Eu, Ela e Meu Melhor Amigo
Escrito por Stelah | Revisado por Maah
Segurei sua mão com força e puxei seu corpo contra o meu, sussurrando palavras de amor.
- Eu preciso dizer algo sobre mim que não sabe. - Ela sorriu em resposta.
- , não há nada que diga que me fará parar de amar você.
- Mas , eu... Eu não quero esconder nada de você!
- Porra, , que saco! Você sempre estraga o clima, véi! - Me irritei.
- Dá pra me chamar de , mano? Acabou o teatro, chega! - Ele se afastou.
- Pensei que você fosse meu amigo... - Dando uma pausa. - Nem pra me ajudar a treinar pro encontro com a !
- Depois eu que dou pinta, né ? - Ele virou os olhos. - Pô, imagina se alguém pega a gente encenando isso?
- Aff... - Dei-lhe as costas. - Afinal, o que queria tanto me falar no teatro, hein?
- Que eu tenho um pênis! - ficou vermelho e soltou uma gargalhada tosca.
- De novo essa piada? - Sim, era a 20ª vez que ele dizia isto.
- Qual é, cara? Tô sem criatividade hoje. - Ele fez cara de coitado.
- Beleza, agora faz logo a porra do seu papel! - Dei-lhe um tapinha nas costas.
Nos ajeitamos e recomeçamos a cena:
- Eu te amo. - Sussurrei em seu ouvido.
- Ai, , eu também te amo. - fez a voz mais afeminada que pôde.
- Você é linda, sabia? - Acariciei sua cabeça.
- Eu sei que eu sou linda e gostosa... Agora dá pra ir para a parte interessante? - Acho que ele esqueceu de usar a voz fina, mas ao menos se lembrou do sorriso malicioso.
me empurrou contra a parede com força, me encurralando. Sua boca estava muito próxima da minha, e por mais que eu tentasse me esquivar, ele me vencia.
- E aí, caras? Vim ver o negócio do trabalho da escola. - Uma voz masculina veio da porta de entrada.
Senti meu corpo paralisar de medo. Não consegui dizer sequer uma palavra.
- Me desculpem, eu não queria atrapalhar, eu... – O invasor, nosso colega de sala, ficou surpreso ao flagrar tal cena.
Só então me soltou, tentei me explicar:
- Não, não é isso que você está pensando!!! – Gaguejei.
- Ai, querido, o meu finalmente se rendeu e declarou seu amor! – interrompeu, com uma voz de travesti.
- Claro que não, é que essa bicha me agarrou! - Gritei.
- Para de frescura, amor. - Ele apoiou o braço sobre meu ombro. - Pensa que eu não senti o negocinho subindo...?
- Chega! - O cara se irritou. - Não quero saber detalhes do relacionamento homossexual de vocês! Estou saindo do grupo, fui. - Ele se retirou, bufando.
Olhei furioso para , já pensando nas consequências daquilo.
- Pronto, amor. - Ele, ainda com a voz afeminada. - Podemos voltar pro nosso "love".
- Caralho, será que dá pra sair do personagem? - Eu queria socar ele.
- Quem disse que estou atuando? - deu uma piscadela.
***
Dividir um apartamento com o meu melhor amigo não foi lá minha melhor ideia. é o cara mais folgado e gay do planeta!
- Bom dia, . - Eu num sorriso alegre até demais ao preparar panquecas.
- Quem te disse que esse é um bom dia? - Ele se sentou na mesa pro café.
- Dá pra levantar essa sua bunda branca e mole da cadeira e pegar mais ovos na geladeira? - O sorriso alegre desapareceu.
- Quem disse que minha bunda é branca e mole? - ergueu uma das sobrancelhas.
- Ora, , eu já vi tantas vezes você pelado... - Eu disse.
- Ei, dá pra parar de expor nossas intimidades? - Ele se levantou da mesa. - Pessoas podem estar lendo isso!
- Quê? - Confesso que brisei.
- Esquece! Minhas mãos não pegam ovos, se é que me entende... - O se virou e fingiu não me dar atenção.
- Dá pra você ao menos pegar o sal? - Gritei.
- Minha mão está ocupada no meu bolso... - Ele, colocando a mão no bolso do calção.
Tomei o café e me troquei pra escola. O vagabundo do faltava todas as segundas.
***
No colégio todos pareciam me observar com um olhar estranho, pareciam cochichar de mim. Mas não importava, se ao entrar na sala me deparia com os olhos verdes de ...
- ! - Ela me abraçou com força.
- , minha linda! - Dei-lhe um selinho.
- Que história é essa de você estar agarrado com um garoto!? - A cara da garota mudou do nada.
- Então era disso que eles estavam comentando no corredor? - Virei os olhos. - Lembra do , aquele que disse que eu era dele quando a gente se conheceu?
- Como eu iria me esquecer daquele otário? - A mina tava furiosa, nem sabia que eu era tão gostoso.
- Mais do que otário, o é um adjetivo ainda não existente que fala sobre pessoas sem "cemancol" e que adoram dar pinta... - Eu disse.
Flashback On
Depois de um tempão no shopping esperando que alguma gatinha passasse, finalmente duas garotas maravilhosas se aproximaram de nós:
- Oi, somos e ! - Uma delas sorrindo.
- Olá -
e eu dissemos, ainda paralisados por tamanhos seios.
- Vou ser direta, ô , você é mó gatinho e tals... O que acha de darmos uma voltinha por aí, só nós dois? - A se aproximou ainda mais de mim.
- Saia já daqui, perua! - numa reação surpreendentemente homossexual. - Esse bofe é meu!
- Nossa, me desculpem eu não sabia que vocês estavam juntos... - corou.
- Juntos? - Aumentei o tom de voz. - Gata, eu e o somos apenas amigos, mas é que ele tem problemas quanto à sexualidade...
- Na hora do "vamo ver", amigos não existe no seu vocabulário né querido? - Por que ele gosta tanto de pagar de bicha?
- Caralho, vocês são ou não são gays? - A amiga se estressou.
- Nenhum de nós! – Olhei furioso para . Fiquei até sem palavras, o que mais poderia dizer?
Flashback Off
- Tá, agora vamos esquecer o , amor... - apoiou seus braços em meus ombros.
- Então, hoje á noite no restaurante ainda está de pé? - Perguntei.
- Então, . Hoje é segunda e acho que vai estar fechado. - Ela em um tom dengoso.
- Não é problema, . A gente pode assistir a um filminho em casa, abraçadinhos... Que tal? - Procurei os olhos dela.
- Ah! - Seus olhos brilharam. - Crepúsuculo, diz que sim!
- Tudo pela minha namoradinha linda! - No fundo eu queria sair correndo.
- Eu apareço por lá às oito! - Ela me deu um beijo no rosto e sentou em seu lugar da classe.
***
Passei a tarde toda arrumando a bagunça que havia feito, enquanto o folgado curtia a cidade com alguma das minas dele.
Tinha comida até no teto e cuecas freadas por toda a parte!
só chegou às sete, totalmente insano. Ele até tentou fazer um strip, mas eu não tinha tempo para isso.
Tomei um banho e arrumei tudo para quando chegasse. Mas nada disso adiantaria com meu amigo por perto.
- Cara, vem aqui um pouco. - Chamei.
- Qual é, cara, abre o jogo comigo. A casa tá arrumadinha, tu ta cheirosin, gostosin, bonitin. - Além de meu amigo ele também é bem idiota.
- A vai vir pra cá e eu quero que você suma! Sei lá, fica no quartinho dos fundos e não me enche... - Chacoalhando-o.
- Tá, tá... Mas o que eu ganho com isso? - Ele fez cara de criança fazendo birra.
- Te dou muita, mas muita comida. Uma pizza inteirinha só pra você, eu vou deixar na janela da cozinha que dá no fundo da casa. - Dei uma piscadela daquelas de vendedor da TV.
***
Finalmente a campainha tocou. Mandei para longe com a ajuda de algumas travesseiradas e dei meus últimos retoques. - Isso soou gay.
Abri a porta com aquele ar sedutor, digno de filmes do Tom Cruise. Mas era apenas o entregador de pizza.
Arrumei a mesa e já levei a pizza do , só pra garantir.
A campainha tocou mais uma vez. Corri em direção à porta e a abri desta vez sem o ar galanteador. Era .
- Oi meu ! - Ela sorriu. - Trouxe Edward, Bella e Jacob!
Queria uma arma de fogo naquele instante. Quando garotas vão perceber que garotos com certeza sobre sua sexualidade não gostam de Crepúsculo? De alguma forma teria que me recompensar por isso.
- Não ganho beijinho? - Fiz cara de cão sem dono.
- Só se for roubado! - Ela fez cara de menina mimada, que cai entre nós, ela era.
Passei meu braço por sua cintura e a abracei carinhosamente. Ela abaixou o rosto e sorriu envergonhada.
- Você disse roubado, né? - Perguntei com um sorriso malicioso no rosto.
- Si... - Antes que ela terminasse, arranquei um selinho que se transformou num beijo longo.
***
Assim que nos ajeitamos nos sofá da sala, servi a pizza e deixei os refrigerantes na mesa, o filme começou.
Eu não estava interessado naquele melodrama ridículo, estava apenas esperando a hora certa para dar o bote, se é que me entende.
Na metade do filme, vi o reflexo de na cozinha, nisso eu já havia arrancado uns beijinhos de . Torci para que ele não fizesse barulho e voltasse para o quartinho dos fundos, mas o que eu poderia esperar daquele ser desprezível?
- Você ouviu isso, ? - parecia assustada.
Como eu poderia explicar o barulho de um guloso vacilão?
- Acho que foi o vento. - Aproveitei para abraçá-la.
Dei uma breve olhada para trás e fez um sinal de positivo. Suspire. O dia estaria á salvo?
O barulho sucessor a isto foi realmente assustador e tive que acender a luz.
- , me salva! - É permitido rir da cara da própria namorada?
Ao caminhar até a cozinha, dei de cara com espatifado no chão.Precisou de muita luz pra mim não cometer um homicídio.
- Desculpa aê, pessoal, é que eu derrubei fanta uva no chão e acabei escorregando. - Ele fez cara de gozação.
- , antes que você pergunte qualquer coisa, o , quer dizer, isto mora aqui em casa. - Tentei ser o mais direto possível.
pareceu não se importar com a presença de meu amigo:
- Ainda bem que não era nenhum vampiro e ninguém se machucou. - Ela estava tentando ser engraçada? Não rolou. - Sorte que eu já assisti esse filme exatas 47 vezes e então não perdi nada nesse tempo. Se quiser, , posso ti contar o que aconteceu! - Ela voltou saltitante para o sofá da sala e deixou e eu sozinhos.
- Ela é doce demais pra você. - Meu amigo virou os olhos, claramente com ciúmes.
***
Voltamos para a sala, acomodei-me ao lado da minha namorada enquanto
se sentava no outro sofá. Será que ele não se toca?
O filme já não era dos melhores e o meu maldito amigo faria um barulho enorme pra mastigar a pizza.
- Ah, lá! Lá vem o vampiro impotente! - Comentário típico do .
olhava pra ele com cara de reprovação.
O clima romântico foi ainda mais detonado quando buscou uma garrafa de whisky e nos ofereceu. Rejeitei a oferta, mas aceitou por educação. E por educação, ela também aceitou a 2º e a 3º dose, mais do que o suficiente para ela soltar um comentário desses:
- Nos bastidores o Robert chupa o Taylor! - Só digo uma palavra: Medo.
O pior de tudo era que e eu estávamos sãos.
Acho melhor mudarem o nome da fic pra: Eu, uma bêbada e um retardado.
***
Finalmente o filme acabou e tive que levar no colo para a cama do quarto.
- Agora é só fazer o trabalho! - sorriu maliciosamente.
- Você estragou tudo! - Preciso de algum tipo de alvará que permita cometer assassinato quando a vítima é esse tipo de filho da puta.
- Qual é cara? A mina tá dopadinha e só ir lá e vu! - Ele num gesto obsceno.
- Ela não iria conseguir nessas condições... - Olhei irritado, mas logo mudei minha face. - Ou iria?
- Pelo jeito que ela está? Com certeza iria. - Meu amigo é um tarado cheio de hormônios, muda o nome da fic outra vez!
- Mas isso pode ser considerado estupro? - Cara de lesado mode on.
- Eu sei lá! Dizem que cú de bêbado não tem dono... - me deu um empurrãozinho.
Sabe aquele capetinha que fica no ombro da pessoa da consciência má? Então, o meu é o .
Interrompendo nossa conversa, e muito bem, apareceu na sala só de lingerie:
- Tem certeza de que quer me por para dormir?
Corri e a empurrei pra dentro do quarto. Aquela bêbada tinha dono sim!
- Vai lá logo, ! Qualquer coisa sou testemunha de que foi por livre e espontânea vontade. - Ele ergueu as sobrancelhas todo orgulhoso.
***
Entrei no quarto e ao fechar a porta tive uma certa sensação de liberdade. Devia aproveitar aquele momento louco com
, ela boazinha já estava enjoando mesmo.
À meia luz, tudo parecia mais sensual. Para adiantar tudo já fui ficando de cueca e me jogando na cama.
subiu em cima de mim e começou a me beijar loucamente, passando ás mãos em meu cabelo. Suas mãos foram descendo, foi á minha barriga sarada, até conferir minha cueca.
Não consegui me segurar. Empurrei para o lado e subi em cima dela, repetindo seus atos e depois tirando o resto de suas roupas com muita pressa.
Olhei para seu rosto e sorri. Ela devolveu sorriso junto á um gesto de aprovação.
***
Nós estávamos próximos ao ápice quando o barulho da porta do quarto caindo no chão nos surpreendeu.
cobriu seu corpo nu com o edredom e eu apenas ergui os olhos para ver o que aconteceu. Tudo que eu vi foi o maldito do .
- Desculpa aê pessoal, só tava testando uma vídeo-aula. - fez piada.
- Você atrapalha tudo, não é mesmo? - Gritei furioso.
- Pô, eu não posso me divertir, não? - Ele se levantando no chão.
- Fora daqui, !!! - Olhar de serial killer.
- Calma, amor... - interrompeu segurando um de meus braços. - Por que não deixa seu amigo se divertir conosco?
Acreditem ou não, mas eu concedi o pedido! subiu na cama e já foi tirando a camisa.
***
Abri os olhos lentamente. À minha frente, na parede, o relógio marcava 11:30 da manhã, portanto, nada de aula, pois eu já havia perdido.
Me espreguicei e olhei para os lados, posso dizer que só então acordei. Lá estávamos eu, e na mesma cama. Limitei-me a encarar o fato sem repescar qualquer cena da noite anterior. Eu não acredito que isso aconteceu.
Pensando bem, nós três juntos não podia ser tão ruim...
Imaginação On
Nós três vendo futebol: me ajudando a torcer e me massageando.
Nós três tomando banho: pega o sabonete e segura a toalha do lado de fora do box.
Nós três na balada: fica dançando para mim enquanto e eu bebemos.
Nós três na limpeza da casa: não existe nessa cena e e eu damos um jeito em tudo, com ela pouco vestida, claro.
Imaginação Off
É, isso me parece divertido...
Epílogo
Algum tempo depois se mudou para minha casa e estávamos morando nós três juntos. Tudo estava perfeitamente bem. e faltaram na escola e lá estava eu voltando alegremente para encontrá-los.
Peguei minha chave e abri a porta, me deparando com os dos se beijando! Desde quando isso é permitido? A é só minha e o é só meu também, eu acho...
Os dois pararam no mesmo instante e me olharam surpresos:
- Qual é, ? e eu somos como irmãos! - Não era hora para piadinhas, não mesmo.
FIM
Me diverti muito ao construir essa fic e principalmente o personagem do melhor amigo.Usei até umas tiradas que uso na vida real! HEHE? E aí,estão á favor de continuação?