Drunk Santa
Escrito por Beatriz (Beezus) Lobato | Revisado por Beezus
Andei em passos largos pelos corredores vazios da Universidade. Já conhecia o caminho, passava por ali todos os dias, mas nunca a esse horário. O lugar era vazio, até os portões estavam fechados, se eu não tivesse recebido a pista mais cedo, não saberia por onde entrar. , minha melhor amiga, vem vigiando , meu namorado, há algum tempo à meu pedido. , o charmoso, popular e cobiçado capitão do time de basquete, até então meu namorado; descobri que ele andava me traindo. Na verdade não era segredo, todo mundo já sabia, até eu mesma já desconfiava, mas nunca quis admitir. Quando finalmente tive orgulho o bastante para terminar com ele, ele veio com aquele papo meloso de que me amava e que nunca mais faria algo do tipo. Desde aquele dia, eu pus cada um dos meus amigos (os meus amigos de verdade, não os amigos bobocas de ) para vigiá-lo.
, havia me dito que iria se encontrar com Fanny na escola depois do horário na sala 42. É claro que o nome dela não era Fanny. Ela inventou esse apelido escroto porque o nome dela é feio demais pra ser dito em voz alta. ouviu uma das amigas de Fanny, com apliques postiços, que os dois já vem saindo escondido à duas semanas. Duas semanas, sendo traída e enganada pelo meu namorado.
Sala 42. É essa. Essa sala na qual eu tenho aula de Sociologia, e que eu provavelmente vou ficar com náuseas de entrar depois. Me esforçando ao máximo pra empurrar a porta e com todo orgulho que ainda me restava, entrei.
Foi como levar um tapa na cara da bitch que você mais odeia, ou então, não, não, não, foi muito pior... Não importa se você o ama ou não, mas perceber que você foi traída e enganada pela pessoa que você compartilha sua vida, seu namorado, essa sensação... Não consigo pensar em maior humilhação.
Piscando gradativamente rápido demais, para secar a umidade que se formou em meus olhos, transformo a vergonha em raiva. Até porque, não é de mim que eu devo ter vergonha, é deles.
- Que cena linda! – Rio enquanto aplaudo a cena que eu presencio. e Fanny nus, se entrelaçando um no outro, daquele jeito nojento de filme pornô. Com toda a força que tenho continuo cinicamente aplaudindo, como se aquele não fosse meu namorado (ex) e eu estivesse para caçoar dos dois. – Ah não, não parem por minha causa. Finjam que eu não estou aqui. – sento na cadeira mais próxima.
- Am... Am... ? O qu... que... você tá... fazendo aqui? – gagueja enquanto larga de Fanny e procura esconder o seu estado nu.
- Ah nada, eu só tava passando e resolvi entrar na escola depois do horário, porque isso é super normal. – rio.
- Não acredito. – ouço Fanny resmungar baixo.
- O que você disse, vadia? Pode falar em voz alta. Pelo que eu sei você não tem muita vergonha, então...
- Como você se atreve... – ela tentou me intimidar.
- Como você se atreve. – sobrepus. – Você acha que tem alguma moral? Algum direito de me dirigir a palavra? Você tá se pegando com o meu namorado, agora ex só pra constar, dentro da faculdade, na sala de aula. Desde quando vocês fazem isso? Desde quando vocês veem pra cá e veem todo mundo sentando em cima do gozo de vocês?
- ... – tentou falar comigo.
- Cala a boca! – eu digo. – Eu não acredito que eu tive a capacidade de te dar outra chance. Depois de ouvir todo mundo falando o que eu já sabia. Você não presta. Eu tenho nojo de você... Tenho nojo de vocês dois. – viro as costas tentando sair daquele lugar, parecia que eu queria vomitar.
- , espera! – agarra o meu braço, me fazendo parar.
- Me larga! – puxo meu braço de volta. – Eu não quero mais olhar pra você.
Corro de volta até as escadas, tentando escapar daquele lugar, tentando apagar aquela cena, tentando evitar as lágrimas que por mais estúpidas que pareçam insistem em sair.
Chego ao estacionamento localizando de imediato o meu carro, com as mãos tremendo tento colocar a chave na porta, em vão. Deslizo as costas pela porta do carro, me sentando no asfalto; colocando o rosto entre os joelhos e as mãos sobre a cabeça.
- Eu sou uma estúpida... Como eu sou posso ser tão estúpida? Aaahhhh. – grito tentando extravasar a raiva. – Conte até dez... apenas conte... – respirando fundo e contando até dez, me lembro de uma frase que eu jurei dizer à mim mesma em momentos como esse: - Ninguém me ama mais do que eu mesma!
***
- É Natal, É Natal, e eu to passando mal! Na na na, coelhinho, se eu fosse como tuuu! Na na na na na na...! Me trás mais uma dose, garçom! – gritou já bêbada depois de vários copos.
- Não, pra você chega por hoje. Já bebeu de mais e tá incomodado os outros fregueses.
- Eu to pagando! Se eu quiser beber mais uma e ficar por aqui, eu vou beber mais uma e ficar por aqui! - gritou ela, para quem quer que estivesse incomodado com sua presença, ouvisse. – Agora me trás ai mais uma, gato! – tentou falhamente mandar uma piscadela sexy para o barman.
- Cadê sua identidade? – perguntou o mesmo garçom enxerido.
- É da sua conta? Eu não tenho que te mostrar nada, eu não devo nada pra você. Nem te conheço. – gritou arrastado. – Você pode ser bem um pedófilo, como é que eu vou saber?
- Eu preciso ver sua identidade se você quer mais uma bebida... – explicou ele.
- Eu sou de maior, querido! – ela falava gritando. – Que frescura é essa de identidade? Eu bebi até agora sem identidade e vou continuar bebendo. – beijou a palma da mão e assoprou, como se estivesse mandando um beijo no ar para ele. Zombando.
- Pedro! Dá mais um copo pra escandalosa aqui, antes que ela faça algo pior. – gritou o garçom para o barman.
- Isso mesmo! – gritou ela em resposta. – Antes que eu faça algo pior. – ela riu debochado.
- Ah, com licença moça? – disse o barman, que ao olhar de , era muito bonito, apesar de parecer ser mais jovem do que ela. “Será que ele era de menor? Mas como estaria trabalhando ali?”, pensou a parte lúcida dela.
- Fala meu pedaço de mau caminho... Quantos anos você tem? É que eu gosto dos mais velhos...
- Ah... vinte. Moça... Isso é pra você. – disse ele meio sem jeito entregando-lhe um como grande com um conteúdo branco transparente dentro. Supôs ela que fosse vodca dentro de um copo bem grande. – Com os comprimentos daquele rapaz. – terminou o barman apontando para a outra ponta do balcão, onde se encontrava um lindo rapaz, topete loiro, camisa social xadrez, calça jeans escuras e botas. Ele sorriu e balançou a cabeça como um comprimento, quando percebeu que ela o olhava.
- Saúde! – ela disse levantando o copo na direção do moço, como também, um sinal de cumprimento. Virou o conteúdo do copo de uma vez, se arrependendo logo em seguida, pois se engasgou e começou a tossir. – Isso é algum tipo de brincadeira? – berrou ela. Quando olhou para o lugar onde o rapaz estava sentado, percebeu que ele ria, provavelmente dela. Resolveu então, tirar satisfações com o estranho.
- Seu idiota, tava tentando brincar comigo? Qual é o seu problema? – perguntou ela para ele, o empurrando.
- Problema nenhum, por quê? – disse ele.
- Isso é água! – gritou ela, lhe entregando o copo brutamente.
- É, é água. Eu sei! – ele continuava debochando.
- Eu pensei que fosse alguma coisa com maisálcool. Por que me deu isso?
- Tem certeza que quer mais bebida alcoólica? Não acha que já tá bêbada o bastante?
- Bebida nenhuma é bastante pra tampar o vazio dentro de mim.
- Por quê? O que aconteceu? – ele perguntou interessado, finalmente parando de rir.
- É da sua conta? – ela perguntou rude outra vez.
- Não, não é da minha conta. Só perguntei por curiosidade. Achei que talvez fosse melhor você contar pra um estranho, do que beber.
- E por que um estranho me ajudaria mais do que bebida?
- Porque não vai doer no dia seguinte.
***
- Então, você não tá me levando pra nenhum beco escuro, né? – o rapaz riu.
- É claro que não! Só achei melhor pra você sair daquele lugar.
- Você fala como se também não estivesse lá. – ele sorriu. – Então, senhor moral, por que estava lá?
- Por que você estava? – ele retrucou.
- Meu namorado me traiu. De novo.
- De novo? Por quê? Ele já tinha te traído antes? – ela assentiu. – E... você continuava namorando ele?
- Eu ia terminar, mas ele... eu não consegui. O jeito como ele falava, como chorava e me pedia desculpas, e dizia que me amava...
- Se te amasse não teria te traído.
- Eu sei! Por que todo mundo fica me falando isso? Eu sei o que ele fez, mas isso não significa que ele não sinta nada por mim.
- Ei, ei, calma! Eu não disse isso. O que eu quis dizer foi que você não merecia ficar com alguém que te trata desse jeito.
- Você nem me conhece...
- Então quer dizer que você merece? Alguém que te trate assim? Que te traia? – ela abaixou a cabeça.
- Eu não sei, talvez sim... Acho que eu não dava muito valor pra ele, não dava toda a atenção que ele queria de mim.
- Você amava ele? – ela suspirou.
- Eu acho que não...
- Mas, mesmo assim dói?
- É claro que dói! Por que não doeria? Você nunca passou por isso?
- Sinceramente? – ela assentiu positivamente. – Não.
- Ah, é... Você é um deles...
- Um deles quem?
- Um desses garotos populares que tem tudo e todos à seus pés. Aposto que você também já destruiu muitos corações!
- O quê? Eu nunca fiz nada disso. Eu não sou assim.
- Então como você é? Na verdade, quem é você, por que me deu água, me tirou do bar? Ah meu Deus, eu nem sei seu nome! – exclamou ela apavorada.
- Tom.
- Tom? O que é isso, é nome de gato? É diminutivo de Tomáz?
- Thomas. Mas, me chama só de Tom.
- Tá bem, “só de Tom”, qual é a sua história?
- Nada de especial. – ele deu de ombros.
- Nada de especial? Sério? Olha, se vamos passar a noite de Natal juntos, eu tenho que pelo menos saber quem é você.
- Também terminei um namoro recentemente. – disse ele.
- Sério? E como foi? Ela te traiu também?
- Na verdade não. Ela... foi embora... – disse ele cabisbaixo.
- Foi embora? - insistiu ela.
- É, ela se mudou. Teve que ir embora. Não quero falar disso.
- Tá bem, tá bem. Se não quer falar, não fala, só perguntei...
- Me desculpe, não quis ser rude, só... Não posso falar disso.
- Tá bem, você não me deve satisfação. – disse ela saindo à frente.
- Ei! – gritou ele. – Aonde você vai?
- Pra casa! – respondeu ela.
- Achei que quisesse companhia.
- Não a sua! – gritou ela se afastando.
- Ei! – tornou a gritar ele, correndo a seu encontro. – Por que não a minha?
- Eu nem te conheço.
- E daí? Eu também nem te conheço. – ela riu. - Então não vamos nos importar se não nos virmos amanhã, não é mesmo? – ela pensou.
- Tá bem. Uma noite. – respondeu ela.
- Uma noite. – repetiu ele.
***
- Quer conhecer um lugar legal? – perguntou Tom.
- Eu não vou transar com você.
- O quê?
- Disse que não vou transar com você.
- Mas eu não disse que iria transar com você. Por que achou que eu iria dizer isso? – perguntou Tom.
- Ah, bem... Você me perguntou se eu queria conhecer um lugar legal, a maioria dos caras diz coisas parecidas quando querem te levar pra cama... – respondeu meio sem jeito.
- Nossa! Isso foi... A coisa mais estúpida que eu já ouvi!
- O quê? – gritou ela. – É a verdade!
- Não é não! Nem todos os caras fazem isso. – disse ele.
- Então você é gay, porque todos os caras fazem isso.
- Talvez todos os caras que você já conheceu. – sobrepôs ele. – E eu não sou gay.
- E isso quer dizer o quê? – perguntou.
- Quer dizer o que o quê?
- O quê? – os dois riram. – Você só pode tá brincando com a minha cara, você não pode ser tão burro.
- E você também não. Só é meio bêbada, mas é inteligente. – eles riram.
- E ai? – disse Tom.
- E ai o quê?
- Quer conhecer um lugar legal?
***
- Eu juro que se você tiver me levando pra sua casa, eu esfolo você vivo. – disse . – É sério, eu sempre carrego spray de pimenta e um canivete na minha bolsa. – Tom começou a rir.
- Sério que você pretende esfolar alguém com um canivete? – ele disparou rindo.
- Tá afim de experimentar? – desafiou ela já abrindo a bolsa.
- Não, não, não! Eu... sou da paz. Sério, sem violência. Nada de sangue, meu sangue, e nada... – embolou ele meio apavorado. – Fica tranquila, não to te levando pro meu apartamento.
Exatamente após terminar essas palavras, os dois pararam em frente à um luxuoso edifício. Olhando incrédula para Tom, estava com os olhos arregalados de acusa, apontando paro o prédio.
- Eu... eu... eu... Eu não moro aqui! – disparou Tom, quando percebeu que abria a bolsa. – Eu juro que eu não to te levando pra minha casa, eu não vou te levar pra cama. Não que eu não queria, porque você é extremamente sexy e atraente, mas eu não to pensando nisso... Eu juro que eu não te trouxe aqui com a intenção de transar com você. – terminou ele.
- Eu só tava pegando o meu celular. – disse ela apontando para o aparelho, fazendo Tom suspirar de alivio.
- Tá bem... Olha, a gente tem que entrar por trás. Pela garagem.
- Isso tá com cara de emboscada. – disse ela.
- É pagar pra ver! – disse Tom estendendo sua mão para segurar a dela, que aceitou.
Havia uma parte no portão de aço da garagem, onde parecia ter sido feita por um alicate, deixando um buraco para que uma pessoa pudesse passar. Os dois se agacharam, se espremendo para passar pela fenda. Entraram dentro do estacionamento, onde percebera , só haviam carros de luxo, e imediatamente teve medo de ser pega e presa por invasão ou algo do tipo.
- Você sempre faz isso? – perguntou ela.
- Aham. – sibilou ele.
- Mas isso não é crime. – tornou a perguntar.
- Se não fizermos nada que chame a atenção das câmeras...
- E isso não é chamar atenção?
- Somos só duas pessoas normais andando a noite pelo estacionamento de um prédio. O que isso tem de estranho?
Tom parecia tranquilo demais, ao ver de . E se talvez ele estivesse levando ela para uma armadilha? Ele podia ser um criminoso, um estrupador, um sequestrador, um vândalo. Podia ser alguém enviado por Fanny e , para pregar uma peça nela. Talvez algum tipo de vingança. Tantas coisas passando por sua cabeça, todas elas ruins, então por que ainda estava ali? O seguindo? Sempre fora curiosa demais. E era por isso que sempre se ferrava.
- Vamos subir por aqui. – Tom a tirou de seus pensamentos apontando para o pequeno cubículo de escadas. – A gente tem que subir um pouco de escadas, vou te levar no terraço.
- Um terraço? O que um terraço de um prédio teria de tão especial? Não vai me jogar de lá de cima não, né? – imediatamente ela se arrependeu de ter dito isso; lembrando-se dos pensamentos ruins sobre Tom.
- Não me dê ideias. – ele disse, fazendo-a congelar por um instante. – É brincadeira. – ele riu e bateu de leve no ombro dela. – Você não acreditou nisso, né? – ela balançou a cabeça negativamente e rápido. – Ah, tá bom, você não me conhece e tá com medo de mim. Porque claro, eu sou o maníaco do barro. – quando mais ele falava mais ela se espantava. Ele riu. – Realmente, você é a garota mais engraçada que eu já conheci. Em um momento você tá bebendo e me xingando, e no outro tá com medo deu te matar...
- Nada é impossível nesse mundo estranho. – resmungou ela.
- E que filosofia interessante. Tá afim de subir ou não? – “Quem arrisca não petisca”, não é mesmo ?
- Não tenho medo de você.
***
- Tá bem... o... que... tem... de tão... interessante... aqui! – disse sem fôlego.
- Tá na cara que você não malha. – Tom ao contrário, parecia ótimo.
- Oh! Me desculpe... se minha... forma física... Cof cof – ela tossiu. – Não te agrada.
- Ta na cara que não! Olha só fofinha. – disse ele indo até a beira no “precipício” do prédio. – Não é bonito?
- Nossa, nona maravilha do mundo... Era só isso? – disse ela rispidamente.
- Que horas são? – perguntou Tom apontando para o celular nas mãos de
- Você quer saber as horas? Tá bem, vou te dizer que horas são... É quase meia noite e eu to passando meu Natal com um estranho subindo escadas idiotas, pra chegar no terraço de um prédio idiota. Isso responde que horas são?
Quando os sinos de uma Igreja próxima badalaram doze vezes, a cidade se iluminou pelos fogos coloridos sendo estourados perto e longe dali. a principio pareceu assustada, pois foi tomada de surpresa. Logo depois, seus olhos se iluminaram pela beleza e magia emanada e desenhada no Céu. “Nossa”, era tudo que ela pensava. Na verdade, de tudo que ela pensava, nada parecia tão belo e mágico como aquilo.
- Não disse que seria legal? – sussurrou Tom ao seu lado.
- Muito legal! – ela sorria. – Olha Tom, me desculpe por pensar que você ia me matar. – ele riu.
- Ah, então você ficou com medo? – ela sorriu abaixando a cabeça, envergonhada. – Não quero te decepcionar, vem aqui! – Tom puxou pelos braços segurando forte, fingindo que iria empurrá-la; fazendo-a gritar não tão alto, pois os fogos ainda eram ensurdecedores.
Ele riu puxando-a para mais perto, fazendo com que ela se agarrasse a seu tronco, para que ele não a soltasse. ali, de olhos fechados e com um meio sorriso no rosto, Tom percebeu o quão linda era ela. Já havia percebido isso quando a viu chegar no bar, e quando sorriu pra ele agradecendo a bebida. Mas ali, agora, em seus braços, vendo o reflexo dos fogos sendo estourados no céu, Tom sabia que não poderia deixá-la ir.
Quando abriu os olhos viu que estava próxima demais à Tom. Seus olhos castanhos pareciam ofuscar o brilho dos fogos. Seus cabelos loiros dançando com o vento. As pequenas circunferências em suas bochechas, e o sorriso com dentes perfeitos. “Onde eu fui me enfiar?”, se questionou. Tudo que queria era fugir por um dia, chorar e beber às custas da dor. Não imaginava que um estranho, extremamente lindo, lhe ofereceria água e a convidaria para um passeio. se tocou que nunca em sua vida havia feito isso antes. O que sua mãe diria?, pensou “Não fale com estranhos”, aonde havia perdido esse conselho? Agora já era tarde, pois ali, naquele momento, sabia que queria mais de Tom. Queria vê-lo, queria sua companhia, queria conhecê-lo. O queria por completo.
- Eu tenho que ir embora. – disse ela.
- O quê? – gritou Tom, provavelmente ensurdecido pelos fogos.
- Eu.tenho.que.ir.embora! – gritou ela, pausadamente.
- Por quê?
- Eu... Eu acabei de terminar com meu namorado. Não posso me envolver com você!
- Mas eu não te pedi nada, só estamos passando um tempo juntos.
- Você não entendeu, Tom. Eu quero me envolver com você, mas não posso. Eu costumava ser assim, fazer esse tipo de coisa, mas eu não sou mais assim. Eu percebi que se agir como qualquer uma, irão me tratar como qualquer uma. E tem uma coisa que eu aprendi: Ninguém me ama mais do que eu mesma!
- É uma ótima filosofia! Eu também quero te conhecer. – disse ele a segurando pelos braços, fazendo-a recuar. – Só um beijo...
- É melhor não...
- Só essa noite... Se você não quiser me ver amanhã, se não quiser saber de mim, se quiser me esquecer...
- Tom...
- Por favor.
Ela cedeu. Afinal, ela também queria, só não ia admitir. Em primeiro lugar, ela se ama. Só assim poderá sentir algo por alguém depois. Ela deixou que ele tocasse seus braços, subindo as caricias para seus ombros até alcançar as maças do rosto. Ele a acariciou com as pontas dos dedos puxando suas bochechas. Ela tremendo de leve, levou suas mãos até os cabelos loiros e macios dele, puxando os curtos da nuca de leve, dando-o incentivo. Ele voltou a descer as mãos até a cintura da garota, puxando-a para si. Um encarando o outro, sentindo as respirações aceleradas e quentes. Tom aproximou de leve, deixando por conta de a iniciativa. Ela avançou, finalmente juntando seus lábios. Seus lábios tinham um gosto mentolado, nada muito forte porém marcante. Ela era doce e delicada, exilava mel, nada muito enjoativo, muito pelo contrário; Tom mal começou a beijá-la e já pedia por mais, a incentivando apertando sua cintura e colocando pressão na pélvis.
- Eu... tenho... que... ir. – disse ofegante.
- Não... fica... mais um... pouco. – Tom disse entre beijos.
- Não! – ela se separou. – Eu realmente preciso ir. Tom, obrigada por me salvar hoje a noite. Eu não... vou esquecer amanhã. – ele sorriu.
- Eu queria te encontrar de novo.
- Tenta no Ano Novo. – eles riram. – Eu vou tá bebendo. Você sabe onde me encontrar. – ela disse se virando de volta pela escada de onde vieram. E lá em cima os fogos ainda se eram ouvidos.
- Ei! Como eu devo de chamar quando nos virmos novamente? – ele gritou.
- O quê?
- Como.é.o.seu.nome? – ele gritou pausadamente.
- ! Me chama só de .
- Até o Ano Novo “só de ”! – eles riram.
No ano seguinte, exatamente uma semana depois, os dois se encontraram; naquele mesmo horário, naquele mesmo bar. Ela, não bebeu somente mais de dois copos, e se sentiu completa quando o estranho, agora conhecido como Tom, apareceu com o copo de água. “Saúde” ela disse pegando o copo de sua mão, largando-o no balcão e o surpreendendo com um beijo. Os dois decidiram ver os fogos de Ano Novo no mesmo local que os de Natal; no terraço. Dessa vez ele não precisou perguntar seu nome; , ele agora não esqueceria. Todo o que pediu dessa vez foi um número, o seu telefone, que ela deu com todo o prazer. Os dois se falam até hoje, mas não se encontram somente nas noites de Natal, ou qualquer outra noite significativa. Mas essa será sempre uma data especial para os dois.
FIM
Merry Christmas Everyone! Natal é a minha época favorita do ano, sabiam? Me diverti muito escrevendo essa história. Ri horrores nas retrucadas da principal. Tive que arrancar esse meu lado pessoal, porque eu sou adoravelmente grosseira.
Bom, essa fanfic foi escrita especialmente para a minha amiga secreta, parceira, dude. Ela é morena, tem cabelos negros, é newsposter do site: ELEN MOREIRA AEEEE. Dude, tu não sabe a “sofridão” que foi pra mim escrever essa fanfic Fletcher... ‘Moçaaa... Não, sério. Desculpa, porque sei que não ficou muito boa. Já não sou muito boa em romances, ai tu vai e me escolhe Tom Fletcher como principal? Você não sabe a pressão de fazer algo doce e meigo e bom que represente o meu bebe! Meu bebê sim, e daí que sou Jones? Haha, espero que tenha gostado linda! Feliz Natal.
Agradecimentos rápidos à minha sister Larissa Kelly que me ajudou a decidir o tema (coloquei seu nome na história amiga, viu como sou legal?), Evelyn Grandino também (mesmo tendo votado contra, te amo bitch), e outro agradecimento à uma autora excepcional do ATF, minha fave, Dinha “uma musa uma deusa uma feiticeira, ela é demais” haha. Amo todas vocês.
Espero que todas tenham gostado, especialmente à Elen (porque o presente é dela). Kissed & goodbye! S2
PS: Eu sou minha própria Beta, então qualquer erro nessa fiction é meu, Beezus. Informe no e-mail e não na caixa de comentários.