Eu voltarei
Escrita por Fabiana Rocha | Revisada por Mariana
Capítulo 01
* 1 mês atrás *
— Lauren, eu vou ter que fazer uma viagem muito importante para... Moscou, na Rússia. — Ela levantou a cabeça levemente pousando sua taça de vinho em cima da mesa.
— O que irá fazer lá? — Me perguntou.
— O Professor Richard veio conversar comigo e me perguntou se eu aceitaria fazer um intercâmbio lá, eu disse que iria pensar, é uma ótima oportunidade para mim, com essa viagem vou adquirir bastante conhecimento. Sabemos que no momento que escolhi fazer psicologia, alguma hora isso iria acontecer e, bem, chegou o momento. Eu queria que você fosse a primeira a saber. — Seu olhar estava direcionado a mim. Depois de alguns instantes, ela segurou minha mão que estava apoiada na mesa e me consagrou com um belo sorriso.
— Apenas prometa para mim que vai se cuidar enquanto estiver fora, e que irá me ligar todos os dias me mandando notícias suas, tudo bem? — Ela acariciou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Eu tinha muita sorte por tê-la ao meu lado, e deixá-la me cortava por dentro, mesmo sabendo que só seriam alguns meses em outro país, mas mesmo assim, eu tinha receio de algo mudar entre nós, na nossa relação, mas como ela sempre me surpreende, ao contrário de me sentir mais inseguro com a sua reação, me senti mais aliviado e contente por saber que ela me apoia.
— Amor, irá passar quanto tempo fora? — Sua voz era pacífica.
— Seis meses, terei que ir viajar daqui a um mês e durante esse período, quero aproveitar o máximo de tempo com você.
— Não é um tempo tão longo, mas mesmo assim... Eu vou sentir sua falta, muita falta, mas eu quero que dê o seu melhor lá, aprenda o máximo que conseguir e aproveite, aquele lugar deve ser incrível. ¬— Eu concordei sorrindo para ela também. Depois de termos jantado fomos para uma sorveteria próxima ao restaurante que estávamos, eu pedi sorvete de chocolate enquanto Lauren pediu de creme, seu sabor favorito, fechamos a noite assim do jeito que gostávamos, juntos, felizes e comendo sorvete.
Se eu soubesse que nossa relação mudaria nesses seis meses, talvez eu não tivesse aceitado embarcar nessa viagem, mas tudo tem um motivo.
Eu me chamo Luke Hammings, tenho 24 anos e sou estudante de psicologia na University of London, Lauren Jauregui, minha namorada, tem 23 anos e é estudante de medicina na University College London. Namoramos faz dois anos e meio, fomos apresentados em uma festa de uns amigos que temos em comum, depois daquele dia fomos nos aproximando cada vez mais, acabamos nos tornando amigos e depois de algum tempo namorados. Ela sabe desde que nos conhecemos a minha vontade de exercer psicologia em outros lugares e sempre me apoiou, assim como eu sempre dei apoio para ela seguir e não desistir da sua vocação que é ser médica, sei bem o quanto ela é talentosa e esforçada.
Meu maior sonho desde o segundo ano do ensino médio é viajar, desde pequeno eu tenho a vontade de conhecer novos lugares, culturas e pessoas. Será uma grande responsabilidade, mas penso que vai valer a pena, principalmente porque é algo que eu gosto e quero fazer.
Depois que contei a Lauren sobre a viagem, fizemos planos e saímos muito juntos para curtir meus últimos dias em Londres. Conheço bem a cidade então a levei para os lugares que mais gostamos, incluindo alguns pontos turísticos, nos divertimos muito, a cidade tem vários lugares incríveis. Fomos ao Museu Britânico, a National Gallery, Regent`s Park, e que belo parque, fizemos piquenique ali, também fomos ao Museu de Cera Madame Tussauds e em muitos outros lugares, sem dizer nos restaurantes que almoçamos, jantamos, cafeterias entre muitos outros, e claro não poderia faltar o London Eye aonde eu lhe dei um colar com uma pedra chamada Quartzo Rosa no formato de um coração e os detalhes dourados. Estávamos lá em cima quando eu a abracei por trás colocando o presente em seu pescoço. Ela ficou surpresa, mas logo virou para mim, sorriu e me beijou.
— Eu amei, mas essa pedra tem algum significado? — Perguntou curiosa, observando o cordão em seu pescoço.
— Sim, eu pesquisei e diz que é a pedra do amor, e também acabei achando uma poesia de um escritor brasileiro, que achei muito interessante e me fez lembrar muito de você, por isso lhe dei ela. A frase diz o seguinte: — Olhei bem no fundo de seus olhos e recitei a poesia.
"O quartzo-rosa é a pedra do amor, da esperança e da expressividade; é uma das grandes belezas naturais, não classificada como uma simples pedra, E sim por transmitir amor aos mortais.
Assim que te caracterizo, Não como uma simples mulher, Mas como a dona dos meus pensamentos."
Depois que terminei de recitar seu sorriso estava maior que do coringa, me joguei em cima dela beijando todo seu rosto. Ela riu me segurando para não cair.
— Estamos parecendo aqueles casais clichês, mas foi lindo, e eu amei o cordão, não somente ele, mas como o dia que passamos e a frase desse cara. Eu te amo, bobão. — Concordei e ri junto, realmente era bem clichê. Eu realmente sou um bobão, um bobão apaixonado.
No final valeu muito a pena cada passeio que fizemos, a sua expressão de admiração, surpresa e felicidade nos lugares que fomos e principalmente em lugares que ela ainda não tinha visitado, foi muito satisfatório.
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*3 Dias antes da viagem*
Faltavam poucos dias para a minha viagem, três dias exatamente, confesso que estava muito nervoso, seria uma viagem longa e cansativa, minhas malas já estavam todas prontas, Lauren me ajudou a arrumá-las, passamos esse mês todo juntos, eu sabia que ela estava triste, mas não deixaria isso aparente, sei bem como ela não gosta de parecer fraca, tratei de dar a ela o máximo de atenção e carinho que pude, mesmo com a correria para resolver as documentações da viagem e outras coisas nesses últimos dias. Terminei de arrumar tudo, falei com meu orientador e o diretor da faculdade sobre os últimos avisos e informações que deveríamos saber, eu não iria sozinho, seriam mais dez alunos e dois orientadores, sabíamos que seria puxado, principalmente por ser outro país, mas estávamos bem animados, seria um desafio, mas uma honra também para nós.
À noite fiz um jantar na minha casa para os meus pais e os pais da Lauren, para confraternizarmos e batermos papo. Lauren fez a sobremesa, Trifle de Chocolate, e eu fiz a janta, fui de carne assada com batatas, ervilha, molho e Yorshire Pudding, uma espécie de pãozinho. Cada um fez um pouco e ficou maravilhoso o jantar.
— O jantar está delicioso, Luke, se não fosse psicólogo daria um ótimo cozinheiro. — Sorri para a Senhora Jauregui, mãe da Lauren. Ela é uma boa pessoa, educada e gentil, diferente do seu marido, que é o dono da verdade e não aceita opiniões contrárias à dele, e nem o nosso namoro, por isso sempre que pode implica comigo.
— Obrigada, eu fiz com muito carinho, daqui a pouco vem o mais gostoso, a sobremesa que sua filha fez, um Trifle de Chocolate que está uma beleza.
— Pare com isso, você está exagerando. É uma sobremesa simples. — Como eu gostava de fazer com que ela ficasse com as bochechas rosadas, era fofo aos meus olhos.
— Luke, depois desse período fora pretende ficar lá ou vai voltar para Londres? — O pai de Lauren perguntou.
— Eu não ficarei lá, vou voltar, a minha vida é aqui. Depois desses meses, quando eu voltar à faculdade segue normalmente. — Lhe expliquei.
— Mas e se você encontrar algo de interessante lá? Você é jovem e um belo rapaz, aposto que vai fazer sucesso com as holandesas. — Estava demorando para ele começar. Mas dizer tais coisas e ainda na frente da própria filha é demais.
— Pai! Não diga essas coisas. — Lauren o repreendeu.
— Só estou dizendo a verdade, ou você acha que um rapaz como ele que vai para outro país não irá aproveitar que está longe da namorada. — Inacreditável, como alguém pode dizer uma coisa dessas para a própria filha? Aquilo não ia acabar bem.
— Senhor Jauregui, com todo respeito, mas eu não sou um canalha, eu amo sua filha, sei que você não aprova nossa relação, mas nada do que disser vai fazer com que mudemos nossos sentimentos. Eu vou para outro país não é para, desculpa a expressão, para vadiar e sim para estudar, para me tornar um profissional cada vez melhor. Vou servir a sobremesa, com licença — Saí da mesa para não esticar mais a conversa, Lauren veio atrás de mim.
— Me desculpe pelo meu pai. — Disse baixo pegando os pratos.
— Às vezes ele me tira do sério, desculpa amor, mas não vou dizer que está tudo bem porque não está, isso era para ser um jantar para rirmos, conversarmos... E ele nos trata com desrespeito. — Ela veio até mim e me abraçou. — E você não tem que pedir desculpa de nada, e sim ele, ele é o errado.
— Eu sei que ele está errado, mas daqui a pouco ele irá embora e ficaremos em paz novamente.
— Isso se ele não quiser te levar junto. — Nesse último mês nós morávamos praticamente juntos.
— Não vai, eu vou ficar aqui com você. — Ela sorriu e meu deu um selinho. Ouvimos uma voz mais alta vindo da sala.
— É a voz do meu pai. — Eu sabia que isso não ia prestar, meu pai não é uma pessoa que leva desaforo, se ele se sente incomodado com algo ele vai dizer.
Saímos da cozinha e lá estava, a senhora Jauregui tentando manter o marido sentado na cadeira enquanto o mesmo insultava meu pai e tentava levantar, meu pai me defendia dizendo que ele não podia tratar ninguém daquele modo enquanto minha mãe também tentava acalmá-lo. Minha cabeça começou a doer com aquela discussão, Lauren mandou todos ficarem quietos, mas ninguém deu ouvido.
— PAREM JÁ COM ISSO! Se fosse para brigar eu nem tinha chamado vocês aqui e nem feito merda de jantar nenhum. — Tenho certeza que meu rosto estava vermelho de raiva.
— Esse homem tem que aprender a não insultar o filho dos outros e parar de ser arrogante, que pai aguentaria ver sua cria ser tratado como um qualquer? Nenhum. — Meu pai se manifestava com indignação e raiva nos olhos.
— Mas seu filho é qualquer um, eu nunca concordei com esse namoro, nunca, esse moleque só vai atrapalhar minha filha na carreira dela. — Ele se levantou indo em direção à filha. — Você não ver que ele não é o certo? — Lauren se pós a frente do pai.
— Sai daqui, agora! Eu não vou falar o que já foi dito muitas vezes, eu gosto dele e vou ficar com ele. — Ela assim como eu já estava cansada daquela situação.
— Vai expulsar seus próprios pais? — Seus olhos estavam semicerrados.
— Vou, você não vai ficar na casa do meu namorado para expô-lo ao ridículo, não somente a ele como a mim sua filha, desculpa, mas o senhor passou dos limites, não é porque ele vai viajar que irá me trair, se eu não tiver confiança nele assim como ele em mim que relação é essa que temos? Sem dizer a falta de respeito com os pais dele, e também não é porque ele estará longe que nosso amor vai diminuir. — Ele não disse mais nada e chamou a esposa para irem embora.
— Desculpa por isso, a todos vocês eu sinto muito. — Deu um beijo na testa da filha e na minha e saiu acompanhando seu marido. Acabou que ninguém comeu a sobremesa, o clima não era dos melhores. Meus pais ainda ficaram algum tempo, até ofereci que ficassem e dormissem ali por conta do horário, já se passava das 21h00, mas eles preferiram ir embora.
Desde que começamos a namorar o pai da Lauren nunca me aceitou, diz sempre que ela merece alguém melhor que eu. A área que ela quer atuar é clínica geral, esse é um dos motivos do seu pai não gostar de mim, ele acha que vou atrapalhar a carreira da filha, e além do mais ele quer que ela namore pelo menos um estudante de medicina e não um cara como eu que só vou falar "baboseiras" para alguém, ele acha que a profissão que escolhi é uma perda de tempo, já estou até acostumado com as alfinetadas que ele vive me dando, mas achei que essa noite ele se comportaria, porém me enganei, foi pior porque ele me atacou na frente dos meus pais e como disse meu pai não leva desaforo para a casa. Eu ainda espero que um dia ele possa ver o quanto a filha dele é feliz comigo e que se estamos juntos é porque realmente nós gostamos, claro, eu tenho meus defeitos como todo ser humano muitas vezes quero ser o dono da verdade, ciumento, sou preguiçoso, vivo tropeçando por ser desatento... O que quero dizer é que não sou perfeito, mas a Lauren me aceitou assim desse jeito, então enquanto ela me quiser eu vou estar ao seu lado porque eu a amo e nem uma outra pessoa fará com que eu mude a ideia de que ela é a mulher para mim e eu sou o homem certo para ela.
Estávamos no sofá da sala deitados, Lauren tinha sua cabeça encostada no meu peito e conversamos coisas aleatórias para esquecer o jantar desastroso.
— Amor? — Me chamou.
— Hum, diga.
— Eu te amo. — Eu sorri e a abracei fazendo com que ela ficasse ainda mais colada a mim.
— Eu também te amo, muito mesmo.
— Amanhã vou lhe recompensar por hoje, vamos naquele restaurante que fomos na sexta passada, que tal?
— Huum, tentador, eu aceito. E também quero cervejas.
— Ok, mas nada de exagerar. — Eu concordei.
Ficamos ali jogados no sofá até que ela começou a dar beijos no meu pescoço e a mordiscar, eu fiquei arrepiado pelo contato, ela continuou e depois de um tempo começou a dar chupões, não eram fortes para não deixarem marcas, porém, estavam me deixando excitado. Ela pôs a mão dentro da minha blusa e ficou acariciando meu abdômen, eu levantei meu tronco e a encarei, ela puxou minha nuca e me beijou, um beijo calmo no começo, mas que acabou virando um beijo necessitado e muito quente, eu desci meus lábios para seu pescoço e depois para sua clavícula. Continuamos até estarmos totalmente nus, seu corpo suado no meu, seus gemidos, toques, tudo nela me enlouquece, as formas como nossos corpos se encaixam é perfeita. Naquela noite nos amamos assim como nos próximos dois dias onde não tínhamos mais fôlego à noite por conta do prazer que dávamos um ao outro, marcando cada pedaço de nossos corpos. Sabíamos que ia ser difícil ficarmos esse tempo longe, mas a certeza que tínhamos é que nos amávamos acima de tudo.
Capítulo 02
* Dia da Viagem *
E chegou o dia, eu não podia estar mais nervoso e ansioso do que agora, já estava tudo pronto. Eu e Lauren estávamos a caminho do aeroporto, meus pais já nos esperava lá, o trânsito estava bom então chegamos rápido, avistei meus pais ao lado do check-in, fomos até eles e minha mãe me abraçou forte assim como meu pai. Fiz todo o necessário, despachei as bagagens e aguardei meu voo, Lauren me abraçava a cada dois segundos era até engraçado, minha mãe ficava dizendo para me alimentar direito, dormir bem, me comportar... Coisas de mãe preocupada, e meu pai dizia para que eu me cuidasse, que eu fosse e voltasse com segurança. Quando deu o horário para embarcar eu me senti triste por ter que ir, mas ao mesmo tempo feliz por realizar algo que eu tanto queria. Antes de entrar eu abracei novamente a todos pedindo para que se cuidassem e que eu mandaria notícias, disse a Lauren para que ela desse o seu melhor no estágio, ela me abraça forte e me beijou dizendo que me amava, eu retribui e disse que a amava também.
Já dentro do avião o frio na barriga se fez presente, se passava várias coisas em minha cabeça, eu não estava acreditando que realmente iria fazer aquela viagem. Depois de algumas horas chegamos ao aeroporto de Moscou, fomos direto para o hotel para nos hospedarmos, como chegamos tarde apenas jantamos e fomos dormir. No dia seguinte o nosso orientador nos deu a permissão de conhecer a cidade, fez suas recomendações e deu alguns avisos de segurança e nos liberou. Que cidade incrível, como éramos em dez fomos todos juntos conhecer a cidade, um bando de turista com suas câmeras tirando fotos de tudo que via, foi engraçado, me diverti bastante, no meio do caminho sai por um instante de perto dos outros para mandar mensagem para minha mãe e para minha namorada.
*Mensagens On*
Mãe - "Cheguei mãe avisa ao papai também, desculpe não mandar mensagem ontem estava cansado e cheio de sono, nos deram o dia de hoje para explorarmos a cidade, é linda! Beijos amo vocês <3"
Lauren - "Amor! Cheguei! Desculpa não mandar mensagem ontem, capotei quando deitei na cama do hotel, tenha um ótimo dia, te amo <3"
*Mensagens Off*
Depois de enviar as mensagens voltei para onde eles estavam e continuamos o passeio, sabíamos bem que depois daquele dia o que viria a seguir seriam dias de muito estudo, então aproveitamos bastantes e exploramos cada canto que podíamos, tomamos café da manhã em um lugar pequeno, porém muito agradável, almoçamos no hotel e voltamos para as ruas novamente, isso até de noite.
Por volta das 22h00 mandei novamente uma mensagem para meus pais e para Lauren perguntando como eles estavam, só meus pais responderam, a Lauren só respondeu a que mandei de manhã para ela, devia estar dormindo. Fiquei pensando na gente antes de dormir, em todas as coisas que já aconteceram, lembrei do seu sorriso, de quando fica brava por algo idiota que eu faço, de várias coisas, fiquei rindo sozinho deitado na cama, como ela sempre tinha costume de dizer, eu sou um bobão e é pura verdade sou um bobão por ela, depois de um tempo me veio o sono e eu adormeci.
Acordei assustado com o toque do meu celular, como era eu e mais dois rapazes o barulho também os incomodou, Calum Hood e Ashton Irwin eram da minha turma na faculdade, acabei sendo acertado por um travesseiro na cara que foi jogada por Calum, Ashton apenas se remexeu resmungando algo que não compreendi, peguei o telefone para ver o que era e vi na tela o nome de Lauren, abri imediatamente.
"Desculpa estar respondendo só agora, passei o dia resolvendo as coisas do meu estágio, cheguei e assim como você ontem eu acabei capotando na cama. Se divirta meu amor e aproveite muito essa oportunidade, eu te amo, beijos."
Sorri lendo a mensagem e voltei a deitar novamente, Calum se virou para mim me chamando de idiota por eu estar sorrindo para o telefone, o mandei calar a boca e sossegar, depois disso dormi até o outro dia.
Depois de seis semanas em Moscou as coisas andavam com bastante intensidade, como eu já previa as aulas práticas eram bem cansativas, era cada paciente com tipos de problemas que dava um nó na cabeça, era triste ver aquelas pessoas naquele estado, trabalhávamos bastante, acompanhando o comportamento de cada paciente que entrava no consultório que nos foi permitido usar. Nessa primeira semana só falei com Lauren umas duas vezes, assim como eu, ela andava ocupada com o estágio que tinha começado naquela semana, eu a entendo, deve ser puxado, mas o máximo que estávamos conversando era um "Oi te amo", "estou ocupada até mais tarde", "estou morrendo de sono amanhã nos falamos", era meio frustrante, mas eu compreendia.
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Dois meses se passaram, minha vida tem andado bem corrida ultimamente, não tenho tempo para nada. Nesse período tenho estudando bastante e atendendo algumas pessoas, sinceramente, eu não sinto que poderia escolher carreira melhor do que essa, mesmo sendo triste por um lado, mas é gratificante ajudar alguém a saber lidar com seus próprios problemas, seja ele qual for. O único tempo que tenho livre é à noite e o que eu faço nele é apenas dormir e claro, mandar mensagens para aqueles que amo, mas parece que não é só eu o ocupado, faz uma semana que não falo com a Lauren, minhas mensagens são enviadas, visualizadas, mas não são respondidas, eu ligava mas ela também não atendia, confesso que isso tem me deixado bastante chateado, mas tenho que compreender que ela tem a sua vida e está dando seu melhor no estágio, não tenho o direito de cobrar nada, porém, custa mandar pelo menos um bom dia ou boa noite? É frustrante, seu rosto sempre vem em minha mente antes de dormir, espero que esses meses separados não afete nossa relação.
A última vez que nos falamos foi quando liguei algumas semanas atrás, ela me disse o seguinte:
"Amor, desculpa não responder suas ligações e mensagens, as coisas estão mudando aqui para melhor, é claro, e acabo que me mantenho tão ocupada que não presto mais atenção em outra coisa, você sabe que sempre fui assim, mas me perdoe vou tentar te responder com mais frequência. Te amo meu amor preciso ir, tchau e se cuida."
Depois disso ela sumiu. Posso parecer egoísta, mas tentem me compreender também, morávamos praticamente juntos e desde que nos conhecemos não nos desgrudamos, talvez esse fosse meu erro me apeguei demais, talvez essa viagem seja boa para isso também, a gente ser independente um do outro, coisa que para ela estava indo bem, mas eu não.
Lauren’s POV
Minha vida tem andado bem agitada e bem eu não sou o tipo de pessoa que consegue se concentrar em várias coisas ao mesmo tempo, então meu foco está indo praticamente todo para minha faculdade e com o estágio aumenta mais ainda. Eu sinto muita falta do Luke e sei que tenho vacilado muito em não respondê-lo, mas só que tenho chegado cansada e ainda vou estudar, isso quando não tenho que passar na casa do meus pais para escutar besteiras, agora meu pai inventou de me apresentar o filho de um amigo dele, eu mereço! Acredita que ele deu meu número para o cara? Vou mudar meu número mesmo que eu já tenha o bloqueado, quem me garante que ele não irá arranjar um outro chip, sei lá? Melhor prevenir, e eu também não quero ter motivos para causar desconforto na minha relação com o Luke, mesmo que não conversemos mais com tanta frequência. Espero que ele possa me perdoar.
"Kill me thinking of you on your own
and i wish i was back home next to you"
"Me mata pensar em você sozinha
E eu queria estar em casa ao seu lado"
Capítulo 03
Era bem tarde e eu já estava dormindo quando meu celular começou a tocar, vi na tela o nome da Lauren e atendi meio chocado com a ligação. Assim que atendi sua voz estava embaçada, parecia que estava chorando.
*Chamada aceita*
"Meu amor, por favor não fala nada só me escuta, ok? Desculpa não estar te respondendo e ter estado ausente, eu peço que me perdoe. Eu sei que me desculpar não vai mudar e nem trazer o tempo que não falei com você, mas eu te amo espero que você não desista de mim, eu sei que sou bem enrolada e confusa, mas é que com essa mudança eu ainda estou me adaptando, não é desculpa eu sei, mas você acreditando ou não eu sinto sua falta, mesmo com tanta mudança boa na minha vida ainda falta algo, falta você aqui comigo do meu lado, me sinto uma péssima namorada mas por favor não termine comigo."
Eu me segurei para não chorar junto, meus olhos estavam bem marejados, respirei fundo antes de começar a falar.
”Pare de chorar, por favor, não vou dizer que não estou chateado por que isso seria mentira, eu te liguei, mandei mensagem e você só me ignorando, agora você diz que me ama tanto mas não fez um esforço se quer para pelo menos me dizer se está bem ou não. Você não faz a mínima ideia de como eu estava preocupado, nem meus pais tem notícias sua Lauren, mas, sinceramente parece que você não se importa."
"Não tiro sua razão de estar bravo comigo..." — A cortei.
"Só me diz o porquê ligou."
" E-Eu fiquei com saudades, não aguentava mais ficar sem falar com você, não está sendo fácil para mim também, Luke, você tem que compreender."
"Eu compreendo, Lauren, eu também tenho andado muito ocupado, é tanto que só mando mensagens a noite, mas mando e sabe por quê? Porque eu te amo e antes de viajar você me pediu para te mandar notícias todos os dias e eu estou cumprindo minha parte, mas parece que é o mesmo que nada."
"Nada do que eu fale vai adiantar, você não vai me perdoar tão cedo, certo?"
"Eu estou magoado, Lauren, me sinto como se não fosse tão importante na sua vida."
"Luke, para com isso, para de fazer tanto drama, eu te liguei agora não foi? Então para que isso?"
"Você não entende mesmo, não é? Nesse tempo que estamos longe um do outro vejo que você não mudou só em questão ao estágio, mas quem você é também."
"Eu não mudei em nada! Você não pode esquecer isso? Eu prometo que a partir de agora eu vou te ligar e mandar notícias, hum?"
"Você é inacreditável, eu vou desligar..."
"Espera! Você não vai desligar, pelo amor Luke o que você quer que eu faça para você não ficar assim comigo, hein?"
"O que eu queria era que você falasse comigo, não é drama, mas a falta de consideração que você teve comigo independente de qualquer coisa me chateou de verdade, vou desligar, eu te amo, boa noite."
*Chamada encerrada*
Assim que desliguei, ela me mandou uma mensagem, nela dizia que ela mudaria de chip porque seu pai deu o número dela para um desconhecido e para evitar qualquer tipo de incomodo ela prefere mudar, mandei somente um "ok" e desliguei o celular, minha cabeça estava doendo, não gosto de ficar assim com ela, mas ela tem que saber que o que ela fez não foi certo e me magoou.
Depois desse dia, Lauren passou a mandar mensagens frequentemente, fiquei feliz por isso, talvez o que precisávamos era ter um diálogo, mas era difícil com ela me evitando, eu ainda me fazia de difícil e ela insistia para que eu não ficasse mais chateado com ela. Depois de algumas semanas conversamos normalmente, confesso que estava morrendo de saudade dela e não via a hora de voltar para a casa e ela parecia sentir a mesma coisa que eu.
Lauren’s POV
Quando vi o quanto Luke estava bravo comigo a minha ficha caiu do quanto eu fui egoísta e insensível, realmente não fiz por mal, agora estou tentando concertar meu erro, não quero ficar sem ele, para dizer a verdade mesmo com todo cansaço a noite, dormir sem ele ali do meu lado é bem estranho, eu sinto sua falta. Quando liguei naquela noite para Luke foi porque eu não aguentava mais ficar sem falar com ele, eu sabia que ele estava chateado e na minha mente se passava que talvez ele fosse terminar comigo, mas felizmente isso não aconteceu, eu prometi a mim mesma que não importa o cansaço eu mandaria notícias, não o deixaria preocupado novamente. Além disso, tem meu pai, que resolveu que eu tenho que conhecer o filho do amigo dele que é um porre pelo que percebi, estava pensando em dizer para o Luke sobre isso mas acho que ele não precisa de mais dor de cabeça.
Era horário de almoço quando recebi uma ligação do meu pai me pedindo para ir até seu escritório, fui até lá e subi direto.
— Oi, posso entrar? - Pedi colocando a cabeça para dentro da sala dele.
— Entre, minha filha, eu quero que conheça alguém. — Lá vem. — Esse é o Michael Clifford, o filho do meu amigo, belo rapaz não? — Só podia ser brincadeira.
— Desculpa, mas se foi para isso que me chamou já vou me retirar, com licença. — Me virei, mas ele me chamou.
— Filha, esse sim é um bom rapaz para você e não aquele lá. Dê uma chance para ele.
— Eu já disse que não.
— Você não pode dizer não, que saco, esteja no restaurante na rua 6 hoje às 20h, se você não for eu corto sua faculdade. — Lhe olhei incrédula.
— Por que quer tanto que eu fique com esse cara, que saco! Agora vai me chantagear, eu não o quero, eu amo o Luke e somente ele, é difícil entender? - Já estava exaltada.
— Ele vai lhe esperar lá às 20h, não se atrase, agora saia. — Meus olhos estavam ardendo de raiva. Sai de lá que nem um furacão levando tudo que via pela frente. Como eu queria ele aqui, agora sou obrigada a sair com alguém que eu não quero, mereço isso? Não. Só o que faltava, agora que eu tinha me acertado com o Luke me acontece isso.
Fim do Lauren’s POV
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Depois de cinco meses minha vida mudou bastante, cresci muito como pessoa e adquiri muitos conhecimentos naquela cidade. Meu relacionamento com a Lauren também melhorou muito nos últimos meses, temos nos falado bastante, às vezes sinto que ela quer me falar algo, mas não tem coragem, sei lá, talvez eu esteja ficando doido. Agora faltando apenas um mês para eu voltar a Londres estava realmente ansioso, nesses últimos momentos aqui as coisas tem andado em uma proporção intensa, muitos trabalhos, eu agradeço muito por isso, eu assim como meus colegas estávamos levando uma melhor qualidade de vida aquelas pessoas que tanto precisavam, claro que tiveram casos que foram bem mais difíceis, mas com todo o tratamento houve uma melhora significativa, é óbvio que em seis meses não tem como a pessoa estar cem por cento, depende do caso, claro, mas eles teriam que dar continuidade com outros profissionais para um resultado ainda melhor. Nós alunos, assim como os orientadores que nos acompanharam combinamos que na última semana comemoraríamos o sucesso da viagem em uma balada bastante frequentada que tinha ali. Foi uma grande viagem com muitas histórias para contar, risos, choros e tudo que possa se imaginar, foi muito satisfatório. Quero honrar essa profissão, se eu já queria isso para minha, agora tenho total certeza.
Eu estava saindo da instituição quando recebi a ligação da minha mãe, pedi para ela esperar eu chegar no hotel para conversarmos melhor. Assim que cheguei uma moça me parou, ela era mais baixa que eu, era uma bela moça com seus cabelos tingidos de vermelho, ela perguntou meu nome e me elogiou dizendo que eu era bonito, até aí tudo bem, mas ela começou a se oferecer, eu fiquei constrangido porque ela não ligava de se insinuar na frente de outras pessoas, lhe pedi licença e me retirei dali. Quando cheguei no quarto tomei um banho e fui ligar para minha mãe. Conversamos por algum tempo, senti a voz da minha mãe receosa como se quisesse contar algo, pedi a mesma que me dissesse o que a incomodava.
"Meu filho, não fique com raiva da Lauren, o pai dela está lhe obrigando a sair com um garoto sem ela querer, ele ameaçou cortar a faculdade dela, conversei com ela algumas semanas atrás e ela me contou o que tem acontecido, eu a encontrei por acaso e fomos conversar, ela acabou desabafando, me implorou para não lhe contar, mas você é meu filho não posso guardar algo assim, ela estava pensando em trabalhar e trancar a faculdade para não depender do pai, mas não deixei com que fizesse isso, não fique chateado com ela, ela não queria"
Eu estava sem saber o que dizer, não estava chateado nem nada com Lauren, mas sim com o seu pai, há que ponto ele chegou. Conversei com minha mãe sobre isso mais um tempo e desliguei, respirei fundo e liguei para Lauren.
"Amor?"
"Fale, o que aconteceu? Sentiu saudades, haha."
"Por que não me contou que seu pai está te chantageando?" — A linha ficou muda, ela demorou a responder.
"Não queria te estressar com isso, achei que iria ficar com raiva de mim, eu já tinha vacilado demais."
"Eu não estou com raiva de você e sim do seu pai, ele não tem direito nenhum de fazer isso, quando eu voltar você vai morar comigo, abrimos um negócio próprio, mas você não vai ficar tendo que aguentar seu pai te dizendo o que fazer o tempo todo, e ainda mais uma coisa como essa."
"Ele está enchendo meu saco para ficar saindo com aquele idiota mesquinho, eu não estou aguentando, Luke."
"Ele não tentou nada com você não né? "
"Não se preocupe com isso, quando nos encontramos, comemos, ele se gaba e tchau."
"Menos mal. Está faltando menos de um mês para eu voltar, isso vai acabar, confia em mim, ok?"
"Sempre confiei."
Ficamos conversando durante um bom tempo, ela me contou os detalhes dessa história e como estavam as coisas por lá. No final nos despedimos e eu fiquei ainda mais ansioso com vontade de voltar logo.
"Won't give up, even though it hurts so much
Every night I'm losing you in a thousand faces
Now it feels like we're as close as strangers"
Não vou desistir, mesmo que isso doa tanto
Toda noite eu estou perdendo você em mil faces
Agora parece que estamos tão perto como estranhos."
Capítulo 04
Finalmente! Faltavam apenas três dias para minha viagem, eu estava tão feliz, assim como eu, meus pais e a Lauren também estavam bem ansiosos pela minha volta, naquela noite planejamos de sair para a boate que ficava um pouco longe, mas era bem conhecida. Chegamos na boate, seu grande letreiro na frente em néon bem chamativo era bem atrativo, as pessoas já dançavam na fila para entrar, lá dentro é bem espaçoso, mas também bem cheio, o cheiro de bebida e suor já se fazia presente mesmo com o ar-condicionado. Alguns foram para o bar e os outros foram para a pista, fiquei no bar pedi uma bebida e comecei a conversar enquanto mexia meu corpo para lá e para cá, não era algo que eu apreciava, lugares cheios demais, porém, a ocasião era especial então resolvi relaxar e me divertir naquele ambiente. Quando já estava quase amanhecendo fomos embora, eu tive que ser carregado pelo Calum por esta bem bêbado, chegamos no hotel acabados, fomos direto para o quarto e capotamos na cama só acordando de tarde com os orientadores batendo na porta. Pensar que estava tudo terminado, agora era só aguardar para irmos embora, me dava uma alegria e uma tristeza também, mas com certeza quando eu tiver uma outra oportunidade eu voltarei e trarei Lauren comigo. Acordei com uma baita dor de cabeça, olhei para os lados e os meninos não estavam lá. Levantei, tomei um banho e desci levando o remédio para tomar lá embaixo, quando entrei no restaurante estavam quase todos da viagem lá, menos Calum e Ashton, achei bem estranho, mas deixei quieto, tomei o remédio e fui comer algo, quando sai da mesa e voltei para o quarto encontrei os dois indivíduos na cama de um deles aos beijos, fiquei sem reação e pedi licença, os dois se assustaram e pediram desculpa por aquilo, eu apenas dei de ombro e disse que não me importava já que para mim toda forma de amor é válida, contanto que tenha sentimentos reais para mim está tudo bem, fiquei feliz por eles e os apoiei, depois disso deitei e dormi, eu precisava descansar, tinha exagerado na noite anterior.
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“Amor, está preparada? Estou voltando, te amo e te espero no aeroporto <3"
Estava na hora de voltar, depois de resolver tudo estávamos aguardando para entrar no avião, Lauren disse que me aguardaria no aeroporto de Londres junto com meus pais, eu apenas mandei um ok e desliguei o celular. Depois de algumas horas o avião tinha aterrissado. Eu desci junto com os outros, cada um foi abraçar seus parentes, avistei meus pais de longe e corri literalmente me jogando em cima dos dois, os abracei, beijei, apertei, minha mãe é uma manteiga derretida então começou a chorar, eu estava tão feliz, mas faltava alguém.
— Pai, cadê a Lauren? — Perguntei a ele já que minha mãe não estava em condição de responder por conta do choro.
— E-Ela não veio, seu pai a proibiu, só sabemos disso, quando estávamos vindo para cá ela mandou essa mensagem — Ele pegou o celular e me mostrou a mensagem, só podia ser brincadeira.
— Eu vou atrás dela e vou tirar ela daquela casa, agora. — Minha mãe me segurou mandando eu me acalmar, respirei fundo e fomos pegar minha mala.
No meio do caminho para a minha casa pedi para meus pais irem sem mim e os entreguei a chave, já que a casa da Lauren era algumas ruas antes da minha, eles tentaram protestar, mas não deixei, bati a porta do táxi e mandei levá-los dali.
Parei na frente do portão da casa aonde minha amada viveu desde que nasceu, com a ideia fixa de tirar ela dali, toquei a campainha e fui recebido pela dona Jauregui que ficou muito surpresa de me ver ali, mas cedeu passagem para eu passar.
— O que faz aqui, não deveria estar na Rússia, querido?
— Acabei de chegar, senhora, se me permite vim buscar sua filha, não sei se a senhora está sabendo mas seu marido anda chantageando Lauren, fazendo com que ela saia com alguém por obrigação ou cortará sua faculdade, não permitirei isso de modo algum.
— O que está dizendo? Meu marido não é um poço der gentileza, mas não faria algo assim com a própria filha.
— Não faria não, ele fez, por isso faça-me o favor, a chame para mim a partir de hoje ela mora comigo. — Ela me olhou assustada e chamou o marido e a filha que vieram sem entender a histeria da mulher.
— O que está acontecendo aqui? — Se espantou ao me ver, logo sorriu debochado. — Então voltou mesmo.
— Você não é cego, claro que eu voltei.
— Me respeita, moleque! Está vendo como seu namoradinho me trata? Lauren? — Quando ele olhou para ela a mesma não e encontrava na sala, o que aconteceu foi que enquanto ela descia as escadas eu dei sinal para que ela voltasse e arrumasse as malas e assim ela fez.
— Senhor Jauregui, o que ganha fazendo sua filha sair com alguém que ela não quer? Deve ter algo, porque não acredito que faria isso por um simples capricho de pai que não quer a filha com um estudante de psicologia, por eu não estar à altura dela.
— Você não fez isso, não é? Me diz que não? Você é um homem asqueroso. — Ela foi até ele batendo em seu peito.
— Fiz sim, mulher burra, você não sabe de nada porque é muito tapada para isso, saia de perto de mim. — Tirou suas mãos dele a jogando no sofá.
— É por isso que ninguém gosta de você, por ser um idiota, bruto que trata mal a filha e a sua mulher que não sei como te aguentou por tanto tempo. Escuta aqui. — O segurei pelo colarinho da blusa. — Eu vou levar a Lauren daqui, se você perturbar nossa paz ou fizer qualquer coisa eu destruo sua imagem de homem importante, ao invés disso será visto como um imprestável, irresponsável, manipulador e chantagista e olha que eu posso fazer isso e você sabe muito bem, estamos entendidos? Chega perto da Lauren novamente e eu acabo com você, e dessa vez eu não vou querer saber se você é pai dela ou não. — O joguei no chão.
— Senhora Jauregui, se fosse à senhora dava entrada nos papéis de divórcio, ficar com um homem que só lhe maltrata e te trata como inferior não é um casamento, até porque casar significa começar uma vida juntos e crescer juntos e não um querendo ser melhor e humilhando o outro como esse homem faz com você, segue meu conselho, a senhora merece coisa melhor. — O Senhor Jauregui se levantou e partiu para cima de mim, eu o bloqueei e o joguei no chão novamente. Lauren desceu com suas malas, seus olhos estavam inchados por conta do choro, quando me viu largou as malas no chão e me abraçou bem forte chorando em meu ombro, pedi para ela se acalmar que tudo ficaria bem.
— Ele me obrigou, disse que se eu não fosse eu não iria mais ver você, ele já estava planejando casamento, eu não quero um estranho na minha vida, ele não entende isso. — Sua mãe pegou um copo de água para ela se acalmar.
— Olha para mim, você não vai ficar com ninguém somente com quem você quer, entendeu? E sua faculdade ele não pode parar de pagar ela já que a maior parte dos bens é da sua mãe e ela não sabia do plano dele, então se acalme que agora vai melhorar. — O pai de Lauren já tinha se retirado, peguei as coisas dela do chão e chamei um táxi, fomos para minha casa, que agora será nossa. Quando chegamos em casa meus pais deixaram um bilhete dizendo que era melhor deixar eu e minha namorada sozinhos. Coloquei suas coisas no agora nosso quarto e fiz um café para a gente.
— Desculpa não ter ido ao aeroporto, ele não me deixou sair.
— Tudo bem, o importante é que agora você não vai mais ser presa e ter que obedecer às ordens dele, que fique claro, Lauren, eu te tirei de lá, mas não lhe trouxe para cá para ser propriedade minha, eu te amo e só quero cuidar de você e não fazer você se sentir inferior como sua mãe, ok?
— Eu sei que você não é esse tipo de pessoa, obrigado por cuidar de mim meu amor. — Ela me puxou para o sofá e me beijou.
— Eu te amo, senti tanto sua falta. — Acariciei seu rosto.
— Eu também senti muito sua falta. Eu te amo, agora vamos morar juntos literalmente, isso é um sonho.
— Vamos construir uma vida juntos meu anjo, nós dois unidos.
— Obrigado por não desistir de mim.
— Nem desistiria, você é especial demais para mim. — Ela riu.
— Agora sim parecemos aqueles casais baba ovo.
— Você gosta de cortar climas românticos não é, sua chata. — Baguncei seu cabelo.
— Sempre, se não fosse assim você não me amava, da licença, querido, eu sou demais.
— E convencida também. — Ela me empurrou. Naquele dia matamos a saudade que nos consumia, brincamos, rimos, nos declaramos, nos amamos, se beijamos e fizemos planos para o futuro. Ela é a mulher da minha vida assim como eu sou o homem da vida dela.
Depois do dia da confusão na casa dos Jauregui o pai dela não ousou nos perturbar e a senhora Jauregui seguiu sua vida agora sozinha, pediu o divórcio e se mudou para o interior de Londres. Lauren seguiu fazendo sua faculdade e montou um próprio negócio com o dinheiro que sua mãe deixou, junto com o meu viramos sócios de uma loja de doces, como era muita coisa contratamos algumas pessoas o seu estágio também ia muito bem e eu voltei minha rotina normal na faculdade, claro que com muito mais conhecimento. Depois de alguns meses resolvi pedir Lauren em noivado, ela claro aceitou, engraçado como seis meses tantas coisas podem mudar. Aquela viagem no final valeu para perceber que não importa a distância, não importa as circunstâncias e dificuldades que apareçam pela frente, quando o sentimento é verdadeiro o amor irá prevalecer e vencer.