Don't Leave Me

Escrito por Stelah | Revisado por Luanna

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Capítulo 1

  Minhas amigas e eu sempre estivemos juntas e até em momentos de decisões extremas assim fizemos. Terminamos os estudos e fomos juntas em busca de uma nova vida em Montreal.
  Foram alguns dias mal dormidos até encontrarmos um pequeno apartamento (apenas um pequeno corredor com um banheiro, cozinha, sala e um quarto, que dividíamos em quatro).
   já havia encontrado um emprego e era ela quem arcava com as contas do grupo.
  Como sempre fazia, chequei meus e-mails e me deparei com uma oferta de emprego. Era para algum tipo de assistente pra uma banda. Sem ler direito, apenas anotei o endereço e corri para o local indicado.
  No caminho, já como de costume, tudo deu errado. Não, eu não sou pessimista, só sou realista. Um bobão canadense trombou comigo e sujou toda a minha blusa branca caríssima (ah, morre diabo).
  Chegando lá me deparei com uma fila enorme de gente. Não sabia que tinha tanta gente desempregada naquele lugar.
  Aguardei por horas, afinal precisava muito daquele emprego: pouco trabalho + música e diversão = grana no fim do mês pra pagar meu cafofo.
  Quando chamaram pelo meu nome, o silêncio predominou na sala de testes. Eu reconhecia muito bem aqueles rostinhos. Eram os mesmos da capa de meu CD favorito... Simple Plan.
  Eu estava realmente nervosa. E logo , o mais bobo deles começou a rir. Eu não entendia o que estava acontecendo e o garoto até se engasgou.
  Desesperada e com medo, gritei:
  - Ai, desceu! - tapando a parte de trás da calça.
  Foi aí que eles riram mais, exceto que ficou com uma cara de nojo horrível:
  - Ela menstrua?
  - Se ela não for travesti, sim. - respondeu , sendo hilário, como sempre.
   se levantou e correu para o banheiro, fazer o que já sabem, por tudo para fora... ¬¬?
  Me virei chateada e quando fui abrir a porta um deles gritou: Espera!
  Voltei para perto deles enquanto se levantava:
  - Não se deixe levar pelos meninos, eles são sempre bobos assim.
  Sorri para ele que segurou minhas mãos, ao som do vômito do . nos interrompeu:
  - Desculpa interromper o momento ?romântico? de vocês, mas, eu não tava rindo de você não... É... Ô, esquisita.
  Esquisita?Eu?(momento Amy Winehouse)
   dá um tapa leve na cara do amigo, e diz:
  - Então riu do quê, retardado? - Meu momento de fúria sagrado.
  - É que o tiozinho ali tava fazendo uma sacanagem. E...
  - Me poupe dos detalhes sórdidos . - Virei os olhos.
  - Contratada! - gritou de fundo, enquanto todos olhavam desaprovando, menos que tinha um sorriso estampado na cara.
  Fui para casa, super feliz para contar a notícia incrível!
  Enquanto caía em lágrimas de felicidade, e , como sempre achava incrível (qualquer coisa é incrível pra ela #fato), soltou um grito:
  - Simple o quê?
  Após ouvir aquela frase ordinária, nos entediamos e dormimos (pra não dizer que eu tentei estrangular ela)...

***

  Acordei ás quatro da manhã, mas meu trabalho começava mesmo às nove. Na real eu não sabia o que eu iria fazer, mas vesti meu melhor vestido e um sapato M-A-R-A-V-I-L-H-O-SO!
  Ao chegar lá fui surpreendida por uma tal de Pâmela.Ela era um tipo de Garibalda arrumada sabe? Ela era a chefe por lá e parecia que ela namorava o . Ah o ...
  ---Momento Sonho---
  Ele era lindo, tinha os olhos mais lindos desse mundo e um cabelo que eu juro, eu queria para mim.
  Nos shows ele arrasava, não importava a arena ou a música, ele sempre era o máximo...
  ---Terra chamando ---
  - Me disseram que você é a nova ?assistentizinha? dos garotos... - Disse a tal de Pâmela com ar de superioridade.
  - Sou sim, algum problema, pois se tiver agente resolve agora. - Arrasei né gente?
  Aquela ?coisa? se virou e gritou pelo , que veio correndo como um cachorrinho:
  -Fala Pâm...
  Pâm? Que diabos é Pâm, eu acabo de te odiar Mr. (urgh)! ¬¬
  Pude notar a mãozinha boba dele na cintura dela... Vadiaaaaaaa! (Bib Bang)
  - Meu , tem alguma coisa muito importante que quer que eu a mande fazer? - Ela disse. Até parece que sou sua escrava! E a única coisa necessária á se fazer aqui é uma plástica nessa sua cara de rinoceronte velho.
  - Não claro que não. - seu cachorro! Tá legal me acalmei agora...
  Os dois foram para um canto e claro que, falavam de mim. Esperei um pouco e ela voltou segurando um uniforme carnavalesco ridículo, o qual pediu que eu vestisse.
  Todo meu trabalho era longe dos garotos, eu fazia tudo que eles pediam sem poder ter nenhum contato com eles.
  Assim foram meus primeiros dias imundos naquela joça...

***

  Deus ouviu minhas preces e exorcizou a Garibalda com uma gripe terrível. Quando cheguei lá os garotos estavam com uma carinha triste e logo me puxaram para uma conversa:
  - Ô esquisitona! Vem cá! - Gritou .
  Fui até lá, e eles me convidaram para ficar no lugar da Garibalda enquanto ela estava doente, foi incrível. Num surto de alegria corri para o banheiro e eles começaram a gritar confusos:
  - Ei, garota! ? .
  -Esquisitaaaaaaaaa, volta! ? .
  - Será que ela menstruou? - virando-se para .
  Quando saí do banheiro eles me olharam de cima a baixo, e pude ouvir os suspiros. Cutucavam entre si, e davam risadinhas:
  - Ei gata, quer sair comigo? - Perguntou encostando-se em meus ombros.
  O empurrei e mandei-o para aquele lugar.
  Pedi que todos os guys se sentassem no sofá, assim eles fizeram.
  Apoiei uma de minhas pernas no sofá e comecei meu discurso báaasico. Entre blá blás e pipipis notei os olhares de na minha coxa e acabei perdendo a linha. Me virei, respirei e disse que o trabalho ali começava.
  No fim do dia, lá estava eu, arrumando as minhas coisas para ir embora, sozinha, quando me surpreendeu:
  - Oi, .
  - Oi . - Disse assustada.
  - Eu sei que vai parecer abuso, mas sabe, eu queria muito...
  Ai fala logo *-*
  -... Eu queria muito é...
  Diz, diz *-*
  - Eu queria muito aquele shampoo meu, sabe eu não sei onde ele está, e acho que você que guardou.
  PARA TUUDOOO! EU NÃO QUERO ESSE FORA NA HISTÓRIA, HEELLOO? EU SOU PODEROSA AQUI! PODE POR OUTRA FALA PRA ESSE GAROTO AGORA!
  Voltando a fita...
  Diz, diz *-*
  - , quer sair comigo?
  (Morte súbita) (Suspiro) (Borboletas no estômago) (Desespero) (Medo) (Ansiedade) (Nervosismo)
  - Qué-que-qué-quero... - Ah não, eu gaguejei.
  - (risada escrota) Então tudo bem, eu ti busco amanhã ás 20:00 ,já que você não trabalha de sábado.- Ele disse fechando o armário.
  - Tá bem.
  - Então até amanhã à noite.
  Ele tenta beijar meu rosto, mas é surpreendido por uma vuvuzela.
  - Uhuuuuu,dá-lhe , gostosão das mulheres. - Óbvio que foi o retardado do .
  Tá, eu odeio esse , TROXAAA!
  Voltei pra casa a pé, pois nenhum dos caras teve coragem de me dar carona, ou será que eles não se tocaram que eu NÃO TENHO CARRO?
  A quase desmaiou quando ouviu a notícia. Eu e , saindo para jantar? Me acorda desse sonho! Mas logo a chata (brincadeira miguxa) da colocou um obstáculo, claro que ela usou aquele jeitinho super fofo e meigo para me alertar:
  - Sua burra, retardada. Ele sai com a Garibaldaaa!
  Morri. Ressucitei. Ai, morri de novo. Será que tem 3ªchance? Ah, valeu gente do céu.

***

  Dormi o dia inteiro, até dar a hora do encontro. Não tinha coragem de me levantar da cama. foi até a mim, toda carinhosa, com um discurso super fofo:
  - Amiga vai dar tudo certo, eu adoro você, você é perfeita, adorável e o já esqueceu essa ?coisa? aí, a Garibalda.
  - Mas , ele está brincando com meus sentimentos!
  - A vai se ferrar ! Larga a mão de ser tonta! - interrompeu a conversa.
  - Mas não era você que não queria que eu saísse com o ?
  - E eu não quero! Você não vai dar sequer um beijinho, ok? Você só vai lá pra dar um fora nele!
  - Se for assim eu vou ir lá pra consolar ele! - Gritou de fundo.
  Me levantei e fui ao banheiro,me transformando na garota mais linda e confiante do mundo, ou não...
  20:00 horas e a campainha toca, atende e pede para entrar:
  - Se você magoar a minha amiga eu mato você seu canalha! - Ela disse empurrando o contra a parede.
  -Eu hein, que louca. - Ele disse se soltando.
  - É minha amiga, ninguém meche com amiga minha não, tá ligado? Vem pra porrada! - Gritava ela enquanto a puxava para o quarto.
  - Desculpinha, ela não tomou os remédios... - tentava justificar a amiga louca.
  - Remédios de quê? Raiva? - Ele parecia confuso.
  Todos ficaram em silêncio quando surgi no corredor. Medo =O será que eu tava parecendo o Marylin Manson e por isso chamei tanta a atenção...?
  - Uau, você está linda. É compensou aguentar aquela louca...
  - Do que está falando ? - Questionei
  - Nada, nada. - nos levou até a porta.
  Entramos no carro e não tínhamos nenhum assunto. Foi assim também no restaurante. Caraca, achei que ele fosse me abocanhar, aquilo tava mais pra uma frutinha louca. Vai, cadê o gostosão das mulheres, como diz o ?
  - Eu fico sem palavras quando estou perto de você.
  - Aé? E perto da Garibal... Quer dizer Pâmela, o que sente?
  - Do que está falando?
  -Tô falando da sua mãozinha linda e perfumada na cintura dela.
  - Eu simplesmente não sinto nada.
  - Para de ser sínico, tá legal?
  Me levantei da mesa deixando cerca de 50 reais na mesa. correu desesperado e me puxou os braços:
  - Espera!
  - Você é um canalha!
  - Escuta, ela é só minha irmã, apenas isso.
  (Momento chocada) =O
  - Mas por que não disse antes?
  - Eu não sabia que se importava tanto com ela. Você nunca me disse que tinha ciúmes dela.
  - Mas eu não tenho ciúmes dela.
  - Então tá bom... - Ele virou os olhos.
  - Tá, eu confesso... Desculpa, desculpa, desculpa! *-*
  Ele me puxou pela cintura e me beijou. (momento ?no céu?)
  O beijo dele era perfeito tinha um gostinho tão bom, mas foi tudo bem rápido, afinal não era de muitos agarros, ele era bem tímido.
  Ele me levou para casa, mas nem pude contar para minhas amigas, já era tarde e todas estavam dormindo.
  Depois daquele dia, nós nos falávamos sempre durante o trabalho e às vezes saíamos para jantar ou íamos ao parque, mas nunca tivemos nada sério.
  Certo dia me convidou para conhecer sua casa. Depois de alguns amassos, acabamos na cama. Ele carinhosamente tirou minhas roupas e se deitou sobre meu corpo...

***

  Passaram-se dias, minha menstruação atrasou e eu sentia muitos enjôos. Logo visitei o hospital e sim, eu estava grávida.
  Liguei para , e mandei ele ir me visitar em casa.
  O clima estava tenso e ele pode sentir isso. O buquê de flores em suas mãos parecia murchar conforme ele entrava na sala.
   se sentou e comecei o discurso:
  - Eu vou ser simples, rápida, enfim daquele meu jeito que você já sabe...
  - Fala, meu amor.
  - Eu fui ao médico e eu tô grávida.
  Ele levantou num pulo:
  - GRA-GRA-GRAVIDA?
  - É isso mesmo, ...
  - Você tem que dar um jeito, ai meu Deus.
  - Dar um jeito? Como dar um jeito? Você quer que eu aborte?
  Ele ficou em silêncio enquanto eu gritava por respostas. pegou as chaves e fugiu de carro.
  Corri atrás dele, mas não consegui alcançá-lo. Como ele podia fugir assim? Pensei que ele me amasse, mas acho que não era bem isso, afinal, ele nunca quis nada sério.

  *** POV ***
  - Como grávida? Não era possível, eu tinha feito tudo certinho. Droga! - Eu estava desesperado, socava o carro e até falava sozinho.
  Chegando em casa os meninos me receberam com alegria, mas logo notaram que era algo ruim:
  - Ela não gosta mais de você? - Perguntou .
  - Não sei se posso dizer isso, mas é bem pior...
  - O que houve? - invadiu a conversa
  - Ela está grávida. - Eu disse colocando as mãos no rosto.
  - Para de graça seu tonto! - foi chegando.
  - Gravidíssima.
  - Cara, o Phil vai te matar. - disse batendo em minhas costas.
  Phil era o empresário da banda e ele tinha algumas regras para o sucesso:
  1º Nunca faltar em shows ou compromissos de divulgação a não ser que você esteja num caixão, senão é pra lá que você vai.
  2º Não ter compromissos. Integrantes solteiros são iguais a milhões de fãs interessadas e isso dá muito dinheiro. Filhos? NEVER!
  Esperei amanhecer para falar com o Phil, claro que eu levaria uma bronca imensa, mas nunca imaginei que ele fosse me fazer escolher entre duas coisas que eu amava tanto:
  - Você quer ser um Simple Plan? Então você vai ter que deixar tudo para trás, apenas ame o Simple Plan.
  No mesmo instante, Phil nos colocou numa van e partimos para longe de Montreal. Ainda um pouco tonto e chorando como nunca, levava na mala uma foto de no bolso, a qual eu ficava o tempo todo segurando.
  *** Off ***

  *** POV ***
  Fui atrás de pela manhã, pois pensei que fosse só o momento, afinal não era algo que esperávamos. Mas ele não estava mais lá, ele tinha me abandonado, sem deixar nenhum recado, ou uma pista, nada.
  Corri para casa, aos prantos. Aquele não era o meu , o que me amou por aqueles perfeitos, mas curtos dias. O que conhecia não iria fugir de seus compromissos, de seus sentimentos.

Capítulo 2

  *** P.O.V. ***
  - Alô, ? Sim cara, já estou indo... Eu estou esperando uma amiga, vai demorar um pouco. - não parava de me ligar, eles esperavam no Drink & Song, um dos nossos bares prediletos.
  Eu estava esperando . Nos conhecemos numa dessas festas da gravadora, ela fazia uma matéria para o seu programa de TV, Hi!Celebrity. Depois da entrevista, conversamos e tomamos uma bebida de morango.
  - Demorei? - Ela disse entrando no carro - Você sabe, não queria ficar com a babá e começou a fazer escândalo.
  - Fique tranquila, eu entendo. - Eu disse ligando o carro.
  - E a Jéssica?
  - É, nós estamos brigados, ela quis dar um tempo...
  - Sério? Nossa, mas acredito que vocês voltam logo, vocês se amam, não é mesmo?
  Balancei a cabeça concordando com .
  Quando chegamos ao bar, todos olharam espantados. Logo que foi ao banheiro, , o mais descarado comentou:
  - Tá bem na fita hein! Quem é a gata?
  - Que isso gente, eu amo a Jéssica. - respondi.
  - Então é tipo uma ficante? Se for, depois doa pra mim. - parecia entusiasmado.
  Logo quando fui me explicar, ela chegou e mudamos de assunto.
  Alguns dias se passaram, mas os caras ainda comentavam isso, eles achavam que tínhamos um relacionamento.
   foi o único que não comentou sobre o assunto, achei que ele estivesse afim da garota, e numa oportunidade em que estivemos sozinhos, decidi abrir o jogo:
  - O que você acha da ?
  - Por que está me perguntando isso, ?
  - Sei lá, só pra saber...
  - Você está afim dela também...
  - Qual o seu problema, ?
  - Quer saber? Ela é incrível e não merece um cara como você !
  - Ela não merece alguém como você, canalha! - Gritei calando - Você é um lixo, não tem um pingo de honra, não pode ser chamado de homem, seu covarde!
  - Parabéns Senhor Verdade. Você é sempre dono da razão! - se virou.
  - Pode não ser sempre, mas hoje eu sei que tenho razão. - Segurei o braço de com força - É ela cara.
  - Do que você está falando? Cara, você deve estar bêbado.
  - Ela é a , a mãe do... - Antes que eu terminasse se ajoelhou no chão.
   começou a tremer, ficou pálido e seus olhos ficaram cheios d?água. Ele desmaiou.
  Gritei e os meninos me ajudaram a socorrê-lo. Após alguns minutos, acordou:
  - Ela se lembra de mim? Eu quero ver meu filho. Você está saindo com ela?
  - , eu não tenho certeza. Eu não saí com ela, fica de boa. Mas o nome é o mesmo e pelo que sei, ela tem um filho da idade que teria o seu...
  - Você viu meu filho? Como ele é? Como ele se chama?
  - Não o vi, mas sei que o nome dele é . Ela disse que ele é incrível, ele sabe tocar , que nem você, e é o craque do time de futebol da escola.
  Arranquei um sorriso enorme de , que dormiu um tanto mais tranquilo.

  *** P.O.V. ***
  Quando acordei, senti o peso de todos os oito anos sem em minhas costas.
  Acordei e pedi que ele marcasse um encontro com , sem que ela soubesse que eu iria em seu lugar.
  Ela estava no local combinado, e vestia um vestido azul metálico. Quando me viu, ela se levantou e tentou fugir.
  Corri atrás dela e puxei-a pelo braço:
  - Eu estou aqui agora, .
  - Não . Não preciso de você aqui agora. Eu sempre carreguei o nosso amor nas costas, mas dessa vez não.
  - Você estava tão perto esse tempo todo. Por que se escondeu de mim?
  - Eu que pergunto, por que nunca procurou por mim e por seu filho? Bem, não devemos mais satisfações um pro outro.
  - Mas é meu filho, e você não vai tirar ele de mim!
  Ela parou, e com os olhos cheios de lágrimas olhou intensamente em meus olhos:
  - Ele não precisa de você agora.
  - , eu só quero ver ele.
  - Eu vou tentar, . Eu juro que vou tentar. - Ela disse partindo.
  Voltei para casa e me encheu de perguntas:
  - Como foi? O que ela disse? Você viu o ?
  - Não , não. - Eu disse me sentando.

  *** P.O.V. ***
  Passei por alguns sinais vermelhos, mal pude notar. As lágrimas embaçavam minha vista e eu só pensava em ir para casa e abraçar meu filho.
  Abri a porta e estava a minha espera. Ele me recebeu com um abraço apertado, como sempre fazia.
  Fiz pipoca e assistimos à um filme. Sempre que fazíamos isso, perguntava do pai, ele sentia muito a falta de um amigo, um companheiro, papel que nunca fez.
  - Mãe, quando o papai volta?
  - Já disse que ele está viajando querido.
  - Mas eu quero ele, mamãe. Os pais de todos os meus coleguinhas vão a seus aniversários e eu queria que papai estivesse no meu.
  - Logo, logo ele chega. Tenho certeza que ele estará para seu aniversário. Por que não escreve pra ele?
  - Eba, vou escrever pro papai. - Ele disse cantarolando enquanto subia as escadas à procura de algumas canetinhas coloridas e uma folha de papel.
  Separei algumas fotos de e mandei para por correio, junto com a carta que nosso filho escreveu.

  *** P.O.V. ***
  - , tem carta pra você! - Gritou .
  Levantei correndo, de cueca, peguei a carta e me sentei no sofá. Todos se aproximaram de mim para ver. Dentro do envelope um papel que dizia:

De:
Para: Papai
, mamãe disse que se chama assim, ela também disse que você está viajando. Promete que quando voltar vamos jogar futebol?
Sabia que daqui alguns dias eu faço oito anos? Eu posso pedir um presente? Eu queria um vídeo-game novo, mas não fala pra mamãe, porque ela sempre compra as coisas que peço pra você.
Eu sei tocar igual você, pai! E eu também sei tocar violão muito bem. A mamãe me ensinou a tocar uma música que ela disse que você sabe tocar, se chama ?Perfect?, quando você voltar eu toco pra você ouvir.
Esse é meu desenho quando você não está aqui: =´(
A chata da mamãe quer que eu vá dormir. Beijo, te amo tá?

  Enxugando algumas singelas lágrimas, peguei algumas fotos que vieram junto com a carta no envelope. Eram fotos de , ele tinha um sorriso lindo, os ?caras? disseram que ele era muito parecido comigo.
  - Ele é lindo ! - Minha irmã parecia orgulhosa do sobrinho.
  - Olha ele tocando ! - gritou.
  - Nossa! Tá fazendo a mesma cara que o quando toca. - me abraçou, rindo.
  Sorri e peguei a caneta mais próxima, escrevi para meu filho.

De:
Para:
Filho, mamãe não mentiu quando disse que estou viajando, mas prometo que quando voltar vamos brincar de tudo que quiser.
Não me esqueci de seu aniversário e vou entregar o seu presente junto com todos os outros que não pude lhe dar, pessoalmente.
Irei te visitar quando sua mãe permitir, se quiser, claro.
Saiba que eu te amo muito (amo a mamãe também, mas é segredo nosso), e não vivo sem vocês dois.
Um beijão do papai!
PS: Trate de colocar um sorriso nessa carinha de ! =D

  *** P.O.V. ***
   respondeu a carta mais depressa do que imaginei, o que me fez acreditar que ele realmente queria por perto.
  - Mãe, mãe! Olha, ele respondeu. - Gritou , segurando a carta com força, como se ela pudesse fugir.
  O garoto leu a carta com os olhos brilhando, e quando terminou se virou com um sorriso enorme:
  - Assim tá bom mãezinha?
  - O que é isso ? - Eu disse em meio a gargalhadas.
  - Pareço feliz? Papai disse que tenho que sorrir mais...
  - Para com isso !
  - Acha que tenho cara de ? Papai disse que tenho cara de .
  - Desisto! Além de cara de , você é bobinho igual o seu pai.
  - Você errou a palavra mamãe. Não é bobinho é gatinho!

  *** P.O.V. ***
  - O que queria falar pra mim? - Dei um susto em , meio que sem-querer, que jogava vídeo-game com .
  Ele pausou o jogo e me levou para um canto da sala:
  - Cara, ouvi a Jéssica falando com a Stelah no celular ontem.
  - E o que elas estavam dizendo?
  - Sei lá, que ela ia levar o no shopping umas 2 horas da tarde. Alguma coisa desse gênero.
  - Mas hoje?
  - É, ás 2 horas.
  - E que horas são agora?
  - 2:03!
  Peguei minha carteira e dirigi até o shopping.
  Chegando lá, procurei por todas as lojas, mas não a encontrei, então liguei para
  - Não, eu não a vi em nenhum lugar!
  - Ela não está ai!
  - Mas você disse...
  - Ela ia sair com a Jéssica e deixar o com o- Antes que ele terminasse desliguei o telefone.
  Vi o meu garoto numa livraria junto com um cara que não conhecia. Corri desesperadamente e antes que pudesse falar algo esse cara me segurou:
  - Sai de perto do garoto!
  - Ele é meu filho e nenhum palhaço como você vai me impedir de falar com ele.
  O cara riu e chamou os seguranças da loja alegando ser pai de . Enquanto quatro homens me colocavam para fora, , que assistia a cena assustado, enxugava as lágrimas em seu rosto.

  *** P.O.V. ***
  - O que foi moleque? Por que está chorando?
  - Por que mandou meu pai embora?
  - Sou eu quem faz as perguntas aqui pirralho. Agora vamos! - Eu disse puxando o braço de .
  - Eu não vou! - O pirralho gritou enquanto corria até a saída do shopping.

  *** P.O.V. ***
  Quando abri a porta do carro, vi correndo em minha direção pelo retrovisor.
  O garoto me abraçou forte e disse:
  - Eu te amo papai.
  Foi o momento mais precioso de toda a minha vida.
  Coloquei no carro e fomos para um campo de futebol.
  Quando descemos, me deu um belo sorriso como o de sua mãe. Caminhamos até a trave do gol e ele questionou:
  - Como a gente vai jogar sem bola?
  - Boa pergunta... - Eu ri.
  - Olha, a mamãe também veio jogar! - Ele disse olhando para um carro nobre e preto.
   desceu do carro e se aproximou:
  - Você desobedeceu ao de novo ? Já para o carro, vamos conversar quando chegarmos em casa! - Ela gritou enquanto segurava o braço do garoto.
  Ela esperou entrar no carro para poder tirar satisfações comigo:
  - O que está fazendo com meu filho, ?
  - Que ótimo você me chamou pelo apelido...
  - Eu estou falando sério! - Ela disse me dando um tapa no rosto.
  - É só um direito meu, querida.
  Puxei e a beijei. Mas ela me empurrou furiosa.
  - Não está saindo com aquele cara, está? - Perguntei.
  - É só um direito meu, querido. - Ela disse se virando e indo em direção ao carro.
  - Eu sei que ele não é tão bom quanto eu! - Gritei enquanto ela entrava no carro.
  Fiquei por lá até escurecer. Depois fui dormir em um hotel, precisava de um tempo sozinho.

  *** P.O.V. ***
  Ao chegar em casa, coloquei de castigo, sem mais explicações.
  Durante a noite fiquei pensando em , e o quanto ele ainda me causava suspiros. Mas há feridas que nem o tempo pode fechar.
  Desci as escadas e me esperava na sala de entrada. Ele era um dos homens mais desejados da cidade.
  Ficamos um tempão sentados no sofá, nada mais que um beijo, apenas um.

  *** P.O.V. ***
  Os meses se passaram, e autorizava minhas visitas à nos sábados.
  Jogávamos futebol, vídeo-game, paquerávamos as garotas no parque, tudo que tínhamos direito!
   dizia que se divertia muito, eu sentia o mesmo. O ruim era ter que ouvir suas reclamações sobre o tal de (eu queria esganá-lo), ele perguntava o motivo de eu deixar aquele canalha beijar minha esposa. Eu expliquei para ele, mas ele é teimoso, puro sangue .
  Um dia, depois de um show do Simple Plan, encontrei e numa boate. Ela negava seus beijos e ele parecia estar furioso.
  Corri em direção à eles e dei um soco no rosto de . Aquele filho da puta estava agarrando e agredindo minha esposa... Ta legal, ex-esposa.
  Irritado, ele tentou revidar, mas fui mais rápido. Com um gancho, arranquei sangue de sua boca.
   ficou em silêncio, parada, enquanto e tentavam separar a briga.

  *** P.O.V. ***
   e levaram para fora.
  Confesso que após aquela humilhação toda, me senti protegida e amada novamente. Era estranho pensar que aquele cara que me defendeu, que estava lutando por mim, em todos os sentidos, era , o garoto que me deixou grávida em Montreal.
   colocou sua blusa em meus ombros e me abraçou:
  - Força!
  Era a palavra que eu precisava ouvir. Corri à procura . Ele estava do lado de fora conversando com os outros meninos.
  - ! - Gritei.
  Ele se virou esperando palavras de ódio ou reprovação.
  - Eu ainda te amo. - Eu disse o abraçando.
  - Eu juro que senti sua falta todo esse tempo. - me puxou para um beijo, bem estilo ?? (risos).

Fim.



Comentários da autora


"Após todas as idas e vindas, o sofrimento, a saudade, a dor, veio o perdão. Mas, e o amor? Onde ele está?
O amor sempre esteve e sempre estará conosco. Não importa a situação.
Promete que não vai desistir de AMAR?"

"Para os erros, perdão. Para os fracassos, uma nova chance. Para amores impossíveis, o tempo."