Eu Te Amo!

Escrito por Julia Fontinelly | Revisado por Carol

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  Não acredito que vi a Camilla se esfregando no Austin de novo. Eu odeio aquela menina, nada contra as pessoas que conseguem gostar dela, mas ficar dando em cima do meu namorado é muito cara de pau, e ainda na minha frente, me desculpem, mas eu odeio ela. Eu andei até o meu carro e abri a porta do mesmo, mas logo uma mão empurrou a porta a fechando.

  - Por que toda vez que me vê conversando com ela sai correndo? Ela é só minha amiga. - ele disse olhando nos meus olhos um pouco alterado.
  - Por quê? Como você ia se sentir se toda vez que me acompanhasse a um lugar eu encontrasse um amigo homem e ficasse dando mais atenção pra ele até do que pra você? Ou então ele se esfregasse em mim e desse em cima de mim e eu não fizesse nada? Você ia ficar assistindo? Ia gostar?
  - Não, eu não ia gostar. - ele disse e suspirou- Escuta eu te amo e eu...
  - Austin? Ah, você tá ai.- Camilla disse correndo atrás dele e ele deu um outro longo suspiro.
  - Tô - ele disse e eu fechei a cara. - Camilla a gente pode conversar depois? - ele disse e ela sorriu sinicamente pra mim.
  - Só por causa dessa daí? Vamos conversar ali dentro, bem longe dela. - ela disse o puxando e ele tentou se esquivar mas ela o olhava com uma careta e continuava a puxá-lo.
  - Austin. - eu disse e eles pararam e me olharam - Acabou. - eu disse e ele ficou de boca aberta, a Camilla sorriu me olhando e eu entrei no carro.
  - espera. Amor, vamos conversar. - ele disse com algumas lágrimas.
  - Desculpa Austin, mas a gente não tem nada para conversar. - eu disse e acelerei.

  Ele me encarava de longe enquanto minhas lágrimas grossas caiam de meus olhos. Eu não queria chegar a esse ponto mas não dava pra agüentar aquilo bem na minha frente. Eu dei uma ultima olhada no retrovisor e ele tava de joelhos naquele lugar. Eu me senti mal por aquilo, eu realmente o amava, mas meu ciúme falou mais alto naquele momento e agora eu to aqui, chorando e dirigindo pra qualquer lugar. Eu pensava constantemente em tudo o que estava acontecendo, eu não queria que aquele fosse o nosso fim, eu o amava de verdade. Eu ouvi um trovão e comecei a chorar lembrando das nossas noites quentinhas em baixo das cobertas, ou quando eu ficava com medo e ele cuidava de mim a noite inteira. Eu acelerei o carro e limpei algumas das minhas lágrimas, eu queria voltar mas eu não podia, eu já tinha ido longe demais, eu não iria voltar para os braços dele agora, não de novo. Comecei a mexer no banco no passageiro, que estava cheio de roupas, liguei o ar do carro e peguei o primeiro moletom que eu vi pela frente. Desliguei o carro e fiquei lá dentro, eu encarava a pista ficar cada vez mais molhada e os trovões aumentarem cada vez mais. Eu abracei o moletom e derramei mais algumas lágrimas no mesmo. Eu comecei a soluçar um pouco. Fui para o banco de trás ainda com o moletom em mãos e deitei no mesmo. Ouvi alguns carros passarem mas nem liguei. Eu coloquei o moletom e puxei um pouco as mangas e coloquei sobre o meu nariz, sentindo aquele maravilhoso cheiro do Austin. Eu fechei um poucos os olhos e comecei a ouvir a chuva parar.

[...]

  Acordei ainda escuro e levantei no pulo. Eu dormi ali? Eu não podia, eu tinha aula hoje. Peguei meu celular e olhei a hora. Ainda eram 5:00 da manhã, os flash de ontem começaram a rondar a minha mente e eu senti as lágrimas descerem novamente. Eu senti o frio do carro e lembrei que tinha ligado o ar frio. Desliguei o mesmo e peguei as chaves do carro e o meu celular. Tinha uma espécie de floresta aonde eu estava. Eu comecei a andar por entre a floresta e comecei a sentir o vento fesco da mata. Eu vi uma grande pedra e ouvi um barulho atrás de mim. Ignorei o barulho e continuei a andar pela floresta. Eu andei até a pedra e subi na mesma olhando tudo a minha volta. Tudo estava escuro e eu só conseguia ouvir alguns barulhos de pássaros. Eu peguei o celular e liguei a lanterna. Desci da pedra e comecei a caminhar, aquele lugar me dava um pouco de medo, eu não conhecia nada ali, nem tinha noção onde aquele lugar ficava mas eu só sabia que queria um lugar silencioso e só pra mim para pensar. Eu senti algo no meu pé e cai no chão. Eu levantei rápido e peguei a meu celular e iluminei o lugar, eu tinha tropeçado em apenas uma raiz. Eu olhei um pouco acima de mim e vi um precipício. Corri até lá e vi o quanto aquilo se tornava bonito. Eu me sentei ali e senti a brisa. Logo ouvi um barulho mas de novo não dei atenção.
  Ouvi um som de violão e olhei um pouco para baixo e vi alguns animais bebendo água em um riacho abaixo do penhasco.

- When I look into your eyes.
It's like watching the night sky
Or a beautiful sunrise
There's so much they hold
And just like them old stars
I see that you've come so far
To be right where you are
How old is your soul?

  Uma linda voz começou a cantar e eu o olhei com o violão em mãos vindo até mim.

I won't give up on us
Even if the skies get rough
I'm giving you all my love
I'm still looking up

And when you're needing your space
To do some navigating
I'll be here patiently waiting
To see what you find

Cause even the stars, they burn
Some even fall to the earth
We got a lot to learn
God knows we're worth it
No I won't give up

  Ele cantou se sentando ao meu lado e apontando para as estrelas que ainda estavam no céu e eu o olhei sorrindo. Ele olhava no fundo dos meus olhos e eu apenas sorria. Ele deixou a música sem terminar mesmo e fixou o seu olhar sobre mim. Ele se levantou e me puxou junto. Ele segurou minha mão e olhou nos meus olhos profundamente novamente.

  - - ele disse e soltou um suspiro- eu o encarei e ele voltou a falar- Eu sei que eu erro, e erro muito, mas você sempre me ajuda e me mantém de pé, não importa o que aconteça, você é a melhor namorada que um cara poderia desejar. E quando eu olho para o céu. - ele disse apontando com a cabeça para o céu estrelado. - Eu vejo nós dois juntos, com uma família e amigos, uma vida, porém juntos. Eu nunca poderia imaginar que você se sentia daquele jeito com a Camila, e eu peço desculpas por ser tão insensível. - ele disse sorrindo e eu assenti. - E o amor que eu tenho por você é tão grande que quando você entrou naquele carro eu não consegui me imaginar sem você, eu só sabia chorar. - ele disse ficando um pouco emocionado. - E eu olho para você agora, desse jeito que você está mesmo e me pergunto, como eu pude ser tão cruel a ponto de faze-lá chorar e não sorrir, mas eu pretendo te recompensar. Como eu disse eu erro, e eu erro muito mas eu queria te pedir o resto da sua vida para poder te recompensar. - ele disse um pouco nervoso e eu arregalei os olhos. Ele se ajoelhou com as mãos um pouco tremulas e olhou no fundo dos meus olhos - aceita se casar comigo? - ele disse tremendo um pouco e eu senti a luz do sol nascendo bater no meu rosto.
  - Aceito. - eu disse ainda meio assustada e ele colocou um anel de brilhantes no meu dedo e eu me agachei até ele.
  - Eu te amo. - ele disse e eu sorri - Não me deixe.
  - Nunca mais. - eu disse e nos beijamos.

FIM



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