Dream on Me

Escrito por Michele Herrera | Revisado por Júlia

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  Milagrosamente essa manhã fazia sol em Londres, as costumeiras nuvens cinza carregadas de chuva davam lugar ao sol brilhante no topo do céu. estava ponderando para levantar da cama em seu imenso quarto do apartamento que acabara de comprar. Estava de férias fazia uma semana depois de uma longa turnê pela América do Sul e já sentia falta dos gritos dos fãs e das brincadeiras idiotas com os outros meninos, na verdade, não queria levantar da cama porque estava cansado demais até para abrir os olhos e apreciar o tempo bonito de Londres, o céu sem nuvens ou até mesmo os pássaros cantarolando, ele queria voltar aos seus sonhos e reencontrar aqueles lindos olhos que tanto o hipnotizaram.
   passou por tantas cidades, meninas de todos os tipos oferecendo-se para ele tão facilmente, mas uma em especial não saia de seus pensamentos, nem ao menos sabia o nome da dona daqueles incríveis olhos .
   estava finalmente conseguindo dormir quando seu celular começou a tocar uma música bastante conhecida por ele, Barbie girl. " e suas brincadeiras" pensou o menino do sorriso lindo. Então arrastou-se e finalmente pôs fim naquela música irritante que saia dos alto falantes de seu celular.
  - Fala - sua voz rouca não enganava que tinha acabado de acordar
  - Te acordei ? - perguntou apenas para deixar o menino ainda mais irritado. pode escutar os risinhos abafados de seus amigos. Todos eles sabiam da sua pequena obsessão pela garota brasileira sem nome, já estavam dizendo que ele estava tendo alucinações de tanta caipirinha que tomou naquele camarim no Rio de Janeiro.
  - Não, eu estava treinando pra quando morrer. Fala logo o que você quer, .
  - Então, cara, vai rolar uma festa. Queremos que você vá, tá precisando encontrar alguma coroa e esquecer essa alucinação.
   teve que rir, falava umas idiotices, mas que ás vezes era verdade.
  - Nem adianta faltar não, , nós vamos te buscar 20h estando você pronto ou não.
  Então desligou o telefone sem nem mesmo deixar respirar. Ele não queria, mas tinha que admitir para si mesmo que estava ficando doente, só dormia para poder sonhar com aqueles olhos envolventes.
  Olhou para o relógio e eram 13h30 da tarde, decidiu levantar da cama e fazer seus asseios matinais. O dia passou se arrastando e quando se deu conta eram 18h45, ele precisava se arrumar, afinal era da , tinha que aparecer muito bem em todos os eventos, os fãs mereciam isso. 20h em ponto seus amigos chegaram fazendo bagunça pelo apartamento. Ingleses, sempre pontuais, deram um tempo e ficaram bebendo até a hora da festa. Os cinco meninos mais cobiçados do momento entraram e os flashes pipocaram, amava aquela atenção, estava com saudade de flertar, e hoje ele flertaria.
  Diferente do que ele queria, não conseguiu ao menos chegar a qualquer garota, nenhuma delas era ela, nenhuma tinha aqueles olhos que ele tanto queria.
  A festa mal havia começado e, já tinha vontade de ir para casa, quem sabe assim sua noite melhoraria e com sorte encontraria a menina e seus olhos, em seus sonhos.
  Na pista pode escutar uma melodia conhecida tocando, era uma de suas musicas, os meninos apareceram e correram pra pista, dançando ao som de sua própria canção. rolava os olhos diante os amigos bêbados, pelo menos eles estavam se divertindo. Havia muita gente, andava na direção da saída até que a sua frente ele pode ver uma pequena menina dançando em uma roda com algumas amigas, cantando aquela música tão conhecida, foi quando ela virou que ele pode reconhecer os cabelos , o jeito tímido, o pequeno corpo e claro, os lindos olhos .
  Não podia ser ela era real, ou ele estava em mais algum dos seus sonhos? piscou várias vezes e então seus olhos se encontraram com os dela e foi como se o mundo todo parasse naquele lugar cheio só estávamos ele e sua alucinação brasileira. Ela estava realmente linda em um vestido preto nada justo, seu jeito de se vestir era o que a diferenciava ainda mais das outras garotas daquele lugar, a garota era sexy sem ser vulgar, vestia-se de um jeito meigo, mas ao mesmo tempo sensual, gostava daquilo. Ela sorriu para ele e era como um sinal para se aproximar, o que estava acontecendo com ? Ele não conseguia sair do lugar, era como se tivessem colocado cimento em seus sapatos, como se alguma forma de vida sobrenatural o prendesse ao chão. Estava nervoso demais para chegar até a menina, imaginou tantas vezes o reencontro mais não conseguia nem mexer suas pernas para andar até a garota.
  - Oi - escutou uma voz melodiosa bem perto de seu ouvido, junto com a voz veio um aroma doce, definitivamente aquele perfume seria seu preferido para o resto da vida. Estava tão nervoso que nem se deu conta que a seu pequeno sonho havia ido até ele.
  - O-oi - Respondeu meio incerto de que ainda conseguia falar sem babar feito um cão faminto.
  - Me chamo – A menina abriu um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira. Agora sua alucinação tinha um nome, um lindo nome.
  - E-eu... - pigarreou para tirar o nó que havia se estalado em sua garganta e tentar falar como uma pessoa normal, não um abobado.
  -... - respondeu antes que conseguisse terminar a frase. - Eu sei, eu sou fã de vocês - a menina dos longos cabelos sorriu timidamente.
   poderia sucumbir ali mesmo, no chão molhado daquela boate, aos pés da sua menina. Vê-la sorrindo ali tão perto era ainda melhor do que em suas lembranças turvas.
  - Err... Você está bem? Não parece muito bem. Vou chamar ajuda - fez menção de sair e entrou em desespero.
  Ele precisava falar alguma coisa, ela estava tão perto e ele a estava deixando escapar. Tanto tempo sonhando com ela para deixá-la escapar assim, tão fácil? Então o menino segurou em seus braços, uma corrente elétrica tomou posse de todo seu sistema nervoso.
  - Espere. Não vá, eu estou bem, apenas um pouco atordoado - respondeu ainda tocando o braço da garota.
  - Ok - sorriu - É claro que ele não se lembraria de mim - falou baixinho para si mesma. O que? Por que ela estava dizendo aquilo? Como ela tinha coragem de dizer aquilo? Ele não fez outra coisa se não lembrar e pensar nessa garota misteriosa por dias.
  - Claro que me lembro de você. Eu apenas... - respirou fundo e olhou nos olhos quem inexplicavelmente tanto gostava em tão pouco tempo - Eu apenas não sei o que dizer.
  - Olha, , está tudo bem. Você não precisa mentir falando que se lembra de mim apenas para não me fazer chorar e essas baboseiras que os homens acham que as mulheres fazem - falou rolando os olhos.
  - Eu estou tentando falar com você sem parecer um maluco, um maníaco - olhou para ele franzindo o cenho, quando ela fazia isso no meio de sua testa aparecia um pequeno v, ele queria tocar ali, ele queria tocar em toda extensão daquele corpo magnífico.
  - Do quê você está falando? Ai, não acredito que estou dando papo pra bêbado! - riu sozinha e balançou a cabeça em negação.
  - Por favor. Não vá embora. Eu estou bem, na verdade, agora estou muito melhor. Finalmente te reencontrei, achei que nunca mais te veria novamente - deu seu genuíno sorriso. Ele falaria tudo de vez, era melhor do que ficar adiando. Ele precisava colocar pra fora tudo aquilo e finalmente tinha chance - Não pense que eu sou maluco nem nada, nem fuja - Em sua voz havia suplica.
  - Não vou fugir, nunca fugiria de você - respondeu dando de ombros.
  - Então... Eu passei os últimos dias com você na cabeça. Não queria fazer nada a não ser dormir para sonhar com você, toda vez que fechava os olhos era seu rosto que eu via. Era a melhor sensação do mundo, os caras já estavam falando que eu estava louco. Até Paul estava me indicando um psiquiatra amigo dele - riu sem humor e prosseguiu - Eu não queria parar, queria continuar tendo você em meus pensando, mesmo achando que era fruto da minha imaginação cansada de ter tantas garotas diferentes em minha cama por todos os lugares que eu ira, você era como se fosse meu porto seguro ou coisa do tipo, sei lá.
  Um silêncio se instalou entre os dois, olhava para a menina em sua frente com apavorado com a ideia de que ela corresse assustada com sua declaração estranha, olhava para o garoto em sua frente com medo de que tudo que ele havia dito fosse culpa de alguma droga nova no mercado. Mas ela o queria, talvez tanto quanto ele, a garota olhou em seus olhos pela primeira vez desde que se encontraram, ela podia ver o desejo neles, podia ver a verdade sobre tudo que ele havia lhe dito, então em um impulso, colou seus lábios nos de . A batida frenética de alguma música conhecida tocava ao fundo, mas a única coisa que importava ali era as respirações entrecortadas e os corações batendo tão rápido quanto às asas de um beija-flor, porém em uma sincronia perfeita. A adrenalina corria forte em suas veias, a excitação, a paixão haviam se misturado com todas as outras sensações que corriam no interior daqueles dois corpos um beijo profundo e apaixonado. nunca havia experimentado sensação melhor que aquela. Seu peito parecia que iria explodir. Estava flutuando, ele podia ate sentir a brisa gelada de Londres em seu rosto. Beijar os lábios macios de era como beijar um pedaço de nuvem, e ele queria poder dormir e ficar nessa nuvem de sonho que lhe foi dado com tanto entusiasmo. Suas mãos percorriam todo pequeno corpo da garota, querendo marcar, sentir todas as texturas que havia nela. Parecia que estava em um dos seus sonhos. Não. Aquilo era muito melhor que seus sonhos. Ele não precisava de mais nada, nem toda a fama do mundo pagaria por aquela sensação maravilhosa que estava sentindo nas profundezas de seu ser, ele ficaria com ela para sempre, nenhum obstáculo o pararia. Ele lutaria todas as batalhas daquela garota, porque agora, eram suas também. Amaria profundamente e não deixaria nada destruir o que construiria com todas as forças.
   passou muito tempo imaginando, fantasiando como seria tocar aqueles lábios, mas a realidade era infinitamente melhor. Assim que seus lábios se separaram, pensou que poderia fazer aquilo para sempre, pelo menos aquela noite ele faria, tinha sua alucinação brasileira só para ele e a beijaria quantas vezes quisesse, pois ela também queria aquilo, o futuro... Bem o futuro só Deus sabe, mas aquela noite , seus lindos olhos e lábios incrivelmente beijáveis eram tudo que importava.

FIM