Don't Stop Beating
Escrito por Thallyta Illidio | Revisado por Natashia Kitamura
Parte do Projeto Songfics - 16ª Temporada // Música: Gone, Gone, Gone, por Phillip Phillips
When life leaves you high and dry
I'll be at your door tonight
If you need help, if you need help
Pare de chorar. , pare de chorar. Eu não deveria estar chorando. Eu já deveria estar preparado para isso. Eu a havia prometido, meses atrás, eu já havia prometido. Era o que ela queria, era o que ela precisava. Ela está bem agora, ela está a salvo, ela está serena. Eu a ajudei. Pare de chorar . Eu não consigo. Não consigo fazer isso, não consigo mais encarar esta porta, não consigo mais vê-los desesperados desse jeito, jogados sob a cama, berrando e esperneando, Deus, não posso mais suportar os gritos. Encaro minhas mãos, enojado, e, por alguns instantes, posso vê-las cobertas de sangue. Pisco os olhos, são apenas mãos normais e limpas.
Por que você continua chorando ?
Desta vez, não era minha voz soando em minha cabeça, não mais, era a dela. Suave, leve, feliz. Como sempre fora. Isso só me fez desabar mais ainda.
? , me responda. Por que não para de chorar?
Esta, na verdade, era uma resposta fácil.
- Porque aconteceu, . Depois de tantas discussões, depois de tanto negarmos, ainda assim, aconteceu. A vida te abandonou . E o que eu faço agora sem você? Eu não sei mais a resposta pra isso desde o terraço.
I'll shut down the city lights
I'll lie, cheat, I'll beg and bribe
To make you well, to make you well
20 de setembro de 2013: A noite do terraço.
Toc, toc, toc.
- ? – Ouço perguntar e, logo em seguida, a porta se abre e ela aparece com uma lanterna na mão e um meio sorriso.
- Se você não vai me dar a chance de responder, porquê perguntar se era eu antes de abrir a porta? – Ela revira os olhos e eu rio, descontraído. – Pronta?
- Pronta? – Ela parece confusa. – acabou a luz no prédio inteiro, quem sabe até em todo o bairro, não acha melhor adiarmos?
- Não faltou luz no bairro inteiro.
- Como você sabe?
- Porque eu acabei com a energia do prédio, e foi somente deste prédio?
- O quê? – Agora ela parece ainda mais confusa.
- É o seguinte, eu te explico, mas só se for no caminho. E ai, me acompanha? –Estendi minha mão e, a princípio, ela aparentou receosa, mas acredito que sua curiosidade foi maior, pois ela saiu, trancou a porta e me deu a mão.
sempre teve uma curiosidade peculiar quanto ao terraço do nosso prédio. Você vê, a questão é que é extremamente proibido que qualquer morador suba ao terraço, apenas funcionários são permitidos, vai saber o porquê. Eu me mudei para o prédio uns dois meses atrás e vez ou outra esbarrava com , eu pensei em chama-la pra sair algumas vezes, mas como nunca tínhamos realmente nos falado, deixei a ideia pra lá. Até que, um mês atrás mais ou menos, o elevador enguiçou, e adivinhem com quem eu acabei preso por uma hora e meia até consertarem? , a própria. Você ficaria surpreso em como noventa minutos em um cubículo podem aproximar as pessoas. Depois desse dia, acabamos virando amigos, e eu finalmente decidi chama-la pra sair, e hoje, senhoras e senhores, era esse dia, e eu a levaria para nada mais nada menos que o terraço.
Foi mais fácil do que eu pensei, devo dizer. Cinquenta pratas ao zelador pra me arrumar uma cópia das chaves de onde se encontrava o painel de controle do prédio, nesse caso, foi no porão. Depois disso foi necessário apenas um alicate e um cortezinho em um fio para fazer toda a luz ir pelos ares e manter o sindico ocupado pelo resto da noite.
“Não seria mais fácil apenas pegar a chave do terraço?” foi o que perguntou, e resposta foi não. O síndico deste prédio é um velhote um tanto quanto amargurado e sem propósito de vida, portanto, sem nada mais o que fazer com sua vida monótona, inspeciona o terraço de hora em hora. Fora que foi bem mais divertido cortar a energia do prédio.
- Tudo bem, preparada? – digo ao chegarmos na porta do terraço, com as mãos cobrindo seus olhos.
- Você sabe que essa coisa clichê de tapar meus olhos não faz sentido nenhum, não sabe? Você acabou com a luz, não consigo enxergar nada de qualquer jeito.
- Shiu, não estraga.
Tiro minhas mãos de seus olhos e vê-los se iluminar instantaneamente. O terraço está completamente coberto por velas, exceto por um pequeno caminho que fiz da porta até o centro, onde botei uma toalha quadriculada e uma cesta no chão.
- Um piquenique a luz de velas, está falando sério? Não poderia ser mais...
- Romântico? – a interrompo.
- Brega! – Ela ri. – É perfeito. Obrigada, . – e então ela olha pra mim com o sorriso mais incrível que eu já vi em toda a minha vida. Foi nesse momento, exatamente nesse momento, eu soube que estava perdido.
When enemies are at your door
I'll carry you away from war
If you need help, if you need help
Your hope dangling by a string
I'll share in your suffering
To make you well, to make you well
10 de outubro de 2013: O telefonema.
- Alô? – Digo em meio a um bocejo após ser acordado pelo telefone. Olho no relógio, 04:47 da manhã.
- M-? – É a , chorando em meio a soluços.
- ? o que aconteceu?
- Eu nã-ão quero, fa-a-lar, so-o-obre isso.
- Como posso ajudar se não seu o que há de errado ?
- Me e-encontra no co-orred-o-or? – ela pediu, ainda soluçando e eu nem respondi, apenas pulei da cama e botei a primeira roupa que vi na frente.
Quando cheguei ao corredor ela já estava lá, sentada em frente aos elevadores. Em silêncio, sentei ao seu lado e ela se jogou em mim, me abraçando com toda sua força. Lágrimas molhavam minha camisa, e ela permaneceu assim, em meus braços, por pelo menos dez minutos, até que parou de chorar e voltou a se encostar na parede.
- O que houve, ?
- Já disse que não quero falar sobre isso.
- Eu posso ajudar.
- Não quero te deixar triste também.
- Você nunca me deixaria triste, . – E então ela sorri, e é como se eu tivesse dez anos e fosse manhã de natal, é assim que me sinto quando a faço sorrir, como se fosse o dia mais feliz do ano. - Agora vem cá. – eu a puxo e ela deita sua cabeça no meu colo, enquanto lhe faço cafuné, consigo ouvir sua respiração pesada.
- ? – Ela me chama, sua voz está sonolenta.
- Sim?
- Você promete?
- O quê?
- Que eu nunca lhe deixarei triste, não importa o que aconteça? Promete nunca chorar por mim?
- O que você poderia fazer pra me fazer chorar?
- Apenas prometa , apenas... – no entanto ela não chega a completar a frase e cai no sono, e eu continuo a lhe fazer cafuné, observando suas feições, tentando achar algum sentido naquela madrugada.
Give me reasons to believe
That you would do the same for me
19 de outubro de 2013: O vídeo clipe.
- Me lembre de novo de o porquê estou fazendo isso.
- Porque, minha querida , vale metade da minha nota em uma matéria da faculdade e você é uma boa amiga e está me ajudando.
- Certo, certo, blábláblá, faculdade, blábláblá, amizade do ano. – ela zomba e eu lhe mostro a língua.
- Bem engraçadinha pra uma colegial. – esnobo.
- Ah cala a boca Sr. Primeiro-ano-na-faculdade-e-já-me-acho-o-fodão, já estou no último ano, sou só um ano mais nova e você sabe muito bem disso.
- Pirralha. – digo em voz infantil.
- Imaturo. – diz ela em tom indiferente.
- Para de ser chata e dá pra gravar logo a cena.?
Eu faço faculdade de cinema, atualmente estou em um projeto de clipes musicais, preciso criar um para uma música de minha preferência, contanto que essa mesma já não tenha um clipe existente. está sendo minha atriz e gravando cenas para o clipe, já que ela, de fato, quer seguir teatro como carreira. No momento temos que gravar uma cena mais íntima, que seria ela de calcinha e sutiã, apenas dançado, e depois um outro take dela com a mesma lingerie chorando no chão. Segundo ela, não se importa em ficar de roupa íntima para uma cena, mas como é comigo, ela tem feito esses dramas tão típicos dela, e eu vivo repetindo que não tem nada demais e que somos amigos – ainda que eu deseje que sejamos muito mais do que isso – e ela vive dizendo que, na verdade, eu sou um tarado muito bem disfarçado. Ai, ai, artes dramáticas realmente lhe cai bem.
Um pouco relutante, ela se troca e volta para a sala – estamos gravando no meu apartamento mesmo -, apenas com uma lingerie de renda preta. Ok, eu posso não ser um tarado como ela adora me chamar, mas, cara, realmente não tinha como não olhar. Não me leve a mal, eu sou um profissional, mas não se trata de uma atriz qualquer na minha frente, se trata de , e ela era a garota mais bonita que eu já havia visto, e eu sabia que, mais linda ainda que a pele branca dela exposta e em contraste com aquela lingerie, era ela. Quero dizer, eu não acredito que aquele corpo seja , assim como não acredito que meu corpo seja , não acredito que somos corpos e que possuímos uma alma, um coração. Acredito que somos almas, somos corações, e possuímos corpos. me afetava tão intensamente naquele momento porque sabia que o que havia por baixo de sua silhueta invejável, havia um ser mais invejável ainda.
- Podemos gravar logo ? Eu estou realmente desconfortável aqui. – pede um pouco sem graça.
- Hã... claro, claro, é, gravar, vamos gravar. – sacudo a cabeça para me concentrar e ponho uma música agradável, nem muito agitada, nem muito lenta, para ficar de fundo. – Muito bem estrela, dance. – ela ri com meu gesto e jeito de falar, mas logo em seguida se poe a dançar e eu pego a câmera e já começo a gravar.
De início, ela fica realmente tímida, mas aos poucos, vai se soltando, e é possível ver o quanto ela realmente está se divertindo, dançando sozinha. Em um determinado momento, ela fecha os olhos, como se estivesse absorvendo cada palavra da música, sua mão desliza sobre seus braços e ela gira, graciosa. Ri sozinha, uma, duas, três vezes, passa a mão pelos cabelos, joga para um lado e para o outro, pula, saltita, desenha com as mãos no ar. Eu me encontro hipnotizado por ela. Apaixonado por ela.
- Sabe , você realmente deveria tentar fazer isso, é realmente relaxante. – ela diz. – Venha cá. – e abre os olhos, esticando os braços, me chamando.
Eu vou em sua direção, ainda com a câmera, tentando filmar e dançar ao mesmo tempo, extremamente desajeitado, e ela ri do meu mal jeito.
- Larga isso garoto, dá um tempo. – e ela tira a câmera da minha mão, e a joga no sofá.
- Ei! – exclamo.
- Shh, cala a boca e dança.
E então eu danço, sem me preocupar com nada, apenas que estou com a garota mais fascinante da terra ao meu lado, dançando de lingerie, e é ai que eu penso, é injusto, não? Ela está totalmente exposta, e eu estou completamente vestido. É ai que tiro minha blusa e minha calça e as jogo também no sofá, ficando apenas de cueca box, a princípio, arregala os olhos, surpresa com a ação repentina, mas em seguida cai na gargalhada. A puxo pela cintura e começamos a dançar uma espécie de valsa, exceto que nenhum dos dois sabe dançar valsa. Eu a rodo e voltamos a dançar como idiotas, nos movimentando sem pensar, depois voltamos para a tentativa de valsa, um mais sem jeito que o outro, porém ambos rindo tanto que as bochechas doíam. E é em uma dessas risadas que nossos olhos se encontram, mas se encontram de verdade, não apenas passam um pelo outro ou se olham de soslaio, eles de fato, se encontram, com tamanha intensidade que eu podia jurar que havia ficado mais quente no cômodo. De repente, ela parou de dançar, tirou seus olhos dos meus e passou a encarar minha boca. Já estávamos realmente perto, e eu não pude evitar de me aproximar um pouco mais, e ela fez o mesmo. Agora estávamos tronco a tronco, encostados um no outro, eu podia sentir seu coração batendo contra meu peito, forte, rápido. E em uma fração de segundos, o pouco espaço que havia entre nossos rostos fora preenchido. Um frenesi sobe pela minha espinha, puxo seu cabelo e sua cintura enquanto ela mantém suas duas mãos em minha nuca, parece até eletricidade, correndo pelas veias, algo incomparável. Ela pula sobre mim e enrosca suas pernas em minha cintura, eu desço minhas mãos e a seguro pelas pernas, porém ela põe sua mão sobre a minha e a sobe pra sua bunda. Eu a carrego até o quarto e a jogo na cama, me jogando por cima dela logo em seguida. Beijo sua nuca, passando a mão por seu corpo, de cima a baixo, enquanto ela localiza as dela em minha cueca. Paro por um instante e lhe olho nos olhos.
(...)
I surrender honestly
You've always done the same for me
- Tem certeza que quer fazer isso?
- Mais que certeza. – ela sorri e me beija novamente, dessa vez com calma, até aumentar a velocidade e nos entrarmos um ao outro.
So I would do it for you, for you
Baby I'm not moving on
I'll love you long after you're gone
For you, for you
You would never sleep alone
04 de janeiro de 2014: A verdade.
- ALÔ? AlÔ, SOCORRO, SOCORRO, ELA ESTÁ TENDO UMA CONVULSÃO, PRECISO DE AJUDA, RUA MILLER WALK, 220.
Eu não sei o que fazer. Eu não sei que porra fazer. está estirada no chão, se contorcendo e babando, e eu não sei que caralho eu posso fazer. Liguei pra emergência, mas até eles chegarem podia ser tarde. PUTA QUE PARIU. Boto a mão em sua boca e tento manter a língua esticada, dizem que a mesma não pode enrolar, mas minhas mãos tremem tanto que eu mal consigo prender sua língua. Meu rosto está molhado, eu provavelmente comecei a chorar e nem sei quando. Estamos sozinhos e a ambulância não chega. Não entre em desespero , não entre em desespero. Eu tento me forçar a obedecer, mas é em vão, me mantenho aos prantos, até ouvir uma sirene e finalmente ser posta em uma maca.
Nem o sorriso em seu rosto, quando acordou no hospital, pode me fazer alegre esta manhã.
- ...
- Um aneurisma?
- O quê?
- Um aneurisma cerebral, diagnosticado ano passado, outubro, pra ser mais exato. Por que você nunca me contou?
- Não queria que se magoasse.
- Sabe, isso explica muita coisa, todos os telefonemas de madrugada, os choros, você nunca me disse o porquê.
- Como se dizer que está morrendo?
- Você não tem como saber, aneurismas só causam morte quando e se estourarem, você pode viver uma longa vida de 80 anos sem isso nunca acontecer. – e então, ela faz algo realmente inesperado, ela ri. Mas não a risada , aquela suave e gostosa, era uma risada irônica, pesada, amarga.
- Claro, , porque isso realmente sempre acontece. Eu vou te dizer o que realmente acontece, você vive com essa merda na sua cabeça, todos os dias, como uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento, se parar pra ouvir com atenção, você até consegue escutar um tictac. Você vive com medo, a cada respiração e a cada piscar de olhos, você vive apavorado. Vivem dizendo por ai “viva hoje como se fosse o seu último dia”, mas eles não tem nem ideia de como é viver tendo a certeza de que realmente pode ser.
- Essa que está falando comigo agora, eu não a conheço. A que eu conheço é extremamente corajosa, otimista, ela tem esperança.
- A que você conhece, está morrendo. Ela perdeu as esperanças quando passou a ter convulsões e a vomitar quase semanalmente. – ela disse e um silêncio se instalou no quarto.
- Chega pro lado, vou deitar com você – disse, repentinamente.
Ela não disse nada, apenas se afastou, me dando espaço. Eu me deitei ao seu lado e a abracei por trás, o silêncio se fez novamente presente.
- Eu vou fazer uma cirurgia, . Existe uma, para tirar esse troço da minha cabeça, apesar de ter muitos riscos, acho que vale a pena.
Silêncio. Eu realmente não sei o que pensar, ou o que dizer, é como se minha mente tivesse entrado em um estado de transe.
- ?
- ?
- Eu te amo. – ela diz, quase em um sussurro.
- Eu também te amo , e é isso que está acabando comigo.
- Me desculpe.
- Nunca se desculpe por isso, não há nada que pudesse fazer pra que não me apaixonasse por você. – eu digo, e ela se vira e sorri ternamente, me abraça e logo em seguida me beija, gentil, calma.
- , preciso que me prometa uma coisa.
(...)
You're my back bone, you're me cornerstone
You're my crutch when my legs stop moving
You're my headstart, you're my rugged heart
You're the pulse that I've always needed
17 de Março de 2014: A cirurgia.
- , eu não posso fazer isso.
- Por favor , eu não posso entrar naquela cirurgia sem que você me prometa.
- Eu não posso...
- , eu te imploro, se isso vier a acontecer, você tem que fazer isto, aquilo não seria uma vida. Por favor.
- Isto nem mesmo vai acontecer, . Aqui é o que vai acontecer: você vai entrar naquela cirurgia e vai lutar, entendeu? Vai lutar com tudo o que tem e você vai sair de lá viva, saudável e incrivelmente linda, mesmo com a cabeça raspada, e então eu vou te beijar, vou te dizer “eu te avisei” e vamos pra casa assistir uma maratona de Friends, entendeu? – ela balança a cabeça positivamente segurando uma risada. – Te perder não é uma opção, entendeu? Não é.
18 de Março de 2014: Caos.
tinha saído da cirurgia. Havia saído viva e bem, sem sequelas, algo extremamente difícil, mas eu nunca duvidei.
- Deixa eu adivinhar, “eu te avisei”? - ela pergunta assim que acorda e me vê.
- Mas não avisei? – Ela ri e me bate. Mal sai de uma cirurgia com risco de vida e já me agride.
Conversamos, e conversamos e conversamos. Uma, duas, três horas, eu perdi as contas. Tudo está bem, até que, de repente, não está mais. De repente fala palavras aleatórias, de repente ela começa a olhar fixamente para um ponto fixo, de repente não consegue mais formar palavras, de repente começa a babar. De repente, não é mais Rebbeca. E eu grito, desesperado, eu grito para qualquer um que pudesse ajudar. Em instantes médicos entram correndo, eu nem sei o que estão fazendo, eu só vejo borrões e não identifico mais os sons. E eu desmaio.
Like a drum baby don't stop beating
- Houveram complicações na recuperação. Se formou uma sequela, temo que ela tenha entrado em estado vegetativo. Ela não deve ser capaz de andar, falar, se alimentar, ou nem mesmo respirar sem a ajuda de aparelhos.
Like a drum baby don't stop beating
“Aquilo não seria uma vida , eu estaria em uma cama, todos os dias, sem ser capaz nem de respirar, prisioneira do meu próprio corpo, viva, porém, sem viver, morta, porém sem paz, não há sentido, não há piedade. Você tem que prometer, , tem que prometer que se eu entrar nesse estado, você vai dar a autorização para desligar as maquinas, eu botei em seu nome, meus pais nunca aceitariam, mas eles não entendem, por favor , entenda.”
Like a drum baby don't stop beating
Eu nunca vou parar de chorar. Me conformei.
Eu dei a autorização que pôs fim à vida de quem eu baseava a minha. Eu pus fim ao seu sofrimento, entendo isso, agora dei início ao meu, paguei sua paz com minha dor. Acho que é assim que funciona o amor.
Os pais de continuavam sob seu corpo na maca, chorando. Mas eu não podia mais estar ali, eu já havia entendido, que aquela não era mais , na verdade, creio que nunca fora. era um ser livre, independente, não havia sido feita pra ser presa, por isso havia lutado tanto para que nunca acabasse naquela cama, existindo, porém sem vida. Era quase uma audácia do mundo, um dia tê-la prendido a um corpo. Agora ela é livre. Eu, porém, nunca serei, eternamente preso a ela. Sua memória, seu sorriso, seu amor. sempre será minha ancora, mas, de qualquer maneira, eu nunca pretendi desancorar.
Like a drum my heart never stops beating
For you.
Eu escrevi essa shortfic em exatamente uma madrugada. Foi a minha primeira e, honestamente, foi um tanto quanto complicado, tendo um limite de 8 páginas de Word e eu tendo uma tendência a escrever demais. Ela ficou bem corrida, mas, bem foi a primeira, espero que esteja aceitável pelo menos haha. Mas tudo se tem uma primeira vez, vou continuar a fazer shortfics, já que ando sem tempos para escrever fics grandes e, quem sabe, com o tempo irei me aprimorando. Gostaria de agradecer a autora que escolheu essa música para o projeto, eu realmente amo o Phillip Phillips e essa música da uma base ótima para histórias, então, obrigada por ter feito a escrita da fic ainda mais agradável.