Endless Love

Escrito por HeyDud | Revisado por Bella

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  Niall entrou em casa e jogou suas chaves em cima da mesa de centro, entrou no quarto e foi em direção ao banheiro. Minutos depois ele se jogou na cama e tirou a aliança do seu dedo.
  Depois de meses da minha morte, ele nunca teve coragem de tirar a aliança, ainda não se permitiu amar outra vez. Assim como eu, minha aliança continua intacta em meu dedo. E você deve estar se perguntando em como isso é possível.
  Quando partimos dessa para melhor, as coisas que nos fazem mais feliz continuam com a gente. A roupa preferida, o estilo de cabelo, a maquiagem, a gente até se permite trocar algumas vezes, ou seja, minha aliança continua aqui porque ela faz parte das minhas felicidades. Mais voltando ao assunto.
  Eu posso e vou o amar para sempre, mas, para eu poder seguir meu caminho, Niall tem que se permitir a amar outra vez, ou pelo ao contrario, eu fico vagando pela a terra para sempre.
  Escutei seus soluços e me sentei na cama, passando a minha energia para ele. Há muito tempo em que eu vinha tentando me comunicar, mais era inútil, ele nunca percebia. Ele encarou sua aliança outra vez e a colocou em baixo do travesseiro. Todas as noites ele fazia isso, mas quando o sol nascia, ele se levantava, banhava e colocava a aliança novamente. Aproximei-me dele e peguei a aliança, era uma oportunidade para mostrar que eu sempre estava do seu lado. Ainda não sei como não tive essa ideia antes. Fui para o meio do quarto e fechei os olhos, um segundo depois eu estava no cemitério, em frente ao meu túmulo. Aquele lugar me causava repulsa, nunca gostei de cemitérios, mais quando vi flores ali, no meu tumulo, algo me reconfortou. Sério, funciona, causa paz.
  Ajeitei direitinho as flores e coloquei a aliança lá. Se eu estivesse certa, ele iria lá, assim que acordasse.

  ...

  O garoto acordou cedo no outro dia, ainda estava escuro, mais ele não ligava, era uma das horas em que sua garota mais gostava. O nascer do sol e o por do sol.
  Niall tinha mudado muito desde que começara a namorar Charlottie. E o casamento ajudou muito nessa mudança. A garota sempre acordava cedo para poder ver o nascer do sol e sempre ia para a varanda da sua casa para ver o por do sol. Lembrou de quando ela estava com ele, sempre que estavam juntos ela a puxava para a varanda e fazia ele ficar com ela ate anoitecer. Agora, sem ela aqui com ele para ver isso, nada mais tinha sentido.
  Tomou um banho e levantou seu travesseiro para pegar sua aliança, ela não estava lá. Sacudiu sua cama, procurou debaixo da mesma, mas não achou. Era o jeito ir sem ela. Pegou as rosas que tinha mandado comprar e foi em direção ao cemitério.
  O lugar era sombrio e assustador, e a essa hora da manhã ficava ainda mais. Mas ele não ligava, estava mais preocupado em como explicar para o túmulo de sua esposa de o porquê de estar sem a aliança.
  Chegou ao seu túmulo e colocou as rosas.
  - Oi. – falou sem jeito – desculpe ter vindo sem a... – o garoto parou vendo algo brilhando nos meio das flores – minha aliança – lembrou dos ventos quentes e reconfortantes que ele sentia enquanto estava deitado, chorando, ainda sentindo falta dela. Em como a vida dele não significava mais nada sem ela. Da paz que sentia. O garoto se jogou em frente ao seu túmulo e ficou encarando a foto embutida no mesmo. – Era você. Era você esse tempo todo. Porque não me dei conta disso antes. Eu sabia que não estava ficando louco, os sussurros, as acareações, era você. Eu só não conseguia enxergar. – o garoto riu sozinho e encarou o túmulo. Chalottie o observava, mas mudou a sua atenção quando os pequenos raios de sol começaram a iluminar aquele cemitério, ficou observando aquele fenômeno incrível, e como se o garoto adivinhasse, fez o mesmo. – Sua hora favorita do dia. – falou com um sorriso no canto da boca e olhou o túmulo uma ultima vez antes de tomar o rumo da gravadora.
  O sol estava se pondo, Niall pegou seu violão e foi para uns dos lugares que Charlottie mais gostava de ir, um lago em um parque pouco movimentado, ela gostava de ir quando o sol estava indo embora, ele se sentou, tocou um pouco de violão e ficou encarando o lago.
  A garota ficou um pouco longe dele, se sentou e ficou lhe observando. Queria que ele a visse, que ouvisse, que sentisse. Mas infelizmente ela estava morta e isso não seria possível. Niall se levantou e foi em direção a sua casa. Já estava escuro. Ele banhou, comeu alguma coisa e se jogou na cama, lamentava por sua vida ser tão monótona, e mesmo sendo inútil, mais uma vez pediu para ela voltar para ele. As lagrimas o invadiram, e ele chorou mais que os outros dias, então sentiu aquele vento quente, aquele energia, e soube que ela estava ali. Como sempre estivera.
  A garota observando ele chorando não aguentou e fez o mesmo, se sentou e acariciou seu rosto. Niall deu um mínimo sorriso e ela o acompanhou, ela sabia que ele sabia que ela estava lá. As lagrimas escorreram por seu rosto e ela desejou não ter morrido, queria estar do lado dele, mas ela precisava se desvencilhar deste mundo, dos vivos, ela não fazia mais parte dele. Respirou fundo, em meio a lagrimas e se aproximou mais. Ela precisava ouvir dele mais um eu te amo, para ter certeza que poderia seguir seu caminho. Desejando que ele ouvisse sussurrou.
  - Eu te amo. – ela disse e chorou mais ainda, sabendo que ele não a escutaria.
  De primeira, Niall se assustou por ter escutado aquilo, mas depois ele riu e começou a chorar novamente.
  - Eu também te amo. – ele disse e a garota se assustou quando ele falou, riu pela a primeira vez desde todos esses meses. Ele tinha a escutado.
  E a partir dai ela sabia que poderia seguir o caminho dela. Com aquele eu te amo, Niall tinha se permitido a amar outra vez. Acariciou seu rosto mais uma vez e se levantou. Virou de costas e levou um susto. Um cara loiro, muito bonito, estava parado na porta, todo de branco, sorrindo para ela.
  - Esta na hora de ir. – ele disse. – Tem que cumprir sua missão. – a garota estava confusa, nunca tinha visto esse cara e ainda não tinha escutado nada sobre missão.
  - Missão?
  - Isso, voltar à vida.

Fim.



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