Everything For One Band

Escrito por Ana Ammon | Editado por Lelen

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1- Santiago

  Era uma tarde tranquila em São Paulo, eu estava trabalhando no computador e ouvindo música quando minha irmã entra correndo no meu quarto berrando.
  - , , !
  - Oi , o que foi?
  Ela não me respondeu, mas me mostrou sorrindo um par de ingressos para o show do Simple Plan em São Paulo que seria dali a 3 meses, fiquei atordoada olhando aquilo por que havia me perdido dentro do meu mundo e parado de acompanhar sobre quando iriam abrir as vendas, então realmente havia a chance de ter aberto as vendas e eu não ter visto.
  - Você foi comprar sem mim? As vendas abriram e você nem me avisou? – Questionei arqueando a sobrancelha.
  - Não né, você não lê o ingresso e já fica aí falando merda, eu ganhei de cortesia por que quem está trazendo a banda é a empresa de eventos que eu trabalho! E não as vendas não abriram, só abrem amanhã para o spcrew.
  Fiquei boba com a situação toda, ela não tinha nem sequer me falado que a empresa que estava trazendo os meninos era a que ela estava trabalhando, peguei o ingresso para dar uma olhada mais atentamente e, estava ali no canto do lado do escrito pista premium, “ingresso de cortesia” na hora me veio uma idéia meio louca na cabeça, olhei para a e ela automaticamente sacou que eu iria falar algo maluco.
  - , eles vão fazer show primeiro aqui na costa pra depois vir subindo as cidades né?
  - Sim, que que tem?
  - Nós podíamos seguir eles nos shows o que acha? Tipo ir literalmente em todos!
  - Bom, dinheiro eu tenho pra isso e incrivelmente calha com as minhas férias, bora comprar esses ingressos agora!
  Então em um surto de fã, entramos no site para comprar os ingressos do show de Santiago, assim sucessivamente até comprar o de todos os shows e os Vips da costa do Brasil. Dois dias depois compramos os ingressos do Brasil junto com os Vips, reservamos os hotéis das cidades que não tínhamos casa para ficar, eu estava extremamente animada assim como a fomos comprar roupas para a viagem e na volta ficamos vendo clipes deles até tarde.
  O tempo passou voando até a semana do primeiro show, que foi quando embarcamos para o Chile, nós pegamos uma promoção de um quarto de hotel, não era tão perto do local do show porém tinha café da manhã e serviço de quarto incluso, mas tinha que fechar o pacote pra dar check-in três dias antes do show, como eu peguei férias e a também fomos antes para aproveitar o passeio, fomos passear em pontos turísticos como o teleférico, a vinícola de santa rita e o parque bicentenário, os passeios se estenderam até a véspera do show.
  - ACORDA É HOJE! – Ela estava pulando pelo quarto, abrindo todas as cortinas. – BOM DIA SOL! BOM DIA MUNDO!
  - ! Para de gritar pelo amor de Zeus! São só 10 da manhã!
  - Mas é que eu tô muito empolgada. – Ela sentou na minha cama me encarando. – A gente vai seguir eles pela tour, eles não vão aguentar mais olhar pra nossa cara! Vem cá você já viu se o David tá nessa tour? Eu ouvi boatos que ele estava mal de novo. – Olhei para ela e ela estava nitidamente ansiosa.
  - Relaxa que eles vão nos reconhecer a partir do segundo ou terceiro show, eu acho, pelo que eu vi ele tá sim na tour, postou foto hoje aqui em Santiago ó. – Peguei o celular e mostrei a foto dele em um parque que tínhamos ido na tarde anterior.
  - Você não reparou que essa foto é de ontem e você aparece de fundo na foto né? – Falou dando risada. – Foi naquela hora que você quase se jogou no meio dos arbustos por causa da borboleta que estava te seguindo.
  - Que? Como assim? – Peguei o celular, olhei no fundo da foto e lá estava eu, ou o meu vulto embaçado com as mãos pra cima correndo, comecei a rir e printei a foto – Dá vontade de postar “melhor foto com meu ídolo”
  Depois de rirmos muito da situação toda, comemos algo no quarto e fomos até a entrada do hotel pegar um táxi para ir até o show, foi quando vimos uma muvuca e a maioria com a camiseta escrita “Simple Plan” em um hotel próximo do nosso nós nos entreolhamos meio surpresas.
  - , acho que estamos no hotel vizinho do deles e eu acabei de ter uma idéia meio louca...
  - Ai lá vem, fala, qual idéia?
  - O hotel deles é da mesma rede que o nosso, e se a gente descolar um uniforme de camareira só pra conseguir entrar no hotel deles?
  - Tendi, e me explica como essa ideia pode dar certo sem ferrar com o trabalho das pessoas que vamos pegar o uniforme? E o que você pretende fazer quando entrar lá?
  -Bom, eu já entrei sem querer na sala de funcionários em um dos momentos que fui xeretar pelo hotel enquanto você estava no banho para a gente sair, então sei o horário de trabalho das camareiras e como conseguir o uniforme, como fazer o que lá ? Nem parece que você é fã! Encontrar com eles, ganhar um abraço e entregar uma carta ou algo assim pra eles ué.
  - Okay, mas você já pensou que isso pode dar muito errado, tanto com o hotel por que eles devem saber quem trabalha lá, quanto com eles que podem ficar meio assustados com isso? Podemos ser até deportadas!
  - Bom o hotel eu não tinha pensado, mas com eles vai ser tranquilo, você sabe que eles são amorzinhos com os fãs, quanto a sermos deportadas isso não vai acontecer relaxa! Estamos na costa do nosso país! – Ela pegou meu braço e me olhou com cara de cão sem dono - Vai por favor vamos fazer essa loucura!
  - Ai meu deus, tá bom, mas quando? – Suspirei revirando os olhos e me rendendo a ela.
  - Hoje, depois do show! Eu arrumo tudo!
  Fomos pro show que foi incrível, ficamos na grade e logo após o show conhecemos eles por causa do vip, tiramos fotos e conversamos rapidamente com eles, até porque dividir o tempo com mais setenta pessoas fica corrido, voltamos pro hotel mortas de cansaço, mas feliz por termos mais alguns shows pela frente, eu queria apenas um banho quente e uma cama, mas a não tinha desistido da idéia de se passar por camareira e ir até o outro hotel, enquanto eu estava no banho ela saiu pra pegar a roupa na sala de funcionários e tudo que iríamos precisar, quando sai do banho ela ainda não tinha chego no quarto, aproveitei a folga para me jogar na cama e sentir cada músculo do meu corpo agradecer por estar deitada, mas foi questão de minutos até ela abrir a porta com uma sacola grande na mão.
  - , tá aqui se veste. – Me entregando um uniforme azul claro com um crachá.
  - Mas até o crachá? Sério?
  - Sim ué se não como vamos comprovar que trabalhamos lá?
  - Ai caralho, tá bom.
  Me vesti com o uniforme que quase não serviu, ficou com alguns botões da parte de cima das costas abertos que escondi com o cabelo, fomos para o outro hotel pela entrada lateral, quando entramos nem fomos notadas cada uma pegou um carrinho de camareira, e combinamos de ir de andar em andar fingindo realmente ser camareiras, tudo isso tinha que ser feito em pouco menos de duas horas. Estava tudo indo perfeitamente bem até que eu subi em um andar e quando estava andando pelo corredor dei de cara com o Jeff segurando uma camiseta.
  - Moça por favor, preciso mandar isso pra lavanderia mas preciso dela de volta com urgência. – me entregando a camiseta. – Porque só vamos ficar até amanhã.
  - Okay, para qual horário o senhor precisa?
  - Para no máximo às 10 da manhã, obrigado. – ele sorriu e entrou no quarto.
  Eu me joguei sobre o carrinho, ainda sentindo o baque de ter encontrado um deles no corredor, sem saber muito o que fazer me perguntando por que eu tinha aceitado essa idéia louca da , perdida em meio a esses pensamentos, não notei que tinha alguém passando.
  - Está tudo bem moça?
  - Está sim, obrigada – respondi me virando e ficando com mais vergonha ainda quando vi que era o Chuck. – O senhor tá precisando de algo no quarto?
  - Não, obrigado – sorriu e seguiu em direção ao elevador.
  Respirei fundo e voltei ao personagem, eu não fazia a menor idéia de onde a estava ou se ela ainda estava no hotel, mas segui batendo na porta dos quartos fingindo ser uma camareira que só queria continuar seu trabalho, até que eu estava me divertindo! Em um dos quartos a pessoa respondeu que eu podia entrar, mas até eu entender o que ele havia falado tive que perguntar umas três vezes. Entrei no quarto arrumei a cama da pessoa, troquei as toalhas, exatamente como uma camareira faz, mas quando olhei para a sacada tudo que eu queria era me esconder ou sair dali o mais rápido possível, mas já era tarde demais o Seb já havia entrado de volta no quarto.
  - Olá!
  - Olá, o senhor quer mais alguma coisa?
  - Na verdade estou precisando de pasta de dente
  Então me sentei na frente do carrinho procurando aquela bagaça, afinal eu nem trabalhava de verdade ali, então eu não fazia idéia onde estavam as coisas direito, depois de quase revirar o carrinho inteiro encontrei a bendita pasta, a coloquei no banheiro onde eu achava que era o lugar certo, peguei o carrinho e fui indo em direção a porta.
  - O que houve com o seu uniforme?
  - Que? Ah nas costas?
  - Sim, parece estar apertado demais os botões não fecham até em cima...
  - Bom na verdade é que eu coloquei silicone por isso ele não está fechando mais, já pedi um novo mas demora alguns dias para chegar. – Falei estendendo a mão com mais uma pasta de dentes para ele.
  - Entendo, bom obrigado! – ele falou ainda desconfiado pegando a pasta de dentes.
  Eu me virei e sai o mais rápido que pude do quarto, quando eu estava saindo não vi que a estava ali atrás de mim parada com o carrinho e acabei tropeçando e caindo em cima do carrinho dela, ela acabou caindo junto e levando o moço que ela estava conversando pro chão.
  - Meninas! Está tudo bem? Querem que chame alguém do hotel?
  - Não! Está tudo bem! – falamos quase juntas eu com a voz abafada por ter caído dentro do cesto de roupa suja do carrinho.
  - Ow sai daí por que temos que ir embora tipo agora! – Ela deu dois tapas no carrinho que ecoaram pelos meus ouvidos.
  Eu não conseguia falar e mesmo se conseguisse não ia adiantar nada, só fiquei batendo as pernas pra ver se a percebia que eu não conseguia sair de jeito nenhum, foi quando ouvi uma outra voz.
  - Gente o que tá acontecendo? Por que tem uma moça se debatendo no carrinho? E por que tá todo mundo no chão?
  - Você perdeu David, a moça que tá no carrinho é a camareira que estava no quarto do Seb ela saiu do quarto tropeçou e caiu dentro do carrinho dessa camareira...
  O Pierre estava explicando tudo o que havia acontecido para o David eu já nem sabia se eu realmente queria sair dali ou apenas ficar quietinha e torcer pra que eles não me notassem tanto que eu fiquei imóvel, até que alguém notou que eu estava entalada no carrinho e começaram a tentar me tirar dali cada hora eu sentia uma mão diferente me puxando pelas pernas conforme as mãos me puxavam sentia meu rosto queimar pela vergonha e pelo fato de eles estarem mexendo na minha perna, até que alguém finalmente conseguiu me tirar de lá e me colocou sentada no chão na situação que eu estava nem prestei muita atenção de quem foi que me ajudou.
  - AE NASCEU!
  - Vai se foder !
  - Você tá bem? Tá inteira né? – Ela estava afobada quase me virando do avesso para ter certeza que eu não tinha me machucado.
  - Sim, eu acho... – Me levantei e ajeitei a saia que era pra ser na altura do joelho mas estava parecendo uma minissaia.
  - Então vamos que temos que correr!
  Ela grudou no meu braço e saiu correndo pelo corredor com o carrinho até a porta da escada eu só segui ela sem entender direito o porque, quando entramos na escada lembramos que não tiramos fotos, voltamos correndo tiramos foto com quem ainda estava no corredor que era o Pierre e o Seb e saímos correndo de novo e em um piscar de olhos nós estávamos no nosso quarto rindo da situação toda.
  - Acho que no próximo show existe a possibilidade deles lembrarem da gente .
  - Também acho , mas isso a gente descobre amanhã a noite, vamos dormir um pouco agora que nosso vôo para Buenos Aires é às 8 da manhã.
  Acordamos cedo no dia seguinte demos check-out no hotel e fomos para o aeroporto nós parecíamos duas zumbis quando pegamos o avião e capotamos só acordamos na hora de desembarcar.

2 - Buenos Aires

  Depois de desembarcarmos pegamos um táxi e fomos para o Hostel que havíamos reservado chegamos lá deixamos nossas coisas guardadas e fomos achar algum lugar para almoçar nós tínhamos pouco tempo para passear porque o show já era naquela noite. Depois de procurar um pouco achamos um restaurante de bairro com o preço bom, entramos e sentamos em uma mesa próxima a entrada do restaurante onde também dava para ver a movimentação da rua.
  - você ainda não me contou o que houve no quarto do Pierre naquele dia, como você acabou ganhando a camiseta da Role Model? - Falei abaixando o cardápio e olhando para ela.
  - Então, eu bati na porta pra saber se podia entrar ele respondeu alguma coisa que eu não entendi direito mas entrei, arrumei a cama tudo conforme o que tínhamos combinado de fazer, as coisas complicaram quando ele saiu do banheiro só de toalha falando comigo, ali acho que entreguei o jogo e deu na cara que eu não trabalhava lá, até por que né QUE HOMEM, eu ganhei a camiseta falando que minha amiga era fã e ele falou que era um presente para ela então, daí pra frente você já sabe né... – O garçom nos interrompeu para fazermos o pedido que para nossa surpresa veio super rápido.
  - Sim eu sei, eu sai do quarto Seb e cai no carrinho e paguei o maior mico da vida na frente dele.
  - será que eles vão lembrar da gente? Ontem foi só o primeiro show e acho que já marcamos presença – Ela perguntou prendendo o cabelo castanho em um coque para poder comer.
  - Sei lá mana eu espero que sim até por que depois do que fizemos no hotel né, mas vamos que já está na hora.
  Então terminamos de comer e saímos apressadas do restaurante para ir pra fila do show até que chegamos rápido no lugar e garantimos nosso lugar na fila deviam ter só umas 10 pessoas na nossa frente. Diferente dos shows do Brasil não estavam numerando a fila então não poderíamos ficar entrando e saindo da fila com nosso lugar garantido, foi então que a teve a idéia genial de ir falar com o primeiro da fila pra numerar.
  - não sei se eles vão gostar da idéia.
  - Por que não gostariam? É muito mais fácil e o seu lugar fica garantido, vou lá falar se quiser espera aí e guarda nosso lugar.
  Ela foi conversar com a menina que estava de primeira na fila não demorou muito e a menina concordou a pegou um canetão e saiu numerando todo mundo e explicando pessoa por pessoa o motivo do número ela estava nitidamente feliz por todos terem concordado, chegando em mim ela colocou o número na mão dela e na minha mão.
  - agora a gente pode ficar livre pra ir comprar bebida e comida, inclusive vamos comprar uma breja?
  - Mas as pessoas que chegarem vão querer o número também.
  - Ah isso a gente numera quando voltar do barzinho com a breja, vamos vai!
  - Tá bom, depois do mico que eu paguei na frente deles vai ser uma boa tomar uma breja antes do show.
  Nós fomos até o barzinho mais perto que era a um quarteirão de distância da casa de shows compramos nossa cerveja e na volta encontramos a entrada lateral da casa provavelmente seria por onde a banda iria entrar, parados ali com o celular na mão olhando freneticamente para a rua e para o celular estavam o Chris e o Danny eles nos viram e vieram falar com a gente.
  - Vocês não são as meninas que se passaram de camareiras em Buenos Aires?
  - Então...
  - São elas sim Danny! Olha a tattoo na perna dela. – O Chris falou chegando mais perto encarando e apontando para a minha perna.
  - Ou deixa minha tatuagem fora da história, ela é uma tattoo comum muita gente por aí tem uma dessas. – Falei colocando minha mão sobre o desenho tentando cobrir mas completamente sem sucesso.
  - Pode até ser, mas são poucas pessoas que tem uma dessas com o logo redondo do Simple Plan.
  - Tá e se formos nós que invadimos o hotel?
  - Os meninos querem conhecer vocês e eu quero saber como fizeram isso pra poder reforçar a segurança já que essa história vazou e tá dando ideias para outras fãs.
  - Bom, avisa eles que vamos no Post Game então. – A falou empolgada. – Vejo vocês no show!
  Ela pegou meu braço e saiu andando voltamos para a fila e como o imaginado já havia chego muita gente, logo que nos posicionamos nos nossos lugares uma menina veio nos perguntar se éramos nós que estávamos dando o número, a toda contente que a organização estava dando certo saiu numerando todo mundo de novo. Não demorou muito para podermos entrar na casa saímos correndo em direção ao merch, compramos uma camiseta cada uma eu comprei uma da role model que o Chuck estava usando no show da cidade anterior e a comprou uma da tour então depois das compras feitas fomos para outra fila esperar para poder entrar. Quando abriram as portas para podermos ir para o palco todo mundo da fila foi na maior calma nós duas saímos correndo feito duas loucas para pegar o meio da grade, o show foi maravilhoso como sempre, quando acabou eu e a ficamos ali na grade esperando esvaziar um pouco. Quando finalmente esvaziou o suficiente para podermos respirar decentemente fomos para onde o e-mail do post game dizia para ir, esperamos um pouco e o Chady veio para conduzir a gente até o lugar que aconteceria o post game.
  - eu não tô acreditando que eles lembram da gente.
  - mas era óbvio que iriam lembrar, só não é óbvio se eles vão nos reconhecer, isso nós vamos ter que esperar até passar com eles no pizza. – Ela abriu um sorriso de quem já sabia o que ia acontecer e apontou para a minha tatuagem de cinta liga na perna e começou a rir.
  - Como o Chris disse lá fora, não é todo mundo que tem essa tattoo, mas todos eles viram de perto essa tattoo então vai ser fácil eles lembrarem da gente.
  - Mas é uma tatuagem comum porra!
  - Não é não e você sabe disso, até por que foi você mesma quem desenhou. – Falou enquanto entravamos no lugar que seria o post game.
  Eu cruzei os braços meio irritada e fui pegar um pedaço de pizza e um copo de refrigerante ou suco ou qualquer coisa que tivesse pra beber, cheguei na bancada que tinha as pizzas e bebidas peguei um pedaço de pizza de atum uma coca cola e fiquei apoiada ali esperando eles subirem pra sala pra atender as pessoas, não demorou muito eles entraram um a um e foram se posicionando para poder falar com todos os fãs.
  - vamos no Chuck primeiro! – a falou super empolgada me puxando pelo braço.
  - Não, eu vou primeiro no Jeff – Respondi seca sem mover nem um músculo.
  - Você sabe que ele foi quem conseguiu te desentalar do cesto de roupa suja né?
  - QUE? É sério isso? E você nem me falou! Vamos no Chuck então. - Ela sorriu vitoriosa e fomos para a muvuca que estava ao redor do Chuck, eu jurava que ele não iria nos reconhecer mas eu estava errada.
  - Vocês duas não são as camareiras do hotel da outra cidade?
  - Não, acho que você está confundindo a gente
  - Te falei que eles iam lembrar! – Ela disse caindo na gargalhada. – Somos sim Chuck marcamos tanta presença assim?
  - É marcaram, inclusive o Pierre está curioso pra saber quem são vocês de verdade, especialmente você. – Ele apontou para a – Por causa do que aconteceu no hotel.
  - o que você aprontou que não me contou?
  - Na... Nada ué, tudo que aconteceu eu te contei! – Ela ficou levemente corada com alguma coisa que passou em sua cabeça.
  Tiramos a foto com o Chuck e fomos em um por um e deixamos o Jeff e o Pierre por último, afinal o Jeff tinha sido quem conseguiu me puxar daquele cesto e o Pierre estava querendo falar com a .
  - E ai, qual deles primeiro ?
  - Bom, por mim vamos no Pierre eu tô morrendo de vergonha de olhar pro Jeff.
  - Então temos um problema por que eu tô querendo cavar um buraco e me esconder o Pierre quer falar comigo, vamos no Jeff primeiro vai?
  - Ai meu Jesus Cristo me conta o que aconteceu que a gente vai nele.
  - Então sabe na hora que eu cai em cima dele? A blusa levantou e eu acabei pagando peitinho... – Notei as bochechas dela ficando vermelhas.
  - Ah tá, bora na fila do Jeff.
  E lá fomos nós em direção ao Jeff eu sinceramente esperava que ele não me reconhecesse, mas minhas esperanças estavam pequenas disso acontecer afinal o Chuck tinha nos reconhecido, era nossa vez de ir falar com ele e eu delicadamente empurrei a pra ir na frente.
  - Delicadeza é bom tá, mas tô indo.
  - Oi! Acho que eu lembro de vocês da outra cidade – ele falou dando um sorriso simpático e divertido.
  Ela entregou as coisas para ele autografar tirou a foto com ele sem nenhuma pose muito diferente não demorou muito ele estava me esperando.
  - Oi – Dei um abraço forte nele e entreguei um encarte de cd e algumas outras coisas pra ele autografar.
  - Oi! Gostou do show?
  - Foi maravilhoso assim como o de Santiago.
  - Ah então você foi no de Santiago? Sabia que te conhecia de algum lugar só não tinha certeza de onde, achei que fosse do hotel... – Olhando minha tatuagem na coxa e os roxos que ficaram na lateral das coxas depois de ter ficado entalada no carrinho.
  Ele me deixou sem resposta e sem reação a única coisa que consegui fazer naquele momento foi sorrir pedir uma pose diferente pra foto queria que ele me segurasse no colo, ele de prontidão aceitou, entreguei meu celular pra e ao sinal dela de que estava tudo pronto pra foto ele me pegou no colo, pronto foto tirada e eu só queria ir logo pra fila do Pierre.
  - Espera, eu lembrei de onde te conheço! Do hotel, vocês duas foram as meninas que se passaram de camareira pra invadir o hotel – Ele segurou meu pulso levemente e falou em um tom divertido, com certeza ele notou que eu fiquei completamente vermelha. – Não precisa ficar com vergonha, te reconheci por causa da tatuagem e dos roxos, inclusive você está bem?
  - To sim, obrigada pela preocupação.
  Respondi e fui rapidinho atrás da que já estava na fila do Pierre esperamos o que pareceu ser uma eternidade pra conseguir um autógrafo e uma foto, dessa vez foi a quem me empurrou pra tirar a foto antes dela eu dei risada e fui em direção a ele. Dei um abraço de Oi e entreguei minhas coisas pra ele autografar tirei a foto sem nenhuma pose especial e fiquei esperando a que por sinal estava deixando algumas pessoas passarem na frente.
  - você não vai não?
  - Vou mana mas tô morrendo de vergonha!
  - Enfia essa vergonha você sabe onde e vai lá falar com ele, daqui a pouco é a foto em grupo e você ainda tá aí feito tonta deixando todo mundo passar na sua frente. - Então finalmente ela foi falar com ele eu estava de prontidão tirando fotos de cada gesto que ela fazia com ele.
  - Olha só! Eu lembro de você! Foi você quem invadiu o hotel se passando de camareira e acabou caindo no meu quarto e... – Ele corou levemente e chacoalhou a cabeça. - Bom, enfim eu tinha certeza que você não trabalhava lá!
  - É então, foi uma loucura de fã mesmo...
  - Ainda bem que a gente te encontrou de novo. – Ele pegou a carteira do bolso e tirou um cartão. – Você deixou isso cair naquele momento que todo mundo foi pro chão e ela caiu dentro do carrinho.
  - Não falei que você não tinha perdido! – Falei enquanto dava risada.
  Ela ficou com as bochechas vermelhas agradeceu e tirou a foto, de novo uma foto comum. Então o Chady avisou a todos que teria a foto em grupo depois a foto individual com os cinco, nos arrumamos para tirar a foto e em seguida fomos para a fila para tirar a foto individual com os cinco. Tiramos as fotos sem muitas poses diferentes do comum pegamos nossos posters e fomos para o Hostel, eu tomei um banho maravilhoso e fui pra cama a queria ficar conversando mas eu estava sem condições, até tentei conversar um pouco mas notei que estava falando coisas sem nexo já, então virei pro lado e dormi até a manhã seguinte. Acordei assustada com a batendo uma colher de pau em uma tampa de panela de ferro.
  - ACORDA SÃO 9 HORAS DA MANHÃ SUA DEMONIA!!
  - Sua filha da...
  Levantei e sai correndo atrás dela o que nós não sabíamos é que ela havia acordado todo mundo do hostel com aquela barulheira toda, quando consegui alcançar ela que por sinal não parava de fazer aquele barulho infernal já estávamos na cozinha ela devolveu a colher e a tampa pra moça da cozinha sorrindo e eu fui pegar uma xícara de café.
  - Endemoniada, pra que me acordar assim? – falei dando um gole no café.
  - Ué eu tentei te acordar de vários outros jeitos mas você estava dormindo feito uma rocha dava pra explodir uma outra little boy do seu lado que você não ia acordar, então eu não tive muita alternativa já que nosso vôo sai às 11 e já são 9 da manhã.
  - Pera como é? Nosso vôo sai às 11? MEU DEUS A GENTE VAI SE ATRASAR! - Engoli rapidamente o café que ainda tinha na xícara e sai correndo escadas acima ainda sentindo minha língua queimar por causa do café quente para pegar minha mala mas quando cheguei no quarto vi que minha mala não estava lá só estava meu tênis e uma muda de roupas.
  - você arrumou tudo? – Falei assustada olhando para a porta.
  - Sim! Tá tudo pronto lá em baixo, inclusive já se troca por que chamei o Uber pra levar a gente pro aeroporto.
  Fiquei chocada por ela já ter planejado tudo e enquanto me trocava repassava na minha cabeça os detalhes do que tinha acontecido na noite anterior, até por que eu sabia que a iria querer falar sobre o pizza no avião. O Uber chegou e fomos para o aeroporto as duas comentando sobre o pizza e relembrando tudo nos mínimos detalhes, chegamos no aeroporto e embarcamos o vôo era curto de apenas duas horas que se passaram voando enquanto comentávamos sobre os acontecimentos dos últimos dias.
  - mas agora está explicado o como você perdeu o cartão já que sempre guarda tudo nos peitos.
  - É, eu não tinha pensado nisso mas pelo menos agora tenho dinheiro de novo! Podemos comprar coisas agora!

3- Assunção

  Então chegamos em Assunção desembarcamos e fomos novamente para um hostel onde deixamos nossas coisas e fomos para a fila já que chegamos em cima da hora, para variar a fila não estava numerada e a rapidamente foi fazer isso, os portões abriram e obviamente fizemos a parada obrigatória no merch onde infelizmente não havia nada de novo tudo estava ocorrendo normalmente, o show tinha sido maravilhoso como sempre, desta vez consegui pegar a baqueta do Chuck e a uma palheta do Seb eu queria mesmo era uma palheta do David mas a menina do meu lado foi mais rápida, quem sabe no próximo show eu consigo.
  Quando o show acabou e fizemos o mesmo esquema de esperar dá uma esvaziada pra podermos ir em direção a onde seria o pizza esperamos um pouco e o Chady logo apareceu para levar todos para onde seria o pizza, tudo estava acontecendo normalmente até que depois de passar na fila do Chuck eu me dou conta que a havia sumido.
  - Chris você viu minha irmã?
  - Desculpa quem?
  - A menina que se passou de camareira e entrou no quarto do Pierre em Santiago, lembra dela?
  - Ah sim já sei quem é, ela foi ali pro canto com o Danny ele queria falar com ela ou algo do gênero.
  Ele saiu andando apressado e nitidamente nervoso eu fui passar nos meninos observei por alguns instantes as filas que na verdade eram apenas aglomeração de pessoas ao redor deles para tentar decidir em qual iria primeiro, fui no Seb e em seguida fui para o Jeff foi quando finalmente a apareceu toda sorridente e me puxou de canto me fazendo sair da aglomeração para falar com o Jeff.
  - Mano eu estava quase conseguindo falar com ele ! – Falei indignada.
  - desmarque seus compromissos pra hoje a noite por que vamos pro bar com eles!
  - Como é?
  - Então o Danny me puxou de canto e me falou que é pra nós duas irmos com eles pro bar.
  - Ta bom mas qual é o bar? Como vamos fazer?
  - Eles vão no Hard Rock daqui!
  - você sabe que a gente tá sem grana né?
  - Sim e já avisei o Danny que respondeu que não tem problema.
  - Então tá bom nós vamos.
  Voltamos para as muvucas tiramos fotos com eles, na hora da foto em grupo vi um rosto conhecido de outros shows no Brasil assim como eu a vi ela também me viu e sem ter tempo de eu pensar para onde ir para fugir da conversa ela chegou perto de nós.
  - ! ! Quanto tempo!
  - Lidia! Oi! – falamos em coro e se entreolhando.
  - Não sabia que vocês vinham no show daqui!
  - É eu também não sabia que você vinha Li! – Falei sorrindo para ela e procurando a que já tinha sumido de novo.
  - Pois é ganhei o ingresso de um amigo, vocês estão ficando onde?
  - Em um hostel aqui perto, vamos pra fila se não a gente não vai tirar foto com eles.
  - Vamos, então o David me chamou para sair com eles hoje!
  - Sério? Qual bar eles vão?
  - Na verdade é um Pub que chama Brittania Pub eles vão passar no hotel e ir pra lá.
  - Aham, ó é sua vez. – Apontei na direção dos cinco que estavam esperando controlando minha vontade de empurrar ela.
  Depois da foto com os cinco fui atrás da para irmos pro hostel chegamos lá nos arrumamos e fomos para o bar encontrar os meninos, eu nunca imaginaria que algum dia eu iria pra um after com a minha banda predileta não demorou muito nós já estávamos no bar procurando por eles, encontramos eles sentados em uma mesa no canto do lugar.
  - Finalmente encontramos vocês!
  - Ah vai nem foi tão difícil assim
  - Foi sim Danny parece que vocês estão se escondendo no canto para não serem notados.
  Então nos sentamos com eles e ficamos horas a fio conversando e bebendo fizemos brincadeiras de virar shots de tequila, brincamos de eu nunca e coisas do gênero então o David me chamou de canto para conversar ele me levou para longe de todos e me puxou pela cintura selando nossos lábios, minha cabeça deu voltas naquele momento para mim era tudo um sonho afinal não poderia ser realidade eu estar beijando meu ídolo. Nós ficamos ali durante um tempo envolvidos pelo beijo sem nos preocuparmos muito com o que estava acontecendo ao redor até que o Pierre ligou pra ele atrapalhando nosso beijo e tivemos voltamos pra mesa, eu me sentei e fiquei apenas observando o que estava acontecendo perdida em meus pensamentos.
  - Que houve?
  - Está na hora de ir embora daqui, vamos ir para um boteco comum de esquina. – O Jeff falou assim que chegamos.
  - Ta bom.
  Sem questionar muito fomos para um boteco que tinha a algumas quadras de distância dali, chegamos tomamos mais algumas cervejas e eles resolveram ir para o hotel eu e a fomos para o nosso hostel conversar sobre tudo que tinha acontecido e descansar um pouco afinal no dia seguinte embarcaríamos de volta pra nossa terrinha, Brasil, chegamos no hostel e nos sentamos em uma área com mesinhas e poltronas de couro pretas confortáveis.
  - Mas me conta pra onde você e o David foram? – perguntou enquanto se ajeitava na cadeira
  - Ele me puxou pra conversar, a gente foi pra um cantinho do bar bem escuro por sinal e bom, na verdade a conversa foi outra né...
  - Espera, você ficou com ele? MENINA NÃO ACREDITO!
  - Para de gritar criatura! Sim fiquei com ele e olha que beijo e que pegada maravilhosos mana, mas me conta por que o Pierre resolveu ir embora do nada?
  - Então o garçom chegou falando que estávamos causando demais e ou a gente parava de causar ou teríamos que sair do lugar, aí preferimos sair de lá.
  - Mana te contei que a Lidia achava que eles iam pra outro pub e inventou de novo que o Jeff tinha chamado ela pra sair?
  - Menina não me contou!
  Ficamos sentadas ali durante horas a fio conversando sobre acontecimentos do pizza e fomos bar, depois fomos dormir pra poder embarcar no dia seguinte pro Rio de Janeiro que seria o nosso quarto show seguindo eles, não demorei muito pra dormir mas na manhã seguinte acordei achando que tudo tinha sido um sonho até olhar o celular e ver que tinha mensagem do David no WhatsApp.
  “Te vejo no show do Rio?”
  “Com certeza David!” respondi ainda em choque.
  “Ótimo! Então até lá!”
  Eu me levantei ainda encarando o celular e me questionando sobre quando foi que passei meu número e fui para a cozinha tomar café e comer algo para forrar o estômago quando cheguei na cozinha vi a sentada conversando com alguém.
  - você não sabe! Ah Oi, prazer .
  - Olá, muito prazer, Felipe – ele respondeu simpático.
  - Que foi ?
  - Olha só quem me mandou mensagem!
  Entreguei o celular pra ela e fui pegar o café que estava na bancada, me servi em uma xícara vermelha grande que tinha uns desenhos diferentes e voltei para a mesa.
  A já estava em altos papos com o menino, eu peguei meu celular e fui conferir se a e a galera já estavam pelo Rio e se iriam mesmo no show, logo a me respondeu super empolgada falando que iria chegar no Rio naquela noite foi então que lembrei que tínhamos que ir pro aeroporto.
  - vamos que nosso vôo é agora a 12:30!
  - Meu Deus verdade! Estava aqui conversando com o moço e perdi noção do horário!
  Levantamos e fomos apressadas arrumar as malas pra ir pro aeroporto, chamamos um Uber e rapidamente chegamos no aeroporto para a nossa sorte o vôo tinha atrasado meia hora, fomos para a sala de embarque e ficamos lá esperando.
  Eu estava ouvindo música e a quase dormindo quando chamaram o nosso vôo para embarque, o tempo dentro do avião era pequeno mas deu tempo de cochilar até o avião pousar.

4- Rio de Janeiro

  Desembarcamos no Rio e nosso primo Gabriel já estava nos esperando logo na saída do desembarque, óbvio que ele não iria perder uma chance de zoar com a gente, estava com uma plaquinha escrita “Irmãs groupies loucas que estão seguindo uma banda, estou aqui” a olhou aquilo e começou a gargalhar, ela só parou de rir quando chegamos perto dele.
  - Porra Gabriel, não tinha placa melhor não?
  - Claro que não , nenhuma define melhor vocês duas.
  - Ou, eu tô com fome, dá pra gente ir almoçar em algum lugar antes que eu vire um monstro que vai sair atacando as pessoas por causa da fome? – Falei fechando a cara
  Os dois riram da minha expressão e fomos almoçar em um restaurante próximo da praia de Copacabana, depois de termos almoçado e eu matado o monstrinho da fome que crescia muito rápido dentro de mim, fui responder mensagens do WhatsApp, esperando trocentas mensagens de amigos que iriam no show na noite seguinte com a gente e mensagens da nossa família,  fiquei chocada por ver uma mensagem dele no meio de tantas outras, para falar a verdade acho que eu ia ficar mais se boa de receber uma mensagem do Papa ou até da Rainha do que outra mensagem do David.
  “Chegamos agora no Rio, queria saber o que você vai fazer essa noite afinal o show é só amanhã.”
  “Provavelmente vou sair com a minha família, até por que vamos ficar na casa da minha prima que mora aqui mas assim que eu souber te aviso, você tinha algo em mente?” Enviei a mensagem e fiquei com um sorriso no rosto esperando pela resposta
  “Eu e os meninos estávamos pensando em ir a algum bar hoje à noite, assim que eles decidirem te envio o endereço se der dá uma passada lá”
  “Okay, vou ver direitinho e te aviso”
  Então respondi outras pessoas sobre o show bloqueei o celular e voltei a prestar atenção na conversa, ao que dava para entender o Gabriel queria convencer a que era uma boa ideia ir até um barzinho que ficava na praia para beber algo.
  - Espera ai, que tá acontecendo? Por que você não quer ir ?
  - Ele quer me levar pra andar naquela praia de gente chata cara!
  - Gabriel não dá para ir nesse bar pela calçada? – Tentei achar uma alternativa mas aparentemente o Gabriel estava a fim de encher o saco da .
  - Até dá, mas não tem graça, vamos caminhar na praia sua paulista chata! – Ele falou irônico olhando para a .
  A não falou nada, só levantou da mesa e saiu andando eu e o Gabriel a seguimos, depois do Gabriel ter insistido muito ela aceitou ir no barzinho mas logo começar a reclamar de andar naquela praia, como ela estava andando olhando para o chão para tentar não chutar areia em ninguém sem querer, ela acabou esbarrando em alguém e logo em seguida levou uma bolada no ombro, o que fez ela cair na areia junto com o moço eu cutuquei o Gabriel apontei para a e comecei a rir.
  - Desculpa.
  - Tudo bem, você está bem ?
  - Caralho, óbvio que eu tinha que esbarrar em você se não, não seria eu né. – Ela falou brava se levantando da areia e colocando a mão sobre o ombro dele. – Estou bem sim Pierre, obrigada.
  - Te vejo hoje à noite?
  - Hoje noite? Como assim?
  - Ué o David falou que chamou sua irmã agora pouco pra ir no bar.
  - Ela não me falou nada, mas provavelmente vamos sim.
  Ela se virou para vir na nossa direção e para mim era um touro soltando fogo pelas narinas de tão brava que ela estava eu estava com uma vontade mista de dar risada e pegar o Gabriel e usar como escudo, mas não consegui decidir o que fazer antes de ela chegar mais perto.
  - , você não tem nada pra me falar?
  - Então, o David chamou a gente para irmos para o bar hoje à noite, desculpa não ter falado nada, mas entende meu lado eu fiquei em choque dele tá me mandando mensagens, ainda mais chamando pra sair! – Expliquei tentando mostrar para ela que eu tinha meus motivos de não ter falado.
  - Ok. Faz sentido, se fosse comigo eu estaria na mesma situação, agora vamos logo para aquele quiosque que você falou Gabriel?
  - Bora, você que parou por que esbarrou no moço ali. – Ele deu risada.
  Fomos para o quiosque e ficamos por lá durante um tempo conversando e dando risada, a Bia logo me ligou.
  - Miga acabei de dar check in no hotel, o que vocês vão fazer à noite?
  - Então uns boys chamaram eu e a para ir em um bar, não sei qual direito.
  - Ah okay, nos vemos amanhã antes do show então?
  - Com certeza! Qual hotel você tá?
  - Na verdade eu tô em um hostel perto do circo voador, o nome é Books Hostel, tem um lugar bonitinho e barato aqui perto que dá para almoçarmos se quiser.
  - Ok fechado!
  Desliguei o telefone e passei as informações para a que na hora topou ir almoçar com a .
  Com o cair da noite fomos pra casa do Gabriel, jantamos e acabamos dormindo eu tinha esquecido por completo o rolê com os meninos acordei assustada as 10 horas da manhã e olhei o celular onde tinham umas 20 mensagens do David e umas 10 do Danny, eu nem sabia o que responder e em um debate comigo mesma decidi que era melhor esperar até o show.
  - , acorda. – comecei a balançar ela.
  - Ta bom, já acordei. – ela se sentou na cama nitidamente desnorteada, coçou a cabeça e em seguida me olhou chocada. – PUTA QUE PARIU A GENTE TINHA ROLÊ COM OS MENINOS!
  - Eu sei, já são 10 da manhã, agora a gente espera até o show para falar com eles, acho que é melhor, bora se vestir que a gente vai almoçar com a .
  - É mesmo.
  Ela levantou, se arrumou e fomos para o restaurante no caminho mostrei as mensagens do David e do Danny para a e mandei mensagem para a falando que estávamos indo pra ela nos encontrar na frente do hostel.
  Chegamos no hostel e a já estava na frente do lugar com a sua camiseta do Simple Plan esperando pela gente.
  - aaa!! – berrei pulando em cima dela. – Que saudade!
  - ! ! Também tô com saudades! – ela falou abraçando nós duas ao mesmo tempo.
  - Menina tenho tanta coisa pra te contar!
  - Quero saber tudo! Mas vamos indo comer que você me conta lá.
  Fomos para uma lanchonete perto dali nos sentamos e contamos tudo que tinha acontecido até então, a ficou empolgada com tudo querendo saber todos os mínimos detalhes, assim como eu ficaria por ela.
  - Meninas, vamos na porta do hotel? Falaram que eles vão descer para ver os fãs daqui a pouco. – A falou abaixando o celular.
  - Ai meu jesus vamos, mas não sei nem com que cara vou olhar para o David
  - Ué fala a realidade, que você acabou dormindo e por isso não foi.
  - Concordo com a , melhor você falar agora do que esperar até o show. – a falou dando a última mordida no lanche. – Vamos então?
  Pagamos a conta e fomos para o hotel, no caminho eu pensava em mil e uma coisas para falar para o David, criava diálogos na minha cabeça alguns com finais positivos e outros negativos.
  Chegamos na frente do Copacabana Palace e já tinha um mutirão de fãs esperando os meninos descerem, ali eu vi algumas caras já conhecidas de outros shows, cumprimentei todo mundo que eu conhecia e sai do meio da muvuca para mandar mensagem.
  “David me desculpa por ontem, fui passar em casa pra jantar e tomar banho e acabei dormindo mas estou aqui em baixo junto com a multidão de fãs.”
  Ele visualizou a mensagem mas não respondeu, fiquei irritada com aquilo mesmo sabendo que a primeira a fazer cagada e não aparecer no rolê tinha sido eu, mas o que custava ele me responder?
  Então fiquei distante da multidão só esperando a e a voltarem, alguns minutos de passaram e eu ouvi gritos histéricos vindo das fãs, coisa que não tinha nas cidades da costa, realmente deve ser coisa de brasileiros fazer isso.
  Cruzei os braços e fiquei sentada na calçada esperando as meninas voltarem, não demorou muito eu vi a multidão começando a se dispersar alguns com cara de choro outros com um sorriso no rosto ainda olhando para o celular, então vi a e a vindo na minha direção.
  - , eles perguntaram de você
  - Estou brava mesmo sabendo que não estou no meu direito de ficar brava, por isso não fui lá, não gosto de pessoas que visualizam mensagem e não respondem.
  - Mas ele está aqui em baixo, inclusive te procurando! – a falou apontando para a entrada. – Vai lá falar com ele, aproveita e explica o que rolou ontem do porque não foi no rolê.
  - Ai caralho, tá bom.
  Me rendi e levantei ainda meio irritada fui em direção ao David que, quando me viu abriu um sorriso que quebrou toda a raiva que eu estava dele, aquele sorriso me fazia derreter, eu não tinha certeza se ele sabia disso, mas acho que se não soubesse acabou de descobrir, suspirei e tentei manter a pose de brava quando cheguei mais perto dele.
  - Por que não me respondeu? - Falei ainda de braços cruzados.
  - Desculpa, é que eu vi a mensagem e já estava saindo para atender os fãs mas que bom que você veio aqui.
  Ele abriu os braços esperando um abraço o qual não pude negar, abracei ele o mais forte que eu pude, senti o cheiro dele invadir minha mente e foi quando percebi que estava tudo bem então sussurrei.
  - Desculpe não ter ido ontem, te vejo no show.
  Ele sorriu em resposta eu me virei e fui encontrar as meninas para irmos para a fila do show, quando as encontrei elas já tinham chamado o Uber para irmos até o circo voador. Chegamos na fila e como sempre nos shows do Brasil estava tudo uma bagunça, chegamos cedo para o show afinal era só as seis horas que iriam abrir para o pizza entrar, então tinham poucas pessoas na fila garantimos nosso lugar e a foi perguntar se estavam numerando.
  Então eu vejo a vindo com um canetão na mão numerando todo mundo da fila do pizza, a pegou o número e foi andar pelo lugar pra dar Oi para as pessoas que ela conhece, ouvi uma gritaria vindo do começo da fila e fui até lá ver o que estava acontecendo pra todo mundo parecer um bando de gralhas, ok eu realmente devo estar de ressaca para esse tipo de coisa começar a me incomodar, eu não as julgo por ficarem histéricas mas pelo amor de deus pra que berrar que nem gaivotas quando estão com fome!?
  - o que houve?
  - O Chuck tá ali procurando por você e pela . – Ela falou meio em choque e me seguiu até o Chuck.
  - Que foi? Tá tudo bem?
  - Então a gente precisa de ajuda, a fila do pizza tem que ser feita aqui. – Apontando pro lugar que ele queria a fila e falando meio grosso – e não lá, tem como vocês ajudarem a gente?
  - Ok, vou falar com a por que ela já tá organizando a numeração ela pode tomar conta disso.
  Sai andando até a e a ficou ali onde ele tinha indicado contei pra o pedido do Chuck e começamos a pedir pra todo mundo mudar de lugar, quando a fila estava organizada conforme o que ele havia pedido sai o Chady e começa a reclamar.
  - Mas não é aqui que é pra ser feita a fila do pizza!
  - Foram ordens do Chuck, não posso fazer nada.
  - Pode sim, é pra fazer a fila lá
  Ele começou a gritar para todo mundo ir para outro lugar e lá fomos nós de novo mudando a fila, depois de organizar de novo eu fiquei perto da entrada junto com a em alguns minutos que fiquei fora o Chuck saiu de novo.
  - Oi, você é a amiga da e da né?
  - Sim
  - Sabe o que aconteceu pra fila ter ido pra lá de novo? Eu já falei que a fila é aqui. – ele falou seco olhando para a
  A ficou meio chocada pelo fato do Chuck que é o preferido dela ter sido grosso naquele momento e me chamou.
  - Que foi Chuck?
  - O que aconteceu? Por que a fila tá lá?
  - Foi o Chady quem falou para fazer a fila lá ué, se entende com ele no lugar de vir brigar com a gente caralho! Faz assim vou chamar a e você se entende com ela.
  Chamei a pra ela falar com o Chuck minutos depois ela tava mudando todo mundo da fila de novo pra onde o Chuck tinha falado, e ficamos nisso de ir pra lá e voltar mais algumas vezes até que a se revoltou e chamou o Danny pra resolver de vez a confusão toda. Depois da fila estar finalmente organizada eu vi que a tava bem bolada com alguma coisa.
  - , o que houve?
  - O Chuck foi mó grosso comigo, ninguém tem culpa se ele brigou com alguém ou se as coisas estão saindo erradas. – Ela falou brava.
  - Concordo com você. – Falei acenando pro Danny que estava entregando alguma coisa pra para ele vir falar com a gente. – Danny ela tá bolada com o Chuck.
  - O que houve?
  - Aconteceu que a princesinha do baterista foi um grosso estúpido com ela sem necessidade – falei irritada. – Eu só queria entender por que dessa bagunça toda sendo que nos outros shows foi tudo tranquilo!
  - Pois é tá complicado hoje, mas olha vem aqui.
  Ele puxou a para dentro da grade que barrava a entrada dos fãs ela ficou ali e ele entrou durante alguns minutos e logo saiu junto com o Chuck que conversou com a a abraçou e entrou novamente.
  - Menina ele me pediu desculpas por ter sido grosso!
  - Serio? O Chuck pedindo desculpa?
  - Sim mana! Tô chocada! Porém mozão com zero defeitos nesses momentos né! E você falou com ele ?
  - Falei, na hora do hotel, pedi desculpas por não ter ido ontem, ele também pediu desculpas por não ter respondido, acho que ficou tudo certo.
  - Que bom que se entenderam.
  - Sei não , que ele é podre eu sei mas...
  - Tu se iludiu por ele?
  - Então...
  - NÃO! Não pode!!!
  - Talvez seja tarde de mais falar isso? – falei sem graça.
  - Ai meu caralho, isso vai dar ruim, depois não diga que eu não avisei.
  Nós voltamos para a fila e ficamos esperando pela entrada do show, quando abriram as portas parecia que tinham explodido uma bomba com vírus zumbi e estava todo mundo correndo daquilo de tanto que as pessoas estavam desesperadas, eu e a que já tínhamos comprado tudo o que queríamos nos outros merchs fomos direto para o palco garantir nossa grade.
  Ficamos eu, a e a na grade bem no meio do palco o show foi maravilhoso dessa vez o Chuck veio jogar as baquetas, viu a do nosso lado e entregou uma para ela, o David me entregou uma palheta também e o Seb uma para a , o show acabou e eu já estava com saudades, parecia que eles tinham mais energia nesse show do que nos da costa.
  Fomos as três para o pizza, era em uma sala meio apertada e sendo no Brasil, eu já sabia que iriam existir filas para falar com eles, fiquei ali junto com a e a comendo e conversando sobre o show até a hora que eles entraram então fomos para as filas de quem queríamos conversar.
  Fui primeiro na do Jeff e assim passei em um por um abraçando eles e tirando foto, eu cometi a besteira de ter deixado o David por último então foi muito rápido uma foto rápida e um abraço, ele sussurrou algo no meu ouvido mas não consegui entender e infelizmente não tinha tempo suficiente para perguntar de novo.
  Infelizmente eles não foram para o bar no Rio depois do show, até por que estava meio corrido com os shows em tantas cidades, tiramos nossa foto em grupo com eles e fomos embora eu e a fomos pra casa do Gabriel e a para o hostel, no dia seguinte nos encontramos no aeroporto para poder ir para São Paulo que seria o próximo show.
  Quando embarcamos no avião descobrimos que era o mesmo vôo que o dos meninos, obviamente aproveitamos a oportunidade pra tirar foto com eles e eu pude perguntar para o David o que ele havia falado.
  - Sério, o que foi que você falou?
  - Ah, deixa agora já foi.
  - David!?
  - O que? Não ouviu na hora por que não quis.
  - Ê caralho viu.
  - Ele tinha te perguntado se você vai dormir com ele no quarto ou vai ficar em outro lugar. – o Pierre falou interrompendo nossa conversa. – Para de drama David, não cai a boca falar logo não.
  - Ah, provavelmente vou para minha casa em São Paulo. – olhei para a que concordou com a cabeça. – Obrigada, Pierre.
  - Então vocês moram em São Paulo?
  - Sim, achei que tivesse comentado.
  - Se comentou não me lembro. – David falou sem graça. – Bom, de qualquer forma se quiser ir no hotel...
  - Isso sem dúvidas. – sorri para ele.
  Depois de fotos tiradas voltamos para os nossos lugares e ficamos lá até chegar em São Paulo, o voo foi bem rápido e logo pude ver minha linda cidade se aproximando pela janela do avião.

5- São Paulo

  Finalmente pousamos na nossa cidade, onde não tivemos que nos preocupar em pagar hotel ou qualquer coisa assim, vamos ficar na nossa casa aqui que fica perto da Paulista e consequentemente perto do hotel que os meninos iam ficar, já que como de costume eles iriam ficar no Renaissance que fica na alameda santos, para nossa sorte o show de São Paulo seria só no dia seguinte então teríamos um tempinho para descansar, na sala de desembarque o David veio falar comigo.
  - Te vejo mais tarde?
  - Olha, sinceramente não sei mas amanhã no pizza é certeza!
  - Não sabe por que?
  - Por que estou morta de saudades da minha cama, vou chegar em casa tomar um banho e dormir no meu cantinho.
  Ele deu risada concordando com a cabeça e foi encontrar os meninos, eu fui em direção das meninas que estavam me esperando, saímos quase junto com eles o difícil foi a gente passar pela multidão de fãs que estavam esperando eles no aeroporto, combinei com a de ela ir passar a noite na minha casa para podermos conversar melhor ela concordou, nos despedimos e fomos para casa.
  - !
  - Que foi ?
  - Vem cá, desfaço as malas ou só tiro a roupa suja já que vamos ficar pouco tempo em casa? – falei indo até a sala – tá arrumando a mesa por que?
  - Bom eu vou desfazer as malas e depois faço de novo, tô arrumando a mesa por que nossos pais vem jantar aqui e trazer o Bug ué.
  - A eles vem? Não sabia.
  - Vem sim, vão trazer o Bug já que vamos passar alguns dias em São Paulo.
  Então voltei para o quarto coloquei aquele monte de roupa suja no cesto, deitei na cama deixando as lembranças tomarem conta dos meus pensamentos e ali adormeci durante algumas horas até meus pais chegarem com o cachorro. Acordei com o Bug pulando na cama e me lambendo de felicidade por me ver, me levantei rindo coloquei ele no chão e fui até a sala dar Oi para os meus pais.
  Ficamos na sala conversando até umas onze horas que foi quando minha mãe resolveu que eles tinham que ir embora, afinal trabalhavam no dia seguinte, logo a e a Lari chegaram elas iam dormir em casa até o show, a resolveu que iria acompanhar todos os shows do Brasil então estaria com a gente nas nossas aventuras.
  A decidiu ir para a balada e marcou de encontrar algumas pessoas em casa, eu fiquei no quarto contando detalhes para a e para a Lari do que tinha acontecido nos shows anteriores, a e os amigos dela saíram e eu e as meninas fomos para a sala ouvir música e brisar sobre os shows.
  - Miga já pensou ele te chama pra sair na frente da Lídia? Eu ia achar sensacional! – A falou voltando da cozinha com um pote de brigadeiro.
  - Mana eu ia achar sensacional, mas aí dá vontade de causar e fazer que nem algumas fãs fazem.
  - Fazer o que? – As duas falaram quase juntas
  - Ah não ele me chamou, mas eu não vou por que estou muito cansada e preciso de um banho – Respondi fazendo voz fina e dando risada.
  Ficamos ali na sala só nós três comendo doce, fofocando e ouvindo música horas a fio até umas cinco da madrugada foi quando decidimos ir dormir como nós tínhamos um quarto sobrando na lavanderia as duas dormiram lá, acordei no dia seguinte por volta das nove da manhã, com uma preguiça enorme de fazer comida a Lari e a já estavam acordadas também e pilhadas afinal, era o dia do show!
  - Bom dia meninas, vou ser sincera, tô morrendo de preguiça de fazer comida.
  - Nossa a gente podia ir almoçar em algum restaurante por aqui né
  - Com certeza! Eu ia falar exatamente isso.
  - Depois podemos passar no hotel! – a Lari falou empolgada – queria ver eles antes do show.
  - Sim mas e nossos lugares na fila? O pizza vai ser numerado?
  - O número de vocês é quarto, cinco e seis – A falou entrando na cozinha e assustando a gente, sinceramente achei que ela já estivesse dormindo e pela aparência dela ela estava acordando. – Dá mãozinha para a tia, fui ontem depois da balada lá na audio para pegar nossos lindos números. – Ela completou anotando o número em nossas mãos.
  Agradecemos e fomos nos arrumar para ir almoçar e passar no hotel deles depois, depois de procurar algum lugar para almoçar chegamos à conclusão que era melhor ir em um shopping, assim cada um podia comer o que quisesse, nessa altura do campeonato eu já estava virando um monstrinho por causa da fome.
  Depois do almoço fomos até o hotel onde por sinal já tinha muitos fãs na entrada esperando para tirar fotos e pegar autógrafos deles, ficamos por ali durante um tempo esperando eles descerem.
  - Agora que pensei, como a gente vai até a áudio?
  - De metrô Lari.
  - Nossa , tô com uma preguiça de pegar metrô. – Falei me sentando em um canteiro que tinha ali.
  - É melhor do que pagar estacionamento nega.
  - Real, espera vocês estão prontas?
  - Claro você falou antes da gente sair de casa pra já saímos prontas por que iríamos direto.
  - Tá, espera aqui que eu tive uma idéia, só não sei se vai rolar.
  Contornei todos os fãs que estavam ali na frente e entrei no hotel depois de debater muito com o segurança e convencê-lo que eu estava hospedada lá, logo no lobby dei de cara com os meninos que me viram e vieram me cumprimentar depois de dar Oi para todos eles notei que o Danny não estava por ali.
  - Pierre, cadê o Danny? Preciso falar com ele.
  - Olha é uma boa pergunta, ele chegou ontem do rolê com a sua irmã bem alterado. – Ele falou rindo. – Mas a última vez que eu o vi ele estava no restaurante, vai lá.
  Fui até o restaurante e nada do Danny depois de revirar o hotel atrás dele eu finalmente o encontrei sentado cochilando nos sofás que tinham no canto do lobby.
  - Danny?
  - Oi? Que foi? Eu não estava dormindo.
  - Tá... – respondi rindo. – Tem como você arrumar uma carona daqui até a casa de show pra mim e pra duas amigas?
  - Pergunta pro Chris, é ele quem cuida disso.
  - Chriiiis – falei me virando pra ele – você ouviu tudo, tem como?
  - Ta bom, encontra a gente daqui a uma hora no estacionamento e para entrar apresenta isso para o segurança. – Ele me entregou um cartão de quarto.
  - Ok! Obrigada gente!
  - Só mais uma coisa.
  - Que foi?
  - Como você entrou?
  - Ah Chris, achei que nessa altura do campeonato já soubesse que eu dou meus jeitos. – Dei risada.
  Sai do hotel quase junto com a banda, acenei para eles fui encontrar as meninas, o que estava meio complicado por causa dos fãs, mas como eu tinha certeza que elas estavam ali no meio então esperei em um canto até o atendimento acabar.
  - , Lari, vamos que a gente tem carona, mas temos que ir tipo agora! – Falei puxando as duas.
  - Carona? Adoro!
  Dei risada da reação da e entramos no hotel, perguntei na recepção como fazia pra chegar no estacionamento e depois de mil e uma perguntas mesmo eu mostrando o cartão que o Chris havia me entregado e ela ter me visto falando com eles a moça finalmente me explicou como chegar lá.
  Descemos até o estacionamento onde o Danny e o Chris estavam nos esperando com um carro para dar carona, cumprimentei eles novamente e ficamos ali esperando o Jeff descer, quando ele finalmente apareceu entramos no carro.
  No caminho eu estava em altos papos com eles enquanto a e a Lari estavam em silêncio, depois de uma hora de viajem chegamos na áudio me despedi deles e fui para a fila, logo na saída do estacionamento encontrei o Paulo e a Carla que estavam sentados comendo, a foi encontrar umas amigas dela e a Lari também.
  - Ou por que vocês não estão na fila?
  - Finalmente uma de vocês chegou! Não aguento mais ouvir mimimi da galera lá na fila por isso viemos pra cá. – O Paulo falou irritado
  - Ai meu jesus mas já? O que houve?
  - Ah umas meninas chatas questionando cadê vocês e que não tínhamos o direito de guardar lugar
  - Ai mano, sério? Vou lá esfregar na cara dessas embustes que eu estou aqui e que a veio de madrugada pegar o número.
  - , deixa pra lá, só fala algo se elas comentarem com você.
  - E você acha que não vão falar nada Carla? – falei meio inconformada.
  - , dá para você fazer o favor de não esquecer as coisas? – O Danny disse me cutucando e me entregando um envelope. – Como exatamente você pretendia entrar sem o seu ingresso?
  - Obrigada Danny! Bom, eu ia ligar para você pra saber se estava no carro – Respondi sorrindo e abraçando ele.
  - Tá, não sei se te falei mas você e a tem all access, para pegar o crachá tem que mostrar o RG para o segurança que tá ali na entrada lateral. – Ele apontou um moço com terno e óculos escuros.
  - Obrigada Danny! – falei abraçando ele novamente.
  Ele entrou de novo no lugar e eu fui para a fila, quando cheguei perto já comecei a ouvir a voz de um grupo de meninas reclamando por que os números não estavam lá, fui cumprimentar algumas pessoas que eu conhecia e estavam nas filas e quando me aproximei do grupo que estava falando notei que eram as mesmas meninas do último show em São Paulo.
  - Gente, eu estou aqui, a Lari e a também, fora que os números servem exatamente pra isso pra garantir o lugar e podermos ficar livres pra ir comer e fazer qualquer coisa.
  - Mas eu cheguei aqui as sete da manhã e peguei número sete sendo que só tinha dois na fila! – Falou brava a menina de cabelo castanho.
  - Bom, eu, minha irmã, a Lari e a chegamos aqui as 5:30 junto com o Paulo e a Carla, pegamos o número e fomos dormir um pouco já que moramos perto, a e antes que você questione, minha irmã tá resolvendo umas coisas em casa antes de voltar pra cá.
  A menina ficou sem saber o que responder então ela bufou e virou para as amigas dela, eu dei um sorriso em resposta pra ela e sai andando, sentei junto com o Paulo e a Carla e ficamos ali conversando sobre os shows anteriores durante um tempo, mas a reclamação das meninas só aumentava.
  - Caralho como elas são chatas mano! – Falei levantando.
  - Chatas? Tá sendo boazinha né ?
  - Talvez Paulo. – Respondi rindo. – Bom, vocês querem alguma coisa pra beber? Aproveita que eu vou lá dentro.
  - Traz água pra gente, porque esse sol não tá dando não.
  Concordei e entrei na casa de show fui direto pro camarim que era onde eu tinha certeza que iria ter coisa para beber, abri a porta e me deparei com o Pierre deitado no sofá cochilando cumprimentei todos, peguei umas duas garrafinhas de água e alguns lanches e voltei para a fila no caminho acabei esbarrando em alguém e caí sentada, quando olhei para cima o Jeff estava sorrindo com a mão estendida.
  - Você está bem?
  - Sim. – estendi o braço para aceitar a ajuda. – Desculpa, estou com a cabeça a mil por causa da fila.
  - O que houve?
  - Bom, como de costume numeramos a fila, só que em São Paulo as pessoas são mais chatas, a pegou os números e foi pra casa, como chegamos agora algumas meninas estão achando ruim.
  - Ruim por que?
  - Por que não estávamos aqui quando elas chegaram. – Dei de ombros. – Os números servem exatamente para isso né, elas que são bobas e não saem nem para comer nem nada.
  - Quer ver elas saírem? – Ele nitidamente tinha tido uma idéia louca.
  - Não Jeff, você não vai sair lá no meio, sério não é recomendado. – Ele deu risada e foi sentido camarim, eu fui sentido saída do lugar.
  Encontrei o Paulo e a Carla entreguei a água e fiquei ali sentada com eles esperando a confusão das filas diminuir, foi então que eu lembrei que tinha comprado o spcrew para ir no soundcheck com a , liguei para ela falando que ela tinha que ir logo pra lá ela me respondeu que já estava chegando.
  O Danny saiu pra organizar a fila do sound, eu me posicionei e fiquei meio inquieta afinal era eu e a que íamos juntas e nada dela, não demorou muito e ela chegou e me olhou confusa enquanto vinha na minha direção.
  - o que você tá fazendo na fila do Sound?
  - Ué a gente tem Sound criatura! Agora vem para cá logo que o Danny já tá conferindo os nomes.
  - Que? Sound? – Ela falou confusa.
  - Presente para tu. – Falei puxando ela para o meu lado e entregando um papel.
  Ela ficou em choque durante algum tempo, leu e releu o e-mail umas dez vezes até aceitar que aquilo era real o Danny passou pela gente, entregou a pulseira e foi então que a começou a ficar nervosa.
  - , o que foi?
  - Como que foi? Eu não estou preparada psicologicamente pra encontrar eles agora! Por que não me contou antes? Eu estava preparada pra ver eles só no pizza e no show, eu vou surtar e chorar lá dentro e isso eu estava esperando fazer só na hora do show!
  - Ué por que surpresa a gente te não conta né.
  Então a fila começou a andar e o nervosismo começou a bater em mim também por mais que eu conhecesse eles, que eu já tivesse ido em outros shows eu nunca tinha ido em um sound, entramos na audio e vimos o pré show logo os meninos desceram para atender os fãs, como eu já imaginava as filas pra tirar foto com o Pierre e com o David estavam enormes então fomos nos outros meninos.
  Um por um tiramos foto foi tudo muito rápido afinal eram muitas pessoas pra pouco tempo então tiramos a foto com eles e saímos.
  Voltamos para a fila do pizza que já estava sendo organizada de acordo com a numeração e ficamos esperando ali para entrar, a ouviu alguém dizer algo sobre estarmos na frente sendo que não estávamos lá quando a pessoa chegou.
  - deixa pra lá, são as mesmas embustes do último show em São Paulo.
  - Deixa pra lá porra nenhuma. – Virou e respondeu para a menina. – Eu cheguei aqui as cinco e meia da manhã para garantir o meu número, na próxima chega antes bebê.
  - Eu cheguei às sete e você não estava aqui!
  - É por isso que existem os números, eu peguei meu número e fui para casa descansar.
  A menina respondeu alguma coisa que não deu para entender, só vi a dando risada e voltando para o nosso lugar o Danny saiu dando as recomendações a serem seguidas e liberou a entrada da nossa fila.
  O nosso pizza era após o show então saímos correndo com os braços dados eu, a Lari, a e a e garantimos nosso meio do palco, o show foi incrível melhor do que os últimos shows ganhando até mesmo do Rio, tocaram astronaut e pude ver o David me olhando e sorrindo, em seguida ele me entregou a palheta que estava usando, aquilo me fez surtar e desabar em choro, em Perfect a começou a chorar muito e acabou ganhando a palheta do Pierre, quando ele entregou ainda deu uma piscada para ela o que fez ela chorar mais ainda.
  Quando acabou o show eu e a já sabíamos onde seria o pizza e fomos direto pra lá a Lari e a nos seguiram, nós aproveitamos para passar no merch e ver se tinha algo interessante acabamos comprando uma camiseta da tour especial do Brasil que não tinha nos outros shows.
  A entrada para o pizza foi liberada eu fui direto pegar algo pra beber, afinal depois de berrar e chorar tanto no show eu estava sentindo minha garganta seca peguei um pedaço de pizza, uma coca e fui sentar nos bancos que tinham por ali a sentou do meu lado segurando dois pedaços de pizza como se fossem um sanduíche.
  - Haja fome heim? – Falei brincando com ela.
  - Me deixa! Você viu a Lídia ali? – Ela falou apontando com a pizza.
  - Vi desde a fila, que que tem?
  - Tem que ela tá falando que foi ela quem saiu com o David na costa. – Ela falou rindo. – coitada.
  - Claro que foi ela, como você não lembra? – Falei irônica e rindo tanto quanto a - Como você não lembra , deu até para ver que eles se pegaram e no final eles saíram até abraçados do bar...
  Então os meninos entraram cortando minha conversa com a terminei de comer e fui tirar foto com eles, dessa vez fui primeiro no David a estava na fila já então furei a fila para irmos juntas.
  - só ouve o que elas tão falando atrás da gente.
  - Que que tem? – Falei prestando atenção na conversa das meninas de trás e ouvi uma delas falando que tinha saído com o David em Assunção. – Deixa ela viver em uma ilusão de que isso aconteceu e se decepcionar vendo ele me chamar para sair agora.
  Demos risada da conversa das meninas e ficamos conversando sobre o pizza e o que iríamos fazer depois do show até a nossa hora de tirar a foto, a me empurrou para ir na frente dela eu tropecei no que eu acredito que foram só meus pensamentos e quase fui pro chão com o David.
  - Ta tudo bem? – Ele falou rindo enquanto segurava firmemente minha cintura.
  - Ta sim – Falei olhando para ele e sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas e minha respiração falhar. – Bom, autografa isso para mim? – Falei dando um passo para trás e estendendo a mão com um papel pequeno, o crachá do pizza party e um pôster.
  - Menina, é o seu quinto show e ainda tem coisa para a gente autografar? – Ele falou sorrindo.
  - Claro, inclusive tem outros pôsteres mas esse é o que eu mais gosto.
  Ele autografou tudo e me entregou de volta na hora da foto inesperadamente ele me pegou no colo pra fazer uma pose diferente, quando me colocou no chão de novo abracei ele e fiquei próxima esperando a .
  - Te vejo no bar? – Ele falou um pouco alto olhando para mim antes da cumprimentar ele.
  - Acredito que sim. – respondi sorrindo.
  Então quando a chegou nos entreolhando e demos risada, na fila do Pierre encontramos a e furamos fila de novo pegamos os autógrafos e tiramos foto.
  - Eu achei que você não ia andar na fila nunca, estava deixando as pessoas passarem na frente. – Pierre deu risada assim que a parou na frente dele.
  - Ah para com isso. – ela gargalhou enquanto entregava para ele um pôster. – Autografa para mim?
  - Claro! – ele pegou o pôster e rapidamente autografou. – Vocês desenterram umas coisas as vezes. – ele analisou o pôster rapidamente e depois devolveu.
  Quando ela foi tirar foto com ele, ele beijou a bochecha dela e eu rapidamente bati a foto, que por sinal tinha ficado a coisa mais fofa possívelm depois dela eu tirei foto com ele e em seguida foi a , de lá nós fomos até a fila do Jeff, foi onde notei que eu estava mais nervosa que o esperado, quando chegou minha vez dei as coisas para ele autografar e por algum motivo desconhecido não consegui conversar muito com ele, depois de ter passado em todos os meninos eu sentei no banco esperando o Chady falar sobre a foto em grupo foi então que a Lídia sentou do meu lado e começamos a conversar, no meio da conversa ela falou que tinha ido para o bar com eles em Assunção e tinha ficado com o David, eu logicamente dei trela pra história pra ver até onde ela ia inventar essas coisas, afinal eu sabia que tinha sido eu que tinha ido para o bar com eles naquela noite.
  - Sério que tudo isso aconteceu Lídia?
  - Sim, foi uma noite incrível!
  - Engraçado que eu estava nesse show e me lembro perfeitamente de você ter ido, tirado a foto com eles e ido embora, totalmente o oposto do que você está me falando, já que você diz que ficou lá depois da foto individual com eles. Que nem hoje o David me chamou, se for verdade te encontro no bar.
  - Não, é que eu esperei eles na saída dos carros.
  - Sei, bom essa história não cola comigo tá, mas se quiser pode contar para os outros fãs que tem aqui no pizza. – Falei seca. – Se me dá licença preciso falar uma coisa com o David.
  Me levantei e fui em direção ao David que por um milagre estava sem fila nenhuma, não falei nada pra ele apenas o abracei forte e ele logicamente retribuiu o abraço na mesma intensidade.
  - Ta tudo bem ?
  - Ta sim – falei olhando para ele e soltando o abraço – Só cansei de fã criando histórias e contando para todo mundo como se tivesse acontecido.
  - Releva que é melhor
  Ele me deu um beijo na testa e o Chady chamou todos para tirar a foto em grupo, depois eles foram posicionados em um lugar para tirarmos a foto individual com eles, eu peguei a fila junto com a Lari, a e a na fila contei tudo o que a Lídia estava falando pra elas.
  - Deixa ela sonhar, quem viveu aquilo foi você e não ela. – A Lari falou tentando me reconfortar.
  - Eu sei, mas me irrita quando embuste que faz isso.
  - Bom, é melhor você se controlar hoje no bar por que ela vai estar lá. – A falou meio brava olhando pra mim. – Ela teve a cara de pau de perguntar pro Jeff qual bar eles iriam depois do show e ele falou.
  Me limitei apenas a bufar e cruzar os braços, a fila foi indo até que rápido e logo chegou nossa vez a Lari e a foram antes, na minha vez eu estava sem nenhuma ideia de foto diferente afinal era o quinto show que eu estava indo, pedi uma foto normal com eles tirei a foto e esperei a em um canto do lado da saída.
  - , a gente vai com eles ou encontramos eles lá?
  - O Pierre falou para irmos todos juntos.
  - Ai meu senhor, tá bom.
  Cruzei os braços e ficamos ali esperando eles terminarem as fotos para irmos para o bar quando finalmente o último fã saiu fomos para o bar, eu bebi bastante e dancei junto com as meninas e conversei bastante com o Danny e o Chris, nessa conversa com eles acabei descobrindo que tinha uma menina que estava dando em cima do Jeff há algum tempo e inclusive ela estava ali.
  Então resolvi ir ver quem era a tal menina por mais que eu já imaginasse, quando encontrei o Jeff ele estava sentado nas cadeiras do bar tentando sair da conversa da Lídia, eu me aproximei e assim que ele me viu passou a mão pela minha cintura e me puxou para perto dele.
  - Jeff!
  - Que foi? Só estou te dando um abraço. – Ele falou sorrindo. – Vamos dar uma volta?
  Eu concordei entendendo o olhar de desespero dele e saímos dali, ficamos algum tempo sentados em um canto conversando enão ele se aproximou e selou nossos lábios, eu fiquei em um impasse de se eu interrompia ou se eu deixava rolar, decidi deixar rolar e ficamos ali por um tempo, então o beijo começou a se intensificar a mão dele que estava na minha cintura subiu para a minha nuca e senti minhas costas ficarem arrepiadas, naquele decidi que era melhor interromper a situação, não que eu não quisesse continuar mas definitivamente o bar não seria o melhor lugar.
  - Jeff, aqui não é o melhor lugar...
  - Realmente... – Ele respondeu e sorriu. – Podemos fazer isso depois em um lugar mais confortável.
  Me levantei enquanto sentia meu rosto corar e fui voltar para o bar no caminho vejo duas pessoas se beijando só que não consegui identificar quem exatamente era, entrei de volta no bar e fui procurar a para contar o que tinha acontecido a encontrei sentada em uma mesa de alguns desconhecidos ligeiramente alterada.
  - RENATA! – Gritei. – Eu preciso urgentemente falar com você! - Então ela me seguiu até um canto onde contei que havia ficado com o Jeff.
  - Caralho! E aí? Como foi?
  - Sensacional bixa, que pegada aquele homem tem.
  - Ah a pediu pra avisar que ela ia falar com o Chuck
  - Pera, a e o Chuck...
  - Sim ficamos! – A falou chegando meio chocada.
  - Ae caralho! E como foi?
  - Sensacional! É melhor ainda pensar que o Mozão tem meu número agora!
  - Aí sim ! Eu peguei o Jeff...
  - Ué mas não estava ficando com o David?
  - Estava mas não temos nada sério ué...
  Ficamos ali fofocando durante um tempo e voltamos para onde estava todo mundo foi quando eu vi o David ficando com outra menina.
  - Ó lá , acho que ele compartilha do meu pensamento. – Falei cutucando a e apontando para um canto.
  Demos risada e fomos aproveitar a noite entre idas e vindas para buscar bebida o David me puxou de canto.
  - Você ficou com o Jeff?
  - Sim, por que?
  - Para saber, então estamos na mesma vibe. – Ele falou em tom de alívio.
  - Como assim?
  - Ué estamos ficando, mas não temos nada sério, então nós podemos ficar com outras pessoas.
  - Exatamente!
  Ele sorriu e me abraçou, então voltamos para onde estavam todos eu fui em direção as meninas que estavam sentadas em uma mesa conversando.
  Passou algumas horas e resolvemos que era melhor ir para casa porque a situação estava ficando meio crítica, chamamos os meninos para continuar a beber em casa e eles toparam na hora, fomos a pé afinal morávamos em uma das ruas paralelas da paulista e o bar que estávamos era na Paulista, quando chegamos em casa eu fui direto tomar um banho me ajeitei e voltei para a sala que era onde estavam todos.
  A noite foi passando e cada um foi cada um se ajeitando em um canto para dormir chamei o David para dormir comigo no quarto, a chamou o Pierre para ir pro quarto também assim todos poderiam dormir confortáveis.
  No dia seguinte acordei razoavelmente cedo, rolei na cama e vi ele dormindo ainda, me levantei em silêncio com um surto interno por ele estar ali na minha cama e fui fazer café, quando cheguei na cozinha a Lari e a estavam fofocando sobre a noite anterior, o restante das pessoas ainda estavam dormindo.
  - E aí ? O que rolou de noite?
  - Nada, apenas dormimos
  - Não, você tá me zuando? – A falou indignada
  - Não gente, é sério!
  - Caralho, como ele é sem iniciativa! – A falou indignada.
  - Olha isso é uma triste realidade, vocês querem café meninas?
  Tomamos café e ficamos conversando ali até o pessoal começar a levantar eles acordaram tomaram café e tiveram que ir embora, afinal o próximo show que seria em Belo Horizonte seria no dia seguinte e eles iriam embarcar naquela tarde. Depois deles irem embora ficamos as quatro sentadas no sofá conversando sobre os acontecimentos.
  - Gente, tenho que contar que fiquei com o David ontem. – A Lari falou ficando corada. – Desculpa ...
  - Desculpa nada menina! Não tenho nada com ele, fora que eu fiquei com o Jeff então veja...
  - Bom, aconteceram coisas ontem com o Pierre... – A falou dando um gole no café.
  - Coisas? Tipo vocês transaram?
  - É né!
  - Alguém tinha que aproveitar, por que olha entre eu e o David não aconteceu nada.
  - Bom, entre eu e o Chuck rolaram algumas preliminares... – A falou ficando corada.
  - Menina, sério? – Falei enquanto tomava um gole de café.
  - Sério, eu ainda não acredito que isso aconteceu...
  Então o interfone tocou atrapalhando nossa conversa eram meus pais que iam buscar o Bug para ficar com eles de novo, eu e a descemos com o Bug entregamos para eles e nos despedimos, quando subimos que nós nos demos conta que tínhamos que ir pro aeroporto o nosso vôo seria no final da tarde também.
  Arrumamos as malas e fomos para o aeroporto mas dessa vez não éramos só em duas, a foi com a gente também então o vôo até Belo Horizonte que era curto ficou mais curto ainda, ficamos conversando as uma hora e meia de vôo.

6- Belo Horizonte

  Finalmente desembarcamos em solo mineiro pegamos as malas e fomos dar entrada no hotel que iriamos ficar e em seguida fomos procurar algum lugar para almoçar, o problema é que era uma caminhada até o restaurante que tínhamos decidido ir.
  - Ô SOL VÊ SE NÃO ME ESQUECE E ME ILUMINA, PRECISO DE VOCÊ AQUI!!
  - , para de cantar essa música, não aguento mais, sério.
  - Ah qual é ), quem sabe o sol me ouve e aparece amanhã para o show! Por que hoje já me conformei que vai ficar esse tempo feio e sem sol. – Ela olhou para o céu nublado.
  - Ai meu senhor, é que não aguento mais ouvir... estamos chegando já? – Perguntei sentindo minha barriga roncar.
  - Estamos sim nega, relaxa que já é ali na frente.
  Chegamos no restaurante depois de uma caminhada de alguns quarteirões, era um daqueles restaurantes de o prato sair por 14 reais independente do peso, eu obviamente com fome fiquei super contente e fui me servir enchi o prato com arroz, feijão, salada e alguma carne que não sei exatamente o que era.
  Sentamos em uma mesa perto de uma janela e começamos a conversar então eu reparei nas pessoas que estavam sentadas ao redor e grande parte usavam camisetas com o escrito Simple Plan nelas.
  - a gente tá perto do hotel? Ou do Music Hall?
  - Estamos perto do hotel nega, lembra que a gente combinou de depois do almoço passar lá?
  - Ah é? Não lembrava não mas ok vamos passar lá então. – Falei ainda forçando a memória.
  - Você não lembra por que estava meio ocupada quando combinamos isso. – Falou a sarcástica. – Estava perdida pelo bar com um careca.
  - Ah fez sentido! Mas vamos, a gente aproveita pra pedir uma carona pro show de amanhã.
  Dei risada e me levantei da mesa para acompanhar as meninas até o hotel e como de costume já haviam muitos fãs esperando para ver eles, me sentei na calçada pra esperar eles descerem e terminar de tomar minha coca cola, as meninas sentaram do meu lado. Logo a gente ouviu uma gritaria vindo da porta do hotel nos levantamos para olhar, eram os meninos que tinham saído pra tirar fotos e dar autógrafos então nos juntamos a multidão.
  - Escuta o que vocês estão fazendo aqui? Já não tiraram fotos demais com eles durante a tour? – Uma menina falou se aproximando da gente.
  - Tem limite pra encontrar os ídolos agora gata?
  - Deixa ela , bora lá encontrar eles. – Falei indo em direção a entrada do hotel. – Gente assim não merece nem resposta.
  Fomos para a entrada do lugar e logo fomos atendidas por eles que nos receberam de braços abertos e com um enorme sorriso como sempre, tiramos nossas fotos e saímos da multidão então me dei conta que a tinha sumido, fui atrás dela depois de olhar todos os cantos onde tinham fãs e a vi sair da entrada principal e vir na minha direção.
  - , eles chamaram a gente para vir no hotel beber hoje à noite, que você acha?
  - Por mim fechou! Bora avisar a .
  Fomos até onde a estava para passar as informações, ela ficou empolgada com a ideia de irmos no hotel de noite. Passamos a tarde passeando pelo centro da cidade, fomos em lugares como a lagoa da Pampulha, a praça da liberdade, o mercado central que me lembrou muito o mercado municipal de São Paulo, para finalizar fomos na praça do papa, depois fomos para o Hostel para tomarmos banho e nos arrumarmos pra ir no hotel.
  - Meninas vamos! A gente vai se atrasar!
  - Que? Tem horário certo pra ir para lá e ninguém me avisou? – Falei meio surtada.
  - Não né criatura, só que chegar lá muito tarde não dá.
  - Ok, vamos. Tá pronta ? – Perguntei entrando no quarto dela. – Mas gente que aconteceu aqui? Passou um furacão? – Falei rindo da bagunça.
  - Não estou encontrando a roupa que eu quero usar. Me dá meia hora?
  - Tá bom.
  Sai do quarto rindo e fui atrás da , que estava sentada no refeitório tomando café e conversando com algumas pessoas, me sentei ali e peguei uma xícara de café, não demorou muito a desceu e fomos para o hotel.
  Quando chegamos percebi que ainda tinham alguns fãs ali na entrada, contornamos eles e entramos no hotel, os meninos tinham falado para a que era para esperar no lobby então sentei em uma poltrona vermelha de veludo que tinha por ali e fiquei observando o lugar, os meninos desceram e fomos até o lado de fora do hotel que tinha uma área aberta com algumas palmeiras, umas mesas de madeira espalhadas e um bar, ficamos ali até umas três da manhã então me dei conta que a já havia sumido fazia um tempo.
  - Jeff, você viu a ?
  - A professora? O Chuck foi com ela até o quarto, por que?
  - Para saber, por que ela sumiu e só me dei conta agora.
  - Bom, eles foram faz um tempo já.
  A chegou interrompendo a conversa falando alguma coisa incompreensível, ela estava visivelmente bêbada mas tenho minhas dúvidas se não entendi o que ela falou por causa do nível de bebida no organismo dela, ou se foi efeito de ter falado com o Jeff.
  - fala de novo que eu não entendi.
  - , o Bouvier me chamou para ficar aqui e dormir com ele... – Ela repetiu a frase.
  - E você respondeu...?
  - O que você acha? Obviamente respondi que sim! Vocês estavam conversando? – Ela falou olhando pro Jeff e para mim e se tocou que estava interrompendo a conversa. – Desculpa!
  - Magina! Eu só estava perguntando para ele se ele viu a .
  - Ela não te avisou que ia ir para o quarto do Chuck? – A falou colocando o copo na bancada com um pouco mais de força que o necessário.
  - Não, quer dizer se avisou, não lembro eu estava conversando com o David.
  - Ih tá desinformada heim!?
  Ela saiu rindo para ir falar com o Pierre eu fiquei ali conversando com o Jeff e com o David que chegou logo que a saiu, o Jeff não demorou muito para sair dali e ir falar com o Seb que estava sentado em um canto com um copo de caipirinha em uma mão e o celular na outra.
  - Então, sua amiga e sua irmã vão ficar por aqui mas e você? Quais são seus planos?
  - Ah sei lá, chamar um Uber e ir para o hostel? – Falei rindo. – Brincadeira, não sei mesmo...
  - Bom, se quiser dormir no meu quarto vou ficar sozinho essa noite.
  - Ah pode ser. – Respondi sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas.
  Ele sorriu, me deu um selinho e me abraçou, ficamos ali um tempo conversando sinceramente tudo o que eu queria era que o tempo parasse para eu poder curtir mais aquele momento, meus pensamentos me levaram para quando aquela tour acabasse, o quanto eu ia sentir falta deles, dos shows, das conversas, dos abraços, de ter a certeza que eles iriam me reconhecer, enfim de tudo e aparentemente, o David também estava pensando nisso.
  - Sabe, eu estava pensando, quando a gente for embora vou sentir saudades... - Ele deu um espaço entre a gente para poder me olhar. – Mas não quero perder o contato com você, ah e sua amiga tá chegando, te vejo mais tarde. – Ele falou olhando para atrás de mim me deu um selinho e foi falar com o Chuck.
  - ! Você não sabe, eu... O Chuck... – A falou sem conseguir organizar as ideias.
  - calma, você foi para o quarto com o Chuck, certo?
  - É e lá aconteceram umas coisas que eu nunca imaginei que pudessem acontecer... – notei o rosto dela ficando completamente vermelho.
  - Ok, me conta o que aconteceu... – Disse entregando um copo de caipirinha para ela.
  - A gente...
  - Vocês transaram ué, uma coisa natural. – a disse interrompendo a . – Inclusive, todas nós fomos chamadas pra ficar no hotel essa noite, né?
  - O Chuck me chamou.
  - É, o David me chamou.
  - Ótimo, não temos que nos preocupar em marcar ponto de encontro fora daqui, eu vou dormir com o Pierre, de novo.
  - , continua contando. – Falei olha do pra ela.
  - Então a acertou, a gente transou, foi tudo tão maravilhoso!
  - Ah mana que bom!
  A noite foi passando e quando me dei conta eu já estava no quarto do David, ele estava tomando banho enquanto eu estava sentada esperando de próxima para entrar no chuveiro, ele saiu do banheiro só com a toalha enrolada na cintura eu me levantei para entrar no banho.
  Quando eu estava chegando perto da porta do banheiro ele me segurou pela cintura e falou algo que não entendi muito bem baixinho na minha orelha, me virou, me pegou no colo e me beijou, ele segurava com força minhas coxas eu senti um arrepio subir pela minha coluna enquanto me levava até a cama, minhas mãos estavam passando pelas suas costas o arranhando levemente, eu podia sentir sua pele ficando arrepiada enquanto ele beijava meu pescoço, tirava minha calça e minha camisa com certa ansiedade, os beijos que estavam no pescoço agora estavam descendo, eu segurava seus cabelos enquanto sentia meu corpo levemente trêmulo e sentindo sua respiração cada vez mais próxima, eu queria aquilo tanto quanto ele então ele parou.
  - , acho que temos um problema – ele falou sério olhando para mim.
  - Que foi? É tão importante assim para parar na metade?
  - Então, eu não estou encontrando a camisinha.
  - Eu tenho uma na bolsa – Falei ofegante me sentando, pegando a camisinha e entregando pra ele.
  Ele a colocou e voltamos a nos beijar e novamente as mãos dele passaram pelo meu corpo, eu voltei a arranhar levemente suas costas, ali aconteceu tudo e foi tão bom que parecia até que eu estava sonhando, depois que terminamos eu fui tomar meu banho enquanto ele ficou deitado na cama, depois do banho desci para tomar um ar e encontrei a com uma expressão mista de felicidade e tristeza no rosto.
  - Que houve ? – falei sentando do lado dela.
  - To feliz porém tô meio chateada.
  - Por que?
  - Ah , tá sendo tão maravilhoso sabe? Parece até um sonho ter acontecido tudo que aconteceu entre eu e o Chuck, mas às vezes vem um pensamento chato na cabeça, e depois que acabar a tour?
  - , eu não quero nem pensar nisso.
  - Pensar no que ? – a disse chegando de repente e sentando do meu lado.
  - Em como vai ser essa depressão pós show, por que olha, cada coisa que tá acontecendo...
  - Pera, você e o David... – a não conseguiu terminar a frase por que a interrompi.
  - Sim, finalmente nós transamos.
  - E aí menina como foi? Ele é mesmo tudo aquilo que as fãs dizem? – A perguntou curiosa.
  - Não – Falei tentando esconder um sorriso. – É melhor! E você ? Como foi com o Chuck?
  - Simplesmente MARAVILHOSO! Parece até que foi um sonho cara, ele sabia todos meus pontos fracos!
  - Que sensacional cara! Mas , você tá aqui em baixo por que? – Falei curiosa olhando pra ela.
  - Manas, vocês não tem noção essa vez foi melhor que a última cara!
  Ficamos ali conversando sobre os acontecimentos da noite durante um tempo, quando eu subi de volta para o quarto o David estava sentado na cama com uma caixa de chocolate assistindo TV, me sentei do lado dele peguei um chocolate e ficamos ali conversando e assistindo TV até que adormecemos.
  No dia seguinte acordei assustada por causa do horário e ele não estava no quarto, me troquei e desci para esperar as meninas afinal o show seria naquela noite, a gente tinha que ir para a fila para garantir nossa grade, então a me ligou avisando que elas estavam no restaurante fui até lá e elas estavam sentadas junto com os meninos.
  - Bom dia flor do dia! Bora comer para ir para a fila. – A disse sorrindo.
  - Bom dia, vou pegar algo para comer e depois vamos, se não a gente não pega grade!
  Fui até o self-service, peguei algumas coisas para comer e me sentei na mesa depois de termos comido saímos do hotel para esperar um táxi que a tinha chamado, no caminho entre a porta de entrada do hotel e a calçada uma fã começou a berrar com a .
  - SUA DESTRUIDORA DE LARES! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA PASSAR A NOITE COM O PIERRE?
  - Bom se for para você parar de gritar e soltar meu cabelo, concordo com você que sou uma destruidora de lares. – a falou irônica tentando tirar a mão da menina do cabelo dela.
  - Ô doida, larga minha irmã! – berrei enquanto dava uns tapinhas na mão da menina que logo soltou o cabelo da .
  - SUA LOUCA EU VOU TE MATAR POR TER DESTRUÍDO UMA FAMÍLIA!
  - Ah meu jesus, a menina não vai parar não? – falei saindo para um canto onde não tinha ninguém.
  A menina foi para cima da que em uma fração de segundos puxou a parte das costas da camiseta da menina e colocou na cabeça dela deixando a menina presa e sem saber o que fazer.
  - Agora para de surtar que já tá feio, se te interessa, eles logo tão saindo pra atender os fãs. – a disse empurrando a menina pra longe e saindo andando. – Vamos? Antes que essa louca venha de novo atrás de mim?
  - Bora, o táxi já tá aqui inclusive. – a falou abrindo a porta do carro e entrando. – Menina o que foi aquilo?
  - Uma louca que veio tirar satisfações comigo por que passei a noite com o Pierre, me chamou até de destruidora de lares.
  - Bom, acho que depois dessa tour, muitos fãs vão nos odiar cara. – falei olhando pela janela.
  Chegamos no Music Hall a fila do pizza já estava sendo numerada e tava lá pelo número 30, pegamos nossos números e ficamos por ali esperando o show, ouvimos uns comentários na fila como “Ficaram sabendo que tinham três meninas no hotel com eles ontem?” e outros como “Nossa mas será mesmo que os meninos ficaram amigos daquelas duas que se passaram de camareiras? Disseram que em São Paulo elas estavam no show também...” demos risada daquela situação toda e nos acomodamos nos nossos lugares.
  Então os portões foram abertos nós corremos e garantimos nossa grade, como de costume ficamos no meio do palco, o show foi incrível dessa vez não conseguimos pegar nenhuma palheta ou baqueta, mas tudo bem afinal já tínhamos uma certa coleção por causa dos outros shows e as que faltavam eu ainda iria poder pedir para eles depois, o pizza também foi bem tranquilo tiramos fotos com eles e a foto em conjunto, pegamos nossos posters e voltamos para o Hostel.
  Nós três estávamos torcendo para estar tudo em ordem quando chegássemos no hostel, quando o carro parou na frente entramos e fomos direto para o quarto, foi quando vimos que estava tudo como tínhamos deixado, suspiramos de alívio afina,l sem pensar muito havíamos deixado tudo ali depois de estarmos mais tranquilas fomos jantar ali no hostel mesmo, onde descobrimos que estava tendo uma espécie de lual, obviamente ficamos ali durante um tempo até que o cansaço começou a nos vencer então fomos dormir.
  No dia seguinte acordei antes das meninas resolvi acordar elas para podermos tomar café para irmos ao aeroporto embarcar para Curitiba, até então não tinha nenhuma mensagem de nenhum deles nos nossos celulares, a foi a única de nós três que recebeu uma mensagem minutos antes de embarcar.

“See you in Curitiba”

7- Curitiba

  No aeroporto enquanto esperávamos para pegar nossas malas, eu olhei o celular e vi uma mensagem da Lari falando que já estava no Hotel que iríamos ficar nos esperando, a olhava para todos os lados para ver se encontrava um dos meninos, por mais que a gente soubesse que eles só iriam chegar a noite.
  Quando chegamos no hotel, encontramos a Lari no lobby sentada no sofá e acenei para ela, fomos fazer o check in deixamos as coisas no quarto, fomos passear pela cidade fomos em lugares como o jardim botânico e a rua das flores.
  - Gente, quero saber o que aconteceu em BH, por que os boatos que tão rodando é que três meninas dormiram com eles no hotel.
  - É então né, fomos nós três. – respondi sorrindo. – E mana, foi maravilhoso! Você precisava estar lá com a gente, sério!
  - Espera, a com certeza dormiu com o Pierre, a com o Chuck, e você quem foi? O Jeff ou o David?
  - O David, óbvio né. – a falou e deu risada. – Eles finalmente transaram!
  - SÉRIO? Caralho! Me conta, como foi?
  - Mana foi sensacional! Não tem nem como descrever, só foi maravilhoso.
  Terminamos nosso passeio sentadas em um barzinho tomando uma cerveja na rua das flores enquanto terminávamos de contar tudo para a Lari, aquele lugar era simplesmente incrível depois voltamos para o hotel, o que não sabíamos é que o hotel que estávamos era o mesmo dos meninos.
  Quando chegamos encontramos uma legião de fãs na entrada do hotel esperando ansiosamente pelos meninos para pegar autógrafos tirar fotos e tudo mais, contornamos os fãs e depois de comprovar para os seguranças da banda que estávamos hospedadas lá conseguimos entrar no hotel, para a raiva de muita gente que estava berrando na entrada.
  - , você estava sabendo disso? – Falei assim que entramos e ficamos mais distantes dos gritos.
  - Não fazia nem ideia , eles te falaram algo? Lari?
  - Para mim o Chuck não falou nada.
  - Olha, eu não sabia qual hotel eles iam ficar até agora. – A Lari respondeu balançando negativamente a cabeça. – Mas sinceramente, estou feliz da gente estar no mesmo hotel que eles.
  - Acho que todas estamos. – A falou empolgada. – Poder ver Mozão sem sair do hotel ou ter que entrar em algum hotel vai ser lindo!
  Eu resolvi subir para o quarto então fui em direção ao elevador, afinal nosso quarto ficava no 4° andar e como eu sou a preguiça em pessoa, me recusei a subir de escada o elevador chegou e eu entrei sem nem ver se tinha alguém dentro só me dei conta que tinha alguém quando a porta se fechou ele falou atrás de mim, eu suspirei e apoiei na parede do elevador tentando relaxar um pouco.
  - Oi pra você também ! – O careca falou sorrindo.
  - Oi Jeff! – Falei virando bruscamente na direção da voz. – Não sabia que vocês já tinham chegado.
  - Chegamos não faz muito tempo, vocês estão hospedadas aqui? – Ele perguntou se aproximando para me dar um beijo no rosto.
  -Sim... – Falei sentindo minha respiração falhar e dei um passo para trás quase que inconscientemente. – Vocês estão em qual andar?
  - Quinto, não vou nem perguntar o de vocês por que já sei. – Ele apontou para o botão com o número quatro apertado do elevador e sorriu. – O David tem te mandado mensagens?
  - Nenhuma até agora, mas também deixa para lá, nem comenta que me encontrou.
  Me virei e sai do elevador parei no meio do corredor encostei na parede com papel de parede bege, apertei levemente minhas têmporas e olhei para o chão e logo veio a pergunta na cabeça “O que caralhas estava acontecendo!?” Eu odeio esses joguinhos inúteis que eles estão fazendo então senti uma mão acariciando meu rosto eu respirei fundo torcendo para que não fosse o Jeff e levantei o rosto logicamente eu estava errada ele tinha saído do elevador atrás de mim e eu não tinha visto.
  - Que houve ?
  - Nada Jeff – Falei suspirando.
  - Se fosse nada você não iria suspirar assim
  - Assim como Jeff?
  - Triste, pareceu um suspiro de tristeza, tem certeza que não quer falar?
  Eu não falei nada só o abracei foi um abraço forte de quem está procurando segurança e conforto ele retribuiu o abraço na mesma intensidade, eu escondi meu rosto no peitoral dele e suspirei de novo, pude sentir lágrimas querendo escorrer pelo meu rosto mas tentei a todo custo segurar o choro.
  - Por que ele não me mandou nem uma mensagem? Por que ele tinha que ser esse tipo de cara? Por que raios eu me iludi achando que ele seria diferente? – Falei sem soltar o abraço apenas virando o rosto de lado.
  - Ei, para de sofrer por ele, isso não vale a pena, é sério. – Ele falou acariciando meu cabelo, o abraço com a junção dele acariciar meu cabelo estava extremamente reconfortante. – Ele sempre foi assim e não acho que vá mudar tão cedo, eu quis te avisar mas o Chuck falou pra eu não me meter.
  - Então por que ele foi fofo todas as vezes que a gente trocou mensagem Jeff? É isso que eu não entendo, eu não sou o tipo de mina que se apega fácil as pessoas ou que cria esperanças, podia ter avisado Jeff.
  Voltei a esconder o rosto e apertei mais o abraço deixando as lágrimas rolarem silenciosamente pelo meu rosto, ficamos ali abraçados apenas compartilhando o silêncio, a sensação que eu estava sentindo era tão boa que eu não queria ter que sair daquele abraço nunca.
  - , eu tenho que ir atender os fãs. – Ele falou meio chateado quebrando o silêncio. – Mas me promete que vai ficar bem.
  - Prometo sim Jeff, não vou ficar mal por causa de embustes. – Falei olhando para ele ainda abraçada.
  - Não chora , para com isso. – Ele limpou as lágrimas do meu rosto e me encarou momentaneamente.
  - Prometo tentar.
  Ele sorriu em resposta, me deu um beijo na bochecha e foi em direção ao elevador, eu entrei no quarto e me sentei na cama, tentei me desligar um pouco dos pensamentos e lembranças que passavam na minha mente, acabei adormecendo acordei cerca de duas horas depois com meu celular tocando, quando peguei para atender ele tinha parado de tocar a tela mostrava uma ligação perdida do David e uma mensagem dele que dizia
  “Me encontra no terraço, fica na cobertura do hotel.
  Antes de ir até lá, tomei um banho e desci para o lobby atrás das meninas e encontrei a sentada do lado da conversando, me sentei do lado delas e contei tudo o que tinha acontecido.
  - Jeff sendo o homão da porra que ele é, como sempre né. – A falou sorrindo
  - E aí Fernanda o que você vai fazer?
  - Eu vou até a cobertura pra me defender. – Respondi rindo pegando o gancho de músicas cantadas em excursões de colégio. – Gente, cadê a Lari?
  - Ela sumiu junto com o Danny e o Chris há um tempinho eles tinham falado que precisavam de ajuda em alguma coisa
  - Ok, vou lá meninas até depois.
  - Até. – Elas responderam em coro.
  Fui até o elevador que estava parado no térreo e apertei o botão escrito “CO” demorou alguns minutos até chegar no andar, esse tempo pra mim foi uma eternidade minha mente ficou criando os piores diálogos possíveis para se ter naquele momento, quando chegou no andar sai do elevado balançando negativamente a cabeça, ainda me perguntando o que eu estava fazendo ali, então eu o vi parado em um canto vestindo uma calça jeans skinny e uma camiseta preta observando a vista senti meu coração parar, naquele momento eu finalmente teria as respostas que eu precisava, ou pelo menos era o que eu esperava.
  - Hey estranho.
  - ! Você realmente veio!
  - Lógico, mas vim por uma simples razão. – Respondi olhando para o chão e cruzando os braços. – Quero saber o porquê você não me mandou um sinal de vida desde tudo que aconteceu! Achei que você não fosse ser esse tipo de cara babaca que transa com a mina e nem se preocupa depois, não achei que o cara que eu sou fã fosse desses até por que se eu soubesse eu não seria fã, mas também nem sei o que me surpreende tanto sua vida é completamente diferente da minha não é mesmo, cada hora está em um lugar rodeado de pessoas diferentes...
  -, me deixa explicar... – Ele falou dando um passo na minha direção e acariciando meu rosto.
  -Deixo, senão eu nem viria aqui. – Respondi dando um passo para trás. – Só que eu estou bem chateada então sem muito contato.
  - , eu não sou acostumado a situações que nem essa, eu não sei lidar com essas coisas é por isso que eu sou o solteiro da banda desde sempre, posso até ter uma namorada ou outra mas nunca durou muito por situações assim, eu realmente me esqueci de mandar mensagem, me desculpa.
  - Tá eu desculpo, mas ainda estou sentida pelo que aconteceu, logo mais passa, que isso não se repita, ok?
  Me virei e fui para o elevador eu não queria mais saber o que ele tinha para falar, mas ao mesmo tempo eu estava torcendo para ele me impedir de entrar no elevador falando qualquer coisa que fosse, como ele não falou nada entrei no elevador e desci até o quarto eu só queria me deitar e ficar lá, não queria falar com as meninas por que elas estavam curtindo com eles, não seria justo cortar a vibe delas.
  O elevador parou e eu desci sem nem olhar em qual andar estava, fui em direção ao quarto e por algum motivo que não fazia sentido a porta do quarto estava aberta, eu entrei sem olhar ao redor e me joguei na cama, eu só senti lágrimas escorrerem no meu rosto, lágrimas essas de decepção com meu ídolo, afinal era muito doído aquilo tudo, por mais que eu soubesse que não deveria projetar o homem ideal nele eu sabia que tinha projetado, apesar de estar chorando muito eu não emitia nenhum barulho.
  - tá tudo bem? – Uma voz conhecida vinha da direção de onde era o banheiro.
  - Sim – Respondi afundando mais o rosto no travesseiro. – O que você está fazendo aqui Jeff?
  - Então, eu ia te fazer essa pergunta, afinal você entrou no meu quarto.
  - Que seu quarto? – Falei assustada sentando na cama. – Ai caralho desci no andar errado, beleza Fernanda, tá de parabéns heim!?
  - calma, me fala o que aconteceu? Foi o David? – Ele falou de sentando perto de mim.
  Então respirei fundo e contei tudo para o Jeff, ele se levantou da cama para fechar a porta e se sentou de novo do meu lado me olhando atentamente enquanto eu falava, depois de desabafar tudo eu suspirei e olhei para meus pés que estavam balançando enquanto eu estava sentada na cama.
  - , lembra do que eu te falei mais cedo, não vale a pena. – Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – Como ele mesmo te disse, ele sempre faz isso.
  Ele me abraçou e ficamos ali durante um tempo até eu me acalmar, quando finalmente me acalmei ele pegou um refrigerante do frigobar e uns doces que tinham ali, colocou os doces na cama me entregou o refrigerante e ligou a tv à procura de algo divertido para assistir, acabamos assistindo hora de aventura que estava passando no Cartoon.
  - Sabe, parece que o Chuck está encantado pela professora.
  - Como assim?
  - Ah , ele nunca sai com fãs, do nada ele resolve até dormir com ela, isso não é comum vindo dele, é comum eu, o Pierre, o Seb e o David fazermos isso, o Chuck é sempre o certinho.
  - Ah pois me conte o que foi que ele te contou.
  - Que ele está curtindo o momento, por enquanto só isso.
  - Hm, interessante...
  - Espero que ele não esqueça que ela é fã.
  - E o que tem de mais?
  - Será que ela não se ilude?
  - A ? Acho que não Jeff, ela também é muito certinha.
  Depois de um tempo conversando e me divertindo com o Jeff mandei mensagem para a que me avisou que elas estavam com os meninos no bar do hotel e falou para a gente ir para lá.
  - se não quiser não precisamos ir, podemos ficar aqui. – Ele falou olhando a mensagem
  - Não, vamos vai ser divertido, vamos curtir um pouco. – Falei levantando da cama determinada.
  - Sabe que vai encontrar o David, né?
  - Eu sei, mas não posso me privar de fazer algo legal por causa dele, se não encontrar ele hoje eu o veria amanhã no show de qualquer jeito Jeff. – Me sentei ao lado dele e o olhei séria.
  - Faz sentido, deixa só eu me trocar e vamos.
  Então ele se levantou e tirou a camisa deixando à mostra aquele peitoral definido e eu senti meu rosto corar e foquei na televisão, ele viu que eu estava o observando de canto de olho enquanto se trocava e deu risada.
  - Você não presta – Ele falou ainda rindo
  - Eu!? Você que se troca na frente de uma fã e sou eu quem não presto!? – respondi rindo
  - Como se você fosse qualquer fã, já temos um nível de intimidade né! Vamos?
  - Vamos. – falei me levantando.
  Quando descemos o Pierre e a estavam em um canto se agarrando, a e o Chuck já como de costume estavam sumidos e a Lari estava em altos papos com o Seb, o David estava sentado em um canto e quando me viu chegando com o Jeff balançou a cabeça negativamente e foi para o bar, sinceramente eu não fazia idéia do motivo daquela reação, será que era ciúmes? Mas ciúmes do que sendo que foi ele quem cagou com tudo? O Jeff foi em direção ao David, eu me sentei em uma mesa sozinha e comecei a escrever no celular, logo a Lari e o Seb se juntaram a mim.
  - Que foi ? Você parece triste. – A Lari falou em tom preocupado.
  - Então, foi o David, não achei que ele fosse ser o nível de embuste que depois de transar com alguém não se dá ao trabalho de mandar mensagem.
  - , falou com ele? – O de olhos claros falou enquanto me observava.
  - Sim, conversei. - Então contei todo o diálogo que eu tinha tido com o David há algumas horas o Seb ficou sem saber o que falar.
  - Não deixa que ele estrague a sua viagem mana. – A Lari falou apoiando a mão sobre meu ombro. – São momentos inesquecíveis que você tá colecionando e que eu saiba você não tá procurando um romance.
  - Obrigada Lari, sério. – Eu a abracei.
  - , ele sempre foi assim não acho que vá mudar tão cedo, ele é uma pessoa completamente imprevisível, o Jeff quis te avisar sobre isso mas o Chuck o impediu falando que o David tem que aprender e que talvez você seja um aprendizado para ele. – O Seb falou me estendendo uma mão e eu logo retribui o gesto. – Mas não deixa ele te abalar, você é uma pessoa incrível e, como a Lari acabou de falar, colecione os momentos bons, lembranças boas, as ruins a gente esquece depois.
  - Obrigada Seb, significa muito ouvir isso vindo de você. – Falei sentindo meus olhos encherem de lágrimas.
  Me levantei para buscar bebida quando cheguei no bar ouvi por cima o Jeff falando com o David a conversa deles era sobre a pequena discussão que eu havia tido com o David, comprei minha bebida e voltei para a mesa ficamos horas conversando com o Seb sobre fãs, carreira e tudo mais, a e o Chuck chegaram e se juntaram a nós na mesa então notei que a queria falar algo.
  - O Lari, vamos pegar bebida comigo? – Falei me levantando e indo em direção ao bar. – o que houve?
  - Eu tô tipo chocada por tudo isso estar acontecendo
  - Chocada por que? Aproveita!
  - É que né!
  - Né o que? Nunca imaginou que isso aconteceria e de repente você tá aqui com a gente seguindo eles na tour e dormindo com o Chuck? E está com medo disso afetar o como ele te vê como fã. – Falei dando um gole na caipirinha. – Acho que já estou meio alterada, estou sendo sincera de mais.
  - É!
  - Ué e não é bom? – A Lari falou enquanto o barman entregava um copo pra ela.
  - Claro que é mas fico meio chocada, por que ele é casado né, fora a preocupação por parte de ser fã que nem a falou
  - Tá ele é casado, mas tem relacionamento aberto, para de achar problema e curte o momento, o como vai ser depois deixa pra se preocupar quando acabar a tour mana, aparentemente ele não faz muito isso, mas com você está sendo diferente.
  - Oi? Como você sabe disso?
  - Jeff me contou. – dei risada. – Bom, o importante é aproveitar ao máximo.
  Ficamos conversando sobre isso ali no bar durante um tempo, então a contou que o Chuck estava sendo super romântico com ela e ela não sabia como lidar com aquilo tudo vindo dele, demos alguns concelhos para ela e voltamos para a mesa, onde a e o Pierre já estavam sentados também.
  A noite passou em um piscar de olhos e quando me dei conta já estávamos no quarto conversando sobre o como estavam sendo maravilhosos aqueles momentos com os meninos.
  No dia seguinte acordei com uma mensagem “Bom dia <3” que o David me mandou, respondi meio seca apenas um bom dia, bloqueei o celular e fui me ajeitar para o show que seria naquele dia, iríamos fazer tudo como o figurino mandava, nós quatro tínhamos Main Event e Post Game então iríamos para a fila razoavelmente cedo.
  Desci com as meninas para almoçar antes de irmos para a casa de shows, entramos no restaurante e vimos os meninos sentados em uma mesa perto da janela pegamos nossos pratos e fomos para outra mesa, depois do almoço passamos no quarto pegamos as coisas e fomos para a casa de show.
  Na saída do hotel demos de cara com os meninos atendendo um amontoado de fãs que queriam fotos, autógrafos e se bobear, até a vida deles elas queriam, olhei para as meninas e demos risada da situação toda enquanto esperávamos o táxi uma menina veio grudou no braço da e a virou bruscamente.
  - Então é você a vadia que está saindo com o Chuck?
  - Menina, calma para que tanta violência? – A falou soltando o braço dela da mão da menina. – Mas se é o que você quer saber, sim sou eu mesma.
  - Mas você está saindo com ele e destruindo uma família linda, ele é casado e tem um filho, você vai fazer eles terminarem e vai conseguir conviver com esse peso na consciência?
  - Escuta querida, eu estou cagando para o que você falou, o que acontece entre quatro paredes fica entre quatro paredes. – Ela falou virando para se juntar a nós três
  - Escuta aqui vagabunda, se por sua causa o casamento dele acabar eu juro que vou atrás de você!
  - Vagabunda é a mãe! E para sua informação o casamento deles é bem forte okay?
  - vamos, o táxi chegou deixa essa hater falar sozinha, se fosse ela no seu lugar ela estaria se gabando até do que não aconteceu. – Falei acenando pra vir logo.
  Ela veio até a gente e entramos no táxi em meia hora chegamos onde ia ser o show, ficamos na fila durante a tarde, no cair da noite nossa entrada foi liberada e fomos levadas pelo Danny pra onde ia ser o Main Event.
  Chegamos no camarim e os meninos estavam fazendo aquecimento, o Jeff estava comendo e o Chuck treinando para o show quando ele viu a percebi que ele errou o ritmo, então parou de treinar e veio conversar com a gente.
  - Não sabia que vocês tinham main event meninas! – Ele falou sorrindo. – É sempre bom ver rostos conhecidos.
  - Temos o pizza também. – A falou enquanto o rosto dela corava.
  - Parece que temos bastante tempo pra conversar então. – Ele respondeu abrindo os braços para abraçar a que rapidamente correspondeu.
  - São tão fofinhos né – O Pierre falou apoiando o braço no meu ombro.
  - Sim, eu shippo o casal. – Falei abraçando ele pela cintura.
  - , tem alguém ali no canto que tá te encarando com uma expressão esquisita. – A falou apontando para onde o Jeff estava. – Por que não fala com ele?
  - E aí tá melhor? – Ele falou sorrindo e terminando de tirar uma foto com a menina que ele estava conversando antes.
  - Sim, obrigada por ontem. – Sorri de volta e o abracei. – Mas da próxima me avisa tá?
  - Pode deixar. – ele retribuiu o abraço. – Sua amiga parece bem feliz ali.
  - Seu amigo também. – comentei olhando para a e para o Chuck.
  - E você está curtindo mesmo?
  - Te prometo que sim Stinco. – dei um beijo na bochecha dele e vi que ele corou levemente.
  O Danny veio para levar a gente para onde iriamos ficar no palco, deu as recomendações típicas como não invadir o palco e coisas assim. Quando o show começou foi incrível ver aquele show de uma nova perspectiva, os meninos interagiram pouco com a gente mas foi maravilhoso, a ganhou uma baqueta do Chuck em mãos e depois do show eu, a , a Luh e a Lari fomos para o pizza.
  - Vou correr para a fila do Mozão! – A falou empolgada.
  - Vou com você ! – Falei dando uma mordida na pizza de calabresa.
  - Bom, vou na fila do Seb e você Lari? – A falou dando um gole no refrigerante e encarando a Lari esperando a resposta.
  - Vou no Jeff gente.
  Quando chegou nossa vez com o Chuck a me empurrou na frente dela, eu cai na gargalhada por que eu tinha certeza que poderiam se passar anos e a reação tanto minha quanto dela sempre seria a mesma, vergonha de falar com o favorito, eu tirei foto peguei o autógrafo e fiquei ali do lado esperando ela.
  - Você de novo! – Ele falou rindo.
  - Espero que você não se canse de olhar para mim...
  - Jamais vou me cansar, afinal quem se cansa de ver a sua maior fã?
  Ela sorriu e ficou com o rosto completamente vermelho, tirou foto pegou o autógrafo e fomos para a fila do Pierre encontrar a e a Lari.
  - Ai meu jesus tô sem ideia pra foto. – A falou meio afobada. – Pode ir primeiro vocês três.
  - Okay!
  - Ué tira uma foto com ele te segurando no colo, essa pose você ainda não tem com ele.
  - Boa! Quero nem ver o quão vermelha vou ficar nessa foto.
  Quando chegou a vez da ela nem precisou pedir pose, ele simplesmente pegou ela no colo e sorriu alegremente para a foto, depois dela tirei a foto com ele e fomos indo em um por um, no momento de tirar foto com o David eu estava meio nervosa por causa de tudo o que havia acontecido mas como era óbvio ele agiu naturalmente, fazendo eu agir naturalmente também, com o Jeff já foi mais divertido eu mal havia chego na fila dele e ele já estava me olhando e sorrindo sem prestar mais muita atenção nas pessoas que estavam na minha frente, quando chegou minha vez ele me abraçou e me deu um beijo na testa o que me fez corar imediatamente, a sendo a melhor pessoa do mundo tirou foto desse momento e eu pude ouvir alguns comentários que sinceramente não prestei atenção, depois disso fomos tirar a foto em grupo e a foto individual com eles, saímos do lugar meio separadas e como fui a primeira parei logo na saída esperando as meninas, foi a oportunidade perfeita para uma menina de cabelos longos e loiros vir falar comigo.
  - Achei lindo o gesto que o Jeff fez com você hoje!
  - Miga nem me fale, sinceramente fiquei surpresa.
  - Você é uma das meninas que está seguindo eles né?
  - Sim, por que?
  - Ouvi falar que você dormiu com o David, é verdade?
  - Bom... – Senti uma pontada de tristeza aparecer. – Aí é melhor perguntar para ele sobre, já que ele não gosta que divulgue coisas pessoais dele.
  - Eu perguntei e ele confirmou, só queria saber mesmo.
  - Nesse caso... – Vi a saindo sorridente de dentro da casa de show. – Sim, eu dormi com ele, sim foi maravilhoso se é isso que você quer ouvir.
  A menina sorriu e foi em direção ao grupo de amigas dela, logo a e a Lari saíram da casa de shows então voltamos para o hotel e eu capotei logo depois do banho afinal estava tudo tão corrido que eu estava exausta, no dia seguinte acordei com a me chamando por que estávamos quase atrasadas para ir pro aeroporto.
  Demos check out e fomos para o aeroporto pegar nosso vôo para Porto Alegre, entramos no avião conversando e dando risada sobre algumas situações como a da menina que tinha brigado com a , então antes de desligar meu celular fui checar as mensagens e me deparei com uma mensagem do Jeff.
  “Espero que tenha gostado do show, te vejo em Porto Alegre honey”
  Sem saber muito o que responder para ele só cutuquei as meninas e mostrei a mensagem, a sem perder tempo foi a primeira a se pronunciar.
  - Homão da porra ele.
  - Olha , eu no seu lugar mandava o outro se cuidar por que né! – A falou e deu risada.
  - Concordo com a ! - Dei risada do que elas falaram e respondi a mensagem.
  “Mal posso esperar.”
  Desliguei o celular, me ajeitei na cadeira, coloquei meus fones e fiquei olhando pela janela deixando minha mente vagar sobre todos os acontecidos, fiquei naquela posição até chegarmos em Porto Alegre.

08 - Porto Alegre

  Cerca de uma hora e meia de vôo a gente chegou em Porto Alegre, na área de desembarque eu vi de longe os meninos saindo, indo para onde tinha táxis seguidos por uma multidão de fãs, respirei aliviada por não ter que ver o David tão cedo.
  Peguei meu celular para ver se não haviam novas mensagens e assim como a e a me deparei com uma mensagem do Jeff falando.
  “Você não quer ficar no hotel com a gente? É o último show vamos curtir todos juntos”
  Quando fui mostrar para a e para a já que a Lari não pode ir com a gente para Porto Alegre, elas me mostraram mensagens que tinham recebido também, demos risada e fomos para o hotel onde os meninos estavam.
  Como de costume, quando chegamos no hotel já tinham muitos fãs na entrada, para não correr riscos de ninguém vir brigar com a gente de novo nós entramos pelo estacionamento, então mandei uma mensagem para o Jeff.
  “Qual quarto você está?”
  “É o 207, entra direto nem precisa falar na recepção.”
  Então fiz o que ele falou e fui direto para o elevador as meninas me seguiram sem questionar provavelmente elas também tinham recebido uma mensagem parecida, no caminho um funcionário do hotel nos parou.
  - Com licença, onde as senhoritas estão indo?
  - Para o quarto. – Falamos em coro.
  - Entendo, mas precisam se identificar na recepção por favor, são normas do hotel.
  Então nós três voltamos até a recepção e falamos os quartos que estávamos indo, depois de muito tempo e muitas ligações que a recepcionista fez eu já estava sinceramente cansada de ficar ali esperando eu vi o Chuck, Jeff e o Pierre saindo pelo elevador e vindo até a recepção.
  - Sim, elas estão autorizadas a subir, nós deixamos avisado hoje quando chegamos, deixamos inclusive os nomes registrados. – O Chuck falou olhando fixamente para a recepcionista.
  - Eu entendo senhor, mas como te falei no telefone não tem registro nenhum aqui.
  - Bom, tanto faz podemos subir agora? – O Pierre falou meio impaciente. – Já entregou o cartão da porta pra elas moça?
  - Calma Pierre! – O Jeff falou colocando a mão no ombro do amigo que apenas bufou. – Moça o que tá acontecendo? Por que tivemos que descer sendo que você telefonou para o quarto de cada um de nós e nós confirmamos que elas podiam subir.
  - Então senhor, eu preciso que vocês assinem isso. – A recepcionista entregou um papel para cada um deles. – É um termo falando que vocês solicitaram um cartão extra de acesso para o quarto.
  Enquanto eles tentavam resolver o que estava acontecendo eu e as meninas nos sentamos e ficamos observando os funcionários e o lugar, sinceramente o hotel era bem bonito mas o Renaicensse dava de dez nele, notei que tinham duas meninas vestidas de camareiras que estavam paradas em um canto olhando a confusão toda com uma expressão mista de choque com perdidas, então cutuquei a e apontei para as meninas.
  - Olha lá, parece a gente quando nós nos passamos por camareiras para poder ver eles no hotel.
  - Nossa verdade, será que? – A questionou e me olhou.
  - Cara acho que não, se forem elas tão panguando demais aqui no lobby.
  - Bom isso é...
  - Que foi meninas? – A falou chegando perto da gente.
  - Aquelas duas camareiras parecem a gente quando invadimos o hotel.
  - Vocês acham que elas são fãs e estão fazendo que nem vocês?
  - Bem provável, mas deixa elas serem felizes. – A respondeu. – Bora lá com os meninos.
  Fomos até onde os meninos estavam eles já tinham nas mãos o cartão extra para entrar no quarto, os três nitidamente irritados por causa da confusão toda.
  - Tudo resolvido? – A perguntou pro Pierre enquanto pegava o cartão que ele estava estendendo pra ela.
  - Sim, a gente teve que ligar para o Danny para saber sobre esse termo que tivemos que assinar, mas deu tudo certo. – Ele respondeu passando a mão pelo ombro dela.
  - O termo era real então?
  - Sim, o Danny foi quem inventou isso, segundo ele é algo que ele teve de ideia depois de vocês fingirem ser camareiras.
  - Ok, mas ele sabe que se alguém inventar alguma coisa que nem a gente vai pegar a chave mestra, não uma chave extra dos quartos. – Eu falei interrompendo a conversa.
  - Verdade, será que ele pensou nisso? – O Chuck respondeu pensativo enquanto caminhava de mãos dadas com a em direção ao elevador.
  - Espero que sim, Chuck – Respondi olhando para o chão.
  Pegamos o elevador e fomos para os quartos eu entrei e coloquei minha mala em um canto, próxima da onde estava a mala do Jeff, então deitei na cama e liguei a televisão, eu mal havia dormido na noite anterior, meu corpo agradeceu de finalmente poder relaxar em um lugar confortável.
  O Jeff logo sentou do meu lado com um refrigerante na mão e o celular na outra mão, ele bloqueou o celular e o deixou no criado mudo junto do refrigerante e me beijou foi um beijo longo e calmo, que foi se intensificando aos poucos, as mãos dele pararam na minha cintura me segurando fortemente e me puxando para sentar no colo dele, os beijos dele desceram para o meu pescoço e suas mãos seguravam com mais firmeza minha cintura, ele me deitou na cama e se deitou por cima de mim sua mão foi descendo lentamente enquanto ele beijava meu pescoço e senti um arrepio subir pela minha coluna então inverti a situação para eu ficar por cima e as coisas rolaram naturalmente. Quando tudo acabou fui tomar um banho, depois de sair do banho o Jeff estava sentado na cama com a coberta até a cintura.
  - , o David tá querendo falar com você, quer falar com ele?
  - Ai caralho, não sei Jeff. – Falei me vestindo e olhando para ele. – Onde ele tá?
  - Ele me mandou mensagem perguntando se podia vir até aqui.
  - O que você falou? – Falei enquanto sentava na cama.
  - Falei que ia ver com você, depois respondia ele, mas você quem decide , não tem pressa.
  - Ai Jeff não sei o que eu faço, por mim eu falo com ele mas o que ele quer? Tentar falar de novo sobre não ter mandado uma mensagem? Pedir desculpas de novo sendo que já falei que está tudo bem? Sei lá esse assunto para mim já foi, já tá tudo bem, só que eu é que não caio de novo na lábia dele. – Me ajeitei de frente para ele. – Mas quer saber? Eu quero falar com ele, para saber o que foi dessa vez...– Falei amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo alto.
  - Ok. – ele deu risada.
  Então o Jeff mandou uma mensagem pro David falando que ele poderia ir até o quarto e foi tomar banho, quando o David chegou o Jeff saiu falando que ia encontrar os meninos no lobby para decidir qual bar iriam depois do show que seria naquela noite.
  - Fala David, que houve? – Falei assim que o Jeff fechou a porta.
  - Então, eu estou confuso , não sei mais o que eu sinto por você. – Ele se sentou na cama e me encarou.
  - Espera, como assim? Você some, se faz de desentendido, me pede desculpas e depois vem falar isso? – Falei sentando na cama tentando acompanhar o que ele estava falando. – É muita cara de pau David!
  - Eu não sei direito , só sei que fiquei levemente com ciúmes de saber que você estava aqui com o Jeff. – Ele falou e me olhou. – Aí eu olho para você e você está com o cabelo molhado e o ciúme aumenta, por que se passam mil coisas pela minha cabeça.
  - Olha David, se passou pela sua cabeça que eu transei com o Jeff, sim isso aconteceu, mas você também tem que entender...
  - Entender o que? – Ele se levantou ligeiramente irritado. - Que a gente não tem nada e que somos livres para ficar com outras pessoas? Sim, isso eu entendo , mas eu não controlo meus sentimentos. – ele falou aumentando a voz.
  - Eu sei disso, assim como eu não controlo os meus, assim como eu também estou confusa por que minha respiração falha toda vez que você ou o Jeff chegam próximos de mim e sinto meu rosto corar. – gritei interrompendo ele. - Então David assim como você eu também não sei o que estou sentindo, mas sei que sinto ciúmes dos dois e eu também não gosto dessa sensação, por mais que eu quisesse escolher um só eu não consigo! – Falei sentindo algumas lágrimas caírem.
  - , tá tudo bem – Ele falou me abraçando e limpando as lágrimas que escorriam no meu rosto. – É horrível estarmos confusos e sentirmos ciúmes um do outro, nós só precisamos descobrir como lidar com isso, não precisa chorar.
  - David eu estou chorando por dois motivos, um é isso tudo estar acontecendo, você é o meu favorito da banda e sim, eu projetei em você um cara perfeito mesmo sabendo que não deveria fazer isso, o outro é que hoje é o último show e amanhã ou depois de amanhã vocês já estarão voltando para a casa de vocês e isso tudo que aconteceu vai ficar só na memória. – Falei olhando para ele.
  - Mas não precisa ficar, nós todos podemos e vamos continuar conversando – o Jeff falou entrando no quarto. – Nós temos o número um do outro, e sim eu ouvi a conversa toda de vocês atrás da porta, olha eu estou na mesma situação que vocês.
  - Como assim na mesma situação? – Falei limpando a lágrima do rosto.
  - Assim, também estou confuso, também não sei o que sinto mas acho que a melhor opção é deixar rolar não vamos por pressão em cima de nós mesmos, você não tem nada sério com nenhum de nós, vamos deixar rolar e ver no que vai dar que é melhor.
  - Concordo com o Jeff, vamos deixar rolar. – Falei saindo do abraço do David. – Bom, eu vou dar uma volta, tinha combinado com as meninas de ir passear um pouco na cidade.
  Então saí do quarto apenas com algum dinheiro no bolso um documento e o celular na mão mandando mensagem pra e pra que logo falaram que iriam me encontrar no Lobby.
  Quando cheguei no lobby as meninas ainda não haviam descido, então sai do hotel para tomar um sol e tentar colocar a cabeça no lugar depois do que havia acontecido, eu tinha muito o que pensar as vezes eu preferiria que fosse uma situação igual a da ou a da , onde eles são casados e realmente é só um caso, mas como não é isso eu tinha que pensar sobre afinal brincar com sentimentos alheios é a última coisa que eu quero, mandei mensagem para as meninas que eu estaria do lado de fora e fui até o bar que tinha do outro lado da rua, comprei uma coca cola e voltei para a entrada do hotel e comecei a olhar as mensagens no celular.
  Logo me deparei com um dos grupos de fãs que eu fazia parte no whatsapp falando mal de nós três.
  , você que tá seguindo eles vê se você consegue encontrar essas três e manda foto pra gente! Estamos curiosas com a cara delas.”
  “Gente, espera aí do que e de quem vocês estão falando?”
  “Das três que estão pegando os meninos! Segundo o que dizem uma tá ficando com o Chuck, outra com o Pierre e a outra com o David ou com o Jeff não sei direito”
  “Ah sim, já sei até quem são essas pessoas que vocês estão falando”
  “Trabalhamos com fotos...” uma das meninas respondeu
  “Gente eu já falei quem é e já mandei fotos aqui, vocês não acreditam não?” a Lídia falou
  “E quem é Lídia?”
  “Você, sua irmã e uma amiga sua ué, já falei isso aqui, mas ninguém acredita!”
  “Tendi, bom gente eu tenho que ir pq eles vão sair pra atender os fãs aqui no hotel.”
   espera, você não falou quem são as meninas e nem se o que a Lídia tá dizendo é verdade.”
  “Bom, deem uma stalkeada e tirem suas próprias conclusões, preciso ir gente”
  Bloqueei o celular enquanto eu ria e fiquei esperando as meninas saírem, no final os meninos saíram para atender os fãs antes delas virem me encontrar, eu vi o aglomerado de fãs indo em direção a porta do hotel e me levantei para ver se encontrava a ou a , mas não vi nenhuma das duas. Então fui até onde os meninos estavam, talvez eles soubessem de alguma coisa sobre elas depois de muito empurra-empurra consegui chegar perto deles.
  - Hey Pierre, você viu a ? – Falei me enfiando na frente de uma fã que não parava de gritar.
  - Ela saiu por aquela porta junto com a . – Ele respondeu apontando para uma porta mais distante e deu risada. – Falou que não queria correr riscos de apanhar de fã.
  Agradeci e fui em direção a porta que o Pierre tinha apontado e encontrei as duas paradas me procurando parei na frente delas com uma expressão de quem ia implorar por alguma coisa.
  - Ou pelo amor vamos andar um pouco pela cidade? Não aguento mais ficar aqui.
  - Vamos, tá tudo bem ?
  - Está sim, só vamos sair de perto do hotel e dos fãs que eu explico.
  Então pegamos um Uber e fomos até um parque para poder conversar e passear, durante o passeio contei para elas tudo o que tinha acontecido no quarto.
  - , acho que a ideia do Jeff é a mais válida. – A falou de sentando em um banco.
  -É mas então por que estou com essa sensação estranha?
  - Olha, pode ser só por que hoje é o último show da tour e não sabemos como vai ser a depressão pós show dessa vez com tudo isso que aconteceu. – A falou me entregando uma sacola. – O Chuck falou para te entregar isso, já entreguei a da .
  Eu peguei a sacola e retirei uma camiseta de dentro, era uma camiseta com uma estampa da Role Model que não tinha a venda no merch de nenhum dos shows até agora, fiquei tão feliz por ter aquela camiseta, ela era o modelo que tinha o escrito role model com caveiras no lugar da letra o.
  - Obrigada ! Tenho que agradecer o Chuck por isso também.
  - Imagina nega, ele tinha uma caixa com umas quatro ou cinco dessas aí pedi uma para cada uma de nós e ele entregou falando que era presente. – Ela falou sorrindo.
  - A minha eu pedi pro Pierre me ajudar a cortar
  - Vou cortar só a gola dela. – Falei enquanto dobrava a camiseta pra guardar. – Vamos voltar para lá para gente se arrumar pro show?
  - Bora. – Elas falaram em coro.
  Voltamos para o hotel e fomos para os quartos, eu entrei no quarto e fui direto pegar minha roupa na mala sem nem olhar se tinha alguém no quarto peguei a meia calça arrastão e o short que eu iria usar naquela noite e uma tesoura para cortar a gola da camiseta que eu tinha acabado de ganhar, vesti a meia calça e o short e me sentei no chão com as pernas cruzadas para ficar mais fácil de cortar a camiseta fiquei encarando a camiseta tentando pensar em como cortar ela por um bom tempo.
  - Precisa de ajuda? – O careca falou sentado na cama.
  - Não, isso é fácil de fazer mas obrigada.
  - , vocês não querem ir com a gente até o lugar do show?
  - Bom, tem que ver com as meninas por que para mim tanto faz. – Respondi virando para finalmente olhar para ele e senti meu rosto corar. – Vamos colocar uma camiseta Sr Stinco?
  Ele deu risada e colocou uma camiseta preta básica e se sentou na cama encarando o que eu estava fazendo eu voltei minha atenção para cortar a camiseta, depois de tirar a gola experimentei a camiseta e fui olhar no espelho tentei olhar de todos os jeitos possíveis para analisar se eu iria cortar mais ou fazer mais algum ajuste.
  - Perfeito. – Falei sorrindo enquanto olhava meu reflexo.
  - Prefiro sem camiseta
  - Para de ser podre Jeff. – Falei rindo e jogando uma almofada nele
  - Que foi? É verdade! – Ele respondeu sorrindo e colocando a almofada na cama.
  - Vou encontrar as meninas, te mando mensagem avisando se vamos querer carona.
  Sai do quarto dei alguns passos no corredor apoiei na parede e respirei fundo antes de ir encontrar as meninas e fui em direção ao lobby, no caminho acabei batendo em uma das camareiras que eu havia visto mais cedo nós duas caímos no chão fazendo um baita barulho, a outra assustou e se virou rapidamente e veio nos ajudar, eu me levantei, tropecei no que imagino ter sido meus próprios pensamentos e caí de novo dentro do carrinho de camareira. Beleza segunda vez e olha que dessa vez nem era você quem estava se passando por camareira! Por sorte meu celular estava na minha mão então mandei mensagem para o Jeff.
  “Cai dentro do carrinho de camareira e to intalada DE NOVO ME AJUDA PELO AMOR DE ZEUS QUE ISSO TÁ COMEÇANDO A DOER MINHA PERNA”
  - Miga você está bem? – Ouvi o som abafado das camareiras conversando.
  - Ai caralho ela caiu no carrinho, será que ela está bem? – Eu apenas sacodi a perna, o que fez com que o carrinho tombasse aliviando um pouco a dor que eu estava sentindo mas ainda não conseguia sair. – Moça, você consegue sair?
  - Miga acho que ela está entalada, e agora?
  - Vamos tentar puxar, eu puxo o carrinho de um lado e você ela do outro ok?
  - Ok!
  Nesse meio tempo enquanto elas tentavam me tirar dali eu já estava ficando nervosa então comecei a gargalhar ali mesmo, quem diria que a primeira lembrança que eu teria com meus ídolos seria cair dentro do carrinho e no último dia a cena acontece de novo, aproveitei o celular e mandei mensagem de novo para o Jeff
  “Pelo amor de zeus cadê você? As meninas estão tentando me tirar daqui mas acho que não tá adiantando.”
  - Pode deixar meninas. – Ouvi a voz familiar.
  - Ah... – As duas se afastaram do carrinho.
  - tá viva? – Ele riu enquanto levantava o carrinho, eu só sacodi a perna. – Ok, um, dois...
  Ele me puxou e fomos os dois para o chão, caí sentada no colo dele e pude ver que ele estava gargalhando da situação, me levantei rindo e o abracei.
  - Obrigada Jeff, mesmo.
  - Segunda vez hm!?
  - Bom... – Dei ombros. – Juro que não é por querer.
  - Vou fingir que acredito. – Ele piscou e senti meu rosto corar. – E vocês estão bem?
  - Sim... – Uma olhou para a outra. – É melhor a gente ir.
  - Jeff tira uma foto com a gente?
  Elas tiraram uma foto com o Jeff e sairam correndo escada abaixo, eu e o Jeff nos entreolhamos e demos risada em seguida desci e encontrei as meninas no lobby do hotel onde elas estavam sentadas.
  - Ow o Jeff ofereceu carona, querem ir com eles?
  - Logico! É melhor do que ir a pé nesse sol do Saara que tá lá fora
  - ?
  - Por mim vamos! Quanto mais tempo eu passar com o Mozão melhor é!
  - Foi o que imaginei que vocês fossem responder.
  Mandei mensagem pro Jeff avisando que elas aceitaram a ideia e que já estávamos indo para o estacionamento esperar eles, descemos para o estacionamento e o Danny já estava lá com a Van esperando todos, então contei para elas o que havia acontecido no corredor do quarto e nós três caímos na gargalhada, esperamos do lado de fora e quando os meninos chegaram entramos junto com eles.
  O percurso até a casa de show era pequeno, daria para termos ido a pé mas quem em sã consciência recusa uma carona ainda mais sendo oferecida pelos ídolos, quando chegamos no lugar do show eu a e a estávamos indo para a fila quando o Chris nos chamou.
  - Hey vocês não preferem ficar aqui dentro?
  - Então na verdade a gente pode até entrar mas depois de pegar nosso número do pizza.
  - Ah okay, quando quiserem entrar vocês vão precisar disso. – Ele estendeu três crachás de all access. – Só não percam.
  - Ok, obrigada Chris! – Falamos em coro.
  Fomos até a fila para pegar nossos números e resolvemos ficar ali durante um tempo, afinal qual é a graça de ir para um show mas não pegar a fila. A logo encontrou pessoas que ela conhecia, eu e a ficamos sentadas na sombra conversando com uma menina que estava muito aflita por que era seu primeiro show.
  - Miga calma, eles são uns amores sério, vou buscar uma água, quer algo? – A falou se levantando
  - Difícil manter a calma, é a primeira vez em 15 anos que eu vou ver eles e eu meti do louco comprando esse pizza junto!
  - Vê se dá pra trazer uma breja bem gelada, se não pode ser uma água mesmo. – Respondi olhando para a e voltando minha atenção para a menina. – Relaxa mana eles são uns amores, de verdade, pensa que você vai poder pegar autógrafos e tirar fotos!
  - Menina agora que você falou isso eu lembrei acho que esqueci o encarte do CD! – Ela falou desesperada mexendo na bolsa.
  - Não é esse aqui? – Falei apontando pro encarte que estava na bolsa
  - É esse mesmo! Obrigada.
  Dei risada e fiquei observando as pessoas que chegavam na fila foi então que me perguntei quantas pessoas tinham no pizza e mandei mensagem para o Chris.
  “Chris quantas pessoas vão ter no pizza?”
  “Olha segundo o que o site falou em torno de 70”
  “Caralho, ok brigada.”
  Bloqueei o celular olhei o e-mail e era aquilo que o Chris tinha dito mesmo então fiquei falando com a menina mais um tempo até a voltar com uma cerveja pra ela é uma pra mim.
  - Meu Deus quantas pessoas tem no pizza?
  - Mana, mais ou menos 70 segundo o que tá no e-mail.
  - Caralho, parece até o pizza de São Paulo! A gente devia ter comprado o main event.
  - Para que ? Temos o pizza e tempo de sobra depois do show, então veja bem...
  - Para que? Bom tem uma lista longa, a começar pelo fato que hoje é o último show né.
  - Velho nem me lembra, não quero nem pensar em como estarei na semana que vem, a depressão pós show esse ano vai vir pesada.
  - Como disse o Seb, colecione memórias boas .
  - É eu sei. Mas vai ser difícil acordar e pensar que não vou ver eles de novo, ou que eu poderia ter feito tal coisa que não fiz.
  - É, tem isso...
  Então ficamos ali refletindo sobre o como seria depois do show até a hora que o Danny saiu para chamar as pessoas do pizza para entrar, quando entramos fomos correndo para o palco garantir nossa grade.
  O show foi inesquecível eu chorei mais do que nos outros mas, o que mais me fez chorar foi que o Pierre falou que aquele era o último show deles no Brasil, eu ganhei uma palheta do Jeff e uma do David com direito a piscadas de ambos, a ganhou uma do Pierre e a uma baqueta do Chuck, como de costume quando acabou o show esperamos esvaziar um pouco para podermos ir para o lugar que seria o pizza.
  Enquanto esperávamos apoiadas na grade o Chris veio nos chamar para ir até o camarim por que os meninos queriam nos ver antes do pizza, sem hesitar nós três aceitamos e pedimos ajuda para o segurança nos tirar dali, depois de nós três termos subido no palco seguimos o Chris até o camarim ainda sem entender direito o que estava acontecendo.
  - Meninas! Estamos fazendo uma “festinha” de despedida antes de ir pro pizza. – O Chuck falou assim que entramos na sala vindo nos abraçar
  - Mas lógico que nessa festa precisava ter vocês. – O Seb falou sorrindo e vindo abraçar a gente.
  - Afinal de contas vocês além de serem nossas fãs também são nossas amigas. – O Pierre falou se juntando no abraço em conjunto.
  - E de uma coisa vocês podem ter certeza, nenhum de nós quer perder contato com vocês. – O Jeff falou sorrindo e se juntando ao abraço também.
  - Afinal quantas memórias boas nós não temos com vocês três e digo por nós todos, obrigado pelos momentos maravilhosos. – O David falou se juntando ao abraço em grupo.
  Nós três ficamos muito sem saber o que fazer apenas sorrimos e abraçamos eles de volta, eu sentia lágrimas escorrerem pelo meu rosto mesmo contra a minha vontade quando olhei para a e para a elas também estavam chorando.
  - Obrigada vocês por estarem aqui e nos proporcionarem esses momentos incríveis que tivemos com vocês. – A falou enquanto limpava as lágrimas do rosto.
  - Obrigada por vocês ainda continuarem firmes e fortes fazendo música.
  - Só para completar, obrigada por vocês serem acessíveis e não serem o tipo de famoso que briga com as fãs quando elas fazem uma loucura. – Falei sorrindo e limpando as lágrimas.
  Então olhei para eles e eles também estavam com os olhos marejados, eles sorriram de volta e fomos comer alguns salgados que tinham ali, depois de um tempo o Danny veio avisar que logo eles teriam que ir para o Pizza e que era melhor a gente chegar antes deles.
  O Danny levou a gente até onde ia acontecer o pizza todos os fãs já estavam ali esperando os meninos, eu fui pegar um refrigerante e vi a menina da fila sentada em um canto chorando achei que seria uma boa idéia ir consolar ela, afinal ninguém merece sair com cara de choro nas fotos com os ídolos.
  - Miga tá tudo bem? – Perguntei colocando a mão no ombro dela.
  - Está sim, é só muita emoção por que finalmente vou conhecer meus ídolos, sabe como é né?
  - Ô se sei, toda vez fico assim todo show parece sempre ser o primeiro.
  Me sentei do lado dela e ficamos ali esperando os meninos chegarem, quando chegaram as filas se formaram rapidamente, eu logo fui na fila do Seb junto com a e a quando chegou nossa vez a foi primeiro.
  - Me promete que não vamos perder contato?
  - Claro que não , com quem mais vou rir das burrices do Pierre?
  - Bom, verdade, inclusive olha lá a merda, será que ele não tá percebendo o que a fã quer?
  Olhei para o Pierre que estava com uma fã quase agarrando ele e dei risada logo o Seb, a e a também deram risada da situação então era minha vez eu o abracei forte, tirei foto e peguei um autógrafo, a fez o mesmo e fomos para a fila do David com ele aconteceu o mesmo abraços apertados, fotos e autógrafos e fomos para a fila do Chuck
  - Parece até que a gente não vai ver eles nunca mais depois daqui. – Falei sorrindo
  - Pois é, bora parar com esse clima de velório pelo amor de Deus! – A falou rindo.
  Na nossa vez a empurrou nós duas na frente eu fui tirei uma foto fazendo careta com o Chuck peguei o autógrafo e sai, a tirou uma foto fofinha também pegou o autógrafo e saiu ficamos esperando a .
  - Hey! – O Chuck falou abrindo os braços
  - Hey! Vou sentir saudades.
  - Vai nada, tenho seu número vou te encher o saco.
  - É um argumento válido, mas não vai estar aqui pessoalmente, se você demorar muito pra voltar vou até a Califórnia te caçar Charles! – A falou rindo.
  - Pode ir, minha casa estará de portas abertas! – Ele respondeu sorrindo e abraçando ela. – Vou sentir sua falta.
  Ela ficou sem reação e só retribuiu o abraço eu cutuquei a e dei risada então fomos para a fila do Pierre, chegou nossa vez e a foi na frente.
  - Hey, vou sentir saudades!
  - Pode parar Bouvier, nós ainda temos o rolê pós show hoje! E outra eu tenho seu número você tá fodido! – Ela falou sorrindo.
  - Olha que eu vou cobrar essas mensagens!
  - Pode cobrar.
  Tiramos foto, pegamos autógrafos e fomos para a fila do Jeff, nele eu fui primeiro cheguei pulando em cima dele, algo que chamou atenção de alguns fãs que estavam na fila.
  - Vou sentir saudades... – Falei apertando ele e sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
  - Você tem meu número, qualquer coisa é só mandar mensagem.
  - Eu sei mas só vou poder ter seu abraço quando você voltar pro Brasil.
  Ele sorriu e me levantou ainda me abraçando, tiramos a foto peguei o autógrafo e fiquei esperando as meninas depois de fotos tiradas e autógrafos pegos fomos beber alguma coisa, mal terminamos o copo de refrigerante o Chady chamou para a foto em grupo tiramos a foto e fomos para a fila da foto individual com os cinco, como estávamos sem ideias nós três tiramos fotos comuns e fomos para um canto próximo da onde era a foto e penduramos nossos crachás de all access.
  Depois de todos os fãs saírem pegamos carona com os meninos de volta para o hotel, chegando lá cada um foi para seu quarto descansar como eu estava dormindo no quarto do Jeff fomos juntos para o quarto, ele entrou e foi direto para o banho, eu me sentei na cama e liguei a tv para assistir qualquer coisa que estivesse passando.
  Quando ele saiu do banho eu tomei uma ducha e me deitei junto com ele usando seu braço como travesseiro.
  - Me promete mesmo que a gente vai continuar conversando?
  - Claro ! – Ele respondeu passando a mão no meu cabelo.
  E ali eu adormeci acordei no dia seguinte com o David me chamando por que já eram 10 da manhã.
  - Bom dia David.
  - Bom dia! A falou que vocês vão no mesmo vôo que a gente.
  - Acredito que sim...
  - Então já são 10 da manhã e ninguém conseguiu te acordar, vamos que se não a gente se atrasa! – Ele falou sorrindo.
  - Okay.
  Me levantei e fui até o banheiro para escovar os dentes depois arrumei minha mala e desci até o Lobby, já estavam todos lá em baixo pelo jeito eles estavam me esperando, dei bom dia pra todo mundo e peguei o café que a estava me oferecendo.
  Demos check out no hotel e fomos para o aeroporto, ficamos um tempo na sala de embarque por que o vôo tinha atrasado meia hora, quando embarcamos eu já estava sentindo saudades dos meninos, por mais que eles ainda estivessem ali e que o Pierre tivesse pedido pra tocar de lugar comigo pra sentar junto com a .
  - O que houve ? – O David perguntou notando que eu estava com uma expressão meio triste.
  - Nada, só saudades, por mais que vocês ainda estejam aqui, você sentado do meu lado e o Jeff do outro lado eu já tô com saudades.
  - Hey, sem sofrer por antecedência, isso não é legal. – O Jeff falou acariciando minha mão
  Eu sorri e balancei a cabeça positivamente, me ajeitei na cadeira e acabei adormecendo, acordei com o David me chamando de novo por que já tínhamos chegado em São Paulo. Nós desembarcamos e então tivemos que nos despedir dos meninos sem nem ter uma ideia de quando iríamos ver eles novamente, depois de muitos abraços apertados e muito choro saímos da sala de desembarque e fomos para a entrada principal do aeroporto, o caminho todo ficamos em silêncio eu estava com o coração na mão ainda.
  - É só comigo ou vocês também tem a impressão de que está faltando um pedaço de vocês?
  - Não eu tô assim também. – A falou colocando os óculos escuros no rosto.
  - Eu também nega, inclusive preciso ir também meninas já chamei o Uber. – A falou abraçando a gente. – Vamos marcar de se ver!
  - Vamos sim! – Falamos em coro.
  - , será mesmo que eles vão mandar mensagem?
  - Bom, isso só o tempo dirá , vamos pra casa também.
  Ela chamou o Uber e fomos para casa, chegando em casa fui olhar o celular e vi uma mensagem de voz que o Jeff tinha mandado, quando dei play para ouvir eram os cinco falando ao mesmo tempo “Já estamos com saudades, logo a gente se vê de novo” Eu sorri sozinha e corri até a cozinha para mostrar a mensagem para a .
  - Mano de novo o “Soon”? Pelo amor de Deus eu juro que vou bater neles. – Ela falou e deu risada.
  - Vamos ter que esperar até a próxima tour para poder bater neles.
  - Não tem problema, só não me deixa esquecer disso.
  Demos risada e ficamos ali conversando e tomando café, logo meus pais chegaram com o Bug afinal não iríamos mais viajar atrás da banda que nem duas loucas groupies como diria o nosso primo, naquele momento o foco era tentar recuperar toda a grana que a gente gastou na turnê e volta ou outra aparecia uma fã metendo o louco com a gente pelo Instagram ou pelo Facebook.
  Afinal os meninos postaram foto com a gente com a legenda dizendo que eles já estavam com saudades mas sabiam que logo iriam nos ver novamente.

9 - De volta a rotina

  Os meses foram se passando e como o esperado o contato com eles acabou diminuindo, o fuso horário não ajudava nem um pouco, nossa rotina voltou ao normal trabalho, encontrar a família, sair com amigos e tudo voltou a ser como era antes dos shows incluindo a parte das fãs da banda não virem mais falar com a gente, aparentemente a maioria das fãs resolveram deixar isso quieto
  Acabaram se passando dois anos com esse pouco contato e por mais que meu coração, mente e alma pedisse por mais mensagens deles, eu tinha que entender que eles também estavam trabalhando! Eu e a acabamos reformando o apartamento inteiro já que muitos problemas começaram a aparecer, eu estava passeando pela paulista em um sábado à tarde com a Fran, que havia vindo do interior me visitar e foi quando abri o instagram e vi que ele anunciaram que estavam lançando um novo CD, eu fiquei super empolgada e mandei mensagem para a e para a no mesmo momento, afinal era uma oportunidade de vê-los novamente e quem sabe até reviver certos momentos as duas me responderam falando que teríamos que ficar de olho nas datas, logo a me ligou.
  - , precisamos conversar.
  - Ai caralho, o que houve?
  - Bom, na verdade nada, mas eu quero ir em todos os shows de novo.
  - , sem condições.
  - Ah por que?
  - Nós gastamos uma nota reformando o apartamento, esqueceu?
  - Bom, sempre tem a velha idéia de falar com eles.
  - Tenta você dessa vez, o Jeff e o David não me respondem há meses.
  - Vou recorrer ao Seb, tenho falado bastante com ele ultimamente.
  - Se conseguir me avisa.
  Desliguei o telefone e olhei para a Fran como eu já havia contado tudo para ela, ela também estava empolgada.
  - Mana do céu, a vai tentar falar com o Seb para irmos em todos os shows.
  - Eu realmente espero que ela consiga, quem sabe dessa vez as coisas não se resolvam? Já sabe em quais cidades eles vão?
  - Não faço a menor idéia.
  - Bom, estava pensando em ir no de São Paulo com vocês.
  - Você obviamente pode ficar em casa! – Falei empolgada com a ideia.
  - Claro! Se não tiver problema nenhum!
  - Claro que não tem!
  Nós voltamos a caminhar em direção ao Starbucks da alameda santos, vamos comer alguma coisa e tomar um café enquanto conversamos, estávamos quase chegando quando uma menina aleatória me parou.
  - Foi você que na última turnê do Simple Plan seguiu eles né?
  - Eu e mais dez pessoas fizeram isso, por que? – Respondi seca e confusa.
  - Só quero te avisar que dessa vez sou eu e minha amiga que vamos conseguir o que você e sua irmã conseguiram.
  - Bom nesse caso, boa sorte por que não é tão fácil quanto parece tá gata. – Virei para a Fran que estava apenas observando a menina. – Bora?
  - Vamos.
  - Eu tô te falando que sou eu quem vai ficar no seu lugar e você não vai me responder nada? – A menina falou histérica.
  - Nope, só boa sorte mesmo, espero que você não se decepcione.
  - Eu já tô com tudo planejado!
  - As coisas nunca saem como o esperado aprende isso. – Falei sentindo como se essas palavras fossem para mim mesma.
  Deixamos a menina em choque parada no meio da calçada e fomos para o Starbucks fizemos nossos pedidos e nos sentamos nas mesas do lado e fora, nos perdemos em meio a conversa sobre fanfics e bandas até que fomos interrompidas pelo meu celular tocando, era um número desconhecido com DDD do exterior.
  - Alô?
  - ? – A voz familiar falou do outro lado e fez com que minha respiração falhasse.
  - Oi Jeff, quanto tempo. – A Fran me olhou curiosa.
  - Desculpa ter parado de responder, eu mudei de número e esqueci de te avisar.
  - Ah, acontece.
  - Bom, na verdade estou ligando porque a falou com o Seb sobre vocês irem aos shows...
  - Nossa ela é rápida.
  - Sabemos que é. – Ele deu risada. – Tô ligando para saber se você vai querer mesmo ir em todos e se aceita dividir o quarto comigo nos hotéis.
  - Olha não vou negar que a ideia é ótima.
  - Fechado então, o Seb vai pegar com ela as informações necessárias. – Ele fez uma pausa silenciosa. – Ah iremos estar pela América do Sul no final desse ano.
  - Mas já? – Quase cuspi o café.
  - Sim, os ingressos vão a venda no meio do ano, se puder não divulgar até a gente fazer o comunicado oficial.
  - Pode deixar.
  - See you honey.
  - See you. – Desliguei o telefone e olhei chocada para a Fran.
  - E aí? Era ele mesmo?
  - Sim cara, tô em choque.
  - Calma, respira fundo e me conta.
  - Ele me chamou para dividir o quarto com ele nos hotéis. – Olhei ao redor e falei mais baixo. – Eles vão vir no fim do ano.
  - ! – Uma pessoa falou da calçada do lado de fora do Starbucks.
  - !! Corre aqui mano, sério. – Ela entrou e rapidamente puxou uma cadeira para se sentar na mesa com a gente.
  - Fran, , Fran.
  - Oi. – As duas falaram em conjunto.
  - Fala o que houve de tão importante?
  - Bom, a conseguiu falar com eles e o homão da porra me ligou para me chamar para acompanhar eles na américa do sul então se prepara que provavelmente o seu mozão vai te ligar.
  - Ai senhor. – Ela pegou o celular e encarou a tela desligada. – E eu estou sem bateria!
  - Bom, se sua entrada for a mesma do meu eu estou com power bank, você não pode perder essa ligação mulher. – Entreguei o power bank para ela que logo conectou o celular.
  - Aê deu sinal de vida!
  Ficamos as três conversando sobre os shows com mais detalhes, afinal eram dois pontos de vista diferentes de tudo o que havia acontecido o meu e o da , depois do Starbucks nós três fomos passear pelo Masp e em seguida pelo parque Trianon, quando anoiteceu resolvemos comer em um Burger King que tinha ali perto, fizemos nosso pedido e nos sentamos na mesa, foi quando o celular da tocou também era um número estrangeiro, quando ela atendeu ela ficou completamente vermelha.
  - respira e responde ele, força.
  - Será que é ele?
  - A julgar pela reação da é sim.
  - Ai mana isso tudo é tão incrível, sério.
  - Nem me fale Fran eu estou tão ansiosa por encontrar eles novamente. – A desligou e nós duas a encaramos.
  - Ele me chamou também e é óbvio que eu vou, ele me falou as cidades você já está sabendo?
  - Não, o Jeff não falou nada.
  - Bom vai ser Buenos Aires, Lima, La Paz, Valparaíso, Montevidéu e depois o Brasil que vai ser nessa ordem, São Paulo, Ribeirão Preto, Curitiba, Rio e Uberlândia.
  - Gente qual a tara por Ribeirão e Uberlândia? Na boa. – Olhei meio indignada para elas. – Enfim, gostei da programação, cidades diferentes na costa do Brasil tirando Buenos Aires.
  - Vão render boas aventuras novas.
  - Com certeza . – Olhei para a Fran. – E você vai ir em qual show?
  - Fiquei na dúvida entre São Paulo e Ribeirão, até por que Ribeirão é mais perto da minha casa né?
  - Bom isso sem dúvidas.
  - O pessoal de Porto Alegre que vai ficar bravo.
  - Eles não tem moral, sempre tem show lá, é bom dar oportunidade para outras cidades.
  - Você fala isso por que vai acompanhar eles né dona porque tenho certeza que se eles não viessem para São Paulo e só para Ribeirão, você iria ficar bravíssima se a situação fosse outra. – A deu risada.
  - Aí é outra história...
  Demos risada e focamos em terminar de comer para terminar nosso rolê em algum bar na augusta, por mais que não tivesse nada programado nos levantamos e descemos a augusta até chegar na Peixoto Gomide foi quando resolvemos ir a um bar por ali mesmo afinal a cerveja estava barata, ficamos lá horas a fio até eu perceber que estava realmente cansada então resolvi ir para casa, eu e a Fran nos despedimos da e fomos caminhando até minha casa, fiz o caminho mais longo pela alameda santos por ser mais seguro, quando passamos na frente do Renaissance e senti meu coração apertar e a ansiedade tomar conta de mim, vi duas meninas analisando o lugar e fiquei me perguntando se elas eram fãs de alguma banda e estavam planejando invadir o hotel, o plano não é ruim porém o Renaissance é super difícil de se invadir.
  Chegamos em casa e nós duas capotamos até o dia seguinte que acordei mega ansiosa pela turnê e por tudo o que estava por vir levei a Fran para a rodoviária por que ela tinha que voltar para a cidade dela e resolver algumas coisas, quando cheguei em cassa parecia até que era alguma data comemorativa por que a havia comprado pão, feito o café e deixado a mesa posta.
  - Bom dia flor do dia!
  - Bom dia . – Encarei a mesa. - Para que tudo isso?
  - Por que temos que comemorar!
  - Comemorar...?
  - Que finalmente vamos vê-los de novo! – Ela parou e me encarou com um brilho no olhar de quem havia feito arte.
  - o que você aprontou?
  - Bom, digamos que duas pessoas me ligaram perguntando se poderiam vir passar uma semana aqui e eu concordei.
  - Duas pessoas quem?
  - Pierre e... – Ela fez uma pausa dramática encarando o celular.
  - Óbvio que é o Pierre, mas fala logo quem é o outro criatura.
  - Logo você descobre, eles estão chegando inclusive.
  - Que? – Falei chocada.
  Mas tive pouco tempo para ficar em choque logo o interfone tocou anunciando que os visitantes que eu não sabia que iriam lá haviam chego, eu corri para o quarto para dar uma geral afinal estava uma baderna, deixei bagunçado pensando em arrumar tudo na parte da tarde mas aparentemente eu não teria tempo, eu me troquei para passar menos calor enquanto arrumava tudo, coloquei um short curto e uma regata, comecei a organizar as coisas pela cama, estiquei os lençóis e assim fui indo parte por parte, quando finalmente cheguei na roupa suja ouvi a voz familiar do Pierre na sala, respirei fundo e foquei em terminar a organização.
  - Oi . – A voz familiar soou na porta do meu quarto fazendo com que eu quisesse me enfiar no meio daquela roupa suja e sumir.
  - Oi Jeff... – Me virei para ele e notei que ele estava analisando a roupa que eu estava vestindo, olhei para a roupa e dei de ombros. – Roupa de faxina ué.
  - Quer ajuda? – Ele sorriu e eu senti meu coração parar por um instante.
  - Não precisa, obrigada.
  - Vou estar na sala quando terminar.
  - Ok, até já.
  Ele saiu e eu corri para fechar a porta do quarto não estava a fim de ter mais interrupções na minha faxina, depois de tudo terminado me joguei em cima da coberta que estava estendida na cama e ali acabei cochilando, não sei exatamente por quanto tempo mas quando acordei não havia ninguém em casa eu preferi acreditar que o ocorrido mais cedo havia sido só uma ilusão da minha cabeça por causa da ansiedade pelos shows.

10 – Os meses que antecederam os shows.

  Minha tranquilidade durou pouco, logo eles voltaram para casa com a os três em altos papos sobre como seria a próxima turnê eu tive que piscar umas quatro vezes para ter certeza que eram eles mesmos, quando me dei por mim eu estava sentada no sofá olhando a movimentação toda. Depois de arrumarem as compras na cozinha eles vieram se sentar na sala.
  - E aí, como é esse novo cd? Já lançaram? – A me entregou uma cerveja e se sentou na poltrona.
  - Claro que lançamos, inclusive já lançamos até clipes, vocês não viram?
  - Sinceramente eu estava tão aérea com o trabalho e a reforma que não assisti ainda. – Falei abrindo a cerveja.
  - Bom, nós temos um presente para vocês. – O Pierre se levantou e foi até a mala dele que ainda estava na sala, pegou duas caixas e nos entregou.
  - Obrigada! – Falei enquanto abria ou melhor, apanhava da caixa, quando abri me deparei com o cd novo sem autógrafos ainda, olhei para os dois completamente feliz. – Sério Obrigada.
  - Nossa obrigada guys – A falou ainda em êxtase olhando para o cd.
  - Vocês merecem, assim como merecem o All Acess nos shows.
  Nós duas sorrimos e pulamos em cima deles, parecíamos duas crianças felizes depois de ganhar algo que queria muito de natal, acabamos almoçando em casa e maratonando filmes no Netflix. Quando chegou a noite fomos passear pela paulista com eles algo bem rápido já que eles estavam começando a serem reconhecidos por ali, voltamos para casa e logo a e o Pierre saíram para jantar.
  - Bom, você quer comer o que? – Perguntei me espreguiçando no sofá.
  - Na verdade eu pensei em fazer o jantar para você.
  - Hm, não vou negar. – Me levantei e o encarei. – Enquanto você começa vou ao banheiro.
  Entrei no banheiro e logo peguei o celular para mandar mensagem para a , quem sabe ela tinha uma luz sobre aquilo tudo.
   do céu O PIERRE E O JEFF ESTÃO AQUI EM CASA MANO!!”
  “É o que?”
  “É cara, sério, não sei muito bem como agir, faz tempo que não converso com ele eu to completamente perdida”
  “Ué age naturalmente , nada vai superar o carrinho de camareira!”
  “Achei justo.”
  Sorri e sai do banheiro em direção a cozinha onde encontrei o Jeff só de bermuda colocando água para ferver, fiquei alguns instantes apoiada no batente da porta apreciando a cena afinal, não é sempre que se tem um homem desses só de bermuda cozinhando exclusivamente para você, ele me viu e sorriu, claro que eu sorri de volta e fui tentar ajudar no que eu podia, descasquei as cebolas, lavei os tomates e piquei os temperos, estávamos em uma sincronia perfeita para cozinhar, depois de tudo pronto nos sentamos a mesa e comemos.
  - Estava incrível. – Falei depois de dar a última garfada.
  - Vou ter que admitir que essa foi a melhor macarronada que eu já fiz. – Ele falou juntando os talheres sobre o prato. – E ai como estão as coisas?
  - Ah nada de novo até onde eu sei, trabalho, cursos, a reforma do apartamento que por si só já sugou nossa alma, realmente a rotina comum e você?
  - A mesma coisa...
  Parecemos dois desconhecidos tentando chegar em algum assunto em comum, no caso somos duas pessoas que se conhecem, bem até demais, e não conseguem dialogar sobre nada alguém me socorre! Eu estava perdida nos pensamentos quando ele falou algo mas admito que não entendi.
  - Não ouvi, foi mal.
  - Perguntei se você tem falado com o David...
  - Na realidade eu meio que parei de falar com vocês no geral, até agora não sei direito o por que.
  - Hm, faz sentido. – Ele falou pensativo, o que me intrigou muito.
  - Por que faz sentido?
  - Bom, então você não está sabendo? – Ele se levantou, pegou os pratos e levou para a cozinha.
  - Sabendo do que criatura? Fala logo! Não faz que nem da última vez por favor!
  - O David passou por um relacionamento recentemente, acabou como todos os que ele já teve, a mulher terminou com ele por falta de compreensão dele. – Ele deixou os pratos e se virou de frente para mim. – Ele foi para um retiro espiritual para tentar entender o que ele havia feito de errado.
  - Ele o que? – Comecei a rir, afinal era simples é só ele dar mais atenção as mulheres. – Mas é só ele se empenhar mais no relacionamento ué!
  - Todos falamos isso mas ele não ouviu então se prepara para ouvir ele pedir desculpas pela vigésima vez.
  - Não sei se tenho paciência não Jeff.
  - Imaginei que não fosse ter. – Ele pegou uma garrafa de vinho e duas taças, abriu a garrafa e serviu as duas taças igualmente.
  - Espero que ele reconheça os erros e não os cometa novamente, não por mim e sim por ele.
  - Todos esperamos . – Ele se aproximou lentamente passando uma mão pela minha cintura me puxou para mais perto e me deu um selinho, em seguida me entregou uma taça. – Espero que você goste da escolha.
  Eu sorri para ele e dei um gole no vinho que realmente era delicioso, ele tinha um leve toque apimentado e era adocicado exatamente do jeito que eu gosto, peguei a garrafa para ver se guardava o nome mas estava toda escrita em francês, sinal que ele trouxe com ele da viagem nós nos sentamos no sofá e começamos a falar sobre a vida e como as coisas estavam acontecendo, sabe que eu me peguei pensando o por que dele não ter vido antes.
  - Sabe que ainda não me falaram onde vou dormir.
  - Achei que fosse óbvio. – Dei risada. – No meu quarto ué.
  - Bom, posso levar minha mala para lá então?
  - Claro, só por favor não abre o guarda roupas, tá um caos ali dentro é capaz de sair um monstro dali.
  - Pode deixar. – Ele deu risada.
  Ele se levantou pegou a mala e foi em direção ao meu quarto, foi quando lembrei que eu havia deixado meio à vista a caixa de pôsters que fica guardada debaixo da cama então me levantei e fui o mais rápido possível até lá mas já era tarde demais, cheguei ao quarto e ele estava sentado na cama olhando a caixa e dando risada de algumas informações que tinham em alguns pôsters. Me sentei ao lado dele sentindo meu rosto corar levemente e fiquei olhando ele pegar um por um para analisar.
  - Gente mas como assim o livro favorito do David é o Kama Sutra?
  - Não sei mas provavelmente ele falou isso em alguma entrevista, por isso tá ai.
  - Parando para lembrar ele falou brincando em uma entrevista aleatória.
  - Tá vendo, esse é o motivo, inclusive essa informação está em vários lugares da internet.
  - Eita. – Ele leu algo sobre ele e deu risada. – Quem foi que falou que eu não quero mais fazer tatuagens? de quando é esse pôster?
  - Bom, deixa eu ver. – Peguei e virei o pôster, ali na contra capa dizia o ano. – Aqui tá dizendo dois mil e sete.
  - Olha talvez naquela época eu realmente não quisesse fazer mais tatuagens, mas hoje em dia ainda quero fazer pelo menos mais uma, em homenagem ao meu filho.
  - Faz sentido já que você tem as duas carpas em homenagem as suas filhas.
  Nós ficamos ali durante algum tempo brisando e analisando todos os posters que tinham ali, em seguida resolvemos assistir algum filme no Netflix, optamos por um filme de romance francês que por mais que eu não seja muito fã dos romances franceses ele me convenceu que seria um bom filme, quando acabou me rendi, realmente era um bom filme e para mudar um pouco os ares assistimos Um Truque de Mestre para encerrar a noite bem. 
  A semana em que eles ficaram em casa passou rápido, infelizmente, tivemos pouco tempo para passear em alguns lugares e apresentar a real São Paulo para eles, fomos ao MASP, ao parque do Ibirapuera, ao edifício Martinelli e ao Banespa por que os dois tem uma vista incrível de São Paulo, obviamente passeamos pelo centro com direito a passar pelo largo do café e pela vinte e cinco de março, aproveitei para fazer alguns cliques deles e tirar o pó da minha câmera fotográfica, também fomos ao parque Villa lobos onde andamos de bicicleta e fizemos um pequeno pique nique, quando eles foram embora juro que a sensação dentro de mim era de um vazio gigante senti a típica depressão pós show só que dessa vez sem ter tido um show. Os meses foram se passando e eles começaram a fazer os shows pelo mundo com isso acabamos perdendo um pouco o contato, tanto eu com o Jeff quanto a com o Pierre, exatos um mês antes do show deles em São Paulo eu estava extremamente nervosa por não ter tido sinal deles, marquei com a de irmos a um café para conversarmos.
  - ! – Falei assim que entrei no café e a vi ao lado da entrada.
  - do céu, precisamos conversar.
  - O que houve? – Me sentei na mesa com ela.
  - Mana, é o seguinte, o Jeff e o David tretaram recentemente.
  - Hm, estou ouvindo.
  - Por sua causa. – Ela parou e me olhou eu estava com uma expressão mista de surpresa com choque e culpa. – Calma que não acabou, eles tretaram por que o David quer te pedir desculpas de novo e o Jeff falou que ele já está forçando a barra.
  - Jeff sensato.
  - Então o David ficou bravo e meio que perdeu a linha, não está falando com ele, o clima segundo o Chuck tá muito estranho.
  - Aí meu caralho.
  - É. Eles vão chegar na América do Sul no começo do mês, você ainda quer ir a todos os shows?
  - Mas é óbvio que sim!
  - Vou avisar o Chuck mas assim, se prepara para uma enxurrada de tretas.
  - Mas parecem duas crianças puta que pariu.
  - Não é!?
  - Mano o Jeff e o Pierre saíram daqui faz alguns meses e nesse meio tempo já teve confusão, parece que não dá pra deixar eles sozinhos! Você sabia que o David fez um retiro para entender o que acontece com ele que ele não consegue ficar com ninguém sério?
  - Eita porra não sabia!
  - É por isso que o Jeff falou para ele que já deu, que ele tá forçando a barra. – Parei para dar um gole no café. – O Jeff me avisou que o David iria pedir desculpas e eu falei para ele que não sei se tenho paciência.
  - Agora tudo fez sentido.
  - Como assim?
  - O David jogou na cara do Jeff que ele se aproveitou da situação para te deixar contra ele.
  - ATA PÔ. - Respirei fundo por que notei que falei mais alto que o necessário. – Como se tivesse sido o Jeff que me obrigou a ficar brava com o David.
  - Pois é! Ele falou que o Jeff não deu a oportunidade dele se explicar.
  - Mano ele teve todas as oportunidades do universo para se explicar, pedir desculpas, se redimir, para tentar fazer dar certo. Ele é quem não quis mudar e entender o que ele estava fazendo de errado então eu cansei! – bufei e me ajeitei na cadeira.
  - Faz sentido .
  - você não tem noção do quanto ele vai ouvir se quiser falar comigo de novo.
  - Consigo imaginar nega, sério.
  Ficamos o resto da tarde conversando sobre os meninos e sobre o que havia acontecido na última turnê. Quando me dei conta já eram quase oito da noite então voltei para casa, os shows na américa do sul seriam em breve e eu tinha que me preparar, tanto em quesito de roupas quanto mentalmente para aguentar o que estava por vir. Eu realmente não sei qual será minha reação em frente ao David e ele pedir desculpas pela milésima vez mas sei que vou ter que ser forte se não a história vai se repetir e sinceramente não quero isso.

11 – Buenos Aires, o começo da nova turnê.

  Finalmente chegou o momento de vê-los de novo eu estava com tudo pronto para irmos para Buenos Aires para nosso primeiro show, eu e a pegamos um uber até o aeroporto por ser mais fácil e mais barato do que deixar o carro no estacionamento, estávamos com tudo planejado de todos os dias inclusive onde iriamos passear enquanto eles atendiam os fãs, faziam a passagem de som e etc. Chegamos no aeroporto e logo encontramos a nos esperando, ela estava nitidamente nervosa e ansiosa por toda aquela aventura que estava por vir.
  - E ai, conseguiu dormir ?
  - Obviamente não, né. – Ela deu risada. – E vocês?
  - Sem chance.
  - Claro que não! Estou mega empolgada com isso tudo. – A estava toda atrapalhada com as malas de mão.
  Fomos para a sala de embarque e ficamos esperando um pouco para embarcarmos, quando finalmente pudemos entrar no avião nos acomodamos nas poltronas azuis e eu me dei conta de como aquilo tudo havia feito falta para mim, poder viajar com eles e de quebra ainda assistir a shows. Foi em meio a esses pensamentos que acabei cochilando um pouco, acordei com a aeromoça avisando que iríamos pousar. Quando desembarcamos em Buenos Aires senti toda a ansiedade que até em tão eu não tinha tido tomar conta de mim, minhas mãos começaram a suar frio e senti como se alguém tivesse dado um soco no meu estômago.
  Pegamos nossas malas e fomos em direção ao hotel as três em silêncio, com certeza por causa da ansiedade de tudo o que estava por vir, quando o carro parou na entrada vimos logo de cara uma multidão de fãs se aglomerando na entrada principal do hotel, esperamos um pouco para tentar entrar, foi um momento bem complicado com as malas, pessoas tentando nos atropelar para falar com eles e tudo mais. Quando finalmente conseguimos entrar eu e as meninas fomos paradas pela recepcionista.
  - Onde vocês pensam que vão?
  - Para nossos quartos? – Respondi indignada pelo jeito que ela havia falado com a gente.
  - Aham, qual o quarto?
  - Só um minuto que já volto tá? – O Chuck falou ao fundo para a , eu nem tinha reparado que ele já estava ali.
  - Tá bom Chuck, vamos esperar por você e pelos meninos aqui.
  - Ok! Já desço. – Ele gritou do elevador e a veio em nossa direção.
  - Bom, o Chuck foi chamar o Jeff e o Pierre para liberar a chave para a gente.
  - Ok. – Olhei ao redor e me dei conta que a havia sumido. – Mano cadê a ?
  - Ali ó – A apontou para a que estava em altos papos com o Danny.
  - Gente do céu eu to completamente perdida, vocês são mais rápidas que eu.
  - Bom... – Ela deu risada. – Na verdade logo que entramos vi o Chuck ai ignorei a moça ali e fui falar com ele, só você parou para responder ela.
  - Fiquei irritada com o “Onde vocês pensam que vão.” Achei completamente antiprofissional.
  - Isso foi mesmo! Eu nem ouvi o que ela falou.
  - Pois é cara!
  Ficamos falando sobre a recepcionista e o que havia acontecido em tão pouco tempo até o Chuck descer com os dois, eles falaram com a recepcionista e pegaram as chaves dos quartos. Seguimos eles até os respectivos quartos, quando entrei e fechei a porta respirei aliviada momentâneamente por não ter encontrado o David no corredor.
  - Sabe que vai encontrar ele mais cedo ou mais tarde né? – O Jeff falou como se estivesse lendo meus pensamentos.
  - Ficou tão na cara assim?
  - Olha, sinceramente?
  - Sim.
  - Ficou, parecia que tinha um letreiro neon na sua testa falando que não queria encontrar o David. – Ele deu risada. – Mas me fala, seria tão ruim encontrar ele de novo?
  - Ah Jeff, eu não to com paciência sabe? – dei de ombros.
  - Bom, mais cedo ou mais tarde você vai encontrar ele, só espero que não se matem. – ele deu risada
  Joguei um travesseiro nele enquanto ria, o primeiro show já seria naquela noite, como eu e as meninas tínhamos ganhado o all access ficamos mais tranquilas em questão de horário para ir para a fila. Resolvemos ir um pouco mais cedo que eles afinal curtir aquele momento de ansiedade na fila era ótimo, nos reunimos no lobby do hotel, pegamos um uber e fomos para a fila, quando chegamos já tinha bastante gente garantimos nosso número do pizza e fomos dar uma volta ao redor da casa, encontramos um barzinho onde sentamos para tomar uma cerveja e comer alguma coisa.
  - E aí , já viu o David? – A deu um gole na cerveja atenta na minha resposta.
  - Nope. – Falei sentindo borboletas no meu estômago. – Provavelmente só vou vê-lo no pizza.
  - Tá ansiosa?
  - Obvio que sim! Eu realmente não sei como vai ser.
  - Relaxa, ele tá um fofo.
  - Você o viu ? – Eu e a falamos em coro.
  - Yep, ele tá no quarto vizinho do Bouvier, quando cheguei ele estava com a porta escancarada então era difícil passar sem cumprimentar ele.
  - Faz sentido.
  - Então ele tá um amorzinho, falou até que não vai comentar nada com você, vai seguir o concelho do Chuck e deixar as coisas rolarem.
  - Concelho do Chuck? – A falou curiosa.
  - Sim, pelo que ele me falou ele pediu concelhos para todos eles e o Chuck foi o melhor concelho que ele já recebeu desde o retiro. “Deixa rolar David, o que for para acontecer vai acontecer” – Ela fez aspas com as mãos.
  - Gente nem eu estava sabendo disso. – A ficou meio chocada. – E olha que falamos sobre o David hoje.
  - Vamos voltar para a fila? – Eu conferi o celular onde haviam mensagens avisando que eles tinham chegado na casa de shows. – Aparentemente eles chegaram.
  - Vamos!
  Voltamos para a fila e cerca de dez minutos depois fomos liberadas para entrar, em meio à euforia das pessoas eu, a e a grudamos umas nas outras e começamos a correr para conseguir lugar na grade, quando começou o show eu senti toda aquela felicidade novamente, sinceramente eu estava com saudades de sentir aquilo, senti nervosismo por ver o David novamente e notar como ele estava lindo, chorei, pulei, dei risada das piadas do Pierre, fiquei até um pouco sem ar quando a plateia toda veio em direção a grade me esmagando um pouco. No final do show, esperamos o lugar esvaziar um pouco para irmos atrás de onde iria acontecer o Pizza, eu e as meninas meio que deduzimos que seria no mesmo lugar da última vez então fomos em direção a lateral do palco, onde encontramos outras pessoas com a pulseira do pizza.
  - Gente não temos a pulseira.
  - Tá, mas temos nosso crachá lindo.
  - Bom, verdade, mas realmente eu queria a pulseira. – A fez bico.
  - Ué pede para o Chady oras!
  - Verdade!
  - Ou para o Danny, pelo jeito vai ser ele quem vai vir liberar. – Falei olhando para ele que saia de uma porta aleatória.
  - Boa! – A foi atrás do Danny e logo voltou com duas pulseiras na mão. – Ele falou que esqueceu de nos entregar e sem isso os seguranças da casa vão nos barrar, até a equipe tá usando hoje.
  - Oshe, que estranho.
  - Também achei mas depois da última tour eu entendo.
  Demos risada quando lembramos que muitas pessoas haviam invadido o lugar do pizza, voltamos a atenção para o Danny que estava dando as instruções básicas sobre como as coisas deveriam acontecer. Ele frisou bem a frase “Não tentem nada desagradável com eles.” Achei meio estranho mas com certeza havia um motivo para ele falar aquilo, quando entramos na sala onde seria o pizza eu fui direto pegar um pedaço de pizza de atum e tomar uma coca cola, me sentei em uma cadeira que tinha perdida ali para comer tranquilamente enquanto observava a euforia de todos. Quando o Chady entrou anunciando que os meninos iriam entrar logo em seguida levei um susto e senti meu estômago revirar, eu realmente estava ansiosa por aquilo, mal podia esperar para ter a emoção de passar nas filas deles novamente.
  A quem eu to querendo enganar? Eu to ansiosa mesmo para ver o David de perto, puta merda ele está absurdamente diferente, mudou o cabelo, parece que voltou ao estilo antigo, admite , você precisa encontrar ele e só por isso está aqui.
  Chacoalhei a cabeça na tentativa de afastar os pensamentos mas quando olhei para frente o David estava parado de costas para mim, aparentemente era ali onde ele iria ficar durante o pizza inteiro, senti minhas pernas bambearem e dei graças a deus que eu estava sentada, tentei me levantar mas minhas pernas não estavam respondendo aos meus comandos. Respirei fundo, tomei coragem enquanto dava o último gole na coca cola e me levantei indo em direção ao Pierre.
  - Hey! Achei que você ia primeiro no David já que estava do lado dele. – O Pierre abriu um sorriso divertido.
  - Não consigo... – Respondi olhando o encarte do cd na minha mão. – Autografa para mim?
  - Claro! – Ele pegou o encarte e me puxou para um abraço, eu retribui com mais intensidade que o esperado. – Você está bem?
  - Só nervosa. – Soltei uma risada meio sem jeito.
  - Deixa ele por último então. – Ele autografou o crachá do post game e o encarte do cd e me entregou de volta.
  - Exatamente o que eu vou fazer. Obrigada.
  Dele fui no Seb, depois no Chuck e só me restava o Jeff ou o David, me vi em uma situação meio complicada já que o Jeff estava cheio de fãs ao redor enquanto o David estava sozinho, até olhando o celular! Respirei fundo e fui em direção a ele que quando me viu também ficou tenso, eu sorri para ele conforme ia me aproximando e pude notar ele se derretendo com o gesto.
  - Hey, o show foi incrível, parabéns. – Falei passando a mão na minha nuca.
  - Obrigado! Quanto tempo, hm?
  - É... – Sorri sem jeito e entreguei o encarte do cd, ele prontamente autografou e me devolveu, assim como o crachá. – Foto?
  - Claro!
  Ele se aproximou e deu um beijo na minha bochecha para fazer a pose da foto, em seguida tiramos outra, os dois sorrindo, admito que quando ele se aproximou minha vontade era virar e matar as saudades que eu estava do beijo dele ali mesmo mas me contive, afinal meu orgulho ainda é grande e não vou dar o braço a torcer tão facilmente, sei quee as expectativas eram unicamente minhas e eu mesma me frustrei com ele, que ele estava dentro do direito dele de não falar comigo depois dos shows da ultima turnê, mas não me responder nunca foi o ápice, responder mesmo que seco seria o mínimo.
  O único impulso que cedi foi abraçar ele, não um abraço comum e sim um abraço onde estava nítido que o meu corpo sentia falta dele, quando ele retribuiu o abraço na mesma intensidade eu senti o chão abrir debaixo dos meus pés e acabei desabando em choro, um choro que estava guardado há um bom tempo, desde a última vez que eu tinha visto ele para ser mais exata, ele teve a reação que eu esperava, me abraçou mais forte e sussurrou no meu ouvido “Está tudo bem.” Ele não precisou falar mais nada, aquela pequena frase já me fez chorar mais ainda, por saudades, por que eu odiava o fato de ter ficado brava com ele por tanto tempo, por estar brava comigo mesma por estar desejando aquele homem novamente.
  Quando consegui me conter limpei as lagrimas e dei um beijo na bochecha dele, exatamente nessa hora ele virou levemente o rosto fazendo nossos lábios se tocarem, nos encaramos por alguns instantes, ambos com expressão de susto no rosto e com as bochechas levemente coradas, isso foi o que me fez ter certeza que aquilo não havia sido intencional.
  Sorri de canto e fui em direção ao Jeff que me recebeu de braços abertos com um sorriso lindo no rosto, corri para abraçar ele e tropecei no que com certeza foram meus pensamentos fazendo nós dois irmos direto para o chão.
  - você tem que parar de se perder nos seus pensamentos – Ele gargalhou. – Ei, eu vi o que acabou de acontecer.
  - Hm... – Me levantei e ajeitei a camiseta que havia subido até a altura dos peitos deixando a mostra a tatuagem nova que eu havia feito, um under boobies lindo que era de pontilhismo formando uma mandala.
  - Bonita tatuagem nova. – Ele corou levemente.
  - Ah, você ainda não tinha visto né? Doeu mas ficou linda.
  - Quem sabe vejo depois... – Ele mordeu o lábio inferior.
  - Maybe one day. – Dei uma risada divertida.
  Depois de recuperarmos a postura que teoricamente era para termos, ele autografou o encarte e o crachá. O restante do pizza foi super divertido vi umas meninas meio eufóricas por estarem falando com eles, o que sinceramente me lembrou os meus primeiros shows, depois da foto em grupo nos organizaram em uma fila para a foto individual com eles cinco, tirei minha foto sem muitas poses diferentes e fui esperar as meninas do lado de fora.
  - Oi, você foi quem caiu em cima do Jeff né?
  - Sim, por que?
  - Nada, é que achei estranha a reação dele. – A menina parecia meio irritada. – Ele agiu como se nada tivesse acontecido.
  - Bom, deve ser porque isso é normal, ele já me salvou duas vezes do carrinho de camareira... – Falei pensativa lembrando das duas situações e dei risada.
  - Ah então você é uma das fãs que se passaram por camareiras e foram pegas?
  - Que? Não, quando me passei de camareira deu mó auê mas não fomos pegas não. – Olhei confusa para ela. – Me conta essa treta aí.
  - Então cara, acontece que nos shows lá na Austrália que foram antes dos daqui, duas meninas se passaram por camareiras e foram pegas pelos seguranças do hotel.
  - Copionas e burras. – Dei risada. – O que aconteceu com elas?
  - Foram proibidas de ir a qualquer outro show, boatos que elas são brasileiras.
  - Bom, quando me passei de camareira foi na última turnê deles.
  - Ah eu lembro dessa história, inclusive elas falaram que se inspiraram nisso.
  - Não creio. – Dei uma gargalhada. – Elas não sabem que a segurança foi reforçada justamente por causa daquilo!?
  - Pelo jeito não sabiam não, elas foram realmente burras, nem o uniforme certo usaram, pegaram do hotel do lado que não fazia parte da mesma rede.
  - Mano do céu! – Balancei a cabeça negativamente. – Elas literalmente tentaram seguir os passos que eu fiz, mas quando fiz o hotel lá era da mesma rede, por isso que ninguém notou, até eu ficar entalada no carrinho de camareira e pagar o maior mico da vida na frente deles, o Jeff foi o único que conseguiu me tirar de lá e olha que todos tentaram.
  - Seria meu sonho ter todos eles me puxando pela perna. – A menina falou com um olhar vago.
  - Não mana, não é não, isso foi o maior mico da minha vida, no dia seguinte a ressaca moral foi grande e eu ainda fui em outro show deles.
  - Coragem!
  - Sim, mas já estava comprado e eu não ia deixar de ver eles por isso. – Dei de ombros. – No fim sai no lucro de muita coisa, inclusive coisas que não são tão legais assim.
  Vi a e a saindo e me despedi da menina que estava conversando, contei para elas o caso de terem tentado se passar de camareira e as duas deram risada, assim como eu também acharam tal atitude burrice principalmente pelo fato dos hotéis não serem da mesma rede. Nós três estávamos destruídas depois de termos ficado na grade sendo esmagadas por todos, fomos ao bar tomar uma cerveja para relaxar todos os músculos possíveis do nosso corpo.
  - E aí, como foi?
  - O que? Encontrar o David ou pagar mico na frente do Jeff de novo?
  - Mico? Eita conta tudo por que fiquei do lado do Mozão o pizza todo e nem prestei atenção!
  - Cara também não vi! – A falou surpresa. – E quando você foi falar com o David eu nem sei onde eu estava.
  - Em altos papos com o Bouvier. – Dei risada da resposta óbvia. – Bom, sem querer eu e o David demos um selinho, só sei que foi sem querer pela reação dele, eu ia dar um beijo no rosto dele e ele virou. – Dei um gole na cerveja. – Mas foi difícil rever ele, sério, senti todas as consequências da paixonite, pernas bambas, esquecer a fala e tudo que tem direito.
  - Eu tinha certeza! Ganhei a aposta com o Bouvier!
  - Então, quanto ao mico com o Jeff... – Senti meu rosto queimar. – Acontece que eu tropecei nos meus próprios pensamentos e acabei derrubando nós dois, quando me levantei a camiseta subiu deixando a mostra a tatuagem.
  - Ele ainda não viu?
  - Bom, não, na verdade faz um tempo que não rola nada entre a gente. – falei encarando o copo de cerveja.
  - Bom, acho que é normal, entre eu e o Charles também não aconteceu nada. – a falou levemente desapontada. – Olha que oportunidade antes do show não faltou, só não rolou.
  - Bom eu e o Bouvier, veja...
  Demos risada já sabendo que tinham rolado muitas coisas entre eles, depois de algumas cervejas pegamos o Uber e voltamos para o hotel, os meninos estavam no bar conversando passamos por eles com a promessa de que só iríamos tomar banho e depois voltávamos, quando entrei no quarto, fechei a porta atrás de mim e apoiei nela por alguns instantes até criar coragem e ir para o chuveiro deixando as peças de roupa no caminho. Entrei no banho e me sentei no chão deixando a água forte cair nas minhas costas, terminei meu banho e quando desliguei o chuveiro ouvi alguém entrar no quarto, fiquei em silêncio para tentar ouvir alguma coisa mas não adiantou.
  Me vesti com o roupão que tinha ali e sai do banheiro, olhei ao redor e vi o David pegando a carteira e o celular do Jeff no criado mudo, fiquei completamente parada sem saber muito o que fazer, ele se virou e assustou comigo ali.
  - Desculpa, não queria incomodar. – Ele me analisou de cima a baixo e desviou o olhar. – Não sabia que você estava dividindo o quarto com ele.
  - Ele te pediu para buscar isso? – Me virei para a minha mala enquanto vestia a calça.
  - Sim, falou que já que eu ia subir para pegar um casaco se eu podia passar aqui e... – Ele ficou em silêncio.
  - E o que? – Me virei de frente a ele usando só um sutiã e a calça jeans, a reação dele foi ficar completamente vermelho e morder levemente o lábio inferior. – Até parece que nunca viu Desrosiers.
  - Ver eu vi mas mudou algo ai... Enfim... – Ele balançou a cabeça. – E pegar a carteira e o celular para ele. – Ele completou a frase e deu um passo meio relutante em direção a porta.
  - Acontece David, que ele sabe muito bem que estamos dividindo o quarto e também sabia que eu estava tomando banho. – Peguei a primeira camiseta que vi na frente e vesti, foi quando percebi que era a que tinha o escrito “Desrosiers 69” nas costas. – Queria entender só.
  - Ele sabia que você estava no banho? – Ele se sentou confuso na cama. – Porque me pediu para pegar? Era mais fácil usar o celular de qualquer um de nós para te mandar uma mensagem.
  - Entendeu agora a minha indignação? – Falei parando de costas para ele, me olhando no espelho enquanto penteava o cabelo úmido.
  - Essa camiseta...
  - É a que eu ganhei de você na última turnê. – Falei colocando a escova na bancada debaixo do espelho, me virei de frente para ele e apoiei na bancada. – Que tem?
  - Não sabia que você usava ainda.
  - Sabe, não é por causa de tudo o que aconteceu entre nós, de você ter me ignorado durante meses depois da turnê mesmo eu te mandando mensagens, que você deixa de ser um artista incrível, você continua sendo meu preferido da banda David. – Falei dando ênfase na frase e ele olhou para o chão. – Não tem quem me faça mudar de ideia, apesar de estar sim chateada com você, você prometeu que iria continuar o contato e não o fez, de novo eu criei expectativas e me decepcionei.
  - ... – Ele se aproximou, admito que aquela proximidade toda era meio perigosa, passou a mão pela minha cintura me puxando para mais perto e me encarou, naquela distância eu podia ver cada detalhe de seu rosto, dos olhos castanhos levemente esverdeados. – Eu fui um babaca, adoraria ter uma nova chance, chance de ser seu amigo se for o que você quer, claro que gostaria de ser algo a mais, mas nem por isso vou forçar a barra e te pedir milhares de desculpas novamente, sei que palavras a essa altura do campeonato não tem valor.
  - David... – Senti minha respiração falhar e minhas pernas bambearem. – Não se aproxima assim. – Suspirei sentindo o perfume dele tomar conta de mim. - Isso não vai ter um bom resultado e sabemos disso, não é o momento. – Falei com o máximo de firmeza que era possível ter naquele momento.
  Ele me deu um beijo na testa e saiu do quarto, assim que fechou a porta me joguei na cama sentindo cada pedaço do meu corpo querendo o toque dele, afundei meu rosto no travesseiro até aqueles pensamentos saírem. Quando me senti segura novamente desci até o bar onde a e a já estavam há algum tempo, me sentei com elas e ficamos horas a fio bebendo e conversando. Chegamos a conclusão que em Lima iríamos passear mais já que o nosso vip estava garantido, fui dormir naquela noite ainda meio bêbada e pensando no que essa turnê vai dar.
  Admito que ver o David assim mais gentil me quebrou um pouco, meu coração quer deixar tudo para trás mas meu cérebro não deixa, fica insistindo que tudo aquilo irá se repetir, não que não vá se repetir, mas talvez ter uma nova aventura agora com consciência de que ele não é o que eu projetei seja interessante.

12 – Lima, o recomeço.

  Quando desembarcamos em Lima eu, a e a estávamos com a programação feita, já que iriamos passar três dias por lá, o show só seria na noite seguinte então fizemos uma pequena lista de lugares para conhecer. Chegamos no hotel, nos instalamos e trocamos de roupa, pegamos um uber e fomos até o Museo de Oro, o caminho era meio grande mas como resolvemos turistar um pouco aproveitamos cada minuto, acabamos passando a tarde inteira olhando o Museu, ele realmente era grande e tinham muitos detalhes para serem vistos lá dentro só alguns lugares realmente podiam tirar fotos, aproveitamos cada segundo ver aquelas armaduras pessoalmente foi incrível.
  Voltamos ao hotel para saber qual seria a programação daquela noite já que o show seria só no dia seguinte, aparentemente eles já tinham começado a programação sem nem chamar a gente, os cinco estavam no bar bebendo e conversando, subimos para o quarto para tomar banho e em seguida descemos novamente.
  - Bom, achei que vocês iam sair. – Falei me sentando na cadeira vaga ao lado do Jeff.
  - Na real estamos planejando sair para algum bar amanhã.
  - Gosto da idéia!
  - E vocês? Foram para onde e não chamaram? – O Pierre questionou arqueando a sobrancelha.
  - Até o Museo de Oro. – A estava nitidamente empolgada. – Foi incrível, aquele lugar é maior que o esperado!
  - Sim, ele é gigante! – o Chuck completou. – Vocês conseguiram ver tudo? – ele sorriu olhando para a
  - Então vocês já foram lá?
  - Claro! É um lugar lindo mas demora a tarde toda para ver tudo.
  Ficamos conversando com eles horas a fio, foi quando resolvi ir conhecer o hotel, afinal eu só tinha visto a entrada, o quarto e o bar, ainda tinha a piscina e um terraço com vista panorâmica para ver.
  - Gente vou fazer uma tour pelo hotel.
  Anunciei e sai dali sem nem esperar nenhuma resposta, fui para o elevador e tinha o botão escrito “CO” sem pensar duas vezes cliquei nele e esperei, o que pareceu ser uma eternidade, até chegar no terraço, o lugar era incrível e tinha até um bar ali em cima, parei em um dos cantos apreciando à vista.
  - É lindo, não? – Levei um susto e me virei bruscamente ficando frente a frente com o David.
  - Sim, incrível.
  Fiquei em silêncio e voltei a olhar a vista, logo ele se posicionou do meu lado e arriscou passar a mão levemente trêmula pela minha cintura, dei um passo para o lado onde ele estava mostrando que eu concordava com aquilo. Ele me olhou e sorriu de canto, minha única reação foi sorrir e olhar para o outro lado enquanto apoiava a cabeça no ombro dele, minha vontade era abraçar ele de volta e ali ficar até o amanhecer, mas eu só me entreguei ao momento onde ficamos naquela posição durante alguns minutos. Ele soltou minha cintura e eu o olhei meio desapontada mas logo ele segurou meu queixo e me deu um selinho, aquele gesto me fez perceber o como ele havia realmente mudado e sinceramente deu até um certo medo.
  Fiquei observando ele se afastar com as duas mãos nos bolsos da calça enquanto tudo o que eu queria era puxar ele e beijar, respirei fundo e fui em direção a ele, segurei seu braço e ele me olhou meio assustado.
  - Não vai. – Falei, com o olhar de quem estava implorando para ele ficar.
  - ... – Ele sorriu. – Sabe, era exatamente o que eu queria ouvir.
  Ele me puxou pela cintura e me beijou, um beijo que se iniciou calmo e foi se aprofundando, havia mágoa naquele beijo mas o desejo e a saudade superavam aquele sentimento, meu corpo não respondia mais aos meus comandos, estávamos em sintonia perfeita até sermos interrompidos por uma risada baixa vindo de perto do elevador, quando olhamos a e o Pierre estavam ali fingindo que não tinham visto nada.
  - Deixa eles. – Ele quase sussurrou.
  - Melhor deixarmos isso para outro momento. – Sorri dando um selinho nele e saindo.
  - Sabe, concordo. – Ele começou a caminhar ao meu lado. – Como você mesma disse, tudo a seu tempo.
  - Exatamente. – Me sentei em uma mesa próxima ao bar e ele me acompanhou.
  - Deixa eu te contar, o Chuck se desentendeu com a Jacquelin por causa da .
  - Como assim?
  - Ela descobriu da última turnê, que ele saiu com a e deu piti.
  - Mas gente, será que ela já tinha ciúme da antes?
  - Claro que sim! Você não sabia? – ele me olhou inconformado.
  - Não ué!
  - Bom, a vive mandando mensagem para ele no instagram, a Jacquelin nunca gostou muito disso.
  - Eita falta de auto confiança.
  - Pois é, quando comentei isso ninguém concordou.
  - Cara, deve ser dificil ser casado com um de vocês, na verdade com qualquer famoso de banda, se você pensar vocês saem de turnê e elas ficam em casa, claro que criam milhares de teorias.
  - É faz sentido .
  - Então!
  Ficamos um bom tempo conversando sentados ali enquanto bebíamos alguns drinks, eram quase quatro da manhã quando voltei para o quarto ligeiramente bêbada entrei em silêncio e fui direto para o chuveiro para tentar amenizar os efeitos do álcool no meu cérebro, depois de uns quinze minutos ouvi o Jeff batendo na porta.
  - Tá destrancada, entra. – Falei ainda sentada debaixo do chuveiro tentando fazer o mundo parar de girar.
  - Está tudo bem?
  - Só bebi demais. – sorri para ele.
  - Você sumiu, onde foi?
  - Descobri que tem um bar lá na cobertura, o David me encontrou lá e ficamos bebendo e conversando durante algumas horas. – falei ainda grogue.
  - Bebeu muito?
  - Acho que sim.
  - Vou pedir uma garrafa de água, uma coca cola e um suco de laranja para matar sua ressaca.
  Eu só concordei com a cabeça agradecendo mentalmente ele estar ali para cuidar de mim, momentos depois de ouvir ele ao telefone ele volta e se senta do lado de fora do box eu estava sentada no chão, abraçando minhas pernas e percebi que chorava um pouco.
  - E tudo certo entre você e o David?
  - A gente ficou e depois ficamos fofocando sobre o Chuck.
  - Achei que fosse demorar mais. – Ele deu uma risada divertida. – E como foi?
  - Ah Jeff, foi bom mas eu lembrei de tudo sabe? – Falei sentindo uma pontada de tristeza. – Ele realmente mudou, mas não sei até que ponto. – Eu levantei a cabeça e o encarei.
  - você tá chorando por ele de novo?
  - Sinceramente não faço idéia do por que estou chorando Jeff. Só sei que preciso de ajuda para sair daqui. – Dei risada.
  - Vem. – Ele estendeu uma mão enquanto pegava a toalha com a outra, assim que levantei ele me enrolou na toalha e me abraçou. – Você estava esse tempo todo debaixo do chuveiro gelado?
  - Sim. – Falei com a voz trêmula sentindo o frio percorrer meu corpo. – Pelo menos fiquei sobrea.
  - Você é louca.
  Sorri para ele que me olhava preocupado, pegou mais uma toalha e me enrolou, me pegou no colo e me levou até a cama colocando todas as cobertas em cima de mim. Quando o calor ficou insuportável foi que eu decidi sair daquele monte de panos que o Jeff havia colocado cuidadosamente em cima de mim, ele já estava dormindo ao meu lado mas com mais cuidado que eu tivesse feito para não o acordar não foi o suficiente.
  - Você está bem?
  - Sim, só com calor. – Falei me livrando da última toalha sem me lembrar que eu não estava vestindo mais nada.
  - Veste alguma coisa. – Ele me entregou uma camiseta dele que ficava bem grande em mim.
  - Ah... – Olhei para ele que estava me analisando e em seguida para a camiseta, a peguei e vesti. – Pronto. – Me sentei na cama ao lado dele enquanto tomava o suco de laranja. – Obrigada Jeff.
  - Pelo que?
  - Por ter cuidado de mim. – Sorri para ele que passou a mão pelo meu rosto.
  - Óbvio que eu iria cuidar, – Ele parou a mão na minha nuca fazendo carinho.
  Eu fiquei ali apenas curtindo o carinho enquanto terminava meu suco, em seguida tomei a coca cola enquanto assistia a algum filme que estava passando, eu sabia da ressaca que estava por vir mas o sentimento bom que eu estava, não estava me importando muito com aquilo, até porque foi só um beijo e nada a mais, deitei na cama me aconchegando no peito do Jeff que já estava quase dormindo, pelo menos era o que eu achava.
  Quando encostei a cabeça no peito dele ele passou a mão pelo meu rosto me puxando para um beijo, inicialmente calmo e cheio de saudades, foi se intensificando enquanto mãos percorriam o corpo um do outro, pude sentir que ele estava com tanta vontade quanto eu.
  Depois de tudo eu vesti meu pijama e acabei capotando até a manhã seguinte, acordei assustada achando que havia dormido o dia todo mas eram só dez da manhã. Me levantei vesti a primeira roupa que achei e fui para o restaurante em busca de um café, infelizmente o café já havia acabado então me lembrei que no quarteirão de cima tinha um bar onde com certeza venderia café, fui até lá e consegui o meu tão desejado café, não era igual ao brasileiro mas já me ajudava a acordar, eu estava saboreando aquela bebida dos deuses sentada em uma mesa na calçada quando uma morena com a camiseta preta estampada a mão o escrito “Simple Plan” se aproximou nitidamente perdida.
  - Com licença.
  - Oi? – Falei bebericando o café e desejando que ela fosse breve.
  - Vi sua camiseta com a estampa do Simple Plan, será que você sabe onde eles estão ficando?
  - Sei. – Analisei a moça de cima abaixo. – No AC hotel, desce mais um quarteirão que você encontra.
  - Eles vendem café aqui? – Ela apontou para o interior bar, eu concordei com a cabeça, ela entrou pegou o café e se sentou na mesa comigo. – Se importa?
  - Pode ficar. – Dei de ombros, eu realmente estava sonolenta então era até bom ter mais alguém na mesa comigo.
  - Você é de onde?
  - São Paulo, Brasil. – Olhei para a menina de olhos castanhos. – E você?
  - Também! Meu sonho era ir em um show fora do Brasil e calhou deles virem e eu ter dinheiro para poder vir em Lima.
  - Hm... – Dei o último gole no café e pedi outro ao garçom que prontamente trouxe uma xícara grande. – Veio sozinha?
  - Sim, com a cara e a coragem. – Ela sorriu. – E você?
  - Vim com a minha irmã e uma amiga, como não tem mais café no hotel, resolvi vir tomar café aqui. – Meu humor começava a melhorar lentamente. – Você realmente não sabia onde eles estavam hospedados?
  - Não, eu segui as fotos que o Seb postou, ativei meu lado stalker e descobri que era nessa região, esse já é no quarto hotel que eu vou.
  - Dessa vez vai no certo, pode ter certeza. – Olhei para meu celular que estava vibrando há algum tempo e vi o nome “Jean François” escrito na tela, silenciei e o coloquei na bolsa de volta. – Não to com saco agora, vai esperar.
  - Era muito importante?
  - Nah, só um amigo que provavelmente está querendo saber onde eu estou... – Peguei o celular e mandei mensagem avisando que sai para tomar café. – Pronto, agora ele para de ligar por um tempo.
  - Você tem um rosto familiar...
  - Bom, já devemos ter nos visto em outros shows deles. – Sorri de canto.
  - Provavelmente! Menina, você ficou sabendo que aquelas três que acompanharam eles na última turnê aqui, estão no mesmo hotel que eles? – Ela falou sem nem perceber que eu era uma delas.
  - Sério?
  - Pelo que me falaram sim! Parece até que uma delas está ficando no quarto do Jeff.
  - Que mal lhe pergunte mas como sabe disso tudo?
  - Um amigo meu trabalha no hotel que eles ficaram em Buenos Aires e me contou, notícia de primeira mão.
  - Hm. – O celular voltou a vibrar insistentemente era o David dessa vez. – Amiga tenho que atender.
  - Onde você tá? – Ele falou absurdamente preocupado.
  - No quarteirão de cima em um bar tomando café, por que toda essa preocupação?
  - Todos nós tentamos ligar e você não atendeu.
  - E só te atendi para entender o motivo de tanto auê se eu avisei.
  - Avisou quem?
  - Quem está dividindo o quarto comigo oras.
  - Está perto de fã?
  - Sim. Daqui a pouco estou de volta, fica tranquila.
  - Ok.
  Ele desligou o telefone e voltei minha atenção a menina que estava nitidamente em êxtase por estar ali, conversei mais um pouco com ela e para meu azar fomos juntas para o hotel, respirei fundo enquanto ela continuava falando sobre a banda e a encarei seria.
  - Mana eu vou entrar que tenho que me arrumar para o show.
  - Você está no mesmo hotel que eles?
  - Sim.
  - Espera, você é uma das três. – Ela falou olhando atentamente para o meu rosto.
  - Sim. – Suspirei. – Agora se me dá licença.
  Ela ficou indignada me olhando entrar pela porta depois de apresentar meu crachá, encontrei o Jeff sentado no restaurante conversando com a , me sentei com eles e expliquei onde eu estava e o que havia acontecido em relação a menina loira, a caiu na gargalhada quando contei que ela estava fofocando sobre a gente. Nos despedimos do Jeff, encontramos a e fomos para a casa de shows ficar na fila.
  - E aí, o que aconteceu? – A nos parou antes de chegarmos perto da fila.
  - Primeiro eu fiquei com o David.
  - EU VI – A falou animada.
  - Eu sei que viu, você e o Bouvier viram – Dei risada. – Depois enchi a cara com ele enquanto a gente fofocava sobre a vida e o Jeff, homão da porra, me ajudou a melhorar, depois que melhorei bom, coisas aconteceram.
  - FINALMENTE!
  -E você ?
  - FINALMENTE COISAS ACONTECERAM! Devo admitir que estava com saudades.
  - Te entendo cara, e como entendo.
  Fomos para a fila enquanto eu contava para a sobre a fofoca que o David me contou na noite anterior, pegamos nosso número e nos sentamos mais distante de todos para podermos conversar em paz, a menina do bar chegou e me reconheceu, ela pegou o número do pizza e veio falar comigo.
  - Miga preciso de um concelho.
  - Tem direito a três. – Falei olhando para ela. – Senta, sabe que ainda não sei seu nome?
  - A mal educada né, foi mal, sou a .
  - Prazer, sou a , essa é a e essa é a . – Ela sorriu e nós três sorrimos de volta. – Diga, que aconteceu?
  - O Seb, que é meu favorito aconteceu.
  - Desenvolva o assunto. – A falou curiosa.
  - Bom, ele me chamou para ir ao bar hoje.
  - E você vai? – A estava olhando o celular e aparentemente era real, o Seb havia mandado mensagem para ela falando da menina.
  - Claro! Mas o concelho que preciso é, se rolar como faço para não me iludir?
  - Tenha em mente que é apenas uma noite e se por acaso algo rolar depois é lucro. – A falou divertida.
  - Exatamente! – A soltou o celular e prestou atenção na . – Eu até desconfiaria mas como o Seb me mandou mensagem falando para você ir com a gente para o bar depois daqui, até me mandou uma foto sua, é realidade, seja bem vinda.
  - Por isso ele me pediu uma foto!
  - Provavelmente.
  - Agora entre nós, por que raios o Jeff e o David estão de mal humor hoje? – Ela perguntou se ajeitando no chão, a e a olharam para mim e deram risada.
  - Bom, talvez eu tenha cagado com tudo na hora que fui no bar tomar café. – Dei de ombros. – Eu só queria a porra do café mano! Não entra na cabeça deles isso?
  - Pode ter certeza que não, um ficou culpando o outro a manhã inteira. – A falou gargalhando.
  - Gente vamos que vão abrir a porta.
  Nós nos levantamos e voltamos para a fila do pizza, entramos correndo e fomos para a grade como de costume, logo recebi uma mensagem do Seb.
  “Seria muito estranho convidar a para continuar a turnê com a gente?”
  “Olha Seb, você quem decide, eu primeiro veria se realmente é o que espero para depois convidar.”
  “Achei válido, obrigada .”
  “Por nada.”
  Sorri sozinha e guardei o celular, o show começou e sem fazermos ideia a música Try estava no repertório, foi quando o David desceu e parou na minha frente e cantou junto com o Pierre.
  - This time I won’t make up excuses. ‘Cause I don’t wanna lose you. Don’t give up on me and I’ll prove it. I can do this.
  Sorriu me entregando a palheta e subiu de volta para o palco, ele ter cantado aquele pedaço para mim me fez desabar em choro e me perder nos pensamentos, senti a mão da me puxando para abraçar ela e apenas me deixei levar, o show foi finalizado com Lucky One, onde foi a vez da chorar horrores, o que fez ela ganhar a palheta do Pierre já que ele tocou com o violão dele. Depois do show esperamos esvaziar e fomos para a lateral do palco esperar pelo pizza eu estava emocionalmente destruída depois daquela cena.
  Fomos liberados para entrar na sala onde seria o pizza, eu sinceramente não conseguia comer nada, peguei uma coca cola e fiquei apoiada em um canto apenas esperando.
  - Mano o que foi aquilo? – A apoiou do meu lado.
  - Quem sabe um dia eu te conte, tudo depende dessa noite.
  - Como assim?
  - Logo você descobre. – A me olhou e percebeu que eu estava arrasada, ela e a pararam do meu lado.
  - Calma .
  - , eu tô no chão com aquela cena, fico repassando ela várias e várias vezes na mente. – Falei encarando o chão. – Sabe o que mais dói? – As três pararam e me olharam atentas. – Lembrar da expressão do Jeff, me sinto ingrata.
  - Que?
  - Você não reparou? Ele fez uma expressão de tristeza em ver aquilo. – Respirei fundo. – Não sei até onde isso vai.
  - Deixa a vida levar mana. – A me deu um abraço.
  - Vou deixar, mas dá uma dorzinha no coração sabe?
  - Ô se sei.
  O Chady anunciou a entrada dos meninos e de novo eu estava parada onde o David parou, me esquivei dele e fui em direção ao Jeff que me recebeu com um sorriso de canto, eu o abracei e senti saudades naquele abraço, o que sinceramente era estranho.
  - Está tudo bem? – Falei apoiando o queixo no peito dele.
  - É... Está. – Tinha um pouco de tristeza na voz dele.
  - Não, não está e pelo visto você não quer falar disso. – Apertei o abraço e dei de ombros. – Quando estiver a fim de falar sou toda ouvidos, ok? – Puxei ele um pouco para baixo e dei um beijo na bochecha dele.
  Tiramos uma foto e fui falar com os outros, quando chegou no David eu ainda estava sentindo aquela emoção toda e tinha plena consciência que não era forte emocionalmente quando se tratava dele, juntei na aglomeração ao redor dele e esperei pela minha vez. Eu o abracei e agradeci o gesto que ele havia feito no show, tiramos uma foto juntos e eu voltei para um canto, peguei uma coca cola e fiquei ali observando a todos. Logo foi a foto em grupo e o momento da foto individual, quis ser a primeira para acabar com aquela sensação estranha de uma vez por todas, sai da casa de shows e esperei as três do lado de fora enquanto refletia sobre tudo aquilo. Assim que as três chegaram pegamos um uber e fomos para o bar onde os meninos tinham combinado de ir, eles demoraram cerca de meia hora e nesse tempo nós quatro estávamos nos questionando se realmente estávamos no bar certo. Quando eles finalmente chegaram se sentaram com a gente na mesa, eu estava meio nervosa mas logo me soltei mais, a noite foi indo super divertida com eles e mais alguns fãs por ali.
  - agora eu consigo te falar o que houve. – O Jeff me puxou para um canto distante de todos. – Sabe, eu fico preocupado com você em relação ao David, hoje cedo eu e ele tivemos uma leve discussão.
  - Por que?
  - Começou com o fato de você ter sumido e depois se prolongou até o passado, as coisas que ele fez, ele me falou que se ele não tivesse pisado na bola eu não teria a menor chance, isso doeu sabe.
  - Mentira. – Balancei negativamente a cabeça. – Vocês parecem dois heteros babacas discutindo por causa de mina, apenas parem, por favor. – respirei fundo. – Sabe, eu também tenho sentimentos, não é por que ele pisou na bola que eu fiquei com você, ou você não lembra que a gente ficou dois dias depois que eu tinha ficado com ele? Nesse curto tempo ele ainda não tinha pisado na bola Jeff. – acariciei o rosto dele.
  - Espera, é mesmo!
  - Acontece, que eu estava sim buscando por atenção naquela época e foi um combo horrível o que aconteceu entre eu e ele, mas você, bom, você sempre foi um lorde, sempre deu atenção a todos e isso me fez criar um sentimento por você. – olhei para o chão. -  Sempre que precisei você estava pronto para me ajudar, ao contrário de muitas outras pessoas, mesmo você estando em outro país, veio até o Brasil sem nem saber que o que eu mais precisava era da sua companhia.
  - ! – ele falou em uma mistura de choque e felicidade. – Eu não sabia!
  - Olha, quanto ao David, até provar o contrário, tenho em meus pensamentos que ele é um cara apenas para curtir, entende?
  - Claro que entendo.
  - Já você... – eu o olhei e ele estava levemente corado. – Bom, você é o cara que eu quero por perto, seja em questões amorosas, seja só por amizade, você é uma pessoa que é rara encontrar Jeff.
  Ele sorriu e me abraçou, aparentemente ele estava realmente chocado com o que eu havia falado, até eu fiquei surpresa por conseguir falar tudo aquilo! Voltamos para a mesa e o Jeff estava nitidamente mais feliz, curtimos a noite bebendo alguns drinks e conversando com todos que estavam por ali.
  Chegamos no hotel por volta das três da manhã e como eu já imaginava, a foi com a gente, fui direto para o quarto tomar uma ducha em seguida desci para conversar com as meninas, havíamos combinado isso no bar.
  - E aí, como está? – Perguntei para a que era a única ali até então.
  - Menina ele me chamou para acompanhar a turnê da américa do sul.
  - E o que você respondeu?
  - Que sim, óbvio, só tenho que me virar em relação ao meu trabalho.
  - Relaxa que você consegue dar um jeito.
  - Na verdade... – Ela falou pensativa. – Eu estou de férias, por que raios estou me preocupando tanto!?
  - Tá vendo, aproveita o momento mulher!
  - Sem dúvidas!
  - Vocês duas são muito rápidas.
  - Na verdade você e a que demoram muito. – dei risada.
  - Bom, Charles me segurou no quarto por algum tempo... – ela ficou completamente corada.
  - HM. – cai na gargalhada. – Menina espera a descer que tenho fofocas.
  - ADORO.
  - Alguém disse fofoca? – a apareceu atrás de mim.
  - SIM! Senta ai que tem história. – olhei para a . – Bom, capaz de você ficar meio perdida mas como foi convidada a fazer parte da turnê depois te atualizo.
  - Ela foi mesmo convidada? – a falou empolgada. – Seja bem vinda a bordo!
  - Mais uma para compartilhar as loucuras deles! – a se ajeitou na cadeira. – Adoro! Assim o Seb não fica mais forever alone coitado.
  - Né! Então, o Jeff me chamou de canto no bar... – contei para elas tudo o que eu havia falado para ele e o que havia acontecido entre ele e o David mais cedo.
  - Era por isso a cara de cu então!
  - Sim cara!
  - Gente na boa, parecem dois heteros idiotas discutindo como se você não tivesse seus sentimentos. – a comentou e nós três olhamos para ela.
  - Não é! – falamos em coro.
  - Foi exatamente o que falei para ele. – dei de ombros. – Sei lá se vai adiantar ter falado.
  - Gente outra fofoca – a falou esfregando as mãos. – Vocês sabiam que o Pierre e a Lachelle deram um tempo?
  - De novo?
  - Sim, aparentemente ela não tá aguentando a pressão de ser casada com famoso.
  - Meu cú – a comentou irritada. – Ela sempre AMOU surfar na onda dele, alguma coisa deve ter acontecido.
  - Concordo, mas pelo que ele falou foi isso.
  - Claro que ele vai falar isso, ele não quer pensar no motivo real.
  - Até o fim da turnê a gente descobre.
  -Meninas, preciso falar com vocês. – o Danny se sentou e nos encarou sério. – Lembra que iríamos passar três dias aqui?
  - Sim.
  - Então, os meninos preferiram mudar, passar dois aqui e dois em La Paz.
  - Ô saco – falei meio irritada. – Tínhamos planos. Mas ok, embarcamos amanhã cedo então?
  - Isso, as oito da manhã temos que dar o check out.
  - Ok. – falamos quase em coro.
  - Obrigada meninas. – ele saiu sorridente.
  Nós conversamos mais um pouco e fomos para os quartos descansar já que nossa viagem para La Paz havia sido adiantada, eu dormi umas três horas mas parecia que tinha sido oito horas, acordei super disposta para fazer qualquer coisa. Ajeitei minha mala e desci, na recepção encontrei todos já fazendo check out, pegamos a van e fomos ao aeroporto.
  O voo foi um pouco demorado já que atrasou para sair, o que me deu tempo de descansar mais um pouco, acabei acordando na hora de pousar em La Paz.

13 – La Paz

  Desembarcamos e logo eu e as meninas passamos pelos fãs que estavam no aeroporto, a cada show a multidão aumentava, entramos na van e ficamos esperando eles chegarem o que deve ter demorado cerca de meia hora, chegamos no hotel e logo nos instalamos nos quartos eu, a e a havíamos combinado de ir nos pontos turísticos, todos os que conseguíssemos naquele dia, dessa vez os meninos resolveram ir junto.
  Nós nos encontramos na entrada do hotel e pegamos um uber até a Praça Murillo, lá visitamos o interior do Palácio Legislativo, depois fomos na Catedral de La Paz, o passeio estava realmente incrível, os lugares eram lindos, fizemos uma pausa em restaurante localizado em calle sagarnaga que era perto do próximo lugar da lista, a Igreja e Convento de São Francisco. De lá fomos ao mercado das bruxas, um lugar onde você encontra literalmente tudo o que quiser, parei para comprar um poncho logo em uma das primeiras lojas.
  - Vocês vão querer?
  - Óbvio que eu quero. – a falou animada escolhendo um para ela.
  - É, por que não né! – a foi em direção aos ponchos.
  Os meninos não quiseram escolher um para eles e ficaram esperando pela gente um pouco mais distantes, foi nessa pausa que fizemos para comprar coisas que eles foram reconhecidos, fãs começaram a aparecer para tirar fotos com eles, enquanto eles atendiam a todos calmamente, eu e as meninas continuamos caminhando, paramos em várias lojas e acabamos saindo com muitas coisas de lá, cachecóis, chaveiros e coisas do gênero, encontramos os meninos novamente quando estávamos voltando para onde eles estavam, passamos com eles em mais algumas lojas e voltamos para o hotel.
  Naquele final de tarde fui até a piscina para me distrair um pouco, eu estava sentada com os pés dentro da água morna quando o David se aproximou e se sentou ao meu lado. Ele não falou nada, apenas ficou ali observando o pôr do sol ao meu lado, sinceramente era tudo o que eu precisava, uma companhia que não fosse puxar nenhum assunto desnecessário.
  - Sabe... – ele começou e eu o olhei de canto. – Eu tive vontade de te ligar.
  - Ah pronto, lá vem. – respirei fundo me acalmando. – E por que não ligou? Acha que eu simplesmente ignorei o que aconteceu?
  - Não tive coragem.
  - Pelo amor de deus David!
  - É sério.
  - Está bem, eu até acredito, mas teve coragem o suficiente para sair com outra moça, que por sinal aconteceu a mesma coisa, né.
  - Quem te contou?
  - A mídia, ou você esqueceu que é uma figura pública?
  - Mas não dei entrevista para ninguém.
  - As pessoas supõe David, todas as mulheres que são fotografadas com uma certa frequência com qualquer famoso, a mídia supõe que, ou é namorada, ou é da família. – Eu me ajeitei cruzando as pernas, me arrependi imediatamente do ato, eu estava com os pés molhados e acabei molhando meu short. – A partir do momento dessa suposição, existe uma leve investigação, quem é a pessoa, de onde ela veio e o que pode ser do famoso. – Ele me olhou chocado. – Fora a fanbase toda falando que, supostamente “perdi” você para aquela moça.
  - ... – Ele apoiou a mão sobre a minha.
  - O que? – Respondi ríspida, retirei minha mão dali e me levantei. – Se você for falar um “Me desculpe” ou “Me perdoe” nem perca tempo. Eu te amo David, mas as coisas não funcionam assim.
  - , por favor me escuta. – Ele se levantou e segurou levemente meu braço.
  - Diga.
  - Sabe qual foi o motivo que eu não consegui te ligar? Foi tudo muito intenso e rápido, eu não conseguia tirar você da cabeça, simplesmente achava que eu era a pior pessoa do mundo por te feito passar por tudo aquilo. – Ele me olhou triste. – Acontece que a Louisy foi, querendo ou não, um passa tempo, uma pessoa que me guiou e me mostrou o que havia de errado, sei que fiz merda em sair com ela e decepciona-la dessa forma, assim como já havia te decepcionado. Acontece que você não me sai da cabeça desde a última turnê, quando voltei para casa me senti perdido e tinha um certo medo de transferir isso para as músicas.
  - Bom, você tinha meu número, era só ter me ligado. – o encarei desafiadora. – Mas não ligou, não temos como saber se teria sido diferente. Não sabemos se a pessoa que teria vindo para o Brasil junto com o Pierre teria sido você. Sinto muito David, mas tudo aquilo ainda dói, e dói muito.
  Eu virei as costas, comecei a caminhar em direção ao quarto onde sabia que iria encontrar o Jeff, consequentemente encontraria uma segurança que por algum motivo ele me transmitia. Peguei o elevador extremamente triste em ter ouvido tudo aquilo novamente, ter que ter revivido aquele mês onde eu me perguntava o motivo dele não estar me respondendo, o que foi realmente muito doloroso e decepcionante.
  Quando o elevador parou desci sem nem me preocupar em reparar se haviam pessoas ali ou olhar para o visor dos números, comecei a caminhar lentamente até o quarto, naquele momento o corredor parecia enorme, comecei a estranhar a distância que estava andando e parei para olhar ao redor.
  Caralho onde eu me enfiei!? Pior, como saio daqui!?
  Me dei conta que eu realmente estava em um corredor grande, o qual não era o corredor dos quartos, vi uma luz em uma porta aberta e andei apressada até lá, me deparei com duas moças com uniformes do hotel de costas para a porta sussurrando algo, me aproximei silenciosamente.
  - Vamos logo, não temos muito tempo. – Ouvi uma sussurrar para a outra.
  - Será que a gente encontra eles?
  - Se vocês estão tentando invadir o hotel como camareiras, desiste enquanto ainda dá tempo. – falei apoiada na parede observando as duas se atrapalharem com os carrinhos. – Já tentaram isso e não rolou.
  - E quem é você para falar que não vai funcionar? Já deu certo com as irmãs lá.
  - Sou uma delas. – dei um passo em direção a porta e dei ombros. – Mas olha, se realmente vão tentar, deveriam ter treinado mais como fazer as coisas.
  - Como assim?
  - Onde está a pasta de dentes no carrinho? O sabonete da pia? Coisas assim são o que eles vão pedir, com certeza vocês não pensaram nisso. – me virei de frente para elas e observei as duas me olhando com cara de interrogação.
  - É melhor a gente desistir Willy, ela vai contar para eles.
  – Eu já suspeitava que vocês não sabiam. – revirei os olhos e fui até o carrinho, fiquei surpresa como ele era parecido com o que eu havia usado há alguns anos, me abaixei e mostrei atrás das toalhas, na segunda prateleira era onde ficavam as coisas que perguntei. – Viu, são essas coisas que vocês tem que saber. –s para as duas.
  - Você não vai nos entregar? – uma delas falou em choque.
  - Eu não, já tive meu momento de glória, se querem fazer isso boa sorte. Mas vem cá, vocês sabem como sai desse corredor enorme? Estou completamente perdida. – sorri meio sem graça.
  - Sim sabemos, vem com a gente. – as segui até um elevador, que aparentava ser elevador de carga, entramos e a tensão tomou conta do ambiente enquanto elas encaravam os números.
  - Sério? Não sabem por onde começar?
  - Nem ideia.
  - Bom, vou entregar de bandeja para vocês então. – sorri divertida com a situação e apertei o andar do quarto dos meninos. – Como vocês me trouxeram para o elevador, acho justo.
  - Obrigada! – falaram em coro.
  - Só tomem cuidado com a segurança, eles sabem quem trabalha ou não no hotel. – falei seria. – Notei que vocês são brasileiras, cuidado para não serem deportados.
  - Não vamos demorar muito, ainda mais que você já entregou o andar para nós.
  O elevador parou no andar, eu sorri e desci indo direto para o quarto sem falar com ninguém. Entrei no quarto e vi o David sentado conversando com o Jeff, achei estranha a situação porém precisava ir no banheiro com certa urgência, quando sai estava só o David ali, sentado aparentemente me esperando.
  - O que você quer?
  - Conversar.
  - Já conversamos demais por hoje Desrosiers. – senti lágrimas querendo escorrer de meus olhos e contive o máximo que pude. – Se puder me deixar sozinha.
  - ... Conversei com o Jeff sei que você não está a fim de ouvir as desculpas de novo.
  - Se sabe... – fui interrompida por um soluço e senti lágrimas rolando pelo meu rosto. – Por que ainda está aqui?
  - Por que me sinto culpado. – ele passou as mãos pelo meu rosto secando as lágrimas. – Culpado por você estar triste, culpado pelas lágrimas que caíram por minha causa.
  - It’s too late. – falei quase em um sussurro sentindo o choro entalar na minha garganta.
  - I’m sorry. – ele falou triste e abriu a porta do quarto. – Não sabia o como você era importante para mim.
  Ele saiu fechando a porta atrás de si, me joguei na cama enfiando a cara no travesseiro e deixando todo aquele choro finalmente sair, choro o qual estava engasgado desde a última turnê. A dor do coração sendo partido repetidas vezes era insuportável, ao mesmo tempo que eu queria me deixar curtir não conseguia, eu realmente não sei ate que ponto vou aguentar ter mais conversas como essa, fiquei deitada na cama algumas horas completamente entregue aqueles sentimentos e ao choro. Quando finalmente consegui parar de chorar, tomei um banho e mandei mensagem para as meninas.
  “Preciso desabafar”
  “Bar em meia hora, só nós três.”
  “Estarei lá.”
  Me vesti e resolvi passar uma maquiagem, quem sabe ajudava a esconder minha cara de choro, não para as meninas mas sim para a sociedade, ninguém precisava saber que desabei em choro por causa de um macho babaca. Quando estava praticamente pronta para sair o Jeff entrou no quarto.
  - Está bonita, vai ao bar com as meninas?
  - Já tá sabendo é? – sorri divertida.
  - A me contou, encontrei com ela agora pouco.
  - Fez sentido...
  - Você está bem?
  - Defina bem, Stinco.
  - Bom, eu saí do quarto e o David ficou, logo vi ele saindo triste.
  - Olha, eu finalmente coloquei tudo para fora, finalmente chorei tudo o que tinha que chorar por ele. – o olhei séria. – E escreve o que eu estou te dizendo, eu nunca mais derramo uma lágrima por causa dele, se chorar vai ser emoção do show, das músicas, da vibe que sinto quando estou na grade. Mas nunca mais por ele.
  - Essa é a que eu queria ver há tempos. – ele se levantou e me abraçou. – A da qual a tanto fala.
  - A tanto fala?
  - Sim! Quando as tretas com o David começaram, a me falou que você não era assim, que havia algo acontecendo mas nem ela entendia.
  - Acontecia que eu não colocava tudo para fora, eu não me entregava aos choros que nem eu fiz hoje. Só isso.
  Sorri para ele, dei um beijo na bochecha e sai do quarto em direção ao bar do hotel, no corredor vi as duas meninas que tinha encontrado quando me perdi, as duas paradas praticamente na mesma posição.
  - O que aconteceu?
  - Não conseguimos nos mover.
  - Medo? Ansiedade?
  - Tudo junto.
  - Olha, se vocês não forem logo vão ser pegas. – falei séria. – Ah e cuidado, não saiam de costas de nenhum quarto, vocês podem cair dentro de algum carrinho.
  Elas deram risada e começaram a andar em direção aos quartos, desci até o bar e me sentei em uma mesa esperando as meninas, enquanto elas não chegavam vi o David sentado conversando com o Chuck que estava com uma expressão meio brava.
  - Chegamos! – a falou empolgada se sentando na cadeira a minha frente.
  - E aí o que aconteceu? – a se sentou ao meu lado.
  - Bom, aconteceu que finalmente chorei tudo que tinha para chorar em relação a ele.
  - Olha só! Finalmente!!
  - É cara, acho que tudo o que eu precisava era isso, chorar em paz em um quarto de hotel. – dei risada. – Enfim, ele veio me pedir desculpas de novo e falar que se sente culpado por eu chorar por ele.
  - Ih alá, ele acha que você vai cair nesse papo? Logo ele, o senhor pegador, falando isso?
  - Então né! Aparentemente ele acha que sim , ele falou que não sabia o como eu era importante para ele.
  - ATA. – a falou alto e se levantou. – Vou buscar uma bebida, depois dessa é necessário.
  - Essa é a que eu estava com saudades. – a sorriu e me abraçou. – Sabe mana, odeio te ver mal por macho.
  - Sinceramente, também estava com saudades de mim mesma. – sorri para ela.
  - E aí, o Stinco já sabe da treta? – a se sentou entregando um drink para cada uma de nós.
  - Oi gente, posso sentar com vocês? – a parou do nosso lado meio sem jeito.
  - Claro! – falamos em coro.
  - Então, não contei para ele exatamente o que aconteceu, ele só viu o David saindo triste, mais nada.
  - E vai contar? – a bebericou a bebida.
  - Sinceramente, só se surgir o assunto. – dei de ombros. – Ele pareceu feliz com o que falei.
  - , o que você falou?
  - Falei que nunca mais derramo uma lágrima por causa do Desrosiers.
  - Beleza , prometeu algo praticamente impossível de cumprir. – a deu risada. – Eu duvido que você nunca mais chore por ele.
  - Gente, não estou entendendo... – a estava nitidamente confusa sobre o assunto. – Você fica tanto com o Jeff quanto com o David?
  - Basicamente isso. – a falou pacientemente. – Em resumo é assim, o David foi o primeiro que ela ficou mas ele é um babaca que fez altas cagadas, o Jeff tomou a frente ajudando ela sobre o David, ela ficou com o Jeff e de vez em quando algo rola entre ela e o David. É confuso mas você se acostuma.
  - Tá, realmente é confuso.
  - Como te falei, um dia te explico com calma, ou você acaba sacando tudo. – dei um gole na bebida enquanto observava o David se levantar.
  - Tô falando que essa promessa de não chorar por ele não vai durar.
  - Ué, não vou chorar, mas ninguém falou em não beijar. – sorri sarcástica. – Convenhamos que a pegada dele é incrível.
  - Pelo que você diz... – a deu de ombros. – Só acho muito cedo .
  - Não falei que iria fazer isso agora, talvez quando chegarmos no Brasil.
  - Duvido que aguente. – a rolou os olhos e deu risada. – Faltam mais dois shows sem contar o de amanhã, duvido que você aguente até chegarmos no Brasil para ficar com ele de novo.
  - Olha, até eu duvido mas vou tentar.
  Ficamos até três da manhã conversando no bar, a nos contou sobre como tem sido com o Seb, que ele tem sido um amorzinho e tudo o que já esperávamos. Fui para o quarto morrendo de sono desejando deitar e dormir tranquilamente, quando entrei o Jeff já devia estar no décimo quinto sono, tomei uma ducha rápida e me deitei ao lado dele me aconchegando naquela cama confortável. Meu cérebro insistia em repassar o acontecido com o David, tentei afastar os pensamentos de todos os modos mas parecia impossível, parecia que eu não havia terminado a conversa como gostaria, de qualquer modo me conformei que já era tarde para ir atrás dele continuar uma discussão desnecessária, foquei nas lembranças do show e acabei adormecendo.
  Acordei no dia seguinte com o Jeff se arrumando para ir atender aos fãs, me levantei dando bom dia para ele, vesti a primeira roupa que encontrei e fui tomar um café no restaurante. Me sentei junto com as meninas que estavam em uma mesa um pouco afastada.
  - Bom dia gente. – falei bebericando o café quente.
  - Bom dia. – falaram quase em coro.
  - Dormiu bem? – a estava nitidamente preocupada.
  - Sim, por um milagre sim, depois de conseguir parar de repassar a briga na cabeça. – dei outro gole no café. – Mas acabei sonhando com ele.
  - Tinha certeza. Você tá bem para vê-lo hoje?
  - Gente, sério, sei que foi tudo muito complicado e que vocês sofreram junto comigo. Agradeço cada minuto por ter tido vocês ao meu lado, de verdade. – olhei para elas séria. – Mas por favor já passou, eu estou bem, posso garantir que quando eu estiver mal vocês serão as primeiras a saber.
  - Assim espero, dona . – a falou séria.
  Sorri para elas e fui até o quarto para me arrumar para o show, já que iríamos para a fila mais cedo, como sempre. Cheguei no quarto e encontrei o David sentado na cama conversando novamente com o Jeff, assim que ele me viu saiu do quarto cabisbaixo. Dei de ombros olhando a cena e fui pegar minha roupa para me vestir.
  - , você não acha que foi muito dura com ele? – o Jeff me observava pegar a roupa.
  - Olha, sinceramente? – coloquei a calça jeans sobre a cama enquanto trocava de camiseta. – Talvez, mas realmente é muito tarde para me pedir desculpas, te falei isso quando foi me visitar, lembra?
  - Lembro de você ter comentado que não aguentava mais as desculpas.
  - Então, chegou no limite Jeff, ele começou a repetir tudo aquilo que eu já sei. – me sentei na cama para calçar o tênis. – Acontece que foi mais doído em mim do que ele imagina, não foi fácil falar para ele que era tarde demais, mas também eu ter falado isso não significa que nunca mais vou beijar ele, entende?
  - Sim, você só não quer se machucar novamente?
  - Exatamente! Cansei de me iludir por ele, cansei de sofrer por um relacionamento que na verdade nunca existiu fora da minha mente. Só isso, então pode ter certeza que se algo rolar entre eu e ele é a mais pura diversão.
  - Admiro isso em você. Sério.
  - Isso o que exatamente?
  - Essa coragem de ficar com alguém que já foi apaixonada.
  - Olha, não tenho essa coragem, acontece que sei bem que vai ser inevitável, como falei para as meninas, não pretendo ficar com ele até o Brasil.
  - Mas faltam dois shows ainda e quando vocês estão perto a tensão toma conta, só tenho minhas dúvidas se essa tensão é sexual ou não.
  - Stinco! – dei risada. – Até então a tensão era por que eu tinha certeza que ele iria comentar algo desnecessário.
  - Sei... – ele se jogou na cama rindo. – Te conheço , sei bem que você não resiste aos encantos do Desrosiers.
  - Você é a terceira pessoa que fala isso para mim hoje, algo me diz que a só não falou porque não acompanhou desde o começo.
  - Tenho certeza.
  Peguei um travesseiro e joguei nele enquanto me levantava para encontrar as meninas, ele se levantou e me puxou pela cintura, selando nossos lábios em um beijo lento e carinhoso. Sorri olhando nos olhos dele e dei um selinho de despedida, abri a porta para ir ao Lobby encontrar as meninas, me deparei com o David parado ali na porta, provavelmente estava ali há um tempo e havia ouvido minha conversa com o Jeff a julgar pela expressão dele.
  - Então quer dizer que você não resiste a mim?
  - Que tal ser menos convencido? – fechei a porta atrás de mim o encarando. – Então quer dizer que você gosta de ouvir conversas alheias?
  - Quando meu nome está no meio, gosto de saber sim.
  - David, era só você prestar atenção aos sinais e não ter feito cagada, talvez você já soubesse disso tudo, mas só queria ouvir eu falando, né. – revirei os olhos e fui em direção ao elevador.
  - Não, na verdade eu não sabia. – ele parou ao meu lado esperando o elevador.
  Ficamos em silêncio e entramos no elevador, parei em um canto mexendo no celular fingindo que ele não estava ali, infantil eu sei, mas era a única alternativa para não ter que falar com ele e me render aos meus desejos de beijar ele ali mesmo. O ouvi sussurrar algo parecido com “Se você quer jogar, então vamos jogar.” Mas não tenho certeza do que ouvi, quando o elevador parou dei graças a deus e sai em direção as meninas que estavam ali perto me esperando.
  - HM... Desceu no elevador com ele foi?
  - Olha, você pare .
  - Mas nem falei nada. – ela deu risada. – Só acho que esse jogo vai dar ruim para os dois lados.
  - Jogo? Que jogo? Tá doida?
  - Se ela estiver, todas estamos . – a deu risada. – Bora para a fila?
  - Bora.
  Fomos até a casa de show de Uber, quando chegamos a fila já estava consideravelmente grande e por algum motivo numerada, pegamos nosso número e nos sentamos em um canto para esperar afinal ainda era cedo, os meninos nem tinham saído do hotel ainda.
  - Gente ouvi o David sussurrar algo no elevador, mas não tenho certeza do que foi não.
  - O que você ouviu?
  - “Se você quer jogar, então vamos jogar.”
  - Vou tentar descobrir para você o que foi que ele falou.
  - Obrigada .
  - Vamos que vai abrir o main event. – a falou ansiosa.
  - Vamos.
  Nos levantamos e voltamos para a fila, o Chady já estava liberando a entrada do Main Event, eu estava ligeiramente nervosa por encontrar o David nos backstages. Fomos guiados pelo Chady até o camarim, onde era para os cinco estarem se ajeitando para a passagem de som, chegando lá só estavam quatro, faltava o David, estranhei um pouco a atitude dele mas deixei aquilo de lado, assistimos a passagem de som de cima do palco e, ali decidi que preferia ficar na plateia, a emoção era maior, a visão deles de cima do palco sem dúvidas era incrível, mas preferi deixar isso para outro show.
  Avisei as meninas que iria ver o show da plateia e todas concordaram comigo que aquilo era uma boa ideia, assim que liberaram a entrada do pizza fomos para o nosso lugar de sempre, a grade, nos posicionamos praticamente no meio do palco, onde tivemos uma vista incrível do show. No meio do show houve uma mudança de setlist, logo após eles tocarem Welcome to My Life, eles tocaram Try aquilo fez a plateia toda surtar, uma música raramente tocada, sendo tocada ali ao vivo. Logo após o primeiro refrão o David desceu no vão entre a plateia e o palco parando na minha frente.
  -“I’ve been the best at letting people down, i’ve never been the kind of person you could trust, but if you give me half of a chance I’ll show, how much I can fix myself for you.” – Ele cantou olhando diretamente para mim, apenas balancei a cabeça soltando um sorriso, ele esperou o segundo refrão e continuou. – “This time I won’t make up excuses, ‘Cause I don’t wanna lose you, don’t give up on me and I’ll prove it, i can do this.”
  - So Prove it. – falei sabendo que ele iria apenas ler meus lábios.
  Ele sorriu vitorioso e voltou para o palco, parando apenas para entregar a palheta a alguém no caminho. Senti os olhares da e da me julgando sobre o que havia acabado de acontecer, eles finalizaram o show com Perfectly Perfect fazendo a plateia toda ficar emocionada, eu e as meninas esperamos esvaziar um pouco para então descobrir onde iria acontecer o pizza, quando o Chady nos guiou até uma sala pequena atrás do palco, peguei um refrigerante e um pedaço de pizza, me sentei em um canto no chão mesmo.
  - O que foi aquela declaração para você miga? – uma menina ruiva falou se sentando ao meu lado.
  - Oi?
  - A declaração do Desrosiers.
  - Gente mas tá cheio de brasileiro por aqui esses dias. – dei risada. – Então, também não sei mana.
  - Pois é, pelo jeito os fãs brasileiros cansaram dos shows lotados e vieram para cá.
  - Fazendo assim os shows daqui ficarem lotados. – falei pensativa. – Sorte de quem vai nos de lá.
  - Ou sorte para quem vai em algum de lá além do daqui.
  - Real. – a olhei tentando descobrir se já a havia visto de outro show mas desisti.
  - Achei super fofo ele ter feito aquilo, você teve sorte dele ter parado em você.
  - Hm. É. – respondi completamente perdida nos meus pensamentos.
  O Chady entrou anunciando a chegada deles, eu me levantei e esperei eles se posicionarem, acabei ficando perto do Pierre então fui nele primeiro.
  - Por essa você não esperava né? – ele falou enquanto me abraçava.
  - Óbvio que não, ainda mais com uma música que vocês nunca tocam em shows.
  - Se prepara que só piora. – ele sorriu, pegou meu crachá para autografar e seu celular. – Hoje sou eu quem quero a foto com você. – deu risada.
  - Acontece que também quero. – olhei para a menina ruiva. – Será que você pode tirar uma foto para mim?
  - Claro!
  Ela tirou a foto do momento em que o Pierre estava fotografando nós dois com o próprio celular, a agradeci e fui para o Jeff que estava falando com a . Falei rapidamente com ele já que haviam muitas fãs ao redor, ele parecia estar se divertindo com o acontecido e eu estava começando a desconfiar que eles estavam tramando algo. Passei em um por um deixando o David por último, quando cheguei nele esperei a menina que estava falando com ele terminar.
  - O que foi aquilo? – falei o abraçando.
  - Foi exatamente o que pareceu.
  - Bom, não tenho certeza do que pareceu, mas dizem por aí que foi uma declaração. – olhei na direção do Pierre e notei ele apoiado na nos observando. Pude ler os lábios dos dois comentando sobre eu e o David. – Se foi isso você tem que tomar jeito David. – o encarei sorrindo.
  - Vai falar que você não gostou?
  - Não falei isso, realmente foi bonito.
  - Viu só. – ele sorriu vitorioso. – Sinto que tem um “mas” vindo.
  - E tem mesmo, acontece que você vai ter que fazer mais que isso.
  - Aguarde e verá. – ele segurou meu queixo e selou nossos lábios, ali mesmo, no meio de todo mundo.
  - David! – dei um passo para trás notando o silêncio que tomava conta do lugar.
  Ele não respondeu, apenas me abraçou demoradamente, o que fez meu coração acelerar levemente e meu rosto corar. Sai do abraço e voltei chocada para falar com a que ainda estava conversando com o Pierre, mesmo enquanto ele atendia aos fãs.
  - , você viu que audácia? – falei apoiando ao lado dela.
  - Ah para com isso . – o Pierre deu risada. – O mundo sabe que você gostou.
  - Nunca neguei que gostei, só achei realmente estranho.
  - Olha, estranho foi, até mesmo para ele. – ele falou entre um sorriso e outro para a fã em sua frente.
  - Então!
  - , deixa te contar uma coisa. – a me puxou para um canto. – O que você ouviu no elevador estava certo, ele está jogando e já fez duas jogadas pelo que parece.
  - Real, acabei de falar com o Chuck sobre isso. – a parou do nosso lado. – E para piorar o Pierre está ajudando.
  - Todos estão pelo jeito, os únicos contra são o Jeff e o Chuck. – a parou completando o círculo.
  - Ah pronto, era só o que faltava. – sorri irônica. – Agora vou ter que desenferrujar e me lembrar de como jogar de volta. Odeio quando isso acontece, espera o Jeff e o Chuck são contra?
  - Sim. – a deu um gole em um refrigerante. – O Chuck me falou que acha sacanagem e que vocês dois podem sair muito machucados disso, o Jeff eu já não sei o porquê não aprova.
  - Por que ele não quer me ver mal de novo, também não quer ver o amigo dele mal. – falei como se fosse óbvio. – Ele deixou claro isso quando conversamos, entre linhas mas ficou nítido.
  Fomos interrompidas pelo Chady nos chamando para a foto em grupo, logo depois da foto ele organizou a todos em uma fila para a foto individual com os cinco e como de costume eu e as meninas ficamos entre os últimos da fila. Quando chegou minha vez eu estava completamente sem idéias, parei entre o Jeff e o David sem fazer nenhuma pose especial, na hora da foto eles mesmos criaram a pose, o David e o Jeff me deram um beijo de cada lado da bochecha e os meninos fizeram cara de surpresos. A foto ficou incrível, principalmente pela minha reação de susto completamente espontânea, fui lá para fora esperar as meninas e fiquei olhando a foto enquanto elas não chegavam, ouvi três amigas reclamando pelo que entendi das fotos que haviam ficado ruins. Quando as meninas saíram fomos até um bar para podermos beber um pouco já que no dia seguinte iríamos embarcar para Valparaíso. Voltamos para o hotel eram quase cinco da manhã, cheguei no quarto e dormi feito um bebê até as dez, acordei com o Jeff me chamando calmamente para podermos ir ao aeroporto.
  Arrumei minhas malas e fui dar check out junto com ele, no caminho passamos pelo quarto do Pierre, ouvi ele e a conversando e acabei parando para prestar atenção.
  - Não , é sério, eu dei um tempo com ela!
  - Ué então por que ela ficou tão brava de ter ouvido minha voz no telefone, Bouvier?
  - Eu sei lá! Ela não faz sentido nenhum!
  - Bom, não que eu faça, mas se deu um tempo, deu um tempo ué. Aceita.
  - Espera, você está brava?
  - Não, eu fiquei indignada por ela brigar com você, só isso.
  - Psiu, que feio. – o David sussurrou atrás de mim. – Bisbilhotando a vida alheia.
  - Não estou bisbilhotando, apenas escutando a treta.
  - Quer saber o que aconteceu?
  - Óbvio.
  - Bom, a Lachelle ligou hoje cedo. – ele encostou na parede olhando para as unhas. – Ela ouviu a voz da no quarto e deu piti com o Pierre, mesmo eles estando no tempo, ela ainda quer controlar com quem ele sai ou não, quando ouviu a voz da ela surtou, parece que sabe que ele foi ao Brasil encontrar ela.
  - Credo David, você sabe tudo isso só de ter ouvido a conversa?
  - Não, conversei com a Lachelle mesmo. – ele deu risada. – Ela me ligou para desabafar, aparentemente sou o ombro amigo dela.
  - Hm, então tá né. – dei risada.
  Vi a saindo meio irritada em direção ao elevador onde a e o Chuck estavam, fui ao encontro deles deixando o David parado ali, demos check out no hotel e fomos ao aeroporto onde sinceramente não tive muita paz, o David com o joguinho besta dele estava querendo se reaproximar de mim enquanto tudo o que eu queria era um momento de paz. Embarcamos em direção a Valparaíso, o vôo não demorou muito então não deu tempo de cochilar, acabei deixando para fazer isso quando chegamos ao hotel.

14 – Valparaíso.

  Chegando ao quarto fiquei maravilhada com a vista, acabamos pegando um quarto com vista para o mar, eu me sentei na mesa que havia ao lado da janela e fiquei horas apreciando a vista.
  - É bonita a vista né? – O Jeff se sentou ao meu lado.
  - Achei incrível. – Me virei para ele. – Sabe, tem algo que preciso te perguntar.
  - Diga.
  - Esse jogo do David, sério que vocês todos estão sabendo?
  - Sim... – Ele suspirou. – Aquele dia que você encontrou ele no quarto comigo antes do show, ele estava me explicando e tentando me convencer de participar.
  - Mas?
  - Acontece que não vou ajudar ele nisso, não quero ver nenhum dos dois se machucar novamente, só prometi que não iria contar o plano para você. – Ele deu de ombros. – Mas pode ter certeza que a coisa só piora, se ele ter cantado Try no show parado na sua frente foi muito para você, se prepara que vai vir mais coisa.
  - Coisa tipo aquilo?
  - Sim.
  - Bom saber. – Dei um beijo na bochecha dele. – Obrigada Jeff.
  - Por nada . – Ele me puxou para um abraço.
  Ficamos em silêncio curtindo a companhia um do outro até ele se levantar para ir atender aos fãs, continuei no quarto e chamei as meninas para irem lá. Elas entraram, pedimos um café e nos ajeitamos ao redor da pequena mesa.
  - , o que foi aquilo com o Pierre?
  - Então, ele diz que deu um tempo com a Lachelle, ela ligou e ouviu minha voz, eles ficaram horas no telefone com ela dando piti.
  - Ué.
  - Então foi por isso que ela ligou para o Chuck! A maldita ainda interrompeu as coisas tudo. – A falou irritada. – Ela alugou ele durante meia hora! Nunca gostei dela, agora gosto menos ainda.
  - Somos duas.
  - Gente, chocada que ela fez isso!
  - Sério mesmo? – A estava chocada com a fala da .
  - Sim, sempre achei que ela era o tipo de pessoa simpática.
  - Pelo amor de deus ! – Nós três demos risada.
  - É sério, ela sempre mostrou ser tão de boa em relação a ser casada com um famoso.
  - Não, ela sempre surfou na onda dele, fez a fanbase toda acreditar que ela era de boa. – A revirou os olhos.
  - Sinceramente, eles se merecem gente, o Pierre também não é uma pessoa fácil. – A falou irritada. – Ele tem as manias dele, ai de quem contrariar o mimado.
  - Nossa mas ele é tão complicado assim?
  - Olha, é. – Ela sorriu. – Mas sinceramente, vale a pena viu.
  - Gente, quando é o show? Hoje ou amanhã?
  - Olha, até onde eu lembro amanhã, mas vamos checar no site deles que é melhor. - Abri o site e vi que seria naquela noite o show, também vi que haveriam dois shows extras, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. – Vocês estão sabendo de algum show extra?
  - Não – Elas falaram em coro e me encararam confusas.
  - O site deles diz que são dois dias de show em São Paulo e dois no Rio. – Mostrei para elas o celular.
  - Eita caralho! – A encarava o celular meio indignada. – Por isso o Pierre falou de passar uma semana em cada uma dessas cidades!
  - Vou perguntar para o Chuck sobre, se estamos acompanhando eles acho justo sabermos das coisas.
  - Concordo . – Bloqueei o celular e apoiei na mesa. – Bom, como o show é hoje, que horas vamos para lá?
  - Acho que como começa às sete da noite a gente pode chegar lá umas quatro, o que acham?
  - Por mim fechou.
  - Nos encontramos na recepção umas três horas.
  Terminamos de tomar o café e cada uma delas voltou aos quartos, fui me vestir para irmos para a fila, eu estava bem nervosa pelo que o Jeff falou de haverem mais surpresas pela frente em relação ao David. Quando fiquei pronta fui até a recepção como o combinado, sabia que ainda faltava meia hora para o horário combinado, encostei em um canto e fiquei observando a movimentação, até que era divertido ver os seguranças barrando as tentativas falhas dos fãs de invadir o hotel, fiquei nessa de observar tudo até um segurança vir falar comigo me tirando da brisa.
  - Moça, olha assim você me complica, você não pode ficar aqui dentro.
  - Que? – Respondi confusa.
  - Fãs não podem entrar no hotel.
  - Estou com a banda. – Falei ríspida olhando o Pierre e o Jeff passando atrás dele, sendo seguidos pelo Chuck e Seb para atender os fãs.
  - Sei. – Ele me analisou. – Tem como provar?
  - Tenho. – Peguei o crachá do quarto e o crachá de all access mostrando para ele. – Você devia se preocupar com a menina que conseguiu entrar, não comigo.
  - Tá tudo certo ? – O David me deu um beijo na bochecha. – Já vão para o show?
  - Tudo sim, só o segurança que veio me perguntar o que eu estava fazendo aqui enquanto uma menina passou por ele e foi até os elevadores. Sim, já vamos para o show, encontramos vocês lá.
  - Desculpe senhor, não sabia que ela estava com vocês.
  - Tudo bem – Sorri para o segurança e dei um beijo na bochecha do David me despedindo. – Acontece.
  As meninas já estavam me esperando há uns dez minutos apenas observando a situação, fui para perto delas e saímos pelos fundos do hotel para pegar o Uber. Chegando na casa de shows tiveram algumas pessoas que nos reconheceram, tentamos ignorar aos comentários desnecessários mas foi meio difícil.
  - MAS EU NÃO TENHO UM MINUTO DE PAZ NESSA PORRA. – A reclamou se sentando ao meu lado.
  - Eita, calma, o que houve?
  - Ah mas você tá ficando com ele? Sabe que é casado né? Também vai inventar coisas? – Ela falou fazendo aspas com os dedos. – Mano que saco!
  - Acho que todas te entendemos mana. – A entregou uma cerveja para a . – Bebe que passa.
  - Acho que é a melhor alternativa mesmo. – Ela abriu a cerveja e deu um gole. – Nossa já estou de saco cheio dessas meninas falando bosta, quero nem ver quando chegarmos ao Brasil.
  - Vish aí é que a gente vai estar ferrada.
  - Gente, mas por que? – A perguntou, enquanto deu um gole na bebida.
  - Pelo amor de deus em que mundo você vive? Acha mesmo que elas já não sabem que estamos saindo com eles? Acha mesmo que a fanbase fica de boas de ter outras fãs saindo com eles? Não seja tão inocente criatura. – A falou revoltada.
  - Calma .
  Antes que ela pudesse responder o Chady veio liberar a entrada, nos ajeitamos na fila e corremos direto para o merch, acabei comprando uma camiseta da turnê que eu ainda não tinha, depois das compras feitas fomos direto para o palco, garantir nossos lugares na grade, ficamos praticamente no meio do palco, assim todas teríamos uma visão boa dos seus preferidos. Quando o show começou senti toda aquela emoção tomar conta de mim novamente, eles estavam incríveis ali em cima, no meio do show teve de novo a mudança no setlist, começaram a tocar I Can Wait Forever dessa vez o David não desceu do palco mas se sentou na minha frente no final da música.
  - Another day without you with me, is like a blade that cuts right through me, but I can wait, I can wait forever... – Ele cantou olhando para mim e me estendendo a palheta, me limitei a pegar a palheta e sorrir para ele.
  Quando acabou o show esperamos, como sempre, esvaziar um pouco para termos espaço para poder caminhar, fomos procurar onde iria acontecer o Pizza. Enquanto seguia as meninas deixei meus pensamentos voltarem ao David, quem o via sendo daquele jeito não imaginava o quão complicado era lidar com ele, provavelmente não fazia ideia de que ele era uma pessoa muito mais complexa do que aparentava. Sorri para mim mesma lembrando da menina que havia encontrado próximo ao Starbucks em São Paulo, coitada dela, mal sabia o que a esperava, sinceramente eu não iria impedir nada, mas se ela conseguir sair com eles não sei se vai aguentar não.
  - Terra para , alô? – O Chady estalou o dedo na minha frente. – Você vai fica aí, andando em direção ao nada, ou vai ir ao post game?
  - Que? – Olhei ao redor e me dei conta que havia ido parar nos backstages. – Mano do céu, como vim parar aqui? Por que ninguém me parou?
  - Bom, você tem o crachá, eles realmente não vão te parar. – Ele deu risada do meu susto. – Então?
  - Vou com você para o post game.
  Eu o segui de volta para o palco, de lá ele levou a todos a uma sala próxima ao camarim, eu peguei um pedaço de pizza e me encostei em um canto apenas observando a todos. A sensação de nostalgia começou a tomar conta de mim assim que eles entraram, se posicionaram meio distantes um do outro para ter espaço, os fãs começaram se aglomerar ao redor deles. Olhar tudo aquilo era bem divertido, reações diversas vindas dos fãs e deles, respirei fundo e fui em um por um.
  - Seb!! – Abracei ele que logo retribuiu. – Você não sabe. – Falei baixinho ainda abraçada nele.
  - O que?
  - A tá achando que vai ser fácil no Brasil.
  - Sério? Mas não é fácil nem para nós!
  - Então né!
  - , ela enfiou na cabeça dela que eu vou largar a Laurence para ficar com ela, sem dúvida ela vai ter um baque quando a tour acabar.
  - Mas e você? O que está achando dela?
  - Bom, somos bem parecidos, então estou me divertindo bastante.
  - Isso é importante, só não esquece de deixar claro que você não vai terminar seu casamento por causa dela.
  - Faço isso todo dia. – Ele sorriu. – Não sou eu quem está dando esperanças para ela, é ela sozinha.
  - Nesse caso – Dei de ombros e sorri. – Está tudo certo.
  Peguei o autógrafo no crachá do post game, tirei uma foto e fui falar com os outros, quando chegou a vez de falar com o David, respirei fundo e fui lentamente em direção a ele, esperei até ele terminar o atendimento com uma das meninas.
  - Hey. – Falei o abraçando. – O show foi incrível, obrigada pela palheta.
  - Por nada . – Ele sorriu e senti meu coração acelerar.
  - Bom. Tenho certeza que o jogo ainda não acabou. – Sussurrei no ouvido dele e senti ele estremecer. – Mas acontece que agora eu também vou jogar.
  - , você não sabe onde está se metendo.
  - Você quem começou, sweet heart, vai me dizer que não aguenta? – Dei um beijo na bochecha dele e me afastei entregando o crachá.
  Ele sorriu e pude ver o rosto dele levemente corado, admito que eu estava era me divertindo com aquilo tudo, pelo menos por enquanto, depois de autografar o crachá ele me puxou para uma foto, a pose foi ele me dando um beijo na bochecha, dessa vez quem saiu com o rosto corado fui eu. Voltei para o canto onde eu estava antes deles chegarem, notei o Pierre conversando com a , ela parecia estar brava porém concordava com ele, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Quando olhei para a ela estava parada ao lado do Chuck esperando para falar com ele novamente, notei que ela já havia falado com todos os outros por causa dos autógrafos no crachá.
  - Ai mana, não sei o que fazer. – A apoiou ao meu lado.
  - O que houve?
  - O Seb...
  - O que ele fez?
  - Falou que não vai terminar o casamento.
  - Justo. – Olhei para ela que estava nitidamente triste. – Espera, você não criou esperanças vazias de que ele iria terminar com a Laurence, criou?
  - Sim... – Ela encarava o chão.
  - ! Mulher, você é melhor que isso, pode parar.
  - Que?
  - Olha, se você não fosse assim ele não teria te chamado para acompanhar a turnê! Aprende uma coisa, a gente não pode se iludir com eles. – O final do que falei pesou em mim mesma.
  - Mas e você? Vai falar que não se iludiu?
  - Sim, me iludi e me fodi por isso, não recomendo a ninguém passar pelo que passei, e olha que me iludi pelo único solteiro da época.
  - David?
  - Sim. – O olhei e notei que ele estava me observando. – Aí agora, por causa do que aconteceu anteriormente, estamos nessa de joguinhos inúteis.
  Fomos interrompidas pelo Chady chamando todos para as fotos, tiramos as fotos em grupo e em seguida fomos formar a fila para as fotos individuais, naquele dia teve after em um bar próximo ao hotel, alguns deles chamaram algumas fãs que estavam no post game e foram super simpáticas, como fomos direto para o bar estávamos todos cansados mas olha, até que foi divertido ver os meninos dando fora em algumas meninas. Fui até a bancada do bar para pegar uma cerveja e vi a e a conversando com o David em um canto, me sentei em uma cadeira próxima o suficiente para ouvir a conversa enquanto tomava minha cerveja.
  - Escuta só Desrosiers, se você machucar de novo a eu juro que te mato.
  - Calma , não precisamos matar, mas deixar infértil é certeza.
  - Gente eu não pretendo machucar ela, nem me machucar com todo esse jogo. – Ele olhava para as duas confuso. – Se por acaso vocês souberem de algo que esteja machucando ela me avisem.
  - Ah pelo amor de deus Desrosiers, para de se fazer de inocente que com a gente isso não cola! – A colocou uma mão na cintura e o encarou. – Você sabe muito bem que joguinhos são completamente inúteis, ela ama você, mas ela ainda está muito chateada com o que aconteceu!
  - Ah é? Então por que ela desistiu?
  - POR QUE CANSOU DAVID! –A berrou e praticamente todo o bar olhou para ela, respirou fundo e continuou. – Ela cansou de você pedindo desculpas, de você voltar sempre na mesma bosta, sempre com as mesmas desculpas.
  - Exatamente mano!
  - Mas eu não falei as mesmas coisas...
  - Falou sim, nós sabemos o que você falou. – A balançou negativamente a cabeça. – Fora que foi repetitivo falando que não queria machucar ela e bla bla bla.
  - Enfim, está dado o recado. – A voltou para perto do Pierre.
  - , me explica, o que eu faço então?
  - Nada, deixa rolar. – Ela o olhou carinhosamente. – Você é uma pessoa incrível, mas adora fazer cagadas, apenas evite repetir as cagadas, entendeu?
  - Ok...
  - Assim quem sabe ela te dá outra chance.
  Ela foi até o Chuck e se sentou com ele em uma mesa, eu fiquei sentada refletindo sobre o chingo que o David acabara de ouvir da minha irmã e da minha amiga, me levantei, peguei a cerveja e fui até a mesa onde o Jeff e o Seb estavam, me sentei com eles e fiquei ali durante um tempo até o David pedir para falar comigo, eu obviamente concordei, sabia que não deveria ir com ele para longe mas não me contive.
  Fomos para o que deveria ser a área de fumantes e nos sentamos em um banco distante da porta, a minha vontade de agarrar ele era maior do que me concentrar em qualquer coisa que ele queria falar, pela primeira vez em algum tempo eu cedi as minhas vontades, me aproximei lentamente enquanto colocava uma mão em sua nuca, ele entendeu e me puxou para mais perto selando nossos lábios, foi um beijo incrível, cheio de saudades e desejo, desejo de sair dali, de irmos para o quarto dele, quando as coisas começaram a ficar mais quentes eu interrompi o abraçando e apoiando meu rosto em seu ombro.
  - O que você queria falar?
  - Sabe que eu não lembro.
  - Sinal que era alguma bobagem sobre desculpas novamente. – Sorri de leve. – Sabe, eu ouvi a maioria das coisas que a e a falaram para você.
  - Hm...
  - Posso te falar que concordo com elas sobre o fato de ter cansado de ouvir desculpas, mas quanto ao joguinho, até que eu me divirto também.
  - Sério? – Ele riu irônico. – Eu nem sabia disso...
  - Ah pronto. – Dei risada. – Acha que super me conhece né Sr. Desrosiers.
  - Mas fazer o que se te conheço.
  - Não tão bem quanto as duas. – Rolei os olhos. – Se me conhece tão bem, me diz, qual vai ser a consequência desse beijo?
  - Tá, não te conheço tão bem.
  Sorri para ele e voltamos para dentro do bar, me sentei ao lado do Jeff que só me olhou já sabendo o que havia acontecido, senti meu rosto corar com aquele olhar e desviei o olhar para outro canto do bar, onde pude ver a e o Chuck conversando.
  - Senti sua falta. – Ele passou a mão carinhosamente pelo rosto dela.
  - Também senti sua falta.
  - Vai ser tão complicado quando essa turnê acabar.
  - Prefiro não pensar nisso por enquanto, vamos curtir o momento que é melhor. – Ela sorriu olhando para ele. – Depois pensamos em como vai ser, ainda temos alguns shows pela frente.
  - Vou ter que concordar com você .
  Ele sorriu e se aproximou selando seu lábio com o dela, eu desviei o olhar e comecei a observar um grupo de meninas meio em choque com a cena, dei risada da expressão de choque delas e voltei a atenção ao Jeff que estava me chamando.
  - Que foi?
  - Estava rindo do que? – Ele perguntou curioso.
  - Da reação das meninas quando o Chuck e a se beijaram.
  - Bom, não é comum ele fazer essas coisas na frente de fãs. – Ele deu risada. – Mas quando se trata da acho que ele não tem muito auto controle.
  - Não julgo ele.
  - Olha, preciso te avisar... – Ele apoiou a mão sobre minha perna. – O David falou que vai dar uma trégua até o show de São Paulo.
  - Específico ele.
  - Também achei, só queria te avisar que você vai ter paz.
  - Paz é relativo, Stinco. – Dei risada.
  Ficamos até as três da manhã no bar, bebendo, conversando e curtindo um pouco, quando chegamos ao hotel eu fui direto para o banho, sai do chuveiro e deitei na cama, via os acontecimentos do dia passando como filme em minha mente e logo adormeci pensando nisso. Acordei eram onze da manhã, como não havia programado nada com as meninas, aproveitei que estava calor e fui para a piscina do hotel, iríamos pegar o avião naquela noite mas até lá tinha um tempo. Quando cheguei na piscina vi o David deitado em uma espreguiçadeira tomando sol.
  - Sabe que você vai ficar com a marca do óculos no rosto né? – Falei parando ao lado dele.
  - Sei, você já é a terceira que fala isso, inclusive as meninas estão ali. – Ele apontou para o outro lado da piscina, foi quando parou e me olhou, ele ficou me olhando de cima a baixo durante um tempo.
  - Obrigada. – Fui até elas. – Bom dia gente.
  - Bom dia !
  - Mas você provoca também né?
  - Que foi dessa vez mano?
  - Zebra de estampa do sutiã ?
  - Ah cara, é só uma estampa, para. – Rolei os olhos.
  Elas deram risada, o mundo sabe que o David gosta de zebras, mas sinceramente estou cagando para isso o biquíni só é bonito. Mergulhei na piscina e fiquei lá nadando durante um bom tempo, logo o Danny veio nos avisar que teríamos que dar check out e ir para o aeroporto e que era bom todos irem almoçar, sai da piscina e fui até o quarto para tomar uma ducha e tirar aquele cloro todo. Ajeitei as malas já deixando tudo pronto para pegar e sair depois do almoço, encontrei a todos sentados ao redor da mesa no restaurante, fiz meu prato e me sentei com eles.
  - Então vai ter show extra em São Paulo e no Rio?
  - Sim, a gente só esqueceu de avisar vocês, foi mal.
  - Tudo bem. – A falou bebendo um gole da água. – Mas vão ser nas mesmas casas de show?
  - Sim, por um milagre conseguimos dois dias seguidos em cada uma.
  - Seguidos? O site de vocês fala que tem dois dias de intervalo entre os de São Paulo e um no do Rio.
  - Nossa é mesmo, seguido era como a gente queria. – O Chuck falou coçando a cabeça.
  - Vocês ainda topam ir em todos? – O Pierre nos encarou.
  - Claro!
  - Olha, só que em São Paulo vou ficar em casa. – Falei séria. – Nada melhor que minha cama, mas escuta em qual casa de show vai ser?
  - Em São Paulo no Unimed hall, acho que é assim que chama agora, não sei qual a mania de mudar tanto o nome do lugar. – O Pierre falou pensativo. – No Rio vai ser no circo voador.
  - Ok, poderemos almoçar com nossos pais antes do show já que eles moram perto.
  - Sabe que pensei a mesma coisa.
  Terminamos de comer e fomos para o aeroporto, embarcamos e por algum motivo eu e as meninas ficamos mais distantes deles, o que foi ótimo para podermos fofocar sobre eles em paz. O voo foi rápido e tranquilo, desembarcamos em Montevidéu e senti um leve frio na barriga, aquele era o último show antes da maratona em terras brasileiras, haviam algumas fãs no aeroporto mas nada que não conseguíssemos desviar, eu e as meninas fomos direto para a van esperar por eles.
  - Gente, estou nervosa, quero nem ver como vai ser o Brasil. – Olhei para as três. – O David aparentemente vai dar uma trégua até o primeiro show de São Paulo.
  - Ok, você se fodeu, logo no de São Paulo?
  - Sei lá o que ele vai fazer, só sei por que o Jeff me falou também.
  - O jeito vai ser aguardar.

15 – Montevidéu

  Chegamos no hotel e logo me instalei no quarto do Jeff, como de costume, e saí para dar uma olhada no que o hotel oferecia, enquanto caminhava meio sem rumo depois de passar pela piscina, pelo bar e pelo restaurante, acabei saindo do hotel para ver o movimento das pessoas e encontrei as meninas ali fora observando a multidão de fãs.
  - Gente, vamos passear? O show é só amanhã mesmo.
  - Vamos! Que acham de irmos ao letreiro tirar foto?
  - Eu topo, acabei de mandar mensagem para os meninos, eles falaram que vão então é melhor esperar. – A falou olhando o celular. – Na real eles falaram para encontrarmos eles lá dentro.
  - Então bora.
  Voltamos para dentro do hotel e logo encontramos os cinco nos esperando, entramos na van e fomos até o letreiro da cidade, onde todos nós tiramos foto e automaticamente postamos no instagram, de lá fomos almoçar na Bodega Pizzorno onde aproveitamos para passear pela vinícola depois do almoço incrível que tivemos, passamos também pelos cassinos da cidade, como eu particularmente nunca havia entrado em um foi uma experiência única, em frente a um deles havia uma fonte linda onde pedi para a Rê tirar uma foto minha, o plano era tirar uma foto sozinha, mas de última hora o David invadiu a foto me puxando para perto dele pela cintura, a foto realmente saiu incrível, nós dois estávamos nos olhando e sorrindo em meio a um abraço, quando peguei o celular sorri olhando para a foto, naquele momento parecia que toda a raiva que eu estava dele havia ido embora.
  Sem nem pensar duas vezes postei aquela foto no Instagram marcando ele, depois do dia de passeio voltamos ao hotel eu fui direto para o quarto deixando todos ali na entrada do hotel, fui para o chuveiro e tudo o que o meu corpo queria era ter uma noite de descanso já que não estava conseguindo dormir bem desde o começo da turnê.
  Tomei um longo banho, deixando bastante água cair em minha nuca e em meus ombros para tentar relaxar, tirar toda aquela tensão que eu estava sentindo por conta da situação toda, o banheiro estava completamente tomado pela névoa da água quente que caía do chuveiro, respirei fundo e tomei coragem para finalmente fechar o registro, assim que o barulho da água parou ouvi alguém suspirar.
  - Jeff? – Tentei enxergar através da névoa, mas foi completamente em vão.
  - Sim.
  - Está tudo bem? – Perguntei quando o vi sentado ao lado da privada.
  - Bom, na verdade está, eu só estou um pouco enjoado.
  - Andou bebendo muito?
  - Nada, eles foram para o bar e eu até cheguei a ir mas senti o enjoo e vim para cá.
  - Talvez tenha comido algo que não te fez bem, tenta forçar para vomitar que você melhora. – Acariciei o rosto dele sorrindo levemente. – Vou estar ali na cama, qualquer coisa me chama tá?
  - Pode deixar. – Ele sorriu de canto.
  Vesti um roupão e me joguei na cama, pude sentir cada músculo do meu corpo agradecer e começar a relaxar, a cama ainda estava perfeitamente arrumada. Minha mente voltou para o momento do passeio, repassando meticulosamente cada detalhe e voltando cada vez mais até o começo da turnê. Balancei a cabeça na tentativa de afastar os pensamentos e fui ver se o Jeff estava bem, cheguei perto da  porta do banheiro e ouvi o barulho nítido de vômito, em seguida a descarga e o chuveiro sendo aberto. Peguei meu celular enquanto sentava na cama e mandei mensagem para o David.
  “Hey, sabe se o Jeff Bebeu muito?”
  “Por que?”
  “Bom, ele chegou passando mal aqui no quarto.”
  “Olha que eu tenha visto não bebeu tanto não.”
  “Thanks David.”
  “You’re welcome .”
  Bloqueei o celular deixando ele na cama e pedi um suco de laranja para o Jeff que chegou mais rápido que o esperado, deixei o suco na mesa no canto do quarto e me joguei na cama novamente, ouvi o chuveiro sendo desligado e em seguida a porta do banheiro abrindo, me ajeitei dando espaço para o Jeff se deitar ao meu lado, o que ele fez rapidamente, me virei e o encarei.
  - Está melhor?
  - Um pouco, se for comida já saiu tudo. – Ele sorriu desviando o olhar. – , o que você vai fazer em relação ao David?
  - O porra, de novo isso Stinco? – Me sentei e o encarei indignada. – Eu já falei, eu tô cansada de vocês me perguntando, não vou dar outra chance a ele assim tão fácil! Essa é a última vez que falo isso, espero que você entenda, no momento eu vou é cuidar de você.
  - Ok. – Ele falou seco. – Mas existe a possibilidade de dar outra chance então.
  - Really? – Revirei os olhos e me levantei para me vestir.
  Ele se levantou e me puxou pela cintura me abraçando forte, ficamos naquele abraço durante um tempo até ele fazer menção que iria soltar, assim que ele afastou um pouco nossos corpos eu o puxei para um beijo, eu senti tanta falta daquele beijo, daqueles braços me puxando para mais perto como se quisesse unir nossos corpos, ele me guiou lentamente até a cama, no caminho ficou o roupão que eu estava usando sem nada por baixo e a toalha que estava amarrada na cintura dele, estávamos em perfeita sintonia e nosso desejo um pelo outro era nítido.
  - Sabe, acho que eu... – Ele parou de falar e balançou a cabeça. – Esquece.
  - Que foi?
  - Deixa pra lá , é melhor.
  - Acha o que? Se for que está gostando de mim eu acho que é recíproco. – Falei me levantando da cama e caminhando calmamente até o banheiro.
  - Não é isso... – Ele veio até a porta do banheiro e me olhou espantado. – Espera, você...?
  - É. – Dei de ombros sentindo meu rosto corar. – Sabe, é difícil não criar sentimentos por alguém que está sempre aqui quando preciso, o David acabou se tornando uma diversão, nada além disso.
  - , eu não sabia.
  - Não se faz de besta Jeff, falei tudo isso para você em Lima, só que com outras palavras. – Lavei as mãos e fui em direção a ele. – Eu percebo todos os shows a expressão que você fica quando o David começa com as gracinhas. – Acariciei o rosto dele e notei as bochechas corando de leve.
  - Sabe , eu comecei a perceber que tenho criado sentimentos por você, não sei exatamente o que é, só sei que existem.
  - Era isso que você começou a dizer e desistiu?
  - Sim...
  - Jeff, você tem que ter em mente que eu estou jogando com o David, e que provavelmente esse jogo não acabe nunca. – O encarei séria. – Eu gosto de você, gosto do jeito que você cuida de mim, gosto da sua amizade e pretendo prezar pelo melhor disso tudo, não quero te magoar por causa do David.
  - ...
  - Olha, pedi o suco para você, toma que vai ajudar seu estômago. – Entreguei o suco de laranja para ele. – Eu só preciso que você tenha isso em mente.
  - Obrigada. – Ele pegou o suco e começou a tomar.
  - E, se alguma coisa te magoar, por favor me fala. – Dei um beijo na testa dele e sai do quarto.
  Comecei a andar meio sem rumo pelo hotel, quando me dei conta eu estava sentada em uma espreguiçadeira na beira da piscina observando o céu estrelado, abri o Instagram para poder dar uma olhada e espairecer a mente do que estava acontecendo, o que não adiantou muito já que estava chovendo likes e comentários na foto minha com o David.
  Comecei a caminhar de volta para o quarto ignorando a tudo e todos ao meu redor, quando entrei no quarto vi o Jeff deitado na cama dormindo tranquilamente, vesti meu pijama e me deitei ao lado dele. No dia seguinte acordei e ele já não estava mais na cama, olhei ao redor confusa mas me lembrei que provavelmente ele havia descido para atender os fãs na porta do hotel, me levantei, peguei a primeira roupa que vi na frente e fui ao banheiro, eu estava escovando os dentes quando ouvi alguém batendo na porta insistente, terminei de escovar os dentes e fui abrir a porta.
  - Tá tudo bem ? – Ela estava com uma expressão mista de tristeza e raiva.
  - Posso entrar?
  - Claro. – Dei espaço para ela passar, ela entrou e se sentou na cama. – O que foi?
  - Briguei com uma fã.
  - Hm, eu esperava que isso fosse acontecer, mas só no Brasil.
  - Então, eu saí hoje cedo para ir tomar um café ali no Starbucks que tem aqui perto, aí quando voltei uma menina louca começou a dar piti comigo, você já passou por isso?
  - Bom, passei mas foi no Brasil, por isso falei para você que não iria ser fácil acompanhar a tour deles.
  - E como a gente lida?
  - Tenta ignorar as fãs loucas, essa é a melhor alternativa.
  - Se comigo foi assim por causa do Seb, imagino com você e com a Rê!
  - Menina é insuportável mas a gente começou a dar risada da situação depois de um tempo. – Me sentei ao lado dela.
  - Imagino como é para você, a fanbase toda sabe que você fica com os dois.
  - Então, quando o David começou a namorar uma menina durante o tempo que não nos vimos, a fanbase toda ficou falando que uma das irmãs que invadiram o hotel havia perdido ele. – Bufei e revirei os olhos. – Mas sabe a real? Depois de tudo o que ele fez, eu não quero nada com ele, a não ser diversão.
  - Mas o que aconteceu?
  - Bom, resumo da ópera, ele foi um grande babaca me deu esperanças, brincou com meus sentimentos e quando o Jeff me deu um ombro amigo para desabafar, o David achou um absurdo e a gente brigou, quando a tour acabou eu ainda esperava ele me ligar ou no mínimo mandar mensagem, mas nada disso aconteceu, sei que em partes eu criei um personagem na minha cabeça, mas concorda comigo que no mínimo seria ele mandar mensagem que nem havia prometido?. – Suspirei lembrando de tudo e expliquei com mais calma para a .
  - Caralho! Você está certíssima!
  - Obrigada. – Sorri para ela. – Por isso que eu falo tanto para você não criar esperanças, até porque você tá com o Seb, ele é casado e com uma família formada, diferente do Pierre que tem um relacionamento instável, o Seb não vai terminar o relacionamento dele por uma “história de verão” mas aproveite o máximo!
  - Obrigada por compartilhar comigo o que aconteceu mana.
  - Por nada, você vai passar por tudo o que eu, a Rê e a já passamos na última tour em relação as fãs, qualquer coisa conta com a gente. – Me levantei e estiquei a mão para ela. – Vem, vamos comer algo.
  - Vamos!
  Nós descemos até o restaurante e encontramos a Rê e a sentadas em uma mesa já comendo, pegamos o que queríamos comer e fomos nos sentar com elas, contei para elas sobre o que eu e a havíamos conversado momentos antes.
  - Olha, se você der bola para todas as fãs loucas, você surta.
  - Real, concordo com você Rê.
  - Fiquei sabendo que ontem alguém saiu andando sem rumo pelo hotel. – A me encarou. – O que houve?
  - Bom, eu e o Jeff tivemos uma conversa séria, o que me fez ficar pensativa sabe...
  - Sobre?
  - Sentimentos.
  - Ele...? – Eu concordei com a cabeça. – Caralho ! E como vai ser agora?
  - Deixei bem claro para ele que não vou parar de jogar.
  - , alguém vai sair machucado disso tudo. – A balançou negativamente a cabeça. – Sobre ele ter sentimentos o Chuck já havia me contado, só que achei melhor esperar para ele te contar antes de falar.
  - Chuck sempre sabe de tudo, é isso mesmo? – A falou meio inconformada.
  - Sim, ele é o ponto seguro de todos os meninos. – falei dando um gole no café. – Mas , talvez fosse melhor você ter me contado, ele quase não falou.
  - Oxe, eu não vou me meter nesse trisal maluco de vocês.
  - Trisal? Tá doida mulher? Acho que os dois se matam se eu der a idéia... – falei pensativa.
  - ! – a Rê berrou e gargalhou. – Sei que para você não seria má idéia mas não seja egoísta.
  - Bom, hoje é o show, que horas vamos para lá? – falei mudando de assunto.
  - Estava pensando em ir daqui a pouco, o que acham?
  - Acho válido Rê, vamos de Uber? – Perguntei olhando o celular que havia vibrado.
  - Sim! Vamos aproveitar enquanto não estamos no Brasil e ainda temos um pouco de paz.
  - Okay!
  Terminamos de comer e fomos para a casa de shows, a fila já estava bem grande e foi bem complicado achar a fila do main event, depois de muito tempo nós quatro simplesmente desistimos de achar as filas certas, já que nós tínhamos o crachá que garantiria nosso acesso, nos sentamos em um canto.
  - Olha lá, foi aquela menina que deu piti comigo. – A apontou para uma moça na fila.
  - Ah, ela? – Revirei os olhos. – Ela gosta de encher o saco real, na tour passada ela brigou com a Rê.
  - Nossa não sabia que ela estava aqui. – A Rê bufou. – Ela já brigou com a , quem vai ser o próximo alvo?
  - O que houve que você tá tão irritada hoje Rê?
  - Ah , aconteceu que eu briguei com o Pierre ontem.
  - Que? Por que?
  - Nem eu sei direito, só sei que a gente discutiu.
  - Talvez a convivência?
  - Cara, pode ser, mas que eu realmente estou chateada eu estou, ele falou coisas que não precisava.
  - Relaxa, vai passar.
  Ela suspirou e concordou com a cabeça, logo o Danny apareceu para liberar a entrada do Main Event, nós quatro nos levantamos e fomos junto com o pessoal, ouvi alguém comentando algo sobre nós não estarmos na fila e o Danny simplesmente apontou para o crachá que estava pendurado em nossas cinturas. A menina bufou e continuou andando, nós só seguimos o fluxo até o camarim dos meninos, quando entramos ficamos encostadas em um canto esperando eles atenderem a todas as fãs que haviam pago para estar lá, depois de todas serem atendidas nós fomos falar com eles já que elas ficaram em silêncio observando eles.
  - Então, trégua até o Brasil? – falei cruzando os braços e encarando o David.
  - Maybe... – ele deu risada se divertindo com a situação.
  - Maybe o cacete David, você falou que iria parar até o show de São Paulo.
  - Talvez eu tenha mudado de ideia. – ele deu de ombros e foi afinar o baixo.
  Revirei os olhos indo em direção à mesa de comida, peguei uma empada e fiquei observando as pessoas que haviam comprado o Main Event chocadas com a intimidade que nós quatro temos com eles, me sentei ao lado do Pierre já que era o único lugar livre, cutuquei ele com o cotovelo e acenei com a cabeça em direção a Rê.
  - Que?
  - Fiquei sabendo que vocês discutiram.
  - Por causa de bobagem.
  - Hm...
  - O meu saco, você e o David são iguais nesse quesito.
  - Que foi? Não falei nada.
  - Mas tá querendo saber.
  - Óbvio né Bouvier, ela é minha irmã e está com cara de bunda, acha que não vou mesmo querer saber o que aconteceu?
  - Bom, a gente discutiu por que ela queria usar uma camiseta minha para dormir e não deixei.
  - E porque não?
  - Por que eu vou usar hoje.
  - Falou isso para ela?
  - Não.
  - E o que falou?
  - Que a camiseta era minha e ponto.
  - Ah, simpático de sua parte heim Bouvier? Pra que grosseria gratuita?
  - Eu estava irritado... – Ele encarou o chão.
  - Acho que deve desculpas para ela, não precisa descontar sua irritação em ninguém não. – ele concordou com a cabeça, me levantei e fui pegar mais uma empada.
  Parei ao lado da mesa observando o Pierre se levantar e ir falar com a Rê, questão de segundos depois eles já estavam dando risada e se abraçando, sorri com a cena afinal eu odiava ver minha irmã mal porque ele havia sido grosso sem necessidade, comecei a observar a todos, a e o Chuck conversando, o Jeff sentado dedilhando a guitarra junto com o Seb e o David sentado em outro canto dedilhando o Baixo, naquele momento eu notei que havia algo errado, normalmente os três ficavam juntos mas preferi deixar aquilo de lado e curtir o momento.
  De lá fomos para a entrada novamente, esperamos um pouco e liberaram a entrada do Pizza, quando entramos fomos direto para a grade, nosso lugar de sempre, o show foi completamente incrível e o David realmente não fez nada, aparentemente a trégua é até o show de São Paulo. Quando acabou o show ficamos esperando um pouco até conseguirmos começar a andar, fomos até um canto para esperar alguém anunciar o Pizza e logo o Danny apareceu chamando a todos e nos levando até uma sala próxima ao camarim.
  Entrei e logo peguei uma pizza e um refri, me encostei em um canto e saboreei cada pedaço daquela pizza de presunto, notei um grupo de meninas conversando próxima de mim que por sinal eram as mesmas meninas do main event, fui dar um passo em direção a quando uma delas simplesmente parou na minha frente.
  - Escuta...
  - Fala. – Respirei fundo.
  - Como vocês conseguiram crachá de all access?
  - We’re with the band. – A encarei e ela estava nitidamente brava. – Por isso ficamos quietas enquanto vocês falavam com eles no Main Event, agora se me dá licença preciso ir.
  Comecei a andar em direção as meninas, pude sentir o olhar de ódio da menina me acompanhando conforme eu andava, ficamos conversando até os meninos chegarem, o que não demorou muito, a logo foi falar com o Chuck, a com o Seb e a Rê com o Pierre, eu sinceramente fiquei meio perdida e resolvi que seria melhor ir junto com a Rê, depois de tirar foto com o Pierre fui no Seb e no Chuck.
  - E aí , já foi falar com algum deles? – O Chuck perguntou assim que chegou minha vez.
  - Fui nada, to nervosa.
  - Sinal de que o Jeff andou falando o que precisava falar para você.
  - Sim...
  - E você pelo jeito não quer abrir mão do jogo com o David.
  - Exato.
  - A me contou. – ele sorriu e me abraçou. – Fica tranquila que eles já são bem grandinhos pra saber o que querem.
  Eu apenas sorri e o abracei depois pedi uma foto com ele, de lá fui no David deixando o Jeff por último já que na minha cabeça era o melhor a se fazer, a fila estava relativamente grande nos dois mas a do David estava um pouco menor, assim que chegou minha vez eu sorri para ele enquanto pegava o autógrafo no crachá e em seguida o abracei, um abraço bem apertado da parte dele.
  - Hey, está tudo bem? – falei enquanto o abraçava.
  - Acho que sim. – ele suspirou e se afastou um pouco ainda me abraçando. – Fiquei sabendo do que você e o Jeff concordaram.
  - Falei para você, it’s too late. – falei irônica e dei um beijo na bochecha dele. – Mas não fica triste, sério, o jogo ainda está rolando.
  - Mas você disse para ele que...
  - Não David, como falei para ele, ainda está tudo confuso e prefiro não forçar nada, simplesmente deixar o tempo mostrar, mesmo achando que eu sinto algo por ele, também sinto algo por você, entende?
  - Entendo... – ele sorriu e me deu um beijo na testa.
  Tiramos uma foto juntos e fui até o Jeff, como haviam muitas fãs rodeando ele fiquei por perto esperando elas terem a foto e o autógrafo delas algumas eu até ajudei a tirar a foto, quando finalmente as coisas acalmaram e pude falar com ele antes que eu falasse uma palavra se quer ele me puxou para um abraço me levantando do chão, dei risada com a situação e logo ele me colocou no chão novamente, conversamos um pouco, tiramos uma foto e eu fui encontrar as meninas que estavam comendo em um canto.
  - Pelo jeito o David também está sabendo do que o Jeff falou.
  - O que ele comentou?
  - Bom, parecia estar triste, pelo jeito o Jeff não falou da parte em que eu contei que ainda estou confusa.
  - E está mesmo?
  - Admito que um pouco . – encarei a Pizza em minha mão. – É confuso para mim, eu não sei ainda o que exatamente eu sinto pelo Jeff...
  - Faz sentido, seu sentimento pode ser várias coisas, inclusive amor.
  - Exatamente!
  O Danny avisou a todos que estava acabando o tempo e que era para organizarmos a fila para a foto individual, eu fui uma das primeiras e assim que sai esperei as meninas do lado de fora logo vi aquela menina do Main Event saindo e se sentando próxima a mim, eu revirei os olhos já esperando por algo.
  - Sabe, eu também estou seguindo eles. – ela suspirou. – Mas até agora não tive a sorte de ser chamada para o bar.
  - Hm.
  - Como você fez?
  - Bom, eu os conheci na tour passada. – vi as meninas saindo e me levantei. – Se você está seguindo eles, faça eles te reconhecerem, não seja só mais uma groupie doida que eles te notam, a gente se vê no próximo show. – sorri para ela que estava nitidamente pensando no que falei.
  Encontrei as meninas e voltamos para o hotel já que naquele dia não iríamos para o bar, nem nós nem os meninos, chegando no hotel os meninos foram para o bar lá dentro mas eu por estar muito exausta da rotina de cada hora dormir em um lugar diferente acabei indo direto para cama.
  No dia seguinte acordei com a Rê pulando na cama berrando que finalmente a gente iria dormir em nossas camas, me levantei já pegando minhas malas e fui encontrar todos na recepção do hotel para dar check-out. Embarcamos no avião e ironicamente sentei entre o Jeff e o David, foi uma situação um tanto quanto engraçada, eu e as meninas estávamos literalmente no meio deles compartilhando comentários sobre todos os shows, o voo até São Paulo não demorou muito e assim que desembarcamos eu e a Rê nos apressamos para pegar nossas malas.
  - Meninas se vocês quiserem dormir lá em casa podem ir. – falei para a e para a .
  - Olha, eu aceito, moro muito longe de tudo. – a falou pegando a mala.
  - ?
  - Também aceito, quero continuar na pegada da turnê. – ela sorriu empolgada e pegou a mala dela.
  - Então bora! – a Rê falou nitidamente cansada.

16 – Os dois shows em São Paulo (parte 1)

  “Não quer ficar no hotel com a gente?”
  “Não enquanto estivermos em São Paulo Jeff, preciso descansar na minha cama. Se quiser pode ficar aqui.”
  “Infelizmente não dá, tenho a agenda da banda para seguir.”
  “Okay, logo nos vemos.”
  “Mal posso esperar. See u.”
  “See u soon 🖤”
  Ainda jogada na minha cama sentindo meus olhos pesarem mandei uma mensagem para a Fran avisando que já estava em casa, caso ela realmente quisesse ir em um dos shows com a gente ela poderia ficar lá, ela logo respondeu falando que chegaria naquela noite, combinei com ela o lugar para nos encontrarmos e acabei dormindo até às quatro e meia da tarde, acordei sentindo estar finalmente descansada, nada como minha própria cama para relaxar.
  - Bom dia bela adormecida! – A deu risada. – Descansou bem?
  - Bom dia! Maravilhosamente bem.
  - Charles me mandou mensagem perguntando se vamos estar na porta do hotel hoje à noite.
  - Cara, sinceramente eu preciso de uma folga, vou encontrar uma amiga que também vai no show.
  - A Fran? – a berrou da cozinha.
  - Sim, ela chega hoje já que o show que ela comprou é amanhã. – Falei entrando na cozinha e pegando uma xícara de café. – Aí vou encontrar ela ali na paulista, ela falou que não está com muita coisa.
  - Ok! Falo para eles que você não foi porque estava com uma amiga. – Ela apoiou na mesa e me encarou. – Por que ela comprou se podia entrar na faixa com a gente?
  - Só se eles perguntarem. – Dei de ombros com a pergunta da . – Não faço a menor idéia mana.
  - Bom dia gente, ou boa tarde... – A entrou na cozinha meio descabelada e confusa.
  - Tarde.
  - Que horas são?
  - Quatro e meia. – Falei enchendo uma xícara de café e entregando para ela. – Toma, vai te ajudar.
  - Obrigada.
  Ficamos as quatro conversando sobre os shows que haviam passado e brisando sobre o que poderia acontecer nos próximos shows, começou a anoitecer e eu fui me arrumar para encontrar a Fran enquanto as meninas foram para o hotel, fui para a paulista e logo encontrei a Fran na frente da estação Consolação como havíamos combinado, passamos em um Starbucks para comprarmos café.
  - E aí, empolgada?
  - Tô ansiosa, espero que dê tudo certo. – Ela falou bebericando a coca cola que tinha em mãos.
  - Não tem motivos para dar errado.
  - Sabe, estava pensando, será que a gente pode ir no hotel?
  - Sério? – Falei meio desanimada. – Podemos ir sim.
  - Se você não quiser, não vamos mana.
  - Não é isso, eu vou com você mas vou ficar longe ok?
  - Tá bom, mas o que houve?
  - Declarações aconteceram cara.
  - Da parte de quem?
  - Minha e do Jeff.
  - Ele finalmente assumiu?
  - Sim. – Encarei o chão enquanto caminhávamos em direção ao hotel. – Aí só preciso de uma folga para colocar a cabeça em ordem, por isso falei que te espero longe.
  - Ok, obrigada por ir até lá comigo mana.
  - Por nada.
  Quando chegamos na frente do hotel a Fran foi em direção a entrada, eu me sentei do outro lado da rua em um canteiro de flores para esperar ela, minha cabeça ainda estava a milhão com a confissão do Jeff, eu sabia que alguma treta estava por vir só não sabia o que exatamente, ouvi uma conversa de duas meninas próximas de mim falando sobre invadir o hotel que nem eu e a havíamos feito na tour passada, dei risada delas planejando já que atualmente era algo muito difícil.
  - Está rindo da gente. – Uma falou para outra.
  - Deixa ela, você nem sabe se é realmente da gente.
  - Tenho certeza, ela começou a rir depois que falamos em invadir o hotel.
  - Mano para, que mania de perseguição Clara!
  - Não é isso Mari, vou te provar que estava rindo da gente. – A morena revirou os olhos enquanto a ruiva vinha em minha direção. – Você estava rindo da gente?
  - Que?
  - Você ouviu, estava rindo de que?
  - Gente não sabia que era proibido dar risada em público. – falei irônica. – Não que te deva satisfação, mas eu estava rindo dos meus próprios pensamentos, mas ouvi sim o que vocês estavam falando sobre invadir o hotel.
  - Viu só Clara não era da gente, para com a mania de perseguição mano!
  - Querem uma dica? – As duas me olharam curiosas enquanto eu bebericava meu café. – Tentem entrar pela lateral do hotel, não pela frente como vocês estavam planejando, a segurança está reforçada e eles sabem quem trabalha ou não aí dentro.
  - Obrigada pela dica. – A morena falou arrastando a amiga em direção ao hotel.
  Sorri para elas e me virei para olhar a muvuca na frente do hotel, eles haviam acabado de sair e ironicamente a estava vindo na minha direção bem naquele momento, ela se sentou ao meu lado e começou a observar tudo também.
  - Não vai lá? – Falei curiosa.
  - Já fui, falei com eles aí te vi e vim aqui, o Jeff quer falar com você.
  - Hm, ele tem meu número.
  - para com isso, não seja uma criança. – Ela falou séria enquanto cruzava os braços.
  - Ah , eu só vim aqui para a Fran tirar foto com eles, por isso me sentei longe, preciso organizar meus pensamentos. – Encarei o copo de café em minha mão. – Não sei o que fazer mana, eu gosto dos dois. – Dei de ombros.
  - Nesse caso, te apoio mana. – ela sorriu e se sentou ao meu lado.
  - Obrigada.
  - Mas eles perguntaram se podem ir na sua casa e a concordou.
  - Claro que podem, só não quero ficar constantemente com eles enquanto estivermos em São Paulo, preciso de um tempo para organizar as coisas na minha cabeça.
  Ela sorriu e concordou com a cabeça enquanto me abraçava, logo as meninas nos encontraram e fomos caminhando até em casa. Naquela mesma noite o Jeff, Chuck, Pierre e Seb foram até em casa para jantar com a gente, quando eles chegaram eu estava terminando meu tão desejado banho no chuveiro da minha casa, sai do banheiro enrolada na toalha e fui direto para o meu quarto, quando entrei me deparei com o Jeff sentado na minha cama mexendo no celular enquanto carregava.
  - Não sabia que você estava aqui. – falei abrindo a porta do guarda roupas e pegando alguma roupa confortável.
  - Então, fiquei sabendo que você está confusa... – ele me olhou de cima a baixo enquanto eu me vestia. – Queria entender.
  - Entender o que Jeff?
  - O que você sente.
  - Bom, eu gosto dos dois e é isso que tem me deixado confusa. – Falei ainda de costas para ele enquanto vestia meu short e dei de ombros. – Não consigo decidir nada, mas disso você já sabia. – Virei de frente para ele e me deparei com um olhar carinhoso e preocupado que fez meu coração derreter. – E claramente a idéia que eu tenho vocês jamais iriam aceitar.
  - Ah, achei que era algo diferente. – Ele sorriu carinhosamente e me abraçou, eu estava apenas de short e sutiã. – Sabe, essa sua tatuagem nova realmente ficou bonita, qual idéia?
  - Obrigada – abracei ele mais forte. – De eu ficar com os dois ao mesmo tempo. – ele deu um espaço entre nós e me olhou curioso.
  - ... – a Fran abriu a porta e ficou vermelha com a cena. – Foi mal!
  - Relaxa Fran, não é nada. – eu sorri para ela. – O que foi?
  - O David tá aqui, só achei que você iria querer saber.
  Uma tensão pairou no ar enquanto a Fran voltava para a sala, eu e o Jeff nos entreolhamos meio confusos, a julgar pela reação dele, ele também não sabia que o David iria até lá. Voltamos para sala quando ouvimos a avisar que a pizza havia chegado, todos nós nos sentamos na mesa para comer depois começamos a beber e conversar, acabamos virando a noite e eles voltaram para o hotel já eram cinco da manhã e assim que eles saíram eu fui para a cama, o show seria naquela noite, eu precisava estar descansada para poder curtir tudo o que tinha direito.
  Acordei na tarde seguinte empolgada para ir ao show, levantei e já me vesti para irmos até a fila e garantirmos nossos lugares, mesmo tendo all acess eu gostava de todo aquele processo de pegar a fila e etc. Encontrei as meninas sentadas à mesa tomando café, me sentei com elas que estavam nitidamente empolgadas, eu estava com um misto de sensações que variavam entre ansiedade, empolgação e medo.
  - O que cê tem fiah? – A perguntou enquanto se levantava para buscar mais café.
  - To ansiosa, empolgada porém com medo.
  - Medo?
  - É, do que raios o David vai aprontar, a trégua acabou. – Encarei a xícara de café quente na minha frente.
  - Bom, você vai ter dois dias de descanso, se quiser ir lá para casa para ficar distante sinta-se convidada. – A sorriu.
  - Olha, vou pensar no caso. – sorri para ela. – Vocês não sabem, eu joguei a idéia para o Jeff como quem não quer nada.
  - Que idéia?
  - De ficar com os dois.
  - NÃO CREIO! E aí?
  - Aí , aí que ele ficou me olhando com aquela típica cara de quem está pensando no caso. – dei risada. – Enfim, só me resta esperar para ver o que vai rolar.
  - Meninas será que eles vão tocar Summer Paradise?
  - Olha, sempre tocam...
  Continuamos conversando sobre como achávamos que seria o show e logo fomos nos arrumar, em questão de cinco minutos eu estava pronta esperando por elas na sala, elas também não demoraram muito e finalmente fomos em direção à casa de show. Fomos para a fila do post game, onde encontramos algumas pessoas conhecidas que já estavam lá, pegamos nossos números e nos sentamos no chão junto com a galera que estava ali, ficamos conversando até a hora em que anunciaram a abertura das portas, foi quando a fila foi organizada.
  Eu estava com um misto de sensações que oscilava entre felicidade, empolgação e nervosismo, assim que entramos nós cinco corremos em direção a grade onde garantimos nossos lugares de sempre o show estava sendo incrível, eu estava já aos prantos quando teve o pequeno intervalo do show e o Chuck voltou balançando a bandeira do Brasil e ouvi a comentar que esse momento era sempre um dos mais doídos do show, era sinal de que estava acabando e ninguém queria que acabasse. Os meninos entraram no palco e começaram a tocar Everytime. Foi ali que eu notei que realmente a trégua havia acabado, no refrão o David desceu no vão entre o palco e a plateia e parou na minha frente me olhando enquanto cantava.
  - Everytime I see your face, everytime you look my way, it's like it all falls into place, everything feels right, ever since you walked away, left my life in disarray, all I want is one more day, it's all I need, one more day with you. – Ele deu um beijo na minha testa e subiu novamente no palco.
  Eu desabei em choro assim que ele virou as costas e senti as mãos da e da no meu ombro, eu ironicamente não estava chorando por causa dele, sim por conta da música, essa música sempre foi uma das minhas favoritas deles e eu nunca tinha tido a oportunidade de ouvi-la ao vivo, o efeito que ela fazia em mim era comparável a Welcome To My Life e para finalizar o show eles tocaram Perfect, como esperado.
  Depois que acabou eu e as meninas ficamos esperando para conseguirmos nos mover já que o show estava bem lotado, assim que consegui dar um passo me apoiei na grade e senti novamente o ar chegando aos meus pulmões, foi quando o Danny vendo a situação que eu estava me trouxe uma garrafa de água.
  - Olha, você realmente tá precisando.
  - Obrigada Danny. – Falei dando um gole na água. – Eu ainda vou morrer desidratada por causa desse maldito.
  - Bom, eu realmente gostaria de te contar quais são os outros planos, mas não posso. – Ele sorriu. – Só te digo uma coisa, toma bastante água antes do próximo show, ouvi falar ai que vai ter mais um entrando no jogo.
  - AH NÃO!?
  Ele saiu rindo enquanto eu o fuzilava com o olhar, assim que me recuperei fui junto com as meninas em direção onde iria acontecer o pizza no caminho paramos no merch pra comprar camisetas. Assim que encontramos as pessoas que também estavam esperando para entrar na sala o Danny saiu liberando a entrada de todos. Assim que entrei me sentei em um canto junto com a Fran e peguei um pedaço de pizza.
  - E ai, vai querer ir primeiro em quem?
  - Seb.
  - Perfeito. – Mordi a pizza enquanto olhava uma menina loira. – Acho que ela foi quem deu piti com o Danny em outro show.
  - Piti?
  - É por que eu, a , a e a entramos sem ter ficado na fila... – Fiquei olhando para ela enquanto caminhava em minha direção.
  - Tá mesmo com a banda hm?
  - Falei que era ela. – Virei novamente para ela com uma expressão confusa. – Que que tem?
  - Nada, só que queria eu aquela declaração.
  - Hm. – Dei um gole no refrigerante. – Pode ir, fique à vontade, ele é todo seu, o caminho tá super livre.
  - Como assim?
  - Assim ué. – Dei de ombros enquanto ela me olhava completamente confusa. – Ele é solteiro se ele quiser, vai fundo miga.
  - Mas ele fez a declaração para você...
  - Óbvio que sim, ele se sente mal pelas cagadas do passado. – Dei o último gole na coca cola. – Inclusive, se realmente quiser isso, boa sorte.
  Antes que ela pudesse me responder algo eles entraram no lugar gerando um burburinho enorme, eu fiquei apoiada no canto onde já estava até eles se ajeitarem para começar a atender aos fãs, assim que começaram as filas eu e a Fran fomos até o Seb ele sorriu assim que nos viu na fila. Notei que a Fran começou a ficar ansiosa por estar chegando nossa vez, ela já era a próxima e ela me empurrou em direção ao Seb eu dei alguns passos parando abraçada com ele e cai na gargalhada.
  - Bom, foto?
  - Claro! – Ele deu risada enquanto eu batia a foto, que saiu incrível. – Tá preparada para o próximo show?
  - Seb, eu nunca estou preparada para os shows de vocês, sério, só que eu fiquei sabendo que vai ter outro entrando no jogo.
  - Com certeza, ele cansou de ver de fora e não tomar nenhuma atitude, talvez o que vocês conversaram no quarto também tenha mexido com ele, seja lá o que foi.
  - E ele lá precisa tomar alguma atitude? Eu heim! Espera, ele te contou a conversa?
  - Não, mas eu imaginei que tenham conversado algo, agora sobre ele tomar atitude, ciumento do jeito que é, na cabeça dele precisa.
  - Nem sabia que era ciumento...
  Dei risada ficando do lado esperando a Fran falar com ele, assim que ela tirou foto e pegou autógrafo fomos até o Pierre onde encontramos a sentada atrás dele pegando discretamente alguns bombons que ele havia ganhado de uma fã, me sentei ao lado dela e só nos entreolhamos sem falar nada, eu já sabia que ela queria me contar alguma coisa, a Fran entrou na fila para falar com o Pierre enquanto eu continuei ali junto com a roubando os bombons do Pierre.
  - Então, o que foi essa cara aí?
  - Bom, eu imagino que você já saiba, mas tem outro entrando no jogo.
  - Seb e Danny me contaram.
  - Imaginei que o Seb iria te contar quando te vi indo nele primeiro.
  Dei de ombros e voltei a atenção para a Fran que estava travada na frente do Pierre e só depois de um tempo ela pediu um abraço e foto, dele fomos no Chuck que estava sem fila, só tinha a conversando com ele e como sempre eu deixei Jeff e David por último, afinal eu não queria ter que pensar na situação toda muito menos lidar com ela tão cedo.
  Quando chegou a hora de escolher entre eles fui no Jeff primeiro, a fila estava razoavelmente grande então demorou cerca de dez minutos, dez minutos que pareceram uma eternidade com a minha ansiedade me consumindo, finalmente chegou nossa vez, deixei a Fran ir primeiro já que ela ainda não tinha foto com ele e eu estava com um total de nenhuma coragem, quando ela saiu ele ficou me encarando esperando o que eu iria fazer, caminhei até ele e o abracei forte.
  - Então quer dizer que alguém quer entrar no jogo? – Falei apertando ele.
  - Quem foi que te contou? – Ele deu risada enquanto me levantava um pouco do chão.
  - Seb, Danny e a confirmou. – Dei um passo para trás e o encarei com a sobrancelha arqueada. – Sabia que você tinha ciúme mas não sabia que era assim.
  - Bom... – Notei seu rosto corando e ele ficando sem jeito. – Acontece que é incômodo ver ele fazendo isso todo show e eu sem fazer nada.
  - Mas você faz Jeff. – Sorri e dei um beijo na bochecha dele, cena que foi registrada pela Fran. – Vou querer essa foto. – Falei para ela que rapidamente me enviou dando risada. – Faz mais que ele inclusive, MUITO mais. – Eu abracei ele novamente e falei perto do ouvido. – Mas se você quiser entrar na brincadeira não tem problema nenhum.
  - ... – Ele me segurou pela cintura apertando levemente, senti um arrepio tomar conta de mim. – Você está brincando com fogo criança.
  - É o que veremos. – Sorri para ele.
  Tirei uma foto com ele e fui encontrar a Fran que já estava me esperando para passar na fila do David, entramos na fila e senti meu estômago dar um nó e a comida toda querer voltar, pedi para a Fran segurar meu lugar e corri para pegar uma coca cola quem sabe ajudava, tomei um gole que desceu meio empurrado e voltei para a fila onde pude ver de longe a menina loira atrás da Fran com um espelho na mão retocando a maquiagem.
  - O que aconteceu? – A Fran perguntou assim que parei ao lado dela.
  - A comida quis voltar, uma sensação estranha de nó no estômago.
  - , fala que vocês...
  - Fran eu tomo anticoncepcional e usamos camisinha obviamente, seria muito difícil de algo assim acontecer.
  - Difícil sim, impossível não.
  - Tá, saindo daqui passamos na farmácia. – Olhei para frente e era nossa vez. – Vai você primeiro.
  Ela foi falar com ele enquanto eu fazia cálculos mentais e se por acaso eu estivesse realmente grávida era óbvio que era do Jeff mas eu tinha absoluta certeza que não estava grávida, nem fazia sentido pensar muito nisso, quando chegou minha vez a menina loira fingiu que não me viu e foi em direção ao David que vendo a situação toda desviou dela e veio me abraçar, foi um abraço gostoso e por algum motivo reconfortante.
  - O que aconteceu que você está pálida? – Ele falou acariciando meu rosto com o dedão.
  - Estou com o estômago ruim só, nada de mais.
  - ...
  - Não David, não estou grávida. – Falei revirando os olhos. – Sim, eu tenho certeza disso.
  - Então tá. – Ele deu de ombros e sorriu.
  - Você sabe que Everytime foi golpe baixo né?
  - Eu não tinha certeza, mas imaginava. – Ele sorriu vitorioso. – Aguarde pelos próximos...
  Sorri e tirei uma foto com ele, peguei o autógrafo no crachá e fui junto com a Fran para um canto mais afastado, me sentei e fiquei apenas observando as pessoas enquanto eu melhorava. Eu sabia que o que eu tinha era só por causa do nervosismo que eu passei na fila, a ansiedade e tudo junto me faziam passar mal, isso não era nada novo para mim eu tinha plena consciência de que não estava grávida apesar de alguns deles estarem desconfiando disso. Quando a menina loira terminou de falar com o David ela veio e se sentou ao meu lado me encarando.
  - Que foi? – Perguntei ríspida.
  - Nada, estou vendo se você está melhor.
  - Hm...
  - Sabe, sou enfermeira, queria te ajudar mas se vai ficar com grosseria...
  - Não, espera, eu aceito a ajuda. – Falei me rendendo à dor de estômago. – Eu juro que não estou grávida, só estou com dor de estômago.
  - Talvez um omeprazol ajude, mas recomendo ir até a enfermaria.
  - Omeprazol, boa idéia! Inclusive desculpe a grosseria, quando fico com dor não sei lidar. – Ela sorriu enquanto se sentava ao meu lado, eu mandei mensagem para o Danny pedindo o remédio. – E ai, falou com ele?
  - Ai olha, foi difícil mas consegui falar sim, ele me chamou para ir ao bar hoje a noite.
  - Espera, vai ter bar? – A Fran perguntou curiosa.
  - Vai, mas se eles não chamaram vocês não posso contar onde vai ser.
  - Esqueci de falar né Fran? Vai sim, eu é que nem sei se tô a fim de ir pra ser bem sincera.
  - ? – O Danny me cutucou para me entregar o remédio. – É esse que você pediu?
  - Sim! Muito obrigada Danny!!
  - Por nada, o que você tem?
  - Tô com o estômago zuado, acho que foi só a pizza de calabresa.
  - Hm...
  - Não Danny, apenas não.
  - Não falei nada ué! – Ele parou e olhou para a loira que estava ali. – Olá, você é...?
  - Leticia, prazer. – Ela falou meio travada.
  - David chamou ela para ir ao bar segundo o que ela acabou de me contar. – Falei olhando para ele enquanto tomava um gole de água para poder engolir o comprimido. – Vê aí para poder passar para ela o endereço certo.
  - Tá... – Ele conferiu o celular e pelo que consegui ver conferiu também as mensagens do David. – Olha, hoje nós vamos no bar... Espera, você e a ficaram de ver o bar aqui em São Paulo.
  - Sério? Lembrava disso não... – Olhei para a chamando ela com a mão. – a gente ficou de ver o bar para eles aqui?
  - Sim, inclusive já programei, vamos no Orange. – Ela parou me analisando. – O que tu tem?
  - Estômago zoado provavelmente por causa da pizza de calabresa.
  - Vai ter que deitar com a perna para cima, lembra desse esquema?
  - Lembro mas não vou fazer agora né, faço depois.
  - É, faz sentido. – Ela olhou ao redor, com certeza imaginou a cena e deu risada. – Enfim, vamos no Orange essa noite.
  - Sério? Achei que você seria mais criativa... – Dei risada. – Achei que ia levar eles no da luz verde.
  - Nada, lá tem estado bem ruim inclusive, não te contei? Baixou polícia lá outro dia deu mó auê.
  - Não tinha contado não! Nesse caso, o Orange é melhor. – Olhei a brava do outro lado do espaço. – O que deu nela?
  - Não sei, vou chamar. – A acenou e logo ela estava do nosso lado. – Que houve?
  - Ah fãs, bem que vocês avisaram...
  - Bom, não se deixa levar não mana, dá ruim.
  - Pode deixar, o que você tem? – Ela me olhou séria.
  - Bom, comi pizza de calabresa e de mussarela... CARALHO É ISTO!
  - Porra , comeu mussarela pura? Quantos pedaços?
  - Dois... – Sorri sem graça pra .
  - Sabe que é alérgica e faz isso, vou pedir pra pegarem o Polaramine.
  - Obrigada, eu já disse que te amo hoje?
  - Hoje não... – Ela deu risada e foi em direção ao camarim.
  - Então, o que aconteceu? – Olhei para a .
  - Bom, aconteceu que eu estava falando com o Seb e a gente se abraçou, digamos que, além do normal. – Ela me olhou e eu estava esperando ela continuar. – Aí uma das meninas da fila deu um leve piti na vez dela porque o Seb não abraçou ela que nem me abraçou.
  - Welcome to my life darling. – Olhe para ela. – Lembra que te falei que no Brasil seria pior? Então...
  - Não imaginei que fosse ser tão pior assim.
  - Relaxa, não liga para elas, não se estressa com isso por que vai piorar bastante ainda, se para você está difícil, imagina para mim. – Ela olhou para o Jeff e para o David e deu risada.
  - E esse joguinho deles hm?
  - Meu nem eu sei mais, sério. – Dei risada. – Enfim, vamos ao bar então essa noite?
  - Estarei lá, certeza. – falou sorrindo.
  O pizza estava acabando e só me dei conta disso pela fila que estava se formando para tirarem fotos com eles, eu olhei para a fila e continuei sentada esperando as meninas chegarem para irmos todas juntas, nesse tempo de espera notei que a tal da Leticia continuava sentada ali ao meu lado e a cada dez minutos me olhava.
  - Mano, que foi? – Falei olhando para ela séria.
  - Fiquei preocupada com seu bem estar, de verdade.
  - Hm. Obrigada pela preocupação, já estou melhor. - As meninas apareceram e eu me levantei para me juntar a elas, vi que a Leticia havia ficado sentada meio perdida, eu bufei e fui completamente contra todos os alertas na minha mente. – Você vem? Vamos ser as últimas assim vamos todas juntas para o bar.
  - Olha, se não se importarem...
  - Vem logo criatura! – A falou rindo. – Para a ter te chamado, mesmo com o David ter te convidado para o bar, é sinal que é para você vir.
  - Estou indo. – Ela se levantou rápido e parou ao nosso lado. – Gente mas não to entendendo.
  - O que? – A olhou para ela.
  - O que o David tem a ver com ela?
  - Vixe, longa história...
  - agora que notei, precisamos de um apelido para você... – Falei me virando para ela e interrompendo as duas.
  - Pode me chamar de , meus amigos me chamam assim.
  - ?
  - Sim, é mais bonito que Tha ou Tata.
  - Olha, concordo! – Sorri. – Perfeito então, precisamos te preparar para os outros shows.
  - Bom acho que depois de hoje...
  - Miga hoje foi só uma amostra grátis do que está por vir, é sério. – A se virou para ela. – Precisamos real te preparar para ignorar a todos. – Ela parou e olhou para a loira. – Como você se chama mesmo?
  - Leticia...
  - Prazer, sou a . – Ela sorriu e continuou em direção aos meninos que a receberam de braços abertos.
  - Elas são sempre assim? Meio pilhadas? – Leticia perguntou para enquanto eu estava caminhando em direção aos meninos.
  - São, isso quando não é pior por causa das confusões... – A parou e olhou para a loira. – Mas bom, se por acaso você continuar com a gente, você se acostuma.
  - Hm... Então existe essa possibilidade?
  - Vindo do David? Não faço a menor idéia.
  As duas tiraram fotos com os meninos e nos seguiram em direção a saída, como de costume nós fomos antes que eles para o bar, passamos a localização e já garantimos a mesa. A Leticia estava meio tímida ainda e com uma expressão totalmente perdida enquanto nós quatro conversávamos sobre os outros shows super empolgadas e sobre o nosso dia a dia com eles, assim que eles chegaram se sentaram com a gente cada um ao lado de uma de nós, Chuck ao lado da , Pierre ao lado da , Seb ao lado da e ironicamente o David sentou de um lado meu e o Jeff do outro, do outro lado do David, a Leticia, fiquei meio confusa com o motivo do David ter sentado ali mas ignorei o fato, achei que seria melhor pelo menos naquele momento.
  Como a Fran havia comprado a passagem de volta para a cidade dela para aquela noite, ela acabou indo embora antes do que eu esperava. Ficamos curtindo a noite durante horas a fio, o bar que escolhemos tinha karaokê então resolvemos arriscar cantar as músicas ali mesmo, eu fiz dupla com o Pierre e depois foi a fazer dupla com ele.
  - Você canta bem . – O David falou logo que me sentei.
  - Para, canto nada não. – Sorri e olhei ao redor procurando o Jeff mas não o encontrei.
  - Está procurando ele?
  - Sabe onde ele foi?
  - Ao banheiro e depois ia pedir mais bebidas e um lanche.
  - Hm. – Olhei para fora do bar e vi a Leticia lá no telefone. – E ela?
  - O que tem? Não posso curtir? – ele respondeu ríspido.
  - Oshe, não falei isso não vai ser grosso com tuas minas, não comigo, só perguntei qual é sua intenção, não esquece que ela tem sentimentos.
  - Ah... Tá... – ele falou sem graça. – Desculpe a grosseria .
  - O que você fez, Desrosiers?
  - Chamei ela para dormir no hotel? – Ele sorriu meio sem graça.
  - E por acaso você já beijou ela?
  - Hm, já, mas o que isso tem haver?
  - Pelo amor de deus, tem haver que se isso fizer parte do seu joguinho tá errado. – dei um gole na cerveja. – Mas quer saber? Foda-se, você já é bem grandinho para saber o que deve ou não fazer.
  - , o Jeff me falou o que vocês conversaram no quarto.
  - Hm, e o que você respondeu?
  - Que não sabia.
  - Fala que não sabe e faz isso, chama uma garota aleatória para sair, tá certo heim David, realmente espero que ela não se iluda e que você não seja babaca dessa vez, não se esqueça, ela não faz parte do jogo.
  Ele ficou em silêncio e encarou a bebida pela metade do copo em sua mão eu bufei entendendo o que aquilo significava e me levantei para ir cantar com as meninas, quando eram quatro da manhã todas nós resolvemos ir embora e claro, dormir no hotel com eles afinal não conseguíamos mesmo ficar longe deles. Fomos todos para o hotel e logo que chegamos fui para o quarto do Jeff tomar uma ducha, eu só não sabia o quanto precisava daquilo até me sentar no box do chuveiro com aquela água forte batendo em minha nuca.
  Ali naquele box, eu ainda estava pensando sobre o jogo inútil do Desrosiers e sobre a coitada da Leticia que ele enfiou no meio disso tudo, realmente eu espero que ela não saia machucada dessa brincadeira, também fiquei pensando no que eu havia falado para o Jeff, puta idéia de merda a minha dizer que queria ficar com os dois ao mesmo tempo, suspirei e quando terminei o banho dei um selinho no Jeff o avisando que eu iria dar uma volta, peguei o elevador sem nem reparar quem estava dentro e fui até a cobertura onde a vista realmente era incrível, olhei para os lados e notei que a estava sentada em um canto junto com o Seb, eles estavam em altos beijos então preferi não interromper eles e continuei caminhando até o outro lado onde vi o David conversando com a Leticia.
  Me sentei distante deles e vez ou outra eu olhava para eles, só para conseguir entender como andava a conversa, logo ela se levantou sorridente e foi para o elevador enquanto ele veio em minha direção.
  - O que está fazendo aqui?
  - Sentada olhando a vista, eu tinha me esquecido como esse lugar é bonito.
  - Mas você mora nessa cidade.
  - Isso não significa que eu venha aqui aleatoriamente Desrosiers. – Olhei para ele com uma expressão de cansaço estampada em meu rosto. – O que você falou para ela?
  - Eu a chamei para ir ao Rio com a gente...
  - Pelo amor de deus David. – Revirei os olhos. – Você vai parar com as músicas e declarações para mim então?
  - Nope, eu deixei bem claro para ela o como eu me sinto em relação a você e que ela é só um caso. – Ele se sentou ao meu lado.
  - David isso não vai dar certo.
  - O que? Não posso mais ficar com ninguém a não ser você?
  - Ah vai pra puta que pariu David! Fica aí achando que eu tenho ciúme e por isso estou falando isso, eu desisto de tentar fazer você entender, quer saber? Vai falar com o Chuck sobre isso! – Falei mais alto que devia chamando atenção da e do Seb. – Quem sabe ele você entende!
  - ! – Ele se levantou e apoiou a mão no meu ombro. – Então me explica cacete!
  - Não tem o que explicar! Tem a pura realidade, você vai iludir essa menina até onde puder para depois ela ficar decepcionada com você! – tirei a mão dele do meu ombro e dei um passo para trás sentindo meu corpo trêmulo e um nó em minha garganta, eu realmente odiava brigar com ele.
  - Ei! Não é porque fiz isso com você SEM QUERER que vou fazer isso com ela! Para com isso!
  - Quer saber? Eu paro sim! Inclusive paro de tentar te ajudar! Vou até mesmo parar de ME ILUDIR COM VOCÊ! EU DESISTO DAVID! QUE SE FODA SOZINHO CARALHO.
  Eu bufei e me virei para sair andando, ele me puxou pelo braço e me abraçou. Naquele abraço eu senti um misto de ódio, amor e vontade de chorar, sem saber o que fazer eu retribui o abraço e acabei desabando em lágrimas, enquanto eu chorava eu dava leves tapas no peito dele murmurando coisas inaudíveis para ele. Ele levantou meu rosto com o polegar limpando as lágrimas que insistiam em escorrer e em seguida selou nossos lábios, foi um beijo intenso e cheio de vontade, de ambas as partes, senti a mão dele apertando levemente minha cintura e me empurrando em direção a parede que havia ao lado, minhas costas bateram levemente na parede e ele pressionou um pouco seu corpo contra o meu, pude sentir um volume em sua calça, mas aquele beijo estava muito bom para ser interrompido naquele momento, suas mãos começaram a percorrer meu corpo enquanto as minhas arranharam levemente suas costas e puxaram ele para mais perto, quando senti que aquilo iria ter outro final eu interrompi o beijo e apoiei em seu ombro ofegando.
  - David você não presta...
  - Fala como se você prestasse...
  - Nunca falei que eu presto. – Sorri maliciosa para ele. – Só que agora não é o momento de continuarmos isso e muito menos o local.
  - Mas...
  - Você trouxe uma moça para dormir com você, ela é linda, não seja sacana, por favor.
  - Não serei, só queria deixar claro que você sempre foi e sempre será minha escolha, não sei se consigo dividir você com o Jeff. – Ele selou nossos lábios e foi em direção ao elevador com as duas mãos no bolso, eu fiquei ali parada recuperando o fôlego.
  - do céu, o que foi isso? – A falou se aproximando junto com o Seb.
  - Miga nem eu sei direito, a gente atrapalhou vocês com a briga né?
  - Olha um pouco... – O Seb falou divertido. – Mas nós dois adoramos ver uma confusão e também temos tempo de sobra para retomar de onde paramos. – Ele olhou para ela que logo ficou corada.
  - Eu só acho que isso requer uma reunião de última hora das meninas.
  - Você acha? – Dei risada. – Tenho certeza. – Peguei o celular e enviei mensagem para as meninas que logo estavam lá.
  - Encontro você mais tarde honey – O Seb deu um selinho na e saiu.
  - Espero que você tenha um bom motivo para essa reunião, . – A sentou na mesa.
  - Pode ter certeza que ela tem. – A falou e olhou ao redor. – Cadê a ?
  - Deve estar vindo...
  - Oi gente, o que aconteceu? – A se sentou ao lado da .
  - Bom... Eu...
  - Ela teve uma bela agarração com o Desrosiers agora. – A falou me interrompendo.
  - É.
  - Como é? – A e a falaram em conjunto.
  -Ele não trouxe uma mina para o hotel?
  - Aí é que tá, antes da gente ficar, brigamos por isso, pelo fato de ele estar envolvendo mais uma pessoa no joguinho dele.
  - Ah faz sentido. – A falou me encarando. – E ai?
  - Ai que ele falou que não está enfiando outra pessoa no jogo, que eu to com ciúme e que já que eu to ficando com alguém, ele também tem esse direito.
  - Hm...
  - Aí eu falei que cansei e mandei ele procurar o Chuck, já que quando sou eu falando parece que ele não entende, falei que desisto de tudo...
  - E foi aí que ele agarrou ela e olha, que pegação cara.
  - é que você não sabe, mas sempre foi assim, eles não podem se beijar que a coisa esquenta – A falou e deu risada vendo que fiquei completamente vermelha. – É sério.
  - Bom, errada você não tá, real que sempre foi assim. – Falei sentindo meu rosto queimar.
  - Agora, eu tenho só uma pergunta. – A falou séria. – Vai contar isso para o Jeff quando?
  - Ainda hoje, eu acho.
  - Acha nada, tem que contar.
  - Meu anjo, não falei que não vou contar! Falei que acho que vai ser hoje, se ele estiver acordado eu conto hoje, se ele estiver dormindo conto amanhã.
  - Hm, justo.
  Terminamos de conversar e voltamos aos quartos, no caminho vi a Leticia entrando no quarto do David e sinceramente eu nem queria saber onde raios ela estava antes. Assim que abri a porta o Jeff estava jogado na cama comendo docinhos e assistindo televisão, quando me viu se ajeitou me dando um espaço para sentar ao lado dele, eu me sentei ali e o olhei séria logo ele desligou a televisão e me olhou confuso.
  - Jeff...
  - Você ficou com o David. – Ele rolou os olhos e se jogou na cama novamente.
  - Como sabe?
  - Quando você começa com “Jeff...” É fato que ficou com ele.
  - Bom, nesse caso, o que você vai falar sobre?
  - Nada ué. – Ele deu de ombros. – Esperava que eu falasse o que?
  - Sei lá...
  - , você deixou bem claro para mim quando conversamos que ele é uma pessoa que você curte ficar mas apenas isso, que por você continua ficando com nós dois.
  - Sim.
  - Então, fique tranquila que eu estou bem e entendo. – Ele sorriu e me abraçou. – Enquanto eu ainda for a pessoa que você vai voltar, não tem motivos para eu ficar triste.
  - Sempre será você Jeff. – Sorri carinhosamente e ele deu um beijo em minha testa.
  - Mas ele não trouxe uma menina para o hotel? – ele me olhou confuso.
  - Então, foi assim que começou minha conversa com ele, falei para ele que era errado ele enfiar uma pessoa que não tem nada a ver com a história no meio do joguinho inútil dele.
  - Faz sentido, tive essa sensação também.
  - Ai ele achou que eu estava falando merda e começamos a discutir, mandei ele procurar o Chuck para conversar, já que quando eu falo nada entra na cabeça dele, falei também que desistia dele e de tudo, fui sair andando e ele me beijou – Dei de ombros. – Em resumão foi isso.
  - Deixa ele para lá, que nem você falou, apenas curta. – Ele me abraçou forte e notei o como eu estava com saudade daquele abraço.
  Me aconcheguei ali e acabamos dormindo naquela pose, acordei no dia seguinte com ele se mexendo e aparentemente o bixinho estava quebrado pela pose que dormimos, encontrei as meninas e voltamos para casa onde finalmente eu teria um mínimo de paz, ou pelo menos era o que eu imaginava e esperava.
  - eles vem aqui hoje à noite para a gente beber.
  - Assim vamos todos ganhar uma cirrose mana. – Dei risada. – Eu vou ficar no suco e coca cola, sério, estou com uma ressaca surreal.
  - Ressaca de bebida ou ressaca moral? – A perguntou rindo.
  - Talvez os dois? – Dei risada junto. – Quem vem?
  - Todos eles, a gente e a Leticia.
  - Hm, tá. – Peguei um copo de coca cola na geladeira. – Mas escuta, quando que é o próximo show?
  - Amanhã. – A respondeu pegando um copo de coca cola. – Tá preparada?
  - Nem em sonhos. – Suspirei. – To é curiosa com o que está por vir isso sim.
  O dia se passou rápido e admito que o que eu mais fiz foi ficar deitada no quarto descansando já que eu estava exausta depois de tanto tempo longe da minha casa, quando me dei conta estava quase na hora dos meninos chegarem, corri para tomar um banho e estar mais decente quando eles chegassem. Depois do banho entrei no quarto acendendo a luz e fechando a porta, ouvi uma respiração pesada e virei assustada dando de cara com o David sentado ali na minha cama no completo escuro.
  - Que que você tá fazendo aqui mano? Vai assustar outra pessoa! – Falei segurando firmemente a toalha que estava enrolada em mim.
  - Nada, na real vim sentar aqui por estar com dor de cabeça.
  - Toma remédio. – Falei abrindo a porta do guarda roupas. – Melhor coisa.
  - Na real é ressaca...
  - Moral ou de bebida?
  - Um pouco dos dois?
  - Hm, então estamos na mesma, passei o dia deitada na cama por preguiça e dor de cabeça.
  - Ajudou?
  - Sim, o banho também.
  - Hm...
  - Mas perai, ressaca moral de que?
  - Bom... – Ele me olhou e notei seu rosto corando.
  - Ah pelamor. – Revirei os olhos e comecei a me vestir. – Logo você com ressaca moral disso? Quem diria heim?
  - Ah as vezes acontece. – Ele parou me olhando enquanto me vestia.
  - Para de ser podre David, tem nada aqui que você nunca tenha visto. – joguei a toalha nele
  - Tem sim, essa tatuagem nova. – Ele jogou a toalha para o lado, se levantou e me abraçou por trás, passou levemente o dedo em minha tatuagem que fica debaixo do peito.
  - David isso não vai prestar... – Falei com a voz falha sentindo meu corpo estremecer por causa do toque dele.
  - Isso o que?
  Em um movimento rápido ele me virou de frente para ele, segurou meus braços acima da minha cabeça e parou a milímetros do meu rosto, eu sorri de canto encarando ele com uma sobrancelha arqueada, ele passou os lábios pelo meu pescoço e quando finalmente me soltou eu o puxei e selei nossos lábios dando início a um beijo intenso, nossas mãos começaram a percorrer o corpo um do outro a fim de matar a saudade que estávamos, senti o volume em sua calça e me deixei levar pela situação, ele me deitou gentilmente na cama já pegando uma camisinha em sua carteira, ali matamos a saudade um do outro, fora um prazer bem mais carnal do que emocional e isso era bem nítido, terminamos os dois deitados ofegantes na cama, eu abri uma fresta da janela para entrar um pouco de ar fresco. Terminei de me vestir e fomos para a sala, onde estavam todos sentados bebendo e conversando, me sentei ao lado do Jeff que me olhou e na mesma hora eu corei, ele deu risada já sabendo o que havia acontecido.
  - Vocês dois não podem existir no mesmo lugar, não é possível. – O Jeff brincou enquanto me abraçava.
  - Ah... – Senti meu rosto queimar.
  - , posso falar com você? – A Leticia me olhou séria.
  - Claro, vem, vamos ali na sacada. – Fomos para a sacada e eu fechei a porta. – Diga?
  - Bom, eu sei que você e o David juntos tem uma tensão muito grande. – Ela começou. – Mas eu acho que eu estou gostando dele.
  - Ah não... – Revirei os olhos. – Miga é o seguinte, eu estive na sua situação, me apaixonei por ele e me fodi legal, não recomendo se apegar a ele não, ele é galinha e não vai deixar de ficar com outras pessoas ou fazer as babaquices dele por sua causa, eu avisei ele que isso iria acontecer. – apoiei na parede ao lado da porta.
  - Você tá com ciúme.
  - Mais uma falando isso? Puta que pariu viu, não é ciúme é zelo, se você quer passar por tudo o que eu passei vai em frente, o caminho está livre, ele é todo seu. – Gesticulei com a mão para ela passar em direção a ele. – Mas tenha em mente que eu e ele estamos jogando, provavelmente ele te falou isso.
  - Sim falou. – ela me olhou atenta.
  - Ele não vai parar o jogo por que você quer.
  - É? Será?
  - Miga, é sério, eu não estou aqui monopolizando a transa incrível e pegada maravilhosa que ele tem não, até porque o Jeff sinceramente tem uma pegada melhor que a do David e transa tão bem quanto, estou te avisando do que vai acontecer, que é nítido que vai. – Suspirei e olhei triste para ela. – Não recomendo se apegar, quer curtir? Ai sim, curta o máximo que puder, só não se apega a macho escroto, sério.
  - Fala isso por que ele não te quis.
  - Pelo amor de deus mulher! Quer saber? Vai lá, quando ele fizer contigo o que fez comigo você vem chorando e a trouxa aqui vai te receber de braços abertos.
  - Me fala uma prova que ele não vale a pena.
  - Ele te trouxe aqui, te chamou para acompanhar a banda no rio, certo?
  - Sim.
  - Eu sai do banho e ele estava no meu quarto, nós literalmente acabamos de transar. – Olhei para ela que estava completamente chocada. – Você acha mesmo que uma pessoa que faz isso é decente?
  - Não...
  - Exato. E que fique claro, eu não estou falando que eu sou decente, mas minha situação com ele e com o Jeff não é recente.
  - Obrigada por alertar. – ela encarou o chão.
  - Nada, obrigada você por conseguir entender o que estou falando. – olhei para ela e estendi a mão, ela rapidamente retribuiu o gesto. – Mana tu é maravilhosa, é sério, uma pessoa linda que nem você não precisa de um babaca que nem ele, entende?
  - Sim, obrigada mesmo, acho que vou só curtir.
  - Sim! Faça isso! Se quiser inclusive, fique com o Jeff também, não tem problema, só por favor, não se apegue.
  Ela sorriu e entrou, se sentando ao lado do David, eu voltei ao meu lugar ao lado do Jeff e sorri de canto observando a Leticia com o David, agora eu sabia que ela estava bem atenta e bem avisada sobre tudo, comecei a observar as pessoas e vi que a e o Seb haviam sumido, quando perguntei ao Jeff ele falou que não sabia, só sabia que eles tinham ido até a lavanderia, ali eu entendi tudo, como tem um quarto de visitas lá e é onde ela está ficando provavelmente ela o levou até lá e eu não julgo não, afinal veja o que acabei de fazer o mesmo né.
  A noite se passou e eram quatro da manhã quando eu resolvi dormir, o Jeff pediu para dormir lá e é claro que deixei, sei bem que vou sentir falta dele quando essa turnê acabar, mas não quero pensar nisso agora. Acordei no dia seguinte depois de ter tido um sonho um tanto quanto bom, envolvendo o David e o Jeff, senti falta dele na cama e ao mesmo tempo que fiquei meio triste foi um alívio, sinceramente não sei como olhar para os dois depois do sonho erótico que tive, fui ver as mensagens do celular e me deparei com uma dele.
  “Bom dia amor!
  Voltei ao hotel cedo, hoje iremos atender os fãs mais cedo, espero te ver no show a noite.
   Tenho uma surpresa para você que realmente espero que goste, antes que pergunte não é a do show, essa eu deixo para você descobrir mais tarde.

  See you.”

17 – Os dois shows em São Paulo (parte 2)

  Eu estava super ansiosa esperando na fila do show para podermos entrar, mesmo tendo o all access era gostoso esperar na fila, dessa vez a Leticia estava com a gente então acabamos nem comentando muito sobre o que havia acontecido na noite passada. A Leticia havia voltado ao hotel com eles e eu até estranhei o silêncio reinando entre nós, inclusive ela estava em silêncio absoluto.
  - Ei, como foi noite passada? – Olhei para ela que logo me olhou meio decepcionada.
  - Ah foi bom...
  - Entendi, pela sua cara não aconteceu foi nada. – A falou analisando as expressões da Leticia que deu de ombros. – Bom pelo jeito você esgotou ele .
  - ! – Quase Berrei, ela e a caíram na gargalhada.
  - Não sei até quando vou ficar nisso não. – A Leticia começou a falar e nós quatro olhamos confusas para ela. – Ele chama teu nome dormindo cara! Ficar com boy que tá pensando em outra não rola.
  - Como é que é? – Falei indignada.
  - Ah não se faça de sonsa garota. – Ela respondeu ríspida. – Você mesma me alertou.
  - Tá mas não sabia que era nesse nível não mano!! – olhei chocada para ela.
  - Aham não sabia... Tá bom. – Ela cruzou os braços e revirou os olhos.
  - Ah pelo amor! Chega! – A falou notando o quanto eu fiquei irritada. – Se para você não tá bom querida, a rua da logo ali, é só ir embora ninguém tá aqui por obrigação não, você é uma pessoa livre sabia? Mas sabendo do seu naipe sei que vai continuar e fazer o inferninho aqui, só que dessa vez não vai rolar não.
  - Hm fala como se me conhecesse muito né .
  - Affff, caguei se fode sozinha, só deixa a gente em paz beleza? Conheço bem tua história garota. – A revirou os olhos.
  Antes mesmo que a Leticia pudesse responder algo o Danny saiu liberando a entrada do Main Event, nós quatro fomos juntas e a Leticia foi na frente nitidamente nervosa com a situação que tinha acontecido, ela parou ao lado do David com uma expressão mista de ódio com tristeza e logo ele perguntou o que estava acontecendo, vi os dois discutindo discretamente para ninguém ali saber o que estava acontecendo e ela saindo em seguida acompanhada pelo Danny. Parei ao lado das meninas que também notaram o que havia acontecido e estavam tão curiosas quanto eu, nos entreolhamos e cada uma foi falar com um deles, eu claro que fui direto no David, mesmo com o sonho da noite anterior passando como um filme em minha mente, respirei fundo e parei na frente dele.
  - E ai, o que aconteceu? – falei sentindo meu rosto queimar assim que ele me olhou.
  - Com o que? – ele continuou me olhando, era nítido que ele estava se divertindo com o fato de eu ter ficado corada.
  - Não se faça de sonso, David. – falei cruzando os braços. – A menina saiu daqui toda triste.
  - Ah isso? Bom, ela veio me cobrar do motivo pelo qual te chamo dormindo, coisa que nem eu sabia que eu fazia, falei para ela a real ai ela saiu brava.
  - A real?
  - É , a realidade, que eu gosto de você ué. – ele revirou os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – ela não gostou de ouvir a verdade e saiu brava.
  - Bom, ela já estava brava desde lá de fora com essa história. – dei de ombros.
  - Sério?
  - Sim mano, ela até brigou comigo lá fora, falou que me faço de sonsa e finjo não saber que você gosta de mim nesse nível.
  - Bom, você realmente não sabia.
  - Exatamente, você nunca me contou isso! Assim como eu não te conto meus sentimentos ué.
  Ele deu de ombros e ficou em silêncio, eu suspirei e fui para o lado do Jeff deixando o David livre para conversar com os fãs, me sentei em uma cadeira atrás do Jeff e fiquei ali pensando no que o David havia acabado de falar, só então notei o quão irritada eu estava com essa história toda, afinal era complicado saber que ele gostava de mim e não fazia um ato decente sequer. Acabei não curtindo muito o Main Event como gostaria e logo o Danny avisou que era para nós irmos para o palco, como o combinado com eles e com as meninas nós quatro fomos para a plateia garantir nosso lugar de sempre, enquanto o show não começava minha cabeça girava pensando no que havia acontecido, no meu sonho, em tudo que eu já havia falado para o Jeff, foi quando começou o empurra-empurra que eu me dei conta que eles estavam entrando no palco.
  O início do show foi completamente incrível eles estavam seguindo a setlist exatamente como o planejado mas com uma mudança de última hora, ou era o que eu achava, todos saíram do palco e só voltou o David com um violão e parou em frente ao microfone, eu fiquei completamente em choque com a cena já sabendo o que estava por vir.
  - Good night São Paulo! – Ele falou com o português torto e todos da plateia gritaram. -  Tonight I’m gonna play this song for the girl who I love!
  Ele começou a dedilhar o violão e cantar Promise e naquele exato momento eu vi meu mundo cair, um dos caras que eu sou perdidamente apaixonada cantando uma das minhas músicas favoritas, definitivamente eu não sei lidar com a situação e para a minha surpresa o Jeff entrou no palco dedilhando a guitarra ao fundo para dar mais emoção a música, eu tive a sensação de querer correr dali e me esconder de ambos, sinceramente eu estava ficando cansada desses joguinhos deles mas ao mesmo tempo eu me divertia vendo aquilo. Para a surpresa de todos o Jeff desceu ali no vão entre a plateia e o palco, o que de fato era raro dele fazer, parou em minha frente, me entregou a palheta enquanto me dava um beijo na testa e voltou ao palco. O David terminou de tocar e me entregou a palheta também, eu sentia borboletas tomando conta do meu estômago naquele momento, meu rosto parecia pegar fogo, eu não fazia idéia de como iria lidar com aquilo depois que o show acabasse mas uma coisa era certa, eu iria deixar o tempo levar e mostrar o que deveria ser feito em relação aos dois.
  Depois do show eu parei ainda encarando o palco e me perguntando como raios as coisas tinham acontecido até aquele momento.
  - Ei, vamos? – A apoiou no meu ombro.
  - Sabe, eu estava aqui pensando...
  - Ih lá vem.
  - Não, eu estava me perguntando, como raios chegamos nesse nível com eles sabe?
  - Olha, pelo que me lembro eles ficaram curiosos com a história de vocês terem invadido o hotel, a perdeu o cartão no quarto do Pierre e daí em diante foi só acontecendo.
  - Faz sentido...
  Eu caminhei junto com ela em direção ao pizza party, ainda com algumas perguntas rondando minha cabeça.
  Como nunca ninguém me falou sobre o David gostar de mim e porque raios eu me iludi achando que ele iria me ligar? Caralho heim , se iludir assim PELO SEU ÍDOLO, QUE MICO HEIM.
  Quando me dei conta já estávamos dentro do local do pizza party, olhei ao redor vendo alguns rostos conhecidos em meio aos fãs e fui pegar um pedaço de pizza, me sentei em um canto onde achei uma cadeira meio isolada de todos.
  Se bem que, mico não, acho que deve ser natural se iludir pelo ídolo quando algo acontece, mas como raios tudo aconteceu é o que não me conformo, foi tudo tão rápido e intenso, agora eu tô aqui em um fucking triângulo amoroso, sem nem saber o que fazer em relação a eles, o Jeff veio do Canadá me ver antes da turnê, tá mas o mundo sabe que ele é... Bom... Enfim, enquanto isso o David literalmente cagou para mim e agora diz que tem sentimentos por mim? Definitivamente não faz sentido.
  De combo eu ainda ando tendo uns sonhos com os dois juntos, também andei falando coisas para o Jeff, falei claramente para ele que por mim eu ficaria com os dois ao mesmo tempo, puta merda, eu estou literalmente fodida.
  Eles entraram no espaço gerando um movimento grande dos fãs, eu continuei no mesmo lugar que estava, sentada no canto e só observando a todos. Analisei as filas e decidi a ordem que iria fazer, Seb, Chuck, Pierre, David e Jeff, me levantei e fui em um por um nos dois primeiros foi bem tranquilo e rápido até, quando cheguei na fila do Pierre que começaram os problemas, encontrei a e a Talita na fila já com cara de bravas.
  - Ei, que foi? – Perguntei parando ao lado delas.
  - As pessoas... – A bufou. - Sei lá, cansei sabe?
  - Vai desistir?
  - E você já me viu desistir alguma vez na vida, ?
  - Não, mas para tudo tem uma primeira vez. – Dei de ombros.
  - Pelo amor, eu lá vou desistir de alguém que tem relacionamento aberto, quer ficar comigo e é meu ídolo? Nope, só não vou me iludir... – Ela me olhou e deu risada.
  - Ao contrário de mim. – Dei risada. – Certamente foi o que você pensou.
  - Meu deus você reconheceu.
  - Chega uma hora que as coisas ficam nítidas né mana.
  - Meu deus, vai chover, você trouxe guarda-chuva né?
  - Hm? Que foi? – Ela parou olhando para nós duas, nitidamente ela não estava prestando atenção na conversa.
  - O que houve?
  - Nada, estou aqui só pensando que eu fui burra e me iludi com o Seb.
  - CACETE VAI CHOVER CANIVETE MANO! – A gritou e deu risada.
  - Gente que auê todo é esse? – A chegou do nosso lado.
  - As duas notaram que se iludiram, , vai chover canivete cara!
  - CARALHO MANO! – A deu risada. – Qual foi o milagre?
  - Acho que a cena toda que a Leticia fez lá fora. – Falei pensativa. – Me fez parar para refletir sobre MUITA coisa.
  - Estamos na mesma então. – A falou me olhando séria. – Fala que eu não fiz aquela cena...
  - Nope, você só ficou boladíssima quando descobriu que definitivamente o Seb iria ter só um caso contigo e nada mais, afinal apesar de ter relacionamento aberto ele ainda é casado.
  - Menos mal. – Ela sorriu. – Vamos, somos as próximas.
  Nós fomos tirar foto com o Pierre, uma por uma tiramos a foto e brincamos com ele, a última como o imaginado foi a , ela estava lá travada de falar com ele e nem tinha explicado para nós direito, a única coisa que eu sabia era que ele havia brigado com a Lachelle, coisa que já era de costume inclusive, ela olhou para ele que estava a esperando balançou negativamente a cabeça como quem quisesse afastar algum pensamento e foi em direção a ele, eles tiraram uma foto fofinha dele beijando a bochecha dela, inclusive sem muita conversa depois da foto, ela parou ao nosso lado.
  - Eu travei e nem sei porque, bom, vocês vão em quem? – A falou chocada.
  - Para mim falta Jeff e David...
  - Para mim só falta o Seb. – A falou olhando para o Seb.
  -É isso, vou contigo no Seb, .
  - Okay.
  Elas foram para a fila do Seb enquanto eu caminhei até a fila do Jeff que estava razoavelmente grande e parei atrás de uma menina que estava nitidamente nervosa, suspirei vendo a cena do nervosismo dela e lembrei das primeiras vezes que o vi na vida, bateu até uma saudade desse tipo de nervosismo. Assim que chegou a vez da menina de cabelos loiros que estava na minha frente ela travou totalmente e não conseguia nem dar um passo em direção a ele.
  - Vai miga, aproveita, não vai ser sempre que se tem a oportunidade de falar com eles. – Falei apoiando a mão no ombro dela.
  - Verdade, mas não lembro o inglês...
  - Google tradutor mana. – Sorri para ela.
  - BOA!
  Ela pegou o celular e digitou algo que eu não consegui ler, em seguida entregou o celular nas mãos do Jeff que rapidamente leu e a abraçou de um jeito tão fofo, eu aproveitei a cena e tirei foto da situação para mandar para ela depois, assim que ela terminou eu pedi o número dela e passei a foto.
  - Então...
  - Surpresa?
  - Bastante, eu realmente não esperava aquilo, não depois do que o David falou. – Olhei para ele. – Do you promise?
  - I promise.
  - Sabe Jeff. – Comecei a falar notando que não tinha ninguém atrás de mim na fila. – Decidi que não vou me iludir mais.
  - Iludir? Como assim?
  - Jeff vocês são famosos, moram em outro país...
  - , não pensa assim. – Ele passou carinhosamente a mão pelo meu rosto. – Lembra de tudo que te falei?
  - Sim mas...
  - Sem “mas” . – Ele deu um beijo em minha testa. – É tudo verdade.
  - Hm, ok.
  Sorri para ele e o abracei, ele selou nossos lábios ali no meio de todos fazendo um silêncio absoluto tomar conta do ambiente, ouvi alguns burburinhos mas preferi não prestar muita atenção ao que estavam falando. Depois do pizza eles foram ao bar enquanto eu, a , a e a fomos para casa tomar um banho para irmos ao bar com eles, assim que ficamos prontas fomos até o hotel, assim que entramos eu vi o David parado ali na entrada com uma cara meio brava, olhei para as meninas que logo entenderam e foram em direção ao elevador.
  - Ei, o que foi? – Parei ao lado dele.
  - Só estou inconformado com a atitude do Stinco, mas isso você já sabe.
  - Sabia não.
  - Hm, é sonsa agora?
  - Meu deus Desrosiers, para de ser tão amargo.
  - Ah , é foda quando o cara começa a fazer isso com a mulher que eu amo, você não tá entendendo o ódio que eu tô daquela cena que insiste em repassar na minha cabeça.
  - David, não vamos entrar nisso de novo, vou te falar a mesma coisa que falei para o Jeff mais cedo, eu vou apenas curtir, não pretendo me iludir novamente não, cansei de ser feita de otária.
  - Hm... É? – Ele me olhou.
  - Sim, qual o problema?
  - Nenhum, é bom saber disso, é sinal que eu ainda tenho chances.
  - Eu nunca disse que não tinha. – sorri para ele. – Lembra do que falei para o Jeff? É bem real.
  Ele foi falar algo mas fomos interrompidos pelo restante da banda se aproximando. Todos chegaram e fomos ao Orange que nem na noite passada, nos sentamos em uma mesa na calçada para podermos fazer o barulho que quiséssemos sem ter gente olhando estranho para nós, em um determinado momento que fui no banheiro o David me seguiu e esperou pacientemente eu sair pela porta.
  Assim que sai ele me puxou pela cintura nos deixando bem próximos, eu analisei cada detalhe de seu rosto, as cores dos seus olhos que entregavam o quanto ele queria vencer aquele espaço naquele momento.
  - Então quer dizer que alguém não vai mais se iludir?
  - É isso mesmo.
  - Nesse caso... – Ele selou nossos lábios dando início a um beijo intenso com direito a suas mãos apertarem levemente minha cintura me fazendo desejar mais ele – Dorme comigo essa noite? – Ele sussurrou ao pé do meu ouvido.
  - Não sei David, é nossa última noite em São Paulo, consequentemente última noite na minha cama, mas não vou negar se você for lá para casa.
  - Verdade, você gosta de curtir a sua casa quando estamos em São Paulo.
  - Sim, minha cama é mais confortável. – dei risada. – Mas se quiser ir lá para casa, está convidado. – sorri passando a mão pela nuca dele.
  - Vou pensar se vou para lá.
  - Quer saber? Vai ficar de charminho não precisa ir não. – dei dois passos em direção a mesa e ele segurou meu braço. – Que é?
  - Eu vou.
  Sorri de canto e caminhei em direção à mesa, me sentei e continuei conversando com todos. Quando chegou o momento de irmos embora o Jeff me puxou de canto para conversar comigo.
  - , hoje vou para o hotel, tenho que arrumar as malas para a viajem de amanhã.
  - Tudo bem, nos vemos no aeroporto amanhã.
  - See you. – Ele deu um beijo em minha testa e saiu.
  Enquanto caminhava junto com as meninas, o Chuck, o Seb, o Pierre e o David me peguei me perguntando se aquela história de que ele iria arrumar as malas era real, afinal eu sabia bem que estava tudo organizado ele nunca deixava as coisas para cima da hora, só aceitei porque o David iria vir para casa comigo, balancei a cabeça afastando esses pensamentos, eu não queria sentir ciúme de nenhum dois dois mais, então foquei na conversa que eles estavam tendo ao meu lado.
  - Não acha ?
  - Hm? Que foi?
  - Eita que ela estava lá longe pelo jeito. – A falou dando risada. – Não acha que os shows tem sido incríveis?
  - Ah sim! Com certeza!
  Continuei caminhando em direção ao prédio e observando a todos, era tão fofo o como o Chuck conversava com a prestando atenção a cada detalhe que ela falava, sorri olhando a cena e voltei a atenção ao Seb e a que caminhavam lado a lado de mãos dadas falando sobre algo que aparentava ser bem interessante, quem olhava a cena podia jurar que os dois namoravam, olhei para o Pierre e a que estavam dando risada e brincando um com o outro, eles parecia mais melhores amigos do que qualquer outra coisa.
  - É bacana olhar eles né? – o David começou a caminhar ao meu lado e passou a mão pelo meu ombro.
  - Sim. – passei um braço pela cintura dele.
  - Você parece triste...
  - Triste não, encucada só. – ele me olhou esperando eu continuar.  – Isso é conversa para outra hora David, não quero estragar a noite.
  - Hm, ok, se quiser conversar conta comigo, tá?
  - Claro.
  Chegamos em casa e eu fui direto para o banheiro tomar uma ducha, definitivamente estava cansada e curiosa com a história do Jeff, mas preferi deixar para lá e curtir a noite com o David, seria a melhor alternativa até porque tinha certeza que iria me arrepender se não curtisse, depois pensaria no que aconteceu. Saí do banho completamente renovada e disposta até a ir a outro show seguido, entrei no quarto e vi o David jogado na cama mexendo no celular, coloquei meu pijama e me sentei ao lado dele.
  Deitamos abraçados na cama, foi quando me dei conta da falta que estava sentindo dele, me aconcheguei em seu peitoral e o encarei durante alguns instantes memorizando cada detalhe de seu rosto, ele estava concentrado em seu celular então tive algum tempo para reparar nos mínimos detalhes. Quando ele notou que eu estava o encarando ficou completamente corado e sorriu de canto nitidamente satisfeito.
  - O que foi?
  - Nada, só te olhando, guardando cada detalhe na memória.
  - Vou sempre estar aqui.
  - Ih, nem vem com essa, te conheço bem. – dei risada e rolei para o lado.
  - Mas é verdade . – ele sorriu deixando o celular na mesa de cabeceira, me abraçou e sussurrou no pé do meu ouvido. – Eu sempre estarei aqui, não importa o quão longe fisicamente eu esteja, vou estar com você sempre em nossos pensamentos.
  Ele sorriu e selou nossos lábios dando início a um beijo lento, ele colocou sua mão mão minha cintura e como quem estivesse pedindo permissão a deslizou devagar para debaixo de minha blusa, intensifiquei o beijo deixando claro que queria tanto aquilo quanto ele, nossas roupas foram sendo arrancadas enquanto nos beijávamos, demos espaço apenas para as camisetas passarem, depois de tudo nos deitamos ofegantes na cama, finalmente havia matado a saudades que eu estava dele e definitivamente o sexo com ele era inigualável. Acabamos adormecendo abraçados como não fazíamos há um bom tempo, naquela noite eu descansei tudo que precisava para podermos ir para o Rio, sabia bem que os shows no Rio seriam bem cansativos, tanto pelo fato de irmos à praia antes do show quanto por lidar com fãs.
  Acordei na manhã seguinte e o vi ali dormindo tranquilamente com um leve sorriso no rosto, me levantei e fui tomar café onde encontrei a e a conversando.
  - Parece que alguém aproveitou bem a noite hm? – a sorriu olhando para mim.
  - Bom dia... – falei nitidamente sonolenta. – E sim, aproveitei para matar a saudade.
  - Você não presta .
  - Ué, o bonito tá lá certamente com outra mina, por que não posso aproveitar também?
  - Bom dia , já alimentou o gremlin dentro de você? – a me entregou uma xícara de café, eu peguei a xícara e neguei com a cabeça em resposta a ela. – Espera ela alimentar o monstro, daí você zoa.
  - Bom dia. – o Pierre entrou na cozinha vestindo somente uma bermuda e pegou café. – , não é por nada não, mas seu pescoço tem uma mancha levemente arroxeada. – ele falou se concentrando na xícara enquanto colocava açúcar no café.
  - É O QUE? – berrei colocando a xícara na mesa.
  Corri para o banheiro e analisei meu pescoço, lá estava um belíssimo roxo se chupão, definitivamente o David iria me pagar por aquilo. Voltei ao quarto e o vi sentado na cama olhando o pescoço pela câmera do celular, antes que ele me falasse algo apontei para o meu pescoço também. Ele sorriu nitidamente lembrando de algo e deu de ombros enquanto ia tomar café, aproveitei que ele saiu para arrumar as malas já que iríamos viajar naquela tarde, quando estava tudo arrumado me senti observada, olhei para a porta e o Pierre estava parado ali.
  - Que foi?
  - Nada, só estava aqui pensando o quanto vocês não prestam.
  - Fala como se você super prestasse né Bouvier. – dei risada.
  - Não disse isso. – ele gargalhou. – Só to dizendo que nenhuma das quatro presta. – olhei para ele e notei que estava nitidamente me analizando.
  - Seu podre. – joguei o travesseiro nele. – Para com isso, tu tá com a .
  Ele saiu gargalhando, eu me concentrei e passei uma maquiagem no chupão, encontrei todos na sala, de lá fomos para o hotel onde eu e as meninas ficamos esperando por eles na recepção.
  - Bom dia honey – O Jeff me abraçou e naquele instante me senti levemente culpada pela noite passada.
  - Bom dia. – Retribui o abraço dele.
  - Nem precisa falar que já estou sabendo.
  Sorri para ele aliviada e fomos juntos em direção a van que iria nos levar ao aeroporto, em menos de uma hora estávamos já despachando as malas, eu e as meninas fomos para a sala de embarque enquanto eles foram atender aos fãs que estavam por ali.
  - E aí?
  - Manas do céu... Tenho nem palavras pra descrever.
  - Foi bom nesse nível?
  - Sim cara, parecia até que era outro David.
  Elas deram risada e logo mudamos de assunto com a chegada deles, quando anunciaram nosso voo nós embarcamos e nos acomodamos nas poltronas, o voo foi rápido cerca de uma hora e já estávamos pousando no Rio.

18 – Rio de Janeiro parte 1

  Assim que pousamos no Rio eu liguei meu celular para checar se não haviam novas mensagens, me deparei com algumas mensagens dos meus pais e do Gabriel cutuquei a mostrando a tela do meu celular, ela rapidamente ligou o dela para ver se haviam mensagens e assim como esperado também havia recebido mensagens do nosso primo. Enquanto eu caminhava em direção a saída do avião resolvi responder o Gabriel.
  , sei que você tá indo em todos os shows, vai vir no do Rio né? É que uma garota que eu estou ficando vai no show.”
  “Oii! Vou sim, inclusive acabamos de pousar no Rio, pelo jeito meus pais estão com a sua mãe, né?”
  “Sim! Estão todos em Petrópolis, inclusive seus tios estão lá também, eu, o André, a Gabi e a Sabrina, que é a garota que estou ficando, viemos para o Rio para sair um pouco.”
  “Bom, vou estar no Copacabana palace durante uma semana, vou ver com a se damos um pulo em Petrópolis.”
  “Ae você confirmou o que eu queria, te encontro hoje no hotel. A Sabrina é doida pela banda, não tanto quanto vocês mas quer ver eles de perto.”
  “Pode deixar comigo que ela vai ver, conversar e beber com eles, vocês também, me encontra hoje na parte da tarde no hotel.”
  “Fechoooou!”
  - . – falei parando ao lado dela com a mala na mão. – Falou com o Gabriel?
  - Sim, combinei deles virem encontrar a gente de tarde.
  - Ironicamente eu também. – dei risada. – Que acha de darmos um pulo em Petrópolis?
  - Cara acho válido, vão ser dois shows aqui e uma semana aqui de qualquer forma. – ela parou o Danny que estava passando atrás de nós – Vamos ficar uma semana aqui no Rio né?
  - Yep, por que?
  - Vamos encontrar nossa família em Petrópolis, se vocês quiserem vir tem alguns lugares para conhecer lá.
  - Tem que ver com os caras.
  - Pode deixar que falamos com eles.
  Saímos empolgadas do aeroporto combinando com as meninas o que iríamos fazer, as duas toparam na hora de ir a Petrópolis conhecer os lugares turísticos, quando saímos no saguão o lugar estava mais lotado que o esperado, nós quatro desviamos de todos e fomos para a saída onde o Chris estava, esperamos os meninos chegarem e entramos nos carros que nos levaríam para o hotel. Acabei indo no mesmo carro que o Jeff, o David e o Chris, ficou o clima meio tenso e eu dei graças a deus de ter recebido mensagem do Gabriel.
  “Estão chegando no hotel?”
  “Acabamos de sair do aeroporto e tudo o que quero é beber, te juro.”
  “Caraca , o que houve?”
  “Clima tenso no carro...”
  “Estamos na entrada do hotel esperando já, a Sabrina é meio ansiosa kkkkk”
  “Sem problemas, vou descobrir que horas eles vão descer e aviso.”
  - Que horas vocês vão descer para atender os fãs? – perguntei apoiando o celular no colo
  - O Pierre tinha falado de descer umas onze horas, é isso né Chris? – Jeff falou pensativo.
  - Sim, as onze. – David respondeu seco antes que o Chris pudesse responder.
  - Ok...
  Eu avisei o Gabriel e fiquei prestando atenção no caminho, o silêncio do carro era ensurdecedor e um percurso rápido pareceu uma eternidade, quando vi que estávamos nos aproximando do hotel respirei aliviada, entramos pelo estacionamento da parte de trás para fugir dos fãs que estavam na frente do hotel, minha cabeça estava longe pensando sobre o role com o Gabriel, ir ver minha família e coisas assim quando o Jeff parou na minha frente.
  - Bom, vai dormir comigo?
  - Se você não se incomodar, sim.
  - Por que eu me incomodaria? – olhei para o David e ele entendeu minha pergunta. – , nós não temos nada, você mesma falou isso, lembra?
  - Não foi com essas palavras, mas lembro.
  - Tanto faz... – ele pegou a mala e olhou para mim. – Você vem?
  - Dios Mio. Se você continuar grosso não vou.
  Ele deu de ombros e foi em direção aos elevadores, bufei e fui atrás dele, assim que entramos no quarto eu coloquei a mala no canto e me sentei na cama olhando o celular, quando abri as fotos marcadas dele no Instagram vi a foto de uma garota no hotel com ele, senti a raiva tomando conta de mim e bufei novamente jogando o celular na cama, o que chamou a atenção dele.
  - O que foi?
  - Você não tem o direito de estar bravo dessa vez. – olhei para ele furiosa.
  - E por que não?
  - Por que você dormiu com outra garota noite passada.
  - Como sabe? – ele falou surpreso.
  - Então quer dizer que o bonito pode sair com outras e eu não posso ficar sabendo!?
  - Não é isso !
  - A claro que não é. – falei brava pegando o celular e me levantando.
  - Ah mas você tem o dom de sair andando quando fica brava né? Puta que pariu !
  - Como é? – parei e me virei para ele. – Você faz a cagada e eu sou obrigada a parar para te ouvir? Meu amor... – respondi ficando mais brava ainda.
  - Não vai mesmo falar como ficou sabendo?
  - Instagram sweet heart a pessoa tirou a foto e te marcou. – respondi irônica.
  - Agora por que está tão brava?
  - COMO POR QUE? CARALHO MANO ERA SO TER ME CONTADO!
  - Eu ia te contar! – ele me puxou pela cintura me abraçando.
  - É e quando? Vou repetir, você NÃO TEM O DIREITO DE ESTAR BRAVO POR CAUSA DO DAVID! – berrei sentindo lágrimas querendo escorrer dos meus olhos e dava leves tapas no peitoral dele.
  - ...
  - Não mano.
  - Deixa eu falar. – olhei para ele que limpou minhas lágrimas com o dedão e sorriu. – Eu te falei que você estava brincando com fogo.
  - Porra! Precisa ter outra pessoa para provar isso se...
  Ele interrompeu minha fala selando nossos lábios, dando início a um beijo intenso o qual nunca havia acontecido entre nós, ele apertou minha cintura com as mãos me guiando até a bancada que havia ao lado da porta de entrada, desceu até meu pescoço enquanto pegava firmemente minhas coxas e as puxou para cima com certa velocidade e brutalidade me fazendo sentar na bancada, o que me fez soltar um gemido de prazer, pude sentir ele sorrindo de canto com a minha reação enquanto beijava meu pescoço. Ali naquela bancada tivemos o melhor sexo possível, depois de tudo me joguei na cama ainda ofegante e olhei para ele com a sobrancelha arqueada.
  - O que foi?
  - Não achei que você era assim...
  - Tanta coisa que você não sabe. – ele se deitou ao meu lado, passando os dedos levemente pela minha barriga. – Não imaginei que você gostasse de coisas mais intensas.
  - Eu nunca falei que não gostava.
  - Bom, tenho que descer para atender aos fãs. – ele falou e depositou um beijo em meu pescoço, me fazendo ficar completamente arrepiada.
  - Vou tomar um banho e desço com você. – me levantei indo em direção ao banheiro.
  - Ei, respondendo a sua pergunta, não rolou nada entre eu e a garota, ela é uma amiga minha do Brasil, foi tudo armado.
  - Hm.
  - Sério. – ele pegou o celular com a conversa dela e me entregou.
  - Porra você armou tudo isso. – eu murmurei devolvendo o celular para ele. – Caralho Jeff.
  - Queria saber se você teria a mesma reação que tem com o David, eu tinha até apostado o contrário com o Chuck, mas nitidamente perdi. – ele deixou o celular na bancada da pia. – Mas olha, até que eu gostei de perder essa aposta, é sinal de que você realmente tem sentimentos por mim.
  - Nunca disse que não tinha, muito pelo contrário.
  Ele sorriu divertido e entrou no chuveiro me puxando com ele, dei risada e o segui, depois do banho nos vestimos e fomos até o hall de entrada do hotel, onde encontramos todos, enquanto eles foram atender os fãs eu puxei as três para contar o que havia acontecido.
  - Não creio que ele fez isso!
  - Pois é, mas tem a melhor parte. – falei sentindo meu rosto queimar.
  - Ai senhor. – a falou dando risada.
  - ENTÃO... Depois da briga toda a gente...
  - HM. – a deu risada. – E foi bom?
  - Amada? Foi ótimo! A melhor ever.
  As três deram risada e saímos do hotel para encontrar o Gabriel, assim que conseguimos dar a volta vi o André parado conversando com a Gabi, chegamos perto deles e os dois assustaram com a nossa chegada silenciosa.
  - Bom, cadê o Gabriel?
  - Tá lá no meio junto com a mina dele. – o André falou revirando os olhos.
  - Ela é chata é?
  - Cara não tanto, mas não para de falar da banda, nem vocês são assim. – a Gabi reclamou cruzando os braços. – Saiu falando para todos na casa que ela iria encontrar finalmente com os ídolos dela.
  - Meu deus... – falei imaginando a cena. – Gabi, fala que teu pai tirou com a cara dela.
  - , todos tiraram, meu pai cansado dela falou um “É? Minhas sobrinhas estão com eles.” A menina não sabia onde enfiar a cara depois disso mano.
  - Por isso que venero meu padrinho. – dei risada imaginando a cena.
  - Ah, olha eles chegando. – o André falou olhando para o Gabriel que vinha em nossa direção, acompanhado de uma ruiva muito eufórica, vestida com uma calça legging e uma camiseta da banda com o número 69 debaixo do logo.
  - Ah pronto... – Revirei os olhos depois de analisar a roupa da ruiva.
  - ! ! – o Gabriel falou empolgado abraçando nós duas.
  - Biel!! – Falamos em coro abraçando ele.
  - Gente essa é a Sabrina que falei para vocês por mensagem.
  Depois das devidas apresentações feitas nós fomos a uma lanchonete beira mar para comer e conversar, avisei aos meninos por mensagem que falaram que estavam cansados e precisavam dormir mas de noite iríamos sair, guardei o celular e voltei a atenção para a conversa que estava rolando, a e nossos primos conversavam empolgados sobre as fofocas da família enquanto a e a falavam sobre o próximo show, notei que a Sabrina estava olhando o celular se sentido meio deslocada e fui falar com ela.
  - Então como foi encontrar eles?
  - Foi incrível! Finalmente depois de anos consegui vê-los pessoalmente.
  - Que ótimo! Foram simpáticos? – Falei sorrindo quando notei a felicidade dela. – Cumpriram suas expectativas?
  - Foram sim, as expectativas que não foram completas. – Ela deu de ombros. – Mas também sou o tipo de fã iludida.
  - Eita mulher, não pode, se iludiu com o que e com quem?
  - Tive a ilusão de que iria ser chamada para sair por eles, na real por ele, David. – Nesse momento a parou e olhou para a Sabrina.
  - Mana, desencana. – a falou olhando para ela. – Ele tá em outra.
  - É, aparentemente tá ficando com uma mina que fica com o Jeff também.
  - É... – falei olhando para a que negou com a cabeça, indicando que era para eu ficar em silêncio.
  - Sortuda ela, pegar os dois. – a Sabrina falou olhando novamente para o celular.
  Eu olhei para o mar pensando no que ela havia falado, meu celular vibrou me tirando dos pensamentos sobre os dois e avisando que havia chego mensagem, quando olhei era o David, abri a conversa e fiquei ligeiramente surpresa com o que ele queria.
  “Estou indo ai, me passa o endereço?
  A postou foto do lugar e achei muito lindo.”
  “Claro, vou te mandar a localização pq o endereço mesmo eu não sei kkkk”
  “Ok, se for perto vou a pé”
  “Tá doido? Vem de uber.”
  Ele concordou e eu mandei a localização em tempo real para ele, naquele momento fiquei ansiosa pensando nele chegando e criei milhares de cenários na minha cabeça por causa da Sabrina ali, mostrei as mensagens para as meninas que só concordaram. Em dez minutos vi um carro vermelho parando ao nosso lado e o David descendo e agradecendo o motorista com o pouco de português que ele sabia, sorri involuntariamente olhando para ele enquanto sentia borboletas no estômago conforme ele se aproximava.
  - Hey! Falei que eu vinha! – ele me puxou para um abraço, me deu um selinho e senti meu rosto queimar. – O que tem de bom para comer?
  - Lanche. – falei sorrindo e me sentando novamente.
  - Olha só quem tá amarga hoje, que foi, o Jeff te trollou demais?
  - Como sabe do que rolou!?
  - Já sabia do plano dele naquela noite. – Ele sorriu se sentando ao meu lado e pegando o cardápio.
  - Ah, nem para me contar.
  - Você não quis conversar, lembra? – Ele sorriu de canto. – Bom, o que você tá comendo? Tô aqui encarando o cardápio como se eu soubesse muito português.
  - Bom ponto, um X salada comum com batida de coco.
  - Hm, vou pedir igual.
  - Achei que era vegano. – a Sabrina falou entrando na conversa.
  - Eu era... – ele olhou para mim. – Atualmente como carne as vezes.
  - Epaaaa – a falou olhando para ele. – Você vai beber?
  - Essa batida é alcoólica? – Olhei para ele e concordei com a cabeça enquanto tomava um gole. – Então vou ué, qual o problema ?
  - Nada, só não faz cena.
  - Meu deus como você e o Chuck são parecidos.
  Demos risada e voltamos a conversar tentando entrosar todos, o mais difícil naquele momento foi a Sabrina com o David, parecia que ela não sabia como lidar com aquela situação e sinceramente eu não julgo ela, também não saberia, aos poucos foram chegando os outros meninos da banda, eles sentaram com a gente e pediram batatas e drinks para eles.
  - Bom e quando vocês vão até Petrópolis? – Gabriel perguntou olhando para mim e para a .
  - Não sei, quando vai ser o show?
  - Amanhã. – A e a Sabrina falaram em coro.
  - Bom, podemos depois de amanhã, o que acham? – A olhou para mim e para o Gabriel. – Até porque são duas horas de estrada ruim.
  - Acho válido. – Falei pensando no percurso.
  - Gente ainda tá cedo, podemos ir hoje, não esqueçam que vocês estão com a banda e temos motorista. – Jeff falou olhando para o relógio. – São só duas da tarde!
  - Bom, nesse caso podemos ir.
  - Fechou então! Vou avisar minha mãe! – o Gabriel falou animado.
  Eu e a nos entre olhamos e demos risada em seguida, nós duas pensamos o mesmo, eles nunca conheceram ninguém da nossa família, vai ser a primeira vez e talvez a última também. Me levantei para ir até o hotel trocar se roupa e pegar um casaco e todos me seguiram, a Gabi, o Biel e a Sabrina entraram com a gente no hotel mas ficaram esperando no térreo enquanto nós subimos.
  Cheguei no quarto antes do Jeff e me sentei em frente a minha mala, comecei a revirar ela atrás de um casaco, afinal Petrópolis é um clima parecido com São Paulo e segundo a previsão do tempo está razoavelmente frio lá, principalmente para quem está no calor de trinta e sete graus.
  - Meu deus... – falei encarando minha mala. – Eu não trouxe um fucking casaco.
  - Para que casaco? – Jeff perguntou me fazendo pular.
  - Bom, Petrópolis é uma cidade fria apesar de ser no Rio, é no alto da serra com o clima parecido com São Paulo.
  - Espera um pouco, eu vou ver com o Chris se tem algum casaco do merch.
  - Jeff...  – Falei me virando mas ele já tinha ido, voltei minha atenção a mala e separei a roupa que iria usar.
  - Aqui, tinha dois, um ficou para você e um para a . – ele falou abrindo a porta me assustando novamente. – Mas você está assustada hoje!
  - Nervosa, essa é a definição, minha cabeça está a milhão pensando em várias alternativas do que vai rolar hoje. – peguei o casaco, notei o número treze estampado nas costas, o nome Stinco em cima e sorri para o Jeff. – Tem certeza que não foi de propósito?
  - Olha...
  - No da tem o número oitenta e oito e o escrito Bouvier?
  - Sim... – ele coçou a nuca. – Fizemos para vocês na verdade.
  - Obrigada! – pulei em cima dele que deu um passo para trás sustentando o impacto enquanto segurava minhas coxas ao redor de sua cintura. – Eu amei! – selei nossos lábios ainda sorrindo. – Melhor presente de todos! Claro, fora o fato de estar aqui com você.
  - Você vai ganhar um do Desrosiers ainda.
  - Dois casacos? Não vou reclamar. – dei risada vendo que ele revirou os olhos.
  Quando fiquei pronta nós descemos e encontramos todos no hall do hotel, nos ajeitamos na Van que teoricamente era para os roadies e começamos a viagem até Petrópolis, o caminho era realmente bonito mas quando enfim chegamos na casa, os meninos ficaram encantados com o lago e com o hotel quitandinha que era do lado, resolvemos ir na tour do hotel primeiro e depois entrar na casa afinal, eu e a sabíamos bem que depois que entrássemos seria difícil sair para ir até o hotel, a preguiça que dava de pensar naquele monte de escadas era surreal.
  Depois da tour no hotel nos caminhamos de volta até o paredão de pedras que é a entrada da casa, o Gabriel abriu o portão revelando a garagem lotada como imaginávamos, vi o carro dos meus pais, dos meus tios e uma range rover, assim que reconheci o carro rolei os olhos.
  - O primo da sua mãe tá aqui é?
  - O Sérgio? Sim. – Gabriel olhou para o carro e para mim em seguida.
  - Bosta. – bufei e comecei a subir as escadas.
  - Que foi?
  - Ah deixa pra lá, vamos curtir vou simplesmente ignorar ele.
  Terminamos de subir as escadas e finalmente chegamos no terraço onde já estavam todos sentados em uma mesa comprida de madeira maciça e conversando, nós cumprimentamos a todos e apresentamos os meninos, logo meu padrinho me puxou para supostamente pegar uma cerveja com ele na cozinha.
  - Ow, você tá realizando o sonho da namorada do Gabriel.
  - To sabendo tio, ela que não se iluda, eles não são solteiros.
  - Sabe que ela não parava de falar dessa banda né?
  - Uhum – respondi dando um gole na cerveja. – Sua filha me contou até da patada que você deu nela.
  Demos risada e voltamos para a mesa onde estavam todos, fiquei feliz de estarem todos conversando tranquilamente e era nítido que eles haviam sido bem recebidos pela família, o dia foi passando e quando eram mais ou menos sete da noite resolvemos voltar para o hotel, na volta acabei dormindo na van apoiada no ombro do David, acordei quando a van parou, olhei ao redor meio desnorteada e notei que havia dormido nele, sorri de canto e olhei para a janela, foi quando reparei que havíamos chego no hotel, me espreguicei e me ajeitei para sair da van quando abrissem a porta.
  Quando abriram, esperei todos descerem para poder sair tranquila, quando o Jeff foi sair ele fechou a porta e se sentou olhando para mim e para o David.
  - Ok, nós três temos que conversar.
  - Oi? – respondi confusa vendo o David concordar com a cabeça.
  - Que história é essa de nenhum de nós é solteiro ?
  - Oxe como ficaram sabendo? – falei pensativa. – Ah porra, a tava atrás com o Pierre enquanto eu conversava com meu tio.
  - É. Ele ouviu e nos contou.
  - Falei isso só para a namorada do meu primo não querer meter um chifre na cabeça dele com vocês, entende?
  - Sim e não, porque eu tava perto tambem, ouvi seu tom de voz.
  - David? – falei espantada.
  - É, eu ouvi bem e entendi o que quis dizer com isso.
  - Que você quer os dois para você já sabemos . – Jeff falou cauteloso. – Mas entenda que não sabemos o como isso iria funcionar.
  - Funcionando normal ué.
  - Tipo como já funciona?
  - Basicamente. – dei de ombros e fui abrir a porta da van.
  Sai da van indo direto para o quarto, tudo o que eu queria depois do rolê que demos e do que foi conversado com o Jeff e com o David era tomar um banho tranquilo, sinceramente eu fiquei bem nervosa com o fato de todos eles conhecerem minha família ainda mais levando em consideração que eu tenho um caso com dois deles, me sentei debaixo do chuveiro deixando a água forte cair nas minhas costas.
  - Ei, tá tudo bem? – O Jeff perguntou entrando no banheiro.
  - Tá sim, só fiquei meio nervosa mas deu tudo certo.
  - Acredite ou não, nós sabemos nos comportar – Ele deu risada. – Mas sei que não era esse seu nervosismo, agora você pode respirar aliviada que deu tudo certo.
  - Bom que você entende. – Sorri e me levantei do chão tentando ignorar a conversa que tínhamos tido há minutos atrás.
  - Agora deixa eu te perguntar, qual a treta com o tal do Sergio?
  - Bom, trabalhei na loja dele durante um ano, acontece que ele é o chefe mais sacana que existe. – Dei de ombros. – Fala que vai ter comissão por venda, nunca vi essas comissões...
  - Que merda .
  - Ah, faz parte Jeff, enfim, o show é amanhã certo? – Ele concordou com a cabeça. – O que faremos hoje?
  - Bom, o Pierre deu a ideia de ficar por aqui e beber no bar do hotel. – Ele parou na porta do box. – A chamou seus primos.
  - Imaginei. – Sorri para ele que vestia somente uma bermuda jeans e o puxei para dentro do box.
  - ! – Ele falou dando risada quando a água atingiu o braço dele.
  Eu o abracei e ficamos debaixo do chuveiro durante um tempo, sai do chuveiro dando risada e fui me vestir, ouvi alguém batendo na porta e quando abri dei de cara com o David.
  - Oi?
  - Jeff tá aí?
  - No banho. – Falei deixando a porta aberta e voltado a atenção para a minha mala.
  - Cara tem umas loucas que estão correndo pelo hotel. – Ele falou entrando e fechando a porta. – Conseguiram ser piores que você e a .
  - Ué vocês não reforçaram a segurança não?
  - Sim mas elas se esquivaram de todo mundo!
  - It’s not my problem.
  - Claro que é! Elas estão atrás de mim e do Jeff! Claro, do Pierre também.
  - Tranca a porta e fica aí ué. – Bufei sentando no chão imaginando o quão tenso seria ficar com os dois no quarto. – Se entrarem aqui vão ouvir o que não querem, talvez até vocês vão ouvir o que não querem se elas entrarem.
  Peguei meu celular e tinha mais de cinquenta mensagens no WhatsApp, eu me ajeitei na cama encostada na parede para poder ler tudo aquilo, o David se jogou na cama ao meu lado e ligou a televisão, a grande maioria das mensagens eram do Gabriel falando sobre o role de noite, o grupo que eu fazia parte de fãs falando sobre os shows, aparentemente já sabiam que alguém tinha invadido o hotel e o grupo com as meninas.
  “Gente vocês viram que três meninas invadiram o hotel?”
  “Eu vi , na real fiquei sabendo agora.”
  “Mano a recomendação é ficarmos dentro dos quartos, , e , não saiam.”
  “Cara mas quem será que foi?”
  “Não faço ideia”
  “Cara fiquei sabendo agora por que o David veio aqui.”
  “Elas estão atrás do Jeff, do David e do Pierre.”
  “Cara minha vontade de ir lá trocar ideia com elas tá grande.”
  “Vai não , elas nos odeiam.”
  “Elas que lidem com esse ódio.”
  Me levantei irritada com aquilo tudo e por impulso sai do quarto, comecei a andar no hotel atrás das tais meninas que tinham invadido, fui de andar em andar procurando elas, parei quando cheguei novamente no andar que estavam os meninos e me perguntei se fosse eu onde iria procurar, cheguei a conclusão que iria para a piscina atrás deles, afinal está um calor horrível então era de se esperar que eles estivessem lá, desci e fui até a piscina e foi onde encontrei as três olhando atentamente para cada um que estava ali, caminhei até o bar e peguei uma coca cola enquanto observava cada passo delas, me sentei em uma mesa na sombra e fiquei encarando as três, quando elas notaram que eu estava encarando elas vieram até a mesa.
  - O que está olhando?
  - Nada, por que?
  - Ela me é familiar. – A loira falou me analisando.
  - Bom, na verdade eu estava encarando vocês e me perguntando se vocês são as meninas que deram perdido nos seguranças para ir atrás da banda.
  - Banda, Simple Plan? Sim, somos nós.
  - E como fizeram isso?
  - Fingimos ser hóspedes, foi fácil.
  -Hm, não estão hospedadas? – Olhei para o segurança na porta, ele olhava para nós atentamente.
  - Claro que não, você por acaso está? – A morena me analisou olhando fixamente para a camiseta que eu estava usando.
  - Sim. – Sorri de canto. – Mas vem cá se estão atrás da banda, o que estão fazendo na piscina?
  - Achávamos que eles estariam aqui, nitidamente erramos.
  - Eu se fosse vocês teria ido para os andares. – Dei de ombros enquanto bebia um gole da coca. – Mas agora já foi.
  - Nós fomos, não encontramos ninguém. – A loira me olhou confusa. – Como... Espera você é uma das irmãs!
  - Eu mesma, prazer .
  - Que andar eles estão?
  - Acha que vou entregar o ouro fácil assim? – Dei risada. – Piada boa essa.
  - E veio fazer o que aqui?
  - Tentar entender qual foi o nível de burrice de vocês, nem para se passarem por funcionários mano. – Acenei para o segurança que veio até a mesa rapidamente enquanto mandava mensagem para o Danny avisando onde elas estavam. – Moço, essas três não são hóspedes, elas invadiram o hotel para ir atrás da banda, acredito que vocês estão atrás delas.
  - Obrigada senhorita, mas você terá que me provar que está hospedada, caso contrário vou pedir para você se retirar também.
  - Espera cinco minutos que eu te provo – Olhei para a porta e o Danny estava vindo em minha direção assustado.
  - do céu, eu falei para vocês ficarem no quarto! – Ele olhou para o segurança e mostrou o crachá dele de manager. – Ela está com a banda, essas três não.
  - Ok senhor, obrigado. – O segurança sorriu para mim e pediu para que as três acompanhassem ele.
  - , o aviso que lançamos era sobre qualquer pessoa que estivesse com a camiseta do Simple, você tem ideia que poderia ter sido expulsa do hotel?
  - Se esse foi o aviso, me explica por que as três estavam passeando tranquilamente aqui dentro?
  - O que? Como...
  - Danny, elas devem conhecer alguém de dentro do hotel, tipo algum funcionário ou algo do gênero, caso contrário já teriam sido expulsas logo de cara. – Parei olhando para a porta. – E elas voltaram.
  - Você sabe quem você mandou ser expulsa? – A morena apoiou na mesa. – Meu avô fundou esse hotel.
  - Aham, quem é seu avô querida?
  - O arquiteto Octávio Guinle, mas você nem deve saber quem é.
  - Hm, sei sim quem é foi um grande empresário brasileiro, mas olha o hotel não é da sua família nem nada, também nunca foi, atualmente o copacabana palace é da empresa LVMH. – Dei de ombros. – Você nitidamente é só mais uma riquinha no meio de um monte de gente que tem grana aqui dentro. – As amigas dela olharam para ela esperando uma resposta.
  - Eu paguei pela estadia, tenho o direito de estar aqui.
  - Sim, tem mas esse direito cai por terra quando você começa a importunar os outros hóspedes. – O Danny me olhava tentando entender o que eu estava falando com a moça, me levantei e olhei para ele que logo se levantou e me seguiu, chegamos na recepção e eu apoiei no balcão. – Bom dia moça.
  - Bom dia, em que posso ajudar?
  - Seguinte, aquelas três ali estão tocando o terror no hotel.
  - Certo. – A recepcionista olhou para as garotas e olhou para mim de novo. – E você é...?
  - Bom, eu estou com a banda. – Olhei para o Danny que tomou meu lugar para explicar o que estava acontecendo.
  Voltei ao meu quarto com a sensação de problema resolvido, logo recebemos as mensagens do Danny explicando o que havia acontecido e falando que estava tudo certo já, quando entrei no quarto o Jeff me deu um beijo na testa enquanto saia do quarto e falou que precisava falar com o Pierre, dei de ombros e fui me jogar na cama onde acabei dormindo, eu estava bem cansada da correria do dia todo, ter ido até Petrópolis, lidar com fã doida, tudo isso me deixou exausta.
  Acabei dormindo ali mesmo e só acordei na manhã seguinte com o Jeff mexendo na mala, me sentei jogando o lençol para o lado, ainda meio desnorteada com que horas eram ou até mesmo que dia era.
  - Bom dia! Dormiu bem?
  - Uhum. – respondi coçando o olho. – Que horas são e que dia é hoje?
  - São dez da manhã, hoje é sábado, dia do primeiro show no Rio.
  - Tá... – me levantei da cama e fui ao banheiro.
  Parei apoiada na pia do banheiro encarando meu reflexo no espelho. “Meu deus que cara de acabada , vamos você precisa dar um jeito nisso, tira essa maquiagem de ontem, ânimo por que eles ainda tão aqui, vamos.” Eu definitivamente não estava em um bom dia, bufei para mim mesma enquanto pegava o demaquilante para passar no rosto, quando finalmente aquele borrão que era meu rosto voltou a ser reconhecível eu fui me ajeitar para ir ao show. Troquei mensagens com as meninas e combinamos de chegar ao circo voador as duas da tarde.
  - Você vai mais cedo?
  - Sim, eu e as meninas combinamos de chegar as duas horas lá.
  - Ah pega carona com a gente então! Vamos sair daqui uma da tarde, tem passagem de som para fazer.
  - Hm, pode ser. – Falei seca.
  - O que foi?
  - Sei lá, não tô em um dia bom hoje.
  - Relaxa , curte o dia e não esquenta a cabeça.
  - Prometo tentar. – Sorri para ele e sai do quarto.
  Encontrei as meninas na entrada do hotel, pegamos carona com eles até o circo voador e como o esperado quando chegamos lá a fila estava enorme já, descemos do carro já nos despedindo deles e fomos até a fila, demoramos um tempo até acharmos a fila do vip mas finalmente pegamos nossos números, compramos uma cerveja de um ambulante por ali e nos acomodamos na fila. A Sabrina chegou logo em seguida com um grupo de amigas dela, pegaram os números e resolveram se sentar com a gente.
  - Qual música será a da vez? – Falei olhando para as meninas.
  - Eu até sei mas prometi não te contar. – A deu um gole na cerveja.
  - Ah sério mana?
  - Sim, super sério.
  Bufei e foquei na conversa da Sabrina e das amigas, aparentemente ela estava empolgada contando sobre o como havia conhecido eles e claramente as amigas dela não estavam acreditando, fiquei observando as amigas zoando pesado com a Sabrina e balancei a cabeça negativamente enquanto me levantava para ir até elas.
  - Oi Sabrina, se quiser você pode ficar ali com a gente. – Falei apoiando a mão no ombro dela.
  - Obrigada... – Ela olhou para ad amigas que me encaravam em silêncio. – Acho que vou ficar aqui mais um pouco.
  - Você quem sabe, estamos sentadas ali no canto.
  - Ei! – Uma das amigas da Sabrina falou me encarando. – Você é estranhamente familiar.
  -Hm, eu nunca te vi na vida...
  - Ela está junto com a banda, é uma das irmãs da última turnê! – A menina com a blusa escrito Desrosiers falou.
  - Sim, sou eu. – Me virei para a Sabrina. – Bom, será bem vinda ali.
  - Então é você quem tá ficando com os dois? – a menina deu um passo e parou ao lado da Sabrina.
  - Cara, e se for?
  - Se for você está tirando a oportunidade da Sabrina.
  - As Sabrina o que? Trair o meu primo? Me poupe garota.
  - , nós temos relacionamento aberto... – a Sabrina murmurou ao meu lado.
  - Bom nesse caso, fique à vontade, o caminho está livre, só não se ilude.
  Caminhei tranquilamente até onde estavam as meninas deixando a Sabrina completamente em choque com as amigas dela, cheguei perto das meninas que estavam fofocando sobre algo mas no momento em que cheguei o silêncio tomou conta.
  - Oxe, o que foi?
  - Nada não... – a sorriu. – Só estávamos falando sobre a música que vai ser hoje.
  - Ah pronto, agora todas sabem, menos eu. – me sentei no chão.
  - Para, vai ser mó legal, te prometo.
  Mal havia me sentado e a entrada do post game foi liberada, eu e as meninas fomos tomadas pela euforia do show e corremos em direção ao palco garantindo nossos lugares na grade, o palco estava incrível com as bandeiras que tem o logo deles penduradas, a bateria levemente brilhante com o logo do primeiro CD posicionada no meio do palco, ver aquilo fez uma sensação incrível tomar conta de mim, sentia como se estivesse no primeiro show deles novamente.
  Me deixei levar pela emoção e surtei a cada música, pulei, chorei e claro que cantei junto, eu estava curtindo a vibe do show até que o palco ficou completamente escuro, eu via de relance eles trocando posições e quando ascendeu o David estava no microfone do Pierre, o Chuck estava de pé e o Pierre na bateria, aquela cena fez a plateia ir a loucura, afinal o Pierre tocando bateria não é algo comum nos shows, começaram a tocar em um ritmo aleatório enquanto o Chuck se preparava.
  - Boa noite Rio! – O Chuck gritou no microfone fazendo todos gritarem.
  - Aí meu Deus ele vai pular!
  Uma garota gritou atrás de nós e automaticamente nós quatro abaixamos a cabeça, foi quando começaram a tocar I’d do Anything com o David cantando, antes que começasse a letra eu olhei fixamente para ele enquanto sorria e neguei com a cabeça, o que claramente fez ele abrir um sorriso divertido enquanto terminava a introdução no baixo.
  - “Another day is going by, I'm thinking about you all the time, but you're out there, and I'm here waiting
  Eu dei risada e olhei para o Jeff que estava descendo entre a plateia e o palco ele fez pose com alguns fãs para tirar foto e continuou caminhando, parou na minha frente, se apoiou na grade para subir em um banco que havia sido estrategicamente posicionado sem a gente ver e voltou a tocar.
  - “I'd do anything, just to fall asleep with you, wlill you remember me? 'Cuz I know I won't forget you”
  Nossa hora o Chuck voltou para o palco junto com o Jeff, o David voltou para o microfone dele enquanto o Pierre saia da bateria, o Seb cantou a parte seguinte enquanto o David sentou na beirada do palco cantarolando para mim “I close my eyes, and all i see is you...” Eu gargalhei quando ele fez isso, era óbvio que ele estava querendo jogar pesado, mas já que era isso que ele queria então eu aceitaria o desafio e cantei de volta com todo o ar dos meus pulmões olhando para ele e para o Jeff que estava atrás dele “ I close my eyes, i try to sleep, i can’t forget you...” Os dois sorriram e eu balancei a cabeça me entregando a música.
  Depois dessa música o show foi seguindo e logo depois da pausa o Chuck entrou com a bandeira do Brasil, deixando bem claro que o show estava acabando, tocaram jet lag e em seguida Perfect onde eu chorei tanto que acabei ganhando a palheta do Pierre, quando o show acabou ficamos esperando a multidão começar a sair e abrir espaço, foi então que a Sabrina e as amigas dela nos encontraram.
  - Você ganhou a palheta do Pierre! – A menina com a camiseta do Desrosiers falou empolgada.
  - Sim... – respondi sentindo minha voz falhar. – E fiquei rouca pelo jeito.
  - do céu que surto foi esse no show? Fazia tempo que não te via assim!
  - Ah , fui tomada pela emoção de primeiro show.
  - Que delícia!!
  - Nem me fale! Eu estava com saudades dessa sensação. – olhei para o Danny acenando para nós. – Bora para o pizza.
  Chegamos perto do Danny e ele liberou nossa entrada murmurando algo como “só faltavam vocês.” Fomos para a área onde foi reservada, era uma sala razoavelmente grande, cabiam todos até que confortáveis, peguei um refri e um pedaço de pizza, logo achei um canto onde me apoiei e ali eu fiquei curtindo a sensação de ansiedade que tomava conta do meu corpo.
  Quando eles entraram na sala a euforia tomou conta do lugar inteiro, eu sorri e caminhei até a fila do Jeff, naquela noite eu só queria realmente tratar eles como meus ídolos e curtir o momento, esperei pacientemente na fila vendo que as meninas já tinham sentado em um canto e ali aparentemente ficariam, quando faltava só uma pessoa na minha frente senti borboletas no meu estômago, quando chegou minha vez senti minhas mãos gerarem e qualquer coisa que eu quisesse falar fugiu da mente, até mesmo meu próprio nome eu havia esquecido. Caminhei em direção a ele que me esperava de braços abertos, me limitei apenas a abraçar ele e sorrir, pude ver a comentando algo com as meninas mas eu estava concentrada demais no abraço para conseguir ler o lábio dela.
  - Hey, você tá bem?
  - To... Só... – olhei para ele e travei de novo.
  - Tendo surto se fã? – ele sorriu e soltou o abraço.
  Só concordei com a cabeça e pude ver ele abrindo um sorriso divertido, pegou meu celular e tirou uma foto nossa me entregando o celular em seguida, autografou o crachá e sussurrou “aproveita o momento.”
  Dele eu fui no Chuck, literalmente aconteceu o mesmo, minha fala travou e eu só consegui pedir o autógrafo e a foto, com o Seb foi um pouco mais tranquilo, consegui conversar um pouco até olhar para ele e travar de novo, ele deu risada da situação, tiramos foto, peguei o autógrafo e olhei para as duas outras filas que faltavam, escolhi a do Pierre e enquanto caminhava um turbilhão de coisas rondavam minha cabeça, inclusive o fato de por que raios eu estava daquele jeito.
  Quando chegou minha vez de falar com o Pierre eu olhei para ele e senti meus olhos encherem de lágrimas, ele simplesmente me abraçou sem falar nada, ali eu desabei em choro e quando finalmente consegui me recompor ele me olhou sorrindo carinhosamente, o que me deixou completamente sem chão, peguei o autógrafo e tirei uma foto com ele, dele fui falar com o David, bom, falar não era exatamente a definição certa afinal quando cheguei lá eu travei por completo, pior do que foi com o Jeff inclusive, meus pés pareciam que haviam criado raízes no chão, ele veio até onde eu estava e me abraçou com força enquanto dava um beijo em minha testa.
  - Gostou do show? – Me limitei a concordar com a cabeça. – Tá com lado fã ativado? – Concordei novamente.
  Ele sorriu enquanto tirava uma foto nossa com meu celular, em seguida autografou o crachá e sussurrou um “see you tonight, honey.” Aquela frase me tirou parcialmente do transe de fã, afinal era o David falando aquilo, eu sorri para ele e fui encontrar as meninas.
  - Curtiu seu surto?
  - Sem sombra de dúvidas. – falei sentindo meu rosto queimar.
  Elas sorriram compreensivas e ficamos esperando o fim do post game, assim que anunciaram a foto em grupo eu fiz questão de ficar próxima ao Jeff, quando me viu ele me abraçou sorridente, depois da foto em grupo tivemos a foto individual como de costume. Depois de fotos tiradas voltamos junto com eles para o hotel, admito que eu ainda estava internamente em surto de fã, naquela noite nós acabamos não saindo para descansar para o dia seguinte que teria outro show.
  Quando o Jeff entrou no quarto eu estava deitada mexendo no celular, ele se deitou ao meu lado e me abraçou.
  - Fazia tempo que não te via daquele jeito.
  - Jeito fã?
  - Aham.
  - Olha, fazia tempo que eu não tinha esse surto. – sorri deixando o celular de lado e me virando para dar um beijo nele.
  - Achei fofa a sua reação hoje.
  - Ah, as vezes o lado fã toma conta. – Dei risada. – Prefiro deixar esse lado de fora na maioria dos dias, afinal se não deixar eu estaria surtando todo dia.
  - Se quiser, pode deixar aparecer mais vezes. – Ele sorriu de canto e me deu um beijo na testa. – Boa noite.
  - Boa noite.
  Ali eu adormeci até umas duas horas da manhã manhã acordei assustada por conta de um pesadelo idiota, me levantei da cama e fui dar uma volta para tentar me acalmar, acabei encontrando o David na parte da piscina.
  - Você acordada? – Ele comentou assim que me sentei ao lado dele.
  - Tive um pesadelo.
  - Está tudo bem. – Ele me abraçou de lado e apoiei a cabeça em seu ombro. – Sabe, gostei de ver seu lado fã...
  - Meu deus mas vocês nunca tinham visto? Não é possível.
  - Na verdade nunca tinha visto você travar daquele jeito. – Ele sorriu e me olhou.
  - Caraca eu achando que não tava conseguindo manter a pose.
  - Olha estava, até hoje. – Ele deu risada.
  - É... Enfim, e você, o que faz acordado?
  - Não consegui dormir.
  - Hm... Sei.
  - O que? É sério!
  - Bom, vou voltar para o quarto, vê se não apronta.
  - Boa noite .
  - Boa noite Dave.
  Voltei quase me arrastando de preguiça para o quarto, para ser sincera eu queria era ter ficado ali ao lado do David mas não posso cair tão fácil nesse jogo, quando o elevador chegou eu entrei sem nem notar se alguém tinha entrado comigo, quando olhei para o lado até assustei com ele ali, cada pedaço do meu corpo clamava por um toque dele, criei milhares de cenários em minha mente e inclusive me perdi em um desses cenários.
  - Você não vai descer? – ele falou me tirando dos meus pensamentos.
  - Que? Ah, vou sim. – falei caminhando em direção ao quarto.
  Ele veio atrás de mim, me puxou pela cintura deixando nossos rostos em uma proximidade que eu podia sentir sua respiração em meu rosto, senti ele apertar levemente minha cintura e minha respiração falhar.
  - David isso não vai prestar...
  - Isso o que? – ele deu um passo para trás. – Você deixou cair a chave do quarto.
  Eu sorri de canto, agradeci enquanto pegava a chave, naquele momento onde ele estava a ponto de dar um passo para trás eu sabia que tinha que tomar alguma atitude, caso contrário iria me arrepender, então eu o puxei pelo braço e selei nossos lábios, dando início a um beijo intenso, ele me empurrou até a parede e puxou minhas pernas que automaticamente se cruzaram ao redor de sua cintura, quando as coisas estavam ficando intensas demais ouvimos passos no corredor.
  - Vão para o quarto. – o Pierre murmurou atrás de nós.
  - Porra Pierre. – David reclamou dando espaço.
  - Boa noite gente. – sorri de canto.
  Entrei no quarto ainda pensando naquele beijo, escovei os dentes e me deitei ao lado do Jeff, onde eu adormeci até o dia seguinte.

19 – Rio de Janeiro parte 2

  Acordei na manhã seguinte sozinha no quarto, rolei na cama me espreguiçando enquanto pegava o celular, notei que já eram uma da tarde então me levantei da cama para poder me arrumar, afinal meu celular acusava mais de sessenta mensagens das meninas, provavelmente elas estavam lá em baixo combinando sobre o show que seria naquela noite.
  Vesti um short jeans e uma camiseta regata, sem escolher muito a roupa desci para o restaurante onde encontrei todos sentados na mesa já almoçando, peguei um prato e me sentei com eles, notei um silêncio tomar conta da mesa e a me encarar como se esperasse que eu dissesse algo.
  - Que?
  - Bom dia pra você também.
  - Ah, bom dia. – falei ainda mal humorada. – Por que não me acordaram?
  - O que? Nós tentamos de tudo!
  - Não, sério? – olhei para o Jeff indignada.
  - Sim! Nós tentamos , mas você não acordava, podia estourar uma bomba do seu lado que você nem ia se mover.
  - Bom, eu realmente estava cansada... – dei de ombros e foquei no prato.
  Todos terminaram de comer e foram saindo aos poucos da mesa, no fim só ficamos eu e o David sentados, eu o olhei e senti meu rosto queimar. Por que ele não está indo junto com todos? Por que ele ainda está aqui? Mas que saco, eu realmente queria um momento de paz! Balancei a cabeça afastando os pensamentos, terminei de comer e o encarei de volta.
  - O que foi?
  - Fiquei sabendo que me chamou durante a noite.
  - COMO É? – respondi assustada e notei que metade do restaurante me encarava. – Meu deus...
  - Jeff que me contou.
  - David, mentir é feio... – peguei meu celular e vi que tinha um áudio do Jeff as quatro da manhã, fiz sinal para o David esperar um instante enquanto ouvi o áudio, realmente era eu chamando pelo David, mas no caso eu estava brigando com ele. – Porra.
  - Acredita em mim agora?
  - Sim, mas eu lembro perfeitamente o que sonhei e por que eu estava te chamando. – falei irritada lembrando do sonho.
  - E vai me contar?
  - Promete não criar esperanças?
  - Sim.
  - Sonhei que eu estava grávida. – olhei para ele que me olhou assustado mas com um sorriso de canto. – Sim, grávida de você, mas você simplesmente sumia da face da terra.
  - Mas eu jamais te abandonaria.
  - Aham, sei. Enfim vou me arrumar para o show.
  - O show de amanhã?
  - Ai porra, além de tudo fiquei perdida no tempo, beleza...
  - Hoje a programação é ir no cristo, você vai querer ir?
  - Não sei...
  - Eu estou pensando em ir pra praia. – ele falou pensativo. – Não estou a fim de ir no cristo de novo, toda vez vamos lá, ficou repetitivo já.
  - Bom, nesse caso vou ver o que vou fazer, qualquer coisa te aviso.
  Me levantei da mesa e caminhei em direção ao elevador, notei que ele estava logo atrás de mim e provavelmente iria subir também, o elevador chegou e eu logo entrei apertando o andar que eu iria, encostei na parede do fundo do elevador e notei que ele estava encostado do meu lado.
  Porra aquele sonho foi tão real, espero que não seja uma das coisas que se realize, que nem metade dos sonhos que tenho, se por acaso se realizar que ele cumpra com a palavra dele e realmente não suma do mundo.
  - Você vai descer ou vai ficar ai parada pensando na vida?
  - Hã? Vou descer.
  - To falando com você há uns dez minutos, você não responde, está tudo bem ?
  - Tá sim Dave. – suspirei. – Depois te mando mensagem quando eu decidir o que vou fazer.
  Entrei no quarto e vi que estava sozinha, me joguei na cama e fui ver as mensagens, a maioria era das meninas e da banda me avisando que estavam indo ao Cristo e como tinham certeza de que eu não queria ir já estavam saindo do hotel. Rolei na cama me sentindo meio triste, afinal ninguém havia de fato me perguntado se eu queria ou não ir, pelo menos não enquanto eu estava acordada. Me levantei e fui me arrastando até o quarto do David, bati na porta e senti aquele mal estar tomar conta de mim, as lembranças do sonho rondavam minha mente e eu sabia que aquilo era mais real que eu imaginava.
  Ele abriu a porta e eu o abracei forte, ele logo retribuiu o abraço na mesma intensidade acariciando minha cabeça enquanto eu o apertava cada vez mais.
  - Promete que se meu sonho acontecer...
  - Prometo que nunca vou sair do seu lado. - eu o abracei o mais forte que pude e logo soltei para me sentar na cama. – Eles foram para o Cristo.
  - Eu sei, falaram na mesa enquanto você comia, te perguntaram se você iria e você só negou com a cabeça.
  - Ah foi?
  - Sim. – ele se sentou do meu lado. – Imaginei que você não soubesse o que estavam falando, por isso fiquei aqui também, onde você quer ir?
  - Podemos só ficar na piscina? – falei manhosa.
  - Claro.
  Ele se ajeitou na cama me puxando para deitar entre as pernas dele e apoiar minha cabeça em seu peitoral, ele ficou acariciando meu cabelo enquanto eu curtia o momento, aquele era o David que eu tanto procurei mas até então não havia encontrado. Suspirei e me levantei, sussurrei para ele que iria me trocar e sai do quarto, cheguei no meu quarto e coloquei um biquíni e voltei em direção ao quarto do David.
  - Vamos? – Falei assim que ele abriu a porta.
  - ... – Ele falou olhando para mim dos pés à cabeça e notei seu rosto corando. – Preciso terminar de me vestir, você foi muito rápida.
  - Bom, eu espero. – Entrei no quarto e me sentei na poltrona que havia ao lado da cama. – Afinal, não tem nada que eu nunca tenha visto. – Arqueei uma sobrancelha o encarando.
  - Para de provocar mano. – Ele se virou de costas e abaixou para pegar a bermuda.
  - Não estou provocando, é só a realidade. – Falei me levantando e parando na frente dele.
  - Essa tatuagem, não lembro dela. – Ele passou a mão pela tatuagem que eu tinha debaixo dos seios fazendo meu corpo tremer.
  - David...
  - O que? Só estou revidando. – Ele sorriu malicioso quando notou a reação do meu corpo. – Ou vai falar que não quer?
  Ele passou a mão pela minha cintura me puxando para mais perto dele, seu perfume tomou conta do meu olfato e senti meu corpo arrepiar com aquele toque, passei a mão pela nuca dele ainda o olhando nos olhos e notei seu rosto corar, sorri de canto com a reação dele, o que foi um sinal para que ele vencesse o espaço entre nós dois com um beijo intenso onde minhas mãos percorriam livremente o corpo dele, no momento em que ele segurou com certa firmeza em meu seio eu soltei um gemido no pé do ouvido dele, isso fez com que ele me conduzisse até a cama sem interromper o beijo, ali eu me entreguei a ele como realmente não fazia há tempos.
  - Bom, piscina? – Ele falou se levantando da cama.
  - Sim... – Respondi me levantando e sentindo algo estranho. – David, você usou camisinha?
  - Eu... – Ele parou pensativo. – do céu.
  - DESROSIERS PELO AMOR DE DEUS NÃO BRINCA.
  - Sim, eu usei. – Ele levantou a camisinha rindo.
  - Assim você me mata do coração. – Joguei um travesseiro nele enquanto ele caminhava em direção ao banheiro.
  - , we have a problem.
  - Ah pronto, já não basta me assustar, agora vai falar o que? Que a camisinha tá. – Parei de falar assim que olhei para dentro do banheiro e vi a camisinha cheia de água e com um ponto vazando. – Puta merda, agora a gente torce pro meu anti concepcional funcionar.
  - Não encana com isso, se você usa anti concepcional está tudo bem. – Ele estava nitidamente nervoso querendo acreditar no que ele mesmo falou. – Não vamos pensar no seu sonho por enquanto.
  - Meu deus... – Falei encarando aquele líquido branco na privada assim que me levantei. – Foi muita coisa pra fora da camisinha David.
  - . – Ele segurou meu rosto entre suas mãos e senti meus olhos se encherem de lágrimas. – Não importa o que aconteça, estarei com você.
  - Se por acaso acontecer eu não vou tirar.
  - Eu aceito sua decisão e estarei com você.
  Sorri sentindo meu rosto corar, me ajeitei e fomos para a piscina onde passamos grande parte do tempo, chegando o final da tarde as meninas e a banda começou a chegar, todos passaram em seus quartos e foram para a piscina com a gente, senti o peso na consciência em relação ao Jeff então o puxei até longe de todos para poder conversar.
  - Jeff, queria te contar.
  - Que você não pode ficar sozinha com o David por que algo rola? Imaginei.
  - Não só isso. – Falei sentindo meu estômago virar. – A camisinha estourou hoje.
  - Tá mas você toma anti concepcional.
  - Sim...
  - Nada vai acontecer , fique tranquila. – Ele acariciou meu rosto e eu sorri.
  Suspirei quando ele tirou a mão do meu rosto e olhei para a que estava me encarando do outro lado da piscina, nadei até ela e apoiei do lado dela.
  - Que foi que tá me encarando?
  - Eu sei o que rolou.
  - Como?
  - David tá cismado e veio me contar.
  - Cismado? Logo ele que falou para não me preocupar.
  - Não é para você se preocupar, está tudo bem.
  - Não caralho, não está!
  - O que houve gente? – A parou do nosso lado.
  - Aconteceu que ela transou com o David, a camisinha estourou, isso calha com o sonho que ela teve essa noite e por isso está preocupada agora.
  - Ele falou que ela estourou?
  - Sim, não foi isso?
  - A camisinha estava furada mana, parecia que alguém tinha passado uma agulha ali.
  - É o que?
  - Exatamente.
  - Mano, desculpa Nanda, mas pelo menos foi com você, não com alguma interesseira por aí.
  - Pensei isso primeiro mas depois pensei que devia ter acontecido com a interesseira.
  - Amada?
  - Oras , você acha mesmo que ele vai se fazer presente? Porra.
  - Óbvio que não. – A se sentou na beirada da piscina.
  - Exatamente! E eu vou ter que criar a criança sem respaldo nenhum dele!
  Eu afundei na piscina com o intuito de afogar os pensamentos, quando me levantei o David estava sentado no lugar da , eu bufei com a visão e peguei impulso pra nadar. Atravessei a piscina praticamente de uma vez, parei na parte raza e sai da água caminhando em direção ao bar, tudo o que eu queria era uma coca cola gelada e paz.
  Peguei minha coca e me sentei em uma das espreguiçadeiras que havia por ali, em questão de minutos a espreguiçadeira ao meu lado foi ocupada pela que ficou ali do meu lado em silêncio.
  - Mana, eu não sei o que fazer. – Falei quebrando o silêncio ensurdecedor entre nós duas.
  - Bom, nesse caso eu acho válido você decidir, caso esteja grávida, o que vai fazer?
  - Pretendo ficar com a criança, mesmo se ele resolver que não vai mais me responder e sumir do mundo, quero esse bebê.
  - Tem certeza? Vou te apoiar não importa a decisão.
  - Tenho. – Falei decidida e sentindo um alívio tomar conta de mim. – Obrigada .
  - Não sei pelo que, mas de nada.
  - Por me ajudar a decidir.
  - , o que você decidiu? Pelo amor de deus. – Disse a chegando e se sentando ao lado da .
  - Decidi que vou tacar o foda-se e se por acaso eu estiver grávida eu lido com isso depois.
  - Tá louca? Vamos na farmácia, você compra a pílula e pronto!
  - Não mano, já tomo anti concepcional, pra que vou tomar a pílula!?
  -  Por garantia.
  - Também acho válido, mas já que você não quer, eu é que não vou te obrigar. – A colocou o óculos de sol e se ajeitou na espreguiçadeira.
  - Nossa mas o que aconteceu com você hoje ?
  - Nada, só to curtindo a tour mesmo, claro, meio irritada com o Charles.
  - O que ele fez dessa vez?
  - Ah, veio falar de Jacquelin mesmo com o acordo que fizemos de não tocar no assunto de outros boys e minas.
  - Ah, mas será que ele não queria desabafar?
  - Claro que queria , mas eu não to com paciência esses dias, eu sei que eles brigaram mas o que eu posso fazer? Nada, exatamente.
  - Olha, faz sentido, eu e o Seb não tocamos no assunto da esposa dele também.
  - Gente, mesmo eles tendo relacionamento aberto com elas, eles ainda gostam delas e se por acaso brigam a única coisa que querem é contar ué.
  - Sim, mas ele que vá contar pra outra pessoa. – A falou irritada. – Vem falar pra mim que ela tava irritada por ele não estar lá? Porra ela tem um boy que ela pega quando ele viaja, custa ela curtir e deixar ele curtir também?
  - Você tem um ponto importante. – A se ajeitou. – O Seb é a mesma coisa, a esposa dele vive reclamando sendo que tem um boy que pega lá no Canadá. – Ela me olhou. – Você até que tem sorte , tá com os únicos boys solteiros.
  - Jeff pode ser solteiro mas vive recebendo ligação da ex pra teoricamente falar sobre as filhas dele.
  - Teoricamente?
  - Sim, dá pra ouvir a conversa quando fico do lado, não falam sobre as filhas, entende?
  - Ah... Jeff e France de novo? Difícil.
  - Quem disse de France? É a mãe do garoto, não das meninas.
  - AH Aí pode ser.
  - Gente vou voltar para o quarto, preciso tomar um banho.
  - Ok, até depois. – Elas falaram em coro.
  Me levantei e fui tranquilamente até o quarto, assim que entrei vi o Jeff falando no telefone, passei direto por ele e entrei no chuveiro, sentei no box sentindo a água bater em minha nuca, naquele momento era tudo o que eu precisava, ficar tranquila debaixo do chuveiro sem ter que pensar em nada. O Jeff entrou no banheiro já tirando a roupa, entrou no box e me puxou para um abraço debaixo do chuveiro, foi um abraço longo e apertado.
  - Estarei sempre ao seu lado, não importa o que aconteça, você sabe disso né?
  - Sim. – Apertei ele mais um pouco. – Obrigada.
  Terminei meu banho, sai do banheiro vestindo uma camiseta comprida da banda Avenged Sevenfold e uma calcinha, me joguei na cama sentindo minha mente girar pensando no que havia acontecido, por mais que eu quisesse eu não conseguia parar de pensar naquele maldito sonho.
  - , precisamos conversar.
  - O que houve?
  - Bom, eu voltei com a mãe do Thomas.
  - Ah, isso.
  - É, acontece que ela não quer um relacionamento aberto...
  - Espera, você está.
  - Sim. – Ele me interrompeu. – Eu gosto muito de você , vou sempre estar ao seu lado, mas como amigo, sabemos que nós dois juntos não vai dar certo.
  - Mas mesmo depois de tudo que você me falou? Bom, se é isso que você quer, então tudo bem, não vou te forçar a ficar no meio de uma coisa que você não quer. – Falei sentindo meus olhos marejarem enquanto pegava minhas malas. – See you.
  - Espera.
  Ouvi ele falar mais alguma coisa mas eu já havia saido do quarto, caminhei lentamente, praticamente me arrastando, até o quarto do David, apoiei minha cabeça na porta e bati somente duas vezes, ele abriu a porta mais rápido que o esperado, eu me arrastei quarto a dentro largando minha mala em um canto e me joguei na cama em posição fetal.
  Você sabe que não pode ter tudo , mas eu concordo com você que não precisava ser assim, sabemos que você também forçou a barra com o Jeff né. Agora é você lidar com essa situação toda, a opção da continua sendo a melhor, vai na farmácia, compra o teste e a pílula.
  O David não falou nada, só suspirou e se deitou ao meu lado.
  - David, preciso ir na farmácia.
  - Então vamos agora. – ele se sentou. – Do que precisa?
  - Pílula do dia seguinte, chá de quebra pedra e dois testes.
  - Desistiu de ficar se estiver?
  - David, sabemos que não vai ser o momento, não agora.
  - Ok, essas coisas não vão te fazer mal?
  - Não, fique tranquilo.
  Fomos até a farmácia, compramos o teste e tudo o que eu queria, cheguei, tomei a pílula e em seguida fiz e tomei o chá de quebra pedra, assim era sem dúvidas de que não iria ter mais nada dentro de mim, me deitei na cama e ele se deitou ao meu lado, em uma posição que ficamos até o dia seguinte. Acordei com o sol invadindo o quarto por uma fresta da cortina blackout, me espreguicei e olhei para o lado, ve-lo daquele jeito dormindo tranquilo era tão bom, sorri de canto e fui ao banheiro para escovar os dentes. Desci até o restaurante onde encontrei o Jeff com uma garota loira, eu o fuzilei com o olhar e fui pegar o meu café, me sentei em uma mesa onde eu tinha a nítida visão de onde ele estava sentado com a tal garota, ela estava vestindo um vestido florido rosa claro, uma sapatilha e claramente estava com a raiz do cabelo por fazer, enquanto eu analisava ela o David se sentou ao meu lado sem eu notar.
  - Ele te expulsou do quarto por causa dela?
  - Caralho Desrosiers, assim você me mata de susto.
  - Ah para, você não me viu?
  - Não, eu estava ocupada. – olhei novamente para a mesa e ela havia mudado de lugar, se sentou ao lado dele. – Quem é? – apontei com a cabeça.
  - Não faço idéia.
  - Hm. Se descobrir me conta. – bufei e voltei a prestar atenção no café que estava em minhas mãos. – Sabe, acho irônico ele me tirar do quarto, inclusive terminar comigo, e estar ali com essa loira.
  - Mas espera, ele terminou com você?
  - É, falou que vai estar sempre do meu lado, só que como amigo, foi por isso que fui até seu quarto ontem.
  - Ah.
  - Ironicamente, ele terminou comigo falando que havia voltado com a mãe do Thomas, o filho dele, mas essa aí não é ela.
  - Como sabe?
  - David me poupe dessa pergunta.
  - É sério, eu não conheço a mãe da criança, por isso perguntei.
  - Bom, o Jeff tem várias fotos com ela no instagram, e claro, eu já perguntei se ela era a mãe do garoto uma vez e ele confirmou. – olhei novamente para a mesa. – E definitivamente não é essa loira.
  Ele me olhou sério e murmurou um “já volto” se levantou e foi dar bom dia ao Jeff, eu revirei os olhos e bufei novamente vendo aquela cena, chequei o relógio que marcava nove e meia da manhã e mandei mensagem para as meninas.
  “Bom dia gente, onde vocês estão?”
  “Bom dia , eu to no quarto ainda, já desceu para o restaurante?”
  “Sim, espero vocês aqui para decidirmos o que faremos no show, inclusive tomei a pílula e chá de quebra pedra ontem”
  “Eita, está bem? O que te fez mudar de idéia?”
  “Não é o momento, depois explico para vocês”
  “Ok, jajá estamos ai.”
  Bloqueei o celular e voltei o olhar para o David que estava entretido conversando com o Jeff, logo ele se levantou e veio até a mesa onde eu estava, se sentou na minha frente e me encarou.
  - Essa garota é a que o Jeff sempre pega quando vem ao Brasil. – ele parou de falar e me encarou. – Acho importante você falar com ele, eu não posso falar mais nada.
  - Ata que não vai falar.
  - Não, não vou.
  - David... – olhei para ele. – Por favor.
  - Não posso, , isso é entre vocês dois.
  - Desisto, simplesmente cansei.
  Peguei meu celular e avisei as meninas que estaria sentada do lado de fora, na área da piscina nas mesas que haviam por lá. Abri o site de notícias e vi que Avenged Sevenfold estaria no Rio naquele dia para fazer parte de um programa, eu congelei com aquela noticia, afinal sou tão fã de Avenged quanto sou de Simple, no mesmo instante ativei meu lado Stalker e vi que eles iriam fazer um show a parte em Curitiba, um dia antes de Simple, o que seria no dia seguinte do show de Ribeirão, me ajeitei na cadeira e comecei a procurar ingressos, vi que já havia dado Sold Out como o imaginado.
  Bufei deixando o celular de lado e olhei para a porta procurando as meninas, mas sinceramente a visão que eu tive foi muito melhor, lembra que Avenged estava no Rio para participar de um programa brasileiro? Pois então, acontece que quando olhei para a porta vi o Matt saindo dela, fiquei o encarando fixamente as meninas chegaram em silêncio e se sentaram na mesa comigo, todas também olhando a banda saindo pela porta.
  - Ca-ra-lho. – murmurei quando eles se instalaram na área das espreguiçadeiras.
  - Puta merda.
  - A vista daqui hoje está maravilhosa, hm?
  - Olha , eles vão fazer show em Curitiba... – parei olhando o Pierre e o David saindo, passando pelo Avenged e cumprimentando eles. – Ah pronto. Era o que eu precisava.
  - Oi? – a e a falaram em coro.
  - Gente, cadê a ?
  - Com o Seb no quarto.
  - Ah. – olhei para a porta e vi a saindo e travando, chamei ela para se sentar com a gente e em uma fração de segundos ela estava sentada ao meu lado.
  - Gente o que aconteceu? O que eu perdi?
  - Avenged tá aqui no Rio para fazer uma participação especial em um programa.
  - Qual?
  - Não faço idéia, isso não foi divulgado.
  - Pierre e David tão conversando com eles.
  - Ah mas eu vou lá.
  - Espero vocês aqui.
  Me levantei e em seguida a e a se levantaram, caminhamos juntas até os meninos e a menos de dez passos nós três nos entreolhamos, respiramos fundo e continuamos até eles, Me sentei do lado do David que sorriu para mim e voltou a conversar com o Matt, momentaneamente eu esqueci até o meu próprio nome, afinal não é todo dia que se fica de frente com um famoso, tá que era para eu estar acostumada com Simple mas é diferente.
  - Guys desculpa interromper, que horas vai ser o show?
  - Vocês vão fazer show hoje? – o Matt perguntou sorrindo, ai meu deus aquele sorriso ao vivo e a cores.
  - Sim, vocês podem ir se quiserem! – Pierre falou animado. – Vai ser as oito da noite .
  - Tá, valeu Bouvier.
  - Vocês vão antes?
  - Acho que não, estou com preguiça de fila. – Olhei para a que deu risada no mesmo instante.
  - Fila, sei...
  - . – falei olhando feio para ela.
  - O que? Eles não devem entender português.
  - David e Pierre entendem, além de entenderem são fofoqueiros.
  - Putz. – ela deu mais risada ainda. – Bom, já que não vamos para a fila vou colocar um biquini.
  Segui ela até os quartos onde nós colocamos biquines, avisamos a que não iríamos para a fila, ela se despediu de nós e falou que iria nos encontrar lá, descemos de volta para a piscina onde o David e o Pierre continuavam sentados conversando com o pessoal do Avenged, nós apoiamos as coisas em uma mesa ao lado deles e mergulhamos na piscina. De lá vi o Jeff saindo conversando com a menina loira, ambos estavam com roupa de banho para entrar na piscina, eu bufei dei mais um mergulho e sai da piscina, pedi uma caipirinha de morango no bar e me sentei junto com o David.
  - Que foi?
  - Nada. – respondi ainda olhando fixamente para o Jeff e a garota.
  - Ah isso. – ele falou acompanhando meu olhar. – , você não é fã de Avenged também?
  - Sou, o que tem?
  - Por que não aproveita para conversar com eles?
  - Hm? – olhei para o David e vi o Shadows me olhando enquanto conversava com o Pierre. – Prazer, . – Falei sorrindo para ele.
  - Ah você é a . – ele sorriu de volta fazendo meu rosto corar no mesmo instante. - Os dois aqui estavam contando de quando você e sua irmã invadiram o hotel.
  - Ah isso. – dei risada lembrando que eu havia ficado entalada no carrinho de camareira. – Bom, faz um tempo já.
  - Vou para a piscina, você vem David? – Pierre falou notando que a estava chamando ele.
  - Claro! – ele se levantou, tirou a camiseta e correu para a piscina empurrando o Pierre no caminho.
  Sorri vendo a cena dos dois se divertindo e voltei minha atenção à caipirinha que estava na minha frente, me senti observada e quando subi os olhos me deparei com aqueles olhos verdes me analisando.
  - Que foi?
  - Estava pensando no que o David falou agora pouco para você.
  - Sobre?
  - Você ser fã.
  - Ah, isso. – falei sentindo meu rosto queimar de novo. – É, sou fã.
  - Hm. – ele falou meio da defensiva. – Deles também? – ele olhou para o Pierre e o David que estavam apostando corrida na piscina.
  - Sim. – suspirei. – Mas não se preocupa que não vou te encher o saco não.
  - Eu não achei isso.
  - Tá bom, você fez a típica cara de famoso quando descobre que a pessoa é fã. – revirei os olhos. – Enfim, se puder autografar esse papel pra mim e passar para o restante da banda, agradeço.
  - Se isso não é encher o saco... – ele deu risada. – Mas autografo sim.
  Ele pegou o papel, autografou e passou para o restante da banda, rapidamente o papel estava em minhas mãos de volta, eu acenei com a cabeça para eles em agradecimento, me levantei e fui para o quarto, guadei o papel na mochila bem guadado, afinal eu iria tatuar aqueles autógrafos, tomei um banho e desci novamente, me sentei em uma mesa separada da do Avenged, afinal não queria que eles pensassem que eu era inconveniente.
  Vi a e os caras voltando e se sentando com eles, respirei fundo e fui até onde eles estavam, puxei uma cadeira e me sentei ao lado do David, ele rapidamente passou a mão pelo meu ombro em sinal de que estava tudo bem, eu não tinha entendido até ver que o Jeff estava sentado ao lado do Matt com a moça loira, eu respirei fundo e apoiei a mão sobre a coxa do David.
  Depois de lá todos subiram, eu fiquei sentada na mesa observando as pessoas na piscina e não notei que o Matt estava ali também.
  - Você vai no show deles hoje?
  - Vou, tenho acompanhado a turnê deles. – olhei para ele e dei de ombros. – Apesar de não estarem merecendo eu vou.
  - Não estarem merecendo? – ele perguntou rindo.
  - É, tem rolado uma trollagem com a minha cara muito grande, não to curtindo muito isso.
  - Bom, perguntei se iria por que quero ir, mas os caras estão a fim de descansar, amanhã cedo temos o programa para ir, é tipo uma cópia de american idol pelo que explicaram para nós.
  - Vocês vão no ídolos?
  - Esse é o nome! Sim, vamos fazer participação especial amanhã. – ele deu risada. – Bom, se você for me avisa. - Ele pegou meu celular, apontou a tela para eu desbloquear e rapidamente salvou seu número.
  - Te mando mensagem, mas olha, pode ter certeza que apesar de tudo eu estarei lá.
  - Nesse caso, te encontro onde? Eles falaram para eu ir com eles mas não falaram onde nem horário.
  - Bom, começa as oito, eles devem sair daqui as cinco, encontra a gente ali no hall de entrada as cinco da tarde.
  Sorri para ele e fui até o quarto para me arrumar, encontrei o David encarando três camisetas que estavam esticadas em cima da cama, parei do lado, indiquei a que eu preferia e ele sorriu enquanto vestia a camiseta, peguei minha roupa que estava separada para aquele show, a camiseta com o escrito Desrosiers 69 nas costas e um short com spikes, coloquei um cinto de rebite e meu coturno.
  - Bem garota emo.
  - Bom, não posso negar que sou. – dei de ombros. – Matt irá esperar a gente no hall de entrada para ir ao show.
  - Ah ele vai? Até agora não tinha confirmado.
  - Vai sim, fiquei conversando com ele um pouco lá em baixo depois que vocês subiram. – peguei uma bolsa preta básica e coloquei meus documentos. – Ele falou que ninguém o avisou do horário.
  - meu amor, você tem que prestar um pouco mais de atenção no que acontece ao seu redor. – ele falou suspirando.
  - Como assim?
  - Foi combinado com ele de encontrar ele as cinco da tarde no hall de entrada.
  - Acho que estou avoada demais.
  - Você jura? – ele riu.
  - Ah, faz parte, é dificil lidar com famosos, ainda mais famosos que eu sou fã, dá um desconto vai. – gargalhei enquanto ele jogava um travesseiro em mim. – Enfim, você vai me contar do Jeff?
  - Nope.
  Bufei enquanto dava um beijo na bochecha dele, desci para o hall de entrada onde encontrei as meninas, me sentei com elas enquanto os caras não chegavam para irmos ao local do show. Depois de quase uma hora eles apareceram juntos na nossa frente, como não vi a tal garota loira meu humor melhorou significativamente, eu e as meinas ainda estávamos planejando ficar na platéia até eu ver que o Matt iria mesmo, então resolvi ficar nos backstages junto com o Matt.
  - Vou asssistir do canto. – falei para a enquanto olhava o Matt.
  - você não presta. – ela gargalhou. – Mas não te julgo.
  - Olha a cara dele, totalmente perdido por que a banda dele não veio.
  - Vai lá fazer companhia pro boy magia. – a falou rindo mais ainda.
  - Meu deus , tá palhaça hoje né?
  - Não, você que tá desligada.
  - Tá, chega de me chamarem de desligada. – revirei os olhos. – Dá pra me explicarem?
  - Bom, então senta que o rolê é longo. – nos sentamos distante deles. – Seguinte, você que tá aérea por causa do acontecido, e com toda a razão do mundo, porém isso dá brechas para causarem com você, o Matt veio por que é nítido que ele quer te pegar, o David estava falando com ele sobre você se é que me entende. – ela parou para dar um gole na cerveja. – O David tá a fim de causar com você, tentar descontrair um pouco a tensão que ele está por causa do rolê da camisinha e seu sonho.
  - Tá, mas isso já foi resolvido...
  - O Jeff te empurrou para o quarto do David a pedido dele, não, o Jeff não voltou com a mãe do Thomas, essa loira é a peguete que ele tem aqui no Brasil que mora aqui no Rio, vai falar que não lembra dela?
  - Lembro, só que...
  - Ela tava diferente da última vez? Sim, estava morena. – ela susrpirou. – Entendeu agora?
  - Porra. – olhei para ela. – Custava ter me falado antes?
  - Queria ver até onde ia, mas como estava indo longe demais vim te contar.
  - Thank you. – abracei ela.
  - De nada, agora vai curtir o boy magia.
  - Olha, se é pra provocar David e Jeff de uma vez só, sem dúvidas. – dei risada.
  - Finalmente! Bem vinda de volta ! – a me abraçou.
  Eu dei risada da situação toda junto com elas e fui me sentar ao lado do Matt, peguei uma cerveja e fiquei observando a movimentação para iniciar o show, aparentemente não teria Main Event naquele show, afinal tinha tido no anterior e esse era somente um extra.
  Eles começaram a subir ao palco e eu arrastei o Matt até o canto do palco para assistirmos dali, apoiamos em uma caixa que tinha ali no canto, dali consegui ver a galera chegando e grudando na grade, entre as pessoas estavam a , a e a , cada uma posicionada estrategicamente em frente aos seus favoritos, sorri de canto já sentindo a energia do show. Eles começaram cantando Shut Up, eu comecei a cantar junto, senti a mão do Matt me puxando pela cintura para ir mais para tras e virei de frente para ele, naquela proximidade bem perigosa.
  - Você estava indo para o meio do palco. – ele sorriu. – Realmente é bem fã da banda.
  - Ah, obrigada! Sim, até demais, tenho duas tatuagens em homenagem a eles. – dei de ombros. – Se quiser depois te mostro.
  - Claro. – notei suas bochechas corando.
  Voltei a olhar para o palco e vi que o David estava nos encarando, dei de ombros para ele e voltei a curtir as músicas, eu estava cantando junto com eles e vibrando como se estivesse na platéia, vez ou outra senti o Matt me segurando pela cintura para eu não invadir o palco, realmente não dava para julgar ele, se deixassem eu corria e cantava junto com o Pierre.
  No intervalo, assim que as luzes foram apagadas eu notei o Jeff se aproximando, parei no caminho dele um pouco distante do Matt e assim que ele me encarou arqueei a sobrancelha.
  - Você não presta, Stinco.
  - Falei que iria entrar no jogo, só não contei como, assim como falei que você está brincando com fogo. – ele me puxou pela cintura.
  - Então, imagina que já estou sabendo que é mentira, certo? – senti alguém parando atrás de mim.
  - Vi você e a conversando, ela deixou claro que iria contar quando ela achasse necessário. – ele olhou para o Matt e vi uma pontada de ciúme transparecer em seu rosto, ele soltou minha cintura. – Matt.
  - Jeff. – Matt respondeu confuso e me chamou para ir mais para trás com ele, eu o segui e logo ele se apoiou em uma das paredes dos corredores da parte de trás do palco. – Tá, me explica aqui rapidinho.
  - O que?
  - Por que o Jeff parecia bravo e soltou você assim que me viu?
  - Ah... – coçei a nuca. – Então é dificil de explicar.
  - Quero saber onde eu estou me metendo.
  - Ué mas em lugar nenhum, afinal nunca nem ficamos, somos amigos, certo?
  - Não se faça de inocente. – ele cruzou os braços.
  - Sei de nada, só sei que quero curtir o final do show. – falei empolgada apoiando a mão no braço dele. – Você vem?
  Ele sorriu e me seguiu, voltamos para o mesmo lugar onde estávamos, o Chuck entrou no palco com a bandeira do Brasil, aquilo sinalizava que o show estava terminando, só haviam mais três músicas e como sempre senti a tristeza de que estava acabando, o Pierre entrou com o violão e naquele momento eu me sentei no chão já esperando que seria Perfect, porém ele entregou o violão ao David que se posicionou no microfone do Pierre, eu me levantei e desci no vão entre a platéia e o palco, achei a e me sentei na frente dela, o David começou a dedilhar uma música que até então ninguém havia decifrado.
  - You might not think you're a supermodel, but you look like one to me, I'd rather have your picture on my phone… - O Pierre pegou o baixo e começou a tocar, o David entregou o violão para o Chris e pegou o microfone para andar pelo palco, se agachou na minha frente. - Than on the cover of a magazine, It's hard to think that a girl like you, could have any insecurities…
  Ele continuou cantando a música enquanto andava pelo palco, desceu no vão entre o palco e a platéia e foi dando oi para as pessoas, quando ele se aproximou fiquei de pé, eu sabia que estava perto do refrão da música.
  - Someday you're gonna see you're beautiful this way, and that you're always gonna make me go crazy, I'm not crazy– Ele acariciou minha bochecha e segurou meu rosto com uma de suas mãos. - You're perfectly perfect to me.
  Naquele momento esqueci de tudo que havia acontecido anteriormente e foquei somente no David que estava voltando para o palco, eles encerraram a música e posso dizer que dali em diante eu fiquei em êxtase por conta do que ele fez, depois do show foi quando criei coragem para voltar aos backstages, no primeiro corredor que entrei encontrei o Matt parado mexendo no celular, parei ao lado dele que guardou o celular e me olhou, negou com a cabeça rindo e foi em direção ao camarim.
  Segui ele e assim que entramos vi o Jeff me olhando meio preocupado, os meninos estavam todos conversando com o restante da banda do Matt que também estava lá, eu me sentei em um canto só torcendo para aquele momento acabar logo, afinal tudo o que eu queria era me enfiar debaixo da coberta e esquecer o mundo.
  Quando chegou o momento do pizza party eles se ajeitaram para ir e eu segui as meninas momentos antes deles saírem, o Danny nos levou até onde seria o pizza, nós entramos pela entrada normal do lugar para tentar não dar na cara para as fãs que já estavam lá dentro.
  - Ei você é quem recebeu a declaração do David com a música! – Uma garota com rosto familiar me parou assim que fui pegar um pedaço de pizza.
  - Sim, eu acho que te conheço.
  - Do show de anteontem.
  - Ah verdade.
  - E ai como você se sentiu?
  - Maravilhada com a situação. – a respondeu por mim me puxando para longe da garota.
  - ?
  - , você sabe que o Matt está nitidamente a fim de você, certo?
  - Sim, o que tem?
  - Tem que quero pegar o Brian.
  - Tá e o que eu posso fazer sobre?
  - Se aproximar do Matt? – ela respondeu sorrindo.
  - Mana, eles vão fazer show em Curitiba, relaxa que nós vamos.
  - Que? Eu nem comprei o ingresso!
  - Nem eu, até porque já deu soldout. – Dei de ombros. – Vou pedir na cara larga o ingresso para o Matt, vocês estão todas falando que ele está a fim de mim...
  - Mas ele está. – A voz do Jeff me interrompendo ecoou atrás de mim.
  - Caralho Stinco, que susto.
  - Você e sua irmã tem o dom de ficar onde eu vou parar nos pizzas né.
  - Normalmente você escolhe os cantos mais confortáveis de ficar. – dei de ombros. – Como assim ele está a fim de mim?
  - Bom, te explico no hotel. – ele fez sinal para uma fã esperar um minuto. – Inclusive, quer voltar para o meu quarto?
  - Olha essa putaria de ficar me oferecendo para voltar para lá e depois me expulsar tá irritante. – bufei. – Vou continuar no quarto do Dave, em Ribeirão eu volto para o seu, mas passo lá para você me explicar.
  - Ok.
  Ele voltou a atenção para a fã que estava um tanto eufórica e eu fui para o outro lado, me sentei meio distante das pessoas quando notei uma fã se sentando ao meu lado, uma pessoa que inclusive era conhecida minha.
  - Quanto tempo Gabe!
  - !
  - Não esperava te encontrar no show do Rio.
  - Ah sabe como é, a Carol chamou e pagou minha passagem, ai cá estou eu.
  - Gabe você não sabe. – falei olhando para a porta do camarim e olhando para ela novamente. – Matt tá aqui no Rio.
  - To sabendo, vou no show em Curitiba.
  - Estou louca pra conseguir autógrafos deles para tatuar, e quem sabe uma frase.
  - Só não vale dear god. – ela deu risada.
  - Nah, quero a frase seize the day.
  - Legal, vai tatuar onde?
  - Na costela.
  - Vai doer.
  - E não vai ser pouco. – completei a frase dela rindo. – Já tenho os autógrafos do Simple, lembra?
  - Verdade!
  Continuamos conversando até que cansei daquela muvuca dos fãs e entrei no camarim de volta, assim que abri a porta de acesso encontrei o Matt, paramos bem próximos um do outro e eu logo desviei o olhar.
  - Matt.
  - Você quer ingresso para o show né?
  - Bom, sim.
  - É, eu imaginei. – ele falou grosso. – Bom, você, sua irmã e a amiga de vocês que notei ser fã estão com ingressos garantidos, me manda uma mensagem no dia do show que te falo como pega os ingressos. – Ele se virou bruscamente e voltou em direção ao camarim.
  - Ei espera aí. – falei segurando o braço dele. – Sei que você ouviu a conversa mas espera.
  - O que?
  - Pelo amor de deus Matthew, não precisa ser grosso não, tá parecendo o Pierre!
  - Desculpe a grosseria.
  - Escuta, não sou mais uma interesseira não viu. – falei soltando ele quando percebi que ele realmente havia parado. – A não ser que você esteja julgando sem conhecer.
  Ele deu de ombros e entrou no camarim,e ra nítido que ele havia ouvido a conversa com a e com o Jeff, assim como ouviu a conversa com a Gabe, eu sinceramente não tava ligando muito para isso não, se ele quer ser o esteriótipo de macho escroto do mundo do metal ele que fique à vontade.
  Voltei ao camarim e logo depois todos chegaram, eles foram ao bar do hotel ficar bebendo e conversando mas eu preferi dormir, como já tinha deduzido tudo sozinha nem quis conversar com o Jeff, eu sabia que o Matt havia ficado a fim e mim por eu não demonstrar interesse nele mesmo sendo fã, até ele ouvir a conversa com a Gabe, cheguei no quarto e fui direto para o chuveiro, depois deitei debaixo das cobertas com o ar condicionado marcando doze graus, só que eu fiquei rolando de um lado para o outro na cama sem conseguir dormir, me levantei e fui até o quarto do Jeff.
  - Hey, entra. – ele falou abrindo a porta.
  - Hey...
  - Achei que não vinha.
  - Não consegui dormir.
  - Bom, já que está aqui, o que quer saber?
  - Que tal tudo, mas comece pela parte que você me expulsou do quarto a pedidos de outras pessoas.
  - Bom, o David queria ficar mais perto de você por causa daquilo da camisinha, daí arrumei uma desculpa para você ir dormir com ele, afinal eu tinha certeza que você iria para o quarto dele, depois nós já sabíamos que Avenged iria vir para este hotel, não contamos nada pois imaginamos que vocês fossem fãs.
  - Tá...
  - Então quando eles chegaram e nos encontramos, o Matt veio perguntar para nós sobre você, ele realmente parece estar interessado em ficar com você.
  - Hm. Pena que foi grosso comigo.
  - É, porque ouviu você falando comigo, com a e com uma garota no post game, então deduziu que é o tipo de fã doida que faz tatuagem e surta pela banda.
  - Em partes não está errado.
  - Falei isso para ele, também tentei explicar que está errado na parte que você surta, porque isso não acontece.
  - Bom, verdade.
  - Enfim, foi isso, me desculpa .
  - Bom, tudo bem, mas deixa eu te contar, eu tomei pílula do dia seguinte e chá de quebra pedra, se tinha a possibilidade de ter um bebê dentro de mim não tem mais.
  - Bom saber, assim se você precisar de alguma outra ajuda saiba que estou aqui.
  - Sempre soube. – sorri para ele. – Só por favor não faz mais isso.
  - Te prometo.
  Voltei para o quarto e então consegui dormir, acordei com o David me chamando por que precisávamos dar check-out no hotel e ir em direção ao aeroporto.
  - Bom dia gente. – Falei ainda me espreguiçando enquanto olhava os meninos dando check-out no hotel – O que perdi ontem?
  - Garota, temos vip para o show do Avenged em Curitiba, te explico tudo depois que chegarmos em Ribeirão! – A falou empolgada olhando para a que estava nitidamente corada.
  - DO CÉU – Falei chocada já entendendo que ela havia ficado com o Brian.
  - Ah cara, bebida, conversa, rolou ué – Ela deu de ombros.
  - Achei digno!
  Pegamos o ônibus e fomos ao aeroporto, pouco tempo depois desembarcamos em Ribeirão, assim que desativei o modo avião do meu celular ele apitou informando nova mensagem, achei estranho afinal, estava com a banda toda ali.
  “Hey, Matt here!
  Só para avisar que sua irmã me passou seu número, vou te passar onde pega os ingressos assim que eu tiver mais informações, até agora nem nós sabemos nada direito ;)
  See you”

20 - Ribeirão Preto

  Assim que chegamos ao hotel me instalei novamente no quarto do Jeff, para minha sanidade mental eu realmente esperava que ele não pedisse para eu sair de lá novamente, o show seria naquela mesma noite, o que para mim foi bem complicado de lidar, afinal eu havia acostumado com a idéia de que chegávamos, dormíamos e só no dia seguinte seria o show.
  - Está tudo bem?
  - Que? Sim, está. – Falei virando em direção ao Jeff que estava na porta. – Só estou chocada de o show ser no mesmo dia de chegada.
  - Ah isso, bom amanhã cedo vamos para Curitiba, mal vamos ficar aqui, Avenged ter show amanhã mudou nossa programação, afinal queremos ir assistir ao show.
  - Ah por isso as coisas vão ser mais corridas que o esperado.
  - Sim. – Ele sorriu.
  - Bom, vou me ajeitar.
  - , chegamos super cedo, dá tempo de descansar se precisar.
  - Não precisa, dormi bem noite passada e no avião.
  Deixei minha mala em um canto e desci para conhecer o hotel, resolvi ir dar uma volta e acabei parando em um boteco que havia duas quadras acima do hotel, pedi um café e me sentei em uma mesa do lado de fora do lugar, quando reparei nas pessoas vi que muitas usavam a camiseta da banda mas não vi ninguém conhecido, resolvi responder a mensagem do Matt.
  “Hey Matt!
  Que bom que ela te passou meu número, eu acabei dormindo noite passada.
  Espero que esteja se divertindo no programa.
  See you”
  Guardei o celular no bolso e fiquei apreciando o café enquanto observava as pessoas, vi dois rostos conhecidos em meio a confusão que estava aquele boteco, a Dan e o Paulo estavam lá dentro comendo, cada um com seu respectivo grupo de amigos. Suspirei pensando no que havia rolado em relação ao Jeff, talvez ele também não seja tudo aquilo que pensei, talvez ele e o David sejam bem parecido no fim das contas.
  Balancei a cabeça afastando os pensamentos, me levantei e fui lentamente em direção ao hotel, eram duas quadras só, porém eram duas quadras bem grandes, no caminho ouvi algumas meninas comentando sobre o ocorrido no outro show, do David cantar perfect perfectly para mim, sorri de canto com a lembrança e foquei no caminho.
  Chegando no hotel vi o mar de fãs que tomava conta da frente do hotel, contornei todos e depois de muita dificuldade consegui entrar no hotel, passei pelo restaurante e o Pierre estava sentado sozinho, sem pensar duas vezes fui até a mesa dele e me sentei, fiquei encarando ele até ele notar que não estava mais sozinho.
  - Que foi ?
  - Preciso de um conselho. – Apoiei os braços na mesa e entrelacei os meus dedos das mãos. – Jeff.
  - O que quer saber?
  - Ele é o que estou pensando ou é igual ao David?
  - Bom, aí você vai ter que esperar para ver.
  - Mas Pierre.
  - Não posso contar sobre nada, por mais que eu queira, não dá.
  - Por que?
  - Por não ser justo com ele, se eu não falei sobre o David, por que falaria sobre o Jeff?
  - Olha você tem um ponto a seu favor.
  - Então, concorda comigo que não é justo?
  - Concordo, porém não se trata de ser justo ou não, eu só quero um conselho, não precisa dizer nada diretamente.
  - Hm, nesse caso, cuidado onde pisa. – Ele falou sem precisar pensar muito.
  - Que?
  - É, cuidado onde pisa, está andando sob gelo , a camada é fina e você está com patins afiados.
  - Meu deus, eu tenho uma raiva dessas analogias.
  - Brincando com fogo?
  - Tá, já deu. – Cruzei os braços. – Chega de analogias, e você como está?
  - Estou bem , assim, não sei se a contou mas eu e a Lach demos um tempo.
  - Ela contou, inclusive contou que já é a terceira vez só essa turnê.
  - Então, é que eu e ela somos iguais, aí a gente acaba brigando sabe? Tanto ela quanto eu ficamos com ciúmes um do outro.
  - Ela está ficando com alguém enquanto você tá aqui?
  - Sim.
  - Nesse caso, não é justo nenhum de vocês dois brigarem um com o outro entende?
  - Concordo, mas o ciúmes é difícil de controlar.
  - Eu sei, mas vocês tem que ter em mente que ambos estão ficando com outra pessoa. – Dei de ombros. – Ou vocês lidam com o ciúmes ou vocês aceitam que não rola ter relacionamento aberto.
  Ele ficou em silêncio me olhando pensativo, sorri em resposta e me levantei dei um beijo na bochecha dele que corou levemente, caminhei até a parte de fora do hotel passando por todos os fãs que estavam ali, me sentei no chão um pouco mais para trás da multidão e peguei meu celular.
  “Bom dia !
  O programa foi bem divertido, todos nós demos risada de algumas coisas, vai ao ar hoje a noite se quiser assistir.
  Te vejo amanhã em Curitiba?”
  “Com certeza estarei lá Matt!
  Que bom que se divertiram!”
  Sorri encarando o celular, olhei para a multidão e notei uma movimentação em direção a entrada do hotel, me levantei para olhar e notei que eles haviam saído para falar com os fãs, respirei fundo e fui encontrar as meninas que estavam lá dentro.
  - Bom, vamos com eles ou vamos antes? – A falou encarando as pessoas.
  - Por mim vamos antes. – Falei enquanto guardava o celular.
  - , vi você falando com o Pierre.
  - Ah , tava dando conselhos pra ele.
  - Sobre?
  - A Lachelle, afinal ela também está saindo com outra pessoa, não é justo ela ficar dando piti com ele.
  - Oremos para ele ter te ouvido. – Ela deu risada. – Bom, então vamos antes deles?
  - Para a fila? – A perguntou parando ao nosso lado. – Bora.
  Pegamos nossas coisas e fomos até a casa de shows de uber, aparentemente uma estava jurando que a outra havia avisado os meninos, no fim nenhuma de nós havia falado nada, deixamos na mão da avisar o Chuck, afinal ele seria o único que iria ver a mensagem rápido. Assim que viramos a esquina da casa de shows já podíamos ver a fila imensa que estava, olhamos meio assustadas uma para a outra afinal, não esperávamos tanta gente assim nessa cidade.
  - Vocês tem certeza que querem ficar aqui do lado de fora?
  - Ih ficou com medo de fãs agora ? – Falei rindo.
  - É sério, vamos ser linchadas, já pensaram nisso?
  - Que nada mana, relaxa. – A falou vendo a Dan e um grupo de amigas delas. – Vem, vamos ficar com elas que ficaremos seguras.
  - Fechado. – Paramos do lado da .
  - Gente, essas são a , e .
  - Oi gente. – Falamos em coro.
  - Vocês tem um rosto familiar. – Uma das garotas que estava mais distante falou e caminhou em nossa direção.
  - Bom, eu to sempre postando foto com elas. – A deu de ombros. – Pode ser por isso.
  - Olha, bem provável que seja por isso.
  Nos sentamos no chão junto com elas e ficamos conversando horas até darem sinal de que iria abrir os portões, Danny veio distribuir as pulseiras e logo passou por nós quatro meio abatido só colocando a pulseira, para ser bem sincera naquele momento era tudo que eu precisava, a sensação de ser somente mais uma fã, nós entramos no pré show do sp crew e foi maravilhosa a sensação, curtimos o show, tiramos fotos com eles e de lá eu e a fomos para o camarim beber algo, peguei um refri assim que passei pela porta do camarim e me joguei no sofá, fiquei prestando atenção nas conversas alheias, coisa que claramente não devia ter feito.
  - Não , não dá para falar para ela essas coisas.
  - Ah é? Por que não Pierre?
  - Poxa, eu não me meti quando era em relação ao David, o quanto seria injusto falar algo sobre o Jeff? Não que eu não queira avisar ela que ele é o mais galinha de todos nós, e que literalmente estaria com uma por noite se possível.
  - Hm. – Ela olhou para mim e sorriu de canto notando que eu estava prestando atenção. – Então ele é a mesma coisa que o David?
  - Aham, só não dá para eu contar diretamente, entende?
  - Faz sentido.
  Cruzei meus braços e inconscientemente fuzilei o Stinco com o olhar,  quem reparou foi o David que logo se sentou ao meu lado e me encarou com uma sobrancelha arqueada, olhei para ele e rolei os olhos.
  - Você claramente sabia.
  - Do que? Estava ouvindo conversa alheia né dona ?
  - Que nada. – Dei risada.
  - Te conheço.
  - Você que é dona fifi, não eu.
  Nós gargalhamos e ficamos conversando sobre o pré show e sobre como seriam as coisas em Curitiba, era nítido que ele estava empolgado para o show do Avenged, inclusive aquilo me surpreendeu, eu realmente não esperava ele a fim de ir em um show de uma banda tão diferente da dele.
  Eu e a voltamos para a plateia assim que o Danny veio avisar sobre estarem abrindo os portões para o post game, encontramos a e as amigas dela já na grade, o show foi incrível e pela primeira vez em algum tempo não aconteceu nenhuma surpresa vindo do David ou do Jeff, o show simplesmente rolou como tinha que rolar, sem surpresas nem nada e sinceramente foi incrível.
  No post game eu e as meninas ficamos mais para o canto deixando os fãs irem falar com eles, vimos vários rostos conhecidos de outros shows, eu peguei um pedaço de pizza e fui até um canto e me apoiei em uma parede e fiquei saboreando a pizza de atum com catupiry, assim que terminei fui tirar fotos com eles, afinal se eu estava no post game era necessário tirar fotos mesmo estando com eles todos os dias.
  Quando começaram a organizar a fila da saída logo depois da foto em grupo eu e as meninas ficamos bem para trás na fila, foi quando eu notei o Jeff conversando com uma garota, automaticamente eu cruzei os braços e bufei, nesse momento senti meu celular vibrar.
  “Hey! Chegamos em Curitiba, quando chegarem aqui me avisa, se quiserem podemos todos sairmos juntos para beber”
  “Hey Matt!
  Ainda estamos aqui em Ribeirão Preto, pelo jeito vamos amanhã cedo para Curitiba.
  Assim que chegarmos te aviso”
  “Ok! See you!”
  Sorri de canto com as mensagens e guardei o celular em seguida, a fila começou a ir mais rápido e logo chegou nossa vez, pedi a pose de subir nas costas do Pierre, assim que subi o Chris tirou a foto, abracei um por um agradecendo a foto, realmente agindo como uma fã comum e não como se estivesse com eles todos os dias, fui para o canto e esperei as meninas, enquanto isso fiquei editando as fotos para postar no instagram.
  - Quem te mandou mensagem para você ficar com aquele sorriso bobo?
  - Ah , o Matt claro.
  - Hm... – Ela deu risada. – Ele tá super a fim de você.
  - Para de brisar.
  - É sério, lembro dele ter falado que queria ficar com você e que era uma pena você não estar lá no bar.
  - Bom, se ele realmente quiser em Curitiba vai ter a oportunidade.
  - Certissima, mas e essa noite, vai passar onde?
  - No quarto do Jeff, ele quer jogar então vamos jogar.
  - Você não presta .
  - Só eu né?
  Demos risada e caminhamos junto com os meninos até as vans que iriam nos levar ao hotel, me sentei entre o David e o Jeff e fiquei editando fotos o caminho todo até o hotel, quando estacionamos todos estavam empolgados para ir ao bar beber algo mas o Chuck sendo a voz da sabedoria do rolê nos lembrou que iriamos embarcar no dia seguinte super cedo para Curitiba e que provavelmente aquilo não era uma boa idéia.
  Fui para o quarto, tomei um banho e me joguei na cama, assim que coloquei meu celular na mesa de cabeceira ouvi ele vibrar.
  “Hey , separei o ingresso de vocês, quando chegarem não esquece de me avisar.”
  “Oi Matt!
  Fica tranquilo que assim que desembarcarmos eu te aviso!”
  “Até amanhã.”
  “Até!”
  Deixei o celular apoiado na mesa de cabeceira e me ajeitei para dormir, logo ouvi o Jeff entrando no quarto e indo para o banheiro, rolei na cama pensando no que havia ouvido o Bouvier falar e sinceramente aquilo estava consumindo a minha mente, acabei adormecendo antes dele sair do banheiro. Acordei na manhã seguinte com ele abraçado em mim dormindo tranquilamente.
  - Jeff desliga seu despertador. – Murmurei enquanto empurrava ele.
  - Hm? – Ele rolou e desligou o alarme. – Bom dia.
  - Bom dia. – Falei enquanto bocejava. – Partiu Curitiba?
  - Sim! – Ele sorriu. – Parece que tem alguém animada para chegar em Curitiba, só por que vai encontrar o Matt é?
  - Achei que você não fosse tão podre assim Jeff. – Dei risada. – Tô empolgada por ir no primeiro show do Avenged na vida, só isso.
  - Vai querer ficar na plateia né?
  - Obvio que sim!
  Eu sorri enquanto ajeitava a minha mala, finalmente iria realizar o sonho de ir em um show do Avenged, antes tarde do que nunca não é mesmo? Terminei de ajeitar tudo e fui ao banheiro escovar os dentes, quando saí encontrei o David sentado na cama, eu bufei e me sentei ao lado dele.
  - Que foi?
  - Nada, por que?
  - Tá com cara de cu além do normal.
  - Preocupado , só isso.
  - Com o que?
  - Como com o que ? Preocupado com o que rolou entre nós caralho!
  - Meu deus, nem parece o mesmo David que estava me prometendo que não iria sair do meu lado. – Passei a mão pelos meus cabelos ajeitando eles em um coque. – Olha, tomei pílula do dia seguinte, chá de quebra pedra e estamos com o teste para fazer juntos em Curitiba, certo?
  - Não parece estar preocupada.
  - Por que não estou, prometi para mim mesma que iria curtir o role e depois pensar nisso.
  Ele bufou e saiu do quarto, eu Revirei os olhos com a atitude besta dele, peguei minha mala e fui até a recepção do hotel, naquela manhã realmente parecia que todos estavam mais preocupados que eu com o assunto da gravidez, que patada ser bem sincera eu estava preocupada mas não tanto, afinal al se estivesse grávida iria ter o bebê e já havia dito isso a todos.
  Fomos para o aeroporto em completo silêncio dentro da van, quando fomos para a sala de embarque depois de despachamos a mala me sentei em uma das cadeiras e ali decidi que realmente iria focar na turnê, em curtir cada momento com eles, eu estava sentindo que daquela turnê em diante tudo iria mudar, embarcamos no avião e fizemos uma viagem curta e tranquila, logo que desembarcamos mandei mensagem para o Matt.
  “Hey, chegamos em Curitiba, te vejo hoje a noite!”
  “Mal posso esperar!”

21 – Curitiba

  Sai da sala de desembarque me esquivando das fãs junto com as meninas, esperamos por eles ao lado da van que estava no estacionamento ao lado do aeroporto, quando chegaram entramos na van ainda naquele silêncio horrível e fomos até o hotel, aparentemente o mesmo hotel onde Avenged estava hospedado.
  - Vamos ficar no mesmo hotel deles?
  - Sim, vamos. – David respondeu seco.
  - Hm, sei não se é uma boa idéia. – Comentei observando alguns fãs de Avenged olhando feio para umas pessoas com a camiseta do Simple.
  - Ué, logo você falando isso? Achei que iria querer aproveitar os três dias aqui junto com o Matt. – Jeff comentou sem desviar o olhar do celular.
  - Meu deus como vocês dois são. – Bufei e cruzei os braços. – Estava falando em relação a segurança dos fãs, só isso.
  Os dois ficaram em silêncio e começaram a observar os fãs também, revirei os olhos notando que até então eles não tinham olhado para fora, quando a van parou no estacionamento eu logo desci e peguei minha mala, fui até a recepção onde ironicamente encontrei os caras do Avenged se preparando para encontrar aos fãs.
  - Hey Matt. – Falei passando por ele em direção a recepcionista.
  - ! Finalmente chegaram! – Ele me parou e me abraçou.
  - Sim! – Senti meu rosto queimar com o abraço.
  - E ai como você está? – Ele me olhou e sorriu, senti meu inglês voando para longe com aquele sorriso, dei graças a deus que o Jeff chegou.
  - Oi Matt.
  - Jeff. – Ele o cumprimentou com um abraço. – Fizeram boa viagem?
  - Sim! Como estão as coisas por aqui?
  - Tranquilas aparentemente, notei que está cheio de fãs de vocês lá fora também.
  - Sim notamos isso, será que vai dar algum problema?
  - Que nada, se der a gente barra quem tá brigando no show, simples assim.
  - Não seria certo fazer isso sem um aviso prévio – A chegou cumprimentando eles.
  - Concordo. – o Brian falou chegando mais perto.
  - Bom, então vamos fazer o anúncio agora lá fora. – O Matt juntou a banda dele e saiu.
  Eu sinceramente estava em uma espécie de transe por causa do abraço que o Matt me deu, sai do transe quando o David pegou minha mala e começou a andar em direção ao quarto, comecei a seguir ele me perguntando se por acaso eu não iria ficar no quarto do Jeff, quando entramos no quarto ele colocou minha mala ao lado da dele e se sentou na cama com um pacote pardo na mão.
  - .
  - David isso não é o que estou imaginando, certo?
  - Então, nós temos que conversar.
  - Mano... – Me sentei ao lado dele. – Que foi?
  - eu sei que você não é uma fã qualquer, mas nós da banda temos que fazer isso quando existe a suspeita, me perdoa, mesmo.
  - Que? Espera, me explica direito David.
  - , é o seguinte, eu não posso ir embora depois do próximo show sem ter a certeza se você está ou não carregando um bebê, entende? – Ele deixou o pacote na cama e passou a mão pelos cabelos. – Não é certo isso por que eu também tenho que me proteger, entende?
  - David eu não sou uma fã aleatória, pelo amor de deus, não vou ter um bebê e falar que é seu depois!
  - Eu sei disso , tenho plena consciência que jamais faria isso, mas você entende o motivo que eu preciso fazer isso? É meio que uma regra de nós cinco.
  - Tá, eu entendo, vocês são famosos deve ter alguém que dá dessas toda hora. – suspirei. – Você falou para eles que tomei tudo o que tomei?
  - Exatamente! – ele parou e me olhou. – Não, eu acho que esqueci de falar.
  - Só que ai eu vou te explicar o porquê estou esperando para fazer esse teste. – Suspirei e encarei minhas mãos. – David, para saber se estou ou não vai levar uma semana desde aquele dia mas você não tem como ficar aqui uma semana, só se passaram dois dias David, entendeu agora por que falei que não quero me preocupar com isso agora?
  - , vai matar fazer o teste de farmácia?
  - Não, não vai, porém vai dar negativo e é possível que seja um falso negativo. – Eu suspirei. – É muito cedo, o certo é esperar uma semana.
  - Como assim?
  - Teria que fazer o exame te sangue, o beta hcg para ter certeza e ainda assim dependendo do tempo pode dar falso negativo.
  - Por que?
  - É mais preciso. – O olhei e passei a mão pelo seu rosto. – Você quer que eu faça o de farmácia eu faço sem problema nenhum.
  - Mesmo?
  - Sim, se isso vai te tranquilizar mesmo que seja um pouco eu faço. – sorri para ele. – lembra que até compramos um?
  Ele sorriu aliviado e me entregou o envelope, me levantei e fui ao banheiro, quando sentei e peguei aquele copinho na mão senti meu corpo inteiro tremendo, eu estava tão nervosa quanto o David para ser bem sincera, mesmo sabendo que se saísse negativo existia a chance de ser um falso negativo sentia cada músculo do meu corpo tenso, coloquei a fitinha o xixi e a apoiei em cima da pia, fiquei esperando o que pareceu ser uma eternidade para sair o tal resultado.
  - DAVID – Berrei do banheiro e em uma fração de segundos ele estava do meu lado.
  - Que foi? – Ele apoiou a mão trêmula no meu ombro.
  - Deu negativo. – Me levantei jogando o restante do xixi do copo na privada e dando descarga. – Fazemos outro mais para frente para termos certeza.
  - Ok. – Ele respondeu aliviado. – Antes de eu voltar para o Canadá fazemos um de sangue, pode ser?
  - Combinado. – Joguei o teste no lixo.
  - Se você for sair com alguém...
  - Claro que vou usar camisinha, não só por isso como também não sei se a pessoa tem IST ou não David, não se esqueça que no nosso caso a camisinha estourou.
  Ele só concordou com a cabeça e eu me joguei na cama para descansar um pouco, afinal estava cedo para me preocupar com o show do Avenged, acabei pegando no sono enquanto olhava vídeos aleatórios no celular, acordei na hora do almoço com o David me chamando.
  Me espreguicei e fui me ajeitar para almoçar, quando levantei senti meu estômago revirar e corri para o banheiro, me ajoelhei na frente da privada e vomitei horrores. Quando finalmente parei de vomitar notei que o David estava apoiado no batente da porta me olhando.
  - Será que foi um falso negativo?
  - Sei lá, só sei que aquele patê de atum de hoje de manhã não caiu bem. – Me levantei e fui escovar os dentes. – Não entra na pira. – Falei colocando a escova de volta no estojo de viagem quando notei que ele ainda estava parado na porta. – Vamos almoçar?
  - Vamos.
  Saímos do quarto e fomos em direção ao restaurante onde já estavam todos sentados em uma mesa, nos sentamos junto com eles ambos em silêncio e pensando sobre eu ter passado mal momentos antes, escolhi um prato simples e leve para comer, assim quem sabe meu estômago aceitava melhor a comida.
  Depois de almoçarmos fomos ao encontro dos caras do Avenged que estavam em um terraço no topo do hotel, nos sentamos com eles em uma mesa e de novo senti o inglês indo embora, fiquei em silencio durante um tempo e presa dentro dos meus pensamentos, quando me dei conta estávamos só eu, a , o Brian e o Matt.
  - ?
  - Hm? Que foi?
  - Se perdeu aí?
  - Aham, como sempre. – dei risada. – Enfim estávamos falando de que mesmo?
  - Sobre os fãs e que já deu confusão.
  - Eu avisei na van isso.
  - Real que você avisou, mas não explicou.
  - E precisa mesmo explicar? – Os três fizeram que sim com a cabeça. – Simple tem fanbase formada por emos antigos, Avenged tem fanbase formada pelo mesmo estilo de fãs que Metallica e afins, claramente não ia dar certo.
  - Ela tem um ponto em que não pensamos.
  - Poucos fãs de um são fãs do outro ué, e os que são preferem a época de city of evil do Avenged, digo os fãs por imagens tá, que em sua maioria não são fãs pela música e sim pelos caras. – Dei de ombros. – Achei que era óbvio ué.
  - Correção Matt, ela tem dois pontos que não pensamos.
  - Mas aí, vão me falar qual foi a treta ou não?
  - Quando saímos para atender aos fãs tava rolando uma discussão sobre o pop punk ou emocore ser rock ou não.
  - Tá e qual a definição de rock dessas pessoas? – Suspirei e ajeitei o cabelo enquanto notei que Simple havia voltado para a mesa junto com as meninas com bebidas e todos me observavam. – Ué que foi?
  - Nada, continua, qual a definição de rock? – O Pierre falou empolgado.
  - Bom, para mim, Villas Boas, Rock atualmente é algo associado à rebeldia e a intensidade das emoções e afins de quando se é jovem, para mim é isso, claro que originalmente não era marcado por isso e sim pelos solos de guitarra e coisas do gênero.
  - Alguém andou estudando sobre.
  - Não ué, é só o que eu acho sobre.
  - Pois é, sua definição está certa.
  - Então, o rock tem muitas divisões gente, subgêneros, tem o punk, o pop punk, o metal, o emo e quinhentos outros, aí entra o que falei de fãs que não entendem isso. – Dei de ombros e notei que estava ligeiramente irritada.
  - Não se estressa, não vale a pena. – O Matt apoiou a mão na minha coxa e eu instantaneamente esqueci o stress.
  - Não é stress, eu fico é brava com gente babaca, a vontade de sentar a porrada sabe?
  - Olha mana eu sei bem como é. – a falou dando um gole na bebida. – Discuti agora pouco com uma fã babaca.
  - Mas já ?
  - Ah faz parte né? – Ela deu risada. – Sempre tem algum surtado, sabemos disso.
  - Olha, real.
  Ficamos conversando ali até perto da hora do show, quando os caras do Avenged começaram a ir aos quartos se arrumar foi quando desci para me trocar também, peguei uma regata que eu tinha com a estampa da caveira da banda, o meu guerreiro short com spikes e meu coturno, coloquei uma jaqueta de couro por cima e enquanto me olhava no espelho tentando identificar se estava bom ou não o David entrou no quarto.
  - Está bonita!
  - Obrigada, acho que vou assim para o show.
  - Bom, vou comprar uma camiseta lá.
  - Hm, será que tem alguma bacana?
  - Segundo eles tem sim.
  - Eles podiam dar uma de presente né? – Dei risada. – Enfim, vou ver se compro uma nova também.
  Ele sorriu e foi se vestir para o show, me sentei na cama esperando ele ficar pronto e minha mente deu uma volta e ficou pensando no tal do “E se você estiver grávida, mesmo tomando aquilo tudo?” balancei a cabeça tentando ignorar o maldito pensamento que insistia em voltar, quando notei que o David estava pronto me levantei e fui em direção a porta.
  - David, nós vamos fazer o teste de sangue agora. – eu parei e o olhei. – Não quero lidar mais com a dúvida.
  - Tem certeza?
  - Absoluta, vou marcar para virem aqui colher o sangue. – falei pegando o celular e agendando para as dez da manhã do dia seguinte. – Agendado.
  - Ok, se você prefere assim.
  Nós descemos em silêncio no elevador até o hall de entrada onde encontramos o restante do Simple Plan e as meninas, fomos juntos até a casa de shows, chegando lá tinha um segurança que parecia bem nervoso atrás de nós.
  - Meu deus onde vocês estavam? O Matt está doido atrás de vocês.
  - Calma, já chegamos, onde ele está? – respondi o moço antes que alguém falasse.
  - Venham, por aqui.
  Ele entrou pela porta lateral da casa de shows e todos seguimos ele, o labirinto por trás do palco era mais confuso que o normal mas logo estávamos dentro do camarim com a banda, quando o Matt nos viu abriu um sorriso enorme e logo fez menção aos sofás para nos sentarmos. Me sentei e fiquei observando o quão diferente era a rotina deles comparado com Simple, mais guitarras, mais detalhes para serem vistos, fiquei curiosa com como seria o palco então me levantei sem aparentemente ninguém reparar, sai da sala e fui em direção ao palco, para minha sorte tinha uma linha verde neon no chão que indicava o caminho.
  Quando cheguei lá fiquei encostada no canto observando os staffs trabalhando, cada um ajeitando sua área do palco, até que notei que um deles não estava encapando os fios da maneira certa, claramente aquilo poderia desencadear um curto, comecei a caminhar em direção ao tal fio que passava bem próximo a plateia quando o segurança que nos encontrou do lado de fora me viu.
  - Moça onde você vai?
  - Olha, aquele fio desse jeito não é uma boa idéia não. – Apontei para o fio desencapado. – Imagino que aqueles fios sirvam para ligar a base da guitarra ou algo assim.
  - Sim, são para isso mesmo. – O staff parou ao meu lado. – Está falando que eu não estou fazendo meu trabalho direito?
  - Não, só estou falando que faltou encapar aquele pedaço onde tem fios que se encostarem um no outro dá curto e pega fogo.
  - Ah é? Onde? – Ele perguntou irônico.
  - Aqui, querido. – Apontei para o fio que já estava grudado no chão porém nitidamente faltando ser encapado. – Da próxima vez vai ser irônico com a sua mãe cacete, eu quero só prezar pela segurança da banda.
  O staff bufou e foi arrumar o fio eu segui o segurança até o camarim de volta, passei pelo Matt e peguei um sanduíche que tinha na mesa, me sentei em uma das cadeiras e fiquei prestando atenção neles se arrumando.
  - Tá brava? – O Jeff perguntou se sentando ao meu lado.
  - Fui até o palco, comentei com um staff que o cabo estava desencapado e podia fechar curto ele achou ruim. – Bufei. – Mas tá tudo bem.
  - Bom, geralmente os staffs não gostam quando alguém fala sobre o trabalho deles, achei que já sabia disso. – Ele comentou e deu um gole no refrigerante.
  - Saber eu sei, porém quis prezar pela segurança da banda, faço isso no show de vocês também.
  - A diferença é que nos nossos shows a crew toda já sabe quem são vocês.
  - Espera, alguém foi grosso com você, é isso mesmo?
  - Sim Matt, o staff que cuida dos fios no palco, falei para ele que um dos cabos estava desencapado.
  - Ah, vou falar para o empresário ver isso, desculpa ele ter sido grosso.
  - Imagina, que nem eu falei, acontece, vai ver ele não está tendo um bom dia. – Dei de ombros. – Deixa pra lá, se for falar algo só fala para ele prestar mais atenção nos fios, aquilo podia fechar curto e a casa de shows pegar fogo.
  O Matt avisou o empresário que saiu rapidamente do camarim, eu me ajeitei no sofá e voltei a observar a todos, cerca de meia hora depois eles estavam entrando no palco, eu e as meninas fizemos questão de ficar na platéia para assistir melhor e poder curtir tudo que tinha direito. Eles tocaram as melhores músicas deles, quando começaram a tocar nightmare eu, a e a surtamos e cantamos junto, curtimos cada momento do show que foi mais incrível que o esperado, quando começaram a tocar Scream eu senti minha respiração falhar, o Matt desceu no vão entre a platéia e o palco e veio em nossa direção, aquela cena com certeza não iria sair da minha cabeça nunca mais.
  Depois do show nós voltamos ao camarim onde encontramos os caras do Simple e a sentados conversando, eu, a e a completamente sem voz já, peguei uma coca cola e me sentei mais distante tentando curtir a ressaca pós show, quando Avenged voltou ao camarim todos aplaudiram por causa do show incrível que eles fizeram, nós curtimos um pouco com eles ali e logo todos voltamos ao hotel.
  Chegando no hotel eu desci e fui para a área da piscina, me sentei em uma espreguiçadeira e fiquei curtindo cada memória do show, afinal no dia seguinte teria o show do Simple, o que me lembrava que a turnê estava acabando, senti borboletas no meu estômago e uma tristeza enorme só de pensar que iria ficar longe deles de novo e eu não fazia idéia de quanto tempo iria demorar, da última demorou dois anos para poder rever eles, vai saber se eles não vão demorar quatro anos para lançar CD, já aconteceu deles demorarem seis anos entre um CD e outro.
  - ? – O Matt estava sentado na espreguiçadeira ao meu lado.
  - Oi?
  - Não ouviu eu falando com você?
  - Para ser sincera não.
  - Bem que o Jeff falou que você tem ressaca de show.
  - Tenho. – Suspirei e olhei para ele. – O que estava falando?
  - Perguntei se gostou do show. – Ele sorriu, o que me fez desviar o olhar e ter que controlar a vontade de pular em cima dele.
  - Eu amei o show, Matt, foi incrível. – Falei sentindo minha voz falhar de novo. – Fiquei até sem voz.
  - Cantou muito?
  - Não, eu berrei muito mesmo. – Ele deu uma gargalhada gostosa de ouvir. – Ah cara, vocês tocaram nightmare, almost easy, god damn, scream, entre outras que eu não consigo não cantar.
  - Sabe, é gostoso ver a reação de uma fã depois de um show. – Ele se ajeitou e olhou para o céu. – Não temos muito contato com os fãs depois do show, to considerando a idéia de fazer um meet pós show que nem o Simple faz.
  - Olha, falando como fã eu recomendo, a experiência de ver os ídolos depois do show é incrível, a gente pensa em milhares de coisas para falar para vocês, desde o quanto ajudaram a gente com as músicas até parabenizar pelo show. – Sorri e olhei para ele que estava me olhando. – Mas chega na hora dá branco e não lembramos nem mesmo nossos nomes.
  - É sério? – Ele deu risada.
  - Claro! Pensa que na primeira vez que vi Simple ao vivo e a cores na minha frente eu esqueci como falava português, inglês, esqueci o nome deles e até mesmo quem eu era, tudo que eu queria era abraçar eles e tirar foto. – Dei risada lembrando da situação. – Foi bem enrgaçado.
  - Olha pelo que você, a , a e a comentam eu vou falar com os caras para fazermos esse meet.
  - Vocês já tem o fã clube, né? – Ele concordou com a cabeça. – Então aproveita ele, faz um meet pós show só com o fã clube, abre as vendas só para eles.
  - Boa idéia! – Ele sorriu e ficou em silêncio.
  Minha mente deu voltas depois da conversa, quem diria eu conversando com um de meus ídolos e ainda dando idéias de o que fazer nos próximos shows, realmente as coisas mudam não é mesmo? Logo em seguida meus pensamentos foram invadidos pela história da gravidez novamente, por tudo que estava acontecendo em relação ao David e ao Jeff, eu bufei e cruzei os braços deixando os pensamentos rolarem, para ser sincera eu não tinha o que fazer, só esperar o dia seguinte para fazer o teste e então ver no que ia dar, afinal a merda já tinha sido feita.
  - , se precisar conversar...
  - Ah Matt a coisa é mais complicada que parece. – Bufei e olhei para ele. – Sabe, eu e o David temos um histórico super conturbado, não dá pra falar que eu e o Jeff não temos mas é menos, acontece que recentemente a camisinha estourou comigo e com o David e bom, por mais que eu tome anticoncepcional, tenha tomado a pílula e um chá, existe a neurose né.
  - Ah então é por isso que tá esse clima estranho entre vocês?
  - Sim, também tem o fato que ele falou que não me abandonaria.
  - E você acha que ele abandonaria?
  - Sim, sem dúvidas, ele iria era tomar um chá de sumiço e desaparecer do mundo, ele fez isso da primeira vez que nós transamos, simplesmente sumiu, não mandou mensagem, não porra nenhuma, por que agora seria diferente?
  - Você tem um ponto importante, se ele não se importou anteriormente com você por que se importaria agora, não é mesmo?
  - É EXATAMENTE ISSO! Meu deus alguém entende! – me ajeitei e o olhei.
  - Claro que entendo! – ele se ajeitou de frente para mim. – Sabe, a primeira gravidez da Valary não foi planejada, foi bem complicada inclusive, eu estava no meio de uma turnê e não dava para parar a turnê e acompanhar ela de perto, ainda bem que ela tinha a Michelle por perto que conseguiu dar todo o suporte necessário, um dos motivos do nosso término foi isso, nas duas vezes que ela ficou grávida eu não pude acompanhar ela, me sinto bem mal com isso mas na época não tinha o que eu fazer. – Ele suspirou. – Sabe, me arrependo de não ter acompanhado mas hoje em dia entendo que não deveria ter sido assim.
  - Obrigada por compartilhar isso comigo Matt. – Eu sorri.
  - Mas olha, se der positivo fala com ele na mesma hora.
  - Sem dúvidas Matt.
  Ele se levantou sorrindo e foi em direção ao restaurante, fiquei sentada ali por mais uns cinco minutos até que vi o Matt conversando com o David, me levantei e fui em silêncio até próximo deles, parei apoiada na bancada do bar da piscina, dali eu conseguia ouvir tudo o que eles estavam falando.
  - Não David, eu tenho certeza, o que eu estou te pedindo é só para cuidar dela, não seja o babaca que foi há um tempo atrás, entendeu?
  - Caralho Matt até você sabe disso?
  - Ela acabou de me contar o resumo do que aconteceu.
  - e sua mania de espalhar isso por aí.
  - Ela contou por que se sentiu confortável, apenas isso, agora é sério, cuida dela ou eu vou cuidar.
  - Ah pronto, mais um que tá me falando isso, é o que? Quer pegar ela? Vá em frente.
  - Caralho mano, como você é infantil, e olha que sou mais novo. – ele bufou. – Não é isso, não tem nada haver com querer ficar com ela ou algo assim, eu só to falando que uma mulher grávida merece a atenção do pai do bebê, entendeu?
  - O que tá acontecendo? – o Jeff chegou e eu escondi mais o rosto.
  - Aconteceu que o Sr. Sanders aqui tá jurando de pés juntos que a tá gravida.
  - Bom, se estiver o problema é dela e seu David.
  - Meu deus, eu to falando para ele cuidar da , não fazer a cagada que eu fiz com a Valary ou que o Pierre fez com a Lachelle, está dificil dele entender isso.
  - Ah, você diz não ficar distante?
  - Sim, não sumir do mundo.
  - Você realmente não conhece a né?
  - Meu deus vai colocar a culpa na garota agora?
  - To falando que existe a chance dela não contar.
  - Ela falou que vai contar e que espera compreensão dele. – Ele cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha. – Ela só espera que ele não suma do mundo de novo.
  - Aparentemente já está sabendo das brigas.
  - Sim, estou, mas olha eu não vou me estressar com isso não, só queria deixar bem claro desde já que se por acaso vocês não derem atenção a ela quando ela falar para vocês que está grávida eu vou estar aqui para ela, entenderam?
  - Mais um com essa história. – o Jeff riu balançando a cabeça. – Olha amigo, eu já estive na sua situação, só não envolvia um bebê no meio...
  - Meu deus como vocês são egoístas. – o Matt apertou levemente as têmporas. – Eu estou falando sobre a porra da gravidez, não sobre o que vocês tiveram ou deixaram de ter com ela caralho, to falando de uma fucking vida que ela está possívelmente gerando que não merece crescer sem o mínimo de apoio do pai, caralho.
  - Bom, nesse caso eu não opino, não é filho meu. – Jeff deu de ombros. – A única coisa que falo sobre é que sim, o David tem que dar apoio.
  - Finalmente você entendeu Stinco! Caralho eu não tava falando sobre querer ficar com a , sobre porra nenhuma desse gênero, vocês definitivamente tem que trabalhar a mente de vocês em relação ao que aconteceu. – O Matt bufou e saiu andando.
  Continuei sentada durante um tempo ali no mesmo lugar até que recebi uma mensagem da me falando para encontrar com ela dentro do restaurante, me levantei e fui tranquilamente até o restaurante onde a encontrei sentada em uma mesa mais distante próxima as janelas que davam para um jardim de inverno.
  - Que foi? – Me sentei na frente dela.
  - , que auê é esse que tá rolando com o Matt, David e Jeff?
  - Auê?
  - É, o Brian veio me perguntar se eu sabia o que aconteceu, porque o Matt passou por ele super bravo.
  - Bom, eu expliquei pro Matt metade da treta toda sabe?
  - Aham.
  - Então, ai chegamos na desconfiança da gravidez, ele me deu uns bons conselhos e foi falar com o David, enquanto ele falava com o David o Jeff chegou e rolou uma pequena discussão. – Expliquei para ela em detalhes tudo o que eu havia acabado de ouvir. – Entende?
  - Olha, faz sentido, só não entendi uma coisa, se o Matt aparentemente não tem interesse romântico em você, por que ele ficou tão bravo?
  - Por que não acha justo mulheres passarem pelo que a Valary e a Lachelle passaram na gravidez.
  - Fez sentido. – Ela sorriu e olhou para trás. – Brian tá vindo aí com o Matt.
  - Thanks por avisar.
  Eles se sentaram com a gente e pediram algo para comer, eu fiquei em silêncio pensando na conversa do Matt com o David e o Jeff, também fiquei com a frase do Matt que ele estaria lá para mim caso eu precisasse na cabeça, meu instinto dizia que vindo dele aquilo era a pura realidade mas ao mesmo tempo minha mente dizia que eu queria acreditar naquilo somente por ser fã.
  Depois de comermos eu voltei para o quarto, eu estava extremante cansada e no dia seguinte teria o show do Simple, dei boa noite a todos e voltei calmamente ao quarto, olhei pela janela enquanto esperava o elevador e notei que ainda haviam fãs lá na frente, das duas bandas, mesmo sendo duas e meia da manhã, eu sorri pensando no quão fã aquelas pessoas eram e entrei no elevador já apertando o quinto andar, apoiei na parede e suspirei a fim de relaxar um pouco meus músculos que estavam ficando já doloridos, a famosa ressaca pós show né.
  Quando o elevador parou eu caminhei até o quarto, entrei e fui direto ao banheiro tomar uma ducha, logo em seguida me joguei na cama onde o David já estava deitado e adormeci até o dia seguinte. Acordei eram dez da manhã com o David acariciando meu rosto e me chamando para acordar.
  - Good morning sunshine. – Ele falou sorrindo.
  - Bom dia baby. – Respondi enquanto me espreguiçava. – Hoje é o show né?
  - Sim, o Pierre pediu pra avisar que vamos para a casa de show meio dia caso vocês queiram carona.
  - Vou ver com as meninas, mas antes, logo logo devem chegar para fazer o teste de sangue, vou fazer mais um de farmácia também. – eu o olhei. – David, desculpa o caos ontem com o Matt.
  - Então voce ouviu?
  - Sim. – peguei meu celular e mandei mensagem para as meninas
  “Booom diaaaa!
  Boom dia!
  Que horas vamos para lá?
  Bom, por mim vamos junto com eles, que acha e ?
  Fechou!
  Por mim fechou, já vi que tem gente na fila, é bom que curtimos na fila também.
  Então vou levantar e me arrumar para ir, encontro vocês lá em baixo
  Até daqui a pouco!”
  - Vamos com vocês. – Falei rolando na cama e abraçando ele.
  - Você tá bem?
  - Sim, só tive um sonho ruim. – Falei enfiando o rosto no peitoral dele.
  - Bom você reclamou bastante durante a noite.
  - Sério?
  - Sim, fiquei preocupado.
  - Desculpa, atrapalhei seu sono.
  - Que nada! – Ele deu um beijo na minha testa. – Vamos nos arrumar que daqui a pouco saimos.
  - Okay.
  Me espreguiçei na cama e ouvi o telefone tocar informando que o carro que eu havia solicitado estava na garagem, eu avisei ao David e fomos juntos, até tinha pensado no caso de virem colher o sangue e depois mandar o resultado mas desisti, afinal assim sairia muito mais rápido, chegamos na clínica e logo fomos atendidos, expliquei a situação toda para a médica que então disse que a probabilidade de ter um bebê dadas as circunstâncias eram mínimas.
  Ela tirou meu sangue e levou para ser feito o exame, coisa de vinte minutos depois o resultado estava nas nossas mãos, a tensão tomou conta de mim e do David, assim que abri o exame eu o olhei, nós respiramos fundo juntos e puxamos o papel com o resultado
  - Negativo... – falei aliviada. – Viu, está tudo bem.
  - Nossa... – ele sorriu. – Não sei se fico feliz ou triste. – ele deu risada.
  - Para ser sincera, estou feliz David. – sorri para ele. - Você será um ótimo pai, mas no momento certo, espera ficou chateado?
  - Um pouco, o que o Matt falou ontem me fez parar para pensar sabe?
  - Sei, David, não é que eu jamais teria um filho seu, só não é o momento.
  Voltamos para o hotel e subimos em silêncio, entrei no quarto, peguei a roupa que iria usar no show e me vesti, antes que ele pudesse falar alguma coisa eu desci para encontrar a todos na recepção do hotel, assim que cheguei o Matt estava falando com o Pierre, parei junto com as meninas que é nitidamente prestando atenção na conversa.
  - É sério Pierre, alguém tem que fazer isso entrar na cabeça dele.
  - Matt ele não é pai, ele não vai entender.
  - Sobre o David? – Perguntei em um sussurro para a que fez que sim com a cabeça. - Ele não é pai e não vai ser agora que vai se tornar. – falei meio alto chamando atenção dos dois. – fizemos o teste de sangue, está aqui o resultado bem claro, negativo.
  - ...
  - Não, eu cansei, cansei de vocês querendo resolver e decidir por mim, todo mundo aqui é adulto. – suspirei. – Fomos até a clinica agora de manhã e tiramos a dúvida, pronto, não estou grávida. – pude ver o Pierre e o Matt sorrindo.
  Notei que todos da banda já estavam ali prestando atenção no que eu havia falado e caminhei em direção a saída onde estava a van nos esperando, confirmei com o motorista se era ali mesmo e entrei pegando o assento do passageiro na frente, ao lado do motorista.
  - você vai na frente? – O Chris apoiou na janela.
  - Sim.
  - Então tá. – ele deu de ombros. – Tem certeza?
  - Absoluta Chris, deixa eles discutindo sobre o que quiserem, não to mais com paciência pra essas coisas não, já tirei a dúvida e pronto.
  - Okay, você pode ir atrás nessa van, afinal é a van dos staffs.
  - Ah é?
  - Sim.
  - Ótimo. – desci da parte da frente e logo me enfiei em um banco vago ao lado da staff de cabelos rosa. – Prazer, acho que não te conheço.
  - Sou a fotógrafa que eles contrataram para o show daqui e de Uberlândia. – ela falou empolgada. - Prazer, Ana.
  - Sou a , mas pode chamar de .
  - Ouvi falar bastante de você.
  - Espero que bem. – dei risada. – Mas tudo depende de onde você ouviu falar de mim.
  - Na fanbase... – ela falou sem graça. – Sou fã da banda.
  - Ah... – olhei para o Chris que deu uma risada sarcástica.
  - Vocês duas vão se dar bem, vai por mim.
  - Espero que sim.
  - Olha, eu acho que você ter saído com o David e com o Jeff foi pouco para ser bem sincera, eu no seu lugar teria pego todos.
  - Agora entendi o que você falou Chris. – sorri para a Ana. – Miga o problema é que minhas amigas estão pegando o restante da banda, entende?
  - Sei com é, mas fala que não tem vontade.
  - Estaria mentindo se dissese isso. – nós duas demos risada.
  - Bom, chegamos na casa de shows. – Chris falou descendo da van.
  - Caraca mas já?
  - Sim, é realmente muito perto.
  - Se eu soubesse tinha vindo a pé, assim pelo menos desestressava – falei em tom mais alto do que deveria.
  - Miga mas tá tudo bem?
  - Não, mas isso é assunto pra outro momento. – olhei para ela. – Sabe eu acho que te conheço de outros shows...
  - Então provavelmente sim, sou amiga da . – ela sorriu quando viu a descendo da van que parou atrás. – !!
  - Ana! Quanto tempo! Não sabia que estava no Brasil!
  - Sim mana! Voltei mês passado do intercâmbio.
  - , , , essa é a Ana, uma das amigas que a bandinha me trouxe,
  - Oi meninas.
  - Oi Ana. – nós sorrimos todas ao mesmo tempo.
  - por que foi na outra van? – a parou na minha frente antes que eu pudesse andar.
  - Ah , eu to exausta dessa coisa sobre a gravidez, uma hora é o David e os caras do Simple insistindo que estou grávida, ai tem o Matt também que tem falado com eles sobre, sabe isso cansa, eu dei piti, fui fazer o teste deu negativo e pronto, assim quem sabe eles desencandam entende?
  - Claro que entendo mana. – Ela me abraçou. – Sabe que estou do seu lado não importa o que aconteça né?
  - Eu sei, você sempre esteve e sempre estará ao meu lado. – Abracei ela mais forte. – Obrigada por tudo isso inclusive.
  - Pelo que doida? – Ela deu risada. – Sou sua irmã cacete, claro que vou te apoiar.
  -Não criatura, obrigada por nos primeiros shows você fazer por onde para estarmos aqui hoje. – Dei risada. – O resto é sua obrigação como irmã mais nova.  - Ela gargalhou e me deu um beijo na testa.
  - Vem, bora para a fila.
  - Bora.
  Eu e a fomos para a fila e notamos que as meninas logo acompanharam a gente, a Ana também veio junto conversando com a sobre o tal intercâmbio dela para estudar fotografia, pegamos nossos lugares na fila e eu me sentei no chão, em questão de meia hora sentada minha mente girou e lembrou que estava na semana de menstruar, nitidamente em desespero eu peguei meu celular e fui conferir o calendário que tinha tudo marcado, vi que iria menstruar naquela noite, encarei o celular mais um tempo pensando que não estava preparada e precisava comprar absorvente.
  - ? – A me chamou.
  - ...
  - Que houve?
  - Eu preciso comprar absorvente.
  - Calma, para quando?
  - Para hoje, pelo menos é o que o calendário diz.
  - Não entra em surto, calma, vai dar tempo.
  Eu suspirei tentando manter minha sanidade mental que naquela altura do campeonato já estava bem compremetida, o Danny saiu ajudando na minha distração, ele colocou as pulseiras nos braços das pessoas e voltou para dentro levando a Ana junto com ele.
  Me levantei para acompanhar a fila, entrei meio no automático dentro da casa de shows e quando me dei por mim já estava começando o show, o Pierre entrou já cantando Boom e agitando toda a platéia, era até difícil de ouvir a voz dele com o coro que ecoava na casa de shows, mais ou menos no meio do show eles começaram a tocar Promise, o David desceu no vão entre a platéia e o palco, parou na minha frente e cantou sem o microfone.
  - Break down i can't take this, I need somewhere to go, I need you, I'm so restless, I don't know what to do, we've had a rough time from fighting all night. – Ele saiu andando até o outro lado do palco e voltou no segundo refrão, parou na minha frente e estendeu a mão. - I promise, I won't let you down if you take my hand tonight, I promise we'll be just fine, this time if you take my hand tonight.
  Eu sorri e apoiei minha mão na dele que corou no mesmo instante, ele deu um beijo na minha mão e voltou ao palco, senti os olhares das meninas em mim mas continuei olhando para o palco. Durante o tempo em que eles passaram fora do palco notei a silhueta do Matt atrás da bateria apoiado em uma das caixas observando a platéia, sorri quando notei que ele realmente estava ali, eu não tinha certeza se ele havia vindo, afinal eu vim na van dos staffs. O Chuck entrou no palco com a bandeira do Brasil fazendo a platéia surtar, afinal aquilo era sinal de que o show estava acabando, o restante do show foi incrível, eles finalizaram com Perfect, Perfetcly Perfect e Untitled músicas que me fizeram surtar mais do que nunca, até palehta do Pierre eu ganhei em Perfect por estar chorando mais do que metade da platéia aparentemente.
  Quando o show acabou e as luzes se ascenderam novamente eu sai do transe que estava, ouvi duas garotas falando sobre a tal silhueta que apareceu atrás da bateria no momento da pausa do show, eu sorri quando ouvi elas chegando a conclusão de que deveria ser segurança particular dos caras do Simple.
  - Que foi ?
  - Nada não , só tava ouvindo conversa alheia.
  - Hm...
  - Aquelas duas ali. – Olhei para as duas e rapidamente voltei a olhar para a . – Elas estavam brisando sobre a tal silhueta que apareceu no intervalo do show atrás da bateria.
  - Matt?
  - Olha eu imagino que sim pela pose mas vai saber.
  - Sabe que ele tá aqui né?
  - Imaginei, por isso eu acho que era o Matt.
  - , sobre o que você falou com a lá fora antes do show, eu tenho aqui, me lembra de te entregar ok?
  - Obrigada , de verdade, vai me salvar a vida.
  Fomos junto com as meninas até o camarim, chegamos e mal olhamos para os meninos, fui ao banheiro colocar o absorvente porque estava pressentindo que viria uma cachoeira dessa vez, assim que me sentei pude ver a mancha de sangue.
  - CARALHO. – berrei dentro do banheiro.
  - ? – ouvi a voz do David do lado de fora.
  - David, chama as meninas. Agora.
  - Mana, somos nós, abre. – eu abri a porta e as três entraram. – Mano, puta que pariu, tá descendo uma cachoeira.
  - Meu deus . – a olhou para a minha roupa. – Há quanto tempo?
  - O que?
  - Está desse jeito.
  - Senti no meio do show, tanto que coloquei o moletom na cintura.
  - Nós temos que ir para o hospital, tipo agora.
  Ela saiu para o camarim, lá estavam todos reunidos, tanto do Simple quanto do Avenged, pude ouvir ela falando para o Pierre e para o David o que estava acontecendo, eu sinceramente estava morrendo de cólica, mal conseguia me mexer, coloquei o absorvente por desencargo e me vesti, assim que levantei minha vista ficou preta e só ouvi a e a me chamando e escancarando a porta pedindo ajuda, depois disso eu acordei no hospital com o Mat, David, Jeff, Pierre e as meninas ao meu redor
  - Gente, onde eu estou?
  - , você acordou, está no hospital.
  - Mana... – a pegou minha mão com delicadeza.
  - O que aconteceu?
  - Você teve efeito colateral de ter tomado a pílula do dia seguinte enquanto tomava anticoncepcional, acabou que a bomba de hormônios fez isso, mas está tudo bem.
  - Fizeram teste de novo
  - Sim, foi necessário.
  - Ok. – falei plena. – E o resultado?
  - Negativo, como já sabíamos.
  - Cara, que horas são?
  - , passou das onze já, você ficou muito mal, perdeu muito sangue, te colocaram no soro e você não voltava de jeito nenhum.
  - Puta merda...
  - Mas está tudo bem, inclusive a menstruação parou, falaram que a próxima que vier pode ser que venha meio bagunçada.
  - Ta... – olhei ao redor e notei todos ali. – Sério que vieram todos me ver?
  - Claro, você estava sangrando tipo MUITO mana, eles fizeram um pizza rápido e vieram para cá, o Matt quem te trouxe.
  A médica veio, me deu alta e voltamos para o hotel, eu por estar com fome fui direto até o restaurante comer algo, onde encontrei o Pierre que estava nitidamente preocupado comigo, ele me parou no caminho e me abraçou, foi um abraço apertado e forte, o mundo parecia que havia parado de girar e que finalmente tudo iria ficar bem, tudo o que eu precisava era de um abraço daquele, principalmente dele, o vocalista da banda que sou tão fã, eu simplesmente não sabia do quanto estava precisando daquele abraço provavelmente há meses já, eu fiquei completamente perdida naquele abraço, um abraço realmente de segurança e conforto, fiquei sem entender direito o motivo mas peguei um lanche e me sentei em uma mesa mais distante pensando na cagada que eu havi feito e por causa disso parei no hospital. Depois de comer caminhei sem rumo pelo hotel e acabei indo parar no andar onde o Matt estava hospedado, encontrei com ele no corredor e ele me abraçou perguntando se eu estava bem.
  - Obrigada. – murmurei sem me mover.
  - Você parecia realmente estar precisando desse abraço. – ele sorriu - o que faz acordada?
  - Poderia te perguntar o mesmo. – olhei para ele e senti meu rosto queimar. – Mas imagino o motivo.
  - não vou conseguir ir embora.
  - Vai sim Matt, fique tranquilo que está tudo bem, mas se quiser ficar eu também não irei te impedir.
  - Talvez mais uns dois dias. – ele sorriu e soltou o abraço.
  - Obrigada por tudo, principalmente por ter corrido comigo para o hospital.
  - Obrigada você , por deixar eu estar junto com você.
  - De qualquer forma estaria, Matt, Avenged e Simple sempre estão em todas as situações da minha vida.
  Ele sorriu e apoiou a mão sobre a meu ombro, notei a tatuagem da caveira com asas de morcego em homenagem ao Jimmy, eu acariciei a mão dele.
  - O que acha de beber uma cerveja?
  - Olha , foi recomendado repouso absoluto para você.
  - Eu sei, mas eu posso beber enquanto fico meio deitada em alguma cama ou espreguiçadeira.
  - Seu argumento é válido. – ele deu risada. – Quer ir no meu quarto beber então?
  - Claro!
  Fomos para o quarto dele, ele pediu duas long neck de heinekein e uma porção de batatas, eu me ajeitei na cama e senti meu corpo agradecer por aquilo, eu nem sabia exatamente o que tinha se passado no hospital e ninguém melhor que ele para me explicar, afinal foi ele quem me levou até lá. Quando as bebidas chegaram nós nos sentamos meio encostados na cabeceira para poder beber e comer.
  - Matt, me conta, afinal o que rolou no hospital?
  - Ah aquilo que a te contou.
  - Eu vi sua cara, sei que não foi isso.
  - Você tem certeza que quer saber?
  - Claro, é o meu corpo, é importante eu saber o que está acontecendo.
  - , você perdeu o bebê, sim, você estava grávida mas perdeu, não souberam explicar exatamente o motivo, se foi a bomba de hormônios, se foi o fato de você ser prensada na grade no show, simplesmente deram a notícia e foram embora.
  - Mas... Então...
  - Sim, você estava grávida , mas infelizmente perdeu.
  - Quer que eu seja sincera? Não sei se foi infelizmente. – falei pensativa enquanto dava um gole na cerveja. – Creio que ele será um ótimo pai um dia, mas pensando na situação toda, não seria um bom pai de um filho meu, seja lá o motivo agradeço aos céus por não ter seguido em frente.
  - Olha, faz sentido isso tudo.
  - Então... De verdade Matt, obrigada por estar comigo. – apoiei a mão na dele.
  Ele se aproximou lentamente e selou nossos lábios, dando início a um beijo intenso, o qual sinceramente eu estava disposta a me entregar, aos poucos ele foi deixando o beijo se intensificar, minhas mãos percorriam lentamente o corpo dele, a fim de memorizar cada detalhe, notei que ele também estava percorrendo meu corpo com as mãos, foi quando ele interrompeu o beijo.
  - Não acho que seja o momento...
  - Faz sentido. – sorri para ele. – Quem sabe mais pra frente.
  - Sabe , mesmo te conhecendo há pouco tempo, sinto como se a gente se conhecesse há anos, acabei criando um carinho enorme por você.
  Ele sorriu e se sentou na cama, nós ficamos comendo, bebendo e conversando sobre os shows, a carreira dele e sobre meu lado fã, saí do quarto depois de dar boa noite para ele e caminhei tranquilamente de volta para o quarto, no outro oposto do corredor vi o Pierre sentado mexendo no celular.
  - Psiu, o que foi?
  - A sumiu com o Jeff. – ele me respondeu guardando o celular. – Como você está?
  - Que? Estou melhor. – sorri para ele. – Obrigada por perguntar.
  - Sempre vou perguntar, eles sumiram do bar, achei que ela estava aqui no quarto, não está, já bati no quarto do Jeff, nada também.
  - Pierre, será que.
  - Eles tão se pegando? Acho que não... - o não saiu da boca do Pierre como um sussurro, nós vimos o Jeff e a saindo do elevador se agarrando, praticamente arrancando a roupa ali no corredor, foram ainda aos beijos em direção ao quarto do Jeff e entraram batendo a porta. – Porra, ela nunca me falou que ficaria com ele.
  - Você por acaso perguntou Bouvier?
  - Não mas já comentamos sobre quem pegaríamos, ela falou do Seb, não do Jeff.
  - Vai por mim, o Jeff tem lábia e conhecendo minha irmã deve ter simplesmente rolado.
  - Sacanagem cara, ela sabe que ele é um dos meus melhores amigos.
  - Ah e me fala qual dos quatro não é.
  - Olha... – Ele se levantou nitidamente irritado.
  - Ih lá vem o monstro.
  - Ah vai tomar no cú .
  - Vai você, Pierre. – Eu bufei e cruzei os braços encarando ele. – Vai falar o que ia falar ou vai ficar aí emburrado?
  - Você me faz perder a paciência de uma forma surreal . – Ele bufou. – Me tira do sério de verdade.
  - Por isso você se manteve distante de mim esse tempo todo? E o que foi aquele abraço mais cedo?
  - Nitidamente o abraço que você precisava a julgar pela sua reação. – Ele colocou as mãos no bolso e encostou na parede. – E sim foi por isso que te mantive distante.
  - Bouvier, entenda, você é o vocalista da minha banda preferida, literalmente a voz da banda, sabe o quanto significa pra mim ganhar um abraço que eu não pedi? – Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada. – Significa muito Pierre, muito mesmo. Sobre me manter distante de você eu notei isso mas preferi ignorar e não levar para o lado pessoal, afinal todo mundo sabe que suas mudanças de humor são bem estranhas.
  - Legal que você nem reparou que eu te observo as vezes. – Ele encarou o chão. – Sabe, a tem ciúmes de você, ela já notou que eu te olho.
  - Pierre? Como assim mano? Me olha... – Olhei para ele desconfiada. – Da forma que to imaginando?
  - Se for da forma que o Jeff, o David e também o Matt te olham, talvez.
  - Como é? Como nunca notei?
  - A diferença é que você não me olha com esse interesse, pelo jeito para você eu sou como um amigo.
  - Ah me poupe Pierre, na moral, era só o que me faltava o vocalista da banda que sou fã falar que eu nunca tive segundas intenções com ele. – Dei risada apoiando na parede atrás de mim. – Me poupe, se poupe e nos poupe.
  - Então quer dizer que tem segundas intenções? – Ele apoiou uma mão na parede ao lado do meu pescoço e se aproximou.
  - Pierre... – sussurrei sentindo meu rosto queimar pela proximidade. – Essa proximidade é perigosa.
  - Depende, perigosa por que? – ele sussurrou ao pé do meu ouvido e senti um arrepio subir pela minha coluna.
  - Por que vai chegar em um momento que não vou responder pelos meus atos. – apertei levemente a cintura dele.
  - E isso é bom? – ele beijou meu pescoço.
  - Provoca mais que vai descobrir. – puxei ele para mais perto e beijei seu pescoço.
  Notei os pelos do pescoço dele ficaram arrepiados, logo ele selou nossos lábios dando inicio a um beijo intenso, o qual era nítido que os dois estavam segurando a vontade há tempos, minhas mãos percorriam o corpo dele com desejo enquanto as dele faziam o mesmo pelo meu corpo, ele me pegou no colo e me levou até o quarto dele onde gentilmente me deitou na cama, com certa ansiedade pelo que estava por vir nós dois tiramos as roupas um do outro as jogando pelos cantos do quarto, ele depositava beijos pelo meu corpo enquanto suas mãos seguiam firmes em meu quadril, quando eu estava próxima do meu ápice eu inverti a situação, deitei ele na cama e fui beijando cada pedaço de seu corpo exposto.
  - Eu estou perto.
  Ele sussurrou em meio a um gemido, me puxou para um beijo intenso, colocou a camisinha com agilidade e me puxou me deixando de quatro na cama, nós chegamos ao ápice juntos e em seguida eu me deitei na cama ofegante enquanto ele foi até o banheiro. Senti ele voltando para a cama e me abraçando, deu alguns beijos em meu pescoço e se aproximou mais.
  Ali naquele abraço com sensação de segurança e de sonho realizado eu adormeci, acordei na manhã seguinte eram umas oito da manhã, me espreguicei e notei que estava em um quarto diferente, foi quando olhei para o lado e praticamente pulei da cama, peguei minha roupa e me vesti o mais rápido possível, sai de lá e desci direto para o restaurante onde vi todos sentados juntos, peguei no buffet o que eu queria comer e fui para uma mesa mais distante, quando olhei para o Pierre ele estava me olhando, senti meu rosto corar e desviei o olhar.
  Meu deus , você transou com o Pierre, você tem idéia disso!? PUTA QUE PARIU AMADA! TALARICA DA PORRA, ELA É TUA IRMÃ CACETE!
  - ? – A se sentou na minha frente.
  - ...
  - , eu transei com o Jeff noite passada.
  - , eu transei com o Pierre noite passada. – Nós duas falamos praticamente juntas.
  - Sério? – ela perguntou curiosa. – E aí?
  - do céu... – senti meu rosto queimar.
  - Sei bem mana, ô se sei viu. – ela gargalhou. – Sobre o Jeff, como você nunca me contou?
  - Eu contei mana, e sei BEM o como é bom. – dei risada. – Você não ficou brava?
  - Claro que não mana! Sei que ele já foi sei favorito, e outra, querer monopolizar os ídolos é errado heim. – ela sorriu e apoiou a mão sobre a minha. – Você não ficou brava não né?
  - Claro que não! Tava era preocupada de você ficar pistola comigo.
  Nós duas demos risada, para ser sincera eu estava apreensiva sobre o que havia rolado em relação a mas nitidamente ela está de boa, terminamos o café e fomos ajeitar as malas para irmos para Uberlândia, quando cheguei no quarto o David não estava mais lá, provavelmente já estava na recepção com os outros caras, eu ajeitei minha mala e desci para a recepção, depois que demos a saída do hotel e entramos na van eu mandei mensagem para o Matt.
  “Hey, boa viagem hoje.
  Para vocês também!
  Nem te vi agora de manhã, o David falou que você não estava no quarto.
  Bom... Não no dele.
  Jeff?
  Não...
  De quem então?
  Pierre. A história é longa, deixa explicar, a e o Jeff estavam em altas pegações, para ser sincera eu aproveitei a deixa para poder ficar com o Pierre, aparentemente ele também queria, em resumo foi isso.
  Três ? Não eram só dois?
  Eram, falou bem hahahahah
  Você não presta garota hahahahah
  Só eu né Sanders, acha que não sei que tava com uma garota no quarto depois que saí.
  Que? Quem contou?
  A me contou, o Brian contou pra ela.
  Ah sim faz sentido hahahahaha
   See you later!

  See you!”
  Chegamos ao aeroporto e logo embarcamos, foi um voo tranquilo e assim que pousamos notei um clima tenso entre o Jeff, David e Pierre, eu estava torcendo para não ser nada relacionado ao que havia acontecido noite passada, mas no fundo sabia que tinha tudo haver. Entramos na van em completo silêncio e fomos para o hotel.

22 - Uberlândia

  Assim que chegamos no hotel, demos check-in, vi o David pegando minhas malas e rapidamente o segui, quando entramos no quarto ele as colocou no chão e bufou, caminhou lentamente até a cama e se sentou.
  - .
  - David?
  - Você dormiu com Pierre noite passada?
  - Sim. – Me sentei ao lado dele. – Ia te contar hoje mas aparentemente a notícia chegou por outra pessoa.
  - Pelo Jeff.
  - Hm, estou ouvindo, continua.
  - , por que não me falou antes? – Ele suspirou e me olhou meio triste. – O que aconteceu afinal?
  - Olha David, não te falei antes por que não devo satisfações a vocês, a única pessoa com quem conversei foi a mas o que aconteceu foi, subi do restaurante e o Pierre estava no corredor, fui falar com ele, que me contou que a e o Jeff haviam sumido, no meio da nossa conversa os dois apareceram se agarrando no corredor e foram para o quarto. – Suspirei. – Daí pra frente foi onde tudo desandou, a gente ficou e acabou transando, acordei as oito da manhã no quarto dele, para ser sincera achei que tinha sido sonho.
  -Ah então você tinha o sonho de transar com ele?
  - C’mon David, não esquece que sou fã.
  - Verdade, você explicou o que não tinham me explicado. – Ele bufou. – Acontece que fiquei bem bolado de não saber por você.
  - Não era essa minha ideia, desculpa, mas o que te falaram?
  - Só jogaram que você e o Pierre haviam dormido juntos, não explicaram a situação toda.
  - Tá, com a situação explicada, tem sentido para você?
  - Sim.
  - Então tá resolvido?
  - Sim, só uma coisa.
  - O que?
  - Usou camisinha né?
  - Claro que sim, por acaso você já ouviu falar do Pierre saia com fã e transar sem camisinha?
  - Verdade.
  - Bom, vou tomar um banho. – parei na porta do banheiro. – E David, fique tranquilo, que vou repetir pela última vez, eu não estou grávida.
  - Bom, pelo menos não mais né... – ele sussurrou em um tom que ainda era possível ouvir.
  - O que raios você está sabendo?
  - Que você teve um aborto , um aborto do nosso bebê.
  - Ah pronto, agora vai ficar sentido? Nos poupe David.
  Entrei no banheiro e fui direto para o chuveiro, deixei a água forte cair na nuca a fim de afastar as memórias insistentes da noite passada mas foi em vão, quando sai do banho me deparei com o Pierre sentado na cama com uma expressão de preocupado.
  - Que foi? Cadê o David?
  - Saiu e sabe que tô aqui.
  - A questão nem era tanto essa, mas fala, o que houve? – Falei me secando e pegando a roupa, notei que ele ficou corado e desviou o olhar. – Ah nem vem, não tem nada aqui que você não tenha visto noite passada.
  - Eu sei mas... – Ele deu risada. – Enfim, o Jeff tá bravo comigo.
  - Com que direito?
  - É isso que não to entendendo.
  - Bom tem alguém contando história pela metade até onde eu sei. – Falei enquanto dava os famosos pulinhos para a calça terminar de subir. – Mas logo você pensando nisso Pierre?
  - Só por que o Jeff tá bravo.
  - Deixa que falo com ele. – Falei ajeitando a camiseta e abaixando para dar um beijo na bochecha dele, ao mesmo tempo ele virou e acabou saindo um selinho. – Não fode Pierre.
  - Olha, não foi intencional.
  Eu dei risada e sai do quarto já caminhando em direção ao quarto do Jeff, eu sabia qual era por que sempre ficava dois quartos do lado do David, bati na porta e esperei pacientemente até ele vir abrir.
  - Posso entrar?
  - Pode. – Ele deu espaço, eu rapidamente entrei e me sentei no pé da cama. – Jeff você está bravo com o Pierre?
  - Sim.
  - Por qual motivo? Ele é seu amigo e não está entendendo nada.
  - Por que vocês ficaram juntos noite passada.
  - Ah pronto, virou o rei da hipocrisia agora. – Bufei cruzando os braços.
  - ele sabe que gosto de você.
  - É, e você sabe que ele estava saindo com a ué.
  - Não estou dizendo que o que eu fiz foi certo, também não me arrependo, mas ele não precisava revidar.
  - Jeff querido, entenda, simplesmente rolou. – Eu suspirei e expliquei pela milésima vez o que havia rolado e como tinha acontecido. – Entendeu? Viu como não foi nada planejado?
  - Entendi.
  - Ainda tá bravo com ele?
  - Na verdade não, é que a história que chegou em mim não bate.
  - Quem te contou essa história fui eu ou o Pierre?
  - Não.
  - Então desencana.
  Ele bufou e concordou com a cabeça, eu sai do quarto e fui em direção ao restaurante, ironicamente estava morrendo de fome e a cada vez que sentia essas fomes surreais me perguntava se era a ansiedade ou o nervoso, dessa vez eu lembrei que não havia comido nada noite passada, a não ser batata frita, cheguei no buffet já fazendo um belo prato de frutas, me sentei na mesa e fiquei tentando deduzir quem foi que começou com a fofoca, logo as meninas se sentaram comigo.
  - Gente, pergunta importante.
  - Diga.
  - Quem raios contou para o Jeff e para o David que transei com o Pierre?
  - AMADA VOCÊ O QUE? - a quase cuspiu o café.
  - Exatamente o que você ouviu, dormi com o Pierre noite passada.
  - Eu sei quem foi. - a falou bebericando o café.
  - E quem foi?
  - Uma camareira do hotel que aparentemente tirou foto do momento que você estava se agarrando com o Pierre.
  - Oxe como?
  - Provavelmente da mesma forma que você me viu com o Jeff, . – a suspirou.
  - Caralho como vocês não me contam essas coisas? – a falou indignada e nós demos risada. – Então você dormiu com o Jeff, Pierre e viram vocês entrando no quarto, provavelmente ficaram depois disso.
  - Exatamente , não contei nada por que a princípio nem o David e o Jeff sabiam, ia contar para eles antes, mas pelo jeito a camareira foi mais rápida.
  - Cara que ódio disso. – a falou irritada. – Deu um auê desnecessário.
  - Olha deu mesmo, agora o Jeff tava puto com o Pierre sabe deus por que.
  - A toa né, o Pierre não fez nada que ele não tenha feito também. – a falou juntando os talheres no prato.
  - Exatamente.
  - Bom, o show é quando mesmo?
  - Hoje a noite, na arena sabiazinho. – O Chuck falou passando atrás de nós.
  - Thanks Chuck. – Falamos em coro.
  - Bom, vou me arrumar para ir pra fila.
  - Vamos curtir como antigamente?
  - Claro! – falei empolhada. – Estou mesmo precisando disso depois do último show.
  - Fechou, em vinte minutos na recepção então!
  Nós quatro saímos do restaurante e fomos cada uma para um quarto, eu entrei já correndo em direção a mala sem nem reparar em quem estava no quarto, separei a calça jeans xadrez que havia comprado para usar no último show deles, peguei as correntes e o cinto de rebite, praticamente tirei todas as roupas da mala até achar a camiseta que eu havia comprado no primeiro show deles que fui na vida, peguei tudo e só então olhei para a cama onde estavam sentados o Jeff, David e Pierre.
  - Reunião é?
  - Mais ou menos...
  - Bom, vou me arrumar e já saio para não atrapalhar vocês.
  Peguei a roupa e fui em direção ao banheiro, fiz minha maquiagem e vesti toda a roupa que havia separado, sai para olhar no espelho de corpo inteiro que tinha atrás de onde eu havia colocado a mala, analisei cada detalhe e sorri empolgada com o look, peguei minhas meias e meu coturno e me sentei na poltrona para colocar, o silêncio estava ensurdecedor no quarto, olhei para eles que estavam me encarando confusos.
  - Gente vocês não falam não? – Falei começando a passar o cadarço do coturno.
  - Está bonita. – O David falou olhando a roupa.
  - Hm, obrigada. – Terminei de amarrar os dois pés e me levantei. – Vejo vocês no show.
  Sai do quarto tentando entender o que raios eles estavam fazendo, claramente falando sobre eu e as meninas e com medo de que eu ouvisse algo, encontrei as meninas na recepção e elas já haviam pedido um uber, quando chegamos na arena sabiazinho a fila estava razoavelmente grande, encontramos onde seria a fila do post game e ficamos por ali mesmo.
  - Hey acho que conheço vocês. – Uma moça morena parou ao nosso lado.
  - Talvez de outros shows.
  - Possível, prazer sou a Dalila.
  - Prazer!
  - Você está bem caracterizada para o show né. – Ela olhou para mim sorrindo.
  - Ah a inspiração estava grande hoje, afinal não é todo dia que tem show deles aqui no Brasil né. – Dei risada.
  Ficamos conversando com a Dalila e as amigas dela que estavam na nossa frente na fila do post game, eu resolvi ir dar uma volta para ver o tamanho da fila, me levantei e fui caminhando em direção ao final da fila que quase chegava na esquina do quarteirão, quando vi o final da fila eu dei meia volta e comecei a caminhar para onde as meninas estavam novamente.
  - Ei, você é a garota que tá seguindo eles em todos os shows né?
  - Sou sim. – Falei virando em direção a voz.
  - É você nessa foto? – A menina me mostrou o celular.
  - Pera, que foto? – Cheguei mais perto. – Tem como dar zoom?
  - Tem sim. – Ela ampliou a foto, era nitidamente eu e o Pierre no corredor do hotel. – Não sou eu não, é minha irmã. – Falei assim que olhei a foto.
  - Ah sim, a menina que já fica com ele né?
  - Isso, nós somos parecidas mesmo. – Sorri para ela. – Mas onde arrumou essa foto?
  - Ah minha prima é camareira do hotel que eles ficaram no show passado, ela tirou várias fotos e me mandou, quer ver?
  - Se não se importar, quero sim.
  A garota me mostrou foto por foto, ali tinham fotos minhas com o Matt na mesa do restaurante, minhas em altos beijos com o Pierre no corredor, fotos da com o Jeff no corredor e em um lugar que parecia um jardim de inverno, fotos da com o Chuck sentados abraçados no mesmo lugar da com o Jeff, fotos da com o Seb de mãos dadas andando pelo hotel, eu fiquei bem chocada com aquela quantidade de fotos que a garota tinha.
  - Viu, tem como você me mandar?
  - Claro! Como você está nelas eu te mando, acho justo, mas não tenho mandado para ninguém nem postado em lugar nenhum.
  - Sabe se por acaso sua prima mandou para alguém ou postou em algum lugar?
  - Que eu saiba não.
  - Okay. – Ativei o bluetooth do celular. – Manda por bluetooth mesmo.
  - Okay. – Ela abriu a pesquisa de aparelhos. – V.B?
  - Isso. – Aceitei os arquivos. – Obrigada mesmo mana, você não tem vip nenhum?
  - Tenho mas me disseram que essa era a fila.
  - Qual vip?
  - Post game.
  - Vem comigo, tá na fila errada a toa.
  - Ué mas me falaram que era aqui, bem que reparei que a fila tá grande demais.
  - É, a fila aqui é pra pista. – Falei começando a caminhar em direção a fila do post game. – Mesmo quando eu juro que não vou me envolver nessas coisas, aqui tô eu indo organizar fila...
  - Ah acho que depois de tantos shows acaba fazendo parte. – Ela sorriu.
  - Olha se fosse só isso que faz parte tava bom. – Dei risada. – As vezes tem umas doidas que brotam por aí.
  Ela deu risada e chegamos na fila do post game, mostrei para a garota onde a fila acabava e como funcionava, voltei até as meninas e me sentei com elas ainda inconformada com as fotos. Mandei as fotos para os meninos e para o grupo que eu tinha com as meninas, assim todos já teriam visto as fotos, o que ao meu ver era bem importante, quando me dei conta o Chris estava saindo para colocar as pulseiras nos braços de quem estava na fila, depois de pegar a pulseira eu voltei até onde a garota das fotos estava.
  - Sabe que você não me falou seu nome. – Falei parando ao lado dela.
  - Sabrina, você é a né?
  - Sim. – Sorri. – Olha, avisa sua prima que o que ela fez é invasão de privacidade, as fotos já estão com os caras da banda, não sei o que eles vão fazer sobre isso, mas tem até o arroba do instagram dela nas fotos.
  - Tenho certeza que ela não pensou nisso, sabe, quando pedi foto deles pra ela eu esperava que ela tirasse fotos só deles sabe, não fotos comprometedoras dessas, ela até tirou fotos deles dando entrada no hotel e atendendo aos fãs.
  - Gente do céu ela é invisivel? Como não vi ela?
  - Então também não sei, mas ela trabalha naquele hotel há quatro anos já.
  - Possível que ela saiba de esquemas que nós não sabemos.
  - Bem provável, ela conseguiu fotos únicas do pessoal do Coldplay também quando ficaram lá.
  - Bom, te vejo lá dentro? – Falei vendo que iriam abrir as portas.
  - Sem dúvidas!
  Sorri para ela e voltei para o meu lugar na fila, nós entramos, passamos abatido pelo merch e fomos garantir nossos lugares na grade, claro que eu e a ficamos no meio, a e a ficaram mais para o lado do Seb, eu apoiei na grade com os braços esticados pensativa sobre as fotos e sobre o que eles iriam fazer, o show começou já com Farewell fazendo a plateia surtar por eles terem trocado a setlist, eu me empolguei novamente surtando e cantando cada momento e cada música, quando o show acabou eu e as meninas esperamos até chamarem o post game para entrar, me apoiei na grade e peguei o celular.
  “ Hey ! Espero que esteja curtindo o show, não esquece de me avisar sobre alguma novidade ♡
  Hey Matt! Tô curtindo bastante, acabou de acabar o show e foi incrivel, eles mudaram a setlist, a plateia foi a loucura com a mudança, pode deixar que te aviso sim.”
  Bloqueei o celular e voltei a atenção as meninas, a estava falando com a Ana pela grade do palco, a e a estavam concentradissimas encarando alguma coisa no fundo do palco, eu senti borboletas no estômago de pensar em ir até o camarim, suspirei e voltei até as meninas que logo me avisaram que iriam abrir o post game.
  - Gente to estranha, acho que vou é para o camarim.
  - Okay, qualquer coisa chama.
  Concordei com a cabeça e fui até o camarim, no caminho encontrei o Jeff que passou em silêncio por mim somente acenando com a cabeça, entrei no camarim e estava só o Pierre sentado no sofá com um espelho na mão ajeitando o cabelo.
  - Hey Pierre.
  - Hey , está bem?
  - To estranha, logo passa, só preciso ficar longe de muvuca por enquanto.
  - Se quiser ficar no canto do palco junto com o seu amigo. – Ele deu risada. – Enfim, só não vale invadir o palco.
  - Amigo? Quem?
  - Hi ... – Matt falou entrando pela porta do camarim. – Não consegui ir embora. – ele encarou os pés meio envergonhado.
  - Matt! – Pulei nele. – Era você que estava no fundo do palco?
  - Sim, sua irmã me viu provavelmente, logo que você saiu eu vim atrás de você e bom...
  - Sanders você não fez o que estou imaginando?
  - Olha Pierre, eu devo baquetas novas para o Chuck só, o resto tá tudo em ordem. – Ele deu risada.
  - Bom, tem o post game agora, você vem ?
  - Sim, estou melhor já. – Suspirei. – Acho que foi só minha pressão.
  Segui o Pierre pelos corredores dos backstages até chegar onde seria a sala do post game, ali o restante da banda estava esperando pelo Pierre para entrar, acenei com a cabeça e entrei na sala antes deles, logo vi a em um canto com uma cara meio triste, parei do lado dela e empurrei ela com o ombro de leve.
  - Que foi mana?
  - Nada, só que hoje é o último show...
  - Sim, não significa que não veremos eles de novo, eu preciso contar algo para você. – Antes que eu pudesse falar a banda entrou na sala. – Mas deixa para depois.
  - Tá, não esquece de me contar heim.
  - Não vou esquecer.
  Nós duas fomos curtir o último post game da turnê, tiramos fotos com cada um deles, fotos diferentes das que já tínhamos, depois que tirei todas as fotos fui pegar um pedaço de pizza que ironicamente estava ao lado do Jeff, peguei a pizza prestando atenção no que a fã estava falando para ele e me sentei em uma cadeira que tinha ali.
  Depois de comer e ouvir muitas fãs saindo de perto do Jeff falando o quanto queriam ter uma noite com ele, me levantei e fui encontrar a que estava conversando com o Seb, fiquei com eles até a hora da foto em grupo, depois da foto a fila foi formada para tirar a foto individual com eles, tiramos a foto e me dei conta de qual era a sensação que eu estava sentindo, a tal depressão pós show, sim finalmente ela chegou, eu adiei o máximo a sensação de tristeza de que realmente havia chego ao fim a turnê. Tantos momentos que passamos juntos, tantas hisórias pra contar, eu realmente não queria ter que lidar com aquela sensação.
  - , sua vez, você não vai?
  - , eu descobri o que tive na frente do palco. – Falei com os olhos marejados. – Não quero que acabe.
  - Ô , relaxa mana. – Ela me abraçou e deu um beijo na minha testa. – Vai lá, aproveita sua foto, eles só vão embora amanhã, vamos juntos até Belo Horizonte e de lá cada um vai para sua casa.
  - ... – Falei chorando.
  - vai na frente. – A falou me dando um abraço apertado.
  - Pode deixar, eu e a vamos antes, fica tranquila.
  - Mana o que foi? – A falou soltando o abraço assim que elas saíram de perto.
  - , eu não estou preparada para ficar longe deles de novo, é sério.
  - Relaxa mana, não vai ser tanto tempo, eu te prometo.
  - Sério?
  - Sim, Pierre e Jeff prometeram vir visitar a gente.
  - Então eu aceito o fim da turnê. – Falei soluçando.
  - Agora limpa essa make borrada e vai lá tirar sua foto. – Ela me entregou um lencinho demaquilante.
  - Obrigada mana.
  Ela sorriu e foi em direção aos meninos, eu terminei de me ajeitar e fui tirar minha foto, depois da foto abraçei um por um bem forte, voltamos ao hotel e eu fui direto para o quarto, tudo o que eu precisava era de um bom banho e estaria pronta para ir curtir a última noite deles aqui, entrei no banheiro já ligando o chuveiro e deixando toda a roupa pelo chão, me sentei debaixo daquela ducha forte e deixei a água cair na minha nuca enquanto me perdia em meio aos meus pensamentos.
  Meu deus realmente tá acabando a turnê. Eu não quero ficar longe deles, na realidade não consigo mais imaginar minha vida sem eles por perto.
  Até mesmo o Matt, o salvador da minha vida, no sentido literal mesmo, afinal foi ele quem correu comigo para o hospital, não sei quantas pessoas sabem exatamente o que aconteceu lá, mas pretendo perguntar para o Matt.
  Ai caralho olha só tudo o que rolou dessa vez, não to nem um pouco a fim de deixar eles voltarem à normalidade e isso tudo se tornar só memórias.
  Fui tirada dos meus pensamentos com alguém batendo na porta interrompendo meu choro silencioso, pela intensidade da batia já fazia algum tempo que a pessoa estava batendo. Me levantei e berrei um “já vou” terminei meu banho, peguei um roupão e sai do banheiro, vi o David e o Jeff sentados na cama.
  - Guys. – Suspirei.
  - Você tá bem?
  - Sim, mas espera, deixa eu falar uma coisa. – Me sentei entre eles. – Olha, queria pedir desculpas, eu fui egoísta ao extremo, completamente filha da mãe com vocês, me entreguei ao meu lado fã, fiz coisas completamente erradas, vocês me desculpam?
  - Era tudo o que eu precisava ouvir. – Jeff falou apoiando a mão em meu ombro. – Claro que desculpo. – Eu sorri e olhei para o David.
  - Olha , eu sinto que chumbo trocado não dói, ninguém é perfeito, na primeira vez eu fui sacana, agora foi sua vez, assim como você me desculpou eu te desculpo também.
  - Obrigada gente. – Falei com a voz embargada sentindo o choro querer sair. – Vou sentir falta de vocês.
  Eles sorriram e me abraçaram, ter ali naquele momento o abraço dos dois mesmo que fosse cada um de um lado me fez desabar em choro, esse choro veio com saudades antecipadas, arrependimento de tudo que fiz, literalmente um combo sabe.
  Depois de me recompor eu me vesti e nós três descemos para a área do bar do hotel, onde estavam todos já sentados conversando, me sentei com eles e ali eu curti a última noite daquela turnê, com direito a vinho, rodadas de uno, truco, um pouco de tudo mesmo, eu e o David subimos para o quarto eram quatro da manhã para dormirmos.
  Assim que deitamos ele me abraçou ficando de conchinha comigo e sussurrou no meu ouvido “I’ll be here forever.” Eu me aninhei naqueles braços e dormi com a sensação de que tudo ficaria bem, independente do como fossem os outros dias. Acordamos na manhã seguinte cerca de nove da manhã com o Danny batendo na porta avisando que teríamos que ir dar o checkout do hotel, ajeitei minhas malas em silêncio e desci junto com o David, na recepção encontrei as meninas também na mesma situação que eu, a tal da depressão pós show tomou todas nós.
  Pegamos a van e fomos até o aeroporto para pegar o vôo até belo horizonte, onde de lá cada um iria para sua própria casa, quando chegamos e fizemos todos aqueles procedimentos de despachar malas e afins, fomos nos despedir deles, afinal iriamos voltar para São Paulo e eles iriam para o Canadá, as meninas foram antes de mim e já estavam abraçando e chorando com eles, claramente todas nós iríamos sentir falta deles.
  - Te vejo em breve. – David me abraçou apertado. – Promete que vai manter contato?
  - Prometo, você me promete que não vai sumir?
  - Prometo! – Ele me deu um beijo na testa. – Se cuida, qualquer coisa liga.
  Sorri para ele e fui me despedir do Chuck, Seb e Pierre, abracei um por um ainda sentindo lágrimas rolando pelo meu rosto, quando finalmente cheguei no Jeff eu fiquei completamente sem jeito quando ele me abraçou forte.
  - Jeff obrigada por tudo, e denovo, desculpa por ter sido uma babaca.
  - fica tranquila. – Ele deu um passo para trás e segurou meu rosto com as mãos. – Sabe, tudo aquilo que falei sobre o que sinto é a pura verdade, não se preocupa, todos temos um momento em que acabamos sendo babacas. – Ele me deu um beijo na testa. – Se cuida e qualquer coisa me liga.
  - Prometo ligar se precisar, se mudar de número não esquece de salvar o meu ou me chamar no insta.
  Abracei ele novamente sentindo um vazio enorme dentro de mim e fui encontrar as meninas que já estavam na fila de embarque do avião para São Paulo, quando embarcamos no avião eu senti como se um pedaço meu tivesse ficado com eles, me ajeitei na cadeira e preferi tirar um cochilo do que ficar conversando, quando desembarcamos do avião nós nos despedimos e cada uma foi para sua casa. Eu e a pegamos um uber até a Paulista para podermos comer algo antes de estar oficialmente de volta a rotina, sentamos na mesa do burger king com nossos lanches em completo silêncio.
  - Mana vou sentir falta deles.
  - Também vou mana. – Ela suspirou. – , me fala, você estava grávida?
  - Cara segundo o que o Matt me falou sim.
  - Como assim?
  - Bom, o Matt me levou para o hospital, certo? – ela concordou com a cabeça. – Ele disse que os médicos falaram para ele que eu tive um aborto...
  -Bom, eu não queria te contar... – Ela esticou a mão e pegou a minha. – Mas pelo que os médicos falaram foi isso mesmo, nada que não desse para limpar, mas foi algo bem intenso mesmo, o bom é que você não correu risco de nada, eu não ia te contar mas também não estava achando justo você não saber, então preferi esperar o fim da turnê.
  - Obrigada por contar. – Sorri apertando levemente a mão dela.

CONTINUA...



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