que formar uma equipe completa para fazer isso, eu não pretendia colocar tudo nas suas costas – ele continuou sorrindo – De qualquer forma, vi o seu portfólio, todas as recomendações que você tem pela internet e achei que o seu estilo é realmente o estilo dos meus meninos, quero que você faça a arte e organize o layout final do site.
- Certo; Então você quer me chamar para fazer parte dessa equipe? – falei com o mantra ecoando na cabeça “que seja o McFly, que seja o McFly, que seja o McFly”.
- Na verdade eu queria que você liderasse essa equipe, porque eu não saberia contratar esses profissionais que faltam... Só encontrei você por recomendação de um estagiário.
- Eu liderar uma equipe? – disse surpresa – Nossa, obrigada pela chance, mas você não está apostando muito numa menina que você acabou de conhecer?
- Estou apostando em você, sempre que eu aposto as coisas funcionam. – ele deu uma piscadela - Foi assim com a banda dos meninos - eu concordei mentalmente. É O MCFLY. É O MCFLY! Nesse momento eu comecei a ficar mais empolgada e tentava usar minha cara de paisagem. Todos esses anos estudando psicologia me ensinaram bem como não reagir a certas emoções na clínica. Faz parte do processo terapêutico. Então fingi que estava numa sessão e deixei minhas emoções de lado, eu daria gritos e pulos depois.
que estava calada há muito tempo, divagando durante a conversa não fazia ideia de quem era a banda e falou:
- Qual é a essa banda que você é o empresário? – ela soltou.
- Vocês devem conhecer – ele disse rindo – é o McFLY.
- Ahhhh, nós conhecemos sim! – ela disse – A aqui é muito fã deles – eu a fuzilei com o olhar. Dizendo com os olhos para ela calar a boca e fazer cara de paisagem, mas lembrei que a é arquiteta, ela não sabe disfarçar nada. Nada de cara de paisagem ali. Mantive minha cara de “cala a boca” afinal não era pra ela ficar falando isso pro Fletch! Vai que ele desiste de me contratar por isso?
Fletch me olhou e deu um sorriso.
- Que bom! Nada melhor do que trabalhar com pessoas que curtem o som deles. Só espero que você não fique com vergonha de trabalhar para eles. Você vai ter que ouvir muito palpite de todos, .
- Ah, que isso, eu posso até ficar meio nervosa, mas com certeza posso me acostumar com isso! – Respondi ficando meio vermelha.
Começamos a rir e a planejar tudo que teria que ser feito. acabou entrando como responsável pela publicidade, ela poderia me ajudar bastante com as coisas de criação e me dar dicas de cores, ela era ótima com isso e sempre me ajudava, além do que era bom ter alguém realmente conhecido por perto.
- Então é isso, meninas! – ele disse se levantando e apertando nossas mãos – Amanhã quero vocês duas na Super Records para fazer o contrato e vocês conhecerem o restante do pessoal. E claro vocês já poderão começar.
- Obrigada, Fletch! Nos vemos amanhã! – eu disse e saí junto com .
Esperei o carro estar um pouco longe para garantir que não ia ter Fletch nenhum por perto e finalmente gritei:
- , EU VOU TRABALHAR NA SUPER RECORDS, MANO!
Ela deu uma risada e disse:
- Grande coisa, eu também – e me deu uma língua.
Depois ela parou, pensou e gritou:
- O VAI SER MEU CHEFE!
- Não, eu sou sua chefa – dando minha língua dessa vez.
- O não vai ser meu chefe, IUHUUUL – ela continuou rindo.
- E agora, vai continuar difícil? – falei gargalhando – Ou vai ficar fácil?
- Eu tenho um super plano – ela disse rindo - Vou simplesmente ignorá-lo.
- Por quê?
- Ele me ignorou também. Vou devolver na mesma moeda.
- Desde quando ele te ignorou?
- Desde que ele pegou meu telefone e não ligou – ela soava confiante – Mas ele que me aguarde, eu serei mais sexy do que o normal e ele não vai me ter.
Eu comecei a rir alto. sabia seduzir homens, ela tinha o corpo e o cérebro para isso. Se ela decidiu, vai acontecer. Mas não deixa de ser engraçado.
- Só não me faça te demitir, ok? – falei desligando o carro, havíamos chegado em casa rápido.
- Pode deixar... Eu só vou deixar ELE louco! Você não, chefinha! – completou saindo do carro.
Capítulo 4
Acordamos cedo no dia seguinte. Eu me arrumei como normalmente faço roupa simples, meu velho e bom all star e uma maquiagem básica. Agora a , realmente levou a sério o papo de ser sexy para ignorar o . Estava simples e chique, se é que isso é possível. Ela estava com uma jeans justa que destacava o seu corpo e uma blusinha bem coladinha, com um casaco por cima no estilo “foi-a-primeira-coisa-que-eu-vi” que, com certeza, tinha sido bem planejado. Se você a visse andando na rua acharia maravilhosa e que ela nem sequer tinha a intenção de estar linda. Parecia que tudo era por acaso.
- Eu queria ter esse seu dom.
- Tudo meticulosamente planejado para parecer que eu nem escolhi a roupa – ela disse rindo – Tenho que ficar gatona, mas sem me produzir, afinal no dia que eu tiver que me produzir mesmo ele vai ficar de boca aberta Muahahaha.
- Você me dá medo! – falei pegando minhas chaves – Vamos, não quero me atrasar no primeiro dia.
Chegamos ao prédio e fomos direto à portaria.
- Olá – o recepcionista disse – No que posso ajudar?
- Humm... – eu comecei meio sem saber ao certo o que falar – Nós temos uma hora marcada com o Fletch.
- Qual o nome de vocês? – ele perguntou.
- e – eu respondi.
Ele olhou uma lista em uma agendinha, fechou a cara para nós e finalmente disse:
- O Fletch não está aqui hoje – acho ele estava pensando que nós estávamos lá porque éramos fãs do McFly e queríamos nos infiltrar. Ou algo do gênero. Falando nisso, que ideia sensacional! Eu poderia ter pensado nisso antes.
- Ele marcou isso com a gente ontem – tentei argumentar – Disse que deveríamos vir aqui hoje, somos as novas empregadas do projeto de website dele.
- Bem, ele não deixou nada marcado comigo e definitivamente não está aqui – ele falou como quem coloca um fim na conversa.
Fiquei visivelmente estressada, como assim ele não estava lá? E nem tinha marcado nada? Mas não falei nada, me afastei dele e falei com :
- Acho que fomos enganadas ou estamos no lugar errado. O moço ali disse que ele não está aqui e nem marcou nada.
- Eu acho que ele está mentindo! – ela disse – Tenho certeza que ele está ai, ele só deve ter se esquecido de avisar que nós viríamos.
- Sim, de qualquer forma, o que faremos agora?
- Vou tentar falar com ele, senta aí e espera – ela disse apontando para uma poltrona no hall e saiu rebolando. Acho que ela ia tentar seduzir o porteiro gordinho. Haha.
Sentei-me enquanto ela falava com o porteiro e fiquei olhando ao redor vendo como era tudo por dentro do prédio. Era tudo muito claro, com um ar industrial, extremamente moderno, eu esperava um lugar mais clássico, cadeira de madeira, sabe algo mais estilo inglês clássico. O recepcionista estava quase chamando a segurança para nos colocar para fora do prédio quando entrou e o cumprimentando:
- Oi, Ed! Tudo em cima? – olhou para nós duas e parou – Meninas! Vocês por aqui? – finalmente ter esquecido a máquina lá serviu para alguma coisa! me reconheceu e nos colocaria para dentro. Porque fora isso não serviu para nada. Nesse mesmo instante, o recepcionista arregalou os olhos e fez uma cara de “me-ferrei-barrei-amigas”. E fez uma cara de “viu-só-como-eu-não-estava-mentido?!” só faltou dar língua para ele.
- Você as conhece, Sr. ? – ele perguntou aflito.
- Sim, sim. São umas amigas minhas... – AMIGAS. Oi, tem noção que eu me achei muito nesse momento? Tipo assim, ele só estava fazendo um favor pra mim e tal... Não precisava falar isso. Mas se o fica dizendo por aí que eu sou AMIGA dele, eu POSSO me achar.
– Mas então, o que vocês fazem aqui? – ele disse e se virou para nós duas. O que me fez acordar do momento de loucura total por ele ter me chamado de AMIGA.
- Bem, o Matthew, nos chamou para uma reunião hoje... Mas pelo visto, ele não deixou nada marcado e nem está aqui – eu disse olhando de para o recepcionista.
- Ah, então vocês são a surpresa do Fletch? – disse olhando para nós duas e parando mais tempo do que deveria para olhar a . O plano dela tinha dado certo, estava babando.
- Não sei. O que seria essa surpresa? – falou e então ele acordou do transe balançando a cabeça. Eu realmente queria ter o dom da de deixar homens assim.
- Ele disse que o estava tramando umas coisas e que ele tinha arranjando a líder de equipe perfeita na internet. Chamou todos nós para uma reunião hoje para conhecermos as meninas.
mal tinha parado de falar e eu já viajei na maionese. OMG CHAMOU TODOS NÓS. EU VOU ENCONTRAR COM ELE. lindo , meu amor. Respirei fundo e continuei agradecendo o fato de ser psicóloga e ninguém notar o que eu realmente estava sentindo no momento.
- Pois é... Somos nós e já estamos atrasadas porque ele não nos deixou passar – falei apontando com a cabeça para o recepcionista. o olhou com cara de "por que você fez isso?".
Edward, o recepcionista, ficou preocupado e tratou de se defender na frente do chefe.
- O senhor tem ideia de quantas meninas aparecem aqui de hora marcada com o Fletch, todos os dias? Como não tinha nada avisado, eu tive que barrar.
- É faz sentido, a culpa é toda do Fletch – disse abanando as mãos – Enfim, vamos entrar meninas? – abriu o braço para mostrar o caminho e nos deixou passar na frente. Podia jurar que o vi piscar para o recepcionista, que também estava babando ao ver “desfilar”, mas pode ter sido só minha impressão mesmo. Eu tinha sérios problemas e podia simplesmente estar imaginando coisas.
Percebi que se segurando para não perguntar o motivo de ele não ter ligado para nós. Afinal, como assim ele fala com a gente como se nada tivesse acontecido depois de nos ignorar por quase duas semanas inteiras? Mas ele foi mais rápido.
- Então, ... – fiquei com as pernas bambas, ele ainda lembrava meu apelido. LEMBRA DE MIM, E É MEU AMIGO. – Por que você nunca respondeu a mensagem que eu mandei?
- Como assim? Eu respondi na mesma hora!
Percebi desviando o rosto do olhar sorridente de .
- Eu nunca recebi essa mensagem, achei que vocês não queriam papo comigo. Aí eu nem liguei...
continuava calada olhando para o teto e murmurando algo de como a arquitetura moderna da sala deixava o ambiente mais clean e organizado, mas eu sabia que ouvia atentamente a minha conversa com .
- Pera, me deixa confirmar aqui o número que eu enviei a mensagem – falei pegando o meu celular e olhando o primeiro número da agenda “AAAA TELEFONE DO DOUGIE” e ditei o número.
Depois que eu disse o número, ele bateu na testa.
- Caramba, eu coloquei o telefone do ! Sou um imbecil! – ele disse que OH, MEU DEUS DO CÉU. Eu tinha o telefone do ESSE TEMPO TODO e não sabia. Dei um grito interno, mas continuei com cara de paisagem enquanto mudava o telefone para “Amor da minha vida <3 <3 <3” Como eu sou idiota.
– Então foi isso, vocês não me odeiam!
- Você acha mesmo que eu ia te odiar? Eu comprei um ingresso VIP pro seu show! – e comecei a rir.
- Mas e aí? Você me deu o seu telefone ou não, ? – disse virando para .
- Pergunta pro – ela disse rindo.
- Vou perguntar – disse ele com um sorriso malicioso.
Continuei conversando sobre bobagens da minha vida com enquanto andávamos pelo corredor. Chegamos à sala do Fletch e eu travei antes de entrar na porta. e me olharam.
- Qual o problema, ? - perguntou.
Eu continuei muda.
- Ah não, ! – tinha sacado – Você realmente se tocou só AGORA? Que vai trabalhar para os seus ídolos?
- Ué, você tava conversando comigo de boa até agora – disse.
- É, mas é diferente ! Eu já me acostumei com você! – falei apontando para o rosto dele, que deu uma risada da minha cara.
- Ok, hora de você se acostumar com os outros agora... – disse segurando meus ombros e me empurrando porta adentro – Relaxa, você é muito legal, eles vão te adorar... Qualquer coisa eu to aqui.
- Obrigada, ! – parei de andar e dei um abraço nele.
Ele começou a rir e virou-se para .
- Tá nervosa também? Quer um abraço?
- Estou nervosa, mas não preciso do abraço – disse e entrou na frente. É, ela estava no esquema de ignorar o pobre do . Não sei como ela consegue resistir aos poderes sexys dele. Eu, definitivamente, não resistiria. Fato: se o pedisse um abraço eu nunca mais soltava. Ai ai.
- Relaxa , ela só se faz de difícil, te garanto que ela tá no seu papo – falei só pra ele ouvir. Ele deu um grande sorriso e entrou comigo na sala.
já estava cumprimentando Fletch, e conhecendo os meninos. entrou na frente.
- Desculpa o atraso! – e foi sentando ao lado de , estava o cumprimentando no momento. Depois ela passou direto por falando:
- Já nos conhecemos – e se sentou no lugar reservado pra ela. Que era ao lado de , senti inveja e quis me matar por ela não saber quem o era. Afinal se ela tivesse a capacidade de diferenciar os meninos ela jamais sentaria ali. Enquanto eu entrava pude ver todos sentados e notei de papo com . SE ELA TÁ PENSANDO EM USAR MEU AMOR PRA FAZER CIUMES ELA VAI JÁ JÁ PERDER O EMPREGO. Eu me exaltei e entrei vermelha na sala, no mesmo segundo Fletch falou:
- Esta é a ! – apontou para mim sorrindo – Nossa mente cibernética – todos olharam para ele e fizeram cara de “cala a boca Fletch, essa piada não teve graça”.
- Mente cibernética? – demorou um pouco e então entendeu – Ah, por que ela vai cuidar do site, né? – Como ele era lindo. Quase esqueci como se andava enquanto todos eles me olhavam. Fiquei parada por uns minutos.
-Pode sentar aqui oh – bateu a mão numa cadeira vazia ao lado dele – prometo não deixar ninguém te morder.
Todos começaram a rir e eu sentei no meu lugar. Os meninos e o fletch acabaram virando as cadeiras e formando uma roda para que pudéssemos conversar melhor.
- Você não esteve no nosso camarim? – me reconheceu!
- Estive sim. – falei sorrindo, ainda estava meio nervosa de falar com eles.
- Foi ela que esqueceu a máquina no camarim. – começou a falar – E a é a dona da máquina. – ele apontou para cada uma de nós enquanto falava.
- Aquela que eu quase quebrei? – perguntou.
- Essa mesmo! – disse rindo.
Ficamos um tempo jogando conversa fora, até que Fletch finalmente começou a falar das ideias dele e do para o site. No final das contas havíamos bolado um grande e interativo site. Existiriam duas categorias, membros Premium e membros comuns. Os membros Premium teriam acesso a um chat exclusivo com várias salas aonde poderiam interagir entre si e também com os membros da banda e do staff, que além de conversar com os fãs podiam fazer webcams ao vivo. Era uma ideia ambiciosa, mas muito legal, eu como fã amaria ter a chance de ver e conversar com os meninos via chat. Os membros comuns teriam acesso aos vídeos publicados e a todas as matérias, mas não poderiam ver vídeos exclusivos nem entrar no chat.
- Então está tudo resolvido. Vocês já podem começar a contratar o resto da equipe e começar a trabalhar no site – Fletch disse por fim –, você é a líder da equipe do McFly Super City - este havia sido o nome escolhido após uma pequena disputa entre e que depois com as ideias de e , finalmente acharam que “Super” era a palavra certa - E você tem inteira permissão para contratar, demitir ou banir alguém da equipe, ou mandar eles – apontou para a banda – ficarem quietos enquanto você trabalha.
- Eu posso mandar no McFLY?! Nem no meu sonho mais louco – comentei só para , enquanto os meninos reclamavam de alguma coisa com o Fletch.
- Enfim, meninas, está tudo na mão de vocês. Agora eu tenho outra reunião, os meninos vão mostrar qual é o andar que está reservado para o site – ele disse e todos nós nos levantamos e fomos para o tal andar.
- Um andar inteiro? – eu comecei – Para que tudo isso?
- É porque ele quer manter todos que vão trabalhar nisso num lugar só... – disse – O Fletch tem mania de organização, se dependesse de nós, todo mundo ficaria bagunçado – O telefone dele tocou e ele se afastou para atender. Acabou tendo que ir embora mais cedo, tinha um encontro com sua namorada, Jenny. Fiquei meio triste, afinal eu ainda nem tinha conversado direito com ele... Mas agora que estou trabalhando com eles, terei todo o tempo do mundo para isso; Logo, tratei de me animar.
O andar era bem grande e tinha umas seis salas. Uma dessas salas era a maior de todas e tinha ligação com uma segunda sala. Decidimos que essas iam ser a minha sala e a de . Por serem as maiores e por terem a ligação. Assim nós poderíamos nos falar todo o tempo.
Começamos a fazer uma lista das coisas que precisaríamos e das pessoas que teríamos que contratar.
Enquanto fazíamos as listas, uma das assistentes do Fletch entrou na sala e me entregou um envelope, dentro tinha um cartão de crédito e um bilhete “Para comprar o que for necessário. Use com sabedoria, Fletch.” É eu tinha acabado de receber um cartão de crédito para torrar o dinheiro do McFLY. Claro, eu não pretendia usá-lo para comprar coisas para mim, e sim para transformar esse andar em um lugar descolado para todos que trabalharem nos ajudarem a fazer o melhor site já inventado.
Depois de um dia grande de trabalho nos despedimos deles e fomos para casa.
Assim que chegamos passamos quase a noite toda falando sobre os meninos... estava tendo um "intensivão" sobre McFLY comigo.
- Ok, foi o – ela respondeu a última pergunta.
- Isso! – eu disse sorrindo – E dessa vez você falou o sobrenome certo também.
Acredita que ela foi CAPAZ de falar ? Pois é... Mas ela estava melhorando.
- Chega, vamos dormir? – ela disse – Amanhã a gente trabalha cedo!
Concordei e corri para meu quarto. Ao deitar na cama fiquei pensando em tudo que aconteceu e imaginei que se eu dormisse poderia acordar do sonho a qualquer momento. Belisquei-me. Soltei um gemido de dor e me arrependi de ter me beliscado. Aquilo realmente é a realidade. Dei um sorriso e dormi.
Capítulo 5
's POV.
- Dude, o Fletch achou as meninas perfeitas pra tomar conta do nosso site e da nossa publicidade, né?
- Perfeitas? – falou levantando uma das sobrancelhas.
- É, tipo, a , por exemplo, parece muito com a gente. Vocês não acharam? – respondi.
- Na verdade, eu não achei nada, você fez monopólio dela – disse – Desde o camarim você tá nessa monopolização, até foi pra Starbucks com ela, até agora não tive oportunidade de conversar com direito com a .
- Ui, sinto cheiro de ciúmes no ar... Caramba , nem as pessoas que trabalham pra gente vão escapar de você agora? – disse e todos começaram a rir, todos menos , que disse:
- Cara, eu achei ela gatinha mesmo, mas não passou nada pervertido na minha cabeça até agora – ele parou e começou a fazer cara de “to pensando agora”.
- Pelo amor de Deus, você tem namorada! – taquei meu travesseiro na cabeça de e continuei – Como eu dizia, eu notei que ela tem bastante coisa parecida com a gente enquanto nós estávamos conversando lá no camarim e também quando conversamos hoje antes de chegarmos à reunião...
- Tipo o quê?
- Ela tem só uma covinha, só que bem mais sexy do que essa que parece que é um buraco – eu disse apontando e rindo – Ela gosta dos mesmos filmes também, tipo Ghostbusters e De volta para o Futuro.
- Cara, você descobriu a vida da menina em vinte minutos? – disse rindo – Que mais que ela gosta?
- Ela é viciada em Blink-182, toca violão e já teve uma banda só de meninas – ele completou.
- Ela não tem cara de que toca violão – disse.
- Você não parece ter neurônios suficientes pra tocar qualquer instrumento também, mas olha aí, toca até mais ou menos – disse dando uma risada.
- Eu toco muito bem, Sr. – ele disse fingindo estar indignado.
- Ok chega de conversa fiada! Fora do meu quarto, temos que descansar, a falou que amanhã temos que sair cedo para começarmos o trabalho – me ajudou a empurrar todos para fora e cada um foi para seu respectivo lar.
End Of 's POV.
Durante pelo menos dois meses de entrevistas, treinamentos e muito estresse todos estavam totalmente instalados no andar e a criação do site estava em pleno vapor. cuidava de toda a divulgação da nova “rede social” do Mcfly lidava bem com a imprensa e com as fãs. O fato de falarmos português e inglês era um fator chave. Entendíamos as brasileiras e elas gostavam disso. Eu estava muito atribulada e acabei precisando contratar um assistente, que por incrível que pareça é tão eficiente que nunca o vi pessoalmente, acho até que ele é um anjo mandado dos céus. O nome dele era Jimmy, e de alguma forma ele conseguia resolver pepinos grandes via internet. Eu só conhecia a voz dele, nos comunicávamos muito via celular, ele era uma boa pessoa.
- Chefinha, o preview já está pronto, quando quiser ver é só chegar à sala de design. – Jimmy me avisou pelo viva voz.
- Valeu Jimmy, o que seria de mim sem você? – agradeci e corri para a sala.
Chegando lá tudo estava funcionando bem, gravamos as intros dos meninos na semana retrasada e tinha ficado tudo certo. Com o meu aval colocamos a versão preview do site no ar, mas ainda não estava aberto ao público. Tivemos tantas reuniões para decidir os detalhes de tudo que todos os meninos já eram como amigos de infância pra mim. Eu até conseguia me comunicar com o sem surtar. Nós saíamos juntos sempre, também tinha me tornando melhor amiga da namorada do , ela era um amor e sempre nos ajudava quando tínhamos duvidas. Até as fãs já conheciam os nomes “ e ” porque os meninos espalharam em suas entrevistas que estávamos fazendo o novo projeto deles com ajuda de uma equipe muito boa. sempre me dava noticias da repercussão de tudo e parecia que todos os fãs estavam muito ansiosos para que a versão beta do site fosse para o ar. também começou a ficar de olho no marketing da banda e sempre me falava as fofocas quentes e inventadas dos tabloides. Ela estava bem próxima de ultimamente, o que deixava eu e repletos de ciúmes. Eu que queria ser a melhor amiga dele. Apesar de estar namorando ninguém confiava muito nele. tinha virado um grande amigo meu e sempre reclamava falando que não confiava em quando ele não estava apaixonado. E que eu saberia quando ele estivesse porque seria extremamente chato. continuava ignorando , o que só aumentava a aflição do coitado. Apesar da minha proximidade com eu não havia falado a ele e nem a ninguém do meu amor platônico pelo . Afinal, ele continuava namorando. Minha única confidente total permanecia sendo , que era objeto de amor do momento de .
- Ai , pelo amor de Deus, né? tem namorada, é seu melhor amigo e ela só é amiga dele! Não tem porque você ficar com ciúmes. Deixa de drama. – eu falei enquanto desligava o computador da minha sala.
- Ah , eu confio nele, mas ele já está quase terminando com a Anne... Você tá sabendo, ele te falou que eles estão dando um tempo... – estava sentado na cadeira na frente da minha mesa e ficava rodando. Puro nervosismo.
- Para de rodar, ! Você vai cair! – ele deu uma volta completa e quase caiu - Mas o que te faz pensar que ele vai largar a Anne e pegar a ? Deixa disso, .
- Ah, , conversa com ele vai? – parou de rodar, fez carinha de pidão e soltou um olhar 43, aquele assim meio de lado – Ele vai te contar, sabe como é... Além da , é só pra você que ele conta coisas da vida amorosa dele...
- Tá, tá, , eu falo com ele – ele sabia do poder que o olhar dele tinha sobre mim e se aproveitava disso – Como você é chato! Agora me leva em casa? – minha vez de fazer cara de pidona – A saiu mais cedo... E eu estou sem carro.
- Levo sim, – pegou as chaves e foi saindo comigo da sala.
Ao chegar em casa fui entrando direto e fazendo bagunça na entrada procurando minha chave, nem percebi que havia um carro na frente da casa. Quando eu finalmente abro a porta dou de cara com .
- ? – quase dei um gritinho assustado.
- Ah, oi, ! – ele disse me puxando para um abraço. Eu senti borboletas no estômago. Como eu amava platonicamente esse ser! Eu tentava ignorar isso por conta de Anne, a namorada. Mas não tive muito sucesso, sempre ficava mais... Como poderia dizer? Sem palavras perto dele, ou rindo de qualquer bobagem que ele falasse. Mesmo assim, ninguém, fora , sabia dessa minha paixão louca por ele. Durante esse tempo em que estive trabalhando com os meninos, eu evitava ficar muito perto dele, para não dar bandeira do que realmente estava sentindo.
- O que você está fazendo aqui? - falei me soltando do abraço. Se dependesse de mim eu ficava abraçada nele para sempre. Mas eu tinha que mostrar que era normal.
- Ah, vim aqui conversar com a ... – disse passando a mão no cabelo de um jeito fofo. Eu provavelmente deveria estar com os olhos brilhando e com cara de abestalhada, ele ficava lindo passando a mão assim.
– Que foi? – ele falou ao perceber que eu estava encarando ele de um jeito diferente.
- Han? – acordei do transe – Ah, nada eu tava pensando em uma coisa pro site... – ótima desculpa, ponto pro meu raciocínio - Enfim, conseguiu falar com ela?
- Falei... Mas no fim ela ficou puta comigo, como sempre... – falou cabisbaixo e eu senti uma vontade enorme de abraça-lo e dizer que tudo faria bem – Ela tá com raiva de mim por alguma coisa que eu fiz com o ... Não sei exatamente... – ele abanou a mão como quem muda de assunto – Sabe como é né? Ela é louca por ele, mas fica nesse mimimi de falar que não quer... Um dia ele desiste... – percebi que ele estava mudando de assunto, pelo visto não era esse o motivo real da briga de com ele. Mas mudei de assunto e continuei no papo dele.
- Eu falo pra ela isso todos os dias... – eu já sabia disso, mas claro, como era minha BEST e ela sabia do meu amor pelo sujeito que estava na minha frente nesse exato momento, eu não podia falar para o como ela era boba por ele, e que os ciúmes que ele tinha do não tinham nada a ver. A não ser que eu quisesse que o descobrisse da minha paixão avassaladora – Enfim, se você não se importar, pode falar comigo – eu disse sorrindo.
- Tá tudo bem – deu um sorriso tristonho, mais uma vez escapando do assunto, o que me deixou bem curiosa. – Tá afim de um sorvete?
- Só se for agora! – peguei meu casaco de volta e saímos andando para a sorveteria. O que você não me pede chorando que eu não te faço sorrindo, meu gato? Ai ai, socorro. Sai de mim paixonite.
Chegamos à sorveteria e encontramos por um infeliz acaso, Anne. Tecnicamente, eles estavam namorando, apesar de ter pedido um tempo.
- ! – ela berrou/falou no meio da sorveteria.
Eu não gostava dela, não só porque ela era namorada do , mas por todo o contexto; Ela realmente era um saco. Até o estava de saco cheio, notei a cara dele murchar assim que encontrou com ela.
- Oi, Anne – ele disse.
– O que vocês fazem aqui?
- Viemos tomar sorvete.
- Hum – Anne disse com uma cara fechada.
- Nós precisamos conversar... – falou e eu não precisava nem ter estudado nada para perceber que era alguma coisa séria. Será que eles iam terminar?
Segui os dois, peguei o meu sorvete e inventei uma desculpa qualquer de que tinha que fazer alguma coisa extra no site e fui embora. Eu ia tentar descobrir o que estava rolando com , ela devia saber. E talvez isso fosse o motivo da briga deles.
Voltei andando pela calçada com meu sorvete, pensando no que estava conversando com Anne. Ele tinha pedido um tempo para ela, mas pelo visto ela ainda não tinha entendido. E ele não tinha coragem de cortá-la. Talvez hoje ele tenha criado coragem e vá finalmente terminar com ela. E depois correr até minha casa e dizer que me ama desde aquele dia que me viu em pé toda suada na grade do seu show... O que? Uma garota pode sonhar, né? haha
Cheguei em casa e fui direto para o quarto conversar com .
- , qual o problema do ?
- Ah... Nossa, é complicada a situação! – ela fez uma cara engraçada.
- Eu tenho toooodo o tempo do muuuundo – sentei na cama dela calmamente e fiquei encarando até que ela abrisse o bico.
- Ok vamos aos fatos – ela fez uma cara de importante e sentou na cama na minha frente - pediu um tempo para a Anne – eu dei meu sorrisinho cínico. Sério, realmente não gostava dela, na época que soube que ele tinha pedido um tempo eu realmente comemorei, com pulinhos e tudo – Para de rir, !
- Ah, você sabe que eu adoro um drama. Prossiga – e fiquei calada imaginando que ele provavelmente esta terminando com ela agora, não que eu esperasse que ele terminasse com ela e corresse para os meus braços como imaginei no caminho de casa. Aquilo era pouco provável.
- Então, ele pediu o tempo, e ela ficou na dela... – parou de falar e eu continuei calada – Lembra que o McFLY tocou para uma festa fechada semana passada? Aquela cheia de modelos? – ela esperou eu confirmar com a cabeça – Então, traduzindo: no meio de super modelos.
- Ele traiu a Anne? – perguntei – Com uma modelo? – Ok, que ele não estava mais afim da Anne, mesmo assim, ficar com outra mulher sem nem ao menos terminar com a namorada de dois anos... acabou de cair no meu conceito. E claro isso me fez lembrar que realmente ele não ia correr para os meus braços quando terminasse e sim para os braços da tal modelo. O que me deixou com mais raiva ainda.
- Então, aí é que tá... – disse – Ele diz que só ficou com ela, nada de mais - fez uma cara de ironia.
- Hum – eu disse ainda pensando.
- Mas a imprensa toda, tá espalhando que ele tá apaixonado pela tal modelo – ela disse.
- Ixi! – eu disse quando lembrei que a Anne estava nesse momento conversando com ele.
- Que foi? – ela disse ao ver minha cara.
- Eu deixei o sozinho na sorveteria com a Anne.
- É provavelmente ele deve estar terminando com ela – disse – Mas ele não tá afim da modelo lá, que a imprensa tá falando... Ele tá afim de OUTRA.
- Pobre – eu disse - Ele não tava afim da Anne, ok. Mas não tava afim da outra e a imprensa toda no pé dele agora...
- Pobre ? – disse – , ele tá terminando com uma e já vai pegar outra modelo! Sinceramente, coitada da Anne! Além de tudo, vai ter que ficar vendo a impressa toda falando do novo caso do .
- Eu sei... – eu disse olhando para o teto e deitando na cama – Espera, você disse OUTRA? Tem mais uma modelo na história?
- TEM! – gritou indignada – Ele ficou com uma, se “apaixonou” por outra, que por acaso é amiga dessa primeira, e diz ficou mal com tudo isso... – ela respirou fundo – Enfim, ele disse que ia conversar com ela e admitir tudo... Mas eu continuo achando que ele devia ter terminado antes de tudo.
- Hum – foi tudo que eu disse – E você tá com raiva dele por isso? – perguntei já sabendo a resposta. Eu também não tinha achado certa a atitude dele, mas talvez estivesse exagerando um pouco. Ou talvez eu estivesse sem noção. Era o , eu não podia ter raiva dele.
- Ah, na hora que ele me falou que estava apaixonado por outra modelo que ele conheceu na tal festa, eu falei que ele tava de sacanagem e a gente acabou brigando.
- Ele disse que tava apaixonado? – tentei imaginar o falando isso.
- Não com essas palavras... – ela disse – Mas ele quis dizer isso, “amor à primeira vista”.
Eu balancei a cabeça negativamente.
- Pois é – ela disse levantando da cama – Foi isso.
- Ai, ai – foi tudo que eu disse enquanto me levantava da cama e saia do quarto. Porque eu sempre tenho quedas por cafajestes?
's POV.
- Anne, eu tenho que te falar uma coisa – não sabia como começar.
- Vai falar que você realmente ficou com aquela modelo? – ela disse com raiva.
- Como você sabe? – perguntei.
- Pelo amor de Deus, ! – ela disse balançando a cabeça – A imprensa toda está falando disso... – Anne parou um segundo – Eu sou vista como uma corna pelo mundo inteiro. Pelo menos admita que ficou mesmo com ela!
- Fiquei! Mas eu me senti muito mal com isso e por isso eu resolvi que iria te contar antes de qualquer coisa. E terminar nosso namoro – soltei tudo de uma vez.
- Antes de qualquer coisa? – ela disse fazendo ironia - Você é um filho da mãe mesmo! O mundo todo soube antes de mim.
- Eu não tenho culpa disso – me defendi.
- Podia tipo assim, não ter ficado com ela, ou quem sabe, ter terminado comigo ao invés de ter pedido um tempo. Eu sempre soube que cedo ou tarde você ia fazer uma coisa dessas. Você não presta! – ela levantou da mesa e saiu sem olhar para trás.
Fiquei triste, eu estava com ela por dois anos. E agora ela tinha saído da minha vida assim, sem olhar para trás. E sem me deixar terminar de falar tudo que eu tinha para falar. Com certeza, depois quando ela soubesse da Serena, ela perceberia que eu não tive culpa. Eu simplesmente me apaixonei. Ok, talvez não, eu realmente não sei dizer se estou apaixonado ou não... Pelo visto não, o vive falando que a gente sempre sabe quando está apaixonado. É eu acho que não estou apaixonado... De qualquer forma, eu estou gostando muito da Serena, acho meio injusto isso que eu fiz com a Anne, e o que eu vou fazer com a Sarah, porque ela ainda não sabe da Serena. OMG, a Serena é amiga da Sarah. Acho que ela vai entender melhor que a Anne, pelo menos eu espero isso. Merda! Preciso de uma psicóloga, eu to ficando louco por culpa dessas mulheres loucas. Será que a pode me atender?
Parei de pensar e pedi um sundae.
End Of 's POV
Capítulo 6
Eu estava dando uma olhada em como o site estava ficando. Era muito bom, eu tinha terminado o layout mais cedo e ele já estava no ar, apesar de ainda não ter todo o conteúdo. Eu tinha postado alguns vídeos exclusivos mais cedo e as fãs já estavam me amando por isso. Outras partes estavam com um “em breve”, mas a parte mais incrível já estava funcionando; Era o chat. Os meninos iam entrar nesse chat para falar com os fãs que estivessem online no momento e fariam webcams quando quisessem, é claro essa parte do site era somente para os registrados, mas por enquanto estava aberta para todos. Jogada de marketing da , deixaríamos todos terem o gostinho para que tivessem vontade de se registrar como Premium depois. Resolvi entrar no chat para ver o que o pessoal que estava por lá estava achando do site e o que eles achavam que seriam as surpresas.
>DaniJones< Geeentem, esse site tá ficando muito MARA, é sério que eles vão entrar aqui pra falar com a gente? ou isso é só mito?
>PoynterGirl< Menina, não sei... Mas acho q é mito, até parece q eles iam vir aqui num chat aberto do site deles.
>McflyGIRLS< OIIIIII, BRASIL COMANANDAAAAAA!!!!
>Fleeeetchaaaaa< Tão por foraaaaa!! Esse chat vai ser fechado MEMBERS ONLY, por isso que eles vão aparecer e pelo que eu ouvi vai ter WEBCAM!
>DaniJones< OMFG, já pensou o sem blusa na webcam*surta* gozeilitros
>< Olá meninas!
>McflyGIRLS< como vc mudou a cor do seu nick, ?
>Fletcherááá< sem blusa OMFG, fui ali morrer um pouco.
>< Ahh, é que eu sou moderadora aqui, estou checando como o site tá, teve algum problema aqui no chat?
>McflyGIRLS< MODERADORA?! É A ?! AQUELA QUE O FALOU NAQUELA ENTREVISTA!?!?!?
>PoynterGirl< Ainda não vi nenhum erro... Então você existe mesmo? Eu achei que era bagunça do .
>JennyMcGirl< oii, nossa é a de verdade? A que postou os vídeos incríveis? O site tá certinho por aqui. o/
>< é a de verdade, eu realmente existo e os meninos realmente podem entrar a qualquer momento, mas não hoje, eles ainda não tem as senhas. :P
>Ms.< SÉRIO QUE ELES VÃO ENTRAR?
>Fletcherááá< OMGOMGOMGOMGOMG morri cem bilhões de vezes. , TE AMO!
>ViViPoynter< O TAMBÉM?
>< Sim, eles vão entrar Ms. , o também, e obrigada por me amar Fletcherááá.
>JennyMcGirl< Eu acabei de ver o vídeo do cantando I kissed a girl no carro – rilitros
>Fletcherááá< NOOSSA EU TAMBÉM
>Jonesismine< diz oi para o Brasil, !!
>McGirln1< nossa muito mágico isso! Como faz, vai ter que pagar?
>Ms.< AHHHHHHHH! A ME RESPONDEU UHUHUULL
>PoynterGirl< , tem previsão de quando eles entram?
>< Gente, eu entrei hoje só pra testar mesmo, os meninos vão entrar assim que eu falar com eles, se tudo der certo amanhã eles estarão por aqui enchendo o saco de vocês :D
>Jonesismine< Poxa, renegando a terra natal! Diz oi pro Brasil ai...
>Ms.< Ai, esse povo do Brasil enche o saco às vezes...
>ViViPoynter< Gente vocês viram que tem uma parte nova no site só pros vídeos que a tava colocando antes?
>JennyMcGirl< Eu vi, perfeito, to assistindo os vídeos ainda, um mais perfeito que o outro.
>< OI BRASIL! Gente olhem tudo no site, ele vai ser gratuito por um tempo, e depois algumas partes vão ser somente para os membros registrados, não se preocupem, tudo vai ser explicado e não vai haver confusão! Qualquer erro vocês podem me mandar emails, ou para o Jimmy, só não adianta perguntar pros meninos, eles não entendem nada disso
>Ms.< NÃO ADIANTA PERGUTAR PRO AHAHAHAHHAHAHAHAHA
>ViViPoynter< FATÃO! Capaz do quebrar o site! – seria isso possível?
>Jonesismine< Ae, ! Valeu \o/
>Fletcherááá< O vai saber.
>Ms.< SUPER possível o quebrar o site para sempre e ele ficar inacessível. LOL
>PoynterGirl< melhor não arriscar! LMAO
>< Bem gente, mais tarde eu volto para testar a webcam. Aproveitem o site e qualquer dúvida ou erro só mandar emails para @superecords.co.uk ou Jimmy@superecords.co.uk tchau tchau
>Ms.< TCHAAAAAU
>ViViPoynter< tchauzinho
>Jonesismine< até mais,
>Fletcherááá< OWWW ela disse WEBCAM? O_O
>McGirln1< OMFG MORRI. WEBCAM ??????????????????????????????
>Ms.< JÁ PENSOU O SEM BLUSA NA WEB, querem me matar .-.
>PoynterGirl< era exatamente isso que nós estávamos falando antes da entrar!! :P
Eu parei de falar no chat, mas continuei lendo por um tempo. Dei umas risadas e resolvi ligar para os meninos e criar os logins deles e senhas, assim eles podiam dar uma olhada no site e satisfazer as fãs.
- ? – eu disse quando ele atendeu ao celular.
- Fala – ele respondeu rindo.
- O site tá praticamente pronto, vocês querem as senhas?
- Eu quero que você venha aqui me ensinar a mexer.
- Faz assim então, vou me arrumar e passo aí, chama os meninos também que eu ensino tudo e vocês já testam as coisas.
- Beleza, estou te esperando.
Fui tomar um banho e me arrumar. Eram sete horas quando eu terminei, peguei meu notebook, as chaves do carro e fui para casa de .
Enquanto eu estava no carro, me ligou e pediu para eu buscá-lo em casa. Eu pensei em perguntar o que tinha acontecido... Mas resolvi deixar que ele me falasse alguma coisa se quisesse, ele ia falar com a e no fim eu saberia do mesmo jeito. Eu posso ser paciente. Passei lá e nós fomos juntos conversando bobagens no carro.
- Então a gente pode gravar qualquer coisa e colocar lá? – me perguntou.
- Pode sim, eu vou ensinar vocês a fazer tudo isso agora, e se der tudo certo, a gente já testa a webcam também.
- Que legal, foi rápido, né? Em algumas semanas tudo ficou certo! – ele disse sorrindo, nem parecia que tinha terminado com a namorada. Se bem que eles podem não ter terminado...
- Nós montamos uma ótima equipe! – eu disse orgulhosa.
– Chegamos! – disse ao ver a entrada do condomínio – , a ainda tá com raiva de mim... Quero conversar com você, para você me ajudar a deixar ela de boa comigo de novo.
- Claro ! Só falar quando! – falei desligando o carro.
- Pode ser hoje? Depois que a gente sair daqui?
- Pode sim, vamos lá, depois a gente passa numa Starbucks e você me explica o que está acontecendo.
- Ok – ele disse e ficou sério. Agora ele tá com cara de quem terminou com a namorada. Se bem que, se ele tem mesmo uma modelo esperando por ele, não tem motivos para ficar triste.
- A disse que tá tudo pronto? – perguntou para .
- Disse dude, a gente vai testar tudo e ela vai ensinar a gente a usar as coisas – respondeu.
- Olha a campainha – disse – Deve ser a e o , vai abrir a porta lá, .
- Por que eu? – protestou, a campainha tocou mais uma vez – Cara, sempre sobra pra mim - ele foi mal humorado até a porta.
- Nossa, que cara é essa, ? - eu disse quando ele abriu a porta.
- Eles me obrigaram a vir abrir a porta, acham que eu sou o mordomo deles. MAS EU NÃO SOU. – completou berrando para todos ouvirem.
Comecei a rir, dei um beijo na bochecha dele e fui para sala onde todos estavam reunidos.
- Olá, meninos! – acenei para os dois.
- Oláááá, ! – eles responderam em coro.
- Oh que bonitinho, então vou ensinar vocês a entrarem no site, colocar vídeos, blogs e como usar a webcam ok? – sentei no chão e liguei meu notebook na mesa de centro da sala.
- Certo professora. – disse prestando atenção.
- Primeiro de tudo, vocês vão ter cores no apelido, quem quer qual? – eu disse – Ah, não pode ser roxo, preto nem azul.
- Por que não? – perguntou.
- Por que preto e roxo sou eu e o Jimmy, e azul são todas as outras pessoas do chat.
- Eu quero verde – disse rápido.
- Amarelo - disse.
- Eu quero vermelho – foi a vez de falar.
- E você, ?
- Não sei, são tantas cores que estou confuso.
- Coloca qualquer cor, – disse.
- Tem que ser uma cor que transmita minha personalidade – falou.
- Bota rosa então – disse mostrando a blusa que vestia - Para transmitir sua Gayzisse - e fez piada.
- Rosa não é cor de gay – eu disse - Meninos de rosa são sexy – Ok, momento deslize; Deixei escapar que o fica sexy de rosa. Ainda bem que eu disse “meninos” e não “você”. Poderia ser pior.
- Obrigada, – disse sorrindo de um jeito lindo – Eu já sei, quero laranja.
- Laranja transmite sua personalidade? – perguntei arqueando uma das sobrancelhas.
- Deve transmitir, se não transmitir, eu finjo que transmite – ele falou sorrindo bobo.
- Ai meu Deus, tá . Vocês vão querer apelidos ou os nomes mesmo?
- Eu quero mesmo – falou.
- Bota... Humm, DannysGay pra mim – disse rindo.
- Sério, ? – comecei a rir.
- Sério, eu posso mudar depois? – ele perguntou.
- Pode.
- Então deixa DannysGay por um tempo – ele continuou rindo.
- Ah não, , não vale – protestou.
- Tá, ... , escolhe outro.
- Bota só então...
- Pronto, , ? Alguma ideia? – me virei para os dois. Enquanto cadastrava e .
- Eu quero TheJoker – disse fazendo cara de feliz.
- Quer ser o Batman, ? – eu disse rindo junto com .
- Ei, o coringa é o máximo, beleza? – disse rindo.
- Eu não sei o que botar... Deixa meu nome mesmo – disse.
- Ahhhhhhh não, só EU tenho um apelido? – protestou – Qual o seu, ?
- Hum, o meu é mesmo. Esse é meu apelido, – eu disse levantando os ombros.
- Vocês são muito sem graça... Coloca o meu como então, não quero ser o único diferente.
- Beleza, tudo pronto! Escolham as senhas e depois vocês digitam aqui – eu esperei o tempo de todos eles digitarem e confirmarem as senhas - Agora eu vou mostrar tudo.
Passei uns trinta minutos explicando como colocar vídeos, onde clicar e tudo mais. Eu deixei a webcam por último porque era o mais complicado.
- Certo... Todo mundo entendeu até aqui? – Virei o olhar me dirigindo especificamente a , ele demorava pra entender as coisas.
- Tudo certo - respondeu fazendo um joia (Y).
- Ok, agora eu vou ensinar vocês a usar a webcam.
Expliquei três vezes, eles disseram ter entendido, e então resolvemos testar, para ver se as pessoas conseguiam nos ver e ouvir.
- Oi, alguém ai? – falou olhando para a tela do computador. No mesmo instante, o chat ficou uma loucura e muita gente falava ao mesmo tempo, impossível de se ler.
- Olá para todos, nós estamos testando a webcam, todo mundo consegue nos ouvir? – falei olhando para a câmera do computador.
Vários SIM apareceram no chat.
- , eu quero testar o chat – disse.
- Entra no seu computador , ai qualquer coisa eu to aqui – eu disse enquanto , e tentavam ler e responder alguma coisa que as pessoas falavam no chat.
- Oi, Ms. – disse sorrindo.
- Nossa, ela disse que teve um ataque, , a gente tem que proibir o de falar, ele causa ataques nas pessoas – disse rindo. Estavam todos se divertindo.
>< Olááá
>ViViPoynter< !
>Jonesismine< OI
>Fletcherááá’< TOM ME LEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
>McGirln1< OMFG MORRI
>Ms.< eu estou muito morta aqui, me leu. HÁ
>< A tecnologia é linda! , você consegue me ler?
- Consigo às vezes, - Eu respondi pela webcam - Vai muito rápido o chat, tem muita gente online.
>Jonesismine< OLHA! A EXISTE
>Fletcherááá< ME LEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE POR FAVOOOR
>McJudd< ta lindão, agarra ele ai por mim, .
>Ms.< Gente, isso é lindo, nunca mais saio daqui. , eu já disse que te amo hoje?
>< Amam só a ? Assim eu fico com ciúmes.
>ViViPoynter< EU TE AMO
>JONÉSIA< eu também te amo, !
>Ms.< TODO MUNDO AMA O
- Eu te amo, ! - falou pela webcam.
- Eu também. – respondeu.
- Mas ele é MEU – completou rindo.
Todo mundo ficou rindo e nós decidimos deixar a webcam ligada por um tempo para ver se não teria algum problema. No fim, consegui ensinar todos, inclusive , a mexer em tudo e a fazer tudo.
Eu desliguei a webcam em meio a protestos das fãs que estavam muito enlouquecidas.
Disse aos meninos que o site completo estaria pronto em uma semana e que poderíamos decidir a data de lançamento oficial. Mas que eles já podiam começar a postar blogs e vídeos como eu tinha feito mais cedo.
Depois de toda essa aula, todos tinham aprendido tudo, fiquei uns minutos no canto resolvendo algumas coisas do meu mestrado. Meu orientador havia devolvido minha fundamentação teórica com muita coisa para revisar. Nos últimos meses devido a toda essa loucura eu me dediquei pouco a minha tese. Mas agora que o site já estava basicamente pronto e eu só precisaria monitorar e alimentar os blogs teria mais tempo para estudar e ler. Depois de terminar de usar e abusar da conexão de internet do falei que tinha que ir embora e perguntei se o queria carona.
- Claro que sim, a gente tem que passar na Starbucks, lembra?
- Ah sim, então vamos? – peguei as chaves e fui dar um beijo de despedida em todos os meninos.
Tentei parecer tranquila, mas por algum motivo eu estava mais ansiosa que o normal com essa conversa. Acho que a minha mente fértil acreditava na possibilidade de se declarar – do nada – para mim nessa saída. Para não ficar louca comecei a pensar na minha tese, o que não ajudou, eu estava agora pensando em mensagens subliminares e tentando imaginar quais mensagens estava passando enquanto escolhia uma música para ouvirmos no meu Ipod.
- Vamos gravar um vídeo pro site, ? – deu um sorriso irresistível.
- Agora? No carro? Como? – perguntei perdida
- Sim, agora, no carro, eu vou escolher uma música aqui e a gente canta no vídeo. Só pra podermos nos divertir mesmo!
- Tá... Qual música?
- Vou colocar pra filmar e você já já descobre.
- Mas e se eu não souber cantar?
- Eu já te vi cantando essa música, não tem erro.
colocou o celular num ponto central do carro, assim nós dois estávamos enquadrados. Então começou a falar:
- Sejam todos bem vindos ao primeiro vídeo da série “NO CARRO COM O JONES” – dei uma gargalhada nessa introdução. – minha primeira convidada de honra é , mais conhecida como , a gatinha da produção.
acabou de me chamar de gatinha, vou ter que pedir para editar esse vídeo, pois tenho certeza que minha cara virou um tomate.
- E ai , manda um oi pra todo mundo!
- Oi pra todo mundo – eu estava envergonhada e nem sequer tinha alguém vendo. Olha onde o me mete. Eu vou precisar dar um fim nesse vídeo. – Qual vai ser a música, ?
- A música de hoje é a favorita do momento da , achei a versão instrumental aqui no youtube, e cantaremos juntos para o deleite de vocês em casa, APROVEITEM!
Então ele deu play na música quando os primeiros acordes de Sugar do Maroon 5 começaram a tocar eu entrei em crise. Como eu vou conseguir me controlar? Eu sempre canto essa música imaginando o como Adam Levine. E HOJE ISSO VAI SER REALIDADE. JESUS, PELO AMOR DE DEUS, VOLTA PRA MADONNA E VEM AQUI ACENDER A LUZ E ME SALVAR.
me fez começar a cantar sozinha a primeira frase da música e cantou a segunda frase, como num dueto e fomos assim pela primeira parte, cada um cantando uma frase.
I'm hurting baby
(Eu estou machucado baby)
I'm broken down
(Eu estou despedaçado)
I need your loving, loving I need it now
(preciso do seu amor, amor, preciso agora)
Eu não preciso nem falar mais uma vez que eu estava completamente vermelha, minhas frases estavam sendo mini declarações de amor, e eu não podia fazer nada, a não ser fingir que tava tudo bem enquanto meu coração saia pela boca assistindo interpretando o Adam.
When I'm without you I'm something weak
(quando estou sem você, eu sou algo fraco)
You got me begging, begging I'm on my knees
(você me faz implorar, implorar, eu estou de joelhos)
Parece que ele sabe que eu sou apaixonada e resolveu me fazer esfregar a cara na merda. Mas eu resolvi entrar no personagem e comecei a deixar meu sentimento fluir, no final das contas podia falar que foi tudo encenação para o vídeo. Comecei a cantar a segunda estrofe sozinha, já que o não sabia a letra, enquanto ele fazia uma dança engraçada e me olhava como se estivesse me seduzindo. O que estava realmente acontecendo.
I don't wanna be needing your love
(Eu não quero precisar do seu amor)
I just wanna be deep in your love
(Eu quero me afundar no seu amor)
And it's killing me when you're away
(e me mata quando você está longe)
Ooh baby, cause I really don't care where you are
(oh baby, pois realmente não me importa onde você está)
I just wanna be there where you are
(eu só quero estar onde você estiver)
And I gotta get one little taste
(eu tenho que provar só um pedaçinho)
Nós dois começamos a cantar o refrão juntos olhando um para o outro. Eu sentia como se uma corrente elétrica me impedisse de tirar os meus olhos do dele.
Sugar
(docinho)
Yes please
(sim, por favor)
Won't you come and put it down on me
(por que vc não despeja em mim)
Oh right here, cause I need
(Oh bem aqui, por que eu preciso)
Little love and little sympathy
(um pouco de amor e um pouco de simpatia)
Yeah you show me good loving
(Sim, me mostre um bom amor)
Make it alright
(Faça tudo ficar bem)
Need a little sweetness in my life
(preciso de algo doce em minha vida)
Sugar
(docinho)
Yes please
(Sim, por favor)
Won't you come and put it down on me
(por que você não despeja em mim)
Continuamos com a brincadeira até chegarmos a Starbucks, me senti muito leve depois da música, como se eu tivesse realmente desabafado todos os meus sentimentos para ele. A melhor parte foi que ele achou que tudo não se passou de uma interpretação muito boa.
- Arrasamos ! – sorria – Nem vou precisar editar, vou colocar desse jeito mesmo no SuperCity. – ele continuava feliz enquanto fazia o upload pelo celular.
Fiquei calada e percebi que não teria como eu me livrar do vídeo. Talvez eu pudesse apaga-lo quando chegasse em casa. Podia falar que deu algum erro. Eu trabalharia mais nessa desculpa depois.
Estacionei o carro e saímos andando, eu ainda estava meio aérea, pegou minha mão e me fez andar mais rápido.
-Vem, olha ali, só tem uma mesa, temos que correr para conseguir ela! – ele continuou me puxando até a entrada e eu fiquei devaneando ali, com a mão dele junto da minha. Como eu queria poder sempre andar assim com ele.
Entramos na Starbucks e conseguimos a mesa vazia. fez os pedidos e desligou o celular.
- Tá desligando por quê? – perguntei curiosa.
- Não quero ser interrompido, o upload do nosso vídeo já foi agora podemos conversar – ele disse sério. Ui, agora seria a hora perfeita para ele se declarar e dizer que me ama mais que tudo. Mas, claro, só uma mente doentia como a minha poderia achar MESMO que ele ia pirar do nada. Nem todos os cds do Maroon 5 poderiam causar amor instantâneo por mim. Parei de pensar bobagens quando ele falou:
- Então, não sei nem por onde começar... – e ficou olhando para a mesa.
Capítulo 7
- Que tal pelo começo?
- Você já deve saber a história, mas... – ele parou e eu continuei calada – Você já sabe, né?
- Não, você não me deu nenhuma pista sobre o que vai falar... Como eu posso saber se eu já sei? – ok, eu já sabia, mas vai que eu falo: É, já sei, você traiu sua namorada de dois anos e ele vira e fala: "não, eu tava falando do aniversário surpresa do ".
- Sobre o que aconteceu naquele show fechado do McFLY...
- Ah, o das super modelos? – eu disse – Sei o que a imprensa disse – menti. Ele não sabia que a me contava tudo.
- Ok – ele tomou um gole do café dele. – Vamos do começo, eu dei um tempo com a Anne, porque as coisas não estavam indo muito bem – eu continuei calada e ele continuou a falar – Sinceramente, eu acho que pedi um tempo porque não tive coragem de terminar.
- Hum... Ok. Prossiga – eu peguei o meu café.
- Então eu fui para o show, como sempre, sabe? Só pra tocar e ir embora, esses shows fechados sempre são um saco. Durante o show eu vi essa garota – ele parou ao olhar para minha cara de “já sei o que você vai falar”.
- Você não vai dizer que se apaixonou pelo olhar dela, vai? – eu disse rindo.
- Não, eu não vou – ele deu um sorriso lindo.
- Ah bom! Já ia procurar o verdadeiro embaixo da mesa se você tivesse dito.
- Deixa de ser boba, . De qualquer forma, eu vi essa garota e depois do show ela veio falar comigo. Ela é uma das Angels da Victoria's Secret. Tipo, eu realmente fiquei com ela só para tirar uma onda – eu fiz uma cara de reprovação e ele tentou se justificar:
- , um dos “Anjos” da Victoria's Secret! Eu não ia deixar isso passar.
Eu continuei calada.
- Então eu fiquei com ela. Mas eu não senti nada e depois eu pensei na merda que eu tinha feito... Pensei em correr para falar para a Anne na hora e terminar tudo... Eu sabia que ela ia me odiar para sempre, mas eu não mudaria isso. Eu sei como ela deve estar se sentindo agora.
- Sabe mesmo, ? – perguntei.
- Eu imagino que sim.
- Você já foi traído?
- Não que eu saiba...
- Então você não sabe – falei botando um fim nessa conversa.
Ele ficou calado por um tempo e finalmente disse:
- Mas na outra noite, uma depois da que eu fiquei com a “Anja” – eu ignorei a palavra inventada – Ela me apresentou uma amiga dela. Serena - ele fez uma pausa – Foi ela que me fez vir aqui terminar com a Anne, eu realmente fiquei muito afim dela, .
- COMO ASSIM? Você ficou com DUAS? – eu estava ficando estressada, ele falava aquilo naturalmente, entendi por que a estava com raiva. Eu já sabia da história, mas vendo-o contar assim na cara dura, me deixou bem mais irritada.
- Não, eu não fiquei com ela – ele disse – Fiquei só com a primeira. Essa outra eu quase fiquei, mas eu pensei que deveria terminar primeiro, porque eu quero realmente começar tudo certo com ela... E, claro, eu ainda tenho que terminar com a primeira modelo, a Sarah.
Eu estava chocada. O não tinha quebrado só o coração da Anne, mas também quebraria o da outra, que ele vai trocar pela amiga dela. Ele, definitivamente, não presta.
- Caramba, ! - foi tudo que eu disse – Você realmente não tem noção de 1% do que a Anne tá sentindo. E o que ela vai sentir quando souber que você quase ficou com duas no mesmo dia.
- , todo mundo tem o coração quebrado um dia! – ele disse de um jeito frio que eu nunca havia o visto usar – Eu não ia ficar com ela se eu estou afim de outra.
- É , mas você podia ter terminado com ela desde o início sabia? Teria poupado tudo isso.
- Você tá do lado da Anne por quê? Não estou te contando isso para você tomar um lado... Você, a e provavelmente todas as meninas vão ficar assim contra mim sempre? – ele se fez de vítima.
- , você já me disse que nunca foi traído; Eu e já fomos. Eu um pouco pior do que ela – parei para respirar e me concentrar, eu não podia chorar agora - Posso dizer que sei REALMENTE o que a Anne está sentindo, porque o que você fez com ela alguém já fez comigo.
É, não deu, eu comecei a chorar.
- , não fica assim! – levantou da cadeira e foi para o meu lado me dar um abraço.
- Tá tudo bem – eu disse limpando minhas lagrimas – Mas saiba que você podia ter evitado isso. Ok, não dá mais, o que está feito está feito. Você podia pelo menos tentar ser discreto e demorar pelo menos um pouco para “mostrar” essa nova garota? – ele me olhou.
- Que diferença isso faria?
- Toda, pelo menos a Anne vai achar que foi só por causa de uma que você terminou com ela. E não por conta de duas.
- Ok, acho que você tá certa – ele disse – Agora me diz o que aconteceu com você?
Eu respirei fundo, mas dessa vez eu não senti vontade de chorar. Apesar de tudo, estar ao lado do cafajeste do me fazia ficar bem. Maldição, nem o ouvir falar isso tudo diminuiu minha paixão.
– Nada que valha a pena contar – e ao invés de começar a chorar, eu dei um sorriso.
- Qual o seu problema? – disse a me ver gargalhar.
- Acabei de perceber que não tem por que eu chorar – estava sorrindo ainda mais – Agora ele está lá no Brasil, provavelmente sozinho, ou pegando todas... E eu estou aqui, em Londres, ao lado de um Super Star reconhecido mundialmente.
- Viu só, você se deu melhor que ele. Até porque você não está do lado de qualquer super star. Você está do lado de – deu uma piscadinha sexy e fez uma pose, para me distrair e eu comecei a rir ainda mais. Porque ele não podia ser sempre assim, bobo alegre e fofo?
- , se essa sua nova modelo aí for um saco – olhei no fundo dos olhos dele só para sentir aquela energia elétrica passar por mim novamente – Eu tenho todo o direito de odiá-la, ok?
- Ok, mas eu vou te mostrar como ela não é um saco – deu um sorriso bobo – Ela é o máximo.
Eu dei um sorriso falso, ele provavelmente achou que ainda era por conta da minha tristeza anterior. Mas não, foi porque ele parecia mesmo estar gostando de verdade dessa tal Serena. Que saco.
- Você tá com raiva de mim? – ele perguntou.
- To não, – respondi – Do mesmo jeito que eu acabei de perceber que estou bem, a Anne vai perceber um dia também.
- Viu, coração quebrado alguma vez na vida acontece.
- É, eu quero ver quando você quebrar o seu... – ele me olhou sério – Calma, não estou desejando isso – e comecei a rir.
- Olha, você tá jogando praga, hein? – ele se afastou de mim, brincando.
- Que nada, seu bobo – falei bagunçando o cabelo dele, apesar de tudo eu estava gostando muito de passar esse tempo sozinha com ele – Quando alguém quebrar seu coração eu te ajudo a superar, a gente compra um monte de sorvete e chocolate.
- Obrigado, ! Vamos embora? Você ainda tem que me deixar em casa e estudar sua tese.
- Ah, é! Eu esqueci que eu estou como sua motorista! – disse pegando as chaves – Vamos nessa! Nada de vídeos dessa vez.
Ele fez uma careta de triste e falou que na próxima carona teria que rolar outro vídeo divertido assim.
Deixei em casa e fui direto para a minha. Cheguei lá e dei de cara com COMPLETAMENTE produzida. É, super produzida mesmo. Ela estava pronta para a balada Londrina.
- Aonde você vai? – eu disse ao vê-la.
- NÓS – ela disse com ênfase – vamos numa festa, vai se arrumar.
- Que festa?
- Uma festa em que o Sr. vai estar – ela disse se olhando no espelho – Vaaaaaamos, se arruma logo!
- E quem te disse que euzinha aqui vou na festa que você vai desdenhar o meu amigo gostosão?
- , eu preciso ter certeza que eu posso o fazer ficar caidinho por mim.
- Eu tenho novidades pra você, ele sempre foi caidinho por você, só VOCÊ que acha que não... – eu fui subindo as escadas.
- , ... – ela começou – Ele não gosta de mim... Ele me quer só porque ainda não me teve.
Eu parei na escada e comecei a pensar que talvez ela estivesse certa. Se o gostasse mesmo dela, ele já teria dado um jeito de pegar. Como essa menina consegue me influenciar fácil. Eu nunca poderia ser terapeuta dela.
- Adoro ver sua cara de compreensão – ela disse a me ver levantar uma das sobrancelhas e parar de andar no meio da escada.
- Ok, você venceu! – eu disse – Vou com você, só porque eu quero tirar isso a limpo. Analisarei cada passo do , aí se o meu veredicto for favorável a ele – fez uma careta de “não entendi nada” - Se eu achar que ele está gostando de você – traduzi e ela continuou calada – Você vai ter que ficar com ele – dei um sorriso.
Ela ficou um tempinho calada e disse:
- Ok, vai se arrumar então.
Eu subi as escadas correndo, peguei meu celular e me joguei na cama.
Escrevi e enviei um sms e corri para o banho. Minha tese teria que esperar.
’s P.O.V.
- Deixa de ser gay, vamos pra festa logo! Muitas gatinhas vão estar lá e tal...
Continuei calado na frente do computador. Eu estou obcecado com uma gatinha especifica no momento. Foda-se essa festa.
VRUMMM VRUUUUM
- Que porra é essa, ? – disse ao sentir o meu travesseiro vibrar.
- Meu celular! – levantei tentando pegá-lo – Dá aqui, !
- Porra, é um celular mesmo! Eu jurava que tinha descoberto o seu vibrador perdido.
Eu ignorei e peguei o celular. Era um sms da :
“Hoje é o seu dia de sorte! Se vc estava
considerando não sair hoje, se arruma e
vai pra Private. – xx ”.
- , você me convenceu, vamos pra Private! – dei um sorriso.
- Cara, você deve ser bipolar – disse – Mas já que você decidiu, vamos passar lá no e partir pra noite! – ele se levantou da cama e fez uma pose um tanto quanto estranha.
- O não falou que não ia sair com a gente hoje? – perguntei – Alguma coisa com a Serena, sei lá... Você ficou sabendo que ele terminou com a namorada? E já tá quase namorando outra?
- Ele não terminou com ela hoje à tarde? – perguntou.
- Foi... Mas ele terminou por conta dessa nova quase namorada.
- Hum... Ah, é o né? Eu devia estar é acostumado – ele disse rindo.
- As meninas só ficaram sabendo de tudo hoje... – comecei – Acho que ele não vai levar a Serena assim de cara.
- Cara, é o – disse – Aposto que ele vai levar... Mas espera aí... – ele disse levantando uma das sobrancelhas – As meninas vão? Como o senhor sabe?
- Hum... É... – tentei disfarçar, mas o sorrisinho cínico de estava me matando – Ah, foi a que me mandou o sms... Disse pra eu ir pra a festa.
- Isso quer dizer que a vai estar lá, né?
- Não sei – suspirei – Mas não vou perder a chance. Liga aí pro e vê se ele vai ou não. E o ?
- Ela já está lá com a Sally – falou e pegou o celular para ligar para o .
- Bom – eu disse abrindo o meu guarda roupas. – É hoje!
Fim do p.o.v. do .
Capítulo 8
estava batendo na porta do meu banheiro feito uma louca. Eu gritei umas três vezes de dentro do box que já estava terminando, mas ela não me escutou.
- ! – ela continuava batendo na porta – Eu tenho que te falar uma coisa!
Eu abri a porta enrolada na toalha e pingando.
- Fala, !
- O ! – ela disse e se sentou na minha cama.
- O que é que tem? – eu perguntei.
- Ele vai levar a tal Serena, lá pra Private.
- Sério? Caramba! – eu disse – Como você sabe?
Ela me mostrou o sms no celular dela.
avisar que a Serena vai comigo. Sejam legais
com ela. – xx "
- Gente, que dia longo! – eu falei e devolvi o celular para .
- Como assim? – ela perguntou.
- De manhã eu tava no trabalho feliz, aí de tarde você me conta a bomba do , – comecei e ela ficou prestando atenção – depois ele terminou com a Anne, alem disso tudo, eu fui à casa do ensinar os meninos a mexer no site e, mais tarde, o conversou comigo falando que não ia assumir publicamente a modelo – continuava calada – E agora ele vai sair com a super modelo e quer que sejamos legais. QUAL A CHANCE? – eu disse andando para o meu guarda-roupa sem paciência. – Hoje eu não vou dirigir, fique sabendo que beberei.
- É não tinha parado para pensar no ritmo frenético que as coisas aconteceram hoje – fez cara de pensativa – Ah, quem se importa? Se arruma linda aí, . Que hoje a noite é nossa. Vamos pegar um taxi!
- Será que essa Serena é legal? – eu disse.
- Por quê?
- Porque eu não gosto de odiar gente legal... Era tão mais fácil odiar a Anne...
- Não entendi, por que você tem que odiar a menina?
Eu simplesmente continuei encarando a .
- AAAAAH! SAQUEI! – ela disse de repente – Porque ela é a gatinha da vez do , e você só é apaixonada pelo cafajeste.
- Pois é – dei uma risada – De qualquer forma, vou terminar de me arrumar, não quero estar feia para a nova “gatinha da vez” do . Me ajuda a utilizar o seu dom com super produção, por favor?
Eram onze horas quando eu fiquei pronta e nós saímos para a Private. Chegamos lá e encontramos com e Sally na entrada.
- Oiiii! – Sally disse nos cumprimentando com beijos na bochecha. – ela já tinha bebido um pouco.
- E aí? Os meninos já chegaram? – eu perguntei.
- Eles já estão vindo, o vai apresentar a nova garota dele – disse.
Sally balançou a cabeça negativamente.
- Esse não presta – ela disse – Se você terminar comigo, por favor arranje outra pelo menos uma semana depois, tá? – ela apontou para o .
- Não estou planejando te trocar não, linda – e deu um beijo na testa dela.
- Acho bom! Meninas, vocês TEM que me ensinar aquela dança maravilhosa que eu vi outro dia!
- Vamos entrar, quando os meninos chegarem a gente deixa o com eles e vai dançar! – disse.
Sentamos na nossa mesa reservada, afinal, nós estávamos com uma estrela. Algumas meninas reconheceram o e pegaram autógrafos. Super normal e nem ficaram muito tempo por lá. Depois de um tempo nossos drinks chegaram. Não demorou muito para ficarmos bêbadas o suficiente para querermos dançar até o chão.
- ! – deu um gritinho quando um acorde da nossa música começou.
– NOSSA MÚSICA! - nós duas gritamos – Vem, Sally! – a puxamos e, no caminho, vimos os meninos chegando. Demos um tchau de longe e continuamos correndo para a pista de dança. A tal Serena estava lá também. Bonita, mas alguma coisa nela ainda me lembrava da Anne... Vai ver é o “tipo” do .
Enfim, minha música estava tocando e não tinha quase ninguém dançando. A pista era toda nossa. Era hora de ignorar meus problemas. Se bem que não isso não era realmente um problema. A Sally começou a rir quando eu e começamos a cantar e dançar a música. Nós estávamos dançando como sempre... Mas nessa música nós usávamos todo o nosso poder de sedução, que não é pouco. Fala sério, todas as brasileiras tem um grande poder de sedução comparada com qualquer Londrina dura. Quando estava perto do refrão quase toda a boate estava nos olhando. Outras pessoas teriam vergonha. Mas não eu, não a , não na NOSSA música, principalmente estando bêbadas. Quando o refrão começou nós começamos a cantar alto e continuamos a dançar.
(Porque quando eu chego eu trago o fogo)
Make you come alive I can take you higher
(Faço você se sentir vivo eu posso te levar mais alto)
What this is, forgot? I must now remind you
(O que é isso, esqueceu? Devo lembrá-lo agora)
Let It Rock Let it Rock Let it Rock”
(Deixe balançar, deixe balançar, deixe balançar)
Durante o refrão muitas pessoas vieram se juntar a gente na dança. Sally começou a dançar junto conosco e os meninos estavam olhando da mesa. A cara deles era de completa surpresa. Eles nunca haviam visto nenhuma de nós duas dançando. As únicas vezes que saímos com os meninos foram para pubs e geralmente só conversávamos e bebíamos. Mas dessa vez estávamos no nosso território. Sabe como é, nós, brasileiras, temos o gingado. Nossos anos de dança no Brasil ajudavam muito também. Eu conheci no primeiro dia de aula no Jazz e desde então sempre fizemos todos os estilos de dança juntas. Claro que percebeu a cara de abestalhado que estava fazendo, e continuou provocando o pobre durante a dança.
- Cara, elas dançam muito! – comentou.
- É! – foi tudo o que o falou ainda olhando para a pista, mas especificamente para .
- Para de babar, ! – fez piada – Olha que linda a Sally – ele disse na hora que ela começou a dançar conosco.
- Você é muito devagar, – disse – Se fosse eu...
- Você já teria pegado a , terminado com ela e estaria com outra agora – interrompeu e falou de uma vez sem lembrar-se da presença da Serena ali. A bebida corta o pudor de todo mundo mesmo. Quando ele percebeu acrescentou rapidamente – Sem ofensas a você.
- Tudo bem – ela disse dando um belo sorriso – Eu sei que ele não presta. Mas relaxa, eu vou manter ele na linha.
deu um sorriso e beijou ela na bochecha.
- Vai sim – ele disse.
- É, vai mesmo – disse irônico e voltou a olhar as meninas dançando.
- Tem muita gente secando minha namorada, com licença. – disse levantando e indo para a pista beijar a namorada na frente de todos os homens que estavam quase pulando em cima das meninas.
Alguns caras bêbados estavam começando a nos incomodar, então eu resolvi ir até a mesa e puxei para dançar comigo. O que deixou a extremamente furiosa. Ela queria continuar provocando ele de longe. E claro, os caras dando em cima dela estavam ajudando com isso.
- Todos os homens daqui estão com inveja de mim – ele disse quando eu o puxei para dançar comigo.
- Relaxa, que todas as mulheres, incluindo minha amiga, estão com raiva de mim por ter te puxado – falei rindo.
não sabia dançar direito. Era até engraçado, mas nem eu e nem ele estávamos ligando para o que os outros estavam pensando, e eu comecei a brincar e dançar igual a ele.
Depois fomos sentar e conversar um pouco.
A Serena, nova gatinha da vez, parecia ser até legal. O que me deixou com um pouco de raiva, eu acreditava que ela seria um porre. Ai lembrei que eu, definitivamente, não faço o estilo do e tentei superar. Oelo menos, eu era amiga dele. Pelo menos? O que estou falando! Eu sou AMIGA dele, bem melhor do que qualquer coisa, ele vai ter que me aturar para sempre, certo? Isso é bem melhor do que ser a gatinha de vez e ser trocada por uma modelo. É, prefiro ser amiga.
- Então o que vocês fazem além de trabalhar para eles? – Serena perguntou. Eu disse que gostava dela? Pois é, acho que não gosto mais.
- Nós fazemos Mestrado em Oxford. E você, faz o que além de desfilar? – não consegui me segurar, estava bêbada se alguém me apertasse eu falava mesmo. Vi o olhar de cair sobre mim e também vi segurar uma risada.
- Hum, Oxford! Eu não faço mais nada, não preciso – É. Ela respondeu isso.
- Hum, legal – peguei minha Piña Colada na mesa e tomei mais um gole. Mina chata. Pedante. Te odeio. Qual seu problema ?
Ela virou para conversar um pouco com a Sally, e ficou surpresa por ela ser atriz. Depois voltou a falar comigo.
- E aí, ? – a modelo tava achando que era minha amiga íntima para me chamar assim? Mas deixei, com certeza ia ficar de mimimi se eu falasse “oi, me chama de ?” - O que você pretende fazer daqui uns cinco anos? – que diabos de pergunta foi essa? Parece entrevista de emprego... Eu me lembro de ter respondido perguntas assim, no RH uma vez...
- Pretendo estar rica atuando na minha área – falei a mesma coisa para a Psicóloga do Rh que deu uma risadinha durante a entrevista. E claro, perguntei a mesma coisa de volta – E você?
- Ah, eu quero estar trabalhando muito e quem sabe ter um daqueles contratos estilo Gisele Bundchen na Victoria's Secrets – Essa mina é meio perturbada, isso é uma doce ilusão dela. A Gisele é minha conterrânea, oi Brasil. A Serena é bonita, mais ela não é material Gisele, se é que você me entende. Eu levantei uma de minhas sobrancelhas e vi a cara do de “pode falar, vai em frente, eu quero muito que você fale”.
- É... Hum... A Gisele conseguiu esse contrato com a Victoria's Secrets com uns 22 anos... Você tem quantos? – É... eu perguntei a IDADE de uma modelo. Esperei a resposta.
- Tenho 25... Mas esse é meu plano para 5 anos – ela disse rindo.
- Aí você vai ter 30! – eu disse – É bom começar a pensar em outros planos.
levantou da mesa discretamente e foi rir em um lugar mais distante.
Ela ficou um pouco irritada, e disse:
- Tudo bem, eu ainda tenho o meu plano de fuga... – Ela pegou a mão do – Tipo fisgar um rockstar.
Eu resolvi entrar na dela.
- Ah... Se eu fosse você tentava jogadores de futebol, são mais confiáveis. Sei lá, os rockstars tem essa mania estranha de querer todas as mulheres – e olhei para , que estava levando tudo que eu disse na esportiva. Por isso que eu adoro homens, eles nunca percebem uma luta feminina ocorrendo.
- Dá nada não, ele pode ter todas as mulheres – ela disse e todo mundo olhou surpreso, inclusive – Desde que eu tenha os cartões de crédito – e então, até eu dei uma risada.
Depois de muitas outras bebidas, essa tensão inicial diminuiu, e eu acabei ficando colega dela. É, colega, não amiga. Muita calma nessa hora, eu não vou ser amiga da pessoa que está pegando o meu objeto de paixão. estava completamente bêbada. Muito mesmo. Ela ficou conversando com uma cadeira por alguns minutos até perceber que não tinha ninguém lá e cair na risada. estava no mesmo estilo, e os dois começaram a conversar. Contavam piadas sem sentido e ficavam uma hora rindo delas. Até que outra música que nós gostamos começou a tocar.
- ! VAMOS DANÇAAAAAR! – gritou e levantou da cadeira de uma vez – Você também, vamos dançaaaaar, ! – ela puxou o menino pela mão e foi para o meio da pista.
- Vamos dançar, meninas? – eu perguntei para Sally e Serena.
- Aaaaaaaaahhh! – Sally falou – Essa é a música da dança que vocês tem coreografia! Você vai me ensinar agora! – e levantou para dançar – Vamos, Serena?
- Ah, vão lá meninas, eu não sou muito de dançar... – ela disse com vergonha.
- Deixa de frescura, todas as mulheres sabem dançar. Vem, eu ensino a coreografia da música ali e a gente finge que é foda – eu disse rindo e puxei as duas.
já estava tentando ensinar o bêbado a dançar a nossa coreografia. E ele não estava prestando nem um pouco de atenção, então ela desistiu o deixou dançar do jeito estranho dele e se juntou a nós.
Quando a Serena disse que não sabia dançar, ela não estava brincando, a menina não sabia rebolar. Como assim? Desculpem o baixo nível, mas ela não devia ser boa de cama. Haha. Tipo assim, tem que pelo menos saber rebolar direito né, moça? Ela desistiu de aprender e foi dançar com o . Sally conseguiu aprender nossa coreografia. E nós três começamos a dançar igual até o fim da música. Depois disso, nós pagamos um “mico”. O Dj da festa disse que ia dedicar uma música para as três gatinhas dançarinas. E todo mundo olhou diretamente para nós. E ele colocou para tocar Sexy Bitch, pois é. Como eu e a gostamos da música, nos relevamos, o ficou com ciúmes e foi dançar com a Sally, o que fez eu e a ficarmos sozinhas no meio da pista dançando.
estava muito bêbada, e eu o suficiente para continuar dançando. Os meninos resolveram descer para a pista para "tomarem conta" de nós duas. Serena continuava “dançando” com o , foi dançar com a . E o sobrou pra mim, não que eu esteja reclamando, mas eu estava meio fora de controle, e era o . Ele chegou na hora que a música começa novamente e começou a cantar, para eu continuar dançando “de acordo com a letra” e claro, foi isso que eu fiz. Eu só percebi que ele estava muito perto quando ele disse no meu ouvido “Damn Girl” junto com o Akon. Eu quase cai no chão e afastei disfarçadamente com a desculpa da dança. Fiquei de frente para ele, para ter certeza de não ter perigo de ficar próximo dele como eu estava antes. O que não ajudou muito, porque ele estava alterando a letra da música e falando “you’re a sexy bitch” em vez de “she’s a sexy bitch” e claro isso saindo da boca do meu objeto de amor, não era uma coisa fácil de aguentar. Não depois de todo o álcool. A música estava acabando e eu não sabia se eu ficava feliz ou triste. Feliz por poder relaxar, correr para o banheiro para jogar uma água fria no rosto e tentar esquecer a cara de safado dele falando que eu sou sexy. Não, não, ele não falou que eu sou sexy, ele estava cantando a música, , foco. Triste exatamente, porque ele não ia mais me chamar de sexy. Cantar que eu sou sexy. Cantar a MÚSICA. Merda preciso sair daqui.
A música acabou ele me deu um abraço e um beijo na minha bochecha.
- Bom dançar com você – deu um sorriso e foi para perto da Serena que estava rindo do , que no momento estava gritando “I’m a sexy bitch”.
- Você devia parar de beber, – , que tinha recuperado um pouco da sobriedade dançando, falou.
- Olha só quem fala! – ele disse – Você só está com inveja porque eu sou uma diva, e o Akon quer me conhecer.
pegou o braço do e levou ele direto para a mesa.
- Chega disso, , vamos sentar.
Eu puxei a e fui para o banheiro lavar o rosto e, sabe como é, me acalmar. Maldito . Por que ele tem que ser tão sexy? Ah, merda, eu não vou conseguir tirar da minha cabeça o momento que ele estava atrás de mim e disse no meu ouvido “Damn girl”. Sério, aquilo foi o máximo. Merda, merda, merda.
- Qual o seu problema? – disse a me ver lavar o rosto, fechar os olhos e contar até dez.
Eu continuei minha contagem mental. Um, gostoso, não, cafajeste. Dois, olhar sexy. Muito sexy. Cara, isso não está dando certo, nem da minha contagem ele sai.
- Isso tudo foi por culpa da dança? – começou a rir. Eu simplesmente balancei a cabeça positivamente enquanto tentava ignorar a voz dele na minha cabeça durante a contagem.
Ela começou a rir.
- É, eu percebi, ele estava te seduzindo. Pelo menos você não deixou barato, eu vi, com minha visão turva de bêbada, ele babando.
- Isso não ajuda – eu disse ainda de olhos fechados e resolvi jogar mais água no rosto.
- Foi mal... Mas é verdade, sorte sua que o meu lindo tava distraindo a gatinha da vez. Ela ficaria puta.
Eu dei um sorriso e desisti de tentar ignorar. Nesse momento, Sally entra no banheiro.
- Uaaaaau, heeeeim?
Eu e olhamos para ela com cara de “qual o seu problema?”.
- O quase caiu pra trás. Que poder, heim dona ?!
É, eu sou foda, acho que posso conquistar o fácil... Para com isso cérebro indecente, eu não vou conquistar nenhum. Ele é, e sempre vai ser meu amigo.
- Que nada, a gente tava interpretando papéis. Ele era o cara afim da sexy bitch. E eu, a sexy bitch. Só isso.
- Te garanto que se a Serena tivesse visto a cara de desejo que ele fez quando você fez aquela coisa de ir até o chão, ela tinha te matado ou matado ele – Sally começou a rir e se olhou no espelho – Falando nisso, acho bom vocês me ensinarem isso também.
- Amiga, é só rebolar e dobrar o joelho – disse rindo – Sabe como é eu praticamente nasci com esse poder no sangue – e caiu na gargalhada.
- Não é tão fácil assim. Mas eu vou aprender – ela disse rindo enquanto eu lavava meu rosto pela quinta vez.
Pegamos a bolsa da , retocamos nossas maquiagens e arrumamos os cabelos. Saímos novas de dentro do banheiro e voltamos para a mesa.
Ficamos mais um tempo jogando conversa fora. ficou bêbada de novo, foi dançar mais um pouco e depois voltou da pista com o , estávamos todos cansados e decidimos pegar um taxi para voltar para casa.
volto sorrindo igual uma idiota no carro completamente bêbada transtornada. Tive um trabalho grande para coloca-la para dormir.
Ao chegar no meu quarto percebi que havia um SMS no meu celular:
“achei ela ok, , mas ainda tenho que pensar se gostei ou não dela – ”
“Ok já é melhor do que não gostou, aceito por enquanto. Haha
Boa noite, . Adorei nossa dança, temos que repetir a dose.
– ”
Fiquei alguns segundos olhando para a tela do celular relembrando o momento que eu estava com o corpo colado no dele e ele cantava nos meus ouvidos. Aquilo tinha sido ótimo. Saco, não tem como desligar minha paixão por um tempo? Passei alguns minutos pensando nisso, mas por fim meu cansaço venceu e eu adormeci.
Capítulo 9
Acordei com uma leve dor de cabeça. Nada muito sério. estava com uma garrafa de água e dois tipos diferentes de analgésicos para curar a ressaca dela. O engraçado da é que ela é uma bêbada ao contrário. Em vez de esquecer as coisas, ela inventa memórias que nunca aconteceram.
- , você jura mesmo que eu não fiquei com o ? – ela estava com uma lembrança de ter ficado com ele.
- Só nos seus sonhos, e nos dele – eu fiz piada e ela fechou a cara – Ficou não, .
- Aiiii , e se eu tiver ficado? Ele vai achar que eu sou muito fácil.
- , primeiro: você não ficou; Segundo: ele nunca vai achar que você é fácil. Se fosse eu, eu tinha pegado ele lá na Starbucks, na primeira vez que ele te deu trela. Isso sim seria fácil.
Ela suspirou, tomou mais água e foi para a sala deitar no sofá.
Eu fui para a cozinha procurar alguma coisa para fazer no almoço e o telefone tocou. Fui até o hall atender.
- Alô?
- ? – disse sussurrando.
- Sim, sou eu. Por que você tá sussurrando?
- Porque eu estou com uma dúvida de ontem – ele continuava sussurrando.
- , para de sussurrar, a gente tá no telefone... Qual sua dúvida?
- Eu fiquei com a ?
Opa, como assim?! A memória inventada foi compartilhada? Será que eles ficaram e ninguém viu?
- Olha, eu não vi vocês ficando não – respondi sinceramente – Mas...
- Mas o quê? – ele perguntou rápido.
- É o seguinte, eu não costumo acreditar nas memórias de ressaca da , ela sempre inventa coisas, mas... Ela me perguntou a mesma coisa.
- Merda será que a gente ficou? Ou será que a gente só falou sobre o assunto? Porra, por que eu fui ficar tão bêbado?
- Não faço a mínima ideia. Mas e se vocês tivessem ficado... O que vocês podem fazer? Nenhum dos dois lembra-se de nada... É o mesmo que não ter ficado, certo?
- Não, não é.
- Por que não? – perguntei.
- Porque, se ela ficou comigo, isso quer dizer que ela quer alguma coisa e que eu tenho chance. É diferente.
- .
- Oi?
- Você TEM chance.
Ele ficou calado por uns segundos.
- Tenho que descobrir se eu fiquei mesmo com ela ou não. Obrigado, . Se você descobrir alguma coisa... Me avisa. Beijo.
- Beijo, .
É, agora eu estava com um pé atrás.
Fui para a sala e falei antes que eu me arrependesse.
- , era o no telefone.
- O que ele queria?
- Perguntar se vocês tinham ficado.
ficou branca, depois roxa, então eu a vi assumir um tom esverdeado e se jogar no sofá.
- do céu, se eu tiver ficado com ele mesmo, eu vou ficar muito estressada.
- Eiii, eu não tenho culpa, vocês dois que ficaram bêbados e se aproveitaram um do outro escondidos.
- Não vou ficar com raiva de você, e sim de mim – ela disse triste.
- Não fica assim, , vocês podem não ter ficado.
- , nós dois temos “lembranças”. A gente deve ter ficado. E eu não me lembro de nada direito.
Ela começou a chorar. Merda, TPM e ressaca da , acho que vou ter problemas. Dei um abraço nela.
- Por que você não conversa com ele?
- Eu não tenho coragem... Se fiquei com ele naquele estado, ele deve estar achando que sou muito fácil.
- , para com isso, ele tá achando que vocês não ficaram. Só conversaram sobre isso.
- Mesmo assim. Ele vai ficar diferente comigo.
- Sabe o que eu acho?
- O quê?
- Que o vai vir almoçar aqui hoje – falei ao levantar do sofá.
Ela ficou do mesmo jeito jogado no sofá. Peguei meu celular e liguei de volta para o .
- ?
- Eu! Fala, .
- Vem almoçar aqui hoje com a . Vocês tem que descobrir isso logo. Eu não quero dois malucos apaixonados se evitando por isso...
- Não sei, .
- , não perguntei se você quer almoçar aqui, eu disse “venha almoçar aqui”. É diferente. Você VAI vir, e VAI se acertar com a , ok?
Ele deu uma risada.
- Ok, mas eu quero almoçar sozinho com ela, posso?
- Essa é a ideia, mas você tem que se resolver com ela, ou pega de vez ou desiste logo!
- Vou tentar me resolver – ele disse dando mais uma risada.
- Tá bem, quando você chegar ela estará sozinha se ela não abrir pode usar a chave extra que te dei, vou almoçar na Sally.
- Ok, qualquer coisa me avisa que eu mudo meus planos.
Desligamos. Combinei com a Sally, e tudo ficou certo. E então fui até a sala falar para a que viria almoçar só com ela, porque a Sally tinha me convidado para almoçar na casa dela.
- COMO ASSIM? – ela berrou e logo se arrependeu, pois isso piorou a dor de cabeça dela – Eu não vou ficar aqui sozinha com ele... – ela completou sussurrando.
- , vocês tem que resolver isso logo agora que está fresco na memória. E se vocês tiverem ficado... Nada mais justo do que repetir a dose sóbria, né? – eu disse rindo.
- , eu não tenho coragem – ela disse – Sabe esse tempo todo que estou cortando ele, e provocando... É pura timidez – suspirou.
Eu nunca a achei tímida. sempre teve iniciativa para essas coisas, sempre pedi conselhos dela.
- Como assim, ? – perguntei – Você não é tímida.
- Ai, é que com ele eu fico tímida – ela ficou completamente vermelha.
- Oh meu Deus! – eu disse – Você tá apaixonada, ?
Ela ficou calada por um tempo.
- Não sei.
- Você tá! – abri um sorriso enorme – Ai que lindo, acho lindo você e o – meus olhos estavam brilhando.
- , para com isso! – ela disse triste – E se ele não gostar de mim?
- , pelo amor de Deus, ele gosta de você sim, e depois desse jogo duro todo, capaz de ele estar muito afim... Você só vai ter que fazer ele se apaixonar.
Ela continuou me olhando.
- Você mesma que me disse uma vez como fazer para um cara se apaixonar. E deu certo, lembra-se do Bernardo? – eu disse rindo, esse era um dos meus ex, que até hoje me mandava e-mails apaixonados.
Ela deu uma risada.
- Ok, vou me arrumar – ela disse se levantando - Tenho um homem para provocar durante o almoço.
Eu desejei ser uma mosca, ou me transformar em uma para poder ver o que ia acontecer naquele almoço. Me arrumei e sai para a casa de Sally antes da sair do quarto.
's P.O.V.
Cantar no chuveiro é uma coisa que realmente relaxa.
- TÔ INDO EMBOOOORA - era a gritando do lado de fora.
- Táááááá – respondi, não sei se ela ouviu.
Terminei meu banho e comecei a pensar no que fiz na noite anterior. Eu tinha uma lembrança clara de estar num lugar diferente, só com o . Merda. Por que eu bebi tanto?
Comecei a me arrumar e decidi não me produzir tanto, fiquei normal, e fui para a cozinha preparar uma macarronada. Ela estava quase pronta quando a campainha tocou e eu senti um calafrio dos pés até a cabeça. Criei coragem e fui até a porta. Abri e lá estava ele. Lindo, mais lindo que o normal. Tudo nele parecia estar brilhando, ou talvez isso ainda fosse um efeito colateral da minha ressaca.
- Oi, – ele deu um beijo na minha bochecha que me arrepiou, mas eu fiquei firme e forte, afinal, EU deveria provocar e não o contrário. Apesar de achar que não teria forças, hoje ele estava mais gato que o normal.
- Oi, – afastei para ele entrar – Sinta-se em casa, a nos abandonou, foi para a casa da Sally...
- Hum, tem problema não, desde que tenha comida eu estou feliz – ele disse sorrindo – Ah, isso é para você – ele me entregou uma rosa branca, que eu não havia visto em suas mãos, provavelmente porque fiquei olhando para os olhos lindos antes.
- Nossa, que linda! – disse pegando a rosa – Não precisava.
Ele apenas sorriu e foi andando para a cozinha.
- E aí, o que eu posso fazer enquanto espero a macarronada? – ele disse.
- Ué, pode sentar.
- Sentar? – ele deu uma risada - Vou fazer alguma sobremesa, pode?
- Se você não destruir minha cozinha, pode.
Eu ri da cara de ofendido dele.
Ficamos cozinhando e falando bobagens por um tempo. E nenhum dos dois tocou no assunto da noite anterior. No fim, tínhamos uma macarronada belíssima, feita por mim, e um Cheesecake suspeito feito por . Ele me ajudou a arrumar a mesa e nos sentamos para comer.
- Deliciosa a sua macarronada, já pode casar – ele brincou.
- Obrigada.
Ficamos calados por um tempo enquanto comíamos, ele acabou quebrando a tensão com umas piadinhas no meio. Quando partimos para a sobremesa nem eu e nem ele tivemos coragem de comer, caímos na risada. Aí eu criei coragem e coloquei um pouco na boca, para minha surpresa - apesar da cara - estava muito bom.
- , tá delicioso! Experimenta! –peguei um pedaço e estiquei o braço por cima da mesa para ele comer. Ele se esticou por cima da mesa e comeu o pedaço que eu entreguei. Tipo aviãozinho.
- E aí, bom mesmo né? – eu disse.
- Muito, me surpreendi comigo mesmo agora, só tenho que melhorar a apresentação – pegou o garfo dele e colocou no meu prato para pegar mais.
- Eiii, pega um pra você, esse é meu! – falei tirando o prato do alcance dele.
- Ah, mas aí nem tem graça. – ele sentou de novo e ficou emburrado.
- Deixa de ser um bebezinho, .
- Ok , eu deixo de ser um bebezinho – ele falou e pegou uma fatia para ele com bastante chantilly.
- Você pegou todo o chantilly! – reclamei.
- Eu sou legal, vem aqui que eu divido com você o meu – ele mostrou o prato, quando tentei pegar ele afastou e balançou o dedo indicador fazendo um “não”.
- Nem queria mesmo – fiz cara de emburrada.
Ele deu um sorriso e começou a comer falando que estava delicioso. Me deixou com vontade. Então resolvi levantar da mesa e ir para a sala. Deixando ele e o chantilly na cozinha.
- ? – levantou com o prato e foi me seguindo.
Eu entrei na sala e fui para o som, liguei na rádio, e estava tocando McFLY.
- Ah, mas que coisa, quando não é a aqui colocando cd deles é a rádio que me persegue! – comecei a rir e desliguei o rádio – Nem gosto dessa banda, sabe?
Ele deu um sorriso, colocou o prato na mesa de centro e ficou me olhando.
- Mas tem uns carinhas bonitinhos e um bem gostoso nela – continuei comecei a apostar minhas fichas, se ele quisesse essa era a minha deixa.
Ele sorriu e arqueou uma das sobrancelhas.
- Qual o nome do bem gostoso?
- – respondi fazendo piada.
- Resposta errada! – ele veio atrás de mim – O que você acha do ?
- Bonitinho. Nada de mais – o senti bem perto de mim, muito mesmo, podia sentir a sua respiração, o seu coração batendo forte. Torci para ele não perceber o meu. Não acredito que ele estava me provocando, era para ser o contrário.
- Você sabia que eu conheço esse ? Ele é um cafajeste, acho que você devia dar bola para o , ele é muito mais divertido.
- Não dou bola para o porque ele é muito estranho – me afastei um pouco, mas os braços dele estavam me prendendo num abraço. Então não consegui ir muito longe. Ok, ele tá mesmo me provocando, e eu estou gostando. Por que a boca dele tem que ser tão convidativa?
- Concordo, ele é mesmo estranho – ele disse se aproximando ainda mais, se é que ainda era possível – Mas acho que ele não vai te dar bola...
- Por que não? – é, minhas defesas tinham caído, eu não tinha mais força para me afastar dele. Me beija logo, caramba! Deve estar escrito na minha testa isso.
- Por que ele tá apaixonado por uma menina... – ele começou – O nome dela é , você conhece?
Se ele não estivesse me segurando eu provavelmente teria caído no chão. Acabou, é o meu fim, hoje eu morro, tenho que deixar meu testamento para a . Respirei fundo, juntei toda minha coragem e falei:
- Conheço, uma boba aí né? Que fica ignorando um cara perfeito, por puro medo. É essa? – ele tinha acabado de se declarar para mim, eu não ia cortar e resolvi ser sincera de uma vez.
- Não, a que ele ama não é nenhum pouco boba, você não deve conhecê-la.
Depois dessa eu não aguentei mais, meu coração parecia que ia sair pela boca, e eu conseguia sentir o dele batendo tão rápido quanto o meu, apesar dele aparentar estar bem mais calmo.
- Quando é que você vai parar com essa ladainha e vai me beijar, hein? – eu perguntei rindo, não aguentava mais.
- Eu disse que ela não era boba! – ele disse finalmente encostando seus lábios nos meus.
End Of 's P.O.V.
Capítulo 10
Eu estava comendo brigadeiro com a Sally, ela realmente tinha ficado viciada desde a última vez que eu tinha feito, quando recebi uma mensagem da :
o é tão lindo. *-*”
Mostrei para a Sally.
- Ai, que fofo! Festa de pijama com filmes e brigadeiro hoje na casa de vocês? Todas as meninas?!
- Você vai ficar gorda de tanto comer brigadeiro, Sally, mas vamos sim! Todas não, só a gente. Nada de super modelo tosca.
Sally riu e concordou com isso. Respondi a mensagem falando que a faríamos uma noite de meninas em casa para a .
Chegamos em casa e estava deitada no sofá com o maior sorriso já visto pela humanidade.
- Meninas! Sejam bem vindas!
- Obrigada pela recepção – falei rindo – Tá feliz, hein?
- Muito! – ela soltou um suspiro.
- Nossa, quero saber dos detalhes! – Sally disse sentando – , e o brigadeiro?
- Sally sua gorda, vamos ouvir a história primeiro, depois a gente come brigadeiro - falei rindo.
- Eu faço! – disse levantando e indo em direção à cozinha. Resolvi ir para o meu quarto tomar um banho e colocar meu pijama, enquanto elas faziam o brigadeiro. Quando sai as meninas já estavam de pijama, comendo o brigadeiro e comentando dos atores do filme que estava passando na televisão.
- Tava na hora hein? Que demora! – começou.
- Nem me diga, a ficou aqui se fazendo de difícil e não me contou nada porque ela ia ter que repetir para você... – Sally terminou.
- Ok, aqui estou. Pode começar.
contou tudo com todos os detalhes possíveis.
- Ai, que lindo, o é um amor! – Sally disse – Vocês estão juntos então? Ou ficaram só hoje?
- Acho que a gente tá junto... – ela disse ficando meio vermelha – Ele disse que viria aqui amanhã me ver...
Ficamos zoando com ela e depois de um tempo fomos todas dormir.
Quer dizer, elas foram dormir. Eu não consegui. Estava com CIÚMES. Então você me pergunta “ciúmes do que?”. Ciúmes dela ter conseguido o e o estar por aí com uma loira aguada. Tá certo, eu não tinha por que sentir ciúmes deles. Mas ao saber dos detalhes e de como o e ela estavam felizes eu senti muito, muito ciúme. Eu queria ter um amor assim, mas o meu objeto de paixão está no momento apaixonado.
Claro, pensar nisso foi criando uma bola de neve na minha cabeça, comecei a pensar nos dois juntos. e Serena. Argh! Fui para a sala ver alguma coisa na televisão, para tentar aliviar a cabeça, mas só tinha pornografia disfarçada passando. Pessoas se agarrando, e claro fazendo de tudo. E o que veio na minha cabeça doentia? Eles fazem isso. Vão para a cama e fazem coisas. Perdem-se de paixão. Ele a toca. E ela dorme com ele, e sua pele macia e seu delicioso corpo. Ela pode acordar antes e ficar olhando ele dormir. Minha cabeça começou uma série de cenas imaginando os dois na cama. Era isso, eu estava louca de ciúmes, não podia suportar a ideia de que ele a desejasse. E ver a felicidade de e me fez perceber isso, meu ciúme doentio. Antes eles compartilhavam da minha dor. Agora eu sofro sozinha. E o pior de tudo: eu sentia essa dor não porque alguma coisa aconteceu comigo, mas porque não aconteceu nada. Sentia ciúmes por algo que acontecia entre duas pessoas e não me envolvia de maneira nenhuma. A não ser é claro, o fato de eu amar enlouquecidamente uma dessas pessoas. Preciso de um psicólogo.
Na manhã seguinte, eu acordei antes das duas, apesar de não ter dormido praticamente nada durante a noite. Fui para a cozinha preparar o café quando a campainha tocou. Andei até a porta, olhei pelo olho-mágico e vi um muito sorridente com uma rosa vermelha.
Abri a porta:
- Regra número 1 sobre a – comecei e ele ficou me olhando – ela não acorda antes das dez, a não ser que seja o fim do mundo.
deu uma risada e entrou.
- Tudo bem, meu plano é de fazer café na cama para ela – ciuminho começando a brotar.
- Ai como você é fofo, ! – apertei as bochechas dele – Mas não deixa ela mal acostumada.
- Pode deixar – ele disse indo para a cozinha.
Ajudei a arrumar as coisas, no meio do preparo Sally apareceu e também ajudou a terminar tudo. Quando tudo estava pronto subiu para o quarto da e eu e Sally ficamos conversando lá na sala até o celular dela tocar e ela falar que o estava a chamando para almoçar com ele. Ela me convidou, mas eu recusei prontamente, até parece que eu ia ser vela do casal 20. Sally foi embora e eu me vi sozinha na minha sala, escutando barulhos felizes no andar de cima. Peguei o meu casaco e resolvi sair para caminhar. Ficar ali não ia me fazer bem.
Andei sem rumo e sem prestar atenção de repente esbarrei em uma pessoa.
- Desculpe, eu não estava prestando atenção – falei rapidamente.
- ? – reconheci a voz no mesmo momento.
- ?! – meu coração começou a bater muito rápido, não estava preparada psicologicamente para esbarrar com assim do nada, ainda mais depois do meu ataque de ciúmes doentio da última noite.
- Eu! – ele disse sorrindo – O que você faz aqui pela minha rua?
- Sua rua? – parei para olhar ao redor e realmente, eu estava na rua da casa dele, bem perto mesmo. Até meu subconsciente me leva para o , mas que merda!
– Eu tava andando e pensando, nem percebi que vim parar aqui.
- Pensando muito, hein? Você tá andando desde a sua casa?
- É...
- Muitos pensamentos mesmo, se quiser compartilhar, sou todo ouvidos – ele se virou e começou a andar do meu lado.
“Eu te amo, mas você não me ama” Uhum, vamos começar por isso. “Ontem de noite fiquei imaginando você e sua nova namoradinha sem sal transando.” Acho que essa tá melhor.
- Não, na verdade eu estava pensando em bobagens... – eu precisava ter mais alguém para desabafar sobre o . Mas ele não podia ser essa pessoa.
- Sou o rei das bobagens! Pode falar – ele começou – Mas se você não tiver afim não tem problema, a gente muda de assunto, garanto que eu consigo tirar essas bobagens da sua cabeça!
"Quem sabe se você não fosse a tal bobagem na minha cabeça, você conseguiria, ". Também não falei isso alto. Ao invés, eu simplesmente suspirei e resolvi contar a verdade, até certo ponto. Eu precisava desabafar.
- Só estou meio mal comigo mesma.
Ele continuou calado esperando eu continuar a falar.
- Estou com ciúmes de todos vocês.
- Ciúmes?
- Sim, todos vocês estão felizes e apaixonados no momento. E eu estou triste e sozinha.
- Fala sério, ! – começou – Você não precisa estar com alguém pra ficar feliz.
- O problema é que eu estou afim de um cara... Mas ele definitivamente não gosta de mim.
- Impossível! – ele disse – Ele deve ser um imbecil! Eu conheço?
- Conhece. Ele realmente é um imbecil – eu disse rindo.
- Vou descobrir quem é e dar uma bela surra nele.
- Seria engraçado – eu disse imaginando ele descobrindo mesmo a verdade e se batendo. Não que ele faria isso, mas na minha imaginação tudo é possível.
- Não fica assim, você encontra caras melhores.
- Tenho certeza disso – comecei a rir e me levou até uma sorveteria, passei o resto da manhã com ele.
Gravamos uns mais uns vídeos bobos para o site que ele fez questão de fazer o upload no mesmo segundo e acabamos almoçando juntos. Nem lembrava mais que eu deveria ter apagado o vídeo anterior e inventado uma desculpa. O nosso vídeo do carro já tinha muitas visualizações e agora não adiantava mais apagar. Depois do almoço me acompanhou até em casa e me desejou uma boa tarde.
Entrei em casa, não estava lá, provavelmente tinha saído com . Resolvi ficar na internet, assistindo alguns dos vídeos novos do site, tinha mandados alguns, mas tinha quebrado o recorde 5 vídeos enviados em um final de semana e por algum motivo eu estava em todos eles. Não tinha mais jeito de fazer nenhum deles sumir de lá, então resolvi ficar conversando com as fãs no chat.
Eu já conhecia algumas pelo nome, elas realmente não tinham nada para fazer, estavam sempre online. Era legal conhecer outras fãs deles e ver que existia gente mais louca do que eu. Todas elas me tinham como um ídolo, sério, elas eram praticamente minhas fãs também, só porque eu postava fotos e vídeos em momentos ótimos dos meninos, mas eu tenho certeza que depois que eu postei do vídeo do dançando só de boxer as coisas melhoraram. Atualmente o papo que estava na alta era “ solteiro”. Elas não sabiam da Serena, ainda, e estavam fazendo planos de casamento com de novo. Elas também não sabiam do com a , afinal, tinha começado ontem. Será que elas iriam odiar a ? Bem, eu sempre poderia fazer chantagem... “Parem de falar dela que eu posto o dançando sexy bitch” ou algo do gênero. Ou então elas poderiam gostar da por associação, elas gostam de mim, e a é minha amiga, logo ela deve ser legal. Outra ideia seria a falar antes que tá com o aí depois elas descobrem da Serena, e o ódio vai ser todo transferido para a última, com todo meu apoio. Eu não presto.
Deixei escapar, no meio da conversa, que tinha feito um vídeo de manhã com o , eu não pretendia postar ele agora, porque já tinham vídeos demais meus com o naquele site. Só que obviamente eu não resisti à pressão, acabei colocando ele online. No vídeo aparecia eu e o , fazendo mímica e brincando, no meio do parque que separava nossos bairros. Claro que depois disso ocorreu uma enxurrada de perguntas “OMG, você tá ficando com o ?” e coisas do gênero. Apesar de eu dizer que não estava com nenhum e que ele era só meu bom amigo algumas delas começaram essa teoria da conspiração, de que eu estava com o desde o começo e que eu roubei ele da namorada. Outras estavam achando que ele terminou com ela porque se apaixonou perdidamente por mim e que eu não tinha culpa por ser legal. Eu particularmente gostava mais dessa. Mas todas elas realmente acreditavam que eu estava com ele. Tinham umas já me odiando, e outras que estavam “super a favor”. Não adiantou nada eu tentar falar que eu não estava com ele, elas simplesmente não acreditavam no que eu dizia. E usavam todos os vídeos postados por ele como evidencia. Falavam da nossa troca de olhares em sugar e das piadas íntimas nos outros vídeos. Resolvi sair antes que as coisas piorassem. Apesar de que no fundo no fundo eu estava adorando viver essa vida que elas descreviam. Enquanto eu descia as escadas, escutei meu celular tocar.
- Alô?
- ? – era .
- Oi amore, diga!
- Qual foi o motivo de todos os tablóides estarem falando que existe um suposto caso entre você e o ? – cai na risada. Meu Deus, eles são rápidos.
- Eu postei um vídeo que eu gravei com o hoje de manhã... E ele postou vários comigo esse final de semana – comecei – Aí as meninas que estavam online começaram a achar que eu estava com o , eu comecei a negar, quanto mais eu negava, mais elas achavam que era verdade.
- Ahhh, por isso que eles dizem que “apesar de negar os fatos”.
- Onde você tá? – eu perguntei.
- Tô no trabalho, esqueceu que eu tomo conta da publicidade, meu amor?
- Ah é... Me digaaaa, como foi o café na cama, hein?
- Muito bom. – eu tenho certeza que ela deve ter ficado muito vermelha – querida, você vai ter problemas, eu acho.
- Por quê? – perguntei
- Estou vendo uma Super modelo desfilar aqui para dentro da minha sala com uma cara de raiva, provavelmente ela lê os tablóides – disse começando a falar em português no meio da frase, pelo visto, a Serena estava lá dentro.
- Ela deve ficar procurando o nome dela no Google o dia inteiro... E agora que está com o deve jogar o nome dele também.
Nós duas começamos a rir.
- Amor, a gente se fala depois então – ela disse em inglês, provavelmente para despistar a Serena.
- Amor, é? Tá me achando com cara de ? – falei brincando – Quando você chegar em casa a gente se fala! Beijos.
Desliguei o telefone e fui ver televisão.
Capítulo 11
Desde aquele dia todas as pessoas do universo estavam achando que eu estava escondendo meu caso com o . Até mesmo depois dizer que nós não tínhamos nada, a coisa continuou na mesma, se é que não piorou. A única coisa legal disso tudo era ver a cara de irritada que a Serena fazia sempre que ela via alguma coisa online de fãs que apoiavam o casal “ & ”. e aproveitaram o momento de bagunça e deixaram sair na internet que estavam juntos, mas as pessoas estavam tão ligadas na conspiração do momento que nem ficaram com raiva da , ao contrário, muita gente estava bem a favor. Serena estava meio irritada, na verdade, ultimamente ela estava sempre irritada, com o fato do não falar para todos “eu não estou com a , eu estou com a Serena.” A desculpa dele era que estava tudo muito recente com a ex, e ele queria dar mais um tempo para ela. E ela sempre respondia com algo do gênero “ela já está achando que você está com a mesmo, qual a diferença?” e ele sempre respondia falando “ela não vai acreditar em tabloides.”
Mais algumas semanas se passaram e tudo continuava na mesma, faltavam cinco dias para a nova turnê começar e isso estava deixando todas as namoradas estressadas. Afinal, eram dois meses inteiros sem ver os seus respectivos amores. Eu era a única não estressada, estava indo na turnê com todos eles, para ficar fazendo webcams do meio dos shows e coisas diferentes para o site. Adoro meu trabalho. resolveu assumir o seu namoro com a Serena nessa mesma semana, pois ela tinha ameaçado terminar com ele se ele fosse para uma turnê como se estivesse solteiro e com todas as pessoas achando que eu era o novo caso dele. Ele falou pela webcam do site no meio do chat que estava realmente namorando e apresentou a Serena. O ódio foi instantâneo. Foi pior do que qualquer pessoa possa imaginar. Claro, eu sabia disso pela , que me mantêm antenada sobre o que era falado nos blogs e coisas assim, esse tipo de informação não chegava aos ouvidos deles, sabe como é, vamos evitar mais estresse. Mas é claro, isso me deixou feliz, não fui a única a odiar ela de cara. E todo mundo que antes achava que eu tinha um caso com o e nos apoiava como casal ficava fazendo comparações e mostrando como o devia estar comigo e não com ela. Haha amo essa gente. Eu achei a coisa mais engraçada a decepção das meninas que achavam que eu estava com o . Tinham até pessoas torcendo para largar a Serena e ficar comigo, lindo não? Obviamente, tudo isso não ajudou minha relação com a Serena, não que eu fizesse questão se ser amiga dela, mas eu tinha que fingir tentar pelo menos. Ela tinha um ódio mortal de mim agora por todos os motivos, porque eu conheci o antes, porque tinham achado que eu era namorada dele, porque tinha gente que tinha achado isso “natural”, e acima de tudo porque eu estaria na turnê e ela não.
- , fala sério, são dois meses! – Serena começou – Eu não vou aguentar!
- Esqueceu-se da nossa regra? Três meses, um minuto a mais e eu volto ou você vai pra onde eu estiver.
- Ah, eu vou cancelar esses desfiles e vou com você!
- Você sabe que eu nunca cancelaria um show para ir com você para um desfile! – ele disse – Então não faça isso também.
- Se você não quer que eu vá é só falar – ela começou a reclamar, virou e saiu.
, claro, foi atrás e eu continuei conversando com a em português. Nossa desculpa era “temos que praticar nosso português para não esquecermos.” Até parece. A gente queria era falar da Serena, que havia sido apelidada carinhosamente de aquela-que-não-deve-ser-nomeada-com-@-no-twitter. Uma fã brasileira tinha inventado isso, depois dela ter falado mal da Serena por algum motivo completamente plausível em minha opinião, em português, a Serena ter visto, jogado no Google tradutor e ido reclamar com o . É ela faz essas coisas. “Ela tem que aprender a conviver com isso”. Foi o que o falou. Eu ri. Afinal, ele era objeto de desejo dessas menininhas e sinceramente, o não ia trocar uma super modelo que vai fazer tudo que ele quiser na cama, por uma menina de 14 anos que não. Não tinha porque ela ficar reclamando de tweets de meninas do outro lado do globo.
Eu estava muito feliz, porque estaria em todos os shows da turnê, sem falar que ia ficar o tempo todo com eles. Já estava acostumada, mas mesmo assim, às vezes ainda sentia que tinha ganhado uma promoção mundial e me sentia a pessoa mais sortuda do universo. não ia à turnê também, estava resolvendo uns problemas relacionados ao mestrado dela. Sally estava com uma peça em cartaz, também não ia. Era só eu, o Jimmy, o meu assistente gatinho, os meninos e o mundo.
Um dia antes da viagem, nós resolvemos ir a um bar com karaokê para a despedida.
e estavam grudados de um jeito que parecia que ele estava indo para a guerra e nunca mais voltaria a vê-la. e Sally estavam mais tranquilos, eles namoravam desde sempre, ela já estava acostumada a ligar para ele todas as noites, mas claro estava aproveitando bem as últimas horas antes de a turnê começar. tinha terminado com a namorada há alguns dias e estava na dele, eu estava conversando com ele e nós decidimos ir cantar um pouco afinal era um bar de karaokê e nós já tínhamos bebidos o suficiente para zuar. No meio do caminho para o palco, foi parado por uma fã, e ficou por lá, ela era gatinha. Eu subi sozinha e fiquei escolhendo a música que iria cantar.
Falei no microfone para o moço colocar qualquer uma. Eu cantaria qualquer coisa. Quando os primeiros acordes de Mr.Brightside começaram a tocar eu me animei e comecei a esperar a hora de começar a cantar. Eu não sou uma ótima cantora, mas pelo menos eu canto certinho. Eu estava animada cantando e pulando no palco, até que vi e Serena, estavam se agarrando. Nada bom para minha sanidade. Resolvi modificar um pouco a música e continuei a cantar:
“But she's touching his chest now
(Mas ela está tocando seu peito, agora)
He takes off her dress now
(Ele tira o vestido dela, agora)
Let me go
(Me deixe ir embora)
And I just can't look it's killing me
(Porque apenas não posso olhar, está me matando)
And taking control
(E tomando controle)
Jealousy, turning saints into the sea
(Ciúmes, jogando santo no mar)
Swimming through sick lullabies
(Nadando por canções de ninar doentes)
Choking on your alibis
(Sufocando em seus álibis)
But it's just the price I pay
(Mas é apenas o preço que eu pago)
Destiny is calling me
(O Destino está me chamando)
Open up my eager eyes
(Abra meus olhos desconfiados)
'Cause I'm “Ms.” Brightside”
(Porque eu sou “a Sra.”Otimismo)
Quando a música acabou, obviamente, somente a percebeu o motivo de eu ter trocado todo senhor por senhora, e claro era a única que percebeu que eu estava mesmo com ciúmes. Então, eu vi ao longe Anne. Sim, ANNE, a ex-namorada do , aquela que ele trocou pela amiga da Serena, que foi trocada pela Serena. Meu deus, esse não presta. Enfim, ela estava lá. Assistindo tudo. Eu fingi que não tinha visto e chamei a para cantar comigo. Ela subiu no palco e disse para todos se prepararem para o nosso show. Escolhemos “Do you want to” do Franz Ferdinand. Fizemos nossas poses e começamos:
(Quando eu acordei esta noite eu disse)
I'm gonna make somebody love me
(Eu vou fazer alguém me amar)
I'm gonna make somebody love me
(Eu vou fazer alguém me amar)
And now I know, now I know, now I know
(Agora eu sei, agora eu sei, agora eu sei)
I know that it's you
(Agora eu sei que é você)
You're lucky, lucky
(Você é sortudo, sortudo)
You're so lucky!”
(Você é tão sortudo))
Serena não estava gostando do nosso showzinho, afinal eu apontava para às vezes e ela é muito possessiva. Ok, vai ver eu falar "lucky lucky you’re so lucky" olhando diretamente para o não tenha ajudado, mas eu sempre tinha a desculpa de que ele era sortudo por ter ela. Ha há, eu já disse que não presto, né?
Depois disso, Sally e Serena resolveram cantar conosco e elas escolheram a música. Hot da Avril Lavigne. Fazer o que né? Cada uma de nós cantava uma frase da música. Serena não sabia cantar. Tipo, não que eu fosse uma tenor de ópera, mas eu era até afinadinha, a menina era um desastre dançando e cantando. Pelo menos era bonita. Haha, ok não vou repetir que eu não presto aqui. Eu estava achando o máximo cantar só as partes sacanas da música.
A música acabou, já tínhamos chegado na Avril mesmo, cantei Girlfriend, junto com a Serena. Sim, nós duas. Cantando juntas. Foi uma cena engraçada, sempre que ela falava “I could be your girlfriend” eu falava “no way, no way” e isso estava escrito na tela, ela não podia reclamar de nada. Haha. Ok, vocês já sabem, eu não presto. Mas depois dessa pequena disputa no palco, ninguém imaginaria o que aconteceu. Serena achou que tinha tido sucesso ao cantar a música comigo, e foi sentar e eu continuei no palco, para escolher outra música. E QUEM sobe no palco? ANNE. Pois é.
- canta uma comigo? – ela disse sorrindo docemente.
Como eu estava bêbada e a fim de ver a cara do , eu concordei prontamente.
- Claro! – olhei para que deu uma risada e todos nós olhamos para , que estava em estado de choque.
A música escolhida foi Corrupted. É, a do McFLY mesmo. Ela começou:
Batendo na sua porta,
Então, por que você me deixaria entrar?
Caindo pelo chão,
Mergulhando muito profundamente,
Por debaixo da sua pele.
Então foi minha vez, nós tínhamos combinado que eu só cantaria o refrão.
Tão rápido que às vezes você perde o controle,
Isto pesa na sua consciência quando você alimenta,
mas todo mundo precisa comer,
Eu sou demais para você?
Porque você é muito pra mim,
Ainda desejando ser corrompido.
Serena, estava cochichando alguma coisa no ouvido de , provavelmente perguntando qual era o meu problema. Eu também não sei. Mas eu estava gostando de cantar. Fazia tempo que eu não ficava de bobeira cantando alto McFly.
Anne começou a cantar mais uma vez.
de que está tudo sob controle,
Uma pedra que podemos quebrar,
Mas é isto que nós queremos?
Porque podemos ter pulado o ódio,
Eu sei que isso é tão bom,
Cometer o mesmo erro (erro, erro)
Cantei o refrão mais uma vez e continuei analisando toda a cena.
Anne saiu do palco com o microfone e foi para perto de e Serena e começou a parte dela.
O conto de fadas se tornou distorcido e podre
A inocência foi toda violada
Como é que nós nos metemos nisso?
Eu ainda estava no palco. Mas dessa vez quem cantou o refrão não fui eu. tinha pegado o microfone se levantou e veio seguindo Anne, que voltava para o palco, chegando lá cantou o refrão olhando diretamente para ela.
Tão rápido que às vezes você perde o controle,
Te pesa na consciência quando você alimenta,
mas todo mundo precisa comer
E lá estava ele, fazendo Anne ficar roxa de raiva com a música que ela havia escolhido. Para quebrar a tensão, eu cantei a segunda parte do refrão junto com ele e terminamos a música juntos no meio de gritinhos de algumas fãs que estavam no local.
Anne simplesmente saiu do palco bufando. Serena subiu e perguntou:
- O que foi isso?
- Isso, foi a ex dele – eu disse.
Ela ficou calada enquanto ainda olhava para Anne que estava saindo do Pub.
A tensão era tão grande que poderia ser cortada com uma faca. Decidi sair do palco para relaxar um pouco. Serena e sumiram por um tempo. Eu fiquei bebendo com o pessoal na mesa, pouco tempo depois, eles voltam. Serena estava feliz. Provavelmente o tinha seduzido ela com o corpo. Eu aceitaria ser seduzida por ele também. Estou bêbada. Acabei de ter certeza, tenho que manter minha boca fechada.
- ! – me chamou – Vamos cantar comigo?
- Ah, eu já cantei muito hoje, – e eu estou bêbada, não respondo pelos meus atos no palco. Pelo menos por enquanto eu estou só pensando bobagens, ainda não estou agindo.
- Só umazinha! – ele fez uma cara impossível de se resistir se você estiver apaixonada por ele. Em outro caso seria facilmente ignorável.
- Ok, uma só – me rendi, sou uma bêbada apaixonada, fazer o que? – Qual vai ser?
Ele se virou para Serena.
- Escolhe uma música aí, amor.
Esperei ansiosamente ela escolher alguma música que falasse de como o é gostoso e como eu era uma lésbica louca. Mas graças a Deus ainda não existe música assim, ela ficou sem opção e resolveu que nós devíamos tentar a sorte selecionando o modo aleatório. Já falei que eu sou muito azarada? Pois é, a pior música possível vai aparecer lá, CERTEZA.
Eu estava torcendo para aparecer alguma coisa como YMCA, ou It's raining men. Sabe como é, músicas inofensivas. Mas qual música aparece? Everything do Michael Buble. Lindo, maravilhoso, era TUDO que eu precisava. cantando comigo, uma música que o cara fica se declarando loucamente para a mulher. E do jeito que ele gosta de fazer interpretações de papel - descobri isso com Sexy Bitch - eu provavelmente seria a mulher desejada. E, obviamente, isso não me faria bem. Pensei tanto que, quando percebi, a música já estava começando.
olhou para mim e eu só pensei “Merda, tenho que ser forte”. Ele deu uma piscadinha totalmente sexy, olhou para mim e começou.
(Você é uma estrela cadente, você é o carro da fuga)
You're the line in the sand when I go too far
(Você é a linha na areia quando eu vou longe demais)
You're the swimming pool on an August day
(Você é a piscina num dia de agosto)
And you're the perfect thing to say
(E você é a coisa perfeita para se dizer)
Respirei fundo e cantei minha parte, olhando para frente.
(E você se faz de tímido, e é meio que engraçadinho)
Ah, when you smile at me you know exactly what you do
(Oh, quando você sorri para mim, você sabe exatamente o que faz)
Baby, don’t pretend that you don’t know it’s true
(Baby, não finja que você não sabe que é verdade)
Cause you can see it when I look at you
(Porque você vê quando eu olho para você)
Percebi a Serena me olhando de um jeito maligno, me afastei e continuei olhando para frente.
(E nessa vida louca, e por esses tempos malucos)
E ele começou a parte dele olhando no fundo dos meus olhos.
(É você, é você, você me faz cantar, você é cada frase, você é cada palavra, você é tudo)
Ele deu uma risada quando mostrei com o olhar o ódio puro que estava jorrando das orelhas da Serena. Ele percebeu e resolveu olhar para ela um pouco. Eu imagino, querido, como deve ser difícil olhar para a Serena quando eu, Sedução total, estou na sua frente. Ok, eu vou parar de beber. Cantei minha parte mais uma vez e continuou perto da Serena e cantou olhando para ela no fundo dos olhos. O que me deixou louca de ciúmes.
(E eu não posso acreditar que sou seu homem)
And I get to kiss you baby just because I can
(E eu te beijo meu amor só porque eu posso)
Eu interrompi e cantei mais uma vez, eu estava louca de ciúmes, não o quero se declarando para outra enquanto canta comigo. Sou possessiva.
(O que quer que venha no nosso caminho nós perceberemos)
E ele virou para mim e terminou a estrofe:
(E você sabe que é isso que nosso amor pode fazer)
Cantamos a última estrofe juntos, quero dizer, ao mesmo tempo sabe? A única parte que ele falou sozinho foi “you’re every song” e eu respondi “and I sing along” e depois continuamos cantando juntos. Essa parte foi legal, minha mente doentia viajou imaginando um mundo paralelo no qual ele realmente escreve todas as músicas para mim. Recebemos muitos aplausos do pessoal que estava no bar. Decidi que já estava bom e eu não ia mais cantar. subiu junto com para cantar You’re the one that I want. Foi bem engraçado. O papo da mesa era Anne. Mas estávamos todos muito bêbados para poder tirar conclusões plausíveis. Isso seria assunto na viagem amanhã. Um pouco depois, foram todos para suas respectivas casas e me acompanhou até em casa. , obviamente, foi dormir com , sabe como é, iam terminar de se despedir, provavelmente na cama. Eu já disse que eu não presto muitas vezes hoje né? Pelo menos alguém vai se dar bem nessa noite.
Capítulo 12
Eu normalmente não gosto de viagens de carro, mas dessa vez era diferente, era uma TURNÊ. Pois é, eu estaria em turnê como se fosse um integrante da banda. Junto com o meu objeto de paixão e mais três amigos. E dois assistentes, Jimmy, que era meu assistente e Lucas, que era assistente do Jimmy e meu assistente por tabela. Eu já havia visto o Lucas umas duas vezes e, enquanto estava colocando as malas no ônibus, me dei conta de que não conhecia o Jimmy. Eu sempre me referia a ele como meu assistente gatinho, mas nunca tinha visto o ser. Jimmy trabalhava no site também, mas eu só havia falado com ele por telefone e por chat. Que estranho. Eu não fazia ideia de como ele era. O que é um problema, ele vai com a gente, para fazer as mesmas coisas que eu, e eu não sei como ele é. Devia ser um cara estranho, esse apelido Jimmy sempre é de pessoas estranhas. Se ele fosse um bonitão galã de novela, provavelmente chamariam ele de James, bem mais másculo. Ele devia ser um nerd ou algo do gênero. Nada contra nerds, adoro nerds. Mas ele tinha voz de um cara bonitão. Apesar de eu apostar que ele era feio.
Decidi ignorar isso e esperar o cara chegar, tenho isso de ficar imaginando qualquer pessoa e depois fico, “nossa, mas você não parece nenhum pouco com o que eu imaginava”. Como se a pessoa tivesse a obrigação de ser como eu imaginava que ela seria.
Eu estava sentada no meio fio com meu IPod no ouvido escutando música alta enquanto os meninos se despediam de suas namoradas, eu já tinha dado tchau para todas, mas quis ficar lá fora, passaria muito tempo dentro daquele ônibus; já estava lá dentro, afinal não tinha mais ninguém para dar tchau.
Eu continuava sentada lá fora olhando a cena. Serena estava chorando loucamente, estava prometendo ligar a cada três horas. Obviamente não faria isso. Até parece. Conheço bem ele e sei que não vai ligar. Para minha surpresa, Serena parece conhecer ele bem também; Ela disse isso que eu acabei de pensar, e ele começou a rir. Resolvi parar de me torturar me imaginando no lugar de Serena, com um todo apaixonado dizendo que ia me ligar todas as noites, e que dedicaria músicas para mim nos shows.
Decidi que era hora de levantar, fui dar mais um abraço na que estava rindo de alguma piadinha que o havia contado para ela não chorar. Ela me abraçou e começou a chorar. Ops. me olhou com uma cara “porra, eu quase consegui fazer ela não chorar e você estraga tudo”. É, tirei tudo isso do OLHAR dele.
- Ah não, você também vai, eu tinha esquecido! Como vou sobreviver sem você? A gente tá sempre juntas!
- Não sei como você vai viver sem mim – falei rindo – Se você estiver prestes a morrer, pede ajuda para a Sally que ela me liga e eu te salvo.
- Vocês dois - ela disse apontando para o meu nariz e para o de – Tratem de não morrer, ok?
- Vamos tentar! – disse e deu um selinho nela – Para de chorar.
- Acho bom! – ela disse e puxou nós dois para um abraço pelo pescoço.
- Jiiimmy! – gritou – Até que enfim, dude. A gente tava quase saindo sem você!
Ao ouvir o nome, me virei e a cara de besta que eu fiz só foi percebida por e .
O cara era um deus grego. Sem brincadeira. Sabe aqueles homens que todo mundo para de andar e vira o pescoço? Pois é. Alto, forte, olhos lindos e brilhantes. Eu disse antes que Jimmy era apelido de gente estranha? Acabo de retirar isso, aceito um Jimmy desses para mim. Ele lembrava um pouco o . Perfeito, eu posso totalmente me apaixonar por ele e esquecer o de vez. Será que ele tem namorada?
- Ele não tem namorada, parte pra cima, gata! – falou em português lendo minha mente e me acordando do transe.
- Sério? Como você sabe?
- Eu sei de tudo – ela apontou o dedo para a cabeça.
- Sabe, vocês podem até estar falando aí em português e blá blá, mas eu sei que vocês estão falando do Jimmy ali –Dougie apontou discretamente para Jimmy.
- Ok, é dele mesmo, e o senhor não vai falar nada sobre isso, certo? – fuzilei ele com o olhar.
- Eu não sei do que vocês estão falando – disse rindo e fazendo uma cruz sob o coração como juramento.
Voltando ao deus grego Jimmy. Ele veio falar comigo.
- Então finalmente nos conhecemos!
- Olá, Jimmy! – ele definitivamente não tem cara de Jimmy. Viu?! Ai, sempre frustro minhas expectativas – Finalmente nos conhecemos – estendi a mão para cumprimentá-lo.
- Ah, esse aqui é o Lucas – ele disse abrindo espaço para Lucas aparecer – Vocês já se conhecem, certo?
- Sim. Tudo bom, Lucas? – não me detive muito nele, eu tinha um Deus grego na minha frente, não ia ficar falando com um semi-Deus qualquer. Só para constar, o Lucas é bonitinho. Mas não é igual ao Jimmy, ou ao . Merda! Olha o voltando pro pensamento.
- Tudo ótimo! – ele disse me cumprimentando e depois saindo junto com Jimmy para falar alguma coisa com .
Eu aproveitei para começar uma discreta vistoria nele. No Jimmy, claro.
O cabelo dele era lindo, parecia ser muito macio, e era muito bem cortado. Ele estava usando uma blusa com mangas enroladas, o que deixava entrever os antebraços musculosos que eu queria tocar. E ele tinha pernas simplesmente fantásticas. Jimmy estava cumprimentando Serena agora, que também tinha ficado abalada com a beleza do deus grego. Mas ela tinha o , que era mais gostoso que o Jimmy, fácil. Merda, olha o aí de novo! Como eu posso tentar me apaixonar pelo Jimmy se o cafajeste do não deixa minha mente em paz?
Não ia ser ótimo, comecei a divagar, se eu e Jimmy nos apaixonássemos? E ele ficasse sempre junto comigo no trabalho, e que Serena traísse o ... E ele descobrisse que no fundo me amava e me implorasse para deixar Jimmy? Se eu dissesse alguma coisa horrível para ele do tipo “Eu sempre te amei , mas isso é passado, no presente eu amo o Jimmy”.
Eu estava chegando na melhor parte da minha divagação, ia tentar bater em Jimmy, que ia agarrar pelo braço e falar cheio de pena, algo assim: “Cara, ela não te ama mais, supera isso.” Quando, de repente, passa a mão na frente do meu rosto.
- Acorda, menina!
- Hum? O quê? – percebi Jimmy entrando no ônibus e que não tinha mais ninguém lá fora.
- Entra logo senão você fica, e trate de me mandar um e-mail dizendo o que você estava pensando.
Dei um beijo na bochecha de e corri para dentro do ônibus.
Sentei em uma das cadeiras, os meninos estavam conversando bobagens, botei meu fone no ouvido e disse que ia dormir um pouco. Fechei os olhos e voltei para meus devaneios, dessa vez ao som de John Mayer.
Acordei alguns minutos depois do cochilo, veio conversar comigo e ficou reclamando que estava com saudade da ; Fofo, mas muito chato.
- Ai , não faz nem três horas que a gente saiu de Londres! – comecei a falar – Se ela pegar o carro, ela alcança a gente ainda. Deixa de frescura. Olha ali o e o , super tranquilos – apontei para os dois que estavam numa partida de vídeo game.
- Ah, o só sente saudades da mãe dele – fez bico – E o já tá acostumado, além do mais, a Sally sempre acaba aparecendo nas turnês.
- Nossa, ! Quanta negatividade. Claro que o vai sentir falta da namorada dele.
- Que nada, , você é minha amiga, posso ser franco, não é?
- Claro – falei ficando muito curiosa com o que viria a seguir.
- O não tá apaixonado pela Serena. Isso você deve saber – ele disse como quem não quer nada. MAS PARA TUDO, como assim ele NÃO TÁ APAIXONADO? Ok, respira, faz cara de paisagem e continua balançando a cabeça positivamente pro continuar.
- Então, ele teve muito desejo pela Serena, e eu acho que essa relação dos dois é só baseada em sexo mesmo.
Eu fiz uma cara de besta.
- Como assim, ? Eu sempre achei que os dois se amassem loucamente.
- Talvez ela ame o , mas ele... – parou e deu uma olhada para , que continuava se divertindo no vídeo game – Enfim, eu já vi o apaixonado uma vez e posso jurar que ele não está nem um pouco apaixonado. Ele gosta da Serena, mas acho que tudo aquilo que ele falou antes era só obsessão.
Pessoas, a turnê nem começou e eu já estou tendo todas essas revelações!
- Nossa. Ele me enganou bem. Eu sempre achei que ele fosse louco pela Serena.
- Ele tem isso mesmo, mas se você algum dia vir o apaixonado, vai ter certeza que isso que ele faz com a Serena é só encenação.
- Hum.
- Enfim, agora me diz, o que a senhorita estava pensando do Sr. Jimmy ali, hein?
- Ah, a não tá aqui e você quer fazer o papel dela?
- Sempre! Fiquei curioso também.
Eu não ia falar para ele do filme inteiro que eu tinha planejado ser estrelado por mim, a jovem donzela apaixonada renegada, que depois volta triunfante com um Jimmy gostosão a tira colo para desdenhar do prato que não comeu. Falei a verdade até certo ponto.
- Eu achei ele muito gostoso – falei assim mesmo, curta e grossa, se o queria ser a minha , ele teria que aguentar uma dessas.
Ele caiu na risada.
- Para de rir, se não vão querer participar da nossa conversa super interessante.
- Você ficou cinco minutos desligada do mundo imaginando como ele é gostoso?
- Não necessariamente, eu estava imaginando ele caindo aos meus pés e tal... – comecei a rir.
Continuamos nossa conversa com várias piadinhas no meio até que resolveu que queria se juntar a nós. Eu não queria falar para ele que eu tinha achado o Jimmy muito gostoso e coisa e tal, mas eu não tinha desculpa. E ele fez um olhar de cachorro que caiu da mudança. Super fofo, não resisti. Cara, esse homem sabe usar seus atributos a seu favor.
- Tá, mas você não pode falar isso para ninguém. Fica só entre nós três.
Ele concordou mudo.
- Ok, eu achei o Jimmy muito gostoso, e estava aqui fazendo planos com o de como pegar ele – ficou sério – Não que isso vá acontecer agora e tal... Mas quem sabe num futuro próximo.
Porque eu estou me justificando? Só porque ele me olhou sério? Ele tem que parar de ter esse efeito sobre mim.
- Muito próximo se ela seguir os meus conselhos – disse rindo.
continuava sério. Olhou para trás, analisando Jimmy.
- Não acho ele tão gostoso assim.
Isso seria ciúme? Meu estava com ciúmes? Que lindo! Talvez fosse ciúme de amigo. Merda. De qualquer forma era cute.
- , ele não é tão gostoso quanto você, – eu falei sem querer era pra eu ter apenas pensado nisso, para contornar a situação acrescentei rapidamente – ou quanto o aqui – viram aí a jogada de mestra? Elogiei ele, mas ele não acha que estou perdidamente apaixonada, e vou melhorar ainda – Mas ele está disponível e faz muito o meu tipo.
Ele ficou sem argumentos. Pelo menos eu achei que ele ficou, já que não falou nada.
- Ele tem cara de cafajeste – disse.
- Opa, agora eu devo ficar preocupada.
e me olharam curiosos.
- Ué, vocês não sabem que pessoas parecidas se reconhecem mais facilmente?
conseguiu processar a ideia no mesmo momento e caiu na risada. ficou calado por um minuto pensando e então entendeu.
- Ei, eu não sou um cafajeste, sou só um cara incompreendido em busca do amor.
- Aham, pelo menos você achou o amor agora, né? – eu não presto, eu não presto, eu definitivamente não vou pro céu.
- O que você quer dizer com isso? – ele perguntou. estava praticamente rolando no chão de tanto rir.
- Ué, com a Serena – eu disse como quem não quer nada.
- Ah, isso, é, isso mesmo – ele disse rapidamente.
Bobinho você me enganou bem, agora eu sei que você não ama a modelo. Pobre Serena. Senti uma peninha dela agora, eu tinha raiva dela antes porque achava que ele realmente a amava. Mas pelo visto, estava certo. Decidi parar por aqui a conversa, não ia continuar mexendo na ferida. Isso podia ser depois. Eu tinha um Jimmy para seduzir agora. E depois de saber que o meu não amava a Serena, eu fiquei bem mais confiante.
Capítulo 13
Já estávamos na turnê há mais de duas semanas e eu não tive nenhum progresso no quesito Jimmy. Eu conversava muito com ele, mas nada muito sério, éramos somente bons amigos. Minha sina, isso de ser amiga. Até que deu a ideia perfeita.
- Hoje, depois do show, vai ter festa – ele me disse antes de entrar no palco – Se prepara psicologicamente.
- Me prepararei – disse rindo – Hoje eu o seduzo totalmente – parei de piada e liguei a câmera – Diz “oi” para todo mundo que está te vendo nesse exato momento no Super City.
- Oi, galera! – ele deu um sorriso. Jimmy estava logo atrás de mim no chat e falou alto.
- , a tá online, manda oi para ela.
Antes que o pudesse falar, eu virei a câmera para mim.
- OI, ! – e caí na risada. Ela devia estar me xingando loucamente por ter gritado isso para o mundo todo.
- Ela tá te xingando aqui, .
- Eu imaginei – voltei a câmera para .
- Oi meu amor, vou te ligar depois do show, ai você pode xingar a de todos os nomes que você quiser para eu passar o recado – ele disse todo engraçadinho, e mandou uma beijo para a câmera. Ai, como eu adoro o e a . Sou muito besta. – Então galera, espero que vocês gostem do show, a vai fazer vários flashes e se vocês convencerem ela ou o Jimmy, podem até ver músicas completas.
- Porra, – Jimmy xingou lá de trás, provavelmente uma enxurrada de pessoas estava enchendo o saco dele nesse exato momento.
apareceu correndo e fez uma pose para a câmera esperando que eu tirasse uma foto ou alguma coisa do gênero.
- , isso é uma webcam pro site, eu não to tirando foto.
Ele saiu da pose.
- Ah, me enganou! – disse e colocou o ponto no ouvido – Curtam bastante ai, espero ver alguns de vocês nos outros shows da turnê! – falou olhando para a câmera – Tá na hora de arrasar.
e chegaram, os quatro se abraçaram e gritaram. Antes de entrar todos me deram um beijo na bochecha e um tchauzinho para a câmera.
Deixei a câmera no tri-pé e fui me sentar ao lado do Jimmy. Tínhamos decidido deixar o show rolando inteiro na webcam. Diz aí se a gente não é muito legal? Fiquei sentada ao lado dele assistindo ao show, até que ele desligou o computador e puxou conversa comigo.
- Esse tinha que falar que ia ser culpa nossa se os fãs não pudessem ver todas as músicas?
- Pois é! Ele quer fazer a gente virar vilão – eu disse percebendo que That Girl ia começar a tocar – Adoro essa música.
Jimmy deu um sorriso lindo, e eu lembrei da festa pós show.
- Você vai para a festa que vai rolar depois do show?
- Não sei, o tava me enchendo o saco para ir, diz que vai ter muitas gatinhas e não sei o quê – Se eu não soubesse que o estava do meu lado eu ficaria bem estressadinha, como assim falar de OUTRAS gatinhas, quando euzinha aqui, estava tentando pegar o deus grego?!
- Não sei quanto às gatinhas, mas tomara que tenha muitos gatões.
- Ih, você não vai ver nenhuma novidade – disse ele fazendo mistério.
- Como assim?
- Os caras mais gatos estão andando com você 24 horas por dia, ninguém pode superar isso.
Eu caí na risada.
- Quer dizer que o senhor acha o Mcfly gato é? – ergui uma das sobrancelhas.
- Mcfly? – ele se fez de desentendido – Eles são bonitinhos, mas eu estava falando de mim mesmo.
Nossa! Convencido nada. Ok, ele tem TODO o direito de saber o quanto ele é gostoso, mas espalhar assim para todo mundo é muito convencimento.
- Convencido você, hein?
- Que nada, só estou relatando o óbvio – deu um sorrisinho engraçado – Mas relaxa a gente também não vai ter tanta novidade assim, você é a garota mais gata que rola nessa turnê, logo, se você estiver na festa, pelo menos uma gata já tem.
OPA, PARA TUDO. Isso foi uma cantada? Haha! Eu pego ele hoje.
- É eu sei – eu disse passando a mão no cabelo.
- Convencida você, hein? – ele disse fazendo uma voz fina para tentar me imitar.
- Que nada, só estou relatando o óbvio – imitei e caí na gargalhada.
Continuamos nossa troca de flertes até o fim do show, foi o primeiro a sair do palco e nos viu morrendo de rir.
- Qual a graça, hein? – disse entrando no meio da conversa e me olhando com cara de curiosidade.
- Nada de mais – falei olhando com cara de danada.
Ele levantou a sobrancelha com cara de superior e saiu rindo. Eu terminei o papo com o Jimmy e disse que o encontraria na festa. Depois sai correndo atrás do , que estava no camarim com o . Abri a porta do camarim e quase morri, estava todo suado e sem blusa, secando o rosto com uma toalha. Ele estava TOTALMENTE sexy. Eu fiquei meio sem palavras até. Acho inclusive que congelei por uns segundos. , seu gostoso, tira essa calça e se joga em mim. Consegui acordar do sonho sem deixar transparecer.
Acho. me viu parada na porta e veio falar comigo.
- Tá seguindo o plano direitinho, hein?
- Hã? Como assim? – eu estava desvairada, parecia fazer todo o movimento de secar o cabelo em câmera lenta só para me provocar. Mas claro, ele só estava em câmera lenta na minha cabeça. E só me provocava na minha cabeça. Oficialmente, eu te detesto cabeça, como você pode fazer isso comigo sempre?
- Eu vi você lá, super cheia dos papos com o Jimmy, "deus grego" – ele disse as últimas palavras levantando a mão para fazer aspas no ar. pegou o costume de chamá-lo de Deus grego, porque eu só chamava o Jimmy assim em nossas conversas. E eu fazia isso só porque deixava o com ciúminho.
- Vai ser hoje, , hoje! – falei pulando – De hoje não passa.
- Ui, que medo, hein? – ele se virou e foi atrás de uma toalha para ele.
- , amore, você lembra de como a te fazia babar sempre?
- Ela ainda faz isso, e olha que ela nem tenta.
- Pois é, na verdade isso é um dom. Ela me ensinou isso – comecei a rir – Enfim, hoje à noite estarei irresistível, sem nem ao menos tentar. Ou pelo menos parecer que tentei.
- Eu tenho medo de vocês, mulheres – finalmente falou e me fez notar novamente seu abdômen malhado. Madonna do céu manda o Jesus apagar a luz para meu raciocínio voltar ao normal.
- Tenha mesmo, vou me arrumar e depois vocês me dizem se tá bom ou eu mudo.
Eles caíram na risada.
- Ah nem venham com essa, vocês que quiseram fazer parte disso, agora aguentem.
Demorei quase uma hora, mas eu consegui seguir tudo que a me disse. Realmente eu parecia não ter me importado com a roupa que escolhi. E cá entre nós, eu estava arrasando. Fui para a sala onde os meninos estavam para mostrar o visual, mas antes de entrar eu percebi que todos estavam lá. Então, nada de falar bobagens, vou entrar no papel.
Abri a porta de uma vez e disse:
- Vamos para a feeesta?
Todos me olharam de cima a baixo. Eu estava mesmo arrasando. Estava com uma Jeans justa, uma blusa preta com um decote bem legal e um Scarpin redondo preto, meu cabelo estava liso, e a maquiagem estava leve, parecia que eu simplesmente tinha trocado de blusa e sapatos. Eu estava divina sem querer. Aham, até parece, fiquei vinte minutos só para escolher essa calça. Enfim, Jimmy estava praticamente de boca aberta, fez um joinha para mim, e , bem, ele estava babando. Olha que beleza, dois coelhos com uma cajadada só. Haha. Enfim, , você vai ter que se contentar com a sua loira aguada, meu momento da noite é o Senhor James. Não que eu tenha desistido do , mas sabe como é. Eu tenho um Deus grego solteiro a minha disposição. Não vou ficar esperando o terminar com Serena nenhuma. Como se ele fosse terminar com ela, por mim. Nem começa a sonhar, .
- Vamos sim, senhorita! – veio me dar um abraço – A te ensinou direitinho, mas toma cuidado, hein, todo mundo dessa sala babou por você. Imagina na festa.
- Assim que eu gosto! Todos me querendo – dei uma gargalhada – Faz tempo que isso não acontece, normalmente é só eu querendo os outros - ele deu uma risada e saiu junto comigo da sala. Os meninos vieram atrás.
A festa estava bombando. Muita gente mesmo. Sentamos todos numa mesa, no caminho ficou para trás, provavelmente agarrando alguma mulher. tinha gentilmente, dado o fora em umas três, e , apesar de estar dando umas secadas monstruosas em umas meninas, também estava na dele. estava conversando com pelo celular. E eu estava dando uma geral na festa em busca do Jimmy, que havia saído para pegar uma piña colada para mim. Encontrei-o de costas no bar. Meu deus, eu preciso de Jesus emprestado de novo, Madonna, mas dessa vez para acender a luz. A semelhança dele com era engraçada; Mesmo tipo de cabelo, mesma cor dos olhos, Jimmy era um pouco mais alto só, mas nada exagerado. E ele tinha feições diferentes. Mas no fim eu estava me sentindo uma psicopata, que só pega o mesmo padrão. Ele se virou e começou a andar de volta na minha direção. Ele parecia um modelo desfilando, todas as mulheres da festa, que não estavam se atracando com alguém, viraram o pescoço enquanto ele passava. Eu pude jurar que vi alguns homens olhando para ele com cara de desejo também.
- Uau, hein? Todo mundo te olhando enquanto o senhor desfilava.
- Eu sou muito gato – ele disse rindo – E convencido também – riu mais uma vez a me ver concordar – Mas você tá falando de mim? Tem uns trinta caras te secando nesse exato momento.
Eu olhei ao redor e por incrível que pareça, era verdade. Como eu adoro ser linda. Estou ficando convencida, vai ver isso passa de uma pessoa para a outra. Segui com ele até a mesa para beber minha piña colada e percebi muita gente dançando. Música eletrônica é a melhor coisa inventada para se dançar, mas quando eu decidi que eu ia a música mudou para um eletro Tango, era alguma música do Gotan Project. Fiquei emburrada e sentei mais uma vez.
- Ué, você não ia dançar? – Jimmy perguntou a me ver sentar.
- Não dá pra dançar Tango, mesmo sendo eletrônico sozinha.
- Eu danço com você – Jimmy disse se levantando e estendendo a mão.
- Você dança?
- Eu danço, e você? – me perguntou.
- Você jura mesmo que acha que eu, uma menina de sangue brasileiro, que sabe sambar e conhece o funk do rio, não sei dançar? – ok, nem gosto do funk, mas whatever, eu conheço. E tinha que sair por cima. Porque diabos eu estou tentando competir com ele?
- É dom de argentinos dançar Tango.
- Te garanto que os brasileiros sempre são melhores que os argentinos.
- Vamos ver então – ele disse me puxando para o centro do salão.
Agora era a honra do Brasil x Argentina que eu estava defendendo. Não podia ir mal.
Começamos a dançar devagar, mas eu já tinha percebido que ele sabia o que estava fazendo, ele me guiava com precisão e delicadeza. Sem falar que ele me olhava no fundo dos olhos e não para o chão. Ponto para ele. O perfume dele estava tirando minha concentração, e eu não podia me desconcentrar, afinal, era um Brasil x Argentina. Ele deu um meio sorriso enquanto aumentava a velocidade dos passos.
- Realmente, você sabe dançar – falei no ouvido dele.
- Eu disse, e você também dança bem – Jimmy sussurrou, o que fez meu corpo se arrepiar. Ele me girou algumas vezes e então me abaixou e beijou o meu pescoço. Safadinho. Voltamos à posição inicial e continuamos a dançar mais lentamente. Até que a música acabou.
Todos estavam olhando para nós, inclusive os meninos. Ao ver a cara de eu senti uma dorzinha no coração, ele realmente estava com ciúmes. Resolvi voltar para a mesa e nós encontramos todos os meninos bêbados falando da noite do karaokê.
- Mas eu não tenho culpa se ela não consegue me superar – falou para .
- Do que vocês estão falando? – fui me sentando na cadeira.
- Da Anne – respondeu.
- E você , por que você cantou com ela? – me olhou com cara de triste. Porque ele estava triste?
- Ué, eu tava bêbada e cantando com todo mundo, e no mais eu queria saber o que ela ia aprontar – falei dando uma risada e roubando a garrafa de cerveja de , isso fez ele dar uma risada.
- Eu não sei o que foi pior – ele disse pegando a garrafa dele de volta e dessa vez rindo de mim – A Anne lá querendo me dar lição de moral, com uma música da MINHA banda que eu ajudei a compor, ou a Serena enchendo o saco depois achando que eu ainda amo a Anne.
- Ela acha que você ama a Anne, depois de ter trocado a Anne e a própria amiga dela só para você ficar com ela?
- Ela não confia em mim.
- Ahhhh, mas por que será né, ? Você é um poço de virtude e confiança! – eu falei fazendo piada e todo mundo riu.
- Pô, eu posso até ser um galinha, mas eu respeito minhas namoradas, não sou de ficar traindo, como você acha que a Anne ficou tanto tempo comigo?
- É , eu sei que você é confiável – comecei – Mas a Serena te conheceu numa situação que você traiu duas meninas de uma vez para ficar com ela, e ela tem medo de que você faça isso com ela também.
- Não tinha pensado por esse lado. – Para tudo, eu estou MESMO ajudando o com a Serena? Fuck. Preciso de mais bebida.
- Você tem é que provar para ela que mudou – Jimmy brotou do meu lado e falou isso. Pode parar por ai, gostosinho, como assim? Não é para ajudar o a ficar provando o amor dele pela Serena. Mas o não disse que não gostava dela? Quer dizer, ele deu a entender isso da outra vez. Vai ver o me enganou e como eu sou uma idiota apaixonada eu comecei a ver coisas. O ama sim a Serena, se não amasse ele não ia ficar me fazendo falar dela todo o tempo. Merda, preciso de mais bebida. Eu estou ajudando o a se resolver com a Serena, tem alguma coisa mais fracassada do que isso? Você fazer o seu amor se entender com outra pessoa? Eu te respondo: não, não tem.
- Quero tequila – levantei o braço e o garçom que passava ali por perto anotou meu pedido e trouxe uma garrafa de tequila e três copos. Comecei a beber. Depois de três doses eu já estava bem mais feliz.
estava bebendo junto comigo.
- Eu vi você lá na pista de dança, tá com tudo hein, ?! – ele disse colocando mais uma dose de tequila nos copos.
- O Jimmy dança bem, achei que ele tava só me zoando quando me chamou para dançar – ri e passei um limão para o Jimmy.
- Você não dança mal também – ele disse pegando o limão e preparando a rodada – Então agora o sal fica onde?
- Em lugar nenhum, eu to fora dessa rodada! – riu mais do que o necessário – Vou para o hotel descansar e falar com a – ele levantou da mesa e deu um beijo na minha cabeça – Qualquer coisa me liga, meu celular tá ligado. E me avisa quando chegar ao hotel!
- Ok, boa noite, ! – dei uma risada, estava me superprotegendo. Fofo. – Ficamos só eu e você agora! – comecei a rir e olhei para Jimmy – Escolhe qualquer lugar para colocar o sal.
Ele então colocou o sal no pescoço dele.
- Que tal aqui? – e fez uma cara de safado. Eu já tinha muita tequila na cabeça e só dei uma gargalhada e fui lamber o sal do pescoço dele. Virei minha dose de tequila e chupei o limão que estava na minha mão.
- Sua vez – falei meio tonta. Dessa vez o sal veio no meu pescoço. E eu devo confessar que me arrepiei toda quando ele veio pegar o sal e deu uma mordidinha desnecessária e completamente boa. Continuamos nessa até o limão ir parar na minha boca e de alguma forma depois já estávamos nos pegando. Ele me beijava como se eu fosse desaparecer dentro de alguns minutos e ele nunca mais poderia me beijar. Muito bom. Eu já nem sabia mais onde eu estava, só percebi que a coisa estava ficando muito quente quando apareceu e brincou:
- Arrumem um quarto – claro, ao ouvir a voz dele eu congelei e olhei para o lado.
- Deixa de ser chato – eu disse dando língua e ficando completamente vermelha.
- Vem comigo – Jimmy sussurrou no meu ouvindo e me fez ficar arrepiada mais uma vez.
- Tchau, – eu disse me levantando e dando um beijinho na bochecha dele.
- Mas não é que eles vão arrumar um quarto mesmo? - ele disse dando um meio sorriso.
Saí junto com Jimmy. E mandei um sms para uma conversa em grupo com e : “TO PEGANDO FORTE” e depois de vários emojis de surpresa da eu respondi o falando que já estava a caminho do hotel, que estaria “ocupada” no meu quarto, com Jimmy.
Capítulo 14
'S P.O.V.
Eu estava no bar junto com o assistindo de longe a brincadeira do , Bells e Jimmy. Estava até pensando em me juntar na bagunça quando eu vi o levantando e saindo.
Ele veio até onde nós estávamos e disse que iria para o hotel ligar para e descansar. Continuei bebendo com e olhando a festa, tinha muita gente bêbada e mulheres bonitas, mas estou comprometido com uma mulher linda e vou ser fiel. Ela tem que acreditar que mudei. Fala sério, se eu quisesse ter traído já teria feito isso. Mas não fiz, ela deveria perceber essas coisas. Continuei meu devaneio enquanto falava alguma coisa sem sentido. Ele sempre foi fraco para bebida, eu já estava achando que daqui a pouco teria que carregar ele, literalmente, para o hotel. Foi então que ouvi Bells falando mais alto.
- Agooooora é minha vez de escolher – e colocar um limão na boca. Fiquei curioso, e então eu vi Jimmy virar uma dose de tequila e beijá-la para pegar o limão. Eles continuaram se agarrando por um tempo, não sei por que eu fiquei com ciúmes. Ok, não ciúmes, ciúúúmes... Sei lá, estava acostumado a ver a sempre por aí com a gente, mas nunca tinha visto ficando com ninguém, não que ela fosse gay ou eu achasse isso, ela sempre pegava alguém nas festas, eu só não via. Então imaginei que devia ser o mesmo que senti com , que sempre foi mais minha amiga do que , quando ela falou que estava com , senti um ciúminho, mas como era com o , tudo certo. Agora a , tá com o Jimmy e eu não sei nada dele. Meu Deus, to parecendo o meu pai falando da minha irmã! É, estou com ciúmes como se ela fosse minha irmã. Viu aí consciência?! Nada de mais. Eu sei que não tenho que provar nada para mim mesmo. De qualquer forma, eles estão se agarrando muito, não estou gostando disso.
Andei até onde eles estavam e nenhum dos dois percebeu que eu estava por perto. Não gosto de não ser notado. Momento estrela, haha.
- Arrumem um quarto – falei. acordou do transe e me olhou ficando completamente vermelha, que bonitinha. Han? O que foi isso, porra. Ela só tá vermelha.
- Deixa de ser chato – ela me deu língua e segurou na mão do Jimmy. Será que ela estava gostando dele? Que porra é essa, ? Deixa a menina se divertir e para de ser inconveniente, ela nunca veio me encher enquanto to agarrado com a Serena.
Jimmy sussurrou alguma coisa no ouvido dela, que deu um sorriso levantou e beijou minha bochecha.
- Tchau, . – ela disse e se virou de mão dada com ele. Não sei por que eu fiquei tão retardado, dei um sorriso forçado e olhei os dois saírem. Tem alguma coisa errada comigo. Olhei para o bar e vi entediando uma pobre menina bonita.
- Então, minha namorada é maravilhosa, ela é uma atriz sabe? Faz peças de teatro e coisas assim – continuava a falar completamente bêbado, para a menina que estava visivelmente, não interessada.
- Desculpa, ele está te entediando? – eu disse dando meu sorriso de galã.
- boy! – gritou – Eu estou com saudades da Sally, dude.
- Eu sei dude, você me falou isso, por que você não liga para ela?
- Meu celular tá no hotel – ele disse com uma cara de fracassado como se o hotel estivesse em outro universo, ou ele não pudesse usar o meu.
- Pega, usa o meu – tirei meu Iphone do bolso e joguei para ele – Seja feliz.
- Obrigado, eu te amo, dude! – disse me abraçando e pegando o telefone. Pobre Sally, ele fica muito sentimental bêbado.
- Então, agora que te livrei dele podemos conversar. Qual seu nome? – perguntei para a menina.
- Olivia – ela disse sorrindo – Ele é sempre assim? – apontou com a cabeça para , que estava no telefone falando para Sally como ele não podia viver sem ela e que ele não ia aguentar até o fim da turnê e que em três meses ele estaria morto com o coração partido.
Eu dei um sorriso.
- Só quando ele está bêbado, Sally o conhece bem demais para se importar com esses momentos, ele vai aguentar até o fim sem ela sim. Eventualmente ela vem acompanhar a gente.
- Desculpa acompanhar vocês aonde?
- Ah, estamos em turnê.
- Ah, sim, achei que tivesse vindo fazer só esse show mesmo – ela sorriu mais uma vez e pediu uma piña colada. Comecei a rir quando e ela me perguntou o motivo da risada.
- Ah, nada de mais, é que eu tenho uma amiga que só toma isso, e ela sempre pede com um sotaque mexicano/caribenho tipo, “hey Hermano, me gusta una piña colada, si?” – falei lembrando como fazia essa piada sempre.- Ela é sempre engraçada, o centro das atenções e faz toda saída ser legal.
- Hum... – ela disse e tomou um gole da bebida dela. , que ainda estava falando com Sally, de repente ele aparece do meu lado dizendo que ela quer falar comigo e que isso o deixa louco de ciúmes. Ele está muito bêbado.
- Fala, Sally.
- , não deixa ele beber tanto, hoje ele tá pior do que tudo. Até de casamento ele tá falando.
Eu comecei a gargalhar.
- Mas não é isso que eu ia te falar. A Serena pediu para você ligar para ela antes de qualquer coisa.
- Como assim antes de qualquer coisa?
- Hum, liga para ela agora – ela disse me escondendo alguma coisa – Mas antes me deixa dar tchau pro imbecil do meu namorado, porque senão ele “se mata de saudade” – ela começou a rir e eu passei o telefone.
Olivia ainda estava lá e eu fiquei conversando com ela para passar o tempo do tchau do . Depois que ele terminou, voltou a falar com a Olivia e eu fui ligar para a Serena.
END OF 'S P.O.V.
Oh My Fucking God! Que dor de cabeça. Não vou abrir os olhos, deve estar muito claro.
- ? – escutei uma voz no meu ouvido e me dei conta que estava sem roupas enrolada num lençol. Fuck, o que eu fiz ontem de noite? Vou fingir que estou dormindo. Comecei a relembrar dos acontecimentos da noite anterior, Jimmy estava acordado ao meu lado fazendo carinho na minha cabeça. Continuei fingindo que estava dormindo até que ele levantou e entrou no banheiro. Assim que ele fechou a porta eu corri atrás das minhas roupas e as coloquei o mais rápido que pude. Sentei novamente na cama e liguei meu celular. Tinha dez chamadas não atendidas. Duas do , seis da , uma do e uma do . Que diabos tinha acontecido? Eu tinha duas mensagens de voz e três mensagens de texto.
- ”
“ ,
ATENDA ESSE TELEFONE!
- ”
“Ok, quando acordar me liga, o mais rápido
possível.- ”
Definitivamente havia alguma coisa errada.
Eu estava ligando para a quando o Jimmy saiu todo molhado do banheiro só com a toalha na cintura. Totalmente sexy. Mas eu tinha meu foco todo na curiosidade. O que aconteceu?
- Já falou com a ? – perguntou ele procurando uma boxer na mala.
- Ela ainda não me atendeu – falei cabisbaixa – Você já sabe o que aconteceu?
- Entra na internet. Em qualquer site de fofoca britânico – ele apontou para o computador.
Desisti de falar com a , e fiz o que ele mandou, entrei direto no The Sun e dei de cara com a seguinte reportagem:
“Serena Hilston é flagrada com Tony Sparks.
- por Effy Stonem
A modelo Serena Hilston (23), foi flagrada aos beijos com o super executivo Tony Sparks (32), na última noite de terça. Depois do desfile da Prada, no qual a modelo desfilou, o casal esticou a noite na boate Taj Lounge. Eles não se desgrudaram durante a noite toda e trocaram muitos beijos. Pelo visto a fila andou para a modelo, que havia declarado estar namorando com o Popstar, (28) na última semana.”
Tinha uma foto enorme da Serena sendo engolida pelo tal Tony. Olhei para o Jimmy, que falou:
- Isso ai é só o começo, lê a próxima – apontou para o computador.
Abaixei a página e comecei a ler a notícia seguinte.
“Serena Hilston e , namoro relâmpago?
- por Effy Stonem
Na última semana, muita coisa aconteceu entre o casal Hilston e . Eles estavam declarando amor eterno pelo site oficial de , SuperCity, e nessa terça o casal foi flagrado, mas não juntos. Serena estava com o super executivo Tony Sparks e foi flagrado com uma desconhecida em um bar ao sul da Inglaterra. Pelo menos podemos comemorar que o está de volta no mercado. Mas o contexto desse fim de namoro ainda está por vir. Teria traído Serena, ou o contrário? Não sabemos responder essa pergunta. Mas, apesar do histórico do rapaz, eu ainda aposto que a Hilston agiu primeiro.”
Eu estava sem palavras. Fiquei olhando para o computador com cara de idiota enquanto lia todas as notícias. Eu PRECISAVA falar com , para saber o que era verdade, o que era especulação e acima de tudo, porque todos estavam atrás de mim loucamente.
- Você já sabe o que aconteceu? – perguntei para Jimmy.
- Na verdade não, eu estava postando umas fotos do show e vi uma conversa sobre esse assunto no chat...
- Hum, então o e a Serena terminaram do nada? - perguntei para mim mesma.
- Pelo visto alguém traiu alguém, e o outro deu o troco – ele disse respondendo.
Resolvi ligar para o , ele era minha do momento, e já devia saber de tudo.
Graças ao bom Deus ele atendeu o telefone.
- Acordou finalmente, hum? – ele disse – A noite foi boa?
- Maravilhosa – eu disse rindo – Mas me conta o que aconteceu, pelo amor de Deus.
- Você quer a versão completa com comentários do autor ou a versão resumida e adaptada?
- Quero a versão adaptada agora, e mais tarde no meu quarto, a completa com comentários do autor – respondi rindo.
- Ui, não tá no seu quarto! – ele começou a rir e parou quando reclamei - Ok, adaptada agora então, lá vai – ele pigarreou fez uma voz imponente e continuou – Serena pegou o empresário velho. ligou para ela, quem atendeu foi a Anne, ele ficou “emputecido” e pegou a Olivia, uma menina que ele conheceu no bar. Fim.
- Fuck, como assim ANNE? – eu meio que gritei. Jimmy estava muito curioso ao meu lado esperando a ligação terminar.
- Você pediu versão resumida, é essa, eu explico melhor na completa mais tarde no seu quarto.
- Ok, ok, tudo bem, Tchau.– desliguei o telefone e continuei pensando até que Jimmy me acordou.
- E aí? O que aconteceu?
Eu fiz uma versão resumida do resumo para ele.
- Serena traiu o primeiro. E ele não ficou com dor de cotovelo.
- E onde a Anne entra na história?
- Não faço a menor ideia. Ele disse que a Anne atendeu ao telefone – parei para pensar um pouco – Enfim, mais tarde o vai me contar os detalhes.
- Chega de , então – ele disse sentando ao meu lado – Que tal um pouco de James Wilbert?
Eu tinha esquecido que estava com um dos caras mais lindos do universo do meu lado só de toalha por alguns minutos. Dei uma risada e ele se virou para me beijar, até esqueci minha curiosidade momentânea. Eu tava preocupada com o que mesmo? Eu tenho um deus grego só de toalha para mim, depois eu vejo isso de Serena, Anne, e pessoas desconhecidas.
Capítulo 15
'S P.O.V.
[flashback]
- Serena?
- Olá, ! – uma voz diferente atendeu ao telefone.
- Anne?
- Isso mesmo, pelo menos você ainda reconhece o doce som da minha voz.
- O que você está fazendo com a Serena? – perguntei preocupado.
- Nada, absolutamente nada, ela está muito ocupada beijando o Tony – ela disse - Ops! Falei sem querer – e deu uma risada retardada.
- Garota supera isso, eu estou com outra e não vou voltar para você mesmo que você fique inventando coisas.
- Meu queridinho, você não sacou ainda? Você me traiu e deixou o mundo saber disso, , antes de mim – ela fez uma pausa – Mas agora você é o corno.
- O que diabos você tá falando, sua louca? – eu já estava ficando transtornado, como assim a Serena estava me traindo?
- Vou te explicar tudo, meu bem – ela começou a contar e cada vez que ela falava uma nova palavra, eu tinha mais vontade de matá-la – É isso, Au revoir, aproveite sua fossa.
Ela desligou o telefone e eu fiquei completamente enfurecido, como essas duas se atreveram a mexer comigo? Eu sou fucking . Se ela acha que vou ficar abalado, tá muito enganada. Cadê aquela loirinha que tava me dando mole? Olivia? Ahá, achei, é essa mesmo. Andei direto para ela e nem falei nada, só dei um beijo que trouxe todas as atenções para mim. Convenci a garota a sair comigo, nada muito difícil, eu sei falar tudo que as mulheres gostam de escutar. Tomei todo o cuidado para ser fotografado “sem querer” na saída do pub. Prontinho, quem é o corno agora, Anne?
[FIM DO FLASKBACK]
Puta que pariu. Eu não to no hotel? Que merda de horas são? Caralho, nove horas, tenho que correr! Comecei a catar minhas roupas pelo chão o mais rápido que pude. A menina que estava comigo acordou quando derrubei acidentalmente um abajur.
- Bom dia – ela disse enrolada no lençol – Que pressa é essa?
- Tenho uma entrevista às 10 horas e meus amigos vão me matar se eu não chegar lá no meu hotel agora – falei fechando os botões da minha blusa – A noite foi muito boa, mas tenho que ir – corri até a cama dei um beijo na bochecha dela e sai correndo. Ela provavelmente ficou com uma cara de bunda lá imaginando porque fiz isso com ela. Sabe por que eu fiz isso? Simplesmente porque vocês mulheres não prestam. Maldita Anne, maldita Serena. Ok. Chega desse negócio de namorado, agora eu vou ser o cafajeste que todo mundo sempre achou que eu fosse. Farei jus ao meu título. Mulheres do mundo, o tá na área para pegar todas vocês. Entrei num táxi e fui direto para o hotel.
END OF 'S P.O.V.
Depois de passar a manhã toda com o Jimmy fui, finalmente, para o meu quarto e me joguei na cama. Muita coisa aconteceu de uma vez. Peguei o Deus grego. Estava extremamente feliz, mas também estava frustrada, afinal agora que eu estou com o Jimmy, aparentemente o tá ai solteirão no mercado. Maldita lei de Murphy. Falando nisso, tenho que entender direito. É só eu dar um beijo num cara gostoso que o meu amor fica solteiro? Se eu soubesse disso tinha beijado outro cara muito sexy antes. Ok, minha professora falou isso um dia desses na aula, sobre reforçamento supersticioso, ou algo do gênero. Quando a gente faz uma coisa completamente nada a ver e isso se emparelha com o resultado. Ou seja, coisas idiotas, tipo usar uma certa cueca ou blusa e seu time ganhar ou você achar dinheiro. Isso faz a gente achar que usar isso vai trazer a sorte. Quando estou nervosa começo a divagar nos assuntos que estudo, desculpe. Falando nisso, eu tinha que ver com a se ela tinha pedido para a Katheleen anotar as coisas da pós para mim. Viu aí, estou divagando novamente. Vamos voltar ao foco, quem se importa com meu futuro profissional quando eu tenho um Deus grego ao meu dispor e um objeto de paixão solteiro por causas - ainda - indeterminadas? Pois é, ninguém.
Ouvi alguém batendo na porta do meu quarto.
- Quem é? – gritei ainda deitada na cama.
- Um cara muito gostoso que adora fofocar e fazer o papel da melhor amiga distante.
- ! – pulei da cama, minha curiosidade estava no topo de tudo nesse momento. – Entra, entra, entra – falei puxando o menino e jogando ele sentado na minha cama – Pode começar, sou toda ouvidos – fiquei calada e fiz cara de paisagem esperando ele começar a falar.
- Calma menina, pelo amor de Deus! – ele deu uma risada – Antes disso quero saber o que aconteceu ontem quando eu saí.
- – falei séria.
- Presente! – disse levantando uma das mãos.
- Se você não desembuchar agora eu JURO que não falo para quais foram as suas últimas palavras antes de morrer.
- Ai, que escândalo, amiga! – ele disse fazendo uma voz de afetado e rindo do meu olhar fuzilador – Ok, ok, vou começar.
Continuei calada e ele começou:
- Ontem de noite a Serena teve um desfile e pegou um empresário.
- Isso eu já sei. Quero saber da Anne! – eu interrompi.
- Não me interrompe.
- Desculpe, prossiga.
- Então como eu dizia, ela pegou um empresário e isso vazou para a imprensa – ele fez uma pausa, eu continuei calada – Até aí tudo bem, o não era louco de amores por ela mesmo... – ele parou de falar ao me ver virar os olhos - De qualquer forma, ela fez o mesmo que o fez com a Anne e “quis contar tudo antes que ele visse os jornais.” Pelo menos foi isso que ela falou para e para a Sally.
- E onde a Anne entra, ? - perguntei interrompendo mais uma vez.
- Espera eu terminar, , caramba! Como eu prefiro falar com homens.
- E eu prefiro falar com mulheres, porque a gente não enrola! Anda logo – ele virou os olhos e continuou.
- Enfim, a Sally falou para o que a Serena tinha pedido para ele ligar e que isso deveria ser o mais rápido o possível.
- Que horas foi isso?
- Um pouco depois que eu voltei para o hotel.
- Hum, continue.
- ligou para a Serena e a Anne atendeu.
- POR QUÊ? – não aguentei. Ele só me censurou com o olhar e eu prometi silenciosamente que não ia mais falar nada.
- Então, isso eu descobri ainda agora só, depois da entrevista o contou para todos nós. E você NÃO sabe disso, ok?
- Não sei de nada mesmo, mas depois que você me contar continuarei não sabendo – falei rindo – Continua, .
- Te acalma, Deus do céu, mas que coisa! – ele se levantou e depois sentou novamente, dessa vez no sofá que ficava de frente para minha cama.
- Então... - falei para fazê-lo continuar a contar.
- Ela falou que tudo isso tinha sido um plano dela para se vingar do .
- Para tudo, TUDO ISSO o quê?
- Pois é, o não deu detalhes, ele só disse isso, é por isso que nós temos que descobrir o que é o “tudo isso” juntos.
- Como assim? Ah, pelo amor de Deus, ! Vocês não servem para nada, não perguntaram?
- , ele tá abalado.
- Fala sério, abalado com o quê? – peguei meu celular e disquei o telefone do .
- O que você está fazendo? – ele me perguntou preocupado.
Ignorei e ouvi aquela voz linda falando no telefone, até esqueci de respirar, e então lembrei que tinha que falar com ele.
- ?
- Ah, Oi, . – ele disse provavelmente sorrindo, adoro imaginar ele sorrindo ao falar meu nome. E pelo visto, ele não está nem um pouco abalado.
- Pode abrir o jogo, o que aconteceu ontem à noite? Por que você e a Serena estão pegando outras pessoas na internet?
Ele deu uma gargalhada gostosa. Que bom humor para quem acabou de ser traído. Se bem que pela cara da menina que ele saiu do bar ontem, ele realmente deve ter se dado bem ontem de noite.
- Eu conto tudo se você me falar o que aconteceu com você ontem de noite, sabe, entre você e o Jimmy.
Seu safado, pensei.
- Ok, mas você vai ter que aturar o aqui também, porque eu só falarei detalhes sórdidos uma vez – ele gargalhou mais uma vez.
- Você quer conversar que horas?
- Que tal agora?
- Ok, tá onde?
- No meu quarto, pode vir que o tá aqui já.
- Ok, ok, estou indo.
Virei para o :
- Pronto, ele vem para explicar tudo, e tá com um bom humor que eu nunca vi – comentei.
- Bem, ele se livrou da namorada que ele não amava, logo, por que ele haveria de estar triste? Não é como se eu tivesse perdido a ou o perdesse a Sally. Nesses casos, você veria dois suicidas –comecei a rir – Mas o já tava tentando arranjar maneiras de terminar com a Serena, só não tinha desculpa.
- Você que disse que ele tava abalado... Sério que só eu não via isso? Eu sempre vi os dois como um casal super apaixonado – falei alto sem querer.
- Você é apaixonada pelo Jimmy? – ele me perguntou do nada.
- Não – respondi prontamente, sou apaixonada pelo . Claro que essa segunda parte só na minha mente.
- Viu? Para mim parece que é. Mas é só desejo, certo? – ele falou.
- É... – hum, acho que estou começando a entender a mente masculina.
- E você, ? Ama a ou é só desejo? – pergunta do século, liguei minha câmera mental para transcrever essa resposta para minha best.
- O que você acha? – ele disse levantando só uma das sobrancelhas.
Continuei calada. Eu acho que você está perdidamente apaixonado. Novamente, só na minha cabeça.
- , eu ligo para ela todo dia, mando mensagens de texto, reclamo que ela não está comigo na turnê, sinto saudade em menos de três horas de viagem, e fico aqui te enchendo toda hora porque você me lembra como é conversar com ela. Sem falar que eu saí cedo de uma festa para ligar para ela e dormir.
- Hum – continuei calada, queria ouvir da boca dele.
- É... Eu amo a , não posso fazer nada quanto a isso, só esperar que ela me ame também.
- Oun! - é eu fiz esse barulho e pulei em cima dele – Que coisa mais linda, ! – ele ficou muito vermelho e bateu na porta.
- Ainda bem que ele chegou você conseguiu me fazer dizer muita coisa nesse tempo – comecei a rir – Vamos tirar coisas do agora, e não do – ele disse e abriu a porta – Bem vindo ao inferno.
olhou com cara de confuso.
- Cara, ela me fez admitir que eu amo a aqui, boa sorte para você – falou rindo enquanto deixava passar.
- Grande merda. Todo mundo já sabia disso – ele disse levantando os ombros.
Eu comecei a rir e falei:
- Eu achava que você amava a Serena, que com ela era diferente, mas você não tá triste nem nada – perguntei de cara.
- Eu gostava da Serena, nunca cheguei a amar ela, e sim, com ela era diferente, mas agora eu sei que era porque ela estava me enganando e bem, ela fazia tudo que eu gostava, porque ela sabia do que eu gostava.
- Ok, não entendi nada, pode começar do começo, meu bem? – eu disse batendo a mão ao meu lado na cama para ele se sentar.
- Tá, vamos lá... – ele sentou e respirou fundo.
Capítulo 16
- Então, vou começar desde o início.
- Sou toda ouvidos! – Falei e continuou calado.
- Eu fui com os meninos tocar na festa das modelos lá.
- Espera, desde esse começo? Precisa mesmo? – interrompi.
- Não o interrompa claro que precisa! Se não precisasse ele não ia falar... – disse olhando cúmplice para e suspirando um “garotas”.
Eu virei os olhos:
- Tá! Vai, continua.
- Continuando... – disse balançado uma das mãos – Fui lá com os meninos tocar e depois eu peguei uma das Angel’s da Vitoria Secrets – ele fez uma pausa me testando, mas continuei calada – Pouco tempo depois, a Serena apareceu e a Angel lá me apresentou a ela. Serena era super espontânea e totalmente o meu tipo, sabe? – concordou afirmamente e eu negativamente – Enfim, a partir daquele momento ela já estava me manipulando.
- Han? Quem estava te manipulando? A Serena?
- A Anne, através da Serena – ele disse.
- Como isso é possível? – perguntou.
- Acreditem se quiser, Serena é amiga de longa data da Anne, e ela estava “me vigiando” nessa festa, já que a Anne não pode ir. Ela viu que eu fiquei com a modelo e ligou para a Anne, que a convenceu de me conquistar.
- E como a Anne sabia que a Serena ia conseguir?
- Ela estava ajudando a Serena a ser o tipo de menina que eu pegaria – ele disse – Sem falar que a Serena é incrivelmente sexy – completou como que não quer nada.
Ciúmes ligados. Porra, ela te traiu e você ainda acha ela sexy? Ok, ela não deixou de ser bonita, mas ELA TE TRAIU! Ignorando minha batalha mental, ele continuou a falar.
- O plano das duas era me fazer ficar apaixonado pela Serena e depois, quando ela tivesse certeza que eu estava apaixonado, me largar.
- Nossa, que imbecil! – Falei isso sendo que na verdade eu achei uma boa maneira de se vingar. Apesar de, é claro, achar que não funcionaria.
ignorou meu comentário e continuou falando.
- Mas aí, ontem elas decidiram devolver na mesma moeda. Fazer a Serena me trair na cara dura, na frente do mundo todo.
- Tudo faz sentido agora – disse – Então você pegou a primeira mulher que viu pela frente para sair nos sites também e ninguém saber quem traiu quem, ou se vocês tinham terminado!
- Isso. – disse.
- Genial. – respondeu.
- Eu, definitivamente, não entendo a mente masculina, a última coisa que eu faria ia ser isso – comecei a falar – Mas diz aí, você não ficou nem um pouco triste?
- Eu fiquei puto, não fiquei triste – ele olhou para o chão – Eu sempre gostei dela, mas sentia que faltava alguma coisa e não sabia o motivo... Agora eu sei que é por que ela não estava sendo ela mesma, estava fazendo tudo que eu gostava para eu me apaixonar.
- Hum, e isso não fez você se apaixonar por ela? – perguntei esperando a resposta ansiosamente para anotar na minha lista mental "como conquistar ".
- Eu gosto de desafios – ele disse dando uma risada – Então foi isso, agora eu sou, oficialmente, o pegador do McFLY. Farei jus ao meu título não merecido de cafajeste.
- Não merecido? – gargalhei.
- Sim, senhorita, não merecido até ontem. A partir de hoje eu mereço – a cara de cafajeste que ele fez me deixou louca – De qualquer forma, matei sua curiosidade?
- Sim – respondi ainda pensando na resposta dele ‘eu gosto de desafios’. Será que eu poderia ser um desafio? Continuei viajando na maionese até que meu celular vibrou e o visor mostrou o nome do Jimmy. Porra, esqueci do meu Deus grego! Desculpa , não serei o seu desafio porque estou com outro, beijos, me ligue.
- É o Jimmy, vou ali atender – disse me afastando dos dois. ficou calado.
- Não fuja e não marque nada, você ainda tem que me contar o que aconteceu ontem à noite! – gritou do meio do quarto balançando os braços, quase pulando.
Eu fiz um joinha e continuei andando para a varanda.
Jimmy não ligou para falar que estava morrendo de saudades e que não conseguia ficar sem mim, na verdade ele ligou para avisar que íamos deixar a cidade às quatro da tarde, e que eu deveria avisar os meninos. Afinal ele ainda era meu assistente, e isso fazia dele minha agenda também. Andei de volta para onde eles estavam e não falei nada.
- Uhhhh, o gatinho não aguentou de saudades? – fez piada.
Quem me dera.
- Há-há. Ele me avisou que nós vamos embora às quatro da tarde, vocês já arrumaram as coisas?
- Tudo arrumado – disse.
- Eu nem desarrumei nada – foi a vez de falar.
- , falta muito tempo até a hora, você pode contar logo o que aconteceu ontem à noite?
- Ai, meu Deus, que coisa! Não aconteceu nada de mais... – falei ficando completamente vermelha.
- Ah, claro que não aconteceu nada! Aconteceu tudo pelo jeito que vocês dois saíram ontem da festa. – disse me provocando, mas pude notar que ele estava com ciúmes ou algo muito parecido com isso enquanto falava.
- Ok, talvez eu estivesse um pouco alterada, mas ah, ele é tão lindo. –sorri feito uma boba.
- Olha que fofinho – começou a rir e apertou minhas bochechas - Eu disse que você o pegava!
ficou calado com um olhar indecifrável.
- E, como eu também disse, você nem precisou das minhas dicas, te falei que você era super capaz de fazer qualquer cara ficar a fim de você – completou.
Dei um sorrisinho, qualquer cara não, eu não consigo fazer o ficar a fim de mim. Olhei para o , que continuava calado.
- Qual seu problema, ? – perguntei.
- Hum? – ele acordou do transe – Ah, eu tava pensando.
- Ah, por isso você ficou calado todo esse tempo, você estava pensando! – começou a rir – Cuidado, da última vez que você fez isso ficou com dor de cabeça pelo resto do dia.
Cai na gargalhada e jogou travesseiros na minha cabeça e na de .
- Mas então, no que a donzela estava pensando? – ele perguntou.
- Ele é o cara que você me falou um tempo atrás que estava gostando? – olhou nos meus olhos quando perguntou. Eu fiquei tão nervosa que resolvi aproveitar essa deixa. Se ele estava com isso na cabeça até hoje quer dizer que não tiraria até descobrir quem era a pessoa que eu estava a fim, até descobrir que era ele e acabar com a nossa amizade incrível.
- Era ele sim. – olhou para minha cara confusa.
- Como assim? Você nunca me disse isso.
- Eu não te conto tudo da minha vida, . – dei uma risada.
Apesar de ter gargalhado depois que falei isso, ainda estava estranhamente sério.
- , não se apaixone pelo Jimmy, ok?
Troquei um olhar com e disse:
- Por quê?
- Porque ele não merece. Sério.
Fiquei séria por um momento. Será que o sabia alguma coisa que eu não sabia sobre o Jimmy?
- , se você me der um bom motivo para isso eu posso até tentar.
- Não tenho um bom motivo – ele disse. – Só to sentindo que ele não é confiável, sei lá.
- Então cala a boca. E deixa de ciúmes, seu idiota – disse – , se o Jimmy fizer alguma coisa ou for mesmo um cafajeste, eu dou um jeito nele.
Nem prestei atenção ao que o disse depois de “deixa de ciúmes”. Só dei um abraço nos dois e disse obrigada.
- Não estou com ciúmes, a é minha amiga, não quero que ela sofra – falou.
Eu ainda estava abraçando o quando ele falou isso, e senti uma vontade louca de chorar. Não sei por que, de felicidade porque ele se importa comigo ou de tristeza pela ênfase “amiga”. Comecei a chorar. É, fazer o que eu sou uma fraca mesmo!? Eu disse que estava chorando de saudade das meninas e que eles eram os melhores amigos que eu poderia ter. Eles deram um sorriso e me abraçaram em conjunto até que começaram a falar bobagens para me animar. Às quatro horas estávamos todos no ônibus a caminho da próxima cidade. Sentei ao lado do Jimmy e nós conversamos e brincamos a viagem toda.
Os dias foram passando, já estávamos há dois meses na estrada. O site estava cada vez mais legal muitas fãs haviam descoberto o meu caso com o Jimmy. Umas acharam legal, outras reclamavam, achavam que eu combinava mais com um Mcguy ou outro. estava fazendo jus ao seu título de pegador, em cada cidade que ele passava pegava uma tonelada de mulheres. Isso me deixaria louca se não tivesse o meu Deus grego. disse que tinha uma novidade bombástica e que só me contaria quando eu ligasse para ela, o que me fez ficar louca de curiosidade. Tentei ligar, mas não consegui. Para passar o tempo, resolvi entrar no chat para conversar um pouco com os fãs que estavam online.
>< oi.
>poeticheartache< OMG, olha a tá online
>ismine< Oooooooooooooooooooooi !
>< oi , como estão os meninos? Tô com saudade de Webcam com você, ultimamente só os meninos que estão fazendo, vc não fez nunca mais!
>ismyhero< oioioioioioioioioioioioiiii
>< Tudo bom galera! Eu faço uma web mais tarde, agora eu não estou apresentável.
>imnotokay< quem é ?
>< Deixa de ser noob imnotokay, é “A” ! Aquela que a gente ama *-*
>ismine< gente nova na parada é foda, a mina não conhece a , se mata ai.
>porra < Oi, pessoas! Cheguei para dar um clima brasileiro na conversa.
>poeticheartache< Tá atrasada brasuca, a já tá online dando o clima brasileiro mcflyistico dela
>porra < Assim fica difícil, OI DIZ OI AEEEE \O/
>< OI AEEEE \O/
>< vou esperar os meninos dormirem aqui e vou fazer uma webcam deles apagados, façam silêncio, eles estão quase dormindo.
> ismyhero< , o dorme pelado? Diz que sim, diz que sim.
> ismine< Cara, agora que o tá pegador de novo ele deve dormir super provocante. Baba *¬*
>poeticheartache< cara, você são muito taradas!
>porra < depois falam que as brasileiras são taradas, você inglesas são piores eu nem estou aqui imaginando o completamente nu dormindo no ônibus.
>< Vocês são loucas, eles dormem como bebezinhos, de roupinha e babando, nem um pouco sexy.
>< a adoooora cortar o nosso barato, ainda mais quando é coisa quente.
Parei de falar um pouco para dar uma olhada ao redor, todo mundo dormindo. Liguei a webcam e comecei a andar pelo ônibus mostrando os caras. Depois de um tempo parei de brincar e dei tchau para as meninas, estava ficando com sono e, em poucas horas, estaríamos na próxima cidade.
Quando chegamos ao hotel, recebi um sms da dizendo “BUUU” não entendi nada, quando finalmente cheguei ao meu quarto do hotel entendi tudo.
- OI, SUA LOUCA! – berrou de dentro do quarto – VIM PRO RESTO DA TURNÊ!
- AH! – corri para abraçar ela, estávamos aos pulos quando Sally entrou no quarto e entrou na rodinha de pulos e abraços.
- Ai que lindo! Vocês já falaram com os meninos?
- Ainda não. - as duas responderam ao mesmo tempo – A gente não sabe o quarto deles.
Peguei as duas pela mão e deixei cada uma na frente da porta do quarto de seus namorados.
Eles abriram a porta e correram para abraçar suas meninas. Eu fiquei com um ciuminho grande, Jimmy passou pelo corredor no momento em que as meninas estavam entrando no quarto.
- Fez sua boa ação do dia? – ele perguntou.
- Fiz –disse sorrindo – Mas ninguém fez uma boa ação para mim ainda.
- É que você não precisa de boas ações.
- Claro que preciso – discordei – Por exemplo, agora, eu aceitaria de bom grado um beijo de um Deus grego – comecei a sorrir.
- Um Deus grego? – ele deu um sorriso – Não sei se consigo achar um, você se contenta com um beijo meu?
- Seu bobinho, você é um Deus grego! – o abracei e puxei mais para perto.
- Ah, se sou um Deus grego, posso satisfazer seu desejo – ele diminuiu a distância que ainda existia entre nós e me deu um beijo cinematográfico.
Eu estava super distraída beijando o Jimmy quando se aproximou com uma garota a tira colo. Eu só percebi que ele tinha aparecido quando ele esbarrou sem querer em mim.
- Opa, desculpa aê! – ele disse sem ao menos perceber em quem estava esbarrando.
- Tá desculpado, – Falei e ele olhou para mim ao reconhecer minha voz.
- Eita, foi mal . – desculpou-se mais uma vez e puxou a garota para o seu quarto.
- Onde ele arranjou essa? Não faz nem uma hora que a gente chegou.
- Ela é a recepcionista – Jimmy disse levantando os ombros – Deu um mole grande para o e, pelo visto, está no intervalo do trabalho.
Balancei a cabeça negativamente.
- Esquece o . Vem, temos coisas melhores para fazer.
- Tipo o quê? – eu disse.
- Tipo isso – ele me deu outro beijo e me pegou no colo – Onde fica seu quarto mesmo?
Apontei a direção e comecei a rir quando ele saiu correndo me carregando para onde eu havia mostrado.
Desde o fim do namoro estava diferente, parecia meio depressivo. Apesar de continuar fazendo piadas e pegando tudo que se movesse eu não via mais aquele brilho no olhar dele. E o fato de eu ser psicóloga ajuda no diagnostico. Fiz uma nota mental de ir conversar um pouco com ele depois. Agora eu tinha que terminar o meu “papo” com o Jimmy.
Capítulo 17
Meu computador quase pifou. Por quê? Simples, eu estava feliz e contente no meu quartinho de hotel conversando pela web com o pessoal no chat do Super city, quando todos os quatro, , , e aparecem quase nus. Repito, QUASE. Estavam todos de roupão. O porque disso? Um photoshoot para uma revista qualquer. E eles estariam pelados. Primeiramente, teve meu estado de choque inicial provocado por um só de roupão incrivelmente sexy, depois teve o choque “oh-meu-deus-a-web-tá-ligada”. Sério, se tivesse uma maneira de ouvir tudo que era falado naquele chat, seria traduzido a gritos nenhum pouco inteligíveis. E claro, eu não estava esperando por isso, meu computador estava cheio de coisas acontecendo e travou loucamente, de um modo que só se eu desligasse voltaria ao normal. E foi o que eu fiz, não li nenhum protesto, afinal, ele estava travado. Mas quando voltei, pouco mais da metade as meninas estavam furiosas, como assim eu não tinha as deixado curtirem mais o McFLY de roupão? E, obviamente, elas não engoliram que o meu computador tinha travado. Para elas era como se eu tivesse travado a web de propósito e logo depois saído. Só para causar um bafafá. Para recuperar meu local no altar sagrado como a melhor pessoa do Super city mais uma vez, fui até o local do photoshoot e filmei o making of. Claro, me esbaldei, não vi nenhum deles pelados, porque eles estavam usando uma sunguinha cor de pele ridícula, mas foi uma ótima experiência. Deus, que corpos. Depois que eu postei o vídeo, tive meu posto na hierarquia retomado, eu era novamente a rainha das fãs.
Jimmy, que agora sabia do seu apelido de Deus grego, estava me enchendo o saco, porque eu tinha feito elogios demais para os meninos. A gente meio que estava namorando, mas não era nada oficial, ele nunca tinha pedido. Nós tínhamos um acordo de exclusividade e estávamos juntos há 3 meses inteiros. Para mim isso já é um tipo de namoro.
- Você não precisava dar tanta ênfase em gostosos – ele repetiu.
- Jimmy, eles são gostosos – retruquei.
- Olha, e ainda fala isso pra mim! – disse balançando a cabeça negativamente.
- Eles são meus AMIGOS, CHEFES E SIM, ELES SÃO GOSTOSOS! –comecei a me estressar, não tenho cabeça pra ciúme sem fundamento. Ok, ciúme do é completamente fundamentado, mas ele não sabe, logo, não tem fundamentos, sem falar que ele estava com ciúmes de TODOS eles, e só do que pode existir um fundamento, viu? É um ciclo vicioso sem fundamentação.
- Eles trabalham com você! São seus chefes, você não pode sair por aí chamando eles de gostosos.
- Jimmy antes de meus chefes eles são meus ídolos – comecei – Sim, eu os acho gostosos, get over it! – bufei – E se eu não posso chamar pessoas que trabalham comigo de gostosas, Deus grego também tá proibido, né?
- Não, por que nesse caso é diferente, você tá comigo.
- Exatamente por isso que você não precisa ter ciúmes do quase casado do , do bobo apaixonado do e dos pegadores e .
Ele ficou em silêncio por uns segundos.
- Ok, você tá certa, como sempre! – baixou a cabeça e eu sorri – É que eu fico com ciúmes.
- Ciúmes sem sentido não tem graça! – falei dando um abraço nele – Eu estou com você.
Ele deu um sorriso.
- Mas, obviamente, te trocaria fácil por qualquer um dos quatro que me desse bola – fiz piada e ele começou a rir.
- Maldita, você será castigada agora! – e me puxou começando a fazer cócegas na minha barriga.
Os dias passaram calmamente, agora que as meninas estavam conosco era tudo triplamente mais divertido, e todo dia a gente postava algum vídeo novo no site, deixando mais fãs felizes e contentes. E até agora eu não tinha tido a oportunidade de conversar com o . Estávamos terminando o café da manhã para tomar a ferry-boat e atravessar o canal da Mancha, estaríamos em Paris logo. estava louca quando embarcamos.
- Ah, PARIS! Eu já disse que eu amo essa cidade?
Fiz que sim com a cabeça, Sally fez um não.
- Paris é linda e perfeita, só o que estraga são os franceses. Ou melhor, as francesas... Têm uns franceses gatinhos, eu não posso generalizar né? – ela disse rindo e o chegou perto.
- Você gosta dos franceses? – perguntou.
- Adoro franceses, eles fazem biquinho!
- Nossa, que coisa sexy, falar como um gay afetado – fez piada e falou uma frase em um francês perfeito.
- Nossa, que lindo! – pulou no pescoço dele e lhe deu um beijo – Fala de novo?
deu uma risada e repetiu.
- Nossa, que gay, ! Prefiro seu sotaque másculo britânico – eu disse me intrometendo no momento “in love”.
Ele caiu na gargalhada. Nós continuamos falando de como o sotaque britânico é lindo e de como eu sou apaixonada por certas entonações inglesas, enquanto ainda defendia o sotaque gay francês. estava passando e ouviu a parte que eu falava que qualquer palavra que deixasse o sotaque mais forte me deixava louca. estava falando “Participation” e me fazendo rir enquanto eu explicava que esse era o tipo de palavra que me deixaria louca se fosse sussurrada no pé do meu ouvido na hora que se intrometeu.
- Quer dizer que você gosta de sotaque britânico forte? – ele disse no pé do meu ouvido com um sotaque do interior da Inglaterra, que se eu não estivesse acostumada com eles falando nunca entenderia de primeira. Eu me arrepiei toda.
- Sim, e o senhor pode parar de me provocar falando – isso escapou sem querer, não era pra ele saber que estava me provocando.
- Mas eu não fiz nada eu só queria participar da conversa – continuou usando todas as palavras que mais fariam seu sotaque forte se destacar. Enquanto ria.
Todo mundo começou a rir quando eu tampei meus ouvidos e comecei a fazer um “lalalalala”.
- Quando quiser ter esse sotaque sussurrando no seu ouvido, eu estou ao seu dispor. – parecia que estava dando em cima de mim quando fez a maior cara de cafajeste do mundo e piscou. SIM! Eu quase enfartei, mas não podia deixar isso me abalar. deve ter sido a única que percebeu que eu podia desmaiar a qualquer momento e mudou o assunto.
- Olhaaaaaaa a Fraaaaança! – ela gritou apontando para o outro lado – Todos olharam e falaram “mais já?” – Ah, era outra ferry-boat, achei que era a torre Eiffel – Começaram a zoar com ela. sempre foi lerdinha, mas eu sabia que ela tinha feito aquilo para que eu pudesse escapar de lá.
Sai e fui direto atrás de um banheiro, encontrei com Jimmy no caminho.
- Que aconteceu? Você tá branca, !
- Ah, estou meio tonta, barco... Sabe como é, vou ali lavar meu rosto e já volto.
- Tá bem, qualquer coisa me chama! – ele disse dando um beijo na minha testa e andando em direção ao pessoal.
Entrei no banheiro e comecei minha rotina de sempre, contar de 10 a zero para esquecer . Por que ele tinha que ser tão gostoso? Merda.
apareceu quando eu estava secando o rosto.
- Passou o enjôo? – ela disse com uma cara de riso – Enjôo provocado pelo AMOOOOOOOR – ela deu uma gargalhada.
- Para com isso, ! – eu respirei fundo.
- Tá, to só te enchendo. Mas ele super te pegava você sabe disso, não é? Ele tava te provocando.
- , eu amo aquele imbecil, não quero ser só mais uma – fiz cara de choro.
- Ah não , não pense em chorar... E o Jimmy?
- Pois é... Tenho o Jimmy, e ele é lindo, fofo...
- Mas você não ama o Jimmy.
Apenas balancei a cabeça positivamente.
- Por que você não termina com ele?
- Não consigo. Pelo menos estando com ele, eu me sinto menos mal em ver o pegador em ação.
- , você não pode ficar usando o Jimmy assim, e se ele descobrir?
- Aí eu terei um motivo para terminar com ele e entrar em depressão.
- Aff, pelo amor de Deus, você tá um lixo! Quando a gente chegar a França vamos fazer uma noite das meninas. E a gente te bota para cima.
- Tá – olhei para o chão como uma criança que fez coisa errada.
gargalhou.
- Nossa, que problema sua vida, né? Dois homens maravilhosos para se decidir, viagens pelo mundo por conta dos chefes e você ainda ganha em libras! Eu não gostaria de ser você – ela disse. Comecei a rir da situação, falando assim parecia bobagem mesmo – É, não queria ser você de jeito nenhum, ainda mais tendo meus ídolos de muito tempo como chefes – eu estava gargalhando - É, definitivamente não queria ser você, além disso tudo você é louca.
Saímos do banheiro rindo loucamente, os meninos nos olharam, nós trocamos olhares cúmplices. E ela disse em português:
- É, eu não queria ser você, eu tenho o sendo eu. Ele é bem mais sexy que o seu fave – ela não falou o nome, porque todo mundo estava lá, e a única coisa que eles entendiam eram seus nomes.
- Sou beeeeeeeeem mais o MEU fave do que o – eu disse dando língua e rindo – E também acho meu Deus grego muito gato.
Todo mundo ficou nos encarando e o resolveu falar.
- Posso saber o que as senhoritas estavam falando de mim em alemão? – ele disse levantando uma das sobrancelhas.
- Alemão? – comecei a rir – Ai, ai... , estávamos falando coisas que você não ia querer que nós falássemos em inglês.
- Pode falar. Eu não me importo. É o quê? Sobre o quê?
Eu comecei a rir.
- Quanta confiança, você nem desconfia?
Ele ficou um minuto calado, e fez que não com a cabeça.
- Não consigo pensar em nada que não poderia ser falado pra eles – e apontou para os meninos – Eles já me viram até pelado.
Dei uma gargalhada e resolvi zoar e falar a verdade.
- Estávamos falando de como eu acho que você não é tão sexy quanto o meu fave. E a não concordou.
- Fave? O que é isso? Como eu posso não ser mais sexy? Eu sempre sou – ele disse rindo.
- Fave é como as fãs chamam o favorito da banda.
- Quem é seu favorito, ? – perguntou.
- Isso é segredo – eu disse rindo e piscando para , que começou a rir.
- Não é justo! – eles falaram todos juntos, fazendo todo mundo rir.
- Seu fave é mais sexy que eu? – disse indignado – Desde que não seja o , eu não ligo, o e o são mesmo mais sexy.
- Ei! Meu é mais sexy que você também, – Sally disse abraçando pelo pescoço.
- Obrigado, amor! – disse rindo.
- É nada! – disse abraçando – Ninguém pode com essa pura sedução.
começou a rir e beijou a bochecha dela.
- Seu fave é mais sexy que eu? – Jimmy disse rindo.
- Vocês estão no mesmo patamar de sensualidade – falei – Mas você já sabe, né?
Ele começou a rir.
- Ah sim, se algum dos quatro te der bola eu serei trocado facilmente, estou me acostumando com isso – e chegou perto de mim – E isso faz você merecer mais castigo!
Lembrei que o castigo dele era cócegas e já corri para me proteger. Enquanto estávamos correndo os meninos começaram uma discussão sobre quem daria em cima de mim para me separar do Jimmy. Pois já não aguentavam mais não me ter por perto sem ele.
’s POV
- , acho que você é o Fave da , - disse. – Ela quase nunca te da papo, vai ver é muito desconcertante olhar para a sua beleza. Você devia dar bola para ela e assim a gente se livrava do Jimmy e recuperava nossa parceira de festas.
começou a rir.
- Não é o , não é o ! A tá rindo com cara de que não sabemos de nada!
-Então quem é? – perguntou visivelmente interessado nos rumos da conversa.
- Ah gente, sei lá, na época que a me falava de Faves eu nem sabia diferenciar vocês... Não sei que é.
-AHAM CONTA OUTRA – disse – Já sabemos que não sou eu, nem o , pois ela já admitiu. Só resta o e o .
- Então é o , porque o não é mais sexy que eu. – concluiu.
- Eu? Sou eu, ? – se aproximou de mim tentando tirar alguma reação. Tentei pensar em cachorrinhos ou no para não demonstrar nada – Ou é o . - tampei a cara com as mãos e suspirei, tentando engolir uma risada.
- É o ! – falou. Eu ainda tentava fazer cara de paisagem.
- Parem, que coisa, a não quer que eu conte.
- Você não está contando, amor. Nós estamos deduzindo. – falou e depois sussurrou no meu ouvido:
- É o , né? – ele sussurrou de um jeito calmo e eu acabei deixando escapar um “uhum” sem querer. – EU SABIA. – ele disse alto.
- Sou eu mesmo? – deu um sorriso que eu não consegui interpretar, ele tinha achado isso legal? Sinto um “que” de amor nisso? Será que gosta ? MEU DEUS. SERÁ?
– Mentira, porque eu? Não sou nada demais, porque a me escolheria como fave?
- Eu só vou falar uma vez e se vocês falarem que eu disse isso eu negarei até a morte. – comecei a falar e todos estavam calados – Ela começou a gostar da banda por conta de uma musica que você escreveu . Não me pergunte qual, porque eu não sei. E desde então ela sempre teve um encanto maior por você. Acho que você foi o primeiro ídolo dela na banda. Por isso você é o fave. Ela acha todo mundo talentoso, mas você é mais, na cabeça dela. – Dei um suspiro e resolvi sair, já tinha falado muito mais do que devia. Mas eu fiz isso só para testar a reação de . – Não me perguntem mais nada e nem falem com ela sobre isso. – Quando eu sair notei olhando para o nada, pensando em algo. Acho que tem algum sentimento ali. Tenho que prestar mais atenção.
- Não tem porque ela esconder isso, amor – correu atrás de mim e continuou a conversa a sós – A gente sabe que ela é fã nossa, inclusive a conhecemos no camarim, óbvio que ela admira nossa banda e tem um carinho maior pelo “fave”. Porque ela não fala disso? Não vamos pegar no pé dela.
Fiquei de frente para e disse:
- Ele não é só o “fave” dela. – Eu tinha que contar para alguém, e confiava em ele não falaria para ninguém – por isso que ela não queria que ele soubesse de nada.
- Como assim?
- Ela é apaixonada pelo , . Mas não fala isso pra ele. Por favor.
- Não vou falar. Não tem porque eu falar isso para ele sem a permissão dela.
- Obrigada, podemos ir pro dentro sentar? Quero ficar quietinha por um tempo. Não estou bem.
Fomos para o dentro e passamos por que ainda fugia de Jimmy. Só que ele era mais rápido e conseguiu a pegar. Dei uma risada. Será que eu falo para ela o que eu notei no ? Ou é melhor eu deixar isso para outro momento? Vou pensar melhor nisso, por enquanto é melhor eu a deixar curtir o deus grego dela.
End of ’s POV
- Você estava falando sério? Quando disse que me trocaria fácil por qualquer um dos quatro? – Jimmy perguntou quando estávamos mais longe e ele tinha parado de fazer cócegas, tinha ficado mais sério.
- Não! – menti. Eu seria capaz de trocar o Jimmy pelo amor da minha vida, se eu soubesse que ele realmente fosse ficar comigo por mais do que uma noite – Tava brincando só, você sabe que eu gosto de você! - dei um beijo nele, que respondeu com um sorriso fraco, parecia não ter acreditado.
Capítulo 18
'S P.O.V.
Eu acabei de descobrir que a me admira muito e queria poder falar que sinto o mesmo. Ela é uma pessoa incrível. Mas acho que tenho que respeitar o fato dela nunca ter me falado nada. É melhor ficar na minha, se algum dia ela resolver conversar comigo sobre isso darei abertura e não farei piadas, afinal gosto muito da e não quero que as coisas fiquem estranhas só porque sou o favorito da banda para ela. Se bem que não tem motivo para as coisas ficarem estranhas. Estou meio confuso. - Ah, PARIS! Como eu adoro as francesas! – falei alto fazendo todos rirem inclusive e o namoradinho sem sal dela que tinham voltado para perto de nós. Qual o meu problema? Eu não consigo engolir esse Jimmy. - , tira o cavalinho da chuva, as francesas são mais criteriosas, não vão sair com qualquer um – disse piscando para uma loirinha com um vestidinho curtíssimo, mas ela estava olhando para o Jimmy. Jimmy. Ela estava olhando para o Jimmy, enquanto eu, o gostosão famoso, estou bem aqui, e o , pura sedução, está piscando para ela? Ok, isso soou meio gay, mas o é pura sedução mesmo. Que diabos esse cara tem? Até a se derrete de amores por ele! URG! Porque eu estou sentindo ciúmes? - Ih, ela tá de olho é no Jimmy, fica de olho hein, ?! - falou – Ignorou o e o até. - Tem nada não, eu que to pegando. – disse rindo enquanto o Jimmy começava a rir e a puxava para um beijo. Senti ciúmes novamente.
Chegamos ao hotel e teríamos o resto da tarde e noite de folga. O show seria somente no outro dia pela tarde, resolvi chamar o pessoal para passear pela cidade, estava com a Sally, não quis sair. nem atendeu a porta do quarto, talvez estivesse com a . tinha saído mais cedo e ainda não havia voltado. Resolvi sair sozinho, peguei a máquina fotográfica cheia de frescura do e fui passear no parque que havia na frente do hotel. Enquanto andava, fui reconhecido apenas duas vezes. E as últimas meninas que vi, acharam que eu era muito parecido com o , mas tinham certeza de que não era ele. Ele era mais alto. No meio dos meus devaneios e fotografias bestas de árvores e coisas estranhas, já estava me sentindo um fotógrafo profissional. Quando resolvi sentar para descansar, vi uma menina muito bonita de costas, pedindo um sorvete. Ela era baixinha, mas parecia meu estilo. Apesar de não saber uma vírgula em francês, fiz minha cara de sedutor e caminhei em direção à menina, estava precisando falar com gente nova para parar de ficar obcecado com Jimmy. Não sei por que eu não gosto do cara. Não ligava pra ele antes, mas desde que ele se aproximou de não fui mais com a cara dele. Será que estou com ciúmes mesmo? Quando estava mais perto percebi que ela estava tentando explicar o sorvete que ela queria em inglês. O que me deu mais confiança poderia me comunicar com ela pelo menos, notei uma bolsa de máquina pendurada no ombro, teria assunto também.
- Pode desistir, eles fingem que não falam inglês, sabe como é... Coisa de perdedores de guerras mesmo – fiz a piadinha e ela se virou.
- ! – era a . Assustei-me e senti um frio na barriga do nada.
- ?! – como assim? Era a e eu não percebi! – O que você tá fazendo aqui?
- Resolvi sair para fotografar Paris. Ao contrário de todos vocês, essa é a primeira vez que eu venho aqui.
- E o Jimmy?
- Ficou no hotel, tava com sono ou alguma coisa assim, azar o dele, Paris é linda e eu estou me divertindo – ela deu sorrindo lindo e virou novamente para o moço do sorvete – Ele podia tanto me vender sorvete, né?
Eu dei uma risada da cara dela tentando explicar para ele que queria um sorvete, que nem inglesa ela era, e achava muita prepotência os ingleses acharem que ganharam todas as guerras e ela já estava falando como achava o Napoleão bem mais legal do que a rainha porque, se não fosse ele, o rei de Portugal nunca ia ter fugido para o Brasil, transformando o Brasil em um Reino Unido e não mais numa colônia e ela nunca nasceria, nesse momento a filha do cara que fingia que não nos entendia saiu de dentro do bistrô e arregalou os olhos de um jeito doentio para mim. Fiquei com medo. Ela falou alguma coisa em francês, muito rápido, e o pai dela olhou para mim também. Eu fiquei com mais medo. viu toda a movimentação e sacou antes de mim o que estava acontecendo. Pegou a minha mão e falou:
- Tá, vamos embora então , a gente pode comer em outro lugar – Porque ela falou meu sobrenome? Estava me virando e sendo arrastado para fora da calçada quando a menina falou num inglês carregado de sotaque:
- Eu não acrrrredito! Então você é mesmo o ! Eu vou morrrrer! – ah então era isso, eu achando que os dois é que iam me matar. Estava me preparando para ser um ídolo legal, dar autógrafos e tirar fotos quando me interrompeu.
- É, ele mesmo, e como ninguém quis me vender sorvete, você não vai tirar foto com ele – é ela falou isso para minha fã. Eu comecei a rir. Que fofa.
- Deixa de bobagem, – soltei a mão dela e virei para a menina novamente – Te dou autógrafo e tiro fotos, mas você pode trazer nossos sorvetes, por favor? A aqui tá desejando um sorvete tem tempo já. – ela se virou para o cara, e eu descobri que ele na verdade era só um garçom e o pai dela na verdade era o dono do lugar e não estava lá. ganhou o sorvete dela e a menina ganhou o autógrafo e fotos. Todo mundo saiu feliz.
me agradeceu por ter aparecido do nada e salvo o bebê dela de ter cara de sorvete. Achei que ela estava grávida mesmo, tendo desejos, mas depois percebi que ela estava brincando. Sou lerdo às vezes. Passeamos pelo parque e ela quis ir até a Torre Eiffel, expliquei que não era lá grande coisa, na Inglaterra tinha coisas mais legais, mas ela quis ir de qualquer forma. Fomos andando e tirando muitas fotos no caminho. Fotografei em centenas de ocasiões. Ela estava se divertindo e eu tinha virado o fotógrafo oficial dela em Paris. Tirei centenas de fotos, de todos os ângulos possíveis. Minha foto favorita dela foi a mais espontânea e foi também um close. Ela estava mexendo nos cabelos e no exato momento que seu rosto ficou meio encoberto, no espaço entre duas mechas, capturei um brilho nos seus olhos. Foi a melhor foto que eu tirei na minha vida. Acho que eu poderia ganhar prêmios com ela se fosse um fotógrafo profissional. Mostrei-a para ela.
- Nossa não sabia que você tirava fotos tão bem, .
- Nem eu, na verdade – disse rindo – Essa eu quero pra mim.
- Vai fazer o que com ela? – ela me perguntou ainda olhando para a câmera e tomando o segundo sorvete do dia. Ela não podia ver sorvete na rua que queria experimentar.
- Não sei, guardar uma cópia original num cofre de um banco, ela pode valer milhões como a minha primeira foto premiada. E colocar outra no meu mural.
- Eu também quero uma foto sua! – ela disse pegando a máquina dela e começando a tirar fotos minhas, enquanto eu fazia caretas.
- É só colocar meu nome no Google – fiz piada.
- Quero uma foto exclusiva – ela disse ainda tirando fotos de mim – Para de fazer careta!
Eu ri, fiz minha cara de sedução total e fiquei olhando pra o centro da câmera.
- Ui, que olhar sedutor – comecei a rir mais uma vez – Posso ficar rica com essas fotos a qualquer momento.
Continuei rindo e ela continuou me fotografando. Chegamos a Torre e ela concordou comigo, não era lá grande coisa. Acho que ela estava tentando me agradar, pois eu pude ver nos olhos dela que ela estava adorando tudo. Ela comentou que o Cristo Redentor também é bem legal e que de lá dava para ver a cidade toda, como na torre. Estávamos pensando no que fazer quando descemos da torre e o telefone dela tocou. As meninas queriam sair, uma noite só com as meninas, sem namorados e "rolos".
Voltamos para o Hotel, fui para o meu quarto baixar as fotos no meu computador e enviar todas as fotos que eu tinha tirado da para o e-mail dela.
Cheguei lá e me dei conta de que não tinha o cabo para a transferência das fotos. Eu estava meio preguiçoso depois de andar Paris inteira com a , liguei para o , que estava no quarto ao lado.
- Cara, você podia trazer o cabo USB da máquina? – perguntei.
- Onde você tá?
- No meu quarto... Quero baixar as fotos que eu tirei hoje à tarde.
- Tá, eu levo aí, as meninas já saíram e eu não tenho o que fazer mesmo. Já tô indo.
Alguns minutos depois entrou no quarto seguido de .
- Também não tenho o que fazer – disse, a me ver olhando ele entrar no meu quarto.
- Cadê o ? – perguntei, já faziam horas que eu não o via.
- Ah, ele arranjou uma francesinha e tá no mundo com ela em alguma festa – falou - O que você fez a tarde toda? Só tirou fotos?
- Sim, passei a tarde tirando fotos e passeando com a .
ligou o USB no computador e começou a copiar as fotos. Ele foi olhando e dando a sua análise fotográfica de cada uma das fotos. Até que ele chegou às fotos da .
- Nossa quanta foto da !
- Ela queria que eu tirasse fotos dela em Paris – levantei os ombros.
- Tem umas muito boas aqui – comentou – Essa aqui é ótima – ele apontou para a minha favorita.
- É, também gostei dessa, a ficou linda.
- Ela é linda, – disse.
- Nunca disse o contrário – falei rindo – Mas ela é uma menina comprometida, e é minha amiga, não posso simplesmente usar todo meu charme com ela.
- Não se atreva a tentar usar a – disse – Se bem que acho mais fácil você sofrer do que ela, tendo em vista que eu sei que eu sou o fave dela, e ela nunca ia querer nada com você.
- , ontem a falou que eu sou o favorito da , eu não me esqueci disso.
- Ah é, saco, eu devia ter guardado essa informação para mim. Ela tava tranquila hoje de tarde com você?
- Tava sim, normal, porque ela estaria diferente?
- Ué, sei lá, agora você sabe que é o favorito dela, vai que você tentou seduzir?
- Cala a boca, .
estava só rindo da nossa conversa. Continuamos falando bobagens e vendo as fotos até que o chegou muito bêbado e se jogou na minha cama. Ele murmurou algo e disse . Achei que ele estava tentando falar algo das fotos que ainda estávamos olhando e deixei para lá. Tivemos o trabalho de carregar o brutamontes até o quarto dele, trocar a roupa e colocar ele na cama. Diz aí se não somos ótimos amigos. Depois de tudo isso não tive mais pique para sair e voltei para o meu quarto, enviei as fotos da para o e-mail dela e fiz uma nota mental de revelar a minha foto favorita depois.
END OF 'S P.O.V.
Eu cheguei no meu quarto extasiada. Que tarde havia sido aquela? Eu e ! Sério, ainda estava tentando imaginar como não morri do coração e nem falei bobagens quando Jimmy entrou no quarto e eu me assustei acordado dos meus devaneios.
- Desculpa! Te assustei, né? – ele disse fechando a porta.
- Um pouco, mas tá tudo bem... – falei deixando a máquina em cima da cama e torcendo para que ele não pedisse para ver todas as minhas fotos em Paris, que se resumiam basicamente em vários ângulos de em Paris. Ainda bem que ele tinha tirado fotos minhas, se não teria sido uma tarde perdida. Perdida para minhas fotos, porque passar uma tarde toda sozinha com o em Paris nunca é tempo perdido.
- As meninas me avisaram que vocês vão sair hoje e que eu não estou convidado.
- Pois é, elas me falaram isso também. Vocês poderiam sair né? – sugeri – Quer dizer, uma noite só de meninos, só não saia sozinho com o .
Ele começou a rir.
- Ele e o provavelmente serão os únicos a fim de sair, mas depois eu vejo o que eu faço. Divirta-se com as meninas – Jimmy se virou para sair do meu quarto – E tenha juízo, mocinha – ele voltou e deu um beijo na minha testa, saindo do quarto de vez.
Liguei o meu computador e comecei a babar com as fotos que eu tinha tirado. A melhor de todas foi uma das primeiras que eu tirei, na hora que ele fez o olhar sedutor. Eu fiquei petrificada babando pela foto, até que entrou no meu quarto e me acordou do transe.
- ACORDA, PARA DE BABAR!
- PORRA! – berrei - Quer me matar do coração?
- Quero não fofa, mas eu acho que você tem que tomar mais cuidado... Se quiser ficar babando no por aí... Se fosse o Jimmy você teria problemas.
- Que problemas? Eu to só olhando as fotos que eu tirei hoje... – eu voltei a olhar para o computador e passar as fotos mais rápido.
- Não tem problema ver fotos, o problema é babar nelas – ela continuou enchendo o saco.
- Ah, tá – eu bufei –Mas precisava me assustar?
- Desculpa, mas tava entreaberta. Eu não tinha como perder essa oportunidade.
- Ah, o Jimmy não deve ter fechado direito. – falei ainda sem tirar a cara do computador.
- Você podia pelo menos olhar pra mim pra dizer “oi”... E PARA DE BABAR – repetiu.
- Ah...O que eu posso fazer se esse cafajeste do é um gostoso fotogênico?
Ela caiu na gargalhada, trancou a porta do meu quarto e veio analisar as fotos comigo, falamos em português para não ter nenhum perigo, caso alguém ouvisse nossa conversa.
Mais tarde nos arrumamos e Sally bateu na porta, saímos para um bistrô para provarmos as delícias francesas. E, dessa vez, eu estava acompanhada por alguém que falava francês, a Sally, não teríamos problemas com a comida.
Capítulo 19
Acordei com uma ressaca braba e sem nenhuma lembrança da noite anterior. Em fatos: Primeiro, eu não sabia nem como tinha chegado em casa, a única certeza que eu tenho é que eu fui a última a ficar bêbada. Segundo, eu tinha que descobrir se as meninas estavam vivas.
Me arrastei até o banheiro, lavei o rosto que estava todo borrado de maquiagem, amarrei o cabelo e troquei de roupa, o banho ficaria para depois. Antes tinha que ver as meninas.
Fui primeiro no quarto do , ver como a Sally estava. Ela foi a primeira a ficar bêbada, pelo pouco que lembro. Bati na porta e aguardei resposta.
- Quem é? – ouvi a voz do .
- Sou eu. . – minha voz saiu rouca, muito rouca. Que estranho.
- Nossa senhora, o que vocês fizeram ontem depois que tudo aconteceu? A Sally está caída na cama até agora, você está melhor? – ele colocou a mão no meu ombro enquanto eu o afastava para passar e ver a Sally.
- , eu não faço ideia do que aconteceu ontem! – falei novamente sem voz – Eu não sei nem como eu cheguei ao hotel.
- Ah, isso eu posso tentar esclarecer. – seu semblante ficou sério.
Fiquei calada e esperei ele falar.
- Vocês, no meio da festa de ontem, encontraram com o , a garota que ele estava pegando e o Jimmy.
- Então a gente voltou com eles? – perguntei.
- Não, vocês pegaram um táxi e saíram de onde eles estavam.
- Por quê? – merda, eu não conseguia me lembrar de nada.
- Não sei a Gio só me falou isso antes de dormir. E eu ainda não falei com ninguém. – disse mudando de assunto.
- Hum, ok, vou ver se o Jimmy se lembra de alguma coisa.
ficou calado no quarto. Resolvi que era hora de encontrar alguém que soubesse de tudo. estava estranho, mas vai ver era só preocupação com a Sally. No caminho do quarto da eu passei por .
- Como você tá, ? – ele parou preocupado, me olhando profundamente.
- Eu to bem, com um pouco de ressaca, mas bem.
levantou uma das sobrancelhas e continuou me encarando.
- Tá bem mesmo?
- Sim, aconteceu alguma coisa com a ? – eu fiquei preocupada, a cara do não era de coisa boa.
- Com a ? – ele perguntou confuso – Não! Eu quero saber de você!
- Comigo tá tudo bem, deixa de ser louco, . – eu disse rindo – Essa hora da manhã e você ainda tá bêbado? – balancei a cabeça negativamente e continuei o caminho para o quarto da .
continuou parado no corredor me olhando com cara de confuso. Eu não queria conversar com ele agora, tinha que ver como estava a minha amiga. Apressei o passo para o quarto, se ela estivesse bem poderia me lembrar do que aconteceu ontem.
Cheguei ao quarto e bati na porta, atendeu. Por incrível que pareça, ela estava bem vestida e com cara de saudável, ao contrário de mim. sempre foi mais forte com ressacas, eu sempre fico de ressaca eternamente. Ela me abraçou.
- Como você tá amiga? – Ah, essa de novo?
- Cara, o que diabos eu fiz ontem à noite? Todo mundo tá me perguntando como eu estou!
- Você não lembra? – colocou a mão na boca – Ai, meu Deus! Senta aqui!
- Cadê o ?
- Foi conversar com o , pra ele se acalmar.
- Han? Volta a fita, eu fiz alguma coisa pro ?
- Não, do céu! Como que você ficou com essa amnésia toda? - ela balançou a cabeça e bateu a mão no colchão ao lado dela para eu me sentar – Vamos lá...
Fiquei calada e começou a falar:
- Nós fomos para um restaurante comer as especiarias da França. Depois eu dei a belíssima ideia de irmos para um club qualquer ver como era a balada francesa. Chegando lá, nós começamos a beber e a dançar. Sally ficou bêbada bastante rápido, eu estava acompanhando o ritmo, você ainda estava tranquila, começamos uma disputa para ver quem conseguia seduzir mais homens dançando... Eu e você – ela disse quando eu perguntei quem – Sally iria avaliar quantos homens olhavam para nós. Mas antes disso, você resolveu que deveria ficar bêbada também. Bebemos até não aguentarmos mais e fomos para o meio da pista.
- Acho que estou começando a me lembrar...
[flashback]
- Iuuuuuuuuuuuuuhul! Agora a gente vai dançar aqui e deixar esses caras todos babando! – disse cambaleando para o meio da pista.
- Já tem um monte de gente olhando só a gente andando.
- EU CONTEI 15 JÁ! - Sally gritou da mesa e começou a rir sozinha.
Começamos a dançar e grande parte das pessoas estava com os olhos vidrados em nosso show. Menos as pessoas que estavam se pegando no escuro.
- Amiga! Aquele ali é o ? – apontou para um cara visivelmente bêbado indo ao bar com uma loira a tira colo.
- Parece, vamos estragar a noite dele? – olhei para que riu maleficamente.
- Vai só você, eu quero assistir.
Fiz minha cara de namorada afetada e fui atrás do .
- ! – falei quando cheguei perto dele.
- Han? – ele se virou – !
- O que o senhor está fazendo com essa mulher? – falei com minha voz de bêbada e segurei a risada, a cara dele de confuso estava ótima.
- Você me disse que era solteiro! – a menina deu um tapa nele e saiu. Assim que ela se foi eu cai na gargalhada.
- O que foi isso? – ele perguntou.
- Ah, eu queria zuar... E ela nem é bonita o suficiente para você, .
Ele virou os olhos e disse:
- Você bebeu demais, não tá na hora de voltar pra casa?
- Ai, como você é chato! Você também está bêbado e eu não to te mandando ir embora – eu disse e virei de volta para que estava caindo de rir no meio da pista – Vou dançar mais, tchau.
Comecei a andar em direção a quando de repente ela ficou séria.
Olhei para ela com cara de confusão e ela apontou para o outro lado da festa.
Jimmy estava lá, engolindo uma garota. Eu fiquei completamente puta e me virei em direção a ele. Chegando mais perto eu consegui ver quem era. Ninguém mais, ninguém menos que Serena. É, a SERENA! O ser que eu mais odeio no universo, a partir de agora mais intensamente, porque primeiro: namorou com o , segundo: tentou magoar o e terceiro: estava sendo engolida pelo MEU Deus grego.
Como eu estava bêbada comecei a chorar, virei de costas e sai. Se eu estivesse sóbria provavelmente só iria embora e choraria no banheiro sem ninguém ver. Mas bêbada não controlo minhas emoções. Sally apesar de muito bêbada correu atrás de mim e foi até o Jimmy, deu um tapa na cara dele e saiu. Entramos no táxi e eu decidi que não queria falar no assunto.
Chegamos ao hotel e fomos para nossos quartos. Fechei minha porta, peguei um whisky que havia em cima do frigobar. E virei a garrafa. Em algum momento entre o choro e a bebida, eu dormi.
[FIM DO FLASHBACK]
parou de falar. Ela tinha percebido que eu havia lembrado tudo. E me abraçou.
- Me diz, - falei ainda enquanto ela estava me abraçando – Por que eu sempre tenho que ficar com cafajestes? Sempre? – comecei a chorar.
entrou no quarto nesse exato momento.
- , não fica assim, você não tem culpa de nada – ele disse me abraçando.
- , uma vez a culpa é da pessoa. Duas vezes a culpa é minha! – falei soltando o abraço e passando a mão no rosto para secar as lágrimas.
- O que você quer dizer com isso?
- Eu quero dizer, fui traída uma vez, a culpa é de quem me traiu. Duas vezes, a culpa é minha que continuo sendo burra.
- Ele te traiu outra vez? – perguntou.
- Não... Outro cara... Ai, esquece! Eu quero ficar sozinha – levantei e sai do quarto correndo, não queria a simpatia de ninguém, eu queria simplesmente chorar sozinha no banheiro.
- O que foi isso? – perguntou para quando eu bati a porta ao sair do quarto.
- Uma longa história – disse – Senta, vou te contar.
- De qualquer forma a matemática dela tá errada, a pessoa traída nunca tá errada... – ele disse sentando para ouvir o que ia começar a falar.
Capítulo 20
Eu estava chegando à porta do meu quarto feliz por não ter passado por ninguém no corredor quando eu vejo a única pessoa no universo que poderia me fazer sentir muito melhor ou muito pior naquele momento. . Ele estava parado ao lado da minha porta. Mas eu não queria nem ele naquele momento. Vejam só o meu estado crítico. Nem a minha paixão eu quero.
- Quero ficar sozinha, . – falei chegando à minha porta.
- Por favor. – me olhou com uma cara muito triste – Eu quero muito conversar com você.
Ver a cara de triste dele me deu vontade de abraçar e nunca mais larga-lo. Eu até esqueci que eu tinha muitos problemas. Abri a porta e deixei-o entrar.
- Vai dizer que você está triste porque o Jimmy me traiu?
- Não, na verdade... Eu estou me sentindo um lixo por culpa da Serena.
- Como assim?
- Apesar de tudo o que eu falei e fiz... – ele parou de falar e eu continuei calada – Eu acho que eu realmente sentia algo a mais pela Serena...
Para tudo! Que porra é essa? Você deveria ter superado isso pegando todas as mulheres que você pegou. Até esqueci que estava triste.
- Como assim? Você me disse que não amava ela.
- Eu nunca consegui aceitar que ela estava junto com a Anne para me “magoar”. E eu meio que fingi que não estava nem aí. Mas no fundo, eu sempre estive. E depois do que aconteceu ontem eu fiquei ainda mais estressado, porque além de me machucar, ela machucou você.
Lembrei que estava triste depois dessa.
- Ah é... – bufei – Eu sempre tenho que ficar com os cafajestes, mas quer saber? A partir de hoje eu vou pegar todos também.
olhou para minha cara e conseguiu soltar um risinho.
- Até parece, não é fácil assim não...
- Ok, eu sei que não sou uma rockstar, mas eu posso pegar muitos caras, ok?
- Não digo por isso, ... – ele respirou fundo – Pelo menos comigo, não funcionou, eu estou pegando todas essas mulheres ultimamente e isso só me fazia pensar cada vez mais nela. E como nenhuma mulher que eu conheço podia chegar aos pés dela, eu ficava cada vez mais infeliz. E apesar de eu saber que nada daquilo era real o sentimento foi... Pelo menos para mim. É muito difícil.
- Hum... – era tudo que eu precisava para entrar em depressão de vez, meu Deus Grego é um fiasco, meu amor ama outra e eu tenho que aguentar ele reclamar o quanto a ama e não queria ter perdido o amor dele. Faça-me um favor!
- ... – eu comecei – Sabe... Eu não to muito a fim de ouvir daquela retardada, desculpa se você ama ela, ou sei lá o que, mas ela não presta, e a última coisa que eu quero ouvir é como você sente saudade dela. – soltei tudo de uma vez.
- Desculpa... – ele sentou no chão do quarto e eu estava sentada na cama – Mas o Jimmy não é lá essas coisas também.
Eu me joguei de costas na cama.
- Você também não é lá essas coisas e eu não sei por que diabos eu deixei você entrar no meu quarto. - isso tudo estava me estressando.
- Desculpa de novo. – ele virou e sentou encostado na cama, próximo a minha perna, olhando para a porta. Eu continuava fitando o teto, jogada na cama – É que hoje, depois de tudo, eu percebi uma coisa.
- O quê? – eu falei sem me mover.
- Apesar de eu ainda gostar muito dela, eu não quero ela mexendo com os sentimentos das minhas amigas.
PUTAQUEPARIU! AMIGA? Valeu , por conseguir arruinar qualquer expectativa mínima que minha esperança ainda deixava viver que em algum dia, de uma forma improvável, você viesse, talvez, se interessar por mim. Eu fico prolixa sempre que estou nervosa, desculpe. Apesar de pensar isso tudo continuei calada. Olhar congelado na luminária estranha do quarto.
- Eu estou acostumado a ser magoado por ela todos os dias, vendo coisas na internet, recebendo mensagens, vendo fotos antigas... Mas ontem, quando eu descobri o que aconteceu, primeiro eu quis matar o Jimmy... Como ele podia te trair? – ele fez uma pausa – Você é a garota mais incrível que eu conheço . Ninguém pode te trair.
Eu dei uma risada de desdém.
- Você fala isso porque é meu amigo...
- Não, eu falo sério... Eu te admiro muito, sabe? Você é muito especial para mim. Enfim, quando eu descobri que foi com a Serena, e simplesmente porque ela queria te machucar de alguma maneira, eu perdi a cabeça e quis matá-la, e eu realmente gosto dela...
- Como é? Ela queria ME machucar?
- Ah, merda, verdade, não tem como você saber disso – ele levantou e deitou ao meu lado olhando para o teto como eu – Eu me encontrei com ela hoje de manhã, depois que eu mandei o Jimmy embora. Junto com o que estava lá para evitar que eu batesse nele.
- Hum... – continuei fitando o teto e percebi meu coração começar a bater acelerado, talvez pela presença de deitado ao meu lado em uma cama, ou talvez de curiosidade pelo que ele estava para dizer.
- Enfim, ela estava lá linda e sorridente, enquanto eu estava infeliz olhando para ela com cara de arrasado. E ela me disse “eu sei, desculpa... Minha intenção agora era só deixar a infeliz...”. Eu perguntei por que e ela me disse “ela não pode ter tudo... Ter a sua amizade, ter o amor do Jimmy...”
- Essa menina é louca? Psicopata? Ela me odeia por quê? – olhei para ele.
- Nesse momento, eu percebi qualquer resquício de amor que eu tinha por ela ia sumir de vez.
- Sumiu porra nenhuma, ! – é eu estava estressada – Há menos de dois segundos você estava reclamando que ama a filha da puta. O que diabos eu fiz pra merecer isso?
- Posso continuar?
Eu simplesmente voltei a olhar o teto e comecei a chorar silenciosamente. Ele estava olhando para cima, e não podia ver.
- Ela tem inveja de você.
- INVEJA DE MIM? – eu sentei na cama, com lágrimas descendo por minhas bochechas e soltei tudo em cima do – Por que ela teria inveja de mim? Eu sou uma brasileira sem dinheiro, que trabalha para bancar os estudos e tem que manter as notas numa média fixa para não perder o visto e ser deportada, enquanto ela viaja pelo mundo desfilando, pega o cara que eu mais amo no mundo e é podre de rica? Faça-me o favor! – essa parte do cara que eu mais amo no mundo escapou sem querer, mas foda-se quem se importa mesmo?
sentou, ficou me olhando chorar por uns segundos e me deu um abraço.
- Ela tem inveja de tudo em você, não se desmereça. Você é mais inteligente, mais interessante. , você consegue conversar com uma criança e com a Rainha sem deixar de ser você mesma. E sem parecer idiota, apesar de viver fazendo idiotices. Isso é um dom de poucas pessoas. Eu falei que ela nunca ia chegar aos seus pés, e isso é verdade. Você é única.
Larguei o abraço dele e respirei fundo.
- Se eu sou tão boa assim, por que não sou tratada desse jeito?
Ele fez uma cara de confuso.
- Todos os caras que eu me dei o trabalho de entrar num relacionamento me traíram, . Eu devo ter cara de trouxa ou algo assim.
- Você não é trouxa, ... Eles que são por perderem uma menina assim – passou a mão na minha bochecha e limpou uma lágrima.
Fiquei calada por um tempo e fechei o olho enquanto ele passava a mão no meu rosto, isso me acalmava. finalmente fez a pergunta que eu esperava não ouvir.
- O Jimmy é o cara que você mais ama nesse mundo? Sério?
- Não. –respondi – É você.
Capítulo 21
- Eu? – me olhou profundamente.
- Sim, você, mas tudo bem, eu sei que você é meu amigo e eu já estou feliz com isso.
continuou calado.
Eu também não falei nada por uns segundos até que alguém bateu na porta.
- Tá aberta! – eu gritei quebrando o silêncio constrangedor. Jimmy entrou com uma cara de triste.
- Posso falar com você?
finalmente olhou para mim, seu olhar era de preocupação e choque. Eu balancei a cabeça positivamente tentando focar em qualquer coisa menos no que eu havia lhe contado. Ele se levantou da cama.
- Qualquer coisa me liga. – disse para mim e então olhou profundamente nos olhos de Jimmy antes de fechar a porta ao sair.
Eu respirei fundo, me virei para o Jimmy e falei:
- Ok, não foi culpa sua, é isso que você vai falar?
- Não, eu assumo que eu tive muita culpa. – ele disse inesperadamente – E a bebida ajudou um pouco...
Eu continuei calada tentando me concentrar, tinha outra coisa passando na minha cabeça agora. E essa outra coisa estava berrando “VOCÊ ACABOU DE SE DECLARAR E ELE NÃO DISSE NADA.”
- De qualquer forma, eu só queria te pedir desculpas, eu não tinha essa intenção. Eu realmente queria algo sério com você, mas...
Eu interrompi. Finalmente deixando de lado o pensamento e focando no problema anterior.
- Queria algo sério, mas caiu de boca na loira aguada, não é? Eu entendo... Ela é gostosa – falei fazendo uma cara de desdém.
- Não – ele balançou a cabeça negativamente – Eu sempre te achei distante, ...
- Ah, ok, por isso você pegou a ex do ? – minha raiva estava a mil – Sinceramente, eu não fui distante, ontem à tarde estava tudo maravilhoso e hoje eu estou distante?
- , você nunca gostou realmente de mim. – ele soltou isso na lata – Eu realmente gosto de você, mas eu não sentia reciprocidade. Você alguma vez me olhou de outro jeito? Além do jeito “aquele é cara que eu estou pegando”?
Qual é a desse cara? Já não basta ter me transformado em lixo, me feito fazer uma declaração desnecessária para o , ainda vem me cobrar?
- Sim, eu sempre quis algo sério com você, Jimmy – virei de costas. Eu não podia olhar para ele. Aquilo era verdade e mentira ao mesmo tempo. Eu queria ficar com ele, mas só porque não podia ter o . Senti meu estomago embrulhar.
- Olha pra mim e diz que você realmente me amava. – não virei - , eu sei que você nunca me amou, ontem depois que você voltou do seu passeio eu te vi na cama vendo as fotos que você tirou com o . Você nem sequer me falou que havia encontrado com ele. A forma que você olhou para as fotos dele...Tinha um amor ali que eu nunca vi. Você nunca olhou para mim assim. Eu achei que vocês tinham passado a tarde juntos, sei lá, de uma forma mais romântica, posso ter me precipitado, não foi a melhor maneira, mas pelo menos é bom que isso tenha um fim. Você pode tentar ficar com quem você ama, te garanto que você pode e esse cara vai ser o homem mais sortudo do mundo. – ele fez uma pausa. Continuei de costas, chorando silenciosamente.
– Eu só quero que você me perdoe, e apesar de tudo, posso ser seu amigo. Ou posso nunca mais aparecer na sua vida. Você decide.
- Eu te perdoo, mas eu não quero te ver nunca mais. Pelo menos por enquanto. – falei ainda virada de costas. O peso de todas as palavras dele estava nas minhas costas. Eu o magoei, antes de tudo. Ele reagiu da pior maneira possível, mas eu estava longe de estar certa e querer cobrar algo dele. Era tudo verdade. Tudo que ele falou. E isso me fez me sentir pior do que já estava. Se é que isso era possível.
Ele me abraçou por trás, agradeceu e saiu. Fiquei parada no mesmo lugar até que, mais uma vez, bateram na porta. Meu coração disparou. Podia ser o .
- , a gente viu o Jimmy saindo daqui, o que aconteceu? – eram e entrando no quarto.
- , eu falei pro . Eu falei pro . EU FALEI! – me joguei de cara na cama.
arregalou os olhos.
- Falou? O que?
- Sim, eu falei que AMO aquele desgraçado. – enfiei a cabeça no travesseiro. Quem se importa do saber? O já sabe... Foda-se o resto.
- Você ama o Jimmy? – perguntou de repente.
olhou para o e balançou a cabeça negativamente.
- Deixa de ser lerdo, , ela ama o .
- Ué, como eu ia saber? Ela acabou de chamá-lo de desgraçado e... – ele arregalou os olhos – OH MY GOD, você ama QUEM? – estava surpreso, ele já sabia, mas no fundo achava que era exagero de .
Eu simplesmente ignorei. por outro lado repetiu “” e ficou calado por um tempo.
- Sério? O ? Por quê?
- Dá pra você calar a boca, ? – brigou com ele. – Não é hora pra isso.
Me sentei na cama e respirei fundo.
- , por que você ama a ?
- Ah, porque ela é perfeita. – ele deu um sorriso bobo ao falar.
- Pois é. Eu amo o por isso também. Ok?
- E por que você nunca quis nada com ele? Cara, ele é o mais fácil de todos nós.
- , primeiro, ele tinha namorada... Depois, ele traiu essa namorada e começou a namorar com uma das amigas do objeto de traição, depois disso, ele começou a pegar todas.
- Ah, é, esqueci da parte “cafajeste”.
- Pois é...
Continuamos conversando e descobriu todas as coisas mais sórdidas sobre minha vida ligadas a amar . No fim da noite, decidi que deveria voltar para Londres, não ia aguentar ficar na turnê depois do que eu disse para o . É. Julguem-me. Sou uma fraca.
e , que não sabiam dos verdadeiros motivos, acharam a ideia toda horrível, mas no fim aceitaram com a desculpa que eu havia inventado:“Tenho que fazer umas pesquisas para a minha tese de mestrado.” E a ajuda de falando que eu tinha minha carreira, e não podia abandoná-la para ficar viajando e acompanhando a deles foi muito boa. era o maior suporte que eu tinha. Ele tinha me ajudado com tudo e sempre estava comigo para evitar que acontecessem momentos de sozinho comigo.
Eu não tinha falando mais nada sobre o assunto com , na verdade, eu simplesmente fingia que nada tinha acontecido. E ele também não tocava no assunto. Mas às vezes eu podia notar ele me olhando mais profundamente e até desviando o olhar quando eu percebia que ele me olhava.
Alguns dias depois, estava de volta à Londres. Exatamente como no início. Fazendo minhas pesquisas, indo para a universidade. E claro, de olho no meu único atual projeto online, o Super city. Os meninos terminaram a turnê e entraram de férias... Depois começariam a pensar em novas músicas para o seu novo cd. Eu me encontrava com eles sempre... Ignorei totalmente o assunto “amo você ” da mesma maneira que ele estava ignorando. Continuamos todos sendo bons amigos. O site ficou pronto, fizemos um lançamento oficial, pequenos problemas aconteceram, mas nada muito sério, o site em geral era um sucesso.
Minha tese na pós estava indo muito bem. Em fatos, eu poderia me formar com muito louvor e provavelmente com um A+. O dia da minha defesa estava quase chegando, então resolveu que eu tinha que treinar minha apresentação para não ficar nervosa e falar bobagem na hora. Ele juntou todo mundo. , Sally, e . não tinha chegado ainda, o que me deixou mais calma, não o queria me encarando o tempo todo enquanto eu tentava pensar na minha tese.
- O vai se atrasar. – entrou na sala desligando o telefone – Começa aí , a gente te interrompe pra fazer perguntas ou deixa pro fim?
- Pode interromper certeza que eles vão me interromper sempre.
- Ok, pode começar. – ele disse sentando e prestando atenção.
Comecei a falar e me surpreendi com o fato de todas as perguntas que faziam serem pertinentes, eles estavam mesmo prestando atenção.
- Eu não entendi essa parte da teoria de Dehaene, você pode me explicar de novo? – estava se interessando pelo tema da minha tese.
- Sim, para ele a maior parte do processamento das informações ocorre sem percepção consciente. – eu disse com cara de intelectual, estava certo, esse “ensaio” ia me deixar mais calma para o dia da apresentação.
- Mas por que ele diz isso? De onde ele tirou isso? – perguntou interessado – Se a pessoa não estiver consciente como vai perceber coisas?
- Ele fez pesquisas com pacientes com lesões cerebrais, e claro, ele não estava avaliando a parte de julgamentos ou planejamento. E sim, a percepção mais simples. O simples fato de perceber coisas ao seu redor, por exemplo.
Eu estava com tudo na ponta da língua, até que entrou.
- Desculpa, estou atrasado. – ele se sentou e eu continuei calada. – Pode continuar, eu fico quietinho.
Meu coração estava disparado e eu virei para o slide, para tentar me concentrar de novo. E voltei a falar. Dessa vez tremendo.
- Espera – falou – Eu ainda não engoli esse negócio de grande parte das coisas ocorrer sem percepção consciente – ele soltou indignado, o que me fez sorrir.
- Eu posso te mostrar um exemplo prático no próximo slide, – e passei adiante – mensagens subliminares. – comecei a explicar o conceito, mostrar muitas imagens para eles. Continuei falando, meu coração estava muito disparado, mas consegui me controlar. com certeza percebeu como eu estava nervosa, por conta da presença dele, mas no fim acho até que deveria agradecer por ele ter aparecido assim, afinal, vou estar muito nervosa na hora da apresentação. Meu ensaio foi completo, inclusive com palpitação real do coração. E no fim, todo mundo ficou interessado nas tais mensagens subliminares, mostrei várias para eles na internet e comecei a explicar o que elas mostrariam. ficou preocupado com a possível manipulação das pessoas, e eu o acalmei falando que ninguém pode ser manipulado, a não ser que esteja de acordo. Dei o exemplo da hipnose e acabou que a noite toda foi de assuntos psicológicos. Sai de lá deixando todo mundo querendo ler textos de psicologia, bem mais confiante para minha apresentação e com certeza com a vida um pouco menor depois de tantas batidas de coração.
Capítulo 22
Faltavam exatas 24 horas para a minha apresentação. Eu estava com insônia, sem fome e indo no banheiro a cada dois minutos de tão nervosa. estava tentando me tranquilizar, mas já estava fora de controle. Eu tinha cinco pen-drivers com os meus slides, sem falar que ia levar o meu computador, caso todos eles falhassem. Já tinha trocado de roupa dez mil vezes para achar a mais intelectual e profissional, mas sempre achava alguma coisa de errado nelas.
- , EU NÃO VOU MAIS! – gritei me jogando na cama.
- , se você não parar de ficar louca, comer e descansar, amanhã você vai estar um lixo. Deixa de frescura, TODAS as roupas estão ótimas, mas isso não interessa, não é uma defesa de MODA é uma defesa de PSICOLOGIA COGNITIVA! – depois de dar essa bronca ela me jogou dentro do banheiro, murmurou um “toma seu banho logo” e saiu batendo a porta. Sussurrei “Neuropsicologia” e entrei no chuveiro.
Depois do banho fiquei mais relaxada, coloquei meu pijama e olhei o relógio, eram nove horas. Desci para pedir desculpas e agradecer a por ser minha mãe hoje. Quando eu estava chegando na sala ouvi vozes conversando. Meu coração disparou. Era o . Eu tinha esquecido que ele sempre foi melhor amiguinho da . Merda, ele tinha que vir aqui logo hoje? Eu já não estava nervosa o suficiente? Resolvi subir as escadas de novo, bem devagar para não fazer barulho. Escutei uma movimentação na sala e tentei apressar o passo. Mas eles saíram da sala, só tive tempo de virar para frente e fingir que estava descendo.
Oi, , ansiosa para amanhã? – disse me olhando, minhas pernas ficaram meio bambas e eu me apoiei na escada. Ele estava sério.
- Aham. – foi tudo que consegui dizer.
continuou me olhando. E eu continuei parada na escada. Foram os segundos mais longos da minha vida.
- Vai ficar parada aí pra sempre? , você está com muitos problemas hoje. Vai comer logo e dormir, mocinha! – viu aí? sendo minha mãe. Típico.
- Nem to com fome, . Vim só pra te dar boa noite mesmo – eu continuava parada na escada feito uma louca.
- , você não comeu NADA hoje!
- Mentira! Tomei chocolate quente quando acordei.
- Nossa e todo esse chocolate vai te manter bem viva amanhã durante sua apresentação. Ok, se você quer parecer uma morta cheia de olheira, tudo bem. EU DESISTO! – gritou e foi pra sala.
Pude ouvir o som da TV ligando.
- Ixi, ela deve ter ficado brava.
- Brava? Que nada, ela só tá cansada de cuidar de uma bebezinha – falou subindo até onde eu estava parada na escada – Vem, vou fazer minha especialidade na cozinha pra você.
- Não to com fome .
- Eu não perguntei se você tá com fome. – e então ele deu um sorrisinho meio torto, lindo. E eu novamente senti minhas pernas fraquejarem – Você vem, por bem ou por mal.
Fiquei calada tentando absorver as palavras dele. Ele percebeu que eu não ia me mexer.
- Ok, já que você não disse nada, vai por mal – me pegou pela cintura e me pendurou em cima dos ombros. Passou na sala.
- Ela está indo comer minha especialidade, quer também ?
riu da minha cara e disse que não.
Chegamos à cozinha, ele me botou sentada em cima da bancada.
- Bem, vamos lá – ele disse virando pra geladeira – Nossa você tem bastante comida aqui.
- É... Nós fazemos compras. – falei enquanto ia descendo da bancada.
- Volta pra cima, bebezinhos não podem ficar fora da cadeirinha – ele fez piada. Sentei-me à mesa e peguei uma revista que estava por ali para folhear.
- Qual a sua especialidade ? – perguntei ainda olhando para a revista.
- Coisas flambadas. – ele fez cara de maníaco.
- , não vá botar fogo na minha cozinha!
- Relaxa, tá tudo sob controle – ele disse pegando uma frigideira e começando a misturar ingredientes.
Por incrível que pareça, ele não botou fogo na cozinha enquanto flambava as coisas, e o cheiro da comida estava realmente bom. Terminou de fazer e colocou tudo em dois pratos. Pegou um molho que ele havia colocado na geladeira antes e jogou por cima e disse:
- Voilá, mademoiselle.
- O fraco da é o francês, não vou me apaixonar por você falando assim. – sim, nós continuávamos falando como se eu nunca tivesse assumido que o amava.
- É. Eu sei, seu fraco é sotaque inglês britânico. O que para o seu azar é a minha especialidade – ele deu uma piscadela e mandou um beijo.
Dei um sorriso enquanto via ele se preparar e carregar todo o sotaque lindo dele para dizer:
- Aqui está, senhorita, desculpe qualquer bagunça na sua belíssima cozinha, mas agora você terá o prazer da minha encantadora participação para o jantar – colocou um dos pratos na minha frente e tomou a revista da minha mão. Em seguida se sentou na minha frente com o seu prato.
- Bom apetite! E aproveite, são poucos que experimentam a minha especialidade e tem o prazer da minha companhia.
- Deixa de ser metido. – falei pegando meus talheres e experimentando a comida, que estava realmente deliciosa.
- E aí, já posso casar ou não? – ele perguntou fazendo piada, sem saber que minha imaginação já estava a mil. Eu respondendo “sim, , você já pode casar.” E ele se ajoelhando, me pedindo em casamento naquele exato momento. “Ok, então você casa comigo?” eu dizendo “sim” e então nós dois sorrindo, chorando e vivendo felizes para sempre....
- ? Você tá ai?
- Han?
- Você tava viajando aí... Gostou da comida?
- Ah, sim, gostei bastante! Você é um ótimo cozinheiro, .
- Obrigado! – ele disse sorrindo.
Depois do jantar, subi para tentar dormir. foi para a sala, aparentemente a conversa dele com ainda não tinha acabado. Deitei-me e continuei pensando no meu sonho interrompido no jantar.
's POV
- Ela foi dormir? – me perguntou, ainda olhando para a televisão.
- Foi sim, isso parece papo de marido e mulher, né? Nossa filha já está na cama? Mimimi.
- Hahahaha! A fica assim mesmo, sempre que está muito nervosa... Parece uma criança.
- Ela vai se sair muito bem amanhã – dei um sorriso orgulhoso.
- Vai sim, tenho certeza. E se ela não se sair bem, vai ficar feliz do mesmo jeito, já que você vai conversar com ela finalmente. – colocou tanta ênfase no finalmente que eu dei uma risada.
- É, vou mesmo falar com ela, mas não sei se ela vai ficar tão feliz assim, ...
- ... Cala a boca, isso é tudo que ela mais quer ouvir no universo.
- Mesmo eu tendo demorado quase um mês para falar? – comecei a olhar para o chão.
suspirou fundo.
- , ela te ama desde antes de te conhecer e continuou amando, não sei por que, mesmo depois de tudo que você fez enquanto ela te conhecia.
- É exatamente esse o problema, no dia que ela me falou aquilo, foi o calor do momento. Ela pode não sentir mais a mesma coisa agora. Eu posso estar botando nossa amizade em risco.
virou os olhos, respirou fundo mais uma vez e disse:
- Ok, então faz o que você achar melhor, não quer falar, não fale. Eu não vou dizer nada, te garanto. É com você. Agora se o senhor me der licença, eu vou subir pra dormir.
- Dormir? Você vai me deixar aqui sozinho com um dilema desses? – falei enquanto ela se levantava e jogava o controle da TV no meu colo.
- Boa noite, , desliga tudo e fecha a porta quando sair – ela disse ignorando totalmente minha fala anterior.
Comecei a mudar os canais sem prestar atenção, até que em certo momento adormeci no sofá.
Acordei com um barulho gigante no andar de cima. Parecia que um dos cômodos estava desmoronando.
- PELO AMOR DE DEUS, , EU PERDI MEU COMPUTADOR! – apareceu completamente arrumada e com cara de desespero.
- Seu computador não estava separado ali, para você não esquecer? – apontei para a mesa próxima à porta.
- SIM! OHMYGOD, EU TE AMO, OBRIGADA! – ela disse, pulando em cima de mim e depois subindo correndo. Eu fiquei nervoso, mas percebi que ela provavelmente nem notou que eu não era a .
Levantei do sofá e fui em direção à cozinha. estava sentada tomando café.
- Dormiu bem no sofá, dear?
- Na verdade não, mas tudo bem...
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – gritou do andar de cima – EU NÃO ACHO MINHAS CHAVES!
- Então, vai falar com ela hoje à noite? – continuou conversando comigo, ignorando totalmente todos os berros que dava a cada dois segundos perdendo e achando suas coisas.
- Não sei, se tudo correr bem nessa apresentação hoje, acho que nós todos podemos sair para comemorar, aí eu penso se falo com ela hoje.
- Pensa ou cria coragem, ? – ela falou me olhando.
- Penso, depois crio coragem.
- OK, EU ACHEI TUDO, MENOS MINHA CHAVE! ALGUÉM VAI ME DAR CARONA? – surgiu na cozinha, ainda gritando.
- Primeiro de tudo: BOM DIA – começou – Segundo: PARE DE GRITAR, CRIATURA! Terceiro: seu carro está na revisão lembra? Eu vou te levar.
- Ok desculpa. Bom dia! Ai, meu Deus, você vai me levar e AINDA ESTÁ DE PIJAMA? EU TENHO QUE SAIR AGORA! – começou a surtar de novo.
- Eu posso te levar se você quiser, estou pronto. – apontei para mim mesmo.
- Então vamos, agora! – ela disse e sumiu em direção a sala para pegar tudo.
Eu peguei uma banana, ouvi instruções da de como mantê-la calma e finalmente fomos embora.
End Of 's POV
Capítulo 1
Capítulo 23
Eu estava tão nervosa, mas tão nervosa com a apresentação que nem conseguia aproveitar o momento " e , sozinhos no carro". Minhas pernas não paravam quietas, estava lendo minhas anotações de um jeito louco. estava muito quieto do meu lado. Até que ele colocou a mão no meu joelho e começou a bater os dedos no ritmo da música. Oh, música! Tinha música tocando e eu nem sequer tinha notado. Acalmei-me por um segundo, depois fiquei nervosa de novo. está me levando para minha defesa. está dedilhando a música que está tocando no meu joelho. está do meu lado. Naquele instante eu me lembrei de que ele sabia que eu era loucamente apaixonada por ele. E aí fodeu tudo, meu coração começou a querer sair pela boca, eu não conseguia fazer contato visual com ele e, nessa altura, nem lembrava mais o título da minha tese. Foi uma viagem longa até Oxford.
- Chegamos! – disse – Boa apresentação e se acalme, tudo vai dar certo!
- Ai, meu Deus. – suspirei – Ok, obrigada pela carona – dei um beijo na bochecha dele e abri a porta do carro.
- Ah, Vou ficar por aqui passeando pela cidade até acabar e venho te buscar para comemorarmos o seu novo titulo de especialista.
- Ok. - eu estava tremendo, abracei meu laptop, meus cinco pen drivers, minha bolsa e todas as minhas anotações e fui em direção ao bloco onde eu faria a apresentação.
Cheguei na sala e não havia ninguém, faltavam apenas 20 minutos para o início e ninguém havia chegado, será que eu errei a data? Sentei em uma cadeira próxima a uma tomada e liguei meu computador, resolvi dar uma última olhada em tudo antes da apresentação, provavelmente seria a primeira a apresentar, tendo em vista que ninguém tinha chegado e eu era uma das pessoas que vai se apresentar. Meu plano inicial era ser a segunda a se apresentar, mas pensando bem, acho que pode ser uma boa ideia ser a primeira e me livrar logo disso. Eu estava tão ansiosa que nem notei quando a sala ficou lotada e as apresentações começaram. Acabou que fui a penúltima, estava nervosa, mas levantei e fui confiante. Se consegui sobreviver após me declarar para o essa tese seria fichinha. Haha, piadinha para aliviar a tensão.
Durante a apresentação, consegui me acalmar e as pessoas que estavam assistindo ficaram realmente interessadas e fizeram muitas perguntas. Os professores da banca disseram que eu havia sido muito objetiva e que não tinham perguntas, fizeram suas considerações e finalizaram me aprovando. Sai sob aplausos e me sentei feliz. Depois que o último aluno se apresentou, um dos professores que estava na banca avaliadora veio até mim.
- Olá, senhorita ! – ele disse estendendo a mão para mim.
Repeti seu gesto e disse:
- Olá!
- Eu realmente me interessei pelo seu projeto e gostaria de saber se você gostaria de colocá-lo em prática no meu instituto de pesquisa na Califórnia ele poderia virar uma tese de doutorado após a coleta e o retorno para Oxford.
Fiquei sem palavras. Disse que pensaria bem no assunto e retornaria com a resposta.
Sai da sala e fui andando sem rumo pelo campus pensando no assunto. Ir para Califórnia, colocar meu projeto em prática. Isso é uma oportunidade única. Mas, teria que deixar para trás tudo em Londres. Não foi fácil deixar pra trás minha família no Brasil quando sai, mas eu vim com minha melhor amiga e minha família é família, nunca vão me esquecer. E o McFLY? E o meu emprego? E o meu amor pelo ? Bem, eu amo o , ele não me ama. Ok, talvez eu deva dar um tempo na minha vida de Londres. Eu posso ir para a Califórnia por um tempo para tentar superar o e quando eu voltar posso ficar tranquila novamente. É, isso. Está decidido. Liguei para o professor e perguntei o tempo necessário para colocar em prática e ele me respondeu que entre seis meses e um ano poderíamos fazer e aplicar tudo. Eu aceitei e ele me disse que, se eu quisesse, poderia viajar por conta do instituto e ficar hospedada em um hotel por conta dele se eu fosse na semana que vem. Obviamente aceitei, agradeci a oportunidade e desliguei. Uma semana, eu tenho uma semana para me preparar para uma viagem de basicamente 1 ano longe dos meus novos melhores amigos e da . Ela ia me matar. Eu ainda estava divagando e andando sem prestar atenção quando aparece na minha frente.
- Olá, ! – ele me abraçou, meu coração disparou e eu me assustei – Como foi a apresentação?
- Muito boa, eu recebi muitos aplausos. – não falei da viagem, ia contar antes para e depois falaria para os meninos.
- Que bom, eu sabia que você ia arrasar! – ele me soltou do abraço – Vamos comemorar? O pessoal quer encontrar a gente na casa do , a Sally fez um almoço especial pra você.
- Ok vamos pra lá então!
parou por um segundo como se fosse falar alguma coisa, como eu sou curiosa perguntei se ele ia falar algo.
- Depois eu te falo, vamos para a casa deles agora. – Foi tudo que ele me disse antes de entrarmos no carro.
No carro eu estava muito pensativa e fiquei o caminho todo calada, também estava quieto, fiquei tentando imaginar o porquê disso, mas no fim voltei ao meu dilema da viagem.
Chegamos à casa do e da Sally, todos já estavam lá e vieram me cumprimentar e parabenizar. O almoço estava uma delícia, depois que comemos fomos todos para a sala conversar e eu chamei no canto.
- Tenho que te falar uma coisa muito importante que aconteceu hoje.
- AI MEU DEUS, ME CONTA! – ela se empolgou de um jeito estranho, como se estivesse esperando que eu contasse algo que ela já sabia.
- Hoje, depois da minha apresentação...
- Sim, sim, ele foi te pegar, né? – ela me interrompeu.
- O que? Quem foi me pegar? – perguntei confusa.
- O , ué! – ela respondeu.
- Sim, ele foi me pegar, mas o que tem isso? – continuei confusa e fez uma cara estranha.
- Oh my god, o que você tava contando?
- , você tá bêbada? Eu não estou te entendendo...
- Me ignora, conta sua história...
Olhei pra cara dela, que estava séria e prestando atenção de um jeito diferente agora, e voltei a falar.
- Como eu dizia, depois da minha apresentação, um dos professores da banca me convidou para botar meu projeto em prática, ou seja iniciar um doutorado!
- Nossa! Mas isso é maravilhoso! – ela me deu um abraço – Eu sabia que você ia abalar! E quando você começa a trabalhar com o projeto?
- Semana que vem...
- Isso é muito legal, ! Trabalhar na sua área de pesquisa, e com um projeto seu, isso é uma oportunidade única-- Ela ainda estava falando quando eu a interrompi.
- É na Califórnia. – parou de falar imediatamente e arregalou os olhos.
- CALIFÓRNIA? Qual Califórnia?
- A Pizza... Óbvio que é o estado americano, sua jumenta!
- COMO ASSIM? Você vai para a Califórnia NA SEMANA QUE VEM? – ela estava se alterando e começou a falar alto em português atraindo o olhar de todos.
- Vou – eu respondi também em português.
- Mas... Mas... – estava olhando ao redor – Quanto tempo você vai ficar?
- O professor disse que em no máximo um ano eu devo terminar tudo e posso voltar, mas isso é teoricamente, eu tenho que ficar até o fim – nesse momento todo mundo já tinha percebido que estávamos conversando em português e todos estavam nos encarando.
- Você vai me deixar sozinha em Londres. – disse começando a chorar.
- Não chora, . Eu volto em um ano... E você pode me visitar também.
me abraçou e continuou chorando. Todos estavam realmente curiosos nesse momento.
Ela soltou meu abraço e disse em inglês:
- Essa vadia vai nos abandonar!
Todos me olharam com cara de curiosos e sem entender nada. Eu permaneci calada e voltou a falar.
- Hoje depois da apresentação dela, um dos professores a convidou para ir morar na Califórnia e colocar o projeto em prática para uma tese de doutorado idiota.– ela disse desdenhando.
- , você sabe que eu só vou porque é uma oportunidade única. – tentei me defender.
- Você vai embora para a Califórnia? – perguntou.
- Vou, mas não vou ficar para sempre lá, isso é drama da , eu vou ficar só o tempo necessário para finalizar meu projeto.
- E quanto tempo isso demora? – foi a vez de perguntar.
- No mínimo uns 6 meses. Mas pode ser que eu fique um ano inteiro por lá. – respondi sinceramente.
sentou no sofá e ficou quieto. estava do meu lado argumentando que realmente era uma oportunidade única e que seis meses passavam rápido.
Depois de mais alguns minutos todos estavam convencidos de que eu não deveria ir, mas que entendiam que eu ia. Todos mais ou menos, estava calado sentado no mesmo lugar desde o início e estava chorando e me xingando em português.
- Deixa de drama, . Eu vou te encher o saco todos os dias.
- Eu sei que você vai. Até você ficar muito ocupada e depois não ter como me responder e finalmente você não fazer mais nada, e o projeto vai se estender por mil anos e você nunca mais voltar.
- Nossa! Você é mais dramática que eu. , já estou me sentindo ruim, não me deixa pior. Por favor.
- E como fica você e o ?
- Eu e o ? Amiga, deixa eu te atualizar, me declarei pra ele e ele me ignorou para sempre. Eu sei perceber quando uma batalha está perdida.
- , ele te ama. – ela disse no meio da conversa.
Eu fiquei em estado de choque.
- Como assim? Você tá louca? Ele não me ama. Nunca me disse nada e não quer saber de mim.
- Te ama, ele não teve coragem de se declarar ainda, mas ele vai todo dia lá em casa e me diz que amanhã vai falar para você. Ele ia te falar hoje, eu até pensei que fosse isso que você ia me falar. Agora que você vai embora, ele não vai falar nada e vai ser como se nada tivesse acontecido.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Todos estavam nos olhando afinal a conversa estava em português.
- Por que você me disse isso agora? Você quer que eu desista? Tente escolher entre meu amor e meu sonho? – eu comecei a chorar.
- Não! – ela me abraçou e também estava chorando – Eu simplesmente não achei justo nem com você, nem com ele. Você ainda tem uma semana aqui, pode escolher o que fazer com essa informação, você conversa com ele ou ignora. Mas pelo menos agora você sabe.
Eu estava petrificada, não sabia o que fazer. Vi sentado no sofá quieto, provavelmente desistindo de falar comigo. Não conseguia mais ficar ali olhando para ele sem fazer nada e resolvi ir para a casa. Todos reclamaram, falaram que tinham só uma semana comigo e que eu não podia ficar com frescura de ir embora cedo. levantou do sofá e finalmente falou de novo.
- Dá um tempo pra ela, hoje ela teve uma manhã tensa e agora ela tem que relaxar. Eu te deixo em casa, .
Todos ficaram calados, inclusive eu. Agradeci Sally pelo convite para o almoço e prometi que ela ia dormir na minha casa e de a semana inteira. Sai junto com e não trocamos uma palavra sequer até chegarmos no carro. Eu estava tão avoada que entrei do lado errado e sentei no banco do motorista.
- Hum, , você quer dirigir? – perguntou.
- Não... – comecei a falar e então percebi que estava sentada no lugar errado – Nossa, eu não estou pensando, entrei pelo meu lado de costume no Brasil. Desculpa, eu perdi minha cabeça.
- Tudo bem. – ele disse sorrindo – Eu sei como é...
Sentei no banco certo, ele entrou e deu a partida no carro.
Capítulo 24
's POV
Ela vai embora para a Califórnia. E não tive a chance de falar como eu me sinto. Isso aí , boa campeão, agora você vai perder a garota que você tá apaixonado por conta do seu medinho. Seu imbecil!
- ? – parei de me xingar mentalmente e olhei para .
- Oi?
- Você está bem? Faz uns dez minutos que você não fala nada, isso não é normal... – ela disse, dando um sorriso.
- Ah, é que eu estou pensando, e sabe como é... Não consigo fazer tantas coisas assim ao mesmo tempo. Pensar, dirigir e falar são coisas demais – fiz uma piada e ela começou a rir.
- Seu besta! – ela me deu um tapinha no braço – Você também vai ficar com raiva de mim?
- Raiva por quê?
- Porque eu estou indo para a Califórnia.
- Não tenho motivos para ficar com raiva, você está realizando seus sonhos, isso é muito legal - Ela deu um sorriso e olhou pela janela do carro.
- Eu vou sentir saudade de Londres. E de todas as pessoas...
- Vai sentir saudades de mim?
- Um pouco, vou sentir mais saudades da London Eye. Sabia que eu nunca fui lá? Passei várias vezes e sempre disse "amanhã eu venho", mas nunca fui...
Estávamos no centro de Londres eu estava fazendo um caminho completamente absurdo para a casa dela, só para ficar mais tempo no carro com ela. Percebi seu olhar vidrado em na roda-gigante que estava completamente iluminada. Entrei mais no centro da cidade e estávamos quase chegando à Piccadilly.
- Se você for lá qualquer dia dessa semana por acaso, vai sentir mais saudades dela do que de mim, né?
- Com certeza, todo mundo fala que é lindo. Você pode até ser bonitinho . – Eu dei um sorriso bobo quando ela disse isso, e ela nem percebeu. – Mas você não é nada comparado à Londres inteira.
Dei uma risadinha e ela continuou olhando ao redor.
- Essa esquina é tão movimentada, mas eu adoro passear aqui... – ela continuou falando sobre alguma coisa acerca da praça quando eu tive uma brilhante ideia. Parei o carro no meio da estrada e fiz o caminho de volta.
- O que você está fazendo?
- Estou resolvendo um problema... – falei enquanto estacionava o carro numa vaga livre, acreditem se quiser, na Piccadilly. Achei uma vaga, permitida e livre na Piccadilly! Alguém lá em cima gosta de mim. Assim que terminei de estacionar o carro eu vi um grande outdoor com uma foto gigantesca do McFLY anunciando nosso show em Wembley. Era uma coisa monstruosamente gigante, sem brincadeira, eu estava lá brilhando no anúncio e, para melhorar, eu estava usando a mesma roupa naquele exato momento. Merda, queria andar no meio da multidão tranquilo, mas pelo visto, quem se der o trabalho de olhar para minha cara ou blusa vai me achar muito parecido com o cara do letreiro. Ainda estava olhando para o outdoor e pensando quando me interrompeu:
- Parou só pra se achar o gostosão do letreiro é? Jesus, , você só tem essa roupa? – fez piada ao perceber que eu estava com a mesma blusa.
- Haha, não, eu sei que sou o gostosão do letreiro... E que você concorda com isso – dei uma piscadela – Mas eu estava tentando criar coragem de sair no meio desse povo que vai me reconhecer de qualquer maneira...
- Quem te enganou dizendo que você é o gostosão em minha opinião? – ela disse levantando uma de suas sobrancelhas – Posso até gostar de você, senhor , mas o gostosão do letreiro se chama .
Dei língua pra ela e criei coragem de sair do carro finalmente.
- Para de me encher o saco e vem comigo – saímos do carro e eu dei a volta, a puxei pro meio da multidão e nós saímos andando rápido.
- Por que você tá correndo? – ela disse tentando acompanhar meus passos.
- Não quero que ninguém me veja – eu disse – Vem anda, a gente tem que sair daqui logo.
- Ui, ui, ui, senhor famosidade! Te acalma, aqui só tem turista velho. Ninguém vai querer te importunar... – ela disse tentando me fazer andar mais calmamente.
- Eu não estou preocupado com as pessoas comuns, o que me preocupa são os fotógrafos chatos...
- Mas nem tem nenhum fotógrafo aqui...
- Eles aparecem do nada, te garanto – eu disse tentando me camuflar no meio da multidão. Menos de dois segundos depois três paparazzi me avistaram e começaram a tirar fotos.
- Olha, me acharam! – eu disse fazendo meu sorriso, de ‘viu-como-eu-estava-certo’ para ela – Vem, vamos pegar um táxi.
- E o seu carro?
- Depois a gente volta pra pegar – estendi a mão para o primeiro táxi vago que eu vi. Entramos no carro ainda sob flashes de um fotografo e o taxista perguntou quem de nós dois era o famoso. Fiquei quieto. apontou para o letreiro e ele descobriu por conta própria.
- McFLY, hã? – o taxista murmurou – Minha filha adora o , fala dele todo dia, você não é o não, é?
- Não, senhor. Ele é o – respondeu.
- Hum, ela vai ficar feliz de saber que um dos integrantes do McFLY sentou no carro que ela anda todo dia. pegou a bolsa dela e pediu para eu fazer um autógrafo para a filha do taxista. Eu obedeci e fiz, o cara ficou todo feliz.
- Então, vamos para onde? – ele perguntou logo após guardar em sua carteira o autógrafo.
- London Eye, por favor. – arregalou os olhos, mas não disse nada.
Chegamos, desceu e ficou encarando a roda-gigante afastada do táxi, eu fui pagar e agradecer o taxista.
- Muito obrigado pelo autógrafo. – ele me disse – Se precisarem de táxi novamente, aqui está o meu cartão.
- Obrigado! Provavelmente eu precisarei mais tarde, qualquer coisa ligarei para o senhor. – respondi.
Guardei o cartão no bolso e virei para onde ela estava. continuava admirando todos os detalhes.
- Mais bonita de perto? – eu disse chegando por trás dela.
- Sim – ela disse – Você não vai ser nem um pouco lembrado assim – ela continuou sem olhar para mim. Peguei a mão dela e caminhei para a entrada a fila estava muito rápida, tinha pouca gente, acho que devido ao horário e época do ano.
- Você não precisa ter entradas?
- Eu já tenho. – disse tirando duas entradas sem data especifica da minha carteira. Eu as havia comprado para o , ele pretendia pedir a Sally em casamento aqui, na próxima semana. E com certeza eu poderia comprar outras depois... Por que não usa-las agora?
Ela ficou calada, me esperou entregar para o senhor do guichê as entradas. Era noite de uma segunda-feira, como havia pouquíssima gente por lá mesmo. Ficamos praticamente sozinhos no vagão.
Entramos e foi direto para uma das extremidades olhar tudo.
- Nossa! – ela disse voltando para onde eu estava e puxando minha mão – Olha isso!
Fiquei calado esperando ela cansar de olhar tudo. Ela viu caminhos que fazia todo dia, conseguiu ver a rua onde e moravam. Viu a sede da Super Records. E ficou contando janelas para tentar encontrar a sala dela. Quando estávamos na parte mais alta, ela virou para mim.
- Obrigada! Eu vou sentir muita saudade de Londres. – virou novamente para a vista da cidade.
- Você também tem que sentir saudades da pessoa que te mostrou Londres de cima. – eu disse abraçando ela por trás. Meu coração disparou, mas eu não a larguei.
- Eu não vou sentir saudades suas lá, . – ela disse olhando para o Big Ben.
Eu continuei calado e a soltei do abraço. Ela se virou para mim e me abraçou de frente.
- Eu sempre sinto saudades suas, então não têm como eu sentir saudades lá se eu já sinto aqui. Lá eu vou morrer aos poucos toda vez que lembrar de você.
- Eu te amo, – eu disse, sem querer.
Ela ficou calada e não fez nada. E eu, nervoso com o silêncio, me afastei. Ela segurou minha mão. Quando olhei para seu rosto, ela sorriu e eu também. Puxei-a para mais perto e nos beijamos. Eu podia sentir todo meu corpo ficando eletrizado, e me arrepiei quando ela passou a mão na minha nuca. Realmente, eu estava apaixonado.
End of's POV
Capítulo 25
Abri os olhos, meu relógio marcava 01:04 AM, eu estava no meu quarto deitada na cama, olhando para o teto, sozinha e ainda em estado de choque, que dia havia sido aquele? Primeiro, consigo uma oportunidade/convite para iniciar minha tese de doutorado defendendo o assunto que comecei mestrado, em seguida descubro que teria que viajar para Califórnia para concretizar esse sonho. Decido que está tudo bem, afinal tudo estava meio parado aqui e meu amor não era correspondido. De noite, diz que me ama e eu entro em conflito. Porra, não sei se eu fico feliz ou triste. me ama. E eu vou pra fucking Califórnia. Merda, merda, merda, merda. Por que ele não me disse isso antes? Se bem que mesmo se ele tivesse dito antes, eu recusaria uma oportunidade única na minha carreira por conta dele? E se ele decidisse que não gostava mais de mim e fosse pegar todas as modelos da Victoria's Secrets? Isso é um fato, faz essas coisas. E como posso ter certeza que ele realmente me ama? Ok, ele me disse que ama, mas será que não foi só da boca pra fora? Fuck! Eu não vou voltar a dormir hoje.
De alguma forma desconhecida adormeci no meio dos meus devaneios e tive um sonho/pesadelo. Eu não ia para a Califórnia e nós começávamos a namorar, mas não gostava de mim de verdade, me explicava que aquela declaração havia sido no calor do momento. Que ele tentou, mas não daria certo. No final do sonho ele estava de novo com a Serena. Eu tinha perdido o prazo da pesquisa e não poderia mais ser financiada e, para completar, o McFLY decidia que o Super City não era lá grande coisa e acabavam com ele. Eu ficava sem trabalho, namorado e carreira e acabava voltando para a casa dos meus pais no Brasil. Acordei pensando nisso. Tudo bem que meu sonho foi extremo, mas e se isso tudo realmente acontecer? Eu não podia ficar dependente assim. Estou bastante acomodada em Londres e se eu perdesse tudo de uma vez? Decidi que iria para Califórnia. Com ou sem me amando. Eu preciso ter uma coisa fixa e certa na minha vida. Nada melhor do que a minha carreira.
entrou no meu quarto às oito da manhã com um café completo na cama, percebeu que eu estava diferente e quieta.
- Você tá triste por conta da viagem?
- O disse que me amava ontem, – arregalou os olhos.
- E o que você disse?
- Eu não disse nada, a gente se beijou na London Eye e depois ele me deixou em casa.
-COMO ASSIM VOCÊ NÃO DISSE NADA?
- , eu ia dizer o quê? "Ah, você me ama, que ótimo, posso desistir da minha vida para ficar com você agora"?
- Não... Mas você podia, pelo menos, ter conversado com ele sobre o assunto...
- Eu não tenho nada para conversar com ele, não vou deixar de ir para a Califórnia pelo . É a minha carreira profissional. Eu não pediria para ele deixar o McFLY por minha causa.
- Eu sei... , você tá sendo muito extrema. Deixa de ser louca. Conversa com ele, se põe no lugar dele. Ele se declarou e você não disse nada da mesma forma que ele fez com você... Você lembra como foi ruim?
- Ok, ele se declarou, eu me balancei e beijei ele, não resisti, mas , eu não quero me enganar. Se eu ficar mais com ele, vai ser pior. É melhor fingir que nada aconteceu. Quando eu voltar, se ele ainda quiser, podemos tentar alguma coisa...
- , para de ser dramática, como pode ser pior ficar de novo com o cara que você ama?
- Eu vou alimentar mais ainda um amor que pode não ser verdadeiro. Ele pode ter dito tudo isso no calor do momento, .
- Para de se deixar levar por suposições. Ele disse que te ama criatura, se ele disse é verdade.
- Nem sempre. Ele vivia dizendo que amava a Serena.
- Isso é completamente diferente, .
- É diferente porque é comigo? Ah senta lá, .
- , a Serena não é metade do que você é só pra começar. Mas e agora? Você não vai mais falar com ele, vai embora para a Califórnia e vai deixar o coitado sofrendo, e se você se apaixonar por outra pessoa lá? E ele continuar te amando?
- Aí ele vai sentir na pele o que é ser , né? Porque eu comi o pão que o diabo amassou três vezes com as peguetes e namoradinhas dele... Cansei – coloquei um grande pedaço de bolo na boca para encerrar a conversa.
ficou sentada ao meu lado por um tempo enquanto eu comia, esperando uma brecha para falar, mas eu não queria mais papo. Ela desistiu e saiu. Depois que terminei o café fui tomar um banho, sentei no chão e comecei a chorar enquanto a água caía nos meus cabelos pensando se ele realmente sofreria por mim, e se eu realmente gostaria de fazê-lo sofrer. Durante o banho considerei umas cinco vezes ficar em Londres. Mas por fim mantive minha decisão.
Fui almoçar com todo mundo na casa do . estava lá, eu fiquei na minha, mas todo segundo que o meu olhar se encontrava com o dele, me arrepiava e eu pensava em não ir mais uma vez. Então lembrava do sonho e voltava a ter certeza de que deveria ir.
- , você tá muito quieta – veio conversar comigo depois do almoço.
- É, eu sei, to meio triste por que vou ficar longe de vocês. – ele se sentou ao meu lado e me abraçou.
- Fica assim não, se você ficar muito entediada na Califórnia, eu vou lá te visitar.
- Vai mesmo? Vou cobrar!
- Claro que vou! Tô de férias agora, vamos compor músicas para o cd novo depois desse último show em Wembley e, cá entre nós, as melhores músicas não são as minhas...
- Oh my God, para de falsa modéstia, se você tá querendo elogio, perdeu playboy – deu um sorrisinho e me deu a língua.
- Falando em show, que dia vai ser?
- É no sábado, você não vai dormir. Tenho o plano completo já traçado: vamos para o show, passaremos a madrugada toda acordados, e depois você dorme no avião, feito?
Eu só dei uma risada.
- Acho bom concordar mesmo porque se você não concordar, eu vou ter que te sequestrar e arranjar alguma droga que te faça me obedecer.
- Deixa de bobagem, claro que eu vou ficar acordada! Seu besta.
Eu ainda estava rindo com quando Script>document.write(Danny) passou na nossa frente sério e deu só uma olhada pra gente. Dava para cortar a tensão do ar com uma faca não afiada. Eu parei de rir e me olhou completamente curioso.
- O que aconteceu?
- Nada, acho que o não está nem um pouco feliz com a minha viagem.
- Ah, isso é óbvio... Mas porque ele tá te olhando assim? Ele falou com você?
- Falou... – fez uma cara de surpresa e continuou esperando que eu continuasse a falar.
- Ele disse que me amava e tal... – falei como se fosse uma coisa típica e sem importância que acontecia todo dia.
- E você falou o quê pra ele?
- Nada.
- Nada?
- Nada.
- Como assim nada? Ele disse “eu te amo” e você não disse nada? E o que ele fez?
- Ele me levou para casa.
- E você não disse nada?
- Eu disse obrigada pela carona quando chegamos em casa.
- Você não ama o ?
- Amo. Mas, agora já é tarde, .
- Como assim é tarde? Pelo amor de Deus, . Ele disse que te ama. O não diz isso com frequência, sabe?
- Ele dizia para a Serena... Mas isso não vem ao caso. É tarde, . Eu vou pra Califórnia no fim da semana.
- E pretende nunca mais voltar? Pelo amor de Deus, , vocês podiam ficar juntos agora e, quando você voltar, continuarem...
- , relacionamentos a distância já são complicados se você não está com um famoso. Imagine com um famoso como o , que está sempre nas capas de revistas de fofoca?
- Dá um crédito pra ele. A última vez que ele esteve em capa de revista de fofoca foi na época da Serena quando nós estávamos em turnê e tal.
- Isso faz dois meses, .
- Mesmo assim, , ele disse que te ama. Você não pode deixar isso escapar. Ele pode ter dito da boca pra fora, mas ele tem sentimentos fortes por você, e pode se apaixonar.
- Não acho que ele vá se apaixonar por mim. Eu acho que ele está afim, e como descobriu que vou para a Califórnia, preferiu falar isso para tentar me fazer ficar aqui com ele.
- Claro que ele falou isso para você ficar aqui com ele. Mas isso não quer dizer que ele não goste de você. Pelo contrário, isso quer dizer que ele te quer.
- , não vou desistir da minha carreira por uma coisa que pode ou não ser verdadeira.
não falou mais nada, apenas me olhou profundamente fez um gesto negativo com a cabeça e me abraçou.
- Não entendo, tudo para dar certo e você fica complicando. – ele soltou como um suspiro e não falamos mais nada.
Fomos para o centro da sala, , , e estavam arrasando no RockBand dos Beatles. me desafiou e quando ele finalmente percebeu que nunca iria ganhar de mim em While My Guitar Gently Weeps decidiu que era a hora de colocar Just Dance para as meninas dançarem. A primeira menina a se manifestar para dançar foi o , claro, seguido por . Logo depois resolveu fazer um solo super sexy com a música Toxic da Britney. Enquanto todo mundo ria da performance da wannabe sexy, também conhecida como , eu percebi quieto, me olhando. Ignorei o seu olhar e fui dançar com as meninas. Quando estávamos bem cansadas resolvemos assistir um filme e, no meio da bagunça toda, já era o início da madrugada e resolvemos contar histórias de terror. Tinhamos o nosso Sr. Medroso de plantão que resolveu não participar, e ficou “escondido” debaixo das almofadas enquanto contávamos nossas histórias aterrorizantes e bebíamos drinks e cervejas. Não sei quando exatamente, mas todos acabaram dormindo, ali na sala mesmo.
Acordei com meu telefone berrando uma música da Katy Perry na voz do .
“Pele macia, lábios vermelhos, tão bom de beijar, difícil de resistir, tão gostosos de tocar”
“Too good to deny it ain't no big deal, it's innocent”
“Bom demais para ser negado, não é grande coisa, é inocente”
Eu tinha gravado isso um dia numa conversa, como todos já estão cansados de saber, eu amo o e guardei a música gravada porque a voz dele me derrete aos poucos, principalmente nessa parte, ela me fazia ficar louca, eu ficava horas, sim, horas fingindo que ele falava aquilo pra mim. E agora que ele disse que me ama, não levei isso tão a sério e ainda acho que foi o calor do momento. Enfim, agora não sei o que fazer... Odeio conflitos. A todo momento fico titubeando no meio da minha decisão de ir para Califórnia. Demorei para criar coragem de abrir os olhos, quando finalmente os abri, percebi que meu celular não estava tocando, na verdade eu não saberia dizer quando parou de tocar, se é que ele tocou. estava ali, cantando com meu celular na mão sem perceber que eu estava olhando para ele.
I kissed a girl and I liked it.
“Pareceu tão errado , pareceu tão certo. Não significa que estou apaixonado essa noite. Eu beijei uma garota e gostei disso.
Yeah, I liked it.”
Sim, eu gostei disso.”
Eu fechei os olhos o mais rápido o possível para que ele não percebesse o meu olhar. E deu certo, ele estava muito concentrado perdido nos pensamentos dele, parou de falar e continuou cantarolando baixinho. E, é obvio que a minha mente doentia começou a trabalhar. Ali estava a minha “prova”. Ele acabou de cantar ESSA parte da música. “Eu beijei a garota, gostei e não significa que eu estou apaixonado”. Viu aí, ele admitiu que não me ama. Posso ir para a Califórnia tranquila agora. O foda é, agora estou com um sentimento de coração quebrado, sabia que ele não me amava teoricamente, mas ouvir dele isso, sem ele saber que ouvi, é triste. Lá estava eu, divagando novamente sobre como nosso romance poderia ter dado certo, quando sinto uma mão na minha testa e uma cabeça se aproximando da minha orelha. Fiz minha melhor atuação de “estou dormindo” e fiquei completamente imóvel.
- ? – sussurrou na minha orelha, me fazendo sentir coisas estranhas e boas, além de arrepios e o esperado. Eu quase abri os olhos, o agarrei e disse “sou toda sua, foda-se minha vida, você me quer aqui e agora?” Mas claro, sou uma moça contida e segui com minha interpretação de “estou acordando aos poucos”.
se afastou e eu abri só um pouquinho dos olhos e depois me fiz de preguiçosa e voltei a fechar. Na verdade, eu fechei para poder resistir a toda aquela sedução despenteada que estava tentando me “acordar”.
- , desculpa te acordar assim, mas é que seu telefone tava tocando, e era o Fletch. Mandei um sms pra ele dizendo que você estava dormindo ainda então ele pediu para te avisar que é uma coisa urgente acerca do site.
- Ahhhhh – dei a minha melhor espreguiçada falsa e cocei os olhos – O site? O que aconteceu?
- Ele não me disse, só disse que era urgente, sobre os projetos do Super City.
- Oh, fuck – dei um tapa forte na minha testa e depois me arrependi disso – Ai.
- Você não devia se bater antes de acordar totalmente, linda – ai pelo amor de Deus, para de me seduzir, . Ele colocou a mão na minha testa – Olha aí, ficou vermelho – ele deu uma risada e eu dei língua pra ele – Sei como curar isso em dois segundos.
Continuei calada e ele deu um beijo na minha testa e depois falou sussurrando no meu ouvido:
- Pronto, agora o rosto todo tá vermelho e ninguém vai notar – depois que ele falou isso, certeza que até meu pé tava vermelho de vergonha. Continuei uns dois segundo em transe e lembrei-me do Fletch.
- Ai meu Deus, a entrevista! – levantei rapidamente, fiquei tonta e cai sentada onde eu estava antes.
- Te acalma, – disse – E fala baixo, a galera tá dormindo ainda – me diga qual o problema?
Me levantei novamente e fui para frente de um espelho ver meu estado. Peguei minha bolsa e comecei me arrumar, para ficar pelo menos apresentável, enquanto explicava para o que estava acontecendo.
- Lembra que eu vou para a Califórnia?
- Só quando eu respiro... – ele disse me olhando profundamente. Ignorei o olhar sedutor dele e continuei falando.
- Então, preciso de um substituto para a minha função.
- Mas você fica pouco tempo fora, não precisa ser substituída.
- O site não pode ficar sem direção, . E se por acaso eu tiver que ficar mais tempo? Tudo tem que estar arrumado.
- Você acha que vai ter que ficar mais tempo? – ele disse fazendo uma cara linda e lamentável.
- Não sei dizer, . Mas eu ficarei se for necessário.
Terminei de me “arrumar” e peguei minhas chaves.
- Obrigada por me acordar! – falei e sai correndo para o carro.
Quando eu cheguei no carro, apareceu atrás de mim.
- Você pode tentar ignorar tudo sobre aquela noite, mas isso não vai fazer com que ela deixe de existir. E sim, você me deve uma conversa.
Apenas olhei para ele e entrei no carro. Naquele momento tinha como fugir e tinha desculpa. Mas, eventualmente, teria que conversar com ele.
Capítulo 26
Fui para a entrevista com Fletch e aprovamos um cara incrível, Dave. Ele seria o novo responsável geral enquanto eu estivesse fora, e quando eu voltasse dividiríamos o cargo. Eu continuaria trabalhando online, e ele faria a parte presencial aqui em Londres.
- Muito obrigado por tudo, ! – Dave disse apertando minha mão – Vai ser incrível!
- Eu sei que vai, Dave! A propósito, pode me chamar de . Ah, falando nisso, mais tarde eu vou te enviar um email com todos os protocolos e senhas ok? E, se você puder, hoje à noite vai te apresentar para os meninos.
- Certo! Posso sim, só me avisar a hora e o local.
- Eu te ligo avisando tudo certinho!
Fui para minha sala buscar os protocolos que teria que enviar para Dave mais tarde. E encontro um envelope em cima da minha mesa. Estava escrito “Não abra”. Claramente, isso foi um convite para que eu o abrisse o mais rápido o possível. O que não foi uma boa ideia.
A ponta do meu dedo realmente estava manchada, e claro, eu achei que fosse uma piadinha o negocio de “não use sabão”. Mas era verdade. Meu dedo TODO estava vermelho e eu não tinha ideia de como me livrar daquilo. Resolvi que iria enfrentar o almoço. Ia ser pior passar a tarde toda tentando tirar isso do dedo e depois ter que falar com ele de qualquer maneira. Preparei-me psicologicamente para a conversa e fui para o restaurante. Chegando lá, fui falar com o recepcionista.
- Olá, hum, acho que meu amigo está me esperando...
- Qual o nome dele? – o senhor me perguntou gentilmente.
- Script>document.write(Jones) – eu disse e ele sorriu.
- Quer dizer que eu perdi a aposta? – fiz uma cara de confusão e ele deu uma pequena gargalhada – Eu apostei que você não viria.
- Eu não ia mesmo, mas ele jogou sujo – mostrei meu dedo manchado e expliquei o acontecido.
- Bem, você abriu o envelope...
- É eu sei, minha curiosidade foi maior... Mas enfim, ele já está aqui?
- Não, ele não vem.
- Como assim?
- Apesar de ele ter plena convicção de que você viria, ele não tinha certeza absoluta – ele fez uma pausa – Isso foi o que ele me disse...
- Tá e eu faço o que para me livrar dessa mancha?
- Isso deve estar aqui... – ele disse me entregando dois envelopes – Boa sorte.
Peguei os dois envelopes e sai do restaurante em direção ao meu carro. Quando entrei e me sentei, olhei para eles. Um deles tinha “Pode me abrir” e o outro “Não abra!”. Como o primeiro dizia que eu podia abrir, eu abri.
.”
Eu não acreditei quando abri o porta-luvas e vi que realmente havia um removedor lá. Se eu tivesse aberto isso antes tudo teria se resolvido e eu não estaria aqui agora. Se bem que eu vou limpar e ele nunca vai saber que eu li tudo. Ah, mas o cara do restaurante sabe e vai contar pra ele. Merda. Terminei de limpar o meu dedo e olhei para o envelope “Não abra!” em cima do banco do carona. Não vou abrir. Não vou abrir. Não vou abrir. Não vou abrir. É, eu abri. Vai dizer que você também não estaria curiosa?
Meu quarto? Ele estava no meu quarto? Merda, e agora vou pra lá agora ou enrolo um pouco? O que ele quis dizer com "já sei que você chegou aqui"? Enfim, eu estava louca de curiosidade e fui para casa naquele exato momento. Cheguei correndo. Esbarrei na no meio da correria. Que me parou e começou a falar sozinha.
- Oi, tudo bom, ? Ah tudo ótimo, . Como foi seu dia? Ah normal, acordei na casa do no chão e não vi minha amiga , nem meu amigo . E o seu dia, ? Ah normal , pegando muito o e tal.
- Aham, até parece, ! – eu disse – Na verdade fui fazer uma entrevista, e depois encontrei um envelope no meu trabalho e como sou curiosa me ferrei e agora estou seguindo instruções malucas desses envelopes, e a essa altura o já sabe que eu abri o envelope.
- Envelope? Calma, repete aí por favor?
- Eu te explico depois, tenho que correr pro meu quarto.
- Deixa de ser louca, me explica to curiosa – ficou me enchendo o saco até eu explicar tudo, só depois ela finalmente me deixou ir correndo para o quarto, e claro, foi junto.
Chegamos no meu quarto e em cima da cama tinha um iPhone com um número digitado. E um post-it com “aperte chamar” colado. Apertei chamar e coloquei o telefone no viva-voz. O telefone chamou duas vezes e a voz de começou a falar:
“Olá, . Hum, por favor guarde esse telefone. Agora, isso é uma mensagem gravada ok? Não adianta falar comigo. Se bem que você deve ter percebido isso. Enfim, você precisa descobrir a senha. E depois você liga nesse número. Só faz se você quiser, Tchau. Hum, é o ... Mas acho que você sabe, né?!” e terminou com uma risada.
- Ai que coisa emocionante! – falou – Onde essa senha tá?
- Sei lá... – eu disse – Deixa pra lá, cansei disso.
- Cansou nada! Você só quer que eu te deixe em paz para brincar sozinha. Ok, mensagem recebida, divirta-se. Mas me conta depois – ela disse e saiu do meu quarto.
Eu fiquei pensando por um tempo onde poderia achar essa tal senha. Pensei em mexer nas minhas malas, já estavam todas prontas. Tinha pouquíssima coisa fora delas. Mas achei que ele não teria mexido por lá. Não achei nada pelo resto do quarto, e resolvi ligar direto, se ele atendesse eu daria um jeito, se fosse alguma secretária eletrônica, tentaria achar a senha mais um pouco. Liguei no número. Depois de dois toques, atendeu. E dessa vez não era uma gravação.
- Oi,< script>document.write(Bells).
- Hum, oi, não achei a senha – falei sincera.
- Não tem senha.
- Não tem senha?
- Não, eu só queria saber se você ia desistir, ou se você ia me ligar.
- Eu te liguei porque sou muito curiosa.
- Eu prefiro pensar que é porque você me ama.
- Isso não vem ao caso.
- Claro que não, né? – ele deu uma risadinha – Então, podemos conversar sobre isso?
- Não quero conversar sobre isso.
- Temos que conversar sobre isso, senão eu vou ficar louco quando você for embora.
- Tá, vamos conversar.
- Não por telefone. Desce, eu estou aqui na frente.
- Como assim aqui na frente? E se eu não tivesse feito nada dos envelopes?
- Aí eu estaria aqui para visitar vocês e não para te levar para almoçar.
- Ok, eu vou descer, e só pra você saber, estou morrendo de fome, toda essa andança atrás de envelopes me deixou faminta. Outra coisa, eu tenho um compromisso importante as cinco horas. Não me enrole.
-Ok, não vou te enrolar, só quero conversar mesmo. Estou te esperando.
Desci as escadas, estava na sala.
- Vai sair? Achou a senha?
- Não tinha senha, o tá aqui na frente vou almoçar com ele.
- OMG ME CONTA TUDO DEPOIS – ela gritou e foi olhar a janela – Ele tá aqui mesmo! Ai que lindo.
Ignorei e sai.
Entrei no carro dele.
- Boa tarde.
- Boa! – deu um sorriso sexy e colocou seus óculos escuros – Vamos comer!
Ele ligou som e deu a partida no carro.
Fomos para o mesmo restaurante do início da “corrida de envelopes”, chegamos lá e o recepcionista disse:
- É, eu realmente perdi a aposta.
- Eu disse que perderia! – disse sorrindo – Onde é a nossa mesa, John?
- Vou te mostrar, por aqui, Senhor .
Eu continuava calada desde que entrei no carro.
Sentamos e pedimos bebidas, quando o garçom saiu, me olhou e disse:
- Ok, vamos conversar.
Ia ser uma grande conversa. Respirei fundo, ignorei toda a beleza dele e finalmente falei.
Capítulo 27
- Ok, sobre o que vamos conversar exatamente? – perguntei tentando ganhar mais um tempo. Eu já sabia qual era a conversa. Mas ainda estava muito nervosa.
- Você quer comer o que? – disse me passando o menu.
Fiquei calada enquanto olhava as opções sem prestar atenção. Eu não conseguia focar em nada.
- Não sei o que eu quero. Você vai pedir o que?
- Eu estava com vontade de comer fondue de queijo. – Ele disse me encarando com os olhos mais lindos e brilhantes do universo. Merda, porque eu não posso ser uma pessoa racional nunca?
- Vamos comer isso então! Eu to com fome, mas sou indecisa. Pode pedir!
O garçom se aproximou e perguntou qual era o tipo de queijo que queríamos.
- Eu não entendo nenhum pouco de queijos, você entende? – Perguntei para ainda olhando para todas as opções do menu.
- Nenhum pouco. Eu sei escolher vinho! – Ele falou rindo e falando para o garçom o ano e a safra do vinho que ele havia escolhido.
- Ok, vamos tentar queijo mussarela? É o único conhecido na lista.
- Pode ser! – se virou para o garçom e pediu o queijo mussarela.
- Infelizmente, estamos sem mussarela hoje. – disse o garçom.
Olhamos-nos sem saber o que fazer.
- Alguma recomendação? – perguntou ao garçom.
- Temos o queijo stephan e o queijo alpino, ambos são muito bons.
olhou pra mim. E nós falamos ao mesmo tempo:
- Alpino. – e obviamente começamos a rir. O garçom se retirou e eu olhei para ele:
- Escolheu esse pelo nome do chocolate também?
- Claro! Você acha que eu ia escolher um queijo que tem nome de gente? “Stephan” isso é lá nome de queijo?
- Também acho que não. - continuamos rindo um pouco disso, até que voltou ao assunto.
- Então... Estamos aqui para conversar sério. E até agora só demos risadas.
- Prefiro continuar rindo. Acho essa conversa desnecessária. Não há o que se fazer .
- Claro que há! Sempre tem algo a se fazer! Você me ama?
Eu não falei nada. Como eu poderia sair de uma situação dessas? Ele simplesmente ligou o charme dele, me fez rir e ai depois virou e perguntou se eu o amo? Não se faz isso com as pessoas! Percebendo o meu silêncio ele voltou a falar.
- , eu quero muito que você fique aqui.
Eu continuei calada olhando para ele. Mil coisas se passando na minha cabeça, meu pesadelo, meus desejos loucos de amor por ele. Tudo.
- , eu quero que você fique aqui comigo. Eu gosto muito de você. Não vou aguentar ter você longe de mim.
Ah é isso? Ele GOSTA muito de mim? GOSTA? Porra. Você tá pedido para eu largar a minha carreira para ficar aqui com você, porque você GOSTA de mim? Estou lisonjeada! Óbvio que só pensei isso. Eu tava com uma cara de bosta, com certeza. falei só isso:
- Isso não é o suficiente para eu desistir da minha carreira, .
Ele respirou fundo. O garçom chegou com a nossa comida. Serviu a mesa rapidamente e foi embora. Eu comecei a comer e continuou me encarando.
- Não estou pedindo para você desistir da sua carreira. Eu só quero que você fique comigo.
- Você está sendo egoísta, . Vou tentar te explicar de outra maneira. – Eu disse colocando uma fatia de pão com muito queijo na boca enquanto pensava.
começou a comer, mas não parou de me encarar nenhum segundo.
- Imagine você e os meninos, no começo do Mcfly. E vocês conseguem esgotar os ingressos para um show no Wembley. – Fiz uma pausa. Ele concordou com a cabeça para dizer que estava acompanhando. – Ai eu apareço... Você gosta de mim. Nenhum problema até ai. Eu resolvo que gosto de você também mas, eu não quero que você vá nesse show, pois nesse dia alguma coisa aconteceu e eu quero que você fique comigo porque eu gosto de você.
- , isso não faz sentido. Não se aplica de nenhuma maneira ao nosso caso. Um show não é o mesmo do que mudar de país por sei lá quantos meses!
- Não é qualquer show, . Wembley esgotado. Uma oportunidade única. Você deixaria de fazer esse show?
- Claro que não!
- Pois é. Essa pesquisa é meu estádio de Wembley lotado, . Eu posso nunca mais conseguir algo assim.
- Você pode conseguir coisas melhores aqui! – ele continuou teimoso.
- Você acha que existe um show melhor do o estádio de Wembley lotado só para vocês?
- Você tem que parar de tentar comparar isso com o Mcfly.
- , se você não consegue entender que “isso” é a minha carreira, assim como o Mcfly é a sua, eu realmente acho que estou fazendo a coisa certa indo. Por alguns minutos eu realmente pensei em largar tudo e ficar aqui com você. Mas vejo que não ia dar certo. Eventualmente, você vai cansar ou perceber que não gosta de mim do mesmo jeito que achava que gostava. E ai você termina comigo e eu fico sem carreira e sem você. Prefiro ter um dos dois a não ter nenhum. – Desabafei de uma vez.
- Você poderia me escolher. – e me olhou como se pudesse ver através dos meus olhos. – Eu não sou a pior das opções.
- , sim, eu te amo. Mas você não é a escolha mais segura. Eu sinto muito em dizer isso, mas eu vou para a Califórnia. E não há nada que você possa fazer para mudar isso.
E então, o descarado me beijou. Pois é. Ele meio que subiu na mesa e me beijou. Assim do nada, no meio da minha fúria com ele. Claro, foi um golpe baixo, mas eu não ia me deixar levar por isso.
- Me desculpe por isso. – Ele disse voltando para a cadeira. – Eu precisava te beijar mais uma vez.
- Ok, sem problemas. – Eu disse e peguei minha bolsa. – Tchau, . A gente se vê quando eu voltar da Califórnia. – Levantei da mesa e sai. Já na rua, peguei o primeiro taxi que eu vi. Não olhei para trás. Recebi um sms dele:
Não respondi o sms. Eu sabia que ia ser difícil me despedir de todos. Por isso elaborei um plano maquiavélico. Iria embora sem me despedir de ninguém. Minha despedida, na verdade, foi a festa do . Achei que seria melhor assim, não teria forças para ir embora se estivesse com todos eles. não sabia também. Minhas malas já estavam prontas. Cheguei em casa e pedi para o motorista do taxi aguardar. Eu iria embora naquele momento para o aeroporto. Ninguém iria me procurar lá. Por sorte não estava em casa. Peguei tudo que precisava e voltei para o taxi. Em menos de 30 minutos estava no aeroporto.
Fiquei lá por duas horas esperando meu vôo. Entrei na sala de embarque e mandei um sms para o Fletch explicando que tive que ir mais cedo e pedi para que ele avisasse a todos. Mandei um sms para , pedindo desculpas, e dizendo que ligaria para ela assim que chegasse à Califórnia. Mandei um para o também. Pedi dez mil desculpas. Depois desliguei o celular e entrei na minha aeronave.
’s POV
Eu estava comendo um muffin enquanto caminhava na rua quando recebi um sms. Era da . Dizendo que estava embarcando agora, que teve que adiantar a viagem e que me ligaria quando chegasse lá. Que diabos aconteceu? E porque ela não me LIGOU ao invés de mandar um sms para avisar uma coisa dessas? Dois minutos depois me liga.
- Como assim ela já embarcou?
- Não sei, eu também não sabia de nada, ela me mandou um sms agora.
- Pra mim também. Porque ela foi embora sem se despedir?
- Não faço ideia. Hoje ela tava toda estranha mais cedo, depois seguiu os bilhetes do , e foi almoçar com ele... Achei que ela ia me esperar em casa depois desse almoço pra me contar o que aconteceu e para eu ajudar com a mala e essas coisas.
- Será que o fez alguma coisa? Irritou-a, sei lá, e ela resolveu ir antes?
- Vamos ter que falar com ele.
Fim do POV da
POV do
Eu ainda não tinha conseguido processar exatamente tudo que tinha acontecido. Achei que tinha tudo sobre controle no restaurante mas acabei irritando falando bobagens. Resolvi deixá-la ficar mais calma, eu ligaria para ela mais tarde. Afinal ainda tenho um dia inteiro antes da viagem, quem sabe eu faço algo no show para me redimir.
No meu caminho para casa senti meu celular vibrar algumas vezes, ligações do e da . Eu tava sem paciência para conversar com eles no momento e resolvi ignorar durante todo o percurso. Ao chegar em casa vi minha secretária eletrônica apitando, apertei o play e me joguei no sofá para tirar o sapato.
Ouvi duas vezes a mensagem ainda sem entender, como assim foi embora hoje? Melhor ligar logo para .
- ? É o – Me identifiquei assim que ela atendeu – O que está acontecendo?
- ?! Graças a Deus! O que você fez hoje no almoço? Porque a foi embora?
- Embora? – eu estava confuso – como assim embora?
- AI MEU DEUS! VOCÊ NÃO SABE?
- Não sei o que? Que diabos você tá falando, ? – minha paciência estava quase acabando.
- A foi embora hoje. Ela me mandou um sms pedindo desculpas. Ela já deve estar dentro do avião a essa altura.
Eu não falei mais nada, quase larguei o celular no chão sem nem sequer desligar a ligação. Pude ouvir me chamando, mas ignorei, desliguei o telefone, coloquei meu sapato de volta, entrei no carro e sai correndo para o aeroporto. Eu não sabia em qual ela embarcaria, mas eu precisava tentar fazer alguma coisa. Apostei no Heathrow e pisei fundo.
No meio do caminho percebi que não conseguiria chegar lá a tempo de nada e resolvi voltar para casa. Senti como se meu coração estivesse sendo mastigado por um urso. Porque ela faria isso? Ela dizia me amar também, porque não pudemos ficar juntos? Se ela tivesse me dado uma chance eu poderia amá-la também. Comecei a chorar muito e resolvi parar o carro no meio do caminho. Tentei ligar para ela várias vezes naquela noite, mas seu celular estava sempre fora de área. Desisti depois de um tempo voltei para casa e dormi desejando que ela estivesse comigo.
Fim do pov do
Capítulo 28
Dormi mal durante todo o voo, quando finalmente cheguei à Califórnia senti a brisa fresquinha e vi o sol quente, nada comparado ao Brasil, mas perto de Londres era o Rio de Janeiro. Peguei meus contatos da Universidade da Califórnia, achei um taxi e fui me instalar na cidade. Tentei ocupar minha mente para não pensar em tudo que havia deixado para trás. Liguei de um orelhão no telefone que o professor tinha anotado e uma moça simpática me disse o nome do hotel que eu ficaria, disse também que no dia seguinte um táxi chegaria às 09:00 horas para me levar até a universidade.
Cheguei ao Hotel exausta. Não olhei meu telefone, nem sequer sabia se ele funcionaria aqui. Ao entrar no meu quarto apenas me joguei na cama e dormi profundamente.
Acordei de bem cedo no dia seguinte e liguei meu celular, estava sem sinal, não tinha como eu saber se alguém havia me ligado. Por sorte, o hotel tinha wi-fi gratuita, assim que conectei meu celular na rede uma enxurrada de mensagens começou a aparecer no meu whatsapp.
“O QUE ACONTECEU NAQUELE ALMOÇO?”
“VOCÊ É UMA PESSIMA AMIGA”
“TE ODEIO”
“ME LIGA, TO COM SAUDADES”
Todas de . Notei que somente ela tinha mandado mais de 15 mensagens, sem falar nas de . Mas não tinha nada de . Será que ele ainda não sabia que eu tinha vindo? Improvável. Resolvi ligar para pelo FaceTime, mas ela não me atendeu. Fui olhar o fuso horário e me dei conta de que eram 8 horas de diferença. Não sabia que era tanta diferença assim! Já eram quase 15:00 horas por lá. Ela devia estar com os meninos se preparando para o show. Mandei uma mensagem pedindo para que ela me ligasse quando pudesse e fui me arrumar para a reunião com os professores.
’s POV
- , eu não estou me sentido muito bem, cara.- faltavam 5 horas para o nosso show. Estávamos terminando de passar o som no estádio.
- O que você está sentido?
- Eu estou mal com tudo. Parece que tem uma coisa me apertando por dentro. Tipo uma bola pesada no meu estomago. Estou assim desde que me falaram que tinha ido embora.
me abraçou.
- Cara, você tá apaixonado. Eu sei bem com é, eu me sentia assim também com a Sally no inicio.
- É diferente, . Sally está com você. não está comigo. Talvez eu nem a ame, deve ser apenas por eu não estar acostumado com rejeição. – menti descaradamente, desde a noite anterior estava trancando qualquer sentimento que eu tinha acerca de .
não falou nada apenas balançou a cabeça em negação por uns minutos até que disse:
- E o show, acha que vai dar conta?
- Sim, vou ficar melhor, só precisava desabafar mesmo.
Eu não estava melhor, se eu poderia estar alguma coisa seria apenas pior, cada segundo que passava tocando as músicas românticas que escreveu para Sally me deixava enjoado. Porque as coisas não podiam ser daquela forma para mim também? Após a passagem de som fui para o camarim tomar um banho e me preparar para o show. Uma enxurrada de questões entrou na minha cabeça enquanto eu tentava reprimir um choro. Porque diabos estou tão emotivo? Esse tipo de coisa nunca me afetou assim. Sou conhecido por não ligar para sentimentos, sempre tive coisas de uma noite. Não posso ficar mal por ela não ter ficado. Porque ela não ficou comigo? Ela não deve me amar do jeito que disse amar. Eu não queria que ela tivesse ido embora. Porque ela não ficou comigo? Por quê? Por quê? DROGA. PRECISO ME CONTROLAR. Comecei a chorar descontroladamente e tinha um show em menos de duas horas. Não vai dar certo. Não consigo parar de pensar nela. O que mais dói, foi estar tão perto, ter tanto pra dizer, a ver indo embora... Nunca vou saber o que poderíamos ter sido. Acho que ela não entendeu que eu realmente estava me apaixonando. Argh.
Sai do banho e para me controlar resolvi começar a escrever tudo que estava sentindo. Isso sempre me ajudou. Comecei a escrever várias frases soltas. Não me importei de repetir, depois talvez eu transformasse aquilo numa música. A frase que escrevi mais vezes foi “Poderia ter me apaixonado”. Eu sabia que estava apaixonado, mas não conseguia dar o braço a torcer, nem mesmo no meu desabafo me entregaria completamente. Continuei escrevendo por muito tempo até que os meninos vieram me chamar para o show. Coloquei minha melhor cara de “foda-se” e me dirigi para o palco. As pessoas estavam aqui para fugir de tudo por duas horas e se divertir. Eu faria um grande show, deixaria tudo de lado por esse breve espaço de tempo.
End of ’s POV
Los Angeles era um lugar incrivelmente diferente de Londres. Mas apesar de tudo, conseguia me ver morando por aqui. O clima era ótimo e as pessoas eram muito bonitas de se olhar. Cheguei ao local da reunião no horário e conversamos muito. Saímos depois do almoço e já tínhamos organizado todo o cronograma. Para a pesquisa ser realizada eu teria que passar pelo menos um ano e meio aqui. Muito mais que o planejado, mas eu havia largado tudo. Não tinha nada que pudesse me prender na Inglaterra, nem mesmo havia conseguido.
Como havia mudado o tempo de permanência, resolvi procurar um lugar para morar nesse tempo. Estava assustada com isso afinal, meu salário da Super Records tinha sido cortado pela metade para que Dave pudesse ser contratado e me substituísse por lá. Mas descobri que a bolsa de doutorado era incrivelmente maior do que a de mestrado, eu poderia morar num lugar bom e viveria bem durante o tempo que fosse necessário.
Chegando de volta ao hotel peguei meu computador e comecei a olhar anúncios de apartamentos para alugar, no meio disso meu celular começou a vibrar. Vi que era me ligando no FaceTime e atendi prontamente.
-Não me mata, por favor – falei já me preparando para a gritaria de olhos fechados – eu tive que vir antes, não tive escolha...
não falou nada. Quando olhei para a tela do celular me dei conta de que não era ela. me encarava com uma cara horrível. Parecia que ele tinha chorado.
- Adeus, . Sentirei sua falta. – foi tudo que ele disse antes de entregar o celular para e sair.
me olhava triste pela tela. Mas eu não conseguia falar nada. Senti como se meu coração estivesse despedaçado. Ele estava chorando? me amava? Eu tive que vir embora! Agora vou ficar aqui por 18 longos meses apenas imaginando o que poderia ter acontecido se eu tivesse ficado com ele.
- Desculpa por isso. – disse a me ver segurar o choro – Mas ele precisava te ver uma última vez. está horrível, não foi o mesmo durante o show. As pessoas estranharam, apesar de ele ter se esforçado bastante. Mas eu não quero falar disso. Quero que você me explique tudo que aconteceu e porque diabos não me falou que iria antes.
Contei para ela tudo, desde meu plano de me despedir na festa de até o que aconteceu durante meu almoço com .
- Ele não me falou que tinha dito isso! – exclamou. – Foi extremamente egoísta da parte dele.
Apenas suspirei.
- Talvez tenha sido melhor isso mesmo, , esse tempo ai pode te ajudar a pensar melhor. Mas agora tenho que ir, já são quase duas da manhã e logo terei que viajar para Oxford.
Despedi-me de e desliguei. Ainda estava mal por ter feito sofrer. Resolvi mandar uma mensagem para ele me desculpando.
Passaram-se alguns minutos após ele ter visualizado a mensagem para que ela fosse respondida. Mas após ler eu preferia ter ficado sem resposta.
Desliguei o celular e chorei muito a noite toda. No meio do meu choro acabei dormindo.
Nas manhãs seguintes visitei vários lugares e no final havia fechado com um apartamento pequeno no centro de Los Angeles. Ele já vinha completamente mobiliado, fechei um contrato de dois anos por garantia. Caso precisasse de mais tempo para a pesquisa teria onde ficar. Instalei-me no apartamento no mesmo dia e comecei a focar cada vez mais na minha tese. Sempre que eu estava focada não pensava em , e nem na vida que poderíamos ter tido se eu tivesse ficado.
’s POV
Já faziam seis meses que a tinha ido embora, é muito estranho ficar sozinha em casa. Ela podia estar voltar logo, mas a droga do Doutorado estava ampliando cada vez mais a permanência dela na Califórnia. Grande parte do tempo tenho o por aqui para não me sentir sozinha. Eu sabia que estava cada vez mais adaptada e melhor nos Estados Unidos, mas minha preocupação não era com ela. estava me preocupando. Ele não era mais o mesmo desde a viagem de . Não estava mais fazendo suas piadas, raramente eu notava um sorriso verdadeiro. Sempre que conversávamos só ouvia um falso “estou bem”. Dava para perceber que não estava. E quanto mais tempo passava, parecia que ele ficava pior. estava passando muito tempo com ele e sempre me dizia que as coisas estavam cada vez piores.
Hoje resolvi sentar para conversar sobre isso com ele, não o deixaria escapar dessa vez. Cheguei até a casa dele e toquei a campainha. Ele não respondeu. Toquei novamente. Sem resposta mais uma vez. Fiquei preocupada e liguei para o celular dele. Estava desligado. Resolvi ligar para , ele tinha a chave da casa de , poderia abrir para vermos se ele estava bem.
Em 20 minutos chegou lá preocupado e já foi direto abrindo a porta. Encontramos dormindo no quarto, parecia tudo normal. foi embora após eu ter explicado o assunto da minha conversa com , pois achou melhor que ficássemos sozinhos. O quarto estava uma bagunça enorme. Acho que ele não saia de lá há uns dias.
- , acorda.
Ele não me respondeu, apesar de ter se movimentado na cama.
- Eu estou aqui e não vou sair até conversarmos, isso não pode mais ficar assim.
Vagarosamente ele se descobriu e sentou na cama, revelando olheiras grandes e uma cara muito cansada. Fiquei calada e esperei ele falar algo.
- Sobre o que você quer conversar ? – apenas olhei para ele profundamente, ele sabia o motivo e o assunto da conversa. Estava apenas enrolando para começar a falar.
End of ’s POV
’s POV
Porque diabos ela não me deixa em paz. Só de olhar para já quero chorar. Quando foi que me tornei tão depressivo? Nada disso faz sentido. Faz seis meses que foi para os EUA. E desde então me sinto cada vez mais triste. Nada me anima. Eu nunca tinha percebido o quanto os dias com ela eram bons. Andar por ai conversando e coisas assim. Eu sentia falta dela como um todo agora. Não era apenas uma coisa romântica. Não precisava beija-la, apesar de querer muito. Eu apenas queria poder olhar para ela e conversar qualquer coisa. Fazer um vídeo idiota como nos velhos tempos.
- Estou cansado de ficar assim, . – comecei – Porque eu estou assim? Como é que pude me envolver tanto em tão pouco tempo? E porque isso não passa?
Percebi que falei muito, me calei e olhei para o chão, porra, eu to chorando de novo? Caralho.
continuava calada.
- Você não veio aqui conversar? Fala alguma coisa. – falei rude. Ainda estava tentando engolir o choro.
- Vamos por partes – ela disse finalmente – primeiro você está assim, pois está apaixonado. Segundo depende do que você considera pouco tempo. Para você se “apaixonar” – fez aspas com as mãos no ar – pela Serena foi coisa de uma noite. Você conviveu conosco por basicamente um ano inteiro, . Terceiro: você está apaixonado.
- Porra, não quero ficar desse jeito para sempre. Ela já está lá tem seis fucking meses. E pelo jeito que anda é capaz de ficar por anos. Eu já deveria ter superado. Mas não consigo . Toda noite sonho com ela, sempre que fecho meus olhos penso nela. Eu fico perdido pensando que se tivesse notado antes poderíamos estar juntos desde o inicio. Podíamos estar felizes como você e o Poynter. – eu falava sem parar, não me interrompeu em momento nenhum, no meio da fala percebi que tinha deixado algumas lágrimas escaparem, ela tinha notado. Ignorei e continuei desabafando.
- Às vezes eu penso naquela tarde que passamos juntos em Paris. Naquele dia percebi o tanto que ela era importante na minha vida. Mas ainda pensava que fosse como uma amiga. Eu me arrependo de ter até piscado naquele dia, fico olhando as fotos todas que fiz dela, na verdade olhar apenas não adianta, eu absorvo cada pedaço da foto, como se ela estivesse ali comigo, mas daí eu pisco e vejo que não. E além de ser linda daquele jeito ela ainda tem uma personalidade maravilhosa, é forte, enfim, é a . E eu perdi isso tudo. – suspirei.
me abraçou e disse apenas:
- Ela te ama. Você a ama. Porque diabos vocês não se resolvem?
- Não é simples assim, . – suspirei cabisbaixo.
- Claro que é. Fala tudo isso que você acabou de me falar para ela.
- Eu já tentei. Desde aquela mensagem que eu mandei há seis meses ela não me responde nem me atende mais.
- Quando foi a última vez que você tentou?
- Umas semanas atrás eu não aguentava mais de saudades e tive que ligar para ela. Liguei de um número diferente, ela não atendeu, mas retornou depois de uns minutos. Quando eu vi que ela estava me ligando quase surtei, mas atendi ao telefone. Ela reconheceu minha voz, disse apenas “Oh!” E desligou na minha cara. Desde então eu percebi que ela não queria mais contato comigo.
começou a pensar, sentou-se do meu lado e me abraçou de lado, ainda pensado enquanto fazia carinho no meu ombro esquerdo. Me aninhei no abraço de . Eu estava muito carente. Passava grande parte do tempo sozinho, escrevendo músicas depressivas demais. No abraço desisti de tentar me fazer de forte e me permiti chorar na frente dela. Afinal, quem eu queria enganar, estava loucamente apaixonado e não podia ficar com o meu objeto de afeição. Podia chorar sem culpa.
- Ok, então ela não te atende. Se eu tentar falar de você ela vai me xingar e desligar o celular. – estava tentando elaborar um plano – o que você pode fazer chegar até ela, de uma forma que ela não possa impedir? – ela se soltou do abraço me dando um beijinho na testa e começou a caminhar pelo meu quarto mexendo nas coisas.
- O que você está procurando? – perguntei enquanto ela mexia nos papéis em minha mesa.
- Ideias. – respondeu pegando alguns papéis e lendo algumas das frases soltas que eu havia escrito.
- Tive uma ideia! – ela gritou no enquanto soltava todos os papeis pelo ar!
Me assustei com o grito dela e dei até uma risada sincera. Fazia tempos que eu não sorria sinceramente.
- Qual foi sua ideia? – perguntei ansioso.
- Querido , minha ideia é sensacional demais. Preste atenção!
Levantei-me e andei até onde ela estava e então comecei a entender o que ela quis dizer.
- Você vai escrever uma música com tudo isso que está sentido. Vai colocar no CD novo que vocês estão produzindo – falava muito rápido e gesticulava muito, mas eu estava gostando da ideia – e daí euzinha aqui mando para ela o CD de presente, ou melhor, faço o mandar, ela nunca recusaria nada dele. Ai ela escuta a música, lembra que te ama, volta e vocês vivem felizes para sempre. Eu serei sua cupida! – Dei uma risada, nesses momentos de empolgação era muito engraçada, ela já havia decidido tudo. Só que não pensou em um pequeno problema:
- , não estou dando conta de escrever nada, só escrevo coisas depressivas ultimamente. E como vou fazer para ela entender que a música é para ela?
- Pelo amor de Deus homem! – estava começando a se exaltar – Escreve o que você está sentindo, não é assim que vocês fazem músicas? – ela catou meu violão que estava jogado no chão – Toma aqui. Começa a dedilhar qualquer coisa! Qualquer coisa!
- , você gritar não vai me fazer ficar criativo.
- Então chama o , o , o ! – ela continuava gritando quando pegou o celular e ligou para . – Amor, vem aqui para a casa do agora e traz o resto da banda fazendo o favor.
Dei outra risada, acho que o deve ter se assustado.
- Menina! Se acalma! – gritei entre risos.
- Não consigo me acalmar, essa música é o que separa você da minha melhor amiga. Se tudo der certo ela volta e eu terei a companhia dela de novo. E ela não vai estar depressiva por você estar apaixonadinho. Porque dessa vez é por ela!
continuava falando alto, mas eu havia desligado meu foco dela. Será que isso realmente daria certo? Eu não tinha mais nada para fazer, não custava nada tentar. Comecei a tentar pensar em temas e sentimentos para colocar na música, até que me lembrei de que tinha um rascunho perfeito. Eu havia escrito aquilo no dia do show que ela furou porque tinha fugido para a Califórnia.
- , para de gritar e me ajuda a achar um caderno de capa azul. Eu tenho uma ideia ótima lá para uma música para .
Antes dos meninos chegarem nós colocamos meu quarto abaixo e encontrou meu caderno na sala, em cima da mesa. Peguei meu violão e já comecei a dedilhar um ritmo que poderia combinar com aquela letra.
pegou meu caderno e leu o que tinha escrito, e começou a chorar.
- Nossa!- ela falou ainda gritando, como eu desligo a ? – Sério, , como você ousa falar que não tem nada? Essa música é simples, bonita, tem um fundo romântico, mas nada igual All about you. Uma coisa meio depressiva, sim, mas ainda assim, maravilhosa. Trate de terminar e fazer algum ritmo maravilhoso para ela.
era uma ótima amiga, mas ela simplesmente não parava de falar. Eu não conseguia pensar. Fiquei muito feliz ao ouvir os meninos entrando pela sala, iria a fazer ficar quieta e eu poderia me concentrar em fazer uma música boa o suficiente.
No final das contas descemos todos para o estúdio no subsolo da minha casa e começamos a fazer riffs e solos. já estava rabiscando outras coisas no meu rascunho, deixando tudo melhor. foi embora querendo ouvir apenas quando estivesse totalmente finalizada. Agradeci de coração a ajuda dela e virei à noite com os meninos escrevendo não apenas essa, mas várias musicas para o nosso novo cd. Eu estava de volta à ativa só de ter esperança.
Fim do POV do .
Capítulo 29
Esses meses na Califórnia estavam sendo bons, eu conseguia passar grande parte do meu dia ocupada. Isso me dava menos tempo para sofrer pelo . Mas como tudo que é bom acaba rápido, as coisas começaram a mudar. A banda tinha anunciado um novo cd, todas as salas de chat do SuperCity só falavam nisso. As meninas estavam loucas de curiosidade acerca das novas músicas e de como seria tudo. Dave, meu substituto, estava fazendo um trabalho ótimo com na divulgação. Vira e mexe eu via aqui nos EUA, que geralmente nunca fala nada deles, uma reportagem ou alguém comentando do novo Cd “super aguardado” do McFly.
Outra coisa que Dave também fazia era gravar vídeos completamente aleatórios, da mesma forma que eu costumava fazer e postava no site. Essa semana ele havia criado uma pagina no site para concentrar os vídeos de cada um dos meninos e outra para vídeos deles juntos. Eu estava revisando o layout final antes de aprovar para entrar no ar. Dei uma olhada nos vídeos e senti muita saudade. Vira e mexe via nos vídeos pessoais dos guys e sentia um aperto no coração de tanta saudade. Deixei a página do por último.
Quando me vi obrigada a examinar a página dele fiquei muito mais tempo que deveria. Vi todos os vídeos várias vezes, como eu sentia saudade daquela voz, daqueles olhos. era simplesmente maravilhoso, senti um aperto forte no peito e vacilei por uns minutos. Precisava falar com ele. Já estávamos há pelo menos sete meses sem nos falarmos. Minha ultima interação com ele havia sido desastrosa, ele me ligou de um numero desconhecido. Como estava numa reunião não pude atender e logo que acabou retornei achando que pudesse ser algo grave, afinal era um numero desconhecido do UK. Quando eu ouvi a voz dele falando “alô” eu travei. Entrei em pânico. Disse um “OH!” assustado e derrubei meu celular no chão, espatifando ele em pedaços. Perdi todos os meus contatos e não tive coragem de pedir o telefone dele novamente para . Não sei o que ele pensou, mas desde então não interagimos mais. E isso estava me matando. Eu me fazia de forte, mas agora que ouvia o nome McFly nas rádios e na internet com o anuncio do novo cd, tudo voltava à tona. Eu queria voltar a ser amiga dele, mas não sei se aguentaria, nessa altura do campeonato ele provavelmente já está pegando Londres inteira e não me ia me querer nem se eu fosse um Emmy.
Acordei cedo demais para um sábado. Mas não conseguia mais ficar deitada, estava ansiosa com o lançamento do CD. Faltava menos de três semanas para que isso acontecesse. Fui fazer meu cereal matinal e pegar a correspondência. Ao chegar à minha caixa de correio percebi o carteiro chegando e me dando um sorriso.
- Bom dia! Tem uma encomenda para você. - o carteiro me mostrou uma caixa não muito grande.
- Que estranho, não me lembro de ter pedido nada. – peguei a prancheta dele para assinar o recebimento e olhei o remetente. “Dougie delicia inglesa Poynter” dei uma risada ao ler e voltei para dentro de casa. Ao abrir vi vários envelopes e o CD novo deles. Comecei lendo a carta que estava por cima, de .
“Saudações inglesas!
Muito calor ai nos States? Aqui está chovendo como sempre... Estou sentindo muito sua falta cadê nossos skypes recorrentes? VOCÊ ME ABANDONOU? Só sei das suas novidades pela . Isso é muito chato. Trate de me ligar! Te mandei nosso novo CD (que ainda não foi lançado, cuidado) escondido de todo mundo. Ou seja, bico calado ou o me mata! Escute ele agora e me ligue logo em seguida para falar o que achou! Te amo, lindinha. Saudades, termine logo esse troço e volte.
Beijos, .”
Peguei o CD e resolvi colocar para tocar enquanto lia as outras cartas que estavam na caixa. Todas as outras eram de , escritas em momentos diferentes. Dei várias risadas e enfim comecei a prestar atenção nas músicas. Estavam todas muito legais, e poder ouvir tocando e cantando estava me deixando feliz, parecia que eu estava matando a saudade de todos eles. Até que uma música começou e eu ouvi cantar sozinho a letra:
(Todo dia parece segunda-feira)
there is no escaping from the heartache,
(Não há como escapar da dor no coração)
now I wanna put it back together,
(Agora eu quero juntar isso novamente)
cause it's always better late than never
(Porque sempre é melhor tarde do que nunca)
Eu senti meu corpo congelar ao ouvir a voz dele e não consegui me mover para tirar a música ou qualquer coisa do tipo, continuei ouvindo.
(Desejando que eu pudesse estar na Califórnia)
I wanna tell you when I call you
(Eu quero te dizer quando eu te ligar)
I could've fallen in love
(Eu poderia ter me apaixonado)
I wish I'd fallen in love
(Eu queria ter me apaixonado)
Ao ouvir essa estrofe tive certeza de que a música era para mim. Ele falou especificamente CALIFÓRNIA na música. De todos os lugares do mundo porque ele falaria Califórnia se não fosse para mim? Eu comecei a sentir minhas pernas ficarem fracas, o que significava essa música? Ele disse que queria ter se apaixonado. O QUE ISSO SIGNIFICA? Eu estava quase rasgando o encarte para poder ler a letra inteira da música, mas não tinha nada lá, só fotos deles.
(Fora das nossas mentes e fora de tempo)
Wishin' I could be with you
(Desejando que eu pudesse estar com você)
and to share the view
(Para compartilhar a vista)
we could've fallen in love
(Poderíamos ter nos apaixonado)
Woah-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh
Woah-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh
Eu já não sabia mais o que pensar dessa música. Apenas me sentei no sofá e deixei a música continuar tocando, enquanto tentava segurar o meu choro.
(Acordando com as pessoas conversando)
and it's, getting later every morning
(E está ficando mais tarde a cada manhã)
Then I, realize it's nearly midday
(Então eu percebo que é quase meio-dia)
And I've, wasted half my life, to throw it away
(E eu tenho perdido metade da minha vida para jogar isso para fora)
Saying, every day should be a new day
(Dizendo que cada dia deveria ser um novo dia)
To make you smile and find a new way
(Para fazer você sorrir e encontrar uma nova forma)
of falling in love, I could've fallen in love
(De me apaixonar, eu poderia ter me apaixonado)
Quando o refrão começou mais uma vez eu não consegui mais me segurar e soltei todo o choro que eu estava reprimindo há pelo menos seis meses. Até que ouvi todos em coro falando logo após um longo solo de guitarra:
(Cansado de esperar, não posso mais aguentar, tenho que te dizer)
Cada parte da música que tocava me deixava mais agoniada até que percebi apenas cantando, parecia que a música toda tinha parado e que ele estava falando aqui para mim.
(Eu não posso aguentar outra noite sozinho)
I take a breath and then I pick up the phone she said
(Então eu tomo um fôlego e, em seguida, atendo ao telefone, ela disse)
Oh Oh Oh
Oh Oh Oh
She said
(Ela disse)
Oh Oh Oh
Oh Oh Oh
She Said
(Ela disse)
Oh Oh Oh
Oh Oh Oh
sick of waiting, i can't take it... gotta tell you
(Cansado de esperar, não posso mais aguentar, tenho que te dizer)
Fallen in love
(Poderíamos ter nos apaixonado)
Oh, we could've fallen in love, oh yeah
(Oh, nós poderíamos ter nos apaixonado, oh yeah)
fallen in love, we could've fallen in love
(ter nos apaixonado, nós poderíamos ter nos apaixonado)
Ooh Fallen in love (yeah)
(Ter nos apaixonado)
A música acabou e eu finalmente tive forças para me levantar e desligar o som. Eu decidi não ouvir mais o CD depois disso. Apesar de achar que o estrago já estava feito. Guardei tudo e me prometi nunca mais ouvir aquela música. Eu consegui notar o tanto que fiz mal para o , mas pelo menos ele não chegou a se apaixonar por mim. Talvez escrever essa música tenha ajudado ele a me superar. Sei lá. A única coisa que eu sabia é que precisaria de um tempo. Mandei uma mensagem para agradecendo o pacote e mandando um beijo para . Não falei mais nada e resolvi me dar um tempo de tudo que estivesse ligado a . Mesmo que isso incluísse não falar com minha melhor amiga por um tempo.
Capítulo 30
Desde que recebi o CD e escutei a música resolvi enfiar minha cara nos estudos. Porém uma coisa não saia da minha cabeça: . Sempre que eu ligava a TV o via cantando e tocando, aparecendo em programas ingleses e tudo mais. Era difícil não pensar nele. Talvez eu devesse entrar em contato, mas tinha medo. Suspirei ao sair da sala de estudos do laboratório de pesquisa. Entrei no meu carro e resolvi ligar o rádio para tentar pensar em qualquer coisa que não tivesse relação com . Acabei desligando segundos depois de ligar, pois Falling in Love tinha começado a tocar. ‘Parece perseguição’ pensei. Por mais que tentasse não pensar nele, tudo colaborava contra. A música que fez para mim era o principal single do novo CD e para a minha tristeza tocava em todo lugar.
Cheguei em casa, notei minha secretária eletrônica com o alerta de lotada. Já tinham pelo menos três meses que eu não ouvia o que tinha ali, e qualquer pessoa que deixasse recados novos não teria sucesso. Resolvi apertar o play e fui tomar banho. Pude reconhecer de longe a voz de , , Sally falando várias coisas, mas não me esforcei para escutar nada, até que ouvi a voz DELE.
- “Bells, estou ligando a pedido da . Ela está muito preocupada e já ameaçou várias vezes ligar para a polícia para saber do seu paradeiro. Bem... Ela está me fazendo gravar isso com a esperança de que...Pude ouvir gritando no fundo:
– Ela te ama se ouvir sua voz vai dar sinal de vida, , anda fala.
– Enfim, nos dê noticias. Um beijo”.
Eu não consegui segurar a risada. Ouvir o falando comigo de forma natural me deixou bem e ver que a não tinha mudado nada também estava me fazendo um pouco mais feliz. Resolvi mandar uma mensagem para , não sei quanto tempo fazia desde que aquilo foi gravado, mas eu achei que devia isso a ela.
No mesmo segundo ficou online e visualizou minha mensagem.
Dei uma risada e continuei conversando com , era bom voltar a falar com ela. No final das contas ela já estava com passagens compradas e iria me visitar de qualquer forma. E isso seria essa mesma semana. Combinei o horário certo que deveria ir ao aeroporto busca-la e no final das contas fui dormir feliz.
Antes de chegar descobri pelo Dave que o McFly estava planejando uma turnê pelos EUA. Senti borboletas no estomago só de imaginar encontrar novamente com . Já fazia um ano desde a última vez que nos vimos. Dave estava me explicando as coisas e disse que como eu estava aqui não seria necessário que ele acompanhasse a turnê. Eu poderia fazer isso e economizaríamos um dinheiro extra de passagens.Tentei pensar em formas de não participar da turnê mas, no final das contas, não havia motivo para me isolar. Eu teria que encarar cedo ou tarde.
Falling in Love continuava cada vez mais me atazanando. Em todo lugar aquela música tocava. Era ótimo para os meninos, afinal eles nunca tiveram uma grande repercussão aqui nos EUA, mas eu queria estar num lugar aonde ninguém conhecesse McFly. O único lugar que era livre disso era o laboratório de pesquisa, ninguém lá conhecia McFly. Era o único lugar que eu tinha paz. Até essa tarde.
- Nossa você já ouviu essa música, Lucy? – eu estava preparando um teste para ser aplicado no grupo controle e ouvi duas estagiárias conversando – Chama Falling in Love, é de uma banda inglesa, olha que gatos os integrantes. – quando notei que as duas conversavam sobre Mcfly tentei de toda forma me concentrar em outra coisa, mas não conseguia, fiquei ali fingindo que trabalhava enquanto continuava ouvindo a conversa das duas.
- Esse aqui é muito hot. – não consegui ver para quem ela apontou.
- Ele se chama , parece que ele está namorando, o meu favorito é o único solteiro da banda. – estava namorado? Meu Deus! Estou por fora de tudo.
- Como é o nome dele? ? – Ao ouvir o nome dele senti um frio na espinha. Até ouvir outras pessoas falando o nome dele me deixa assim.
- Sim, parece que ele fez essa música para uma menina que ele gosta ou gostava algo assim, mas ela ignorou. – Ignorei. Meu Deus. Como elas sabem disso tudo?
- Como você sabe disso? – Obrigada, Lucy, mate minha curiosidade!
- Ah, ele deu uma entrevista aqui pra HVL, olha só. – ela deu play num vídeo e eu não consegui ver nem ouvir nada.
- Coitado, ele parece gostar mesmo dela, mas acho que as coisas não deram certo mesmo.
- Pois é, azar o dela, né? Eu nunca recusaria . Imagina só ele apaixonado por mim? Nunquinha que eu iria ignorar! – A menina continuou a conversa com a amiga e eu parei de prestar atenção, o que ela acabou de falar era o que eu costumava falar. “nunca ignoraria o Danny”, “nunca ia parar de abraçar ele”. Engraçado como as coisas mudam. Eu ainda amo , mas acho que a gente não daria certo. Não sei por que, mas tenho uma desconfiança forte, tenho medo de ficarmos juntos e depois de pouco tempo ele perceber que não era o que ele imaginava e no final das contas eu sofrer de novo. Mas por outro lado sempre penso em tentar e se não der certo bola pra frente. Estou muito insegura e indecisa. Acho que o melhor a fazer vai ser conversar com a minha amiga. Estou precisando disso, ainda bem que ela chega essa semana.
chegou na cidade e Sally estava com ela. Foi uma surpresa muito boa. Abracei as duas por muito tempo, fomos falando sobre muita coisa no taxi a caminho da minha casa, ela ainda não tinha entrado no assunto e , mas logo isso iria acontecer. Eu estava tão feliz de vê-las que nem sequer me incomodei de ter que falar sobre isso, precisava mesmo desabafar com minhas amigas, talvez ajudasse a clarear minha cabeça.
Chegamos à minha casa, fiz um tour com elas pelo pequeno apartamento. Eu tinha um quarto, uma sala, dois banheiros (a suíte e um pequeno lavabo na sala) a cozinha e uma pequena varanda. Meu apartamento ficava virado para a praia, que não era perto da minha casa, mas era possível ver de longe. Como eu estava aqui a mais ou menos seis meses minha casa estava bem a minha cara, apesar de nunca ter recebido visitas eu tinha um sofá cama de casal e no meu quarto também tinha uma cama de casal grande, pelo menos quatro pessoas caberiam lá confortavelmente. As meninas chegaram e elogiaram bastante a minha vista, pegou no meu pé por conta de uns espelhos e quadros que ela achava que estavam no lugar errado. Em questão de apenas umas horas na minha casa já havia refeito o layout da minha sala e deixado ela bem mais espaçosa. Arquitetos fazem mágica. Passamos o resto do dia brincando e passeando pela minha vizinhança, apenas conversando sobre nossas vidas. Elas deviam estar com medo de tocar no assunto, então resolvi dar abertura assim que colocamos os pijamas.
- Ok, já podem falar do , sinceramente, como ele está? - As duas se entreolharam caladas. - Sério, eu to precisando desabafar, mas eu também quero saber como ele tá.
Silêncio total e as danadas continuavam me encarando. O que será?
- Ele tá namorando de novo, o mundo todo sabe menos eu, é isso? – perguntei nervosa com o silencio delas.
- Não, ele não está namorando, ele percebeu que você é muito importante na vida dele e isso tem deixado ele cada vez mais depressivo. Principalmente com a sua falta de contato. – finalmente falou algo, ela estava séria. – Porque você está se afastando assim, ?
Respirei fundo. Agora eu teria que desabafar de verdade.
- Eu estou assustada, tenho medo de me entregar totalmente e não conseguir ser o suficiente para ele, e se ele se apaixonar por outra? Você sabe que isso vive acontecendo, ele tá com alguém e de repente troca por outra. Eu me sentiria como uma boba, a vida não é feita de músicas românticas meninas. Ela pode ser muito cruel. Eu simplesmente não sei o que fazer.
- Sabe, ... – Sally começou – Eu já estive na mesma situação, com o coração na mão assim. Mas eu acho que o que você deve considerar é que você tem a chance de amá-lo agora, e não pode deixar isso passar por medo e insegurança. – apenas concordou com a cabeça e disse:
- O que você sente por ele? No fundo do seu coração?
Eu parei para pensar por um segundo, o que realmente sentia, nunca tinha parado para ouvir meus sentimentos dessa forma. Respirei fundo e fechei os olhos. Lembrei-me da tarde que passamos em Paris. Do jeito que ele me olhava e a forma como ele sorria. Eu sabia que o amava.
- Eu o amo. – suspirei.
- Então mostre isso a ele! – As duas falaram juntas e deram uma risada.
-É isso, eu o amo, amo muito acho que estou sofrendo apenas porque eu não ia aguentar perde-lo. Eu não posso deixar que ele vá embora da minha vida, não quando eu tenho tanta coisa para dizer.
- Apenas diga isso para ele, . – Sally disse pegando minhas mãos. – Vocês merecem ser felizes.
Eu dei um sorriso e abracei as duas. Estava decidido. Eu falaria tudo para ele assim que tivesse a chance.
’s POV
Um ano sem ver a . Seis destes sem sequer ouvir a sua voz. Eu já estava ficando louco. Tinha feito a música com os meninos, por incrível que pareça ela acabou virando o single de maior sucesso até agora do novo CD. E nada, não me disse nada. Apenas silêncio. Estava cada vez mais difícil de aguentar. Talvez fosse melhor que eu começasse a superar esse sentimento. Continuar alimentando isso só está me fazendo mal. As meninas foram lá dizendo que colocariam juízo na mente dela. Mas até que ponto é de juízo que ela precisa? Ela deve ter me superado ou algo parecido. Se ela quisesse ficar comigo ou se importasse de alguma forma teria entrado em contado. Nem que fosse para falar que achou tudo uma merda.Cada dia sinto que sou um perdedor maior. Estou deixando minha vida desmoronar só por conta de uma garota. Será que ela realmente é tudo isso? Estou há tanto tempo só imaginando coisas, talvez já tenha desviado da realidade há meses. Ela não deve ser tão perfeita como penso. Acho que tenho que superar isso.
- Qual o problema, ? – notou minha cara de preocupado enquanto organizávamos os instrumentos que levaríamos na turnê. Precisávamos numerar tudo para os nossos roadies não esquecerem de nada.
- O mesmo de sempre cara: . Não aguento mais sofrer assim.
-Talvez esteja na hora de para de sofrer, cara. – ele disse derrubando uns pedais no chão. – Ops.
Andei até onde ele estava e comecei a ajudar a catar tudo.
- Eu tenho medo de nunca mais sentir isso, cara. Sei lá, faz tempo que eu não me apaixono assim. – continuava catando as coisas no chão, o fez uma baderna e tanto.
- Essas coisas podem demorar mesmo, mas você tem que saber que podem sim acontecer de novo. Talvez o problema de vocês tenha sido apenas de tempo. Quando ela estava disponível você ainda não tinha a notado, quando notou foi tarde demais. Essas coisas acontecem... Acho que tá na hora de tocar a bola pra frente.
Fiquei calado, talvez esteja certo. Vou tentar tocar a bola para frente. Chega de sofrer pela . Temos uma turnê pela frente. E eu tenho que estar normal para poder vê-la e agir normalmente. É isso, vou voltar a ser o de sempre, e começar a desistir dela. Quando chegarmos aos EUA poderemos conversar e voltaremos a ser amigos novamente, sem climas e nada demais. Eu poderia aguentar viver sendo amigo dela para sempre. Era melhor do que nada. Talvez melhor até do que termos um relacionamento amoroso. Afinal, amizade dura para sempre. Amor nem sempre.
Fim do pov do
Capítulo 31
Cada dia que passava eu ficava mais ansiosa, faltavam apenas três dias para que eu finalmente pudesse conversar com . Eu nem sequer sabia o que iria fazer ou falar, apenas precisava ver e abraça-lo. Eu tinha que sentir o cheiro dele novamente, já fazia tanto tempo. As meninas estavam me atualizando acerca de tudo que estava acontecendo, falando da tal namorada nova de , como ela era um amor e tinha os olhos mais azuis e encantadores de todo o Reino Unido. tinha tirado a sorte grande e estava feliz. Mal podia esperar para que o mesmo acontecesse comigo e com .
’s pov.
Eu estava tão ansioso que não consegui sequer fazer minhas malas correntamente, tenho certeza de que terei que comprar cuecas e meias por lá. Não tenho ideia de como vai ser ver novamente a Bells. Será que eu terei coragem de falar com ela? Será que ela vai aceitar conversar comigo? É muita insegurança para pouca decisão. A única coisa que eu sei é que não ficaremos mais juntos. Já aceitei isso. Mesmo que ela fale que me ama e que me quer, já sabemos que isso não daria certo. Nosso amor é melhor na nossa cabeça, não tem como isso funcionar. Eu já perdi a Bells uma vez e quase não consegui aguentar, não quero arruinar nossa amizade e não terei forças para perdê-la mais uma vez caso nosso romance não de certo.
End of ’s pov.
O fatídico dia tinha chegado, as meninas tinham ido até o aeroporto buscar a banda. Tinha ficado combinado que elas deixariam aqui e sairiam com os outros para que pudéssemos conversar. Eu estava tremendo de ansiedade, andando de um lado para o outro na minha sala. Já tinha me olhado no espelho diversas vezes para verificar minha roupa e maquiagem. Até que meu celular vibrou.
Bem, isso foi um balde de água fria. Eu estava com tudo preparado para falar com ele. Mas tudo bem, eu podia esperar depois do show. chegou alguns minutos depois e ficamos conversando até a hora de sairmos. Ela me disse que não tinha falado com e que ele não sabia que eu estaria no show. Senti borboletas no estomago. Eu parecia uma menina nova que nunca tinha dado um beijo indo encontrar o menino que iria fazer isso.
Chegamos ao lugar do show. Hard Rock Café. Um lugar grande, mas não tão grande assim. Ele definitivamente iria me ver, até porque eu ficaria na frente do palco com as outras meninas. Convenci a ficar comigo longe dos meninos, eu não queria conversar antes do show, estava nervosa demais. Quando finalmente anunciaram o inicio do show eu congelei. Não conseguia andar até o lugar. Inventei uma desculpa para e corri para o banheiro. acreditou que eu iria somente ao banheiro e encontraria com ela na frente do palco. Entrei no banheiro do backstage e fiquei muito tempo. Perdi várias músicas. Quando finalmente criei coragem de ir para o meu lugar ouvi os acordes iniciais de Falling in Love. Ao chegar lá ouvi falar ao som do ritmo que a música era para uma menina muito especial que ele tinha perdido e que cada palavra era real. Então começou a cantar sem perceber que eu estava lá. E enquanto ele cantava eu sentia o meu coração rasgar de dor. O olhar dele finalmente encontrou o meu, ficamos alguns segundos nos encarando e então ele segurou o ritmo da música e começou a cantar outra coisa. E assim que ele abriu a boca eu notei que ele estava falando algo que eu havia escrito. Era uma carta, que eu havia dado para no seu último aniversário, quando eu ainda estava em Londres. Ele ainda estava com a Serena, foi antes de tudo. Ele disse tudo que eu havia falado na carta falando de como eu estava perdidamente apaixonada por ele, mas ia o deixar ser feliz com outra. Sim, eu sei, eu tinha começado a carta para de outra forma, mas eu estava muito dramática e sozinha na época, todos estavam namorando, acabei transformando a carta num desabafo. Mas era segredo. Era algo entre mim e ela. E agora todos na multidão estavam chorando achando tudo extremamente romântico. Ele falava do quanto me amava e que por isso me deixaria ser livre, da mesma forma que eu havia feito antes por ele. Estava praticamente me dando um fora sem ao menos conversarmos. Não aguentei ficar até o final, enquanto ele ainda falava minha carta no ritmo da música me virei e sai correndo de lá segurando meu choro. correu atrás de mim.
- Eu não sabia que ele tinha visto isso! Eu te juro!- ela gritava em português atrás de mim. – Me perdoa! – me alcançou e me deu um abraço. Eu estava chorando muito. O que tinha acabado de acontecer?
- Eu só preciso ir para casa ficar sozinha essa noite, ok? – falei dando um beijo na bochecha dela – está tudo bem.
entendeu o recado me deu um abraço e disse que ficaria no hotel com . Mas que se eu precisasse de algo era só ligar que ela correria para lá.
Cheguei em casa devastada. Procurei meu cd enviado por . Liguei o som e ouvi novamente Falling in Love. Dessa vez deixei a música me consumir totalmente enquanto me perdia em pensamentos. Eu não sabia ao certo como me sentia ao ouvir aquela música. Tinha sido um ato muito romântico, certamente, mas um pouco invasivo também. pode não estar falando para ninguém o meu nome, mas ele está expondo minha vida numa canção. Isso me deixava com um sentimento de vulnerabilidade que eu nunca tinha percebido. Aquelas meninas no laboratório estavam falando de mim, sem saber, todos estão do lado dele, afinal fez uma música romântica, se declara em todas as entrevistas. O que ninguém sabe é que o tinha feito com a menina da música que ele dizia que queria amar. Em meio a minha frustração total resolvi escrever o que eu estava sentindo. Acabei escrevendo toda a letra de uma música, não cantei ou fiz melodias, apenas escrevi meus sentimentos em forma de música, talvez fosse um poema. Assim que reli 300 vezes resolvi mandar para . Como o único contato que eu tinha dele era um email corri para o computador e apertei o botão de enviar antes que desistisse.
Capítulo 32
’s Pov
BIP BIP
- Seu celular apitou, cara. – disse.
- Foda-se. – eu estava irritado, sem cabeça para nada, ela saiu correndo no meio da música. - Ela nem sequer aguenta mais olhar para minha cara?
- Deixa de ser estressado. – falou – Não adianta descontar sua frustração na gente. Se ela foi embora a culpa é inteiramente sua. Vai atrás dela!
- Não. Já entendi, não vamos conseguir ser nem amigos.
- Deixa de ser dramático. Você não tinha decidido que não queria mais nada com ela?– falou olhando o meu celular. – O email é da . Leia se quiser. Vamos para o hotel galera?
colocou o celular na minha mão. Eu estava congelado. Não sabia se lia ou não. Apesar de tudo ainda tinha esperanças de ela me amar. E não queria ler um email dela falando que não queria mais nem me ver. Nem percebi quando todos saíram me deixando sozinho no camarim. Resolvi que iria ler apenas no hotel, quando estivesse mais calmo e totalmente sozinho. Não queria que os produtores e roadies me vissem chorando. Ainda tenho um pouco de orgulho para guardar.
Depois de tomar um banho me sentei na cama e finalmente abri o e-mail.
Para:
De: > < @supercity.com>
Assunto:
Eu ouvi dizer que ele cantava muito bem, eu ouvi dizer que ele tinha um estilo
E então eu vim vê-lo, e ouvi-lo por um momento
E lá estava ele, este jovem menino, um estranho aos meus olhos
Dedilhando minha dor com seus dedos
Cantando minha vida com suas palavras
Matando-me suavemente com sua canção
Contando minha vida inteira com suas palavras
Matando-me suavemente com sua canção
Eu me senti toda vermelha de febre, com vergonha do público
Eu senti que ele encontrou minha carta, e leu cada palavra em voz alta
Eu rezei para que ele acabasse, mas ele apenas continuou
Ele cantava como se conhecesse o meu profundo desespero
E então ele olhou através de mim como se eu não estivesse lá
E ele continuou cantando, cantando alto e claro
Dedilhando minha dor com seus dedos
Cantando minha vida com suas palavras
Matando-me suavemente com sua canção
Contando minha vida inteira com suas palavras
Matando-me suavemente com sua canção
Apenas desliguei o computador e resolvi que precisávamos definitivamente conversar pessoalmente. Tinha muita coisa confusa acontecendo, ela não entendeu que eu queria parar de fazê-la sofrer e parar de sofrer. Só uma conversa poderia resolver isso agora. Eu estava pronto.
Mandei várias mensagens para ela. Todas foram ignoradas. Falei com e ela me disse que conversaria com ela para tentar dar um jeito de nos encontrarmos.
End of ’s pov.
me atazanou a noite inteira para que eu concordasse em conversar com . Resisti o máximo. Mas no final das contas nós precisávamos colocar um ponto final nisso. Pedi que ela marcasse com ele na minha casa. Eu prepararia alguma coisa para que pudéssemos conversar de forma civilizada. Alguns minutos depois ela me mandou uma mensagem.
Eu li a mensagem e comecei a suar frio. Era madrugada, mas era tudo ou nada. Eu não conseguiria dormir de qualquer forma. Corri para a cozinha e arrumei um jantar/lanche para recebê-lo, só fiz isso porque estava muito nervosa e precisava me distrair. Assim que coloquei o último garfo na mesa minha campainhia tocou. Senti dor de barriga e um milhão de borboletas voarem no meu estomago. Juntei toda a coragem que me restou e andei até a porta com o coração na boca. Ao abrir dei de cara com , lindo como sempre, mas sério como nunca.
- Olá, – ele disse me olhando no fundo dos meus olhos. Congelei por uns segundos. Toda a raiva que eu sentia parecia diminuir só de olhar para aqueles olhos.
- Oi, , não precisa me chamar assim, você é meu amigo, por favor, use . – falei e apontei com a mão para que ele entrasse no meu apartamento – Bem, não é muito, mas é o meu lar aqui, seja bem vindo.
deu um meio sorriso e entrou olhando ao redor, ele parecia calmo, apesar de estar extremamente sério. Ele suspirou e continuou calado. A tensão era evidente, um de nós teria que começar a falar. Percebi que, apesar de estar muito magoada, era eu a que devia maiores explicações primeiro então comecei:
- Primeiro de tudo, eu queria que você me desculpasse. – disse enquanto me sentava num pequeno banco próximo ao sofá onde ele estava se acomodando. – Eu fui muito injusta ao sair sem me despedir, nunca soube lidar com partidas, não queria ter te magoado.
- Pois magoou muito. – falou ainda sem olhar para mim – mas não foi isso o que me incomodou mais. De qualquer forma, antes de entrar nesse assunto eu também lhe devo desculpas.
O encarei profundamente quando tive a chance de olhar novamente para seus olhos.
- Primeiro por ter falado aquelas coisas no nosso almoço. – sustentou o olhar profundo – Eu não estava pensando, apenas queria que você ficasse comigo, fui muito egoísta.
- Eu te desculpo por isso, . – disse apenas.
Ele deu um sorriso pequeno e voltou a falar.
- Esse tempo te fez bem, , você parece feliz. Não queria ter me afastado de você, senti sua falta todos os dias como minha amiga.
Congelei ao ouvir ele falar “amiga” e me lembrei da canção. Estava claro que ele havia me superado.
- Eu também senti sua falta, . – suspirei – Mas não achava que você pudesse fazer o que fez comigo no show de hoje.
- Me desculpe por isso, eu não tinha a intenção de te magoar. Sinceramente. Eu queria apenas demonstrar que posso ser tão bom quanto você foi comigo. – respirou fundo, eu continuei calada.
– Quando você me amava secretamente, sempre me apoiou, até em relacionamentos fadados ao fracasso, como o da Serena. Você nunca cobrou nada de mim. E eu achei que falando isso na música que fiz para você faria você me perdoar. Mas depois do seu email eu percebi que deveria ter feito isso pessoalmente. E não tornado isso publico. Me desculpa?
me olhou com sinceridade e olhos marejados. Eu ainda estava magoada, era verdade. Mas respirei fundo e me lembrei da conversa com as meninas. Eu amava aquele ser, resolvi que não tinha nada a perder. Minha ideia inicial para essa conversa era me declarar oficialmente e desabafar tudo, então era o mínimo que eu deveria fazer, mesmo que ele não quisesse mais nada comigo.
– Sabe , apesar de tudo que aconteceu, em muitos momentos eu pensei em largar tudo aqui e voltar para você. Todo esse tempo só serviu para provar que eu te amo e não vou conseguir superar isso. Pelo menos não por agora. Gostaria de saber como você se sente.
travou por um segundo e olhou pela janela.
- , eu também te amo, mas acho que não daremos certo como um casal. Talvez devêssemos apenas continuar amigos.
Ele não olhava para mim enquanto falava, meu coração estava doendo como se estivesse se quebrando em mil pedaços.
- Olha para mim e diz isso . Olha para mim e diz que não quer ter nada comigo. – desafiei tentando engolir o choro e com muitas lágrimas descendo por minhas bochechas. Eu não conseguia controlar minhas emoções nem meus atos. Porque eu estava o desafiando assim?
se virou e me deu um abraço, pude notar que ele também deixava escapar algumas lágrimas. Ele limpou minhas bochechas, me olhou profundamente e começou a falar:
- , às vezes nossas lágrimas dizem tudo que há para dizer. Não deveríamos sofrer assim. E é por isso que não podemos ficar juntos. Quando você foi embora eu quebrei meu coração, sabe, daquele jeito que você falou que um dia eu quebraria? Mas você não estava lá para tomar sorvete comigo. Não, você era a razão do meu coração ter se quebrado e ele ainda está assim. Às vezes a gente não aprende com os nossos erros. Às vezes não temos escolha a não ser partir para longe. Hoje eu entendo os seus motivos melhor que entendi na época. Por isso decidi que nunca mais quero te perder. E para isso acontecer não poderemos ter um relacionamento, não posso suportar a ideia de você não fazer parte da minha vida.
parou de falar e se sentou novamente, dessa vez com as mãos tapando seus olhos, provavelmente tentando impedir um possível choro. Eu sentei do seu lado e abracei seu ombro.
- Acho que você está certo. Não podemos ficar juntos. Mas será que não vamos nos arrepender no futuro?
me olhou assustado.
- Sabe, , eu realmente não sei o que fazer. Meu coração me diz para esquecer tudo e ficar com você, mas minha cabeça diz que não.
- Eu vou fazer parte da sua vida se você quiser, . Mas você tem que decidir o que você quer. - Eu estava começando a ficar irritada com tudo.
- Sabe, eu estava muito bem até você falar que me amava, . Desde que você falou isso minha vida tem sido uma série de decepções e sofrimento sem fim.
- Eu estava muito bem até que você resolveu se declarar para mim também. Minha vida estava finalmente entrando nos eixos. Você acha que foi fácil para mim quando você foi embora naquela turnê? Ou quando você decidiu vir para cá?
- Você acha que foi fácil para mim ver você com várias mulheres durante um ano inteiro? E se você tivesse falado comigo antes talvez eu nunca tivesse vindo para cá.
- Nunca tive uma chance, .
- Ah sim, você só conviveu comigo por um ano inteiro, trabalhava comigo e saia comigo quase todas as noites e sabia que eu te amava.
- Não era simples assim.
- Você teve oportunidades. Muitas. E mesmo assim não me falou nada, .
- Sabe , eu não preciso disso agora. É tarde demais.
- Ah é ? E o que você vai fazer? Ignorar tudo que você sente por mim?
- Eu tenho feito isso há um ano, . Acredite, eu fiquei bom nisso.
- Tá certo então, vá em frente, ignore todos os seus sentimentos por mim. Saia da minha casa, por favor. Eu preciso ficar sozinha por um momento.
- Com prazer.
saiu batendo a porta da minha sala. Eu me sentei no sofá e comecei a chorar. Fiquei alguns segundos sentada sem reação. O que eu havia feito? Eu expulsei o cara que amo da minha casa? Coloquei-o para fora e o mandei ignorar todos os sentimentos que temos? Tudo que conseguia fazer era chorar. O que tinha acontecido, como isso ficou assim?
’s Pov
O que diabos tinha acontecido para brigarmos assim? Eu estava chorando igual a um retardado na soleira da porta dela. Não tinha como sair ou fugir dali, minhas forças estavam todas num pensamento: .
Eu precisava consertar isso. Ela é tudo que eu quero. Até esse momento não tinha percebido do tanto que precisava estar com ela. Nós tínhamos que ter uma chance, esse sentimento todo não pode ser desperdiçado assim. Tentei me acalmar e fui até a janela dela tentar uma nova aproximação. Me concentrei em tudo que eu precisava falar para ela. Nada de jogos, nada de musicas, nada de nada. Apenas meus sentimentos e meu coração na mão dela.
Fim do pov do
Olhei pela janela. estava ali, me encarando com o semblante triste. Respirei fundo e andei ate a porta para permitir que ele voltasse para dentro.
Ele nem sequer colocou os dois pés dentro da minha casa, me puxou para um beijo. Foi intenso, cheio de sentimento, saudades, raiva, dor. Tinha de tudo, ele me beijava como se eu pudesse fugir a qualquer momento e eu correspondia com a mesma urgência.
Por fim ele me olhou no fundo dos olhos e disse:
- Eu te amo, . Quero você por inteiro, para finalmente poder te amar plenamente, sem segredos, colocar para fora tudo que eu sinto por você. Não sei se sou capaz de lidar bem com isso. Não consigo me perdoar com o tanto que te fiz sofrer nesse tempo, te fazendo esperar por uma resposta que eu tinha no dia que você olhou para mim em Paris. A única pessoa no mundo que eu não queria magoar de forma alguma era você. E eu fiz isso de uma maneira imperdoável. Você pode não me querer mais agora. Mas saiba que eu não vou desistir de você. Por favor me dê uma chance de te provar que posso te fazer sorrir todos os dias.
Eu decidi que precisava falar tudo que tinha ficado engasgado desde o dia que eu percebi que o amava.
- Eu também te amo, . Desde o dia que te vi pela primeira vez ainda lá no Brasil, quando você nem sequer fazia ideia de quem eu era. Quando eu apenas sonhava em acordar do seu lado como uma fã boba. Meu sentimento mudou muito quando te conheci de verdade, deixou de ser aquela bobagem platônica e foi crescendo numa amizade boa. Por fim eu estava perdida e desesperadamente apaixonada por você. Ter que escolher entre você e minha carreira foi muito difícil. Mas eu te amo, acho que devo a mim mesma uma chance de viver esse amor com você.
- E se eu fizer bobagem? Se eu não for bom o suficiente para você? Não quero te causar mais dor. – ele então me abraçou forte.
Fiquei calada aproveitando aquele abraço.
- Se você estiver disposto a tentar poderemos descobrir juntos. A única certeza que eu tenho é de que você é o meu cara ideal. Nunca amei ninguém assim e acho que poderemos ser felizes juntos. – falei com muita esperança.
me deu um sorriso enorme e disse:
- Garota, você me tem na palma da sua mão. Eu cheguei aqui decidido a terminar qualquer coisa e afundar qualquer sentimento que eu tinha em relação a você. Mas você conseguiu me fazer admitir que tudo que eu quero é você. Eu sei que vou te amar de qualquer jeito, não tem nada que eu possa fazer para mudar isso, não quero mais ninguém. Porque é só você que eu quero.
me abraçou novamente e dessa vez olhou para mim com uma cara de felicidade que eu não via desde o dia que ele foi me buscar para o restaurante no dia das pistas. Apesar de uma lágrima ainda teimar em escorrer dos seus olhos.
- Então quer dizer que você me fez um jantar? – Ele disse andando até minha cozinha – Bom, prometo não fugir daqui depois de comer com você se você fizer o mesmo e nunca mais fugir de mim. – Ele sentou na cadeira e ficou me encarando com uma cara de levado.
- Não vou fugir nunca mais, você vai ter que me aguentar para sempre. – corri até onde ele estava e pulei em cima dele o derrubando no chão e fazendo uma barulheira tremenda.
Com isso e apareceram dentro da minha casa por uma janela dos fundos achando que e eu estávamos brigando e quebrando tudo.
- Meu deus do céu, não briguem, a gente quer que vocês fiquem juntos – entrou correndo na cozinha e me viu aos beijos com no chão.
- Deu certo, eles estão juntos - entrou e os dois começaram a pular pela cozinha.
- Oi, com licença, como diabos vocês chegaram tão rápido? – perguntei e fez a mesma cara de confuso que eu.
- Ah, desculpa, , mas a me obrigou a ficar aqui para caso algo desse errado.
- O que? – falou – o que poderia dar errado? O máximo que aconteceria era não ficarmos juntos.
- A acha que todo mundo é barraqueira que nem ela, daí pensou que vocês poderiam jogar coisas um no outro, então ficamos escutando vocês...
- Cala a boca – pulou e tapou a boca de .
- Você estavam ouvindo tudo? Eu te mato !
- Claro que eu tava, mas depois que vocês foram para o sofá começaram brigar e eu não sabia o que estava acontecendo mais, só tinha ouvido o falar que não queria mais nada com você, portas batendo, depois silêncio por muito tempo e por fim essa barulheira toda, daí resolvi intervir, sou uma amiga preocupada.
- Eu vou te matar! – Sai correndo atrás de enquanto ria da situação.
No meio da minha correia me pegou pela cintura e disse que era para eu deixar a para lá. Mas eu só esqueci de tudo quando ele me deu outro beijo e finalmente me acalmei e comecei a rir da situação.
Um ano depois.
Eu finalmente estava de volta à Inglaterra, agora eu terminaria minha dissertação de doutorado em dois anos e finalmente receberia meu título. Dra. . Olha que chique. Ainda estou com , oficializamos nosso namoro quando eu voltei para Inglaterra. E agora as coisas estavam indo muito bem. estava noiva de , eu tive que ajudar os dois mongoloides com todos os processos legais, afinal casar com uma estrangeira é complicado, você tem que preencher milhões de formulários e só pode virar cidadã inglesa depois de mais outras mil coisinhas. Claro que queria que fizesse tudo, afinal ele não queria ter que esperar ela passar pela fila da imigração toda vez que eles viajassem por ai.
Quando o dia do casamento chegou, eu estava com terminando de ajudar a colocar o vestido.
- Ah, . – ela disse com os olhos começando a marejar – Muito obrigada por tudo amiga, se não fosse você esse dia nunca chegaria.
Eu também estava muito emotiva e apenas abracei , qualquer coisa que eu (ou ela) falasse iria fazer nós duas desabarmos.
Ouvimos uma batida na porta, era avisando que já estava na hora da noiva entrar. Desejei boa sorte para e corri para fora com .
A cerimônia foi linda, na hora que e disseram “sim”, falou no meu ouvido que me amava muito e eu me arrepiei, respondendo apenas com um beijo. No final da festa voltei com para a minha velha casa com , que já não tinha mais nada dela.
- É, tenho que começar a procurar um lugar menor, só para mim.
apenas deu um sorriso e tirou do bolso uma chave.
- O que é essa chave? – perguntei quando ele entregou para mim.
- É chave da sua casa nova! – ele disse galanteador.
Continuei confusa, como assim? me comprou uma casa? Não posso aceitar isso. Quando pensei em falar algo ele percebeu minha confusão e disse:
- Vem morar comigo, ? Eu não aguento mais passar as noites afastado de você. Preciso da minha garota comigo. Você que ficar comigo para sempre?
Eu dei um sorriso e aceitei.
- Claro que eu aceito, meu amor. Se não for com você com quem mais eu passaria o meu para sempre?
selou minha boca com um beijo e eu me senti mais completa do que nunca.
FIM
Nota da Autora: Finalmente consegui finalizar essa fic. Pra quem não sabe eu escrevi mais da metade dela (até o capitulo 26) em 2011!
Deixei muita gente com raiva de mim por nunca ter finalizado (Oi, Tayná). Mas HOJE eu consegui. Tá pronta gente. Talvez ela não tenha terminado da forma que terminaria em 2011, mas a ideia e a essência era essa. Espero que vocês tenham gostado e relevem os erros que acontecem. Hahaha
Eu fiz uma short que meio que conta o que rola depois dessa história, se tiverem afim de ler se chama “Since We Found Each Other” tem o link na minha pagina de autora aqui do site: http://espacocriativo.net/autor/b/bellerangel/
Lá vocês também vão achar outras fics. Deem uma olhada :D
Beijão para todas que acompanharam a fic, mesmo sem comentar nada (é eu vi vocês).
Até a próxima.
Belle.